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Vista do Imagem fotográfica e imaginária. Reconstrução do atrativo turístico Lagoa do Portinho, Parnaíba-Piauí

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Academic year: 2021

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Imagem fotográfica e imaginária: reconstrução do

atrativo turístico Lagoa do Portinho, Parnaíba-Piauí

André Riani Costa Perinotto Graduação em Turismo (Bacharelado) pela Universidade Metodista de Piracicaba. Especialização em Docência para Ensino Superior em Turismo e Hotelaria pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC/SP. Mestrado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista -UNESP/Rio Claro. Doutor em Ciências da Comunicação - UNISINOS. Professor Assistente II - D.E. (Efetivo) – Curso de Turismo da UFPI (Parnaíba). Endereço para correspondência: Av. São Sebastião, 2819 (Bairro Reis Veloso). CEP: 64202-020 – Parnaíba – Piauí (Brasil). Telefone (86 33235299). E-mail: perinotto@ufpi.edu.br Jucéli Maria Miranda da Rocha Brito Graduanda do curso de Bacharelado em Turismo pela Universidade Federal do Piauí- CMRV, atuante no sétimo período, referente ao ano de 2018.2. juceli.brito55@gmail.com. Francisca Taciana Freitas do Nascimento Graduanda do curso de Bacharelado em Turismo pela Universidade Federal do Piauí- CMRV, atuante no sétimo período, referente ao ano de 2018.2. freitastaciana97@gmail.com

Resumo

O objetivo da pesquisa foi analisar a contribuição que a imagem fotográfica propagada por páginas do Instagram pode agregar à valorização e promoção do atrativo turístico Lagoa do Portinho, localizado na cidade de Parnaíba Estado do Piauí-Brasil, local este que, no ano de 2018, encontra-se em plena ressignificação após um longo período de abandono. O segundo objetivo deste estudo foi relacionar a imagem fotográfica, que corresponde a captação de um momento real com os princípios conceituais de imagens imaginarias, que surgem a partir das vivencias e/ou experiências individuais de cada sujeito. O artigo se baseia em uma metodologia qualitativa, que foi aplicada por meio de um questionário online, contendo em seu total 12 perguntas que buscaram compreender a percepção do turista diante das imagens atuais e antigas do destino estudado. Verificou-se a partir desta pesquisa que pouco se é midiatizado em relação ao processo ao qual o atrativo se encontra, e desta maneira, o compartilhamento das imagens fotográficas são fundamentais para agregar novos ideais ao processo de revitalização da Lagoa do Portinho.

Palavras-chave

Imagem; Imaginário; Turismo e fotografia.

Abstract

The research's goal was to analyze the contribution that the photographic images shared by Instagram pages can add to the appreciation and promotion of the tourist spot Lagoa do Portinho, located in the city of Parnaiba, state of Piauí, Brazil, a place that in 2018, has been in a process of resurgence after a long period of abandonment. The second goal of the present study was to connect the photographic image, that corresponds to to the capture of a real moment, with the conceptual principles of the Imaginary images, whose emerge from the experiences of the individual. The article is based in a qualitative methodology, that was applied by an online test, containing 12 questions the searches to understand the tourist’s perception about the old and new images of the given destination. It was verified that little is the mediatic information about the process that the spot is going through, and then, the photographic sharing is fundamental to bring new ideals for the resurgence of “Lagoa do Portinho”.

Keywords

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Introdução

O turismo pode ser descrito como atividade que consiste no deslocamento temporário, seja por motivos de lazer, trabalho, saúde ou heranças culturais. Este fenômeno se encontra em constante crescimento e transformação em todo o mundo, sendo uma importante atividade econômica, social e cultural. Entretanto, para que o turismo possa se desenvolver terá como desígnio a transformação de lugares e comunidades onde se encontra inserido, ponto este, que pode se tornar uma ameaça a estas sociedades entrepostos a esta atividade ou quando bem trabalhada garantir lucratividade e progresso. Segundo Nebra e Torres (2010, p. 83) “O turismo é um bem de consumo predominantemente abstrato (intangível) é apresentado aos consumidores potenciais por meio de descrições, narrações, mídia e fotos”.

O fenômeno turístico tem como propósito a criação de mecanismos que sejam capazes de atrair o consumidor a destinos diferentes de seu habitual. Segundo Perinotto (2013 p.8) o turismo caracteriza-se como: “uma das atividades que mais utiliza a imagem para se promover e atrair consumidores, pois o turista, antes de comprar um lugar, para desfrutar de suas férias, por exemplo, ‘compra’ uma imagem, com um sonho ou um desejo”. Com esta afirmação torna-se evidente o crescente investimento de serviços turísticos na propagação destes instrumentos fotográficos em redes sociais, induzindo ao desejo por parte de seus “seguidores”.

Dessa forma, Silva e Perinotto (2016, p.418) destacam ainda que dentre as formas de promoção do turismo a imagem do imaginário pode contribuir consideravelmente neste aspecto, sendo assim: “[...] o consumidor cria uma imagem de acordo com sua imaginação/percepção do destino que deseja conhecer. Tal imagem é fundamentada nos comentários de amigos, fotos, narrações que facilitam a criação dessa imagem”.

Não se torna necessário visitar o atrativo para produzir uma imagem do mesmo, entretanto, esta ilustração sendo positiva ou negativa irá nortear suas tomadas de decisões. Para Cordeiro (2008, p.11) “a atividade turística deve preocupar-se principalmente com os imaginários coletivos para agregar valores e sentimentos aos destinos turísticos, despertando o interesse, o desejo (transformado muitas vezes em necessidade) de conhecer este ou aquele lugar”.

