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Auditor Relator: Eduardo Affonso Mello. I- Relatório

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Academic year: 2021

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5ª Comissão Disciplinar Processo Nº. 022/2017

Denunciados: Avaí Futebol Clube; Mauricio Tomazi Pinheiro; Gabriel Vinicius de Oliveira Furtado; e Eduardo Gaspar da Costa.

Auditor Relator: Eduardo Affonso Mello

I- Relatório

Trata-se de denúncia oferecida pela D. Procuradoria da Justiça Desportiva contra:

a) Avaí F.C. por infração ao art. 206 do CBJD por ter atraso sua entrada em campo para o reinício da partida;

b) Mauricio Tomazi Pinheiro, atleta do Avaí F.C., por infringir o art. 254, §1º, II do CBJD ao ser expulso em razão do segundo cartão amarelo recebido após atingir de maneira temerária o rosto do adversário na disputa da bola;

c) Gabriel Vinicius de Oliveira Furtado, atleta da S.E. Palmeiras, por desrespeitar o art. 254-A do CBJD, por receber cartão vermelho direto por desferir um tapa no rosto de seu adversário fora da disputa da bola.

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d) Eduardo Gaspar da Costa, preparador físico da equipe do Avaí F.C., por infração ao art. 258 do CJBD, pois como narra a Súmula da partida, possuía em suas mãos um aparelho de celular durante o aquecimento dos atletas reservas de sua equipe.

O douto Procurador entendeu por bem aditar a denúncia no que tange ao atraso da equipe do Avaí F.C., uma vez que houve também atraso para a entrada em campo no início da partida. Porém, não houve atraso no início da partida, e, dessa forma, denunciou a equipe por desobediência ao art. 191, III do CBJD.

Tal aditamento não trouxe qualquer prejuízo à defesa da equipe do Avaí/FC, uma vez que seu advogado estava presente na sessão de julgamento.

Ademais, a douta procuradoria se manifestou no sentido de ressaltar os argumentos da denúncia, e pedir a condenação de todos os denunciados.

Em relação ao atraso do Avaí F.C. no primeiro tempo, que acarretou infração ao art. 191, III do CBJD, a defesa não apresentou qualquer argumento. Porém, em relação ao atraso para a apresentação da equipe no segundo tempo, buscou demonstrar que embora tenha entrado 1 minuto após a equipe adversaria em campo, o Avaí FC estava dentro do prazo de 15 minutos do intervalo de jogo, vide o horário em que se encerrou o primeiro tempo da partida e o horário de retorno da equipe, constantes em súmula.

Quanto ao atleta da equipe do Avaí, trouxe vídeo do lance, e alegou que sequer houve um toque no rosto do atleta adversário.

Por fim, em relação ao preparador de goleiros da equipe do Avaí, alegou que a posse do celular não trouxe qualquer prejuízo ao jogo, e que esse poderia estar sendo usado apenas para ter informações dos exercícios praticados no aquecimento dos atletas reservas. Ademais, salientou que o

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mesmo não foi expulso pelo árbitro, e quando solicitado, o aparelho foi removido das proximidades do campo de jogo.

Por sua vez, a S.E. Palmeiras apresentou defesa escrita, alegando simulação do atleta adversário. A defesa encaminhou, ainda, link com o vídeo do lance que gerou a expulsão do atleta Gabriel Furtado.

É o relatório.

II- Voto

Em relação ao atraso de dois minutos para a entrada da equipe do Avaí em campo no início da partida, não há o que se discutir. O clube desrespeitou o Regulamento Geral da CBF ao não entrar em campo com antecedência mínima de 7 minutos para o início da partida, infringindo assim o art. 191, III do CBJD. Dessa forma, entendo por bem condenar o clube ao pagamento de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) por se tratar de competição de caráter amador. O voto foi acompanhado de forma unânime pelos auditores da 5º Comissão Disciplinar.

Quanto à imputação feita ao Avaí F.C., por dar causa ao atraso do reinício da partida, dou razão à defesa, um a vez que o clube se apresentou em campo ainda dentro do prazo regulamentar de 15 minutos para intervalo de jogo.

