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Concluíram-se dois terços do primeiro ano da liberalização total dos preços dos combustíveis em Portugal.

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Academic year: 2021

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Av. Engº Duarte Pacheco - Amoreiras - Torre 2, 6º piso, sala 1 - 1070-102 LISBOA Telef. 213 844 065 • Fax 213 844 075 • E-mail: apetro@mail.telepac.pt

N º 2 9 - S e t e m b r o 2 0 0 4

Concluíram-se dois terços do primeiro ano da liberalização total dos preços dos combustíveis em Portugal.

Apesar da abundante informação disponibilizada sobre a crise conjuntural do mercado do petróleo – que todos os meios de comunicação conhecem e a que têm dedicado extensas análises – a verdade é que, sempre que se fala ou escreve sobre os preços em Portugal, invariavelmente, a frase inicia-se por: “Desde a liberalização dos preços ...”.

Quem, como os destinatários desta FOLHA, está familiarizado com expressões da língua inglesa que têm a virtude de, com simplicidade e clareza, caracterizar uma determinada situação, concordarão que a abordagem é “misleading”.

As variações dos preços em Portugal pouco ou nada têm a ver com a alteração do quadro legislativo que prevalecia até final de 2003.

Têm, sim, tudo a ver com o mercado internacional de petróleo – matéria prima que o país não produz e cujas necessidades são totalmente satisfeitas por importações.

Mas, mesmo que assim não fosse, não seríamos imunes ao que se passa nos mercados internacionais: O Reino Unido, por exemplo, é produtor muito importante, mas os consumidores pagam o 2º preço mais elevado da Europa.

Na Europa não há países que sejam oásis de preços: o mercado mundial estabelece naturalmente as regras que a todos dizem respeito.

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Se quisermos – mais uma vez – debruçarmo-nos sobre a situação dos preços em Portugal, para ser-mos justos e objectivos, tereser-mos que analisar o comportamento do Sector Petrolífero Português em comparação com a Comunidade Económica a que pertence, ou seja, a União Europeia.

Acreditamos que produzimos esta FOLHA para pessoas interessadas, isentas e cuja opinião – porque conta – deve ser baseada em elementos factuais e credíveis.

São, portanto, esses elementos que julgamos ser de interesse disponibilizar. • As Cotações Internacionais de Crude e Produtos

Como já referimos em FOLHAS anteriores, as cotações do crude e produtos acabados são disponibi-lizadas diariamente pela instituição de referência denominda Platts.

Os preços Platts NWE são a referência para qualquer transacção de grandes quantidades de produ-tos petrolíferos, incluíndo as transacções em Portugal – sejam entre refinadora e grandes operadores ou sejam importações de outros países.

Variação semanal do CIF NWE da Gasolina 95, Gasóleo e MID Brent 2004 490 460 430 400 370 340 310 280 250 220 190 160 130 100

CIF NWE Gasolina 95 CIF NWE Gasóleo MID Brent Semanas

usd/ton

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34

(Euros/tonelada) Gasolina Gasóleo

Semana 1 239.1 231.3

Semana 35 345.9 336.7

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• Variação Euro/USDolar

Variação semanal do Euro vs USDolar 2004 1,300 1,250 1,200 1,150 Semanas Cambio € por usd 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34

Em 2 de Janeiro de 2004, o Euro cotava-se a 1.2592 US dolares e em 31 de Agosto a 1.2111. Isto é, verificou-se uma depreciação do Euro de cerca de 4%.

• O Comportamento do Mercado Europeu (preços nas bombas com impostos)

Os gráficos seguintes ilustram os aumentos que se verificaram em todos os países da UE (15) desde Dezembro de 2003 a Agosto de 2004 Variação do PVP da Gasolina 95 Dezembro 2003 vs Agosto 2004 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 Semanas € /lt

B DK DE GR E F IRL IT LUX NL AUS P FIN SUE UK

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Variação do PVP da Gasóleo Rodoviário Dezembro 2003 vs Agosto 2004 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 Semanas € /lt

B DK DE GR E F IRL IT LUX NL AUS P FIN SUE UK

Agosto 2004 Dezembro 2003

• O Comportamento do Mercado Português versus Média da UE (sem impostos)

A Direcção Geral da Energia e Transportes da UE reporta semanalmente os preços dos combustíveis ao consumidor em todos os países da União incluindo, obviamente, Portugal, com base nas informa-ções que – também semanalmente – lhe são transmitidas pela nossa DGGE.

