CAMARA MUNICIPAL DE
SAO PAULO
PROJETO DE LEI 449/2014 DE 16/09/2014 Promovente: Ver. CALVO (PMDB) Ementa:DISPÕE SOBRE A VEDAÇÃO DA COBRANÇA DA TAXA DE ASSESSORIA TÉCNICA IMOBILIÁRIA (SATI) E DA TAXA DE CORRETAGEM, NAS HIPÓTESES DE CONTRATAÇÃO OU COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA QUE TENHA POR CONTRATADO OU
PROMITENTE VENDEDOR A CONSTRUTORA, DESDE QUE A ENTREGA DO NOVEL OCORRA A TERMO FUTURO (IMÓVEL VENDIDO NA PLANTA) E A NEGOCIAÇÃO TENHA OCORRIDO NO PLANTÃO DE VENDAS, NO ÂMBITO DO MUN. DE SP,NAS CONDIÇÕES QUE ESPECIFICA, E DA OUTRAS PROVIDENCIAS.
Observações:
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CAIARA MUNICIPAL DE i0c.)
SAO PAULO
PL 44 9/2014 PROJETO DE LEI No 2014.
Dispõe sobre a vedação da cobrança da taxa de Assessoria Técnica Imobiliária (SATI) e da taxa de Corretagem, nas hipóteses de contratação ou compromisso de venda e compra que tenha por Contratado ou Promitente Vendedor a Construtora, desde que a entrega do imóvel ocorra a termo futugp (imóvel vendido na planta) e a negociação tenia ocorrido no Plantão de Vendas, no âmbito Município de São Paulo, nas condições que especifit e dá outras providências.
A Câmara Municipal de São Paulo DECRETA:
Art. 10 Entende-se por taxa de Assessoria Técnica Imobiliária (SATI) o valor cobrado pela Construtora a titulo de cuidados com a documentação do comprador e de eventual processo para efetivação de financiamento bancário.
Art. 20 Entende-se por taxa de Corretagem o valor cobrado pela Construtora a titulo de intermediação de vendas pelo atendimento de corretor de
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Folha n° (.10 prco _ Adelina Ccc - RF 100.408Art. 30 Fica vedada a cobrança da Taxa de Assessoria Técnica Imobiliária (SATI)
e da Taxa de Corretagem, nas hipóteses de contratação ou compromisso
de venda e compra que tenha por Contratado ou Promitente Vendedor a
Construtora, desde que a entrega do imóvel ocorra a termo futuro (imóvel
vendido na planta) e a negociação tenha ocorrido no Plantão de Vendas.
§ 10 A vedação prevista no "Caput" do artigo 30 dessa Lei alcança a Imobiliária
contratada pela Construtora para prestar serviços de intermediagão de
vendas (corretagem) no plantão de vendas do imóvel para entrega futura.
§ 20 Eventual denominação diversa de Taxa de Assessoria Técnica Imobiliária
(SATI), tem sua cobrança igualmente vedada, desde que tenha a mesma finalidade prevista no "Caput" do artigo 10 dessa Lei.
§ 30 Eventual denominação diversa de Taxa de Corretagem, tem sua cobrança
igualmente vedada, desde que tenha a mesma finalidade prevista no "Caput" do artigo 20 dessa Lei.
Art. 40 0 descumprimento desta Lei sujeita o infrator à multa de R$ 10.000,00
(dez mil reais) e, em dobro, no caso de reincidência.
§ 10 0 valor da multa de que trata o "caput" deste artigo será atualizado
anualmente pela variação do índice de pregos ao consumidor amplo -
IPCA - adotado o índice que vier a substitui-lo por lei federal.
§ 20 A reiteração no descumprimento desta Lei sujeita o infrator ao
fechamento do Plantão de Vendas pelo Poder Público.
§ 30 As sanções e disposições decorrentes do "caput" deste artigo e seus parágrafos não afastam eventual condenação da Construtora e Imobiliária
por ela contratada, na devolução dos valores pagos por Consumidor
lesado, nos termos da Lei Federal no 8078/90, de 11 de setembro de
1990 (Código de Defesa do Consumidor)
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Art. 60 As despesas com a execução desta Lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
Art. 70 0 Executivo regulamentará esta Lei, no que for necessário.
