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02/03/2018 PRIMEIRA TURMA

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Ementa e Acórdão

02/03/2018 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.074.150 PARANÁ

RELATOR : MIN. ALEXANDREDE MORAES

AGTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E

TELEGRAFOS

ADV.(A/S) :MARINA RODRIGUES DA CUNHA BARRETO

VIANNA E OUTRO(A/S)

AGDO.(A/S) :ELETROSUL CENTRAIS ELETRICAS S/A

ADV.(A/S) :LEANDRO CORREA SOARES

EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

OFENSA CONSTITUCIONAL MERAMENTE REFLEXA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. REAPRECIAÇÃO DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. SÚMULAS 279 E 454 DO STF.

1. Tendo o acórdão recorrido solucionado as questões a si postas com base em preceitos de ordem infraconstitucional, não há espaço para a admissão do recurso extraordinário, que supõe matéria constitucional prequestionada explicitamente.

2. O acolhimento do recurso passa, necessariamente, pela revisão das provas e pela análise de cláusulas editalícias. Incidem, portanto, os óbices da Súmula 279 (“Para simples reexame de prova não cabe recurso

extraordinário” ) e 454 ( “Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário” ) desta CORTE.

3. Cabe a majoração de honorários advocatícios na forma do § 11 do art. 85 do Código de Processo Civil de 2015, pois a decisão agravada foi publicada a partir de 18/3/2016, e houve estipulação de honorários nas instâncias precedentes.

4. Agravo interno a que se nega provimento. Fixam-se honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (CPC/2015, art. 85, § 11).

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal

(2)

Ementa e Acórdão

RE 1074150 AGR / PR

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro ALEXANDRE DE MORAES, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por unanimidade, acordam em negar provimento ao agravo interno e fixar honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (CPC/2015, art. 85, § 11), nos termos do voto do Relator.

Brasília, 2 de março de 2018.

Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator

2

Supremo Tribunal Federal

RE 1074150 AGR / PR

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Primeira Turma, sob a Presidência do Senhor Ministro ALEXANDRE DE MORAES, em conformidade com a ata de julgamento e as notas taquigráficas, por unanimidade, acordam em negar provimento ao agravo interno e fixar honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (CPC/2015, art. 85, § 11), nos termos do voto do Relator.

Brasília, 2 de março de 2018.

Ministro ALEXANDRE DE MORAES Relator

2

(3)

Relatório

02/03/2018 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.074.150 PARANÁ

RELATOR : MIN. ALEXANDREDE MORAES

AGTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E

TELEGRAFOS

ADV.(A/S) :MARINA RODRIGUES DA CUNHA BARRETO

VIANNA E OUTRO(A/S)

AGDO.(A/S) :ELETROSUL CENTRAIS ELETRICAS S/A

ADV.(A/S) :LEANDRO CORREA SOARES

R E L A T Ó R I O

O SENHOR MINISTRO ALEXANDREDE MORAES (RELATOR):

Trata-se de agravo interno contra decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário sob o argumento de que a instância de origem decidiu a controvérsia com base em direito infraconstitucional.

Sustenta a parte agravante, em suma, que a matéria agitada no apelo extremo tem contornos constitucionais, por se tratar de discussão acerca da abrangência do regime de privilégio constitucional da ECT.

Aduz que o conceito de carta estabelecido pelo art. 47 da Lei 6.538/78 abrange os objetos identificados pelo Edital do procedimento licitatório da recorrida como sujeitos a transporte por empresa prestadora de serviços.

Intimada para se manifestar, a parte contrária não veio aos autos. É o relatório.

Supremo Tribunal Federal

02/03/2018 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.074.150 PARANÁ

RELATOR : MIN. ALEXANDREDE MORAES

AGTE.(S) :EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E

TELEGRAFOS

ADV.(A/S) :MARINA RODRIGUES DA CUNHA BARRETO

VIANNA E OUTRO(A/S)

AGDO.(A/S) :ELETROSUL CENTRAIS ELETRICAS S/A

ADV.(A/S) :LEANDRO CORREA SOARES

R E L A T Ó R I O

O SENHOR MINISTRO ALEXANDREDE MORAES (RELATOR):

Trata-se de agravo interno contra decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário sob o argumento de que a instância de origem decidiu a controvérsia com base em direito infraconstitucional.

