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Estilos de liderança: relação entre treinador e atleta no treino de desporto escolar

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório de Estágio

Estilos de liderança: relação entre treinador e

atleta no treino de desporto escolar

Mestrando: Gonçalo Emanuel Paiva Martins

Orientador: João Paulo Vicente

Coorientador: José Manuel Clemente Pires

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IV

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório de Estágio

Estilos de liderança: relação entre treinador e atleta no

treino de desporto escolar

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V

Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor João Paulo Vicente.

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VI

Aproveito esta oportunidade para agradecer aos que de algum modo me ajudaram, de forma direta ou indireta, na realização deste documento. Apesar de não ser possível observar diretamente a preponderância que estas pessoas tiveram nas fases de todo o percurso da elaboração deste relatório, gostaria de exprimir algumas palavras de agradecimento e profundo reconhecimento, sem qualquer tipo de hierarquia, em particular:

Ao Professor José Pires por todo o trabalho de orientação, partilha de experiências e conhecimentos, conselhos, exigência e acima de tudo uma enorme disponibilidade para lidar com todo o tipo de situações decorrentes do processo de estágio.

Ao Professor Paulo Vicente pela disponibilidade que sempre demonstrou e por todas as sugestões e conselhos pertinentes que me facultou durante este ano letivo.

Aos meus colegas do núcleo de estágio, Andreia Ferraz, Armando Teixeira e Mara Correia pela cooperação, amizade, sugestões, momentos de grande trabalho e outros de boa disposição ao longo deste ano letivo.

Aos meus pais e irmãos, por todos os valores e princípios que me transmitiram e por todo o incentivo e apoio que me deram ao longo destes anos, que foram sem dúvida um dos meus suportes deste meu percurso.

A todos que fizeram parte deste meu processo de aprendizagem, um grande bem-haja e muito obrigado.

À minha restante família e amigos que de algum modo tiveram influência no decorrer de todo este processo.

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VII

O presente documento surge com o objetivo de projetar a minha experiência enquanto professor estagiário durante este ano letivo, destinado ao Estágio Pedagógico, inserido no âmbito do 2º Ciclo em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real. O Estágio Pedagógico é assim considerado o fim de uma etapa e o início de outra, tendo o intuito de alicerçar toda uma formação que se pretende constante, contínua e reflexiva na vida de um professor. Neste relatório, transmito um conjunto de experiências que me acompanharam ao longo de um ano letivo como professor estagiário de Educação Física. Através de um processo crítico e consciente, declaro aquelas que foram as minhas dificuldades, dúvidas, angústias e preocupações, mas também estratégias, recursos e soluções presentes no desenvolvimento profissional que caracterizou a minha intervenção nas diversas áreas de desempenho.

O objetivo principal deste documento é relatar todas as vivências de estágio e analisar as atividades realizadas durante o ano letivo. Este relatório tem quatro áreas de intervenção, que são: as tarefas do professor estagiário no processo de ensino aprendizagem; a reflexão da prática de ensino supervisionada realizada ao longo do ano; a caracterização da turma do 11ºB; e por último, as atividades desenvolvidas no meio escolar.

Para a consolidação do meu desenvolvimento académico, este relatório contempla ainda um estudo sobre estilos de liderança percecionados pelos professores e alunos no treino de Desporto Escolar. As conclusões identificadas nesta pesquisa foram: 1º) o perfil ideal de um líder deve ser o de um profissional que estimule constantemente o seu grupo de atletas no sentido de melhorar seu rendimento (reforço); 2º) o líder deve apresentar uma excelência de conhecimentos sobre os aspectos técnicos e táticos da modalidade (treino-instrução) e 3º) para os atletas o líder deve adotar uma postura democrática em relação às decisões relacionadas com o grupo.

