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A RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR TÉRREA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO SOBRE AS BASES DO PROCESSO DE PROJETO

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Academic year: 2021

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XVII Encontro de Iniciação à Docência Universidade de Fortaleza/2017

ISSN 2175-5396 1

A RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR TÉRREA COMO ESTRATÉGIA DE

ENSINO SOBRE AS BASES DO PROCESSO DE PROJETO

Marina Frota Dantas1* (ID), Amanda da Silva Lima2 (ID), Maria Paula Arcanjo Medeiros3

(ID), Rafaela Rodrigues Pereira4 (ID), Marcos Bandeira de Oliveira 5 (PO).

1. Universidade de Fortaleza – Programa de Monitoria Voluntária do Curso Arquitetura e Urbanismo 2. Universidade de Fortaleza – Programa de Monitoria Voluntária do Curso Arquitetura e Urbanismo 3. Universidade de Fortaleza – Programa de Monitoria Voluntária do Curso Arquitetura e Urbanismo 4. Universidade de Fortaleza – Programa de Monitoria Voluntária do Curso Arquitetura e Urbanismo 5. Universidade de Fortaleza – Professor e Coordenador do Curso Arquitetura e Urbanismo

marinafrotad@edu.unifor.br

Palavras-chave: Ateliê 1. Residência Unifamiliar. Arquitetura e Urbanismo.

Resumo

A elaboração de projetos arquitetônicos é uma das atribuições fundamentais do arquiteto e urbanista. A disciplina N436 - Ateliê I da Universidade de Fortaleza apresenta ao discente as bases teóricas e práticas desse tipo de exercício. Sabe-se que a complexidade do processo de projeto é bastante elevada. Observa-se que os alunos têm grandes dificuldades de organizar as variáveis envolvidas (conforto ambiental, dimensionamento, funcionalidade, sistemas construtivos, etc) assim como de determinar prioridades para solucionar a situação problema proposta (residência unifamiliar duplex). No semestre 2017.1 adotou-se a aplicação de um projeto de menor porte (residência unifamiliar térrea) com a intenção de contribuir para um melhor entendimento dos alunos. Este artigo investigou se essa nova metodologia foi capaz de minimizar os problemas normalmente observados nas residências duplex produzidas nesta disciplina. Para tanto foram avaliados os projetos elaborados durante os semestres 2016.2 e 2017.1, com o objetivo de observar, se houve, no semestre 2017.1, melhorias no desempenho desses estudantes. Os dados, apesar de não conclusivos, apontam melhorias nos projetos elaborados no semestre 2017.1 nos critérios conforto ambiental e dimensionamento.

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Introdução

A disciplina Ateliê I tem como principal objetivo apresentar, através da teoria e de atividades práticas, os conceitos e técnicas inerentes ao processo de projeto de residências unifamiliares. Esta disciplina procura simular as situações normalmente encontradas na prática profissional, mas diversos problemas e limitações podem ser listados. Dentre eles pode-se destacar a grande quantidade de variáveis encontradas no processo de projeto tais como: dimensionamento de ambientes, conforto ambiental, funcionalidade, paisagismo e a definição plástica do objeto arquitetônico (MARTÍNEZ, 2000). Florio (2014) reforça essa impressão quando afirma que os arquitetos apresentam muitas incerteza durante o processo criativo em projeto, principalmente durante a fase criativa, na fase de execução essas incertezas diminuem, pois os objetivos já estão definidos, ou seja, o projeto já está basicamente encaminhado. Ele completa afirmando que para os arquitetos, o problema é de conceber e planejar o que não existe buscando uma maneira mais eficaz de resolver problemas de concepção e realização dos projetos.

Durante o semestre, os alunos são orientados a aplicar filtros que propiciem o estabelecimento de prioridades na busca das possíveis soluções para a situação problema sempre dando ênfase às questões gerais e depois aos problemas mais específicos (LAWSON, 2011). Apesar disso, observa-se que o gerenciamento das inúmeras variáveis envolvidas no processo não é tarefa fácil para a maioria dos discentes. Dessa forma, no semestre 2017.1 procurou-se aplicar uma nova metodologia que, dentre outros objetivos, buscou melhorias o entendimento dos alunos sobre o processo de projeto. Essa metodologia tende a diminuir as possíveis dúvidas dos alunos no projeto da residência unifamiliar duplex por meio da aplicação de um projeto de menor complexidade, o qual corresponde a uma residência unifamiliar térrea.