A imagem fotográfica consiste na captação de momentos vivenciados, proporcionando dimensões de tempo e espaço. Atualmente é visível o crescimento considerável nesta prática, o que leva cada vez mais pessoas a buscarem o reconhecimento garantido pela midiatização de seus desejos em redes sociais. O turismo utiliza-se desta técnica como principal ferramenta para sua promoção e divulgação, sendo este o motivo que induz a necessidade de compreender como esse meio de comunicação influenciam na transformação de um dos atrativos de Parnaíba-PI.

Em resultado da seca que castigou a região, a Lagoa do Portinho (Parnaíba-Piauí) durante uma média de dez anos converteu-se em um ambiente abandonado. Tal fato garantiu a turistas e moradores a transfiguração de sua imagem. As lembranças tomaram proporções significativamente diferentes as de seu auge de cheia e de visitação, mudanças estas que levaram a descaracterização de sua identidade.

No ano de 2018 a Lagoa do Portinho encontra-se em processo de revitalização, resultado de projetos desenvolvidos com o propósito de torná-la novamente uma das paisagens notáveis do Piauí. Desse modo, tentar acompanhar esta revitalização a partir do ponto de vista do turista, por meio de comparativos e pesquisas são encaradas como o alicerce deste trabalho.

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12 perguntas direcionadas ao contexto de imagem fotográfica e imagens produzidas/armazenadas no imaginário, contando assim com a colaboração de sessenta entrevistados que visitaram a região entre os anos de 2008 a 2018.

Imagem imaginária versus imagem fotográfica

“Desde a pré-história, as imagens fizeram parte das relações entre os homens e, mesmo após a invenção da escrita, continuaram a ser fundamentais na comunicação humana. Os povos antigos comunicavam muitos de seus conhecimentos valendo-se de imagens [...]” (RODRIGUES, 2007, s/p). No turismo a imagem descreve/caracteriza detalhadamente o lugar em questão, considerando-se mais relevante que textos escritos. A imagem pode ser capaz de desenvolver desejos e despertar memórias, que serão relatadas posteriormente à sociedade.

Segundo Brasil (s/d, p. 16):

[...] é incontestável a importância da construção da imagem do destino para se estabelecer antes mesmo da compra, ou melhor, no processo de decisão de escolha uma relação hospitaleira entre o turista e o destino, mais do que isso, digamos que a mensagem promovida pelo destino pode representar acolhimento entre ambos. Definitivamente, a mensagem do destino deve reportar a troca de experiências positivas e, consequentemente, desejadas.

Existem dois tipos principais de imagens, a primeira é a considerada imaginária, criada a partir de percepções e vivências de pessoas sobre determinados objetos ou lugares, já a imagem fotográfica, advém de um processo de captação de determinada realidade, através de mecanismos advindos da evolução tecnológica e que segundo Perinotto (2013, p.10) é “produzida para comunicar, informar e documentar uma visitação” e também eternizar momentos específicos, como ocorre nos dias de hoje com auxílio da digitalização e das redes sociais.

Ambos os conceitos de imagens são essenciais na seleção da destinação, então, o que vai diferir uma da outra é que a imagem (imaginária) trabalha com possibilidades de ser idênticas ao real pessoal (produzida na mente humana), enquanto a imagem fotográfica usa o real como fator produtivo, recorte de determinada realidade no instante fotográfico com um “bisturi” (produzida por aparatos técnicos). Ainda sobre a imagem (imaginária) “Mesmo quando sofrem alterações, ou são maquiadas, ainda assim, transmite um valor significativo do lugar” (SILVA; PERINOTTO, 2016, p.418).

A imagem (fotográfica) como um todo tornou-se nos dias atuais um elemento fundamental para a promoção e comercialização de produtos, principalmente quando se refere ao mercado turístico. Em sua maioria torna-se de fácil entendimento desempenhando um papel demonstrativo aos objetos a serem promovidos. Assim, esse veículo de midiatização transformou o mercado e a maneira com que os destinos turísticos realizam sua promoção, tudo em busca de estratégias para permanecerem ativos no meio. Ainda sobre o debate sobre imagens, segundo Silva e Perinotto (2016, p.429):

A imagem como instrumento de diferenciação, se dá pelo fato que, de acordo com a imagem do lugar, como ela é vinculada, transmitida, criada na mente das pessoas, torna-se um diferencial, para que no processo de compra a imagem desse destino facilite sua escolha, garanta a correspondência com a realidade, na qual o consumidor criou expectativas.

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De tal modo, a partir da divulgação dessas imagens, sejam elas fotográficas ou criadas através do processo de boca a boca (imaginária), por meio da troca de experiências e vivências, é possível identificar uma transformação no olhar do turista em relação ao destino, corroborando, de certa forma para o desenvolvimento de uma expectativa e anseio em confirmá-las. Para um total alcance no atendimento dessas expectativas, é preciso que o atrativo esteja em seu total nível de funcionamento e que por mais que existem falhas, estas passem despercebidas diante do que já fora atendido.

Turismo e redes sociais

As redes sociais em seus primórdios surgem com a necessidade de manter relação entre membros de uma sociedade, estando presentes nas reuniões entre grupos. A partir deste ponto de vista entende-se que estas redes têm propósitos que vão além apenas da simples utilização da internet e redes mundiais de computadores como forma de comunicação, estando comumente aplicada no dia-a-dia do ser humano. Conforme Guedes (2012, s/p) “As redes sociais surgem para suprir a necessidade do homem em compartilhar e criar laços sociais com o outro. Elas foram evoluindo e se adaptando ao longo do tempo [...]”.

Rede social é basicamente, um conjunto de relações resultantes da articulação de grupos de pessoas, ou instituições sociais, segundo motivações específicas mais ou menos duráveis no tempo. Uma rede social pode se desdobrar por localidades contíguas ou distantes e aglutinar outras redes sociais. (MATOS, 2011, p.172).

