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A motivação para a prática do exercício físico e os resultados escolares dos alunos do 3º ciclo e secundário do colégio Atlântico

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Academic year: 2021

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Campus Universitário de Almada Instituto de Estudos Interculturais e Transdisciplinares de Almada

Relatório Final de Prática de Ensino Supervisionada Colégio Atlântico, Ano Letivo 2016/2017

Relatório final de Prática de Ensino Supervisionada apresentado com vista à obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (2º ciclo de estudos) ao abrigo do Aviso n.º 7255/2015 de 30 de Junho de 2015

Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

Orientador Institucional: Professora Doutora Amália Rebolo Orientador Cooperante: Professor Carlos Claro

(2)

II

Declaração de autenticidade

O presente estudo foi realizado por Carlos Manuel Costa Soares do Ciclo de Estudos de Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, no ano letivo de 2016/2017.

Os seus autores declaram que:

(i) Todo o conteúdo das páginas que se seguem é de autoria própria, decorrendo do estudo, investigação e trabalho dos seus autores.

(ii) Este trabalho, as partes dele, não foi previamente submetido como elemento de avaliação nesta ou em outra instituição de ensino/formação.

(iii) Foi tomado conhecimento das definições relativas ao regime de avaliação sob o qual este trabalho será avaliado, pelo que se atesta que o mesmo cumpre as orientações que lhe foram impostas.

(iv) Foi tomado conhecimento de que a versão digital este trabalho poderá ser utilizada em atividades de detecção electrónica de plágio, por processos de análise comparativa com outros trabalhos, no presente e/ou no futuro.

Almada, 2 de Novembro de 2017

Assinatura

(3)

III

Agradecimentos

Para estar nesta fase académica, muitas pessoas foram importantes de uma ou de outra forma.

Agradecer a todos os meus professores - todos foram importantes à sua maneira. Um obrigado especial ao professor Doutor Fernando Vieira, por toda a sua maneira de lidar com os alunos, por ser um professor como ele diz, de “excelência” e também à professora Doutora Amália Rebolo por todo este processo difícil, onde foi sempre muito paciente e foi sempre muito prestável para tudo o que foi importante preciso.

Ao professor Carlos Claro pelo excelente profissional e pessoa que foi para mim ao longo do processo de estágio.

Ao professor Tiago Coelho por ser uma referência para mim na forma de lecionar e lidar com os mais jovens.

A todo o pessoal do Colégio Atlântico, que me acolheram da melhor forma. São verdadeiramente uma família (!) e a união vivida é evidente e um pilar importante para a Instituição funcionar tão bem.

Ao professor Luís Silva, por, mesmo pouco tempo com que nos cruzamos, foi uma orientação muito importante neste processo.

Aos meus colegas que sempre me ajudaram, desde o primeiro dia – muitas noitadas a finalizar trabalhos. Um grande espirito.

Aos meus amigos que sempre me motivaram e me fizeram acreditar que isto seria possível.

Ao professor Viegas, por me ajudar em todo o tratamento de dados – obrigado pela disponibilidade, compreensão e amizade que demonstrou.

À minha família e namorada – obrigado por nunca me deixarem desistir. Faço isto por mim, e por vocês.

A todos os que se cruzaram comigo e me fizeram crescer,

Um sincero,

(4)

IV

Resumo

Nettleton (1997) mostra-nos vários argumentos que influenciam uma melhor performance académica, fruto da prática diária de atividade física nas aulas de Educação Física.

O presente estudo teve por objetivo investigar a relação entre a motivação para a prática do exercício com os resultados escolares - dos alunos do 3º ciclo e secundário - obtidos no 3º período. A amostra é constituída por alunos de ambos os sexos, com um total de 218 alunos, sendo que 177 são praticantes.

O instrumento aplicado foi o EMI 2 (Exercise Motivation Inventory 2), versão traduzida e validada por Alves e Lourenço (2003). A versão original do questionário é de D. Markland & Ingledew (1997).

Da análise efetuada constatamos que na nossa investigação, a prática do exercício não afeta significativamente os resultados escolares, embora também não existe nenhuma relação que o comprove negativamente.

Consideramos que a prática regular de AF, quer nas crianças quer nos adolescentes devia ser mais incentivada, pois é consensual tendo os seus efeitos benéficos, não só na saúde, mas também no rendimento escolar.

(5)

V

Abstract

Nettleton (1997) shows us several arguments that influence a better academic performance, resulting from the daily practice of physical activity in Physical Education classes.

The present study aims to investigate the relationship between the motivation for the practice of the exercise with the results of the 3rd cycle and the high school students obtained in the 3rd term. The sample consists of students of both sexes, with a total of 218 students, of whom 177 are practicing.

The instrument applied was EMI 2 (Exercise Motivation Inventory 2), version translated and validated by Alves and Lourenço (2003). The original version of the questionnaire is by D. Markland & Ingledew (1997).

From the analysis carried out, we verified that in our investigation, the practice of exercise does not affect significantly the school results, although there is also no relation that proves it negatively.

We believe that the regular practice of PA, both in children and adolescents should be more encouraged, since it is consensual having its beneficial effects, not only in health but also in school performance.

(6)

VI Índice geral Agradecimentos ... III Resumo ... IV Abstract ... V Índice geral ... VI Índice de tabelas ... VIII Glossário ... IX

PARTE I ... - 1 -

INTRODUÇÃO GERAL ... - 1 -

Contexto socioeducativo do PES ... - 3 -

Caracterização da Instituição ... - 3 -

Caracterização das turmas de supervisão pedagógica ... - 4 -

PARTE II ... - 5 - REVISÃO DE LITERATURA ... - 5 - Motivação ... - 5 - Definição de motivação ... - 5 - Fonte da Motivação ... - 6 - Estudos realizados ... - 8 -

Motivos para a prática de exercício físico ... - 10 -

Resultados escolares – Sucesso/ Insucesso escolar ... - 13 -

Atividade física e o sucesso escolar ... - 15 -

Atividade física em Portugal ... - 17 -

Parte III ... - 18 -

METODOLOGIA E APRESENTAÇÃO/ DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... - 18 -

Tratamento Estatístico de dados recolhidos ... - 20 -

Estudo de Fiabilidade ... - 20 -

(7)

VII

Procedimento na apresentação do questionário ... - 21 -

Enunciado do problema ... - 22 -

Objetivos do estudo ... - 23 -

Questão de partida ... - 23 -

Variáveis de Estudo ... - 23 -

Hipóteses ... - 23 -

Apresentação e Discussão de resultados ... - 24 -

Estudo Correlacional ... - 30 - Estudo Comparativo ... - 32 - Considerações finais ... - 38 - Recomendações ... - 39 - Referências bibliográficas ... - 40 - ANEXOS ... - 46 -

Autorização para a realização de recolha de dados ... - 46 -

Questionário EMI 2 ... - 47 -

Ano de escolaridade – fatores da motivação (Média, Sd) ... - 50 -

Género – fatores da motivação (Média, Sd) ... - 50 -

(8)

VIII

Índice de tabelas

Tabela 1 Componentes da motivação (Biddle & Mutrie, 2000) ... 6

Tabela 2 Tipo de motivação (Diaz, 2008) ... 7

-Tabela 3 - Estudos realizados com o EMI-2 sobre os motivos para a prática de exercício físico (Coelho, 2009; Moutão, 2005;Moutão, J., Alves, J., e Silva, C., 2003;Lourenço, 2002;Maymì, 2002;Maltby, J., e Day, L., 2001) ... 11

Tabela 4 Tabela organizacional Dimensões Fatores Itens. EMI2 ... 19

Tabela 5 Estudo de fiabilidade da Escala das Dimensões (Teste alpha de Chronbach) ... 20

-Tabela 6 - Estudo de fiabilidade das diferentes Dimensões da Motivação (Teste alpha de Chronbach) ... 20

Tabela 7 Questões com melhor cotação ... 24

Tabela 8 Questões com pior cotação ... 25

Tabela 9 Caraterização da amostra em função da variável género ... 25

Tabela 10 Caraterização da amostra em função da variável Ano de Escolaridade ... 26