Vale ressaltar, que muitos dos aspectos supracitados fazem parte da abordagem da disciplina Desenho Arquitetônico e Urbanístico (DAU), cadeira que tem como objetivo introduzir, ao aluno, um projeto de uma residência unifamiliar mais simples, sem que a mesma tenha sido projetada por esses alunos. Tal projeto é realizado por meio da entrega de uma planta baixa aos alunos, elaborada pelo professor, para que eles desenvolvam fachadas e cortes a medida que aprimoram a habilidade de mudança de escalas e de representação gráfica. A disciplina de DAU é pré-requisito para cursar Ateliê I, dessa forma, muitas das deficiências apresentadas pelos alunos podem surgir pelo mau aproveitamento dos ensinamentos dispostos nessa disciplina.

A primeira atividade prática da disciplina Ateliê I em 2017.1 propôs o desenvolvimento de um projeto de uma residência unifamiliar. Os alunos deveriam elaborar

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uma solução para uma residência unifamiliar térrea e acessível, tendo em vista que os clientes eram dois idosos para o terreno, detalhado em sala de aula. A casa deveria atender aos requisitos funcionais, construtivos, dimensionais, de conforto ambiental e ao programa de necessidades proposta.

Tendo em vista que se tratava de um projeto de referência com aplicação diferente das realizadas anteriormente, não se sabia que resultados seriam alcançados, entretanto a expectativa era de que ele pudesse servir como forma de tranquilizar os alunos frente ao receio inicial de projetar uma coisa nova, de solucionar as dúvidas que surgiriam e de aprimorar a habilidade dos alunos tendo em vista uma melhor capacitação para os projeto posteriores.

Metodologia

Este trabalho tomou como base conceitual artigos, livros e dissertações assim como a pesquisa de campo e a avaliação de material produzido na disciplina. A coleta de material usou o arquivo de desenhos da disciplina e a aplicação de um questionário aos alunos do semestre 2017.1. Foi feita uma análise comparativa entre os projetos de residência unifamiliar duplex dos semestres 2017.1, quando houve a produção de um projeto inicial e 2016.2, quando houve somente a aplicação de um projeto. Os critérios avaliados foram: ventilação e iluminação natural dos ambientes e o dimensionamento dos espaços. A presença e importância destes dois parâmetros no processo de projeto justificaram sua escolha como referencial de análise. Foram eleitos os projetos de cada semestre apresentados na fase de estudo preliminar. Os resultados serão apresentados a seguir.

Resultados e Discussão

Posteriormente à análise do questionário, verificou-se que grande parte dos alunos pôde observar a eficiência do método utilizado na disciplina de Ateliê I e atribuíram grande importância ao primeiro projeto, tendo em vista que mais de 60% das respostas foram “máxima importância”

Vale ressaltar que nenhum aluno considerou o próprio resultado como péssimo ou mesmo insuficiente. Observou-se também que as maiores dificuldades encontradas pelos alunos foram em sistema construtivo e funcionalidade e dimensionamento

Foi feita também uma comparação entre os semestres de 2016.2 e 2017.2, visando quantificar a melhora após a implementação do primeiro projeto, tendo em vista que o semestre de 2016.2 ainda não havia feito esse projeto, o qual tem o objetivo de familiarizar os alunos com o ato de projetar. Tal comparação se deu por meio da elaboração de uma

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planilha quantitativa, a qual continha 3 critérios construtivos: iluminação natural, ventilação natural e dimensionamento dos ambientes propostos no projeto. Nessa mesma planilha foram computados a quantidade de erros em cada um dos critérios anteriormente citados.

Foi observado que no primeiro critério, iluminação natural, as turmas do semestre de 2016.2 obtiveram uma média de erros por aluno de 1,94, enquanto nas turmas de 2017.2 a média foi de 1,44 erros por alunos, o que representa uma melhora de 26% nesse critério.