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VIII

Introdução ... 1

1 Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem ... 3

1.1 Unidades Didáticas ... 4

1.2 Planos de Aula ... 5

1.3 Processo de Ensino aprendizagem (Reflexão) ... 7

1.4 – Dificuldades sentidas e formas de resolução ... 10

1.4.1 Estratégias ... 11

1.4.2 Estratégias de superação ... 12

1.5 Avaliações ... 13

2 Prática de Ensino Supervisionada ... 15

2.1 Instrumentos ... 15 2.2 Procedimentos ... 15 2.3 Relatório e Avaliação ... 16 3 Estudo de Turma ... 17 3.1 Instrumentos ... 17 3.2 Procedimentos ... 17 3.3 Relatório e Conclusões ... 18 4 Atividades na Escola ... 20

4.1 Atividades gerais da Escola ... 20

4.2 Atividades específicas do Núcleo de Estágio ... 20

4.3 Colaboração com o Diretor de Turma ... 22

5 Conclusão e perspetivas para o futuro ... 24

-ESTILOS DE LIDERANÇA: RELAÇÃO ENTRE TREINADOR E ATLETA NO TREINO DE DESPORTO ESCOLAR ... 26 Resumo ... 26 Introdução ... 27 Metodologia ... 28 Resultados ... 29 Discussão ... 31 Conclusão ... 32 Bibliografia ... 33 Anexos ... 35

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-IX Índice de Abreviaturas

D.E. – Desporto Escolar E. F. – Educação Física

E.S.M.M. – Escola Secundária Morgado Mateus M.E. – Ministério da Educação

U.D. – Unidade Didática (s)

U.T.A.D. – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro P.E.S. – Prática de Ensino Supervisionada

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Introdução

O presente trabalho insere-se no âmbito do Relatório Final do Estágio Pedagógico do Mestrado em Ensino de Educação Física, nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro.

O Estágio Pedagógico é o culminar de todo um processo de formação na área pedagógica, permitindo aplicar na totalidade o que nos foi transmitido ao longo do percurso académico, onde foram reunidos conhecimentos teóricos, que só assumem a sua verdadeira importância, quando aplicados na prática, ou seja, nas várias atividades escolares.

O presente estágio foi realizado na Escola Secundária Morgado Mateus, sendo o núcleo formado por mim e por mais três colegas estagiários – Andreia Ferraz, Armando Teixeira e Mara Correia – sob a orientação do Professor José Pires, enquanto que, na Universidade, o orientador foi o Professor Paulo Vicente.

O Estágio Pedagógico engloba diversas áreas com exigências distintas e complementares na nossa formação enquanto professores. Este relatório final de estágio, surge como a etapa final de um percurso que coincide com a conclusão da minha formação como futuro profissional da área de Educação Física e que se verificou muito produtiva, não só pelas experiências e aprendizagens constantes, mas também pelo convívio com alunos e professores experientes, que enriqueceram esta aprendizagem.

Assim, este relatório final apresentará uma reflexão sobre os principais trabalhos realizados, tanto por mim individualmente, como enquanto membro de um grupo de estágio.

O principal objectivo deste relatório é descrever e sintetizar a minha atividade como professor estagiário, realizar uma introspeção sobre o trabalho efetuado, identificando e enumerando tanto os aspectos positivos como os negativos, permitindo, assim, tornar as minhas futuras prestações mais eficazes e eficientes.

O presente documento encontra-se dividido em duas partes. A primeira parte está estruturado da seguinte forma: uma breve introdução, uma exposição das tarefas do estagiário no processo de ensino aprendizagem, nomeadamente na elaboração do planeamento anual, unidades didáticas, planos de aula, apresentarei uma reflexão sobre as dificuldades que tentei superar ao longo do ano, assim como os conhecimentos adquiridos. Posteriormente explorarei o conceito de Prática de Ensino Supervisionada, apresentarei as conclusões do Estudo de Turma realizado no início do ano, e por fim, realizarei uma reflexão das ações e atividades realizadas no âmbito da escola no que diz respeito à relação que se desenvolveu entre a escola e o estagiário, a justificação das opções tomadas.

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A segunda parte do Relatório refere-se a um trabalho científico, em forma de Artigo. No meu caso específico trata-se de um estudo em torno da escolha do estilo de liderança mais percecionado no treino do Desporto Escolar, e teve como finalidade otimizar o funcionamento dos treinos em diferentes modalidades naquele contexto escolar.

De uma forma geral, vejo este trabalho como o culminar de uma etapa repleta de aprendizagens, reflexões e investigações sobre a prática pedagógica em contexto escolar. A sua elaboração foi, assim, muito oportuna, na medida em que me permitiu aprofundar e cimentar alguns conhecimentos prévios, auxiliada pela revisão literária que orientou as minhas análises e reflexões.