Sustenta a parte agravante, em suma, que a matéria agitada no apelo extremo tem contornos constitucionais, por se tratar de discussão acerca da abrangência do regime de privilégio constitucional da ECT.

Aduz que o conceito de carta estabelecido pelo art. 47 da Lei 6.538/78 abrange os objetos identificados pelo Edital do procedimento licitatório da recorrida como sujeitos a transporte por empresa prestadora de serviços.

Intimada para se manifestar, a parte contrária não veio aos autos. É o relatório.

(4)

Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES

02/03/2018 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.074.150 PARANÁ

V O T O

O SENHOR MINISTRO ALEXANDREDE MORAES (RELATOR):

Eis a decisão ora agravada:

“Trata-se de recurso extraordinário interposto em face de acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que negou provimento à apelação interposta pela ora recorrente, em decisão assim ementada (e-STJ, fl. 341, Vol. 2):

APELAÇÃO. ECT. MONOPÓLIO ESTATAL. SERVIÇO POSTAL. A coleta e/ou distribuição de pequenos volumes (materiais e/ou documentos) exclusivamente no âmbito interno das unidades da ELETROSUL CENTRAIS ELÉTRICAS S/A e empresas que lhe prestam serviços (terceirizados), sem qualquer caráter comercial não importa violação ao monopólio da ECT. No apelo extremo, interposto com amparo no art. 102, III, da Constituição Federal, a recorrente sustenta, em síntese, que o julgado ofendeu o art. 21, X, da Constituição Federal.

É o relatório. Decido.

No julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 46, esta Corte decidiu que o serviço postal de entrega de cartas deve ser prestado, com exclusividade, pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ECT, pois constitui monopólio estatal. Todavia, sublinhou que as encomendas e impressos não se enquadram no conceito de serviço postal. Veja-se a ementa do julgado:

ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. EMPRESA PÚBLICA DE CORREIOS E TELEGRÁFOS. PRIVILÉGIO DE ENTREGA

Supremo Tribunal Federal

02/03/2018 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.074.150 PARANÁ

V O T O

O SENHOR MINISTRO ALEXANDREDE MORAES (RELATOR):

Eis a decisão ora agravada:

“Trata-se de recurso extraordinário interposto em face de acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que negou provimento à apelação interposta pela ora recorrente, em decisão assim ementada (e-STJ, fl. 341, Vol. 2):

APELAÇÃO. ECT. MONOPÓLIO ESTATAL. SERVIÇO POSTAL. A coleta e/ou distribuição de pequenos volumes (materiais e/ou documentos) exclusivamente no âmbito interno das unidades da ELETROSUL CENTRAIS ELÉTRICAS S/A e empresas que lhe prestam serviços (terceirizados), sem qualquer caráter comercial não importa violação ao monopólio da ECT. No apelo extremo, interposto com amparo no art. 102, III, da Constituição Federal, a recorrente sustenta, em síntese, que o julgado ofendeu o art. 21, X, da Constituição Federal.

É o relatório. Decido.

No julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 46, esta Corte decidiu que o serviço postal de entrega de cartas deve ser prestado, com exclusividade, pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ECT, pois constitui monopólio estatal. Todavia, sublinhou que as encomendas e impressos não se enquadram no conceito de serviço postal. Veja-se a ementa do julgado:

ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. EMPRESA PÚBLICA DE CORREIOS E TELEGRÁFOS. PRIVILÉGIO DE ENTREGA

(5)

Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES

RE 1074150 AGR / PR

DE CORRESPONDÊNCIAS. SERVIÇO POSTAL. CONTROVÉRSIA REFERENTE À LEI FEDERAL 6.538, DE 22 DE JUNHO DE 1978. ATO NORMATIVO QUE REGULA DIREITOS E OBRIGAÇÕES CONCERNENTES AO SERVIÇO POSTAL. PREVISÃO DE SANÇÕES NAS HIPÓTESES DE VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO POSTAL.

