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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO.

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Academic year: 2021

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO.

Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio

AULA 12 – 19/04/17 – IMUNIDADES E ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS

IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

É um benefício fiscal e tem uma característica de irrevogabilidade. Existem as isenções, as alíquotas zero e a não incidência tributária.

DECRETO LEI 195/67 ART. 2º. Será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de valorização de imóveis de propriedade privada, em virtude de qualquer das seguintes obras públicas: Trata-se da não incidência, para os imóveis públicos, mas não significa que é imune e sim porque não há incidência tributária.

Em regra, a imunidade dos entes públicos é para os IMPOSTOS, porém, os demais tributos podem vir a pagar.

IMUNIDADE NA TRIBUTAÇÃO INDIRETA

É quando estamos diante de uma relação de consumo e nesta relação o preço pago pelo produto/mercadoria, vem carregada de impostos, por exemplo, quando você compra uma TV tem o IPI, ICMS, etc. desta forma, toda relação de consumo afeta a tributação indireta.

SUM 591 STF – A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre produtos industrializados.

Só é imune quem pratica o FG.

Exemplo: uma entidade de assistência de social que realiza a importação de um produto industrializado, e se esse produto for aplicado para sua finalidade, será imune ao IPI na Importação – art. 150, VI, c, CF.

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Está sumula refere-se ao contribuinte de fato, ou seja, o consumidor, pois, o consumidor não tem legitimidade, pois, de acordo com o art. 165 CTN, somente o sujeito passivo pode restituir o in débito.

Art. 165 CTN. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:

SUM 546 STF – Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo.

Se o contribuinte de direito não repassou o encargo para o contribuinte de fato aí ele pode repetir, caso ele tenha repassado o encargo para o consumidor final, aí precisa de uma autorização expressa do contribuinte de fato – art. 166 CTN.

Art. 166 CTN. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.

A aplicação do sujeito passivo não se aplica apenas para os tributos indiretos, por exemplo, nos casos de repetir o in débito de IPTU, somente o proprietário de um imóvel tem legitimidade para repetir o in débito.

JURISPRUDÊNCIA...

DIREITO TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IPTU. LEGITIMIDADE ATIVA.

Apenas o proprietário do imóvel tem legitimidade ativa para propor ação de repetição de indébito de IPTU. A relação tributária estabelecida entre a Fazenda e o proprietário do imóvel (art. 34 do CTN) prevalece sobre qualquer estipulação contratual que determine que terceiro arcará com o pagamento de IPTU, pois a referida avença não é oponível à Fazenda. Segundo o art. 123 do CTN, convenções particulares relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos não modificam a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Precedente citado: AgRg no Resp 836.089-SP, DJe 26/4/2011. AgRg no AgRg no AREsp 143.631-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 4/10/2012.

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GENÉRICA: abrangem todos os impostos. Art. 150, VI CF – Imunidade sobre impostos

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios

VI - Instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto;

a) Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros: IR, IPTU, ISS, porém, não é um rol taxativo e sim exemplificativo.

Os entes públicos têm imunidade recíproca entre si, referente aos impostos, para preservar a harmonia entre os entes, devido ao pacto federativo – art. 60 paraf 4º CF. Art.150 paraf 2º CF: a imunidade se estende as autarquias e as fundações públicas, desde que cumpram sua finalidade.

Art. 150 § 2º CF. A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Art. 150 § 3º CF. As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

Pacto Federativo entre os entes públicos

Art. 60 § 4º CF. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - A forma federativa de Estado

Atenção: art. 173 § 2º CF – empresas públicas e as sociedades de economia mista não têm direito à imunidade, pois, essas empresas visam lucros como uma empresa privada. Porém, o correio, por exemplo, é uma empresa pública federal, mas não existe concorrência, desta forma, o correio pode gozar da imunidade dos impostos.

Imunidades

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Art.173 § 2º CF. As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

Art. 21 CF. Compete à União:

X - Manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

E.C.T – Art. 21, X CF – o correio pode gozar da imunidade dos impostos, pois, não tem concorrência.

A CAERD passou a ter imunidade de impostos, devido ser a única companhia de tratamento de água na região.

A INFRAERO, é uma empresa pública que administra aeroportos no Brasil. Para manter o seu monopólio ela obrigava a empresa concorrente a ser sua sócia, para se privilegiar da imunidade dos impostos. Em março ocorreu a primeira privatização da administração de 04 aeroportos no Brasil sem a participação da INFRAERO, com isso, é possível que a INFRAERO venha perder está imunidade, pois, agora existe uma concorrência.