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1 - Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem

“O professor exerce uma função única dentro da escola. Ele é o elemento de ligação entre o contexto interno – a escola, o contexto externo – a sociedade, o conhecimento dinâmico e o aluno.” (Galvão, 2002)

Na fase inicial deste estágio sentia que era dominado por bastantes dúvidas, incertezas e preocupações, mas ao mesmo tempo uma grande curiosidade relativa à forma e ao modo de funcionamento desta nova realidade. O facto de estar responsável pela conceção de um projeto de ensino-aprendizagem para uma turma, aliado à falta de experiência, traduzia todo o mundo de sensações que referi anteriormente.

Com a colaboração e preciosa ajuda do professor José Pires, que ao longo de todo o ano letivo marcava, no mínimo, uma reunião semanal com o núcleo de estágio, aquilo que parecia algo de muito complexo começou a simplificar-se imenso. Esta ajuda preciosa foi extremamente motivante para partir cada vez mais confiante para o processo de ensino-aprendizagem. Em conjunto refletíamos acerca das melhores estratégias, estilos de ensino a adotar em cada situação e formas de resolução de problemas que iam aparecendo com o decorrer das aulas. Para complementar as conclusões absorvidas de cada reunião e atendendo ao facto das dificuldades patentes, no início do ano letivo realizei uma forte pesquisa nos programas de Educação Física e nos manuais escolares. Após estas leituras, e confirmando os conhecimentos que pude adquirir ao longo da minha formação académica, constata-se que muitas das vezes nem sempre a teoria se adequa às realidades da prática. As particularidades de cada escola e o seu contexto são, muitas das vezes, barreiras à execução dos programas emanados pelo Ministério da Educação. O estado de conhecimento que os alunos possuem de anos anteriores também não é o mais adequado à concretização dos objetivos de ensino preconizado pelo M.E.

O planeamento é um dos trabalhos mais exigentes do estágio, na medida em que a essência do ensino não permite que as ações pedagógicas sejam planeadas isoladamente, de aula para aula, partindo de fragmentos de processos de formação de capacidades e habilidades, processos de aquisição de conhecimentos, processos de educação e de desenvolvimento da personalidade dos alunos. No ensino, deve-se traçar um plano global, integral e realista da intervenção educativa para um amplo período de tempo.

É a partir dele que se definem e estipulam os momentos chave. O planeamento teve como principal objectivo, desenvolver um conjunto de instrumentos fundamentados nos conhecimentos científicos, adaptado à realidade do meio, da Escola e dos alunos da turma desenhando, assim, um plano de ação.

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É fundamental a conceção do planeamento e da preparação do ensino, partindo do contributo da disciplina de Educação Física para o objectivo geral da educação, passando por uma adequada coerência entre este, as Unidades Didácticas e, por fim, os Planos de Aulas. Após definidas as orientações do Departamento de E.F., relativamente aos horários, distribuição das semanas, mapa de rotações dos espaços, distribuição e ordenamento de matérias para os diferentes anos lectivos, procedeu-se à elaboração do planeamento, assim sendo construímos uma grelha para cada período letivo, com os dias e semanas para ter o conhecimento dos espaços onde leccionaria as aulas.

O nosso professor orientador ao requerer a criação de U.D. das modalidades que iriam ser abordadas ao longo do ano, automaticamente, em conjunto e de uma forma consensual e homogénea definimos a estrutura da nossa U.D.

1.1 - Unidades Didáticas

Podemos dizer que uma unidade didática é, ou representa, uma unidade de matéria apresentada no plano anual, ou seja, são planos de amplitude média correspondente à extensão de cada um dos blocos de aprendizagem considerados nos planos a longo prazo. “ A duração

de cada unidade depende do volume e da dificuldade das tarefas de ensino e de aprendizagem, de princípios psicopedagógicos e didáctico metodológico, acerca da organização e estruturação do processo pedagógico, do estado de desenvolvimento da personalidade dos alunos.” (Bento, 2003)

Neste âmbito, os aspetos fundamentais contemplados na planificação das U.D. passaram por inicialmente realizar uma análise da matéria/modalidade, nomeadamente no que concerne à sua história, regras, gestos técnicos principais e conteúdos técnicos/táticos específicos.