COMPATIBILIDADE COM O SISTEMA

CONSTITUCIONAL VIGENTE. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO DISPOSTO NOS ARTIGOS 1º, INCISO IV; 5º, INCISO XIII, 170, CAPUT, INCISO IV E PARÁGRAFO ÚNICO, E 173 DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA LIVRE CONCORRÊNCIA E LIVRE INICIATIVA. NÃO-CARACTERIZAÇÃO. ARGUIÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO CONFERIDA AO ARTIGO 42 DA LEI N. 6.538, QUE ESTABELECE SANÇÃO, SE CONFIGURADA A VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO POSTAL DA UNIÃO. APLICAÇÃO ÀS ATIVIDADES POSTAIS DESCRITAS NO ARTIGO 9º, DA LEI. 1. O serviço postal --- conjunto de atividades que torna possível o envio de correspondência, ou objeto postal, de um remetente para endereço final e determinado --- não consubstancia atividade econômica em sentido estrito. Serviço postal é serviço público. 2. A atividade econômica em sentido amplo é gênero que compreende duas espécies, o serviço público e a atividade econômica em sentido estrito. Monopólio é de atividade econômica em sentido estrito, empreendida por agentes econômicos privados. A exclusividade da prestação dos serviços públicos é expressão de uma situação de privilégio. Monopólio e privilégio são distintos entre si; não se os deve confundir no âmbito da linguagem jurídica, qual ocorre no vocabulário vulgar. 3. A Constituição do Brasil confere à União, em caráter exclusivo, a exploração do serviço postal e o correio aéreo nacional [artigo 20, inciso 2

Supremo Tribunal Federal

RE 1074150 AGR / PR

DE CORRESPONDÊNCIAS. SERVIÇO POSTAL. CONTROVÉRSIA REFERENTE À LEI FEDERAL 6.538, DE 22 DE JUNHO DE 1978. ATO NORMATIVO QUE REGULA DIREITOS E OBRIGAÇÕES CONCERNENTES AO SERVIÇO POSTAL. PREVISÃO DE SANÇÕES NAS HIPÓTESES DE VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO POSTAL.

COMPATIBILIDADE COM O SISTEMA

CONSTITUCIONAL VIGENTE. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO DISPOSTO NOS ARTIGOS 1º, INCISO IV; 5º, INCISO XIII, 170, CAPUT, INCISO IV E PARÁGRAFO ÚNICO, E 173 DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA LIVRE CONCORRÊNCIA E LIVRE INICIATIVA. NÃO-CARACTERIZAÇÃO. ARGUIÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO CONFERIDA AO ARTIGO 42 DA LEI N. 6.538, QUE ESTABELECE SANÇÃO, SE CONFIGURADA A VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO POSTAL DA UNIÃO. APLICAÇÃO ÀS ATIVIDADES POSTAIS DESCRITAS NO ARTIGO 9º, DA LEI. 1. O serviço postal --- conjunto de atividades que torna possível o envio de correspondência, ou objeto postal, de um remetente para endereço final e determinado --- não consubstancia atividade econômica em sentido estrito. Serviço postal é serviço público. 2. A atividade econômica em sentido amplo é gênero que compreende duas espécies, o serviço público e a atividade econômica em sentido estrito. Monopólio é de atividade econômica em sentido estrito, empreendida por agentes econômicos privados. A exclusividade da prestação dos serviços públicos é expressão de uma situação de privilégio. Monopólio e privilégio são distintos entre si; não se os deve confundir no âmbito da linguagem jurídica, qual ocorre no vocabulário vulgar. 3. A Constituição do Brasil confere à União, em caráter exclusivo, a exploração do serviço postal e o correio aéreo nacional [artigo 20, inciso 2

(6)

Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES

RE 1074150 AGR / PR

X]. 4. O serviço postal é prestado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, empresa pública, entidade da Administração Indireta da União, criada pelo decreto-lei n. 509, de 10 de março de 1.969. 5. É imprescindível distinguirmos o regime de privilégio, que diz com a prestação dos serviços públicos, do regime de monopólio sob o qual, algumas vezes, a exploração de atividade econômica em sentido estrito é empreendida pelo Estado. 6. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos deve atuar em regime de exclusividade na prestação dos serviços que lhe incumbem em situação de privilégio, o privilégio postal. 7. Os regimes jurídicos sob os quais em regra são prestados os serviços públicos importam em que essa atividade seja desenvolvida sob privilégio, inclusive, em regra, o da exclusividade. 8. Argüição de descumprimento de preceito fundamental julgada improcedente por maioria. O Tribunal deu interpretação conforme à Constituição ao artigo 42 da Lei n. 6.538 para restringir a sua aplicação às atividades postais descritas no artigo 9º desse ato normativo. (ADPF 46, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel p/ Acórdão Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, DJe de 26/2/2010)