Tabela 11 Caraterização da amostra em função da variável praticar desporto ... 26

-Tabela 12 - Caraterização dos resultados escolares das disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Educação Física por ano de escolaridade ... 27

Tabela 13 Relação das variáveis Ano de Escolaridade e as dimensões da motivação ... 28

Tabela 14 Relação das variáveis Género e as dimensões da motivação ... 28

Tabela 15 Relação das variáveis pratica desporto e as dimensões da motivação ... 29

-Tabela 16 - Estudo correlacional paramétrico (Pearson) dos valores obtidos nas variáveis Ano de escolaridade e Motivos para a prática de atividade física (n=218) ... 30

-Tabela 17 - Estudo correlacional paramétrico (Pearson) dos valores obtidos nas variáveis Género e Motivos para a prática de atividade física (n=218) ... 30

-Tabela 18 - Estudo correlacional paramétrico (Pearson) dos valores obtidos nas variáveis “Pratica deporto” e Motivos para a prática de atividade física (n=218) ... 31

-Tabela 19 - Estudo comparativo (one-way ANOVA) dos valores obtidos nas diferentes escalas de motivação em função da variável ano de escolaridade (n=218) ... 32

-Tabela 20 - Estudo comparativo (teste T para amostras independentes) dos valores obtidos nas diferentes escalas de motivação em função da variável género (n=218). ... 33

-Tabela 21 - Estudo comparativo (teste T para amostras independentes) dos valores obtidos nas diferentes escalas de motivação em função da variável praticar ou não desporto (n=218)... 34

-Tabela 22 - Estudo comparativo (teste T para amostras independentes) dos valores obtidos nas diferentes escalas de motivação em função da classificação final dicotomizada (positiva/ negativa) na disciplina de língua portuguesa (n=218) ... 35

(9)

-IX

Tabela 23 - Estudo comparativo (teste T para amostras independentes) dos valores obtidos nas

diferentes escalas de motivação em função da classificação final dicotomizada (positiva/ negativa) na disciplina de matemática (n=218) ... 36

-Tabela 24 - Estudo comparativo (teste T para amostras independentes) dos valores obtidos nas

diferentes escalas de motivação em função da classificação final dicotomizada (positiva/ negativa) na disciplina de educação física (n=218)... 36

-Glossário

OMS – Organização Mundial de Saúde

ACSM – American College of Sports Medicine AF – Atividade física

E.E. – Encarregado de Educação EMI - Exercise Motivation Inventory

HBSC – Health Behavior in School-aged Children WHO – World Health Organization

i.e. – Into é

PES – Prática de Ensino Supervisionada

EF – Educação Física

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dia-a-dia nas escolas, pelos seus benefícios tanto a nível cognitivo como relacionados com a saúde.” (Sibley & Etnier, 2003).

INTRODUÇÃO GERAL

A influência positiva do exercício físico sobre a saúde é intuitiva (DGS, 2009), e ao longo dos tempos, tem-se tornado evidente que benefícios fisiológicos e psicológicos estão inerentes ao exercício e a atividade física, reflectindo-se portanto numa melhoria da qualidade de vida da população (Senra, 2002).

Segundo a ACMS (1998) a atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que aumente substancialmente o consumo de energia.

No entanto, este conceito é muito abrangente, por isso vários autores dividem a AF em categorias diferentes. Assim, o exercício e o desporto são conceitos dentro da atividade física, que embora semelhantes, representam formas diferentes de a praticar.

Para Caspersen et al. (1985). “o exercício físico é uma subcategoria da

atividade física, trata-se de uma atividade planeada, estruturada e repetitiva com o objetivo de melhorar ou manter uma ou mais componentes da aptidão física”

Segundo Roberts (1992) o primeiro passo no sentido da compreensão do comportamento de realização é reconhecer que o sentimento de sucesso e o de fracasso são estados psicológicos baseados na interpretação da eficácia do empenho da própria pessoa. Por sua vez, a escola é uma instituição social capaz de atrair a si e implementar experiências de actividades físicas e desportivas organizadas e regulares para todas as criança e jovens.

Ligado à atividade física e ao exercício temos a motivação, Sobre este temas, as primeiras investigações realizadas no domínio dos motivos para a prática desportiva foram da autoria de Alderman & Wood (1976).

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- 2 - Estes autores elaboraram o "Incentive Motivation Inventry", tendo sido posteriormente aplicado a milhares de atletas de ambos os sexos, de diversas idades e praticantes de várias actividades desportivas.

Por sua vez, compreender o comportamento implica saber quais os motivos/razões que impulsionam o indivíduo para a prática e participação desportiva.

Para Matos & Graça (1988, p.315), "o interesse e o prazer na tarefa serão os

móbiles que conduzirão o aluno a um empenhamento no sentido do sucesso", i.e., os

fenómenos psicológicos desempenham um papel determinante na avaliação dos objectivos de realização dos indivíduos.

Todavia, numerosos estudos têm demonstrado que incentivos intrínsecos podem diminuir a motivação, enquanto outros descobriram um aumento de motivação devido a recompensas (Weinberg, 1984).

Em termos de estrutura e organização este trabalho apresenta duas partes fundamentais - revisão da literatura e o estudo empírico. Na parte que diz respeito à revisão da literatura, procedemos a uma abordagem sobre a motivação e as suas teorias cognitivas e sociais; o que é entendido por sucesso e insucesso escolar; e sobre a atividade física e a importância que acarreta.

Na segunda parte, descrevemos a metodologia geral de estudo respeitante à caracterização da amostra, instrumentos e variáveis estudadas, procedimentos efetuados e tratamento estatístico aplicado aos resultados dos inquéritos das respostas dadas pelos alunos. Prosseguimos com a apresentação dos resultados e discussão dos mesmos e encerramos com as conclusões. A revisão bibliográfica e os anexos concluem a presente dissertação.

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- 3 -

Contexto socioeducativo do PES

Caracterização da Instituição

Colégio Atlântico. Foi esta a Instituição que me acolheu no ano letivo 2016/2017 e me permitiu realizar o projecto de prática de ensino supervisionada. O Colégio situa-se na Avenida da ponte, lote 357/A – Pinhal do Frades, no concelho do Seixal.

Esta Instituição, quando da sua criação – 1981 – tinha o nome de Infantário “O Mickey, Lda”. Em 1987 foi comprado pelos ainda atuais sócios, onde o nome foi alterado para Externato “O Pé Leve”. As melhorias nas instalações foram acontecendo, quer a nível do pré-escolar quer do 1º ciclo. Mais tarde, em 2004/2005, ocorre a ampliação do colégio nas suas valências de Creche, Jardim de Infância e 2º Ciclo, tendo como consequência a mudança de nome para o atual – COLÉGIO ATLÂNTICO.

O Colégio Atlântico possui a Autorização Definitiva de Funcionamento nº 168, passada pelo Ministério da Educação e o Alvará de Creche nº 26/2014, passado pelo Ministério da Segurança Social e enquadra-se no sistema nacional de ensino e integra crianças desde o berçário até ao secundário (este ano foi o primeiro ano onde se criou uma turma de 10º ano). Dentro de dois anos, o objetivo será ter até ao 12º ano.

A Instituição encontra-se muito bem apetrechada em termos de materiais, instalações e recursos humanos, dos quais destaco:

 Salas de Aulas com quadros interactivos e o sistema wi-fi em todo o espaço escolar;

 Parceria com a "Academia de Música - Os Anjos", a piscina "Atlantic Dimension", o Centro de Psicologia "Bússola" e clubes de Futebol e Voleibol federados, que funcionam nas instalações do colégio;

 Salas de TIC, Educação Visual e Tecnológica, Laboratório de Ciências, Laboratório de Físico-Química, a Biblioteca e a Ludoteca;

 Pavilhão Multiusos, o Pavilhão Desportivo, a Piscina aquecida coberta, a sala de Ballet e Dança, os campos de jogos, o Circuito de manutenção, parede de escalada e o espaço exterior;

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- 4 -  Técnicos de Informática; Animador Sociocultural; Auxiliares de Educação;

Psicóloga, Terapeuta de Fala;  A Rádio Escolar e Jornal " Bliss".