De acordo com o programa escolar, o nível inicial dos alunos e as possibilidades espaciais e materiais da escola, procedemos à planificação e elaboração das U.D., estruturas que nos iriam servir como um documento orientador da prática pedagógica ao longo de todo o ano. O planeamento das U.D. foi sempre realizado antes do início da abordagem destas e modificadas ao longo da mesma. A sua elaboração, face à sua constante reformulação, foi realizada ao longo do ano. Tal decisão faz com que as U.D. fossem realizadas de forma faseada, tendo como base não só a avaliação diagnóstica como também a avaliação formativa. Na elaboração de todas as U.D. foi dada maior atenção à definição da extensão e sequência dos conteúdos a abordar, assim como dos objectivos a atingir, no sentido de realizar uma planificação correta, com resultados visíveis em termos práticos.

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No âmbito do planeamento e condução das matérias de ensino, estiveram sempre presentes os resultados da avaliação diagnóstica, formativa e sumativa, assumindo-se como ferramentas práticas na promoção do sucesso do processo de ensino-aprendizagem. Foi importante determinar como avaliar e qual a sua realização. De realçar a importância de desenvolver progressões para as atividades em cada categoria transdisciplinar, tal como a importância das funções didáticas e as decisões de reajustamento.

Por fim, importa realçar que, face às orientações e decisões do grupo disciplinar de Educação Física da E.S.M.M, durante este ano letivo leccionei na turma 11ºB, as modalidades de Futsal, Atletismo, Voleibol, Basquetebol e Corfebol.

1.2 - Planos de Aula

Talvez o processo que à partida teria apenas cariz individual, acabou por ter uma percentagem de cariz coletivo muito grande, muito por culpa das conversas com os restantes professores estagiários, o professor orientador, a observação das várias aulas e dos respectivos relatórios. O primeiro obstáculo deste processo que se atravessou no caminho dos estagiários foi a escolha do modelo a utilizar nos planos de aula. Sabíamos que existiam vários modelos para escolher, contudo quisemos construir um modelo que se adequasse às nossas necessidades e que fosse prático. Assim após vários modelos analisados e definição de prioridades, o grupo chegou a uma ideia final do modelo a adotar de plano de aula. Assim o modelo continha a seguinte estrutura: na parte de cima do plano de aula encontrava-se um cabeçalho com as informações respeitando a coerência com a U.D. (data da aula, hora da aula, a turma a leccionar a aula, o local da aula, o número da aula, a duração da aula, o número de alunos previstos, a U.D. a leccionar, o número da aula dessa U.D., a função didática para essa aula, os objectivos traçados para essa aula e por fim, os recursos materiais necessários para a realização da aula); em seguida surgia um quadro com os objetivos operacionais, ação, contexto e critérios de êxito e no quadro seguinte apresentavam-se todos os aspetos referentes ao desenvolvimento da aula, ou seja, na coluna mais à esquerda, estavam referidas as informações relativas aos tempos parciais das tarefas assim como o tempo total; nas duas colunas seguintes encontrava-se toda a informação das tarefas e descrição das estratégias e controlo da atividade; e por fim, na última coluna encontravam-se os esquemas com imagens e palavras-chave.

No final de cada aula era realizada uma reflexão com os restantes professores estagiários e professor José Pires sobre aquilo que correu bem e aquilo que correu menos bem ao longo da aula, erros que se cometeram e não se desejam repetir, assim como eventuais exercícios ou

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estratégias a realizar numa próxima aula da modalidade ou até mesmo numa modalidade diferente.

As minhas dificuldades sentidas na elaboração dos planos de aula, no início do ano, passaram pela escolha de exercícios e progressões pedagógicas mais adequadas. As dificuldades também passaram pela elaboração dos planos de aula no início de cada U.D., pois era necessária uma pesquisa mais aprofundada na modalidade que iríamos abordar, de modo que os exercícios planeados fossem ao encontro das capacidades dos alunos.

A elaboração de um plano para uma aula foi sofrendo alterações ao longo do tempo. No início era dispensado muito tempo para a elaboração do plano de aula. A escolha dos exercícios adequados aos objectivos, descrevê-los e colocá-los no plano, fazer os esquemas da organização, pensar se estaria tudo bem, era um processo, inicialmente, muito demorado. No entanto, com a prática e experiência e com os conhecimentos que se vão adquirindo ao longo do estágio, relativamente à escolha dos exercícios, esta tarefa tornou-se bastante menos morosa.