No caso em análise, o Tribunal de origem manteve a sentença que julgara inexistente a alegada violação ao monopólio postal da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ECT, ao argumento de que a coleta ou a distribuição de pequenos volumes no âmbito interno das unidades da recorrida e das empresas que lhe prestam serviço, sem intuito comercial, não importa em ofensa à exclusividade do serviço postal da ECT.

No apelo extremo, sustenta-se que, embora haja controvérsia quanto ao enquadramento do transporte de pequenos volumes nos serviços monopolizados pela ECT, o transporte de documentos está inserido no conceito de carta, e, por tal razão, a entrega de tais objetos constitui monopólio 3

Supremo Tribunal Federal

RE 1074150 AGR / PR

X]. 4. O serviço postal é prestado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, empresa pública, entidade da Administração Indireta da União, criada pelo decreto-lei n. 509, de 10 de março de 1.969. 5. É imprescindível distinguirmos o regime de privilégio, que diz com a prestação dos serviços públicos, do regime de monopólio sob o qual, algumas vezes, a exploração de atividade econômica em sentido estrito é empreendida pelo Estado. 6. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos deve atuar em regime de exclusividade na prestação dos serviços que lhe incumbem em situação de privilégio, o privilégio postal. 7. Os regimes jurídicos sob os quais em regra são prestados os serviços públicos importam em que essa atividade seja desenvolvida sob privilégio, inclusive, em regra, o da exclusividade. 8. Argüição de descumprimento de preceito fundamental julgada improcedente por maioria. O Tribunal deu interpretação conforme à Constituição ao artigo 42 da Lei n. 6.538 para restringir a sua aplicação às atividades postais descritas no artigo 9º desse ato normativo. (ADPF 46, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel p/ Acórdão Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, DJe de 26/2/2010)

No caso em análise, o Tribunal de origem manteve a sentença que julgara inexistente a alegada violação ao monopólio postal da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ECT, ao argumento de que a coleta ou a distribuição de pequenos volumes no âmbito interno das unidades da recorrida e das empresas que lhe prestam serviço, sem intuito comercial, não importa em ofensa à exclusividade do serviço postal da ECT.

No apelo extremo, sustenta-se que, embora haja controvérsia quanto ao enquadramento do transporte de pequenos volumes nos serviços monopolizados pela ECT, o transporte de documentos está inserido no conceito de carta, e, por tal razão, a entrega de tais objetos constitui monopólio 3

(7)

Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES

RE 1074150 AGR / PR

postal exercido pela ECT.

Efetivamente, a análise da abrangência do conceito legal de carta ou correspondência requer o reexame das normas insertas na Lei 6.538/1978, matéria de cunho infraconstitucional, de forma que as ofensas à Constituição indicadas no recurso extraordinário são meramente indiretas (ou mediatas), o que inviabiliza o conhecimento do referido apelo.

Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO.

Fixam-se honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado nas instâncias ordinárias (CPC/2015, art. 85, § 11). “

Não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os óbices apontados.

Com efeito, embora as controvérsias atinentes à abrangência do regime de privilégio constitucional da ECT situem-se, em regra, no âmbito constitucional, esta não é a hipótese dos autos.

É que, para dissentir das conclusões da Corte de origem, seria necessário examinar a amplitude do conceito de carta, definido pelo art. 47 da Lei 6.538/78, com o intuito de aferir se os objetos descritos pelo Edital do Pregão Eletrônico realizado pela recorrida nele se inserem.

Essa discussão situa-se na esfera infraconstitucional.

Registre-se não haver disputa nos autos sobre a interpretação conforme dada por esta CORTE, nos termos da ADPF 46, ao art. 42 da Lei 6.538/78, para restringir a sua aplicação às atividades postais descritas no art. 9º do mesmo diploma normativo.