 Projecto Eco-Escolas e Clubes de: Afectos, Aventura, Expressarte e teatro.  Espaços de Ocupação dos Tempos Livres.

O Colégio funciona no 1º Ciclo do Ensino Básico de segunda a sexta-feira, com início às 09:00H e com término às 15:30h e das 08:40h às 16:20h para o 2º e 3º ciclos e secundário – interrupção para almoço entre as 12:15h e as 14:10h.

Em relação ao Jardim de Infância o acolhimento geral das crianças é a partir das 9h30 terminando as atividades às 18h30h. O Colégio funciona das 07h30h às 19h30h de segunda à sexta-feira e encerra no mês de Agosto e dois dias úteis no período de Natal e Ano Novo.

Por fim, o seu projecto educativo tem por base as relações e os laços humanos, procurando promover o trabalho em cooperação com a comunidade educativa, estimulando o crescimento integral e equilibrado dos alunos.

Caracterização das turmas de supervisão pedagógica

5ºA - Esta turma é constituída por 27 alunos (13 rapazes e 14 raparigas). É uma

turma muito homogénea, com grande espírito competitivo mas também muito solidária. Esta turma possui um aluno com síndrome de Asperger, e que tem um tipo de avaliação diferenciado dos outros colegas. No entanto, toda a turma o integra muito bem e é um aluno muito querido por todos.

9ºC - Esta turma é constituída por 22 alunos (10 rapazes e 12 raparigas).

Comparativamente à turma do 5ºA, esta já é uma turma mais heterogénea. Nas aulas de Educação Física são alunos menos motivados que os primeiros.

Algumas das alunos são atletas de voleibol na escola e muitos dos rapazes são atletas de futebol.

Neste ano lectivo entrou uma aluna nova para a turma, e a sua integração não foi fácil, por ser uma aluna muito introvertida. Era muitas vezes colocada de parte pelos colegas, e essa foi uma situação que tentamos combater ao longo do ano, para que se sentisse integrada com os seus colegas

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- 5 -

PARTE II

REVISÃO DE LITERATURA

“A melhor maneira de respeitar um autor é fazer alguma coisa com o que ele fez. Eu adorava que fizessem alguma coisa com o que fiz. Respeitar é continuar, como se fosse

um diálogo, uma conversa” Gonçalo Tavares (2005) Motivação

Um grande número de investigações em psicologia está relacionado com a motivação. A compreensão da motivação constitui umas das preocupações mias centrais de qualquer atividade humana (Roberts, 2001).

Biddle & Mutrie (2002) referem duas áreas de intervenção distintas no exercício físico – numa o exercício aparece como produto final e o objetivo é analisar o comportamento, os motivos e também os determinantes da adesão ao exercício e outra que estuda o efeito do exercício sobre o estado físico e mental dos praticantes.

Definição de motivação

Segundo Roberts (2001), em literatura não existe uma definição concreta de motivação, apesar do reconhecimento geral da necessidade de conhecer os seus processos.

Segundo Díaz (2008) a motivação tem um papel fundamental em todos os âmbitos da vida, pois atua como um autêntico motor para que as pessoas realizem qualquer atividade.

“O conceito de motivação vem do verbo latino movere, o que significa "mover",

de modo que um estado de alta motivação está relacionado com termos como emoção, intensidade energética, ou ativação” (Escartí y Cervelló, 1994; Roberts, 1995, cit. por

Díaz, 2008).

Para praticarmos qualquer tipo de atividade, várias são as decisões que tomamos, quer seja para iniciar a atividade quer para a manter por algum tempo. Assim, a tabela em baixo mostra as várias componentes da motivação (Tabela 1).

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- 6 -

Tabela 1 - Componentes da motivação (Biddle & Mutrie, 2000)

Componente Definição

Direcção

Refere-se ao que o indivíduo procura, aquilo para que se sente atraído. Implica uma escolha.

Intensidade

Refere-se à quantidade de esforço que é colocado na realização da sua tarefa.

Persistência Refere-se ao grau continuado de esforço na realização de uma tarefa.

Comprometimento

É quando a pessoa, após uma paragem, retorna regularmente à tarefa. Como se simplesmente não se conseguisse desligar dela.

Performance

É o resultado da ação. A utilização deste indicador para avaliar a motivação é mais controversa só sendo válida quando o resultado não depende de outros fatores como a habilidade, competência, o ambiente

etc.

Fonte da Motivação

O conceito da motivação, ao contrário de outros não é facilmente palpável, pois a sua natureza varia de pessoa para pessoa. É assim necessário perceber os tipos de motivação para melhor conseguir intervir e utilizar as melhores estratégias.

As fontes de motivação podem ser classificadas em dois tipos: Extrínsecas e Intrínsecas, tal como apresentado em baixo (tabela 2).

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- 7 -

Tabela 2 - Tipo de motivação (Diaz, 2008)

Tipos de motivação Definição

Extrínsecas

Estão relacionadas com as recompensas que a prática pode proporcionar – depende do

esforço externo.

Intrínsecas

Mais duradouras e persistentes. Estão relacionadas com a própria prática e com os sentimentos que ela provoca – não depende de

reforços externos.

Para Thill (1989) uma conduta intrinsecamente motivada reconhece-se pelo facto dos indivíduos participarem numa atividade pela satisfação que ela lhes dá, e não com o objetivo de atingir qualquer outro fim. Quando a satisfação se situa fora da própria atividade, pode-se dizer que a motivação é de natureza extrínseca.

Singer (1984, cit. por Serpa, 1990) afirma que as motivações intrínsecas são condição necessária das motivações extrínsecas e neste sentido determina-as. Estas acompanham sempre as primeiras, modificam-nas, corrigem-nas dominam-nas, regulando-as.

A este respeito, num estudo desenvolvido por De Knop e colaboradores (1994, cit. por Matos, 1998) sobre os motivos que influenciam a participação dos jovens em clubes desportivos, cinco motivos foram considerados os mais importantes:

1. Estar com amigos e colegas da mesma idade; 2. Melhorar a saúde e "fitness";

3. Aprender e melhorar as habilidades e técnicas desportivas; 4. Divertimento;

5. Melhorar a performance ou participar em competições.

Ainda segundo estes autores, as diferenças mais importantes, em termos de identificação dos motivos de participação, foram consequência de três factores pessoais: individualidade, idade e sexo.

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- 8 - Para Díaz (2008), a motivação do sujeito pode ainda ser orientada para:

1. Tarefa - Centrada na realização e no resultado mas não por comparação com os outros - os sujeitos julgam as suas capacidades baseando-se nas suas próprias realizações práticas.

2. Ego - Centrado no resultado da prática e na comparação com os outros - julgam as suas competências baseados na comparação externa.

Estudos realizados

Segundo Buckworth (2000), através da adopção e manutenção de estilos de vida activos podem ser vários os benefícios adquiridos para a saúde pública.

Nos últimos anos tem sido realizados vários esforços no sentido de estabelecer determinantes do exercício e para desenvolver intervenções para mudar os comportamentos em relação ao exercício. Entender os factores que estão associados ao nível de actividade física tem permitido identificar segmentos populacionais que se situam num grupo de maior risco de manterem um estilo de vida sedentário, e aqueles que serão mais ou menos receptíveis no que diz respeito a mudanças em relação ao exercício.

Estudos realizados acerca das determinantes da actividade física, também suportam a ideia de implementar intervenções no sentido de afectar o nível de atividade física, determinando as variáveis associadas com os comportamentos para o exercício.

Segundo Fonseca e Maia (2000), as principais preocupações dos investigadores na área da motivação em contexto desportivo deverá ser a classificação que os sujeitos indicam como estando subjacentes à sua decisão de praticarem qualquer actividade.