A internet surge como marco da evolução das redes, a partir de sua popularização, em meados de 1990 tem-se a utilização do e-mail como primeiro canal de comunicação. Mesmo com a implantação do e-mail percebeu-se a necessidade de criar outro veículo que facilitasse o câmbio de informação abrindo assim leques para a implantação dos reconhecidos chats.

Como o processo de evolução as redes sociais desenvolveram a necessidade de inovação constantemente para assim atender as exigências de seu público. Alguns exemplos de redes que podem ser citadas o Facebook, Twitter e Instagram sendo os principais veículos de compartilhamento, assim tornou-se fácil a disseminação de imagens e vídeos pessoais.

O site Facebook foi idealizado no ano de 2004 chegando a atender um público de aproximadamente um milhão de universitários pertencentes à instituição Havard, entretanto, apenas no ano de 2005 com sua expansão o site transformou-se em um fenômeno mundial. Segundo Fernandes ao portal Thech Tudo (2018) “Hoje o Facebook tem 2,1 bilhões de usuários, dos quais 1,4 bilhões conferem seu feed diariamente”.

Na atualidade o Instagram vem ganhando destaque dentre as redes sociais. O aplicativo permite o compartilhamento de fotografias, assim como realizar recursos técnicos de edição. Para Lima (2014. P. 39) o Instagram “[...] foi responsável por disponibilizar um novo suporte para a fotografia digital capaz de apresentar uma nova dinâmica na distribuição de imagens fotográficas digitais”. Segundo estudos realizados pela Adnew (2018, s/p):

O Instagram também foi a rede que mais cresceu desde 2014. No último trimestre daquele ano, um perfil de marca tinha em média pouco mais de 49

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mil seguidores. Em 2017 a média era de 1 milhão de seguidores, o que representa um aumento de mais de 2000%. Estas mesmas marcas costumam realizar entre 2 e 3 publicações por dia, contra a média de 1 post/dia em 2014.

Segundo Brasil (2015, s/p a) “As redes sociais se tornaram grandes aliadas do turismo. Especialmente pelo poder de divulgar destinos e engajar os viajantes rapidamente”. A divulgação na internet é algo habitual para membros da sociedade moderna, se transformando em forte estratégia a ser operada quando se busca propagar um destino. As empresas do ramo turístico assim como os destinos devem trabalhar arduamente para acompanhar as tendências tecnológicas e propagar uma imagem positiva de seu produto, garantindo lucratividade e reconhecimento.

Com a indagação que cerca esta pesquisa buscou-se compreender qual o estímulo que as mídias sociais podem proporcionar para o crescimento das visitações ao atrativo, Lagoa do Portinho, analisando se o mesmo se encontra preparado para atender estes turistas como em tempos anteriores a sua deterioração. A imagem relatada por turistas pode ser primordial para a identificação das necessidades pertinentes que precisam ser trabalhadas para despertar o desejo de retorno ou até mesmo a vontade em visita-lo pela primeira vez.

Metodologia

Para se desenvolver o estudo acerca da reconstrução da imagem turística do atrativo Lagoa do Portinho em Luís Correia-PI, optou-se pela utilização de métodos de pesquisa bibliográfica, baseados no levantamento de dados em artigos, documentos, postagens em revistas, jornais e sites confiáveis que serviram como embasamento para a temática a ser trabalhada.

A pesquisa baseia-se em uma análise qualitativa, em que aborda as imagens propagadas em redes sociais. Segundo Gerhardt e Silveira (2009, p.31) “[...] a análise qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc”.

A escolha do destino a ser estudado partiu da necessidade de se examinar as mudanças nos níveis de visitação, a qual o atrativo esteve sujeito entre os anos de 2008 a 2018. Para tanto, as redes sociais são apontadas atualmente como principais ferramentas de promoção e divulgação de um destino, e com este embasamento torna-se fundamental a utilização da rede social para a reconstrução de uma imagem (imaginário) positiva quanto a área em estudo. Além disso, a mineração de dados de conteúdo em mídias sociais resultou na segunda metodologia a ser trabalhada na pesquisa.

Assim, entende-se como mineração de dados de conteúdo e corroborando com a segunda metodologia utilizada, de acordo com Zeng; Chen; Lusch; Li, 2010; Sakaki; Okazaki; Matsuo, 2010; Zafarani; Abbasi; Liu, 2014 (apud Tomaz et al, 2014, p.10):

O conceito de mineração de conteúdos em mídias sociais ou social media mining (SMM) é em sua essência um processo de mineração web (web mining) e envolve o desenvolvimento de ferramentas e aplicação de técnicas para coletar, monitorar, analisar, resumir e visualizar conteúdos de mídias sociais.

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comparativa entre as redes sociais mais utilizadas na atualidade, buscando delimitar aquela que proporcionasse estudos relacionados a imagens fotográficas do destino turístico Lagoa do Portinho. O Instagram, conforme sua proposta enquadrou-se como o veículo de comunicação que mais apresenta conteúdo fotográfico direcionado ao objeto de estudo. Para a seleção das imagens fotográficas foi utilizado como fonte de pesquisa a hashtag #lagoadoportinho, propondo como critério a seleção de publicações atuais (2017 a 2018), assim como, a participação de páginas que dispunham de um público superior a mil seguidores, sendo estas de conteúdo direcionado ao turismo, expondo credibilidade e um padrão de divulgação ampliado. Contudo, foi selecionado, de acordo com os critérios anteriormente estabelecidos um número de quatro páginas, sendo estas: @ig_piaui e @atalaiaonline, @dayoffbrasil e @acampsph.