Estas dificuldades rapidamente foram superadas, não só através dos feedbacks fornecidos constantemente pelo professor orientador sobre quais os exercícios mais indicados para dadas situações, mas também devido a uma reflexão da minha parte.

Outro aspeto onde penso que existiu evolução está relacionado com o facto de inicialmente, a minha tendência era pensar em todos os pormenores, em todas as possíveis falhas, nos tempos todos e acima de tudo em algo que conseguisse cumprir escrupulosamente. Com o avanço do tempo decorrido neste estágio posso afirmar que hoje sou um professor mais descontraído e mais ciente da realidade de uma aula e que a reflexão me permitiu evoluir, não só a realizada após as aulas, mas também a realizada no decorrer das mesmas. Quero com isto dizer que, sou já capaz de na aula adaptar/alterar o planeamento em busca do sucesso dos objetivos e da real aprendizagem dos alunos.

A elaboração dos planos de aula levou-me sempre à reflexão do que seria mais benéfico para a aprendizagem dos meus alunos e a consultar sempre exercícios novos e motivantes que os “prendessem” à tarefa e não os levassem à desmotivação.

“No grupo das raparigas é notório a dificuldade de assimilação dos princípios abordados, isto porque, ao revelarem bastantes dificuldades a nível técnico, não se conseguem concentrar nos aspectos tácticos do Futsal, revelando sempre, uma maior preocupação no

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1.3 - Processo de Ensino aprendizagem (Reflexão)

Após a concretização de todo o planeamento, apresenta-se a seguir todo o processo de ensino e aprendizagem. É neste momento que se transporta para a prática tudo aquilo que foi pensado e planeado de acordo com as conceções presentes no sistema educativo português.

O grande objetivo nesta fase do processo concretiza-se em conduzir com eficácia a realização da prática letiva, atuando de acordo com as tarefas didáticas e tendo em conta as diferentes dimensões da intervenção pedagógica.

Consciente deste conjunto de etapas a percorrer para concretizar uma realização de ensino eficaz e com qualidade, restava-me esperar pela primeira aula com a turma. Esta aula era um momento muito esperado por mim e revestia-se de uma grande importância para o futuro funcionamento da disciplina. Logo desde o início que pretendia passar para os meus alunos as regras e o funcionamento da disciplina de E.F. A meu ver, era importante incrementar um conjunto de rotinas essenciais desde a primeira aula.

Esse momento chegou. Estava curioso por conhecer os alunos que compunham a minha turma, do 11ºB. Na apresentação à turma, o professor José Pires transmitiu os objetivos da disciplina, a forma como decorreriam as aulas, alertou os alunos para o regulamento da disciplina e para a postura que iria adotar perante os seus eventuais comportamentos desviantes e acabou por incentivá-los para uma atitude de aplicação e dedicação em todas as tarefas propostas.

A impressão com que fiquei da turma, face ao discurso do professor orientador, que foi muito diferente em relação às outras turmas, foi de que poderia ser uma turma problemática, se eu não me soubesse impor. Essa opinião foi partilhada pelo orientador, que já conhecia grande parte dos alunos de anos letivos anteriores e de facto afirmou que estava perante uma turma que no ano anterior tinha criado muitas dificuldades à colega estagiária presente nesse mesmo ano. Restava-me agora criar as situações de ensino mais eficazes e motivantes para os alunos menos interessados ficarem com uma boa impressão do que seriam as aulas de E.F.

Ao princípio pairavam em mim algumas incertezas e dúvidas sobre quais as melhores estratégias a utilizar, sobre as prováveis diferenças entre os alunos da turma, e, para adequar a planificação do ensino ao nível inicial dos alunos e ao seu nível de aprendizagem. Para além disto, existia também o receio de não conseguir motivar os alunos a serem dinâmicos e ativos de forma empenhada em todas as tarefas propostas e adequar estratégias de forma a manter o controlo da turma para garantir um bom clima de aula e aprendizagem. Por último, estava preocupado e sentia também alguma dificuldade inicial em otimizar os recursos disponíveis em função da qualidade de aprendizagem, criando sempre situações de exercícios eficazes e

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organizados de forma a existir pouco tempo de espera e muito tempo potencial de aprendizagem. Para combater estas dificuldades, apoiei-me em conversas com o professor José Pires e leituras de bibliografia específica de cada modalidade.