Sob mesma ótica, foi possível notar que no segundo critério, ventilação natural, as turmas do semestre de 2016.2 obtiveram uma média de 2,70 erros por aluno, ao mesmo tempo em que as turmas do semestre de 2017.1 tiveram média de 1,44 erros por aluno, representando uma redução de 45,5% de erros.

Por fim, notou-se que no último critério, dimensionamento dos ambientes a média de erros por aluno das turmas do semestre de 2016.2 foi de 1,50 e a das turmas do semestre seguinte foi de 0,95, representando um avanço de 40% sobre as turmas do semestre anterior.

Dessa forma, pudemos concluir com os resultados obtidos nessa pesquisa avaliativa que a introdução de primeiro projeto mais simples melhorou o desempenho dos alunos, tendo em vista que os erros reduziram substancialmente perante os critérios avaliativos anteriormente citados.

Conclusão

Desse modo, observou-se que a implementação de um primeiro projeto de uma residência unifamiliar de menor complexidade, acarretou em resultados positivos para o segundo projeto perante as pesquisas feitas, pois tanto na visão dos alunos (como dita por eles no questionário aplicado na plataforma Formulários Google), quanto nos resultados dos projetos avaliados sobre os critérios de conforto ambiental (ventilação e iluminação natural) e dimensionamento dos ambientes, observou-se uma grande melhora no segundo projeto de uma residência unifamiliar de dois pavimentos e uma importância significativa do primeiro projeto.

Com efeito, os alunos utilizaram bem os recursos disponibilizados para a resolução das dúvidas, o que possivelmente influenciou os resultados obtidos por eles.

É importante referenciar que, em suma, embora tenham surgido dúvidas no segundo projeto, o primeiro ajudou na diminuição do aparecimento de dúvidas presentes nos semestres anteriores a sua implementação, o que, foi evidenciado na pesquisa do

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Formulário Google respondida pelos alunos, e na avaliação comparativa dos trabalhos produzidos na NP2 feita pelas monitoras.

Vale ressaltar que o projeto de monitoria foi de grande importância para ajudar no andamento e no crescimento do projeto, tendo em vista as solicitações de auxílio dos monitores por parte dos alunos nos diversos encontros durante os semestres.

Por fim, ficou evidente o avanço obtido pela maioria dos alunos do semestre de 2017.1, não somente nas notas, mas em aspectos como conforto ambiental e dimensionamento de ambientes. Tal resultado se encontra possivelmente atrelado com a produção do primeiro projeto de uma residência unifamiliar térrea utilizada como base projetual.

Referências

ANDRADE, Max L.V.X.; RUSCHEL, Regina Coeli; MOREIRA, Daniel de C. O processo e os métodos. In: KOWALTOWSKI, Doris C.C.K.; MOREIRA, Daniel de C.; PETRECHE, João R.D.; FABRÍCIO, Márcio M. (Org.) O processo de projeto em

Arquitetura: da teoria à tecnologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.

FLORIO, Wilson. Croquis de concepção no processo de projeto em Arquitetura. Exacta [On-line] 2010, 8 (Sem mês): [Data de consulta: 15/11/ 2014] Disponível em:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=81016924011> ISSN 1678-5428.

LAWSON, Bryan. Como arquitetos e designers pensam. Tradução Maria Beatriz Medina. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.

MARTÍNEZ, Afonso Corona. Ensaio sobre o projeto. Tradução de Ane Lise Spaltemberg; revisão técnica de Silvia Fisher.Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2000.

NEVES, Laert Pedreira. Planejamento Arquitetônico. In: NEVES, Laert Pedreira.

Adoção do Partido na Arquitetura. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBa, 1989.

Cap. 2, p. 9-58.

Agradecimentos

Agradecemos à Deus primeiramente e à Universidade de Fortaleza que nos proporcionou a oportunidade de participar do programa de monitoria voluntária, em especial ao nosso professor orientador Marcos Bandeira, o qual nos ajudou nas aulas e na instrução e elaboração desse artigo e por fim, mas não menos importante, aos alunos da disciplina

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de Ateliê I, que contribuíram para elaboração desse artigo e para que nosso resultado fosse alcançado.

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