Para fundamentar os critérios de escolha das hashtag como filtro para a seleção de imagens fotográficas Sussai e Oliveira (2017, p. 03) afirma que “A hashtag é um importante item para a categorização de dados gerados de forma online. A atribuição pelo usuário acontece ao adicionar uma palavra-chave ao símbolo cerquilha (#), transformando-a em um hiperlink dentro da rede, indexável pelo mecanismo de busca”.

O desenvolvimento da metodologia contou ainda com a aplicação de questionários de caráter exploratório, que buscaram detectar a percepção crítica dos interessados no atrativo foco do estudo quanto ao destino Lagoa do Portinho, por meio da seleção de informações que proporcionaram um embasamento as respostas e problemáticas presentes no estudo. Reafirmando Gil (2011, p.121) define questionário como: “[...] uma técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações”.

O questionário foi aplicado online entre os dias 12 de junho a 26 de julho do ano de 2018, através da plataforma Google Forms. Foram selecionadas doze perguntas, sendo uma questão aberta e onze perguntas fechadas, que descrevem a visão dos visitantes quanto ao destino. A pesquisa foi realizada através do compartilhamento do link gerado pela plataforma, sendo este propagado nas redes sociais dos elaboradores do estudo (Facebook e Instagram) possibilitando o acesso direto ao questionário.

Ainda, o questionário foi instituído de duas etapas, sendo a primeira subdividida em três perguntas direcionadas ao público em geral, que já tenham visitado ou não o atrativo turístico em questão. A terceira indagação desta etapa se tornou determinante para a continuidade da aplicação do questionário, direcionando o entrevistado para a conclusão de sua participação (caso responda não) ou direcionando-o a segunda etapa de questionamentos (caso responda sim).

A segunda etapa do questionário, como forma de filtrar as respostas, conteve nove perguntas direcionadas especificamente às pessoas que já realizaram viagens ao ponto-atrativo turístico Lagoa do Portinho. Sendo esse novo momento necessário para a captação de informações especificas quanto à região estudada. Além, também, do proposito de avaliar a percepção do visitante sobre o turismo desenvolvido no atrativo, a contribuição existente no compartilhamento de imagens fotográficas, assim, também, como o desejo de realizar novas visitações.

A coleta destes dados foi de relevância para embasar toda a estrutura teórica apresentada ao longo do texto, relatando quanto ao aprofundamento do assunto pesquisado é importante para a reconstrução da imagem, sendo ela imaginária ou fotográfica de um destino em plena reativação. Além disto, o artigo é pioneiro quanto a análise da imagem deste atrativo em específico, tornando-se base para futuros estudos e comparativos na área, como também o acompanhamento detalhado do processo necessário até seu completo revigoramento. Os modelos de metodologias foram empregados buscando a ideia de clareza e objetividade, com o intuito de abordar detalhadamente os dados e etapas indispensáveis para a realização deste

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trabalho.

Lagoa do Portinho

A cidade de Parnaíba é caracterizada como o segundo maior município do estado do Piauí, estando localizada na região norte do litoral. Em estatísticas do IBGE (2017) “o município possui aproximadamente 150.547 mil habitantes”. O estudo limita-se a área da Lagoa do Portinho, localizada nas proximidades de Luís Correia.

A referida lagoa foi considerada por muitos anos como um dos mais belos atrativos de Parnaíba, que tinha como característica a paisagem acometidas por dunas, hospedagens, práticas de esportes e bares/restaurantes. O cenário de paisagem notável foi acometido pela presença em massa de turistas, fato que contribuiu para a degradação ocasionada por impactos naturais e pela própria ação do homem. Com todas estas mudanças a comunidade tornou-se uma das mais afetadas, perdendo seu sustendo advindo do turismo e principalmente da pesca. Dente os impactos determinantes para a Lagoa dois pontos devem ser analisados: a comoltação das dunas, apontada como a principal causa natural do desastre, e o desvio de córregos para fins privados. Referente ao desvio realizado o portal G1 (2017, s/p) aponta que:

[...] o estudo feito pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), foi identificado na Fazenda Capoeira construções irregulares, como uma barragem de grande porte. Além disso, o levantamento diz que foi detectado que nos dias pesquisados não identificaram a passagem de água em direção à Lagoa do Portinho. Já em um lago dentro da fazenda citada chegava a cinco metros de profundidade.

As ações humanas trouxeram consigo casos de vandalismo, poluição e a apropriação ilegal de prédios para uso livre de drogas ilícitas na região, transmitindo assim imagens negativas aos próprios moradores. Apesar da imagem negativa que o atrativo está sujeito, ainda é possível encontrar um número significativo de turistas e visitantes.

Contribuição das hashtags para o turismo

Empresas do ramo hoteleiro, agências, restaurantes e demais serviços turísticos, criam perfis no Instagram como forma de divulgar sua marca/produto, com o propósito de atrair clientes e gerar lucratividade. As hashtags podem garantir uma identidade única à medida que estas conseguem atingir grandes públicos e estarem vinculadas/ligadas a diferentes canais de compartilhamento. Para Costa e Perinotto (2017, p.137) “As hashtags servem como atalhos para a busca de algo que desejamos encontrar. [...] aplicadas nas postagens facilitam a busca tanto do perfil, das imagens e das informações para os viajantes que queiram conhecer novos destinos”.

As primeiras publicações a serem analisadas são da página conhecida como @ig_piaui, que tem o objetivo de divulgar imagens fotográficas do estado do Piauí, como o próprio nome sugere. A página conta com um pouco mais de três mil seguidores e a maioria das postagens são de lugares com forte presença da natureza e também com foco nas imagens de monumentos históricos.

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virtual imagens fotográficas do destino em estudo e também por este se caracterizar como fonte de divulgação de lugares turísticos de todo o estado, dando margem a um amplo alcance. A mesma possui outras páginas vinculadas à “marca”, e estas com publicações direcionadas a outros estados.