Weinberg, Tenenbaum, McKenzie, Jackson, Anshel, Grove, e Fogarty (2000), no seu estudo sobre motivação dos jovens para a prática desportiva e de actividade física e s sua relação com a cultura, níveis relatados de actividade física e género demonstraram com os resultados do estudo que os motivos mais citados para a participação desportiva estão relacionados com a dimensão competição (a vitória, o estatuto, e as recompensas), e com o divertimento e excitação inerentes ao desporto.

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- 9 - Para a prática de actividade física, os motivos mais apontados pelos jovens foram, o estar em forma, melhoria das habilidades e o divertimento. Os resultados mostraram também que relativamente às diferenças na participação, o grupo que pratica actividade física com mais intensidade refere que ambos os motivos apontados para a prática são considerados mais importantes do que para o grupo que pratica actividade física com menos intensidade.

Quanto às diferenças culturais, as razões mais importantes apontadas para a prática foram generalizadas aos três países.

Quanto ao género, foram encontradas diferenças significativas e específicas. Os rapazes atribuíram maior importância para a prática de desportos de competição, motivos relacionados com a “competição” e “social/energia”, enquanto as raparigas atribuíram maior importância a motivos relacionados com o “trabalho de equipa” e o “divertimento/estar em forma”. Quanto à actividade física, os rapazes apontam como principais motivos para a prática os “factores extrínsecos” e a “libertação de energia”, enquanto as raparigas apontam como principal motivo para a prática o “ficar em forma”. Este estudo para além da importância de ser realizado em jovens, incide não só nos motivos para a prática desportiva e de actividade física, mas também na sua comparação, confrontando os dois contextos e permitindo a reflexão de uma forma mais abrangente sobre esta temática. Segundo Dishman (1993), o problema do sedentarismo não se resolve com uma intervenção aplicada de forma geral a todas as pessoas, por isso ser tão importante realizar estes estudos a todos os grupos etários, pois é possível assim aplicar estratégias específicas a cada grupo.

Outro estudo, realizado por Wang e Biddle, (2001) relativamente ao perfil motivacional dos adolescentes para a actividade física – analisado por grupos - os autores analisaram a existência de perfis motivacionais diferentes baseados nos indicadores de motivação para diferentes subgrupos de jovens com idades compreendias entre os 11 e os 15 anos.

As respostas motivacionais positivas foram aquelas que predominaram, ou seja, maioria está orientada para a tarefa. Ainda foi possível observar que os níveis de atividade física decrescem bastante na adolescência e que existem grupos de jovens com diferentes perfis motivacionais.

(19)

- 10 - Os rapazes mais velhos encontram-se bastante motivados, em oposição às raparigas mais velhas.

Os grupos mais orientados para a tarefa, estão positivamente relacionados com comportamentos motivacionais adaptativos. Estes grupos apresentam valores mais elevados de atividade física, competência percebida e entendem a sua participação como sendo autodeterminada e não estão desmotivados.

Este estudo torna-se bastante importante uma vez que não estuda as variáveis isoladamente, mas procura identificar os padrões motivacionais chave associados à atividade física para os jovens.

Motivos para a prática de exercício físico

Singer (1984, cit. Cruz, 1996, p.305) considera que "a motivação é responsável

pela selecção e preferência por alguma actividade, pela persistência nessa atividade, pela intensidade e vigor (esforço) do rendimento e pelo carácter adequado do rendimento relativamente a determinados padrões".

Indubitavelmente a motivação é o constructo teórico (Serpa, 1990), que potencia e direciona o comportamento dos indivíduos. O motivo é um termo que em linguagem corrente é utilizado indistintamente de motivação. No entanto, a sua definição indica-nos um sentido ou predisposição em direcção a um objetivo, levando uma pessoa a realizar uma determinada atividade.

Para Biddle, (1993) as razões de escolha de uma actividade ou de certas condutas e o seu grau de empenhamento na execução das tarefas propostas são variadas e complexas. A resposta a todas as perguntas é uma tarefa complicada, onde existe sempre o risco de as tratar superficialmente.

Por seu lado, os motivos poderão eventualmente depender da interacção de eventuais diferenças sociais, necessidades, características e factores sociais envolventes (Gill, 1986, cit. por Weiss & Chaumeton, 1992).

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- 11 - No que diz respeito a estudos publicados, sobre este tema, utilizando especificamente o EMI-2 ou a sua versão Portuguesa, verifica-se que ainda são reduzidos. No entanto estes seis estudos apresentados em baixo mostram os motivos mais e menos importantes, respectivamente (tabela 3).

Tabela 3 - Estudos realizados com o EMI-2 sobre os motivos para a prática de exercício físico

(Coelho, 2009; Moutão, 2005;Moutão, J., Alves, J., e Silva, C., 2003;Lourenço, 2002;Maymì, 2002;Maltby, J., e Day, L., 2001)

1. Coelho, V. (2009)

Mais importantes Menos importantes

Manutenção de saúde Reconhecimento social

Revitalização Pressão

Agilidade Competição

Doença

2.Moutão (2005)

Mais importantes Menos importantes

Saúde/ Bem-estar Desafio

Stress Pressão/Doença

Agilidade Afiliação

3.Moutão, J.,Alves, J., Silva, C. (2003)

Mais importantes Menos importantes

Manutenção de saúde Reconhecimento social Revitalização Pressão saúde

Agilidade Competição

4. Lourenço (2002)

Mais importantes Menos importantes

Manutenção de saúde Reconhecimento social Revitalização Pressão saúde Prevenção doença Competição

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- 12 -

5.Maymi (2002)

Mais importantes Menos importantes

Prevenção e manutenção de

saúde Reconhecimento social Controlo stress Pressão saúde

Agilidade Competição

6. Maltby, J.,Day, L. (2001)

Mais importantes Menos importantes

Manutenção de saúde Reconhecimento social Revitalização Pressão saúde Prevenção doença Competição

Ou seja, é transversal nos seis estudos que “saúde” e “agilidade” são os factores mais importantes, contrapondo-se a “reconhecimento social” e “competição” como os motivos menos significativos.

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- 13 -

Resultados escolares – Sucesso/ Insucesso escolar

“O estudo da dinâmica de sala de aula tem vindo a aumentar e a revelar uma

interdependência de variáveis que contribuem para o sucesso escolar”. (Simões,

2001:9)

Ao longo dos anos, o sucesso/ insucesso escolar deixou de ser encarado como um problema isolado, da responsabilidade do aluno que não consegue transitar de ano, para um fenómeno social que atinge proporções cada vez maiores. Passou a ser um fenómeno com um carácter massivo e constante nos vários níveis de ensino “e presente

nas instituições escolares de múltiplos países” (Benavente, 1980: 8).

Sil (2004:16), reconhece que o professor será o eixo de articulação de qualquer estratégia de intervenção conducente à minoração da problemática do insucesso escolar e que o êxito e eficácia de qualquer medida irá depender da capacidade de envolvimento dos professores.

Para os professores, o insucesso escolar está normalmente relacionado com a falta de bases, de motivação ou de capacidades dos alunos. Já para os pais e para o público em geral, os professores terão a sua quota-parte de responsabilidade (Roazzi; Almeida, 1988:54).

Sil (2004), refere que insucesso escolar é um conceito tão relativo quanto difícil de explicar, bem como a interpretação do fenómeno não será menos difícil que a análise dos fatores e mecanismos que o geram bem como explicar e identificar as suas causas.

No ramo da psicologia os estudos realizados por Almeida (1993); Almeida & Campos, (1986); Barros & Almeida, (1991); Rosário, Almeida & Oliveira, (2000) e citados por Almeida et al. (2005) têm maior incidência nas capacidades, na motivação e nos hábitos de trabalho dos alunos.

No caso da escola, os alunos vão desenvolvendo justificações que os ajudam a interpretar os seus resultados - positivos ou negativos (Almeida; Guisande; Miranda, 2008:170).

O aluno recorre a causas externas – como a sorte ou a dificuldade das tarefas – ou internas – capacidade ou esforço – para explicar os seus bons ou maus desempenhos

(23)

- 14 - no processo atribucional, isto, em função da sua história pessoal e do seu auto-conceito (Mascarenhas; Almeida; Barca, 2005:78).

