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ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL E DIREITO

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ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL E DIREITO

Bibliografia

SABADELL, Ana Lucia. Manual de

Sociologia Jurídica, 3ªedição,São Paulo: Ed. RT,2005

(2)

Todos os sociólogos concordam

que em nossa sociedade há

uma evidente desigualdade

social.

Os indivíduos são distribuídos

em diferentes grupos (camadas

ou estratos sociais) que

apresentam uma relativa

estabilidade e ocupam posições

diferentes na hierarquia social.

Esta hierarquia influi sobre o

modo de vida, as escolhas

políticas, a mentalidade, o

(3)
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1% da população mundial concentra metade de toda a riqueza do planeta

1% da população mundial, aqueles que têm um patrimônio avaliado em 760.000 dólares (2,96

milhões de reais), possuem tanto dinheiro líquido e investido quanto o 99% restante da população

mundial

Essa enorme disparidade entre privilegiados e o resto da humanidade, longe de diminuir, continua aumentando desde o início da Grande Recessão de 2008

. A estatística do Credit Suisse, uma das mais confiáveis, deixa somente uma leitura possível: os ricos sairão da crise sendo mais ricos, tanto em termos absolutos como relativos, e os

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Thomas Piketty

escreveu um livro chamado O Capital do

século XXI que causou uma tremenda comoção. Ele defende

a taxação progressiva e a tributação da riqueza global como

único caminho para deter a tendência à criação de uma forma

“patrimonial” de capitalismo, marcada pelo que chama de uma

desigualdade “apavorante” de riqueza e renda. Também

documenta com detalhes excruciantes, e difíceis de rebater,

como a desigualdade social de ambos, riqueza e renda,

evoluíram nos últimos dois séculos, com ênfase particular no

papel da riqueza.

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/518717-Veja o texto de David Harvey comparando O Capital de Karl Marx com O Capital do século XXI de Thomas Pikerty

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https://www.oxfam.org.br/sites/default/ files/arquivos/Relatorio_A_distancia_qu e_nos_une.pdf

Quem recebe um salário

mínimo terá que trabalhar 19 anos para equiparar um mês de renda média do 0,1% mais rico da população. Estudo

também revela que, no Brasil, os 5% mais ricos detêm

mesma fatia de renda que outros 95%. Mulheres

ganharão como homens só em 2047, e os negros como os brancos em 2089.

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Desigualdade: 10% concentram 52% da renda no país BRASIL Os 20% mais pobres respondem por 3,9% do total da renda do país. Os 20% mais ricos detêm 64,2% da renda

(9)

No Brasil, os seis maiores bilionários têm a mesma riqueza e patrimônio que os 100 milhões de brasileiros mais pobres

(10)

As áreas urbanas onde vivem as famílias pobres, geralmente, são desprovidas de escolas, postos de saúde, policiamento e demais infraestruturas.

(11)

A média brasileira de anos de estudo é de 7,8 anos, abaixo das médias latino-americanas, como as do Chile e Argentina (9,9 anos), Costa Rica (8,7 anos)

e México (8,6 anos). É ainda mais distante da média de países desenvolvidos", indica o estudo, complementando que apenas 34,6% dos jovens de 18 a 24 anos estão

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Os números são muito fortes: 80% das pessoas negras ganham até dois salários mínimos, e estamos falando de 50% da população brasileira

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Dados mais recentes dão conta de que, em Cidade Tiradentes, bairro de periferia de São Paulo, a idade média ao morrer é de 54 anos, 25 a menos do que no distrito

de Pinheiros, onde ela é de 79 anos. Trata-se de um dado que resume como

as desigualdades se manifestam de diversas formas, sempre a um preço muito alto para a base da pirâmide social no Brasil".

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No Brasil, 45% da população ainda não têm acesso a serviço adequado de esgoto. O dado consta no Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Ministério das Cidades.

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mostra a existência de classes

sociais na sociedade moderna,

utilizando o termo “estratificação

social”.

O Direito ignora as classes sociais.

SOCIOLOGIA

DIREITO

Não encontramos uma norma legal que puna somente os desempregados, nem uma norma de direito civil que permita somente à classe media casar-se..

O direito é “neutro”: considera todos os indivíduos livres e iguais

(16)

Teorias

sociológicas

marxista

weberiana

utiliza o critério econômico de forma qualitativa (posse ou não dos meios de produção)

realiza um uso quantitativo (o nível de renda mede a diferença de classe).

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Teoria Marxista

As classes sociais resultam do lugar que os indivíduos ocupam no modo de produção predominante em cada sociedade.

Em cada modo de produção encontram-se duas classes

principais: os proprietários dos meios de produção e os não proprietários.

No capitalismo há indivíduos que são proprietários dos meios de produção e do produto final (capitalistas) e há indivíduos que detêm somente a força de trabalho (operários).