Ainda, dentre as características das publicações, que fazem uso da ferramenta hashtag, como forma de divulgação é possível destacar a #mtur criada pelo Ministério do Turismo. Além disso, as legendas postadas junto as publicações estão escritas em inglês, o que amplia ainda mais o leque de visualizações daquela imagem fotográfica. Ainda, segundo Piza (2013, p.12):

Uma hashtag é um comando que tem a função de agrupar imagens relacionadas a um determinado assunto. Este recurso facilita a disseminação de um tópico, assim como organiza o acompanhamento do conteúdo e discussões feitas em relação ao tema colocado em pauta. As hashtags são muito usadas em convenções, palestras, encontros, onde tudo que está para acontecer ou já aconteceu é comentado em tempo real.

Até a conclusão dessa pesquisa, foram encontradas três imagens do local, em que a mais recente está datada do dia 12 de junho de 2018, recebendo mais de 120 curtidas e 14 comentários, todos elogiando o autor da fotografia. Um detalhe importante, é que foi possível chegar até a publicação através do sistema de localização, vinculado ao GPS, recurso esse que o Instagram disponibiliza aos seus usuários e torna os atrativos conhecidos mundialmente, com a localização mapeada.

Um fato interessante a ser mencionado, é o equívoco diante da localização da fotografia, que não condiz inteiramente a Lagoa do Portinho, mesmo possuindo características do lugar, esse fato pode atrapalhar o visitante na hora de pesquisar o seu próximo destino. Outro acontecimento relevante é o uso expressivo de publicações referentes à cidade de Parnaíba e seus municípios vizinhos, o que deixa claro o quanto os visitantes apreciam a publicação de fotografia e sua facilidade de distribuição em meios digitais, compartilhando suas experiências e divulgando seus lugares favoritos ou visitados.

Já a segunda fotografia encontrada na conta do Instagram analisado, é referente à cidade de Luís Correia, outro trajeto possível para a chegada à Lagoa. A imagem recebeu quase 200 curtidas e 17 comentários, novamente como forma de parabenizar o autor que publicou a imagem fotográfica. Um fator que impede uma divulgação maior do atrativo é a falta de precisão nas informações, principalmente quanto a sua verdadeira localização (tendo em vista que a Lagoa está localizada em Parnaíba e não no município de Luís Correia). A terceira imagem selecionada se encaixa nas descrições acima e só reforça a necessidade de informações completas sobre o destino, para que esse consiga se destacar em meio a tantas outras publicações.

O segundo perfil a ser analisado foi o @atalaiaonline, o qual já chegou a mais de 62 mil seguidores de todo o país, mas em sua maioria piauienses, e quase duas mil publicações. A conta é dedicada a divulgar as mais variadas belezas do litoral do Piauí e que a partir do ano de 2018 começa a propagar também expressivamente as mudanças ocorridas na Lagoa do Portinho.

Dentre as postagens, destaca-se o uso frequente da propagação de conteúdo referente a revitalização do destino turístico de estudo dessa pesquisa e da forma com que estão lidando com esse novo momento da Lagoa do Portinho de janeiro de 2017 até os dias atuais.

As publicações contam ainda com legendas relacionadas a preocupação ambiental e sinalizam a importância que esta tem para a preservação da natureza, para uma vida próspera

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de destinos turísticos como a Lagoa do Portinho. De acordo com Egri e Pinfield (2007, s/p) “Os seres humanos, para suprirem suas necessidades e desejos, vêm atingindo os limites do equilíbrio da natureza e acabam sendo ameaçados pelas consequências adversas de seus próprios comportamentos”.

Entre as publicações mais acessadas sobre o atrativo turístico em questão, estão os vídeos atuais em que as visualizações passam de 1600, além de mais de 50 comentários de diversas opiniões, entre estes prevalece o desejo de ter de volta um dos cartões postais do estado do Piauí. Destaque ainda para os comentários que expressam surpresa ao ver a Lagoa em seu processo de recuperação após as fortes chuvas do atual ano, para os votos que esta consiga alcançar seu nível de água “normal” e dos relatos sobre a imagem imaginária, ou lembranças, relacionadas ao tempo em que a Lagoa se encontrava em seu auge de cheia.

Outros dois perfis que contém imagens do atrativo, são @dayoffbrasil e @acampsphb, que apesar da pouca quantidade de publicações, evidenciam a paisagem notável da localização, divulgam e ainda conseguem repassar a ideia de que o local e sua imagem ainda tem forte influência, mesmo que este esteja passando por um processo de revigorar, através da força da natureza e das ações humanas.

Análise dos resultados e discussões

Com o intuito de relacionar as informações coletadas acerca da representatividade da fotografia retirada no aplicativo Instagram, e dados qualitativos acerca da relação entre memória e desejo, fora necessária uma extensa investigação para assim compreender se ambas podem relacionar-se de modo similar.

Como base para esta análise qualitativa foi proposto um questionário com doze indagações aplicadas a um total de setenta e seis respondentes (quantitativo esse definido por acesso e por tempo de permanência do questionário online), não diferenciando, a princípio, moradores de Parnaíba ou de outros municípios circunvizinhos. Para se analisar os questionamentos referentes a segunda etapa da pesquisa foi utilizada apenas a opinião de sessenta participantes que afirmaram ter visitado o local entre os anos de 2008 a 2018, ou seja, dezesseis respondentes da primeira etapa não haviam visitado o local de estudo anteriormente.

O primeiro questionamento a ser analisado buscou identificar quais aplicativos são frequentemente utilizados pelos entrevistados para realizar publicações fotográficas. O resultado para esta indagação mostrou que as ferramentas mais utilizadas são: Facebook, Instagram, Google Maps, Booking.com, TripAdvisor, além de sites especializados e a própria aba de pesquisas Google.