Se percebe da súmula que o primeiro tempo da partida foi encerrado à 15h48min, e a equipe do Avaí F.C. adentrou ao gramado às 16h02min, ou seja, com no máximo 14 minutos de intervalo. Observa-se ainda, que o jogo se reiniciou com 1 minuto de atraso, porém às 16h04min. Dessa forma, entendo que o atraso no reinício da partida não se ocorreu por

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culpa do Avaí FC, e, portanto, absolvo a o clube das penas do art. 206 do CBJD.

Votaram da mesma forma os auditores Maurício Neves e Flávio Boson, divergindo o auditor-presidente José Nascimento, que entendeu que o clube deveria entrar em campo com antecedência de 2 minutos em relação aos 15 minutos regulamentares de intervalo entre tempos, condenando o clube ao pagamento de R$ 100,00 pelo atraso de um minuto no reinício da partida.

Em relação ao atleta do Avaí F.C. denunciado, Maurício Tomazi Pinheiro, ao analisar os lances que geraram os dois cartões amarelos recebidos pelo jogador, chego à conclusão que sua expulsão não foi justa. E, analisando de forma isolada o lance do segundo cartão amarelo, observo que não houve o referido tapa no rosto do adversário. Por esses motivos, absolvo o atleta Maurício Tomazi Pinheiro das imputações do art. 254 § 1º , II, do CBJD.

Tal posicionamento foi acompanhado pelos auditores Maurício Neves e Flávio Boson. Ao proferir seu voto, o auditor-presidente, José Nascimento desclassificou o ato para o art. 250 do CBJD, e condenou o atleta a 1 jogo de suspensão.

Da mesma forma, entendo que a expulsão do atleta Gabriel Furtado da S.E. Palmeiras não foi correta. Ao ver o vídeo do lance, pude observar que em um primeiro instante um atleta do Avaí caiu em campo sozinho, aparentemente de forma deliberada. Em um segundo momento há a presença de outros jogadores dos dois times, e mais um jogador do Avaí desaba de maneira deliberada, sem qualquer agressão do jogador do Palmeiras, uma verdadeira simulação.

Estando devidamente comprovado que não houve a agressão descrita na súmula da partida, há que se absolver o atleta Gabriel Furtado. Este entendimento foi acompanhando por todos os auditores da Comissão.

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Por fim, em relação ao preparador físico Eduardo Gaspar do Avaí F.C., chego à conclusão de que o mesmo não usava o celular para obter vantagem para o seu time durante o jogo. Entendo dessa forma pois em momento algum foi relatado que o preparado físico estava utilizando o aparelho celular.

Ademais, o árbitro sequer o advertiu com o cartão vermelho, e ao ser solicitado pelo árbitro, o aparelho celular foi retirado do campo de jogo.

Dessa forma, não há outra conclusão que não seja a absolvição do Sr. Eduardo Gaspar, preparador físico do Avaí F.C.. Este entendimento restou unânime na 5º Comissão Disciplinar.

III – Dispositivo

Diante de todo o exposto, decide-se por:

a) por unanimidade, condenar o Avaí F.C. como incurso nas sanções do art. 191, III do CBJD, ao pagamento de multa no valor de R$200,00 (duzentos reais);

b) por maioria de votos, absolver o Avaí F.C. quanto à imputação ao art. 206 do CBJD, vencido o voto do auditor presidente que condenava o clube ao pagamento de multa no valor de R$ 100,00 (cem reais);

c) por maioria de votos, absolver o atleta Maurício Tomazi Pinheiro quanto à acusação de desrespeito ao art. 254, §1º, II do CBJD, vencido o auditor presidente que votou pela desclassificação do ato para o art. 250 do CBJD, e condenava o atleta a 1 jogo de suspensão;

d) por unanimidade, absolver o atleta Gabriel Vinicius de Oliveira Furtado das penas do art. 254-A do CBJD;

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e) por unanimidade, absolver o preparador físico Eduardo Gaspar da Costa das sanções do art. 258 do CBJD.

Rio de Janeiro, 10 de junho de 2017.

Eduardo Affonso De S. M. de F. Mello

Referências

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