De acordo com Weiner (1979) e citado por Mascarenhas, Almeida, e Barca (2005:78) as atribuições causais do sucesso e insucesso são da maior importância para a compreensão dos comportamentos de realização, em particular o próprio êxito ou fracasso dos alunos.

Um aluno com insucesso ou com uma perspectiva contínua de insucesso, irá desinvestir na vida académica, pois irá perder o interesse e desmotivar-se. Tudo isto fará com que o insucesso se mantenha ou piore, aumentando as suas expectativas negativas face ao seu rendimento escolar, afirmam Senos e Diniz (1998:269).

Senos e Diniz (1998:270) afirmam que vários insucessos repetidos representam uma forte ameaça para o auto-conceito académico e também para a auto-estima, e é nesta altura que normalmente se dão alguns casos de indisciplina, pois é uma forma de desvalorizar a ameaça e retirar significado psicológico ao insucesso académico.

De acordo com Bachman & O’Malley (1986); H. Marsh (1990), citado por Senos e Diniz (1998:274), o significado atribuído afetiva e cognitivamente é feito a partir do contexto em que este ocorre, isto é, um mau resultado, num contexto em que a generalidade dos resultados é alta, tem mais potencial de ameaçar que a auto-estima, quer o seu sentimento de competência.

No sentido contrário, e citando Almeida; Guisande; Miranda, (2008:170), como forma de manutenção da auto-estima positiva, alguns alunos atribuem os seus fracos resultados académicos a factores externos (Branscombe & Wann, 1994).

Para De Landsheere (1992 cit. in Sil 2004:19), “O insucesso escolar

apresenta-se-nos como um conceito teórico evidente e facilmente objetivado como sendo uma situação em que não se atingiu um objetivo educativo”. ”Cada criança é considerada boa ou má aluna em função dos resultados obtidos e dos progressos efetuados no cumprimento dos programas de ensino” (Benavente, 1976: 9 cit. in Sil 2004:19),

“Neste contexto, o insucesso escolar é, pois, um conceito tão relativo quanto difícil de definir, não sendo menos difícil tentar explicar os seus factores e as suas causas.” (Sil 2004:21)

(24)

- 15 - Em Portugal, o insucesso escolar é entendido “como a incapacidade que o aluno

revela de atingir os objetivos globais definidos para cada ciclo de estudos”

(EURYDICE, 1995: 47 cit. in Sil, 2004:20).

Atividade física e o sucesso escolar

“Como qualquer movimento corporal realizado pelo sistema

músculo-esquelético que resulta no aumento substancial do dispêndio energético” afirmaram

Malina, Bouchard, & Bar-Or em 2004. Esta foi a definição inicial de AF.

Tara (2005) aponta alguns benefícios da AF como a melhoria da circulação sanguínea, da acção dos neurotransmissores, do humor, na diminuição do stress, na produção de uma efeito relaxante e melhoria dos resultados escolares.

Para o mesmo autor, existem evidências para sugerir a AF, durante o dia na escola, pois traria benefícios cognitivos a curto-prazo, compensando o tempo passado fora de outras áreas.

Sibley & Etnier (2003) e Sallis et al. (1999) através dos seus estudos sobre o rendimento escolar e a atividade física e Dwyer et al. (2001) sobre o rendimento escolar e a prática desportiva demonstraram relações positivas entre as variáveis estudadas.

Para Sibley & Etnier (2003) a prática de AF produz uma melhoria nas funções cognitivas, especificamente na concentração e memorização, fatores estes que são de elevada importância no processo de aprendizagem e assimilação de conhecimento. Assim sendo, considera-se a hipótese da AF na escola ter impacto no desempenho escolar (Shephard, 1997).

Paffenbarger, Blair e Lee (2001), observaram que quando os alunos tinham 40 anos, o exercício físico realizado de forma mais vigorosa seria um indicador de longevidade e de baixo risco de doença cardiovascular, i.e., aqueles que se mantinham ativos na meia-idade tinham uma maior probabilidade de sobrevivência ao invés dos que eram pouco ativos ou inativos.

Na idade escolar, o propósito da AF não surge tanto no contexto de saúde e na prevenção de doenças, mas sim incentivar um crescimento e desenvolvimento saudável

(25)

- 16 - e normal, como também socializar para uma AF habitual que os acompanhe ao longo de toda a vida (Telama, 1998). Desta forma, todas as crianças e adolescentes devem ser incentivados para a prática de AF, pois é requisito para que haja um crescimento e desenvolvimento bem-sucedido (Sallis & Patrick, 1994).

Para Marques (1997) a AF acarreta consigo virtudes que justificam o envolvimento em programas educativos, tais como:

1. Desenvolvimento motor e formação corporal; 2. Desenvolvimento emocional;

3. Integração social;

4. Desenvolvimento de traços positivos de caráter; 5. Aptidão física

6. Saúde;

(26)

- 17 -

Atividade física em Portugal

No que concerne ao nosso país, os dados revelados pela European Commission (2010), indicam que Portugal é um dos países com maior taxa de sedentarismo da Europa. Baptista et al. (2012), chegaram à conclusão que crianças e idosos - particularmente raparigas e mulheres - apresentam os índices mais reduzidos de atividade física e que devem ser alvo de estratégias de prevenção, com o intuito de aumentar a atividade.

Mais especificamente nos adolescentes, Mendes & Rosado (2005), demonstram que existe um aumento da atividade física do 5º ao 9º ano - exceção do 8º ano - e que a partir do 10º ano se regista uma forte regressão dos níveis de atividade física.

Em relação ao género, os rapazes apresentam níveis de prática de atividade física mais regulares em comparação com as raparigas.

Segundo Matos & Diniz (2005), o estudo da HBSC incluiu uma amostra de adolescentes, representativa do 6º, 8º e 10º ano de escolas públicas portuguesas, baseado num questionário que consistia em duas partes:

1. Questões demográficas (idade, sexo e sociodemográficas), sistema de valores escolar, o uso de tabaco e álcool, atividade física e lazer, nutrição, segurança, aspetos de saúde psicossocial, sintomas de saúde em geral, e relações sociais e apoio social.

2. Questões quanto ao uso de droga e comportamento face à mesma, e conhecimentos acerca da SIDA, culturas semelhantes, tempo de lazer e comportamento sexual.

No mesmo estudo internacional da HBSC, indica que estão acima da média, os adolescentes portugueses que cumprem com as recomendações internacionais semanais de atividade física, em 3 grupos etários (11, 13 e 15 anos de idade).

Também se notou que a frequência e intensidade das atividades praticadas eram, na maioria dos casos, mais baixas do que aquelas necessárias para produzirem efeitos benéficos para saúde. No entanto o estudo demonstra que no geral os níveis portugueses de atividade física estão mais baixos relativamente aos níveis de atividade física internacionais da HBSC, especialmente nos grupos com mais idade.

(27)

- 18 -

Parte III

METODOLOGIA E APRESENTAÇÃO/ DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A prática de exercício físico tem imensos benefícios físicos bem como benefícios psicológicos (ACSM, 2009). O estudo dos motivos para a prática do exercício, ao averiguar as razões da adesão ou não adesão, tem um papel importante para melhor organizar e delinear a intervenção nesta área.

Um dos instrumentos mais utilizados para a avaliação dos motivos para a prática de exercício é o Exercise Motivation Inventory 2 (EMI-2) de D. Markland & Ingledew em 1997. Este foi o questionário escolhido para esta investigação, e é uma versão melhorada do Exercise Motivation Inventory (EMI), sendo este inicialmente desenvolvido por Markland e Hardy em 1993 (Anexo 2).

Ao primeiro, foram acrescentados dois motivos importantes para a prática de exercício, relacionados com a melhoria da condição física (força, resistência), bem como os motivos relacionados com a saúde positiva e prevenção de doenças.

Além disso, a formulação do conjunto de instruções fez com que o EMI-2 pudesse ser aplicável também para avaliar as razões que os não-praticantes terem esta opção em relação à prática do exercício.