CASA DA MOEDA – Tem imunidade, pois, não tem concorrência. CASO...

A empresa Souza Cruz Ltda exploradora de atividades privadas na área de leilão, ocupa um terreno de propriedade da União cedido em contrato de concessão no Estado de São Paulo. Recentemente recebeu carnê do IPTU para pagamento do imposto, e sendo reconhecida a imunidade recíproca impugna administrativamente dentro do prazo previsto.

A decisão irreformável em âmbito administrativo entendeu a não aplicação do pleito constitucional em razão da Sumula 399 do STJ.

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“A imunidade recíproca não se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese, é constitucional a cobrança de IPTU pelo município”. (RE 594015 e 601720) ”.

O STF entendeu no RE 594015 e 601720 que a imunidade recíproca não se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público.

b) Templos de qualquer culto: todo patrimônio da igreja é imune, desde que este patrimônio atenda a finalidade religiosa – art. 150 paraf. 4º CF., essa exigência ocorre para preservar a condição da atividade religiosa.

SUM 724 STF – SV 52

Art. 150 § 4º CF. As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas

SUM 724 STF Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

JURISPRUDENCIA...

EXECUÇÃO.CULTO RELIGIOSO. AUSÊNCIA DE BENS QUE GARANTAM A EXECUÇÃO. PENHORA DA RECEITA DIÁRIA. EXCEPCIONAL. POSSIBILIDADE. As doações dos seguidores e simpatizantes do culto religioso constituem em receita da pessoa jurídica e esta deve suportar as suas obrigações, dentre elas o crédito da agravante. Ante a ausência de bens que garantam a execução, excepcionalmente, lícito é que a sua receita diária seja penhorada, em percentual que não a inviabilize, até a satisfação do crédito da exequente, procedendo-se na forma prevista no artigo 678, parágrafo único, do CPC, nomeando-se administrador para a sua efetivação. Recurso não conhecido. (Resp 692.972/SP, 5ªT, rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, j. 16-12-2004);

Atenção: A execução pode acontecer, mas não pode ter a intenção de encerrar a atividade religiosa.

Terreno particular que não está pagando os impostos, e uma igreja compra o terreno com débitos de IPTU de 2015 e 2016. A compra foi efetuada em 2017 com uma declaração abrindo mão da certidão de débitos. Após a compra a igreja recebeu notificação da inscrição da dívida ativa para pagar os tributos de 2015 e 2016. A igreja tem que pagar?

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Art. 130 CTN – Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

O adquirente responde por dívidas tributárias, exceto, se apresentar prova de quitação. Art. 134 CTN – responsabilidade de terceiros tb podem recair sobre eles, por isso o cartório exigiu que a igreja assinasse uma declaração.

Estamos diante de uma responsabilidade, e de acordo com o art. 130 CTN a igreja terá que pagar os tributos em atrasado.

JURISPRUDENCIA...

TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. JUÍZO DE RETRATAÇÃO. ART. 543-B, § 3º, DO CPC. IPTU. RFFSA. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. SUCESSÃO PELA UNIÃO. NULIDADE DA CDA. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE nº 599.176/PR, Tema nº 224, firmou entendimento no sentido de que "a União não pode se livrar da responsabilidade tributária simplesmente indicando que o tributo era devido por sociedade de economia mista (no caso, RFFSA), ou sugerindo a aplicação de regra constitucional que protege a autonomia política de entes federados, e não de empresas públicas, nem de sociedades de economia mista". 2. Na qualidade de sucessora da sociedade de economia mista (RFFSA), a União Federal se tornou responsável tributária pelos créditos inadimplidos, nos termos do art. 130 e seguintes do Código Tributário Nacional. A imunidade tributária recíproca não afasta a responsabilidade tributária por sucessão na hipótese em que o sujeito passivo era contribuinte regular do tributo devido. AC 013910 PR 2008.70.00.013910-6 - D.E. 23/07/2015

O mesmo entendimento é aplicado para o caso da igreja, mesmo sendo imune, ela assumiu a dívida de um particular que na época era um contribuinte comum.

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão:

SUM 657 STF. A imunidade prevista no art. 150, VI, "d", da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

CASO...