O que de fato se discute nos autos, como colocado pelo próprio recurso extraordinário, é exatamente a amplitude do conceito legal de carta, aplicado ao caso concreto.

Eventuais manifestações de alguns dos julgadores da ADPF 46 acerca dessa definição consistem em simples obter dictum.

Por todos esses motivos, conclui-se que o acolhimento do recurso 4

Supremo Tribunal Federal

RE 1074150 AGR / PR

postal exercido pela ECT.

Efetivamente, a análise da abrangência do conceito legal de carta ou correspondência requer o reexame das normas insertas na Lei 6.538/1978, matéria de cunho infraconstitucional, de forma que as ofensas à Constituição indicadas no recurso extraordinário são meramente indiretas (ou mediatas), o que inviabiliza o conhecimento do referido apelo.

Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO.

Fixam-se honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado nas instâncias ordinárias (CPC/2015, art. 85, § 11). “

Não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo interno não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os óbices apontados.

Com efeito, embora as controvérsias atinentes à abrangência do regime de privilégio constitucional da ECT situem-se, em regra, no âmbito constitucional, esta não é a hipótese dos autos.

É que, para dissentir das conclusões da Corte de origem, seria necessário examinar a amplitude do conceito de carta, definido pelo art. 47 da Lei 6.538/78, com o intuito de aferir se os objetos descritos pelo Edital do Pregão Eletrônico realizado pela recorrida nele se inserem.

Essa discussão situa-se na esfera infraconstitucional.

Registre-se não haver disputa nos autos sobre a interpretação conforme dada por esta CORTE, nos termos da ADPF 46, ao art. 42 da Lei 6.538/78, para restringir a sua aplicação às atividades postais descritas no art. 9º do mesmo diploma normativo.

O que de fato se discute nos autos, como colocado pelo próprio recurso extraordinário, é exatamente a amplitude do conceito legal de carta, aplicado ao caso concreto.

Eventuais manifestações de alguns dos julgadores da ADPF 46 acerca dessa definição consistem em simples obter dictum.

Por todos esses motivos, conclui-se que o acolhimento do recurso 4

(8)

Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES

RE 1074150 AGR / PR

passa, necessariamente, pela revisão das provas e pela análise de cláusulas editalícias. Incidem, portanto, os óbices da Súmula 279 e 454 desta CORTE.

Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Fixam-se honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (CPC/2015, art. 85, § 11).

É o voto.

5

Supremo Tribunal Federal

RE 1074150 AGR / PR

passa, necessariamente, pela revisão das provas e pela análise de cláusulas editalícias. Incidem, portanto, os óbices da Súmula 279 e 454 desta CORTE.

Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Fixam-se honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (CPC/2015, art. 85, § 11).

É o voto.

5

(9)

Extrato de Ata - 02/03/2018

PRIMEIRA TURMA

EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.074.150

PROCED. : PARANÁ

RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES

AGTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS

ADV.(A/S) : MARINA RODRIGUES DA CUNHA BARRETO VIANNA (27722/DF) E OUTRO(A/S)

AGDO.(A/S) : ELETROSUL CENTRAIS ELETRICAS S/A

ADV.(A/S) : LEANDRO CORREA SOARES (27737/PR, 23529/SC)

Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo

interno e fixou honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (CPC/2015, art. 85, § 11), nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 23.2.2018 a 1.3.2018.

Composição: Ministros Alexandre de Moraes (Presidente), Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.

Carmen Lilian Oliveira de Souza Secretária da Primeira Turma

Supremo Tribunal Federal

PRIMEIRA TURMA

EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.074.150

PROCED. : PARANÁ

RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES

AGTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS

ADV.(A/S) : MARINA RODRIGUES DA CUNHA BARRETO VIANNA (27722/DF) E OUTRO(A/S)

AGDO.(A/S) : ELETROSUL CENTRAIS ELETRICAS S/A

ADV.(A/S) : LEANDRO CORREA SOARES (27737/PR, 23529/SC)

Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo

interno e fixou honorários advocatícios adicionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão anterior (CPC/2015, art. 85, § 11), nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 23.2.2018 a 1.3.2018.

Composição: Ministros Alexandre de Moraes (Presidente), Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.

Carmen Lilian Oliveira de Souza Secretária da Primeira Turma

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