Cada modo de produção caracteriza-se por relações diferentes entre os membros da sociedade e influi sobre a formação e a atuação das classes sociais.

Aqueles que possuem os meios de produção (os capitalistas) não só compram a força de trabalho dos operários e os

exploram, mas também influenciam o exercício do poder político. Aqueles que não possuem os meios de produção (os operários) são submetidos à exploração e à dominação.

Outras classes (como a pequena burguesia) podem existir, mas seguem, dependendo da situação, a orientação e os interesses de uma das classes principais.

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Teoria

Weberiana

É importante especificar a localização do individuo na estratificação social, segundo

critérios múltiplos, pois existem uma multidão de “estamentos” ou “grupos de status”.

Os grupos sociais se diferenciam em função de características como: graus de educação, nível de renda, tipo de profissão, religião, espaço de moradia ( rural ou urbano), comportamento, prestigio e mentalidade.

Os dois principais critérios de definição dos

diferentes grupos de status são, segundo Weber, as oportunidades de vida (acesso a bens e serviços, possibilidades de consumo) e o estilo de vida (comportamento, valores sociais e religiosos, aspirações).

Prevalece porem, o critério da renda dos

indivíduos, já que critérios como a profissão, o nível educacional e o prestigio social são

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marxistas

weberianos

utilizam o critério econômico de forma qualitativa ( posse ou não dos meios de produção)

falam em “Classe operaria”,“trabalhadores”, “proletários”.

realizam um uso quantitativo ( o nível de renda mede a diferença de classe.).

falam em “classe media alta”, “classe media baixa”.

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definição

subjetiva-politica da classe.

definição objetiva

econômica da classe

Proletário é aquele que é consciente e que atua em sindicatos

membros da classe operaria que são conscientes de sua posição de classe e lutam contra a exploração

“proletário” todo aquele que vende sua força de trabalho

Ser proletário independe do que o individuo pensa e de como ele age

Critério subjetivo para definir a posição do individuo na

sociedade

critério objetivo para definir a posição do individuo na sociedade

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3. Considerações atuais

A desigualdade social não

depende só da posição da

pessoa no processo de

produção econômica

(profissão, acesso aos

meios de produção), mas

também de quatro

características da pessoa:

gênero idade situação de saúde origem étnica.

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Os estudos estatísticos

mostram que, nas

sociedades modernas, o

acesso aos recursos

econômicos e ao prestigio

social é muito menor para

as mulheres, os idosos, os

portadores de deficiência,

os imigrantes e, nos paises

multirraciais, para os

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Gênero e Origem

Racial

preconceitos sociais,

machismo e racismo.

marginalização dos

idosos e dos portadores

de deficiência

estrutura do capitalismo, regime

individualista e concorrencial

que menospreza as pessoas que

têm menor capacidade de

trabalhar e necessitam de

cuidados particulares.

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Estratificação

fechada

o individuo não pode mudar a sua

posição, porque há limites sociais e

legais praticamente insuperáveis.

É o caso das sociedades divididas em castas

ou estamentos (sociedades antigas e

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CASTAS

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Estratificação aberta

A sociedade aberta é a sociedade capitalista que é uma sociedade de classes nas quais há mobilidade social, ou seja a freqüente mudança de status social dos

indivíduos.

Esta mobilidade pode ser vertical ou horizontal, dentro do

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A distribuição de renda no Brasil é pior do que se imaginava. Um

estudo elaborado pela Tendências Consultoria Integrada mostrou que a classe A – famílias com rendimento superior a R$ 14.695 – detém uma fatia ainda maior da massa de renda nacional.

(34)

A posição de classe não é, no sistema capitalista, necessariamente hereditária, como acontecia em outras épocas. As estatísticas indicam porem, que a

localização do individuo na estrutura social é, na maioria dos casos, determinada pela posição social da família.

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Para justificar a desigualdade social, os desfavorecidos são estigmatizados de “preguiçosos”.

A IDEOLOGIA DOMINANTE JUSTIFICA A SITUAÇÃO

As classes sociais são abertas e cada pessoa sobe ou desce na

hierarquia social, segundo seu valor e dedicação ao trabalho, ou seja, segundo seu mérito pessoal

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A questão da classe media http://youtu.be/lbGXXUdPINE https://youtu.be/KrN_Lee08ow https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/3 80631372060746/ Veja em TEXTOS

Por que a classe média é reacionária

Debate sobre uma nova classe média no Brasil

Desigualdade social brasileira

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II – AS CLASSES SOCIAIS NA PERSPECTIVA DA SOCIOLOGIA JURÍDICA

Questões da Sociologia do Direito:

1. Por que o direito moderno não leva

em consideração as classes sociais

existentes?

2. Como incidem os interesses de cada

classe para a formação do sistema

jurídico?

3. Qual a influência da classe social para

a aplicação do direito?