A Livraria Cultura, decidi realizar a importação da China de um tablete do formato “Kindle”, utilizado exclusivamente para a leitura de livros digitais. Acredita que pela imunidade prescrita na Constituição Federal no artigo 150, VI, “d”, CF não deve pagar o referido imposto. Ao atracar o navio no porto de Santos, o mesmo é apreendido pela Receita Federal com o argumento que o mesmo não é considerado Livro para fins de imunidade, conforme a Lei 10.753/03, em seu artigo 2º.

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NOTICIA STF

JURISPRUDENCIA...

Os ministros negaram provimento aos Recursos Extraordinários (REs) 330817 e 595676, julgados em conjunto na sessão desta quarta-feira (8). Para o colegiado, a imunidade tributária a livros, jornais, periódicos e ao papel destinado a sua impressão deve abranger os livros eletrônicos, os suportes exclusivos para leitura e armazenamento, além de componentes eletrônicos que acompanhem material didático.

No RE 330817, com repercussão geral reconhecida, o argumento de que a vontade do legislador histórico foi restringir a imunidade ao livro editado em papel não se sustenta. O vocábulo “papel” constante da norma não se refere somente ao método impresso de produção de livros, afirmou. “O suporte das publicações é apenas o continente, o corpus mechanicum que abrange o seu conteúdo, o corpus misticum das obras. Não sendo ele o essencial ou, de um olhar teleológico, o condicionante para o gozo da imunidade”, explicou.

O Plenário aprovou, também por unanimidade, duas teses de repercussão geral para o julgamento dos recursos. O texto aprovado no julgamento do RE 330817 foi: A imunidade tributária constante do artigo 150, VI, “d”, da Constituição Federal, aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. Para o RE 595676 os ministros assinalaram que “a imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal alcança componentes eletrônicos destinados exclusivamente a integrar unidades didáticas com fascículos”.

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CASO...

A Gráfica Sonhos Tributários realiza a atividade de impressão a diversos jornais da cidade de Ananindeua, promovendo também a distribuição dos livros e jornais produzidos. Entende ser alcançada pela Imunidade Cultural a qual afastaria a incidência de impostos sobre as operações realizadas.

Em face disto, não realizou o pagamento de ISS referente aos serviços prestados. Recebeu a pouco, uma fiscalização da prefeitura que ao entender ser devido o recolhimento do tributo, promoveu o devido bloqueio das mercadorias envolvidas, bem como do estabelecimento. Editora ou gráfica não tem imunidade o que tem imunidade é o objeto da relação.

JURISPRUDENCIA...

As prestadoras de serviços de composição gráfica, que realizam serviços por encomendas de empresas jornalísticas ou editoras de livros, não estão abrangidas pela imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, d, CF. A imunidade cultural possui natureza objetiva, ou seja, incide sobre os próprios livros, jornais, periódicos e papel. Já os serviços de composição gráfica envolvem prestação de serviços, o que gera a não incidência, portanto, da referida imunidade. Deve portanto, recolher o ISS, por praticar a prestação de serviços conforme o Artigo 156, III da CF e LC 116/2003.

RE 434826, AgR/MG, rel. Ministro Cezar Peluzo. 19.11.2013.

SUM 323 STF – É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.

Exceto para o embaraço aduaneiro para mercadoria importada pode haver a apreensão. Art. 7º § 2º Lei 12.016/09 – Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

Se a mercadoria

é importada não pode pedir liminar em razão do embaraço aduaneiro.

Art. 150, VI:

c) Patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

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CASO...

A entidade de assistência social Viver Bem, com rigor e atenta a suas obrigações tributárias, com frequência contrata escritório de advocacia para confirmar se as práticas que operam em sua instituição estão coadunando com a legislação tributária em vigor.

A nobre casa promove o assistencialismo as adolescentes em vulnerabilidade social, além de promover a integração ao mercado de trabalho. O Presidente em exercício da “Viver Bem” promoveu um aumento nos salários dos dirigentes, atingindo valor superior aos que atualmente são pagos aos servidores do Poder Executivo Federal.

Em recente fiscalização promovida pela Receita Federal, o auditor afastou o alcance da imunidade da entidade, alegando o descumprimento dos requisitos que condicionam o alcance da benesse tributária, fundamentando na Lei 9.532/1997, artigos 12 e 14.

Seu escritório foi contratado para analisar o caso. LIÇÃO DE CASA...

A entidade tem imunidade?

Qual a tese para afastar a cobrança? Qual a ação e qual o valor dos honorários?

BONS ESTUDOS!

Referências

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