Estas alterações fizeram com que o EMI-2 passasse a avaliar um total de 14 motivos, organizados em cinco dimensões (Tabela 4). Desta forma, este instrumento de avaliação identifica uma maior diversidade de motivos para a sua prática, ou não, de exercício.

As respostas aos itens é realizada numa escala de likert de zero a cinco, onde zero corresponde a “nada verdadeiro para mim” e cinco corresponde a “completamente verdadeiro para mim”.

(28)

- 19 -

Tabela 4 - Tabela organizacional Dimensões - Fatores - Itens. EMI-2

Dimensões Fatores itens

Motivos Psicológicos Stress 6; 20; 34; 46 Revitalização 3; 17; 31 Prazer 9; 23; 37; 48 Desafio 14; 28; 42; 45 Motivos Inter-pessoais Reconhecimento social 5; 19; 33; 45 Afiliação 10; 24; 38: 49 Competição 12; 26; 40; 50 Motivos Saúde Saúde 11; 25; 39 Doença 2; 16; 30 Manter-se saudável 7; 21; 35 Motivos relacionados com o corpo Peso 1; 15: 29; 43

Aparência 4; 18; 32; 44 Motivos de Condição física Força/ resistência 8; 22; 36; 47 Agilidade 13; 27; 41

Uma outra vantagem deste questionário é o facto de ter sido desenvolvido e validado através de análises robustas. A validade fatorial e invariância da estrutura fatorial em relação ao género foram rigorosamente testados através de procedimentos fatoriais confirmatórias analíticas (D. Markland & Ingledew, 1997).

Por essa razão, o EMI-2 tem atraído considerável atenção de investigadores tendo sido traduzido e validado noutros países (Capdevila, Niñerola, & Pintanel, 2004), permitindo comparar resultados entre vários países.

A versão Portuguesa do EMI-2 foi traduzida e validada por José Alves e António Lourenço em 2001, numa amostra de 644 sujeitos de ambos os géneros e com idades compreendidas entre os 19 e os 81 anos. Foi calculado o valor do coeficiente de fiabilidade interna (alfa) para cada categoria, obtendo-se valores acima de .70 - conforme recomendado - Costello (2005). A avaliação das respostas obtém-se a partir do cálculo da média dos itens correspondentes a cada fator motivacional.

(29)

- 20 -

Tratamento Estatístico de dados recolhidos

No que diz respeito ao tratamento e análises dos dados, o programa estatístico utilizado foi o SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão trial 20.0, no qual introduzimos os dados relativos a todas as informações constantes no questionário.

De modo a cumprir os objetivos e também caraterizar a amostra em estudo, analisamos as frequências de resposta, utilizando a estatística descritiva, nomeadamente a frequência (n), valores mínimos (Min.) e máximos (Max.), média e o desvio padrão (Sd).

Estudo de Fiabilidade

Tabela 5 - Estudo de fiabilidade da Escala das Dimensões (Teste alpha de Chronbach)

Alpha de Chronbach Nº de Itens

,844 5

Nesta tabela verificamos a fiabilidade da escala das Dimensões, através de teste de alfa de Chronbach. Como referido e recomendado anteriormente por Castello (2005), obtendo valores acima de 0,70, neste caso 0,844.

Tabela 6 - Estudo de fiabilidade das diferentes Dimensões da Motivação (Teste alpha de

Chronbach) Alpha de Chronbach Motivos Psicológicos ,803 Motivos Interpessoais ,805 Motivos Relacionados à saúde ,804 Motivos Relacionados com o corpo ,847 Motivos Relacionados

com a condição física ,809

Nesta tabela observamos a fiabilidade interna de cada dimensão, onde mais uma vez, podemos verificar que obtemos valores acima de ,70.

Assim, no nosso estudo, genericamente todas as escalas de motivação apresentam bons valores de fiabilidade.

(30)

- 21 -

Procedimentos de recolha dos dados

Para a recolha dos dados foi pedida autorização à direcção do Colégio Atlântico para a recolha dos dados aos alunos do colégio (Anexo 1). Posteriormente, o Colégio informou os E.E. sobre os procedimentos a utilizar nesta investigação.

Os alunos foram informados que a participação na investigação era voluntária e que a utilização dos dados seria totalmente confidencial.

A aplicação dos questionários foi efetuada com a supervisão de um professor da turma.

No momento do preenchimento dos questionários, foi explicado que não havia respostas boas ou más, certas ou erradas, que o importante seria responder com seriedade e sinceridade.

Todos os dados do estudo de foram recolhidos entre 22 de Maio e 16 de Junho.

Procedimento na apresentação do questionário

De forma ao questionário se realizar da melhor forma, procedeu-se da seguinte forma:

 Os alunos foram sentados nos seus lugares;

 O enunciado foi lido, e explicado todo o questionário;

 Os alunos foram instruídos para responderem a todas as questões;

 Foram instruídos para a impossibilidade de responderem duas vezes no mesmo

item;

 Foi focado o aspeto de não existirem respostas certas ou erradas, e que deveriam responder com seriedade e sinceridade;

 Não permitir que os alunos comuniquem entre si;

 Foi dado o tempo suficiente para todos os alunos responderem;

 O caso dos alunos que faltaram nesse dia, impossibilitou-os de participar nesta investigação.

(31)

- 22 -

Enunciado do problema

Segundo a WHO (2009), os jovens deveriam realizar pelo menos 60 minutos de actividade física moderada a vigorosa, para que fosse garantido um desenvolvimento saudável, obtendo benefícios quer a nível físico, mental como social. Uma adequada prática de AF auxilia os jovens a um desenvolvimento saudável dos tecidos, ossos e músculos do sistema cardiovascular, ajuda a desenvolver a consciência neuromuscular e a manter um peso saudável.

A participação na AF pode ajudar no desenvolvimento social dos jovens, proporcionando oportunidades para a auto-expressão, a busca da autoconfiança, interacção social e de integração (WHO, 2009a).

Segundo o U.S. Departement of Heth anda Humana Servisses (2000) relativamente a crianças e jovens, a AF promove um crescimento saudável, aumenta os níveis de desempenho escolar, enriquece o repertório psicomotor e ajuda na prevenção e controlo de comportamentos de risco.

Desta forma surgiu a interrogação sobre a forma como a motivação para a prática do exercício podia influenciar e estar relacionada com os resultados escolares dos alunos do Colégio.

A Instituição possui ferramentas necessárias para incutir aos seus alunos bons hábitos de atividade física. Apesar de tudo, o currículo escolar não é muito efetivo no desenvolvimento de estilos de vida ativos e acrescentando a isto o fato da disciplina de EF não ser um elemento de avaliação que entre na média final dos alunos do secundário pode incutir desmotivação e desinteresse, não apenas pela disciplina, como também da prática de AF e de estilos de vida ativos e saudáveis.

Se aceitarmos reconhecer os benefícios – físicos e psicológicos - da atividade física, um esforço terá de ser feito de forma a melhorar o papel da escola na aquisição e manutenção de estilos de vida ativos nos adolescentes.

(32)

- 23 -

Objetivos do estudo

No primeiro momento da investigação realizamos um estudo extensivo, de natureza quantitativa de forma a perceber a motivação dos alunos para a prática, ou não, do exercício físico. Num momento posterior, comparar, recorrendo às avaliações do 3º Período (final do ano letivo), as notas dos alunos que praticam exercício e os que não praticam. Por fim, analisar se a motivação para a exercício físico influencia, os resultados escolar dos alunos, neste caso, o sucesso ou insucesso escolar.

Questão de partida

Qual a relação entre a motivação para o exercício físico e os resultados escolares dos alunos do 3º ciclo e secundário do Colégio Atlântico?