Com o levantamento destes dados a estimativa é que a grande maioria se utiliza de algum dos canais mencionados anteriormente, ou outros variados de divulgação, representando assim um total de 93,3% (71 respondentes) do total de membros participantes, já os 6,7% (5 respondentes) afirmaram não usufruir de nenhum aplicativo. Para Donaire e Galí (2011, p.295, tradução nossa):

[…] imagens digitais são literalmente socializadas. Os visitantes contribuem com suas imagens e classificações em redes sociais (como o Facebook), avaliam serviços ou destinos em portais turísticos (como o TripAdvisor) e compartilham as imagens em portais fotográficos (como o Flickr). As imagens digitais não são apenas o resultado de uma construção social, como todas as imagens, mas também são um exercício de socialização. O turista se

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define em sua esfera de relacionamento com base nas imagens que ele compartilha.

A segunda pergunta questionou a frequência com que os entrevistados costumam publicar imagens dos locais por eles visitados assim tendo como parâmetro de resposta uma variável de pessoas que declararam sempre realizar publicações até aqueles que nunca se utilizaram da mesma. Diante das respostas foi possível identificar que 40,8% (31 respondentes) afirmaram realizar publicações quase sempre dos locais visitados, 34,2% (26 respondentes) declararam utilizar-se raramente desse artificio, tendo ainda um total de 25% (19 respondentes) de pessoas que sempre estão atualizando suas redes sociais e publicando imagens. Nesta perspectiva Targa (2010. p.9) aponta que: “A fotografia é uma dessas modalidades de conteúdo que podem ser integradas a Internet, e isso vêm ocorrendo em grande escala, tanto no grande número de pessoas que publicam fotos na rede como na quantidade de fotos publicadas”.

De forma a definir um público específico para a continuidade e norteio da pesquisa fora criado uma segunda etapa para o formulário, determinada a partir de uma questão de múltipla escolha à qual questionava o visitante se este já havia frequentado o atrativo em pauta. Das 76 respostas dadas a pesquisa, 78,9% (60 respondentes) disseram sim ao questionamento, restando 21,1% (16 respondentes) que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer a Lagoa do Portinho, que podem ser descritos por inúmeros motivos, dentre estes o acesso dificultoso e o descaso com a estrutura do local, fatores que se tornam desmotivacionais para o potencial turista. Abaixo o gráfico que representa a porcentagem em relação ao questionamento antes citado.

Gráfico: 01: Percentual de entrevistados que visitaram o atrativo turístico.

Fonte: Elaborado pelos autores em Google Forms.

Ainda segundo o portal G1 (2017)

Lagoa do Portinho, situada em Parnaíba, no litoral do Piauí, foi durante muito tempo um dos pontos turísticos mais visitados no estado. Atualmente o local está abandonado [...] A via está totalmente interditada pelas dunas e motoristas são obrigados a usarem um desvio improvisado para chegar até a lagoa que está praticamente seca.

Dentro dos questionamentos referentes a visitação ao atrativo, é importante salientar que este fora frequentado, em sua maioria, mais especificamente 55% (33 respondentes) dos entrevistados, entre os anos de 2014 e 2018, o que significa dizer que o maior percentual de

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visitantes se deslocou ao atrativo em seu período de revitalização. Segundo o Canal Meio Norte (2018)

As fortes chuvas que estão caindo neste período invernoso no litoral piauiense vêm trazendo uma esperança aos parnaibanos. A Lagoa do Portinho que sofria com a estiagem e com as barragens feitas por empresários bloqueando a passagem das águas do Rio Marruás está trazendo aos poucos o volume de água que existia [...]

Na quinta pergunta, foi averiguado a necessidade de se realizar pesquisas de informação referentes a imagem do atrativo Lagoa do Portinho, antes de efetivar o passeio. Contudo, dentre os sessenta participantes, 51,7% (31 respondentes) afirmaram não haver a necessidade da utilização de pré-pesquisas, 26,7% (16 respondentes) buscaram apenas por informações referentes a dados bibliográficos, 5% (3 respondentes) delimitaram sua busca apenas a fotografia e 16,7% (10 respondentes) relataram utilizar-se de ambas as estratégias. Contudo é possível visualizar os dados referentes a tal questionamento no gráfico a seguir, que representa a necessidade dos entrevistados em realizar pré-pesquisas.

Gráfico 02: Realização de pré-pesquisas de informação e imagem

Fonte: Elaborado pelos autores em Google Forms. Segundo análise de Mantovani (2013):

[...] quanto a pesquisa realizada pela plataforma digital TripAdvisor, foi descrito que “os entrevistados usam as redes sociais para planejar a viagem – 72% deles para obter recomendações, 67% para ver imagens e vídeos de onde querem visitar, 60% para encontrar inspiração para o que fazer e ver no destino e 45% para buscar ofertas de pacotes”.

Dando suporte a questão anterior o sexto questionamento buscou verificar se a pesquisa e imagem realizada condiz com as expectativas criadas. Assim os dados levantados mostraram que 36,7% (22 respondentes) acreditam que sim e aproximadamente 21,7% (13 respondentes) não tiveram suas expectativas atendidas. Por fim, um total de 41,7% (25 respondentes) não foram capazes de expressar sua opinião. É importante compreender a importância em atender as expectativas do visitante. Ainda, Crompton, (1979, tradução nossa) descreve sua concepção quanto ao assunto, já que segundo ele:

O turista, antes de viajar, faz previsões das experiências que pretende ter. Estas estão fundamentadas nas emoções que o destino evoca na sua memória, por comentários de amigos, pela leitura da folheteria, anúncios publicitários etc. Sua decisão basear-se-á na imagem que ele valoriza e

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espera encontrar.