É, portanto, fácil comparar os preços médios dos restantes países versus os preços em Portugal (sem impostos) 0,45 0,40 0,35 0,30 025 0,20 07-07 -2003 04-08 -2003 01-09 -2003 29-09 -2003 27-10 -2003 24-11 -2003 22-12 -2003 19-01 -2004 16-02 -2004 15-03 -2004 12-04 -2004 10-05 -2004 07-06 -2004 05-07 -2004 02-08 -2004

Gasolina 95 - Variação semanal dos preços (livres de Impostos e Taxas) em Portugal vs Média EU 07-07-03 a 23-08-04

Portugal Média EU

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0,45 0,40 0,35 0,30 025 0,20 07-07 -2003 04-08 -2003 01-09 -2003 29-09 -2003 27-10 -2003 24-11 -2003 22-12 -2003 19-01 -2004 16-02 -2004 15-03 -2004 12-04 -2004 10-05 -2004 07-06 -2004 05-07 -2004 02-08 -2004

Gasóleo Rodoviário - Variação semanal dos preços (livres de Impostos e Taxas) em Portugal vs Média EU 07-07-03 a 23-08-04

Portugal Média EU

/lt

Os gráficos cobrem o período de Julho de 2003 a Agosto de 2004, para que se observe o que se passou no segundo semestre de 2003, em que o anterior enquadramento legal teve por efeito formu-lar, durante algum tempo, preços superiores à média dos 14, mais acentuadamente na gasolina. Os resultados da aplicação da fórmula que então vigorava, conduziam a um desfazamento em re-lação ao mercado real, num sentido ou noutro, desfazamento esse que constituía o principal vício do sistema, ou seja, os preços em Portugal não eram reais e as Companhias Operadoras teriam que esperar pela inversão do ciclo, para realizarem as margens que todos os outros mercados livres pro-porcionavam.

Com a abolição do sistema, as Companhias passaram a poder ajustar os seus preços em consonân-cia com o mercado, o que fez com que as margens em cada momento fossem reais, e nem mais nem menos que aquelas que as pressões concorrênciais que caracterizam o nosso mercado permitem. • As Margens

As “marketing margins” – das refinarias às agulhetas das bombas – são muito simples de acompanhar e são facilmente calculáveis acedendo a fontes de informação fiáveis, transparentes e públicas.

• os preços CIF NWE, que são o mercado de referência europeu, são conhecidos diariamente

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• os preços ao consumidor sem impostos, são publicados semanalmente pela Direcção Geral de Energia e Transportes da UE

Gasolina 95 - Variação semanal do Preço Médio da EU (livre de Impostos e Taxas) vs CIF NWE 2004 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 Semanas € /lt 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34

CIF NWE Média EU

Gasóleo Rodoviário - Variação semanal do Preço Médio da EU (livre de Impostos e Taxas) vs CIF NWE 2004 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 Semanas € /lt 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34

CIF NWE Média EU

A relação entre os dois valores é indicativa da ordem de grandeza das “marketing margins” brutas globais, isto é, as margens que devem cobrir todas as actividades envolvidas no percurso dos produ-tos, desde as refinarias até à sua disponibilização ao consumidor, ou seja

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• Transporte • Armazenagem • Reservas Obrigatórias • Distribuição • Investimentos • Comercialização

• Margens das Companhias • Margens dos Revendedores • O nosso posicionamento na UE (15)

Com os dados fornecidos pelos gráficos acima referidos é possível calcular a ordem de grandeza das “marketing margins” de cada país, bem como a média da UE, para os primeiros oito meses deste ano.

Assumindo, para facilidade de comparação, que a média europeia calculada é igual a 100, temos o seguinte gráfico de Margens Globais Médias para a Gasolina 95 e Gasóleo.

Margens Globais na EU (Gasolina 95 + Gasóleo Rodoviário) Média de Janeiro a Agosto 2004

140 130 120 110 100 90 80 70 60 Margem Média EU = 100 B DK DE GR E F IRL IT LUX NL AUS P FIN SUE UK

Como se situa Portugal ?

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A Dinamarca, Alemanha e Finlândia também têm margens moderadamente inferiores. E há dois países com margens significativamente inferiores: França e Reino Unido, cujos mercados têm caracte-rísticas, facilmente identificáveis, que justificam esta situação.

Os restantes 7 países têm margens superiores às Portuguesas, incluíndo a vizinha Espanha.

Em conclusão: as margens da actividade petrolífera em Portugal estão perfeitamente em linha com a média dos nossos parceiros europeus e não se vislumbram razões – nem de localização geográfica nem de características do mercado, nem de especificidades da estrutura logística – que tornassem expectável uma posição significativamente diferente.

A realidade é esta, e a Indústria Petrolífera orgulha-se da competitividade que ela reflecte. Daí, ser irrelevante e pura perda de tempo divagar sobre cenários de conjunturas passadas. Hoje, o mercado é livre.

Referências

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