Variáveis de Estudo

a. Variáveis Dependentes

 Motivação

 Resultados escolares (3º Período)

Optámos por escolher as duas disciplinas nucleares transversais a todos os anos de escolaridade (Português e Matemática) e a Educação Física.

b. Variáveis Independentes

 Género (masculino ou feminino)

 Ano de Escolaridade (7º, 8º, 9º e 10º)

 Praticante ou não de exercício

Hipóteses

Perante os problemas e após análise da literatura, surgem as seguintes hipóteses:

Hipótese 1 - Existem diferenças significativas na motivação para a prática do exercício

(33)

- 24 -

Hipótese 2 - Existem diferenças significativas na motivação para a prática do exercício

em função do género.

Hipótese 3 - Existem diferenças significativas na motivação para a prática do exercício

em função de praticar ou não atividade física.

Apresentação e Discussão de resultados

Da totalidade da amostra (489 alunos), podemos mostrar as questões que mais preponderância tem para os jovens, e vice-versa. As respostas às questões indicam-nos a intensidade da motivação, ou falta dela, para a prática do exercício. As tabelas estão disponíveis em anexo.

Desta forma, as 5 questões mais (tabela 7) e menos (tabela 8) motivantes para os jovens da nossa investigação são:

Tabela 7 - Questões com melhor cotação

A questão 7, com uma média de 4,50 foi a melhor cotada pelos alunos – “para ter um corpo saudável” - pertencendo à dimensão dos motivos de saúde e ao fator “manter saudável”. Também na mesma dimensão e fator, temos as questões 21 e 35, “porque pretendo manter uma boa saúde” e “para me sentir saudável”, indicando-nos as principais motivações dos alunos para o exercício. No top 5 temos ainda os motivos psicológicos com a questão 3 (“Porque me faz sentir bem”) e os motivos de condição física, questão 22 – “para aumentar/ melhorar a minha resistência”.

Questão Descrição Fator Dimensão Média Posição

7 Para ter um corpo saudável Manter saudável Motivos de saúde 4,50 1 21 Porque pretendo manter uma boa saúde Manter saudável Motivos de saúde 4,28 2 3 Porque me faz sentir bem Revitalização Motivos psicológicos 4,23 3

35 Para me sentir saudável Manter saudável Motivos de saúde 4,14 4

(34)

- 25 -

Tabela 8 - Questões com pior cotação

Em sentido contrário à tabela 7, temos as questões 4, 19, 11, 5 e 6. A questão menos pontuada foi a número 6 “para poder pensar”, pertencendo à dimensão dos motivos psicológicos e ao fator stress.

Em termos gerais temos ainda o fator do reconhecimento social e dimensão dos motivos interpessoais nas questões 19 e 5.

Por aconselhamento médico ou para parecer mais novo também são questões que não motivam os alunos à pratica do exercício.

Género

Tabela 9 - Caraterização da amostra em função da variável género

N

Masculino 105 48,2 Feminino 113 51,8

T 218 100

O somatório do 2º ciclo, 3º ciclo e secundário constitui um total de 489 alunos, distribuídos por:  4 turmas de 5º ano;  4 turmas de 6º ano;  4 turmas de 7º ano;  4 turmas de 8º ano;  3 turmas de 9º ano;

 Uma turma de 10º ano.

Questão Descrição Fator Dimensão Média Posição

4 Para me ajudar a parecer mais novo Aparência Motivos relacionados com o corpo 2,34 47 19 Para comparar as minhas capacidades com os outros Reconhecimento

social Motivos interpessoais 2,19 48

11 Porque o médico me aconselhou Saúde Motivos de saúde 1,94 49

5 Para mostrar o meu mérito perante os outros Reconhecimento

social Motivos interpessoais 1,92 50

(35)

- 26 - Para os efeitos do presente estudo, averiguamos apenas o 3º ciclo e o secundário, tendo excluído uma turma de 7º e outra de 8º, para que fosse o mesmo número de turmas do 9º ano.

Assim, a nossa amostra ficou reduzida a 218 alunos, onde 105 (48,2%) são do género masculino e 113 (51,8%) do género feminino.

Relativamente aos determinantes da atividade física, características individuais como a idade e o género, são consideradas as variáveis mais estudadas (Sallis & Owen, 1999).

Tabela 10 - Caraterização da amostra em função da variável Ano de Escolaridade

N % 7º Ano 66 30,3 8º Ano 69 31,7 9º Ano 62 28,4 10ºAno 21 9,6 T 218 100

Nesta tabela podemos verificar que 30,3% (N=66) dos inquiridos é do 7º ano, que 31,7% (N=69) pertence ao 8º ano, que 28,4% (N=62) faz parte do 9ºano e que apenas 9,5% (N=21) correspondem à turma (única) de 10º ano.

Tabela 11 - Caraterização da amostra em função da variável praticar desporto

N %

Sim 177 81,2

Não 41 18,8

T 218 100

Através da tabela 9, observamos que da totalidade dos inquiridos (T=218), 177 responderam que praticam exercício (81,2%) enquanto 41 responderam de forma negativa (18,8%).

(36)

- 27 -

Tabela 12 - Caraterização dos resultados escolares das disciplinas de Língua Portuguesa,

Matemática e Educação Física por ano de escolaridade

Ano de Escolaridade Nota a Língua

Portuguesa Nota a Matemática

Nota a Educação Física 7º Ano Média 13,7576 13,8333 16,0455 Sd 2,22614 3,22291 1,62132 Min. 8 7 12 Máx 18 19 19 8º Ano Média 14,6957 14,1159 16,6087 Sd 2,30922 3,05603 1,56447 Min. 8 6 11 Máx 19 20 19 9º Ano Média 14,1129 14,0806 15,7742 Sd 2,07329 3,05844 2,5506 Min. 10 7 8 Máx 18 19 19 10º Ano Média 12,3333 12,5714 16,5714 Sd 3,02214 3,44342 1,80476 Min. 8 7 14 Máx 18 19 19

Uma vez apurados os resultados de fiabilidade para cada escala de motivação, conforme os resultados da análise, foram calculadas as médias dos resultados escolares, o valor máximo e mínimo e o desvio padrão dos participantes nas cinco dimensões da motivação.

Na tabela 10, é possível verificar que a média das notas das disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Educação Física. Observamos a média, o desvio padrão, a nota mínima e a nota máxima. A disciplina com melhor média é EF, na globalidade de todos os anos de escolaridade. Nessa mesma disciplina, o 8º é, entre todos, o melhor.

Quando a Língua Portuguesa, é também o 8º ano que possui melhor média (14,69), enquanto o 10º ano é o que possui pior média. Podemos ainda nesta disciplina verificar que no 9º ano não existe nenhuma negativa (10v – nota mínima), enquanto todos os restantes anos, possuem uma nota de 8v como nota mínima.

(37)

- 28 - A Matemática, e como nas outras restantes disciplinas, é também o 8º que possui a melhor média. É também no 8º ano que se encontra a nota mais baixa (6v) e a nota mais alta (20v).

Tabela 13 - Relação das variáveis Ano de Escolaridade e as dimensões da motivação

Motivos

Ano de

Escolaridade Psicológicos Interpessoais Relacionados com saúde

Relacionados com o corpo Relacionados com a condição física 7º Média 3,4546 3,5223 3,0859 2,9223 3,7898 Sd 0,59258 0,79394 0,81947 1,04898 0,85211 8º Média 3,3555 3,537 3,3607 3,0525 3,7464 Sd 0,50878 0,77938 0,7386 0,93576 0,84742 9º Média 3,4485 3,5902 3,0484 2,8044 3,7003 Sd 0,43133 0,63898 0,77128 0,93504 0,67607 10º Média 3,444 3,3254 3,0159 2,6131 3,2579 Sd 0,55162 0,77201 0,86015 1,19498 0,87625

Após análise da tabela acima, podemos auferir o seguinte:

 No 7º, 8º e 9º são os motivos relacionados com o corpo que mais motivam os alunos;

 No secundário, são os motivos psicológicos que têm maior preponderância;

 Os motivos relacionados com o corpo são os que menos motivam os jovens à prática do exercício;

 Existe uma homogeneidade nas médias das diferentes dimensões.