No questionamento referente a publicações realizadas após a visitação ao atrativo em pauta, pode-se observar que 45% (27 respondentes) dos entrevistados responderam que divulgaram pelo menos de uma a duas fotografias do lugar, 20% (12 respondentes) disseram ter publicado de três a quatro e uma parcela de 10% (6 respondentes) garantiu ter publicado mais de quatro fotografias. O que se pode perceber diante desse questionamento é que existe um número expressivo de pessoas que por algum motivo, disseram não ter publicado nenhuma foto do local.

Huertas (2008, s/p, tradução nossa):

[...] as fotografias representam as experiências vividas pelos turistas em determinado destino, pois os mesmos tendem a ‘materializar’ sua experiência através das fotos, bem como, dos comentários postados nas redes sociais, propagando -se, assim, sua opinião do que foi vivenciado ao se visitar o destino turístico.

Corroborando com a afirmação acima, fora indagado em que veículos de comunicação foram efetuadas essas publicações. Dentre os aplicativos mais utilizados destaca-se o Facebook e Instagram, além do WhatsApp e da plataforma Google Maps.

Percebendo a necessidade de investigar a divulgação e o posicionamento do antigo visitante da Lagoa do Portinho em relação a sua nova imagem referente ao processo de revitalização, fora questionado se os mesmos já visualizaram imagens fotográficas atualizadas quanto ao destino, cerca de 30% (18 respondentes) dos entrevistados afirmaram ter visto como está a nova Lagoa do Portinho, porém as imagens fotográficas não despertaram seu desejo de retornar ao local, 36,7% (22 respondentes) disseram que tais imagens fotográficas despertaram sim o interesse de retorno ao atrativo e 33,3% (20 respondentes) dos entrevistados responderam não ter contato com imagens posteriores a sua visita.

A percepção que os turistas têm com relação a um determinado destino, ou seja, a soma das informações e das experiências com relação a ele, influem, tanto na eleição do destino como na satisfação que o turista venha a ter na futura viagem. A imagem é causa da decisão de compra, satisfação e da possível repetição do destino turístico (GÂNDARA, 2008, p.6).

Contudo, o gráfico a seguir formaliza os dados referentes ao questionamento número nove, demonstrando assim a percepção dos entrevistados quanto a análise da imagem que o atrativo turístico representa no ano de 2018.

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237 Fonte: elaborado pelos autores em Google Forms.

Diante da indagação sobre um possível retorno ao local, têm-se um resultado de 63,3% (38 respondentes) que afirmar possuir interesse e 30% (18 respondentes) abriram uma possibilidade, respondendo com talvez a questão. Uma pequena parcela de 6,7% (4 respondentes) disse não possuir interesse.

Os turistas desenvolvem a lealdade a um destino turístico não só em função dos seus atributos funcionais, mas também com base na capacidade desse destino proporcionar um local adequado para à afirmação do autoconceito, em termos de identidade social e adaptação ao estilo de vida, que são conceitos simbólicos. (EKINCI, SIRAKAYA-TURKE PRECIADO, 2011, p.712).

Para a afirmação de que as publicações de fotografias nas redes sociais podem influenciar na tomada de decisões sobre a escolha dos destinos turísticos, obtêm-se um resultado positivo, pois a grande maioria dos entrevistados o que corresponde a 61,7% (37 respondentes) concordam plenamente com a afirmação e a porcentagem de 30% (18 respondentes) afirmam concordar parcialmente, tendo ainda uma pequena parcela referente a 6,7% (4 respondentes) dos que dizem nem concordar e nem discordar.

A percepção que os turistas têm de um determinado destino é um fator fundamental na eleição do mesmo. É importante destacar que esta percepção é uma simplificação das informações e experiências que o turista tem com relação ao destino turístico. Ainda que a imagem seja de fato uma representação verdadeira do que oferece um destino turístico, o que é importante é a imagem que existe na mente do turista (GÂNDARA, 2008, p. 03).

Abaixo, segue o gráfico que representa a opinião dos entrevistados com relação a influência que as redes sociais têm na tomada de suas decisões, tal posição é referente ao questionamento número onze da pesquisa aplicada.

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238 Gráfico 04. Influência das publicações em redes sociais na tomada de decisões.

Fonte: Elaborado pelos autores.

De modo a finalizar o formulário, fora proposta uma pequena enquete relacionando três fotografias de mesmo ângulo, referente ao píer considerado um dos cartões postais do atrativo. As imagens foram escolhidas a partir da percepção dos autores sobre as diferentes fases à qual a Lagoa esteve sujeita durante o período de 2008 a 2018, sendo que estas foram intercaladas entre auge, declínio e revigoramento. As imagens fotográficas da Lagoa do Portinho selecionadas para este questionamento representam três períodos de sua história, que confirmam as grandes mudanças que o atrativo esteve sujeito durante o período estabelecido por este trabalho. As imagens foram retiradas de dois canais reconhecidos, sendo estes o “Jornal da Parnaíba” e o próprio Google Maps. A estimativa resultou na eleição da imagem número 1, representando 41,7% (25 respondentes) da percepção dos turistas quanto a figura que melhor descreve/caracteriza a impressão imposta em seu imaginário. Seguida da imagem número 3 que representa a fase atual do destino, com o percentual de 40% (24 respondentes). Por fim, a figura número 2 representou um valor significativo de 18,3% (11 respondentes) da opinião dos entrevistados.