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1. Direito Moderno e “neutralidade de classe” c

Capitalismo

caráter formalmente aberto das

classes sociais . Todos são livres e iguais

Idade Media

Não existe obstáculos legais à ascensão social.

no âmbito do direito penal, o tratamento dispensado ao delinqüente não dependia tanto do delito como de sua posição social. O crime podia ser o mesmo, mas a pena variava de acordo com a posição social de quem o cometia

Ordenações Filipinas, 1603. O crime

variava de acordo com a posição social de quem o cometia

Caso de blasfêmia: diferentes penas para o nobre, o cavaleiro e a pessoa popular.

Há sanções para quem discrimina uma pessoa em função da classe social,cor, profissão,

gênero, etc.

Direito iguais para todos

Um direito diferente para cada estamento

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O direito “segue” a estrutura do modo de produção

capitalista.

No capitalismo é predominante a troca de mercadorias e

serviços mediante o livre acordo

A atividade econômica baseia-se na livre concorrência e o trabalho assalariado pressupõe um contrato entre empregado e

empregador

O direito nada mas faz do que garantir as condições jurídicas para o desenvolvimento do sistema capitalista

Um direito de tipo feudal careceria hoje de legitimidade e eficácia

O direito é, pois, um elemento externo em relação às classes sociais.

O sistema jurídico não define as classes nem impõe a reprodução da estratificação social

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2. Interesses de classe e formação

do

sistema jurídico

1 . O direito não é totalmente neutro em relação às classes sociais

2. Encontramos no direito desenvolvido nos séculos XIX e XX uma serie de disposições que discriminavam os mais pobres, criando

obstáculos jurídicos à sua ascensão. Ex. privação dos direitos políticos dos analfabetos que permaneceu no Brasil até 1980.

3. A força política das classes dominantes consegue, indiretamente, controlar o legislativo, a não ser quando há pressão das classes populares para a abolição de normas discriminatórias.

(42)

4. Há uma outra forma de

discriminação das classes

inferiores:

a aplicação do

principio de

negligência,

quando há em

nível constitucional os

princípios de liberdade e de

igualdade, mas não há

preocupação em garantir a

satisfação das necessidades

da população desfavorecida.

Exemplos: acesso *

concreto aos bens

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5. Um sistema jurídico “neutro”

corresponde sempre aos interesses dos mais fortes porque trata de

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6. Nos últimos anos, as normas jurídicas têm reconhecido as necessidades especificas das classes populares, criando instituições para sua proteção

graças a um tratamento diferencial. A Constituição de 88 estabelece

como objetivo político-juridico a erradicação da pobreza e da

marginalização.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem

preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimina

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7. A criação paulatina do Direito do Trabalho no século XX, como um ramo especial do direito, significa que o legislador reconhece a

fraqueza social dos trabalhadores assalariados e tenta protege-los.

(47)

Relação do direito com a configuração da ordem social e econômica, descrita no ordenamento jurídico. Não é permitido um direito que garantisse o principio socialista: “cada um deve contribuir segundo as suas capacidades e receber segundo suas

necessidades”.

8. Formas de

influência das classes dominantes sobre a legislação

o direito moderno protege os interesses dos mais fortes através da proteção da propriedade

privada. A proteção jurídica da propriedade

privada garante a perpetuação da desigualdade social.

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3. Classes sociais e a aplicação do direito

1. A aplicação do direito está relacionada com a posição dos indivíduos na estrutura social, especificada por meio de critérios como a renda mensal, a profissão e o nível educacional.

2. duas situações diferentes

1. Acesso ao sistema jurídico

Vastas camadas da população não têm acesso efetivo à

proteção judiciária. De um lado, não podem defender seus

interesses por falta de recursos e, por outro lado, a população carente constitui a principal

“clientela” do sistema de justiça penal. Há, portanto uma

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2.Tratamento pelo sistema jurídico

A atuação das autoridades do Estado, encarregadas da tutela e dos interesses e do controle social, favorece, em geral, membros das classes superiores, por

razões que podem ir da corrupção passiva até fatores inconscientes, como os

preconceitos.

O resultado é uma dupla seletividade. As camadas mais pobres são consideradas como “perigosas” e “criminosas” e, em caso

de conflitos, as autoridades do Estado tentam proteger a parte socialmente mais

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3. Há uma lei na

Sociologia do Direito:

o

direito depende

diretamente do status

social.

4. A desigualdade na aplicação do direito,

dado incontestável nas pesquisas, indica

a importância da sociologia jurídica que

nos permite criticar alguns mitos do

sistema jurídico moderno e

principalmente de sua imparcialidade.

Quando a aplicação do direito torna-se uma variável dependente da classe social há sempre discriminação na aplicação do direito a favor das classes socialmente privilegiadas.

Veja no site em TEXTOS/SOCIOLOGIA DO DIREITO

Referências

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