Tabela 14 - Relação das variáveis Género e as dimensões da motivação

Motivos

Género Psicológicos Interpessoais Relacionados com a saúde Relacionados com o corpo Relacionados com a condição física Masculino Média 3,4748 3,6458 3,2095 3,0321 3,8758 Sd 0,55132 0,80634 0,84498 0,95229 0,82698 Feminino Média 3,37 3,4176 3,1052 2,7777 3,5354 Sd 0,48256 0,66823 0,73999 1,03101 0,77124

(38)

- 29 -

 Quer nos rapazes quer nas raparigas, são os motivos relacionados com a condição física a motivar mais os alunos;

 Também em ambos os sexos, os motivos relacionados com o corpo tem menor enfâse na motivação dos alunos;

 O sexo masculino possui melhor média em todas as 5 dimensões da motivação.

Quanto ao género, os estudos apontam para os homens serem mais activos do que as mulheres em todas as idades (Dischman & Sallis, 1994; Sallis & Owen, 1999).

Tabela 15 - Relação das variáveis pratica desporto e as dimensões da motivação

Motivos

Pratica desporto? Psicológicos Interpessoais Relacionados com a saúde Relacionados com o corpo Relacionados com a condição física SIM Média 3,4511 3,5586 3,1425 2,9555 3,7644 Sd 0,52994 0,76673 0,79772 0,97812 0,8365 NÃO Média 3,2882 3,3916 3,2114 2,6616 3,4187 Sd 0,44666 0,63239 0,77492 1,06809 0,65038

Em relação à tabela 13, podemos realçar que:

 Quem pratica desporto, é mais motivado em todas as dimensões;

 São os motivos relacionados com a condição física que mais motivam os alunos, quer pratiquem ou não desporto;

 São os motivos relacionados com o corpo que menor importância têm para a generalidade dos alunos

(39)

- 30 -

Estudo Correlacional

Tabela 16 - Estudo correlacional paramétrico (Pearson) dos valores obtidos nas variáveis Ano

de escolaridade e Motivos para a prática de atividade física (n=218)

Ano de Escolaridade Motivos Psicológicos r ,004 p ,949 Motivos Interpessoais r -,027 p ,687 Motivos relacionados com a saúde r -,047 p ,487 Motivos Relacionados com o corpo r -,092 p ,175 Motivos Relacionados com a condição física

r -,142*

p ,036

O teste de correlação de Pearson sugere que existe uma associação negativa entre o ano de escolaridade e os motivos relacionados com a condição física. Com isto, queremos dizer que quanto mais velhos são os alunos (maior nível de escolaridade), menor é a importância dada a esta dimensão.

Nos outros motivos não existe associação estatisticamente significativa.

Tabela 17 - Estudo correlacional paramétrico (Pearson) dos valores obtidos nas variáveis

Género e Motivos para a prática de atividade física (n=218)

Género Motivos Psicológicos r -,101 p ,136 Motivos Interpessoais r -,153 * p ,024 Motivos Relacionados com a saúde r -,066 p ,332 Motivos Relacionados com o corpo r -,127 p ,060 Motivos Relacionados com a condição física

r -,209**

p ,002

Relativamente ao género, o teste de correlação de Pearson sugere que tendencialmente o são os motivos interpessoais e os motivos relacionados com a condição física motivam mais o sexo masculino. Isto é observável pela associação

(40)

- 31 - significativa negativa com os motivos interpessoais e também com os motivos relacionados com a condição física.

Tabela 18 - Estudo correlacional paramétrico (Pearson) dos valores obtidos nas variáveis

“Pratica deporto” e Motivos para a prática de atividade física (n=218) Pratica Desporto Motivos Psicológicos r -,123 p ,070 Motivos Interpessoais r -,088 p ,197 Motivos Relacionados com a saúde r ,034 p ,617 Motivos Relacionados com o corpo r -,115 p ,090 Motivos Relacionados com a condição física

r -,166*

p ,014

Em função da variável praticar ou não desporto, o teste de correlação de Pearson sugere que existe uma associação significativa negativa nos motivos relacionados com a condição física, indicando-nos que são os alunos praticantes de desporto os mais preocupados com a sua condição, em detrimento dos que não praticam.

(41)

- 32 -

Estudo Comparativo

Para a análise da primeira hipótese de estudo: “Existem diferenças significativas na motivação para a prática do exercício em função do ano de escolaridade.”, foi efetuado um estudo comparativo utilizando a ANOVA (tabela 17).

Tabela 19 - Estudo comparativo (one-way ANOVA) dos valores obtidos nas diferentes escalas

de motivação em função da variável ano de escolaridade (n=218)

Ano de escolaridade N Média Sd F P Motivos Psicológicos 7º 66 3,4546 ,59258 ,528 ,663 8º 69 3,3555 ,50878 9º 62 3,4485 ,43133 10º 21 3,4440 ,55162 Motivos Interpessoais 7º 66 3,5223 ,79394 ,661 ,577 8º 69 3,5370 ,77938 9º 62 3,5902 ,63898 10º 21 3,3254 ,77201

Motivos Relacionados com a saúde 7º 66 3,0859 ,81947 2,352 ,073 8º 69 3,3607 ,73860 9º 62 3,0484 ,77128 10º 21 3,0159 ,86015

Motivos Relacionados com o corpo 7º 66 2,9223 1,04898 1,317 ,270 8º 69 3,0525 ,93576 9º 62 2,8044 ,93504 10º 21 2,6131 1,19498

Motivos Relacionados com a condição física 7º 66 3,7898 ,85211 2,450 ,064 8º 69 3,7464 ,84742 9º 62 3,7003 ,67607 10º 21 3,2579 ,87625

Após análise dos dados apresentados na tabela acima, verificamos que não existe associação estatisticamente significativa entre as variáveis, embora seja de realçar que nos motivos relacionados com a condição física, aproximamo-nos de uma relação significativa.

Em todos os anos de escolaridade, são os motivos relacionados com a condição física que mais motivam os alunos para a prática do exercício.

(42)

- 33 -

Tabela 20 - Estudo comparativo (teste T para amostras independentes) dos valores obtidos nas

diferentes escalas de motivação em função da variável género (n=218).

Género N Média Sd t P

Motivos Psicológicos Masculino 105 3,4748 ,55132 1,496 ,136 Feminino 113 3,3700 ,48256

Motivos Interpessoais Masculino 104 3,6458 ,80634 2,277 ,024

Feminino 113 3,4176 ,66823 Motivos Relacionados com

a saúde

Masculino 105 3,2095 ,84498

,971 ,332 Feminino 113 3,1052 ,73999

Motivos Relacionados com o corpo

Masculino 105 3,0321 ,95229

1,889 ,060 Feminino 113 2,7777 1,03101

Motivos Relacionados com a condição física

Masculino 105 3,8758 ,82698

3,145 ,002

Feminino 113 3,5354 ,77124

Para verificarmos a segunda hipótese de estudo: “Existem diferenças significativas na motivação para a prática do exercício em função do género”, utilizamos o teste comparativo paramétrico do Teste T (tabela 18), e é possível constatar que são os motivos interpessoais e também os motivos relacionados com a condição física aqueles que mais motivam os alunos para a prática do exercício. Em ambas as dimensões, são os rapazes que mais pré-dispostos se encontram para a atividade. Também nos motivos relacionados com o corpo, encontramos valores com alguma significância, e é também no sexo masculino que a motivação é mais elevada.

Indo ao encontro dos resultados do nosso estudo, Dischman & Sallis, (1994) e Sallis & Owen (1999) apontam para os homens serem mais activos do que as mulheres em todas as idades.

Imagem

Tabela  6  -  Estudo  de  fiabilidade  das  diferentes  Dimensões  da  Motivação  (Teste  alpha  de  Chronbach)  Alpha de Chronbach Motivos Psicológicos ,803 Motivos Interpessoais ,805 Motivos Relacionados à  saúde ,804 Motivos Relacionados  com o corpo ,8
Tabela 7 - Questões com melhor cotação
Tabela 9 - Caraterização da amostra em função da variável género N
Tabela 11 - Caraterização da amostra em função da variável praticar desporto
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Referências

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