Contudo, Santos (2005, p.26) em seu trabalho intitulado “Lembranças de um amor para toda a vida”, constata a representatividade que a imagem fotográfica número um (Imagem 1) presente no questionamento doze representa no imaginário daqueles que visitaram a região em seu período de maior volume de água. Segundo a autora a “Lagoa do Portinho, um dos lugares mais belos da natureza, é de emocionar. É enorme, rodeada por alvas dunas gigantescas, onde os mais aventureiros gostavam de passear de carro. É linda, qualquer um se lembraria de algum momento saudoso, só ao observá-la”.

Imagem 1: Lagoa em seu período de cheia (2011)

Fonte: Jornal da Parnaíba

Através das duas análises feitas durante esta pesquisa e os dados coletados referentes aos questionamentos sobre o uso das ferramentas de comunicação, foi possível perceber a

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forte influência que as redes sociais vêm ganhando em relação à promoção e divulgação dos atrativos turísticos, principalmente no que se refere ao processo de revitalização do objeto de estudo. Como descrito por Brasil (2015) “[...] a imagem é um dos principais insumos para a venda dos destinos turísticos. São as fotos divulgadas em perfis de redes sociais que se espalham pela rede e atraem o turista [...]”. Fator esse evidenciado pela forte aceitação que a imagem número três (Imagem 2), da questão doze do formulário, obteve dos respondentes, sobre sua percepção do destino turístico estudado.

Imagem 2: Processo de revitalização da Lagoa

Fonte: Google Maps

O objetivo estabelecido nesta pesquisa fora alcançado através do levantamento de dados coletados a partir do formulário online desenvolvido pelos autores, assim durante os estudos pôde-se constatar que as redes sociais se tornaram fundamentais para a promoção dos destinos turísticos seja através da representatividade das imagens fotográficas ou de opiniões expostas na rede, dessa forma Lo, McKercher e Cheung (2011) lembram que as novas formas de registrar e compartilhar a experiência turística e as informações representadas da paisagem através de fotografias produzidas e compartilhadas online têm implicado no aumento de sua audiência e consequência. Entretanto, quando relacionado à Lagoa do Portinho, a principal mídia social estudada (Instagram) apresenta um baixo índice de divulgação e compartilhamento, reflexo do período de estiagem ao qual o atrativo esteve sujeito, contudo através da #lagoadoportinho verificou-se que páginas direcionadas ao turismo do estado do Piauí reconhecem o potencial do local, o que consequentemente resultou na aceitação positiva de seu público.

Quanto a análise das fotografias nos diferentes canais mencionados durante a pesquisa, foi possível perceber que estas têm a capacidade de despertar um sentimento de nostalgia e o desejo de retorno ao local, mas também podem desencadear um sentimento reverso em virtude das circunstâncias em que se encontram, por exemplo dessa afirmação é a imagem apresentada na opção número dois (referente a questão número doze do formulário), que foi tirada no período de abandono da Lagoa do Portinho (Imagem 3). Este fator ainda pode ser considerado como uma ferramenta capaz de atrair novos visitantes.

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240 Imagem 3: Período de seca da Lagoa

Fonte: Google Maps

De modo geral, a imagem fotográfica aliada ao imaginário, tornaram-se ferramentas indispensáveis para a visibilidade e desenvolvimento do turismo na Lagoa do Portinho, despertando uma perspectiva positiva de desejos ou lembranças aos antigos e potenciais visitantes. A utilização das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), principalmente quando direcionadas às redes sociais proporcionam ao destino um eficiente canal de promoção e divulgação, enquadrando o atrativo novamente como potencial local de lazer e entretenimento. A opinião dos entrevistados foi primordial para explorar esta temática ainda pouco estudada, servindo como base para a construção deste artigo.

Considerações finais

O turismo em sua característica principal e atual costuma utilizar-se das inovações tecnológicas como meio de promoção e comercialização dos destinos turísticos. A utilização frequente de mídias sociais como canal de divulgação vem atrelada ao uso das imagens, sendo estas fotográficas ou imaginárias, o que acarreta no desenvolvimento e troca de experiências positivas ou não, referentes a destinação.

Durante a pesquisa fora analisado aspectos sobre as diferenças em relação aos dois tipos de imagem existentes e qual a contribuição destas para a promoção de atrativos turísticos. Fora analisado também a contribuição das redes sociais e principalmente das hashtags para a divulgação do turismo na modernidade, sendo a hashtag usada na pesquisa como fonte de coleta de dados referentes a Lagoa do Portinho no aplicativo Instagram.

Através do questionário que incluía perguntas abertas e fechadas, pode-se observar que é expressivo o desejo do turista de poder ver/presenciar o revigoramento e o atrativo em sua total capacidade, ou mesmo que este possa voltar a ser o que já foi um dia. Com relação a essa perspectiva e a pesquisa através do formulário, confirma-se o que fora descrito em relação ao uso das hashtags dentro do turismo como canal de seleção e promoção da marca trabalhada. Pode-se entender ainda que a imagem fotográfica divulgada pelas plataformas digitais mencionadas na pesquisa, utilizam-se de ângulos que favorecem o surgimento de expectativas e o desejo pela busca de mais informações.

No ano de 2018, ainda é dificultoso afirmar que a imagem fotográfica do destino Lagoa do Portinho em Parnaíba, pode desenvolver um desejo de visitação, mesmo com a expansão e midiatização de informativos e opiniões consideravelmente “positivas”. Ainda se tem um número superior de dados desfavoráveis em relação ao destino nas redes sociais, dar-se a esdar-se fator o abandono da infraestrutura do objeto de estudo, com um dos principais determinantes para o descaso presente no destino.

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imagens, tanto fotográfica quanto imaginária, possibilitando um leque de novas pesquisas que podem ser trabalhadas de modo a se aprofundar aos temas propostos ao longo da pesquisa. Observa-se ainda a necessidade de incentivos quanto a criação de pesquisas sobre o atrativo em questão e a continuidade do tema para melhorias referentes a promoção de sua imagem.

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