Art. 80 Esta Lei entrará em vigor após sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.
Sala das Sessões, 1 de julho de 2014.
Dr. Rube
(Dr. Calvo)
Vereador
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SAO PAULO
JUSTIFICATIVAA presente proposição tem por fim a tutela dos interesses do Consumidor,
ratificando a vontade da Lei Federal no 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de
Defesa do Consumidor) e, na mesma esteira, da Lei Federal no 12.529, de 30 de
iovembro de 2011 que dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra a
ordem econômica.
Trata-se de medida que justifica a intervenção do Poder Público na livre
iniciativa, para salvaguardar os interesses dos Consumidores, parte hipossuficiente e
vulnerável nas relações de consumo em face dos Fornecedores, na espécie,
Construtoras e Imobiliárias por elas contratadas.
Não raras vezes, Construtoras e Imobiliárias por elas contratadas
praticam a denominada Venda Casada; tal prática é uma forma de vincular a compra
de um produto ou serviço a outro.
Acertadamente a Lei Federal em comento (Lei 8078/90 - Código de
Defesa do Consumidor), veda expressamente essa prática da Venda Casada,
caracterizando-a como prática abusiva, senão vejamos:
Lei 8078/90 - Código de Defesa do Consumidor:
Art. 39. "t vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas:
I - condicionar o fornecimento de produtos ou serviços ao fornecimento
de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos."
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Nessa esteira, a Lei 12.529, de 30 de novembro de 2011 - acertadamente
- também refutou essa prática da Venda Casada, inclusive a incluindo como prática
de crime contra a ordem econômica, vejamos:
Lei 12.529, de 30 de novembro de 2011 [... dispõe sobre a prevenção e
repressão às infrações contra a ordem econômica ...]
Art. 36. "Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:
§ 30 As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica:
XVIII - subordinar a venda de um bem h aquisição de outro ou
utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço
utilização de outro ou à aquisição de um bem."
Outrossim, continua nosso diploma consumerista, agora dispondo sobre a oferta de produtos e serviços:
Lei 8078/90
Art. 31 "A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em lingua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, prego, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores".
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Todavia, a despeito dessa prescrição legal supramencionada da norma
federal consumerista que visa assegurar informações corretas, claras, precisas, e
ostensivas aos consumidores de produtos e serviços, se faz necessário acrescentar
ainda que a nomenclatura das cobranças em comento induzem o consumidor a erro,
isso porque é prática do mercado a utilização do nome "Taxa" de Serviço de Apoio
Técnico Imobiliário e "Taxa" de Corretagem.
A utilização do termo "Taxa" induz à equivocada impressão de se tratar de
espécie tributária, decorrendo uma falsa ideia de que a cobrança estaria alicerçada no
sistema tributário municipal, dando igualmente falsa ideia de legitimidade na
cobrança da "Taxa" SATI e "Taxa" de Corretagem, objetos da presente proposição
legislativa.
Nesse contexto, essa proposição visa corroborar com a proteção do
Consumidor, tutela tão almejada pela legislação especifica, mais precisamente pela
Lei Federal no 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor) e com a Lei Federal Lei
12.529, de 30 de novembro de 2011, a qual dispõe sobre a prevenção e repressão as
infrações contra a ordem econômica, ambas em perfeita sintonia com o Estado
•emocrático de Direito, pilar do nosso diploma Constitucional.
De outro lado, resta nítido que a proposição se reveste de eminente
interesse público, social e humanitário, sendo certo que a matéria é de competência
municipal, vez que está afeta ao interesse local e peculiar do Município.
Diante de toda exposição, requeiro o apoio dos ilustres pares para sua
aprovação junto ao nobre Parlamento Municipal.
Apoio Técnico:
Mauricio Alves de Carvalho
OAB/SP 310223
Viaduto Jacarei, 100 — sala 710 — tel. 3396-4267.