A elaboração de documentos como as unidades didáticas, os planos e balanços das aulas e o estudo de turma foram importantes na perceção de algumas atitudes e comportamentos demonstrados pelos alunos em certas situações. Em determinados momentos, a caracterização da turma ajudou a perceber que certas posturas e atitudes adquiridas pelos alunos na sala de aula estavam relacionadas com o seu crescimento e desenvolvimento natural, fruto de uma fase bastante complicada: a adolescência. Contudo, a melhor estratégia para debelar estes problemas, foi mesmo a aplicação prática ao longo deste ano letivo. Após a realização de cada aula, uma reflexão consciente levou-me a perceber o que de menos bom foi realizado e a pensar em soluções para melhorar da próxima vez. De acordo com Bento (2003, p.190), “a

reflexão posterior sobre a aula constitui a base para um reajustamento na planificação das próximas aulas, uma vez que proporciona uma definição mais exacta do nível de partida e procede a balanços que devem ser tomados em conta na futura planificação e organização do ensino”.

À medida que melhor ia conhecendo a turma, e interpretando os seus desempenhos e atitudes ia adequando também toda a planificação necessária ao processo de aprendizagem dos alunos de forma a suprimir as lacunas por eles evidenciadas.

Como já aqui referi, esta turma estava conotada como uma turma com alguns alunos que tinham comportamentos menos corretos na sala de aula e que nem sempre se mostravam motivados para a realização das tarefas, o que acabou por ser um verdadeiro desafio, para estimular estes alunos para um bom clima de aula.

Deste modo, e para conseguir esta motivação por parte dos alunos, nas primeiras aulas encarei algumas situações, pedindo sempre aos alunos concentração e empenho na realização das atividades propostas. Estas atividades, também, foram sempre pensadas e desenvolvidas tendo em conta o empenho motor e a motivação dos alunos. A maioria delas eram planeadas tendo em consideração, obviamente, o objetivo principal para desenvolver o conteúdo específico das modalidades, mas eram apresentadas também tendo em conta o fator competitivo, fazendo assim com que a turma se empenhasse ao máximo nelas.

Para a realização de uma boa aula de Educação Física, entre outras características, os alunos deverão estar bastante tempo em atividade motora, de tal forma que a aula tem que ser bem organizada, dinâmica e sem grandes tempos de espera. Nas modalidades desportivas coletivas, desde início, com a criação de jogos lúdicos e a divisão da turma por níveis de

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dificuldade ou por sexo, esse objetivo foi sendo consolidado, assim como as rotinas e a autonomia que se instalaram para o restante ano letivo. Os exercícios eram também planeados tendo em conta o material e espaço disponível e para a transição entre eles ocorrer de forma breve e com ritmo. A manutenção dos grupos de trabalho, ou o uso de variantes de execução em determinadas tarefas, sempre fizeram com que as transições não fossem demoradas e não quebrassem o ritmo de aula.

No entanto, na realização de modalidades individuais, como salto em altura e lançamento do dardo, esta dinâmica de aula com empenhamento motor e com ritmo quebrou-se um pouco. Pela segurança e material específico que estas modalidades requerem, nas primeiras aulas de ambas geraram-se filas e tempos de espera mais elevados. Uma das soluções encontradas, em conversas e reflexões com o professor José Pires, foi a criação de estações paralelas, sempre que possível, onde os alunos se mantivessem em empenhamento motor.

Durante a realização da prática letiva, criei sempre situações de exercícios ajustados ao nível evidenciado pelos alunos. Muitas das vezes, dividi a turma por níveis de dificuldades e preocupei-me sempre em transmitir-lhes informações pertinentes à realização dos exercícios com sucesso. Numa primeira fase, esta minha preocupação era tão evidente que, por vezes não me colocava corretamente na aula. Com o acumular da prática fui corrigindo este problema, adotando posicionamentos nas aulas que me permitissem controlar toda a turma e “chegar perto deles” a qualquer momento para intervir, com alguma correção, motivação ou simples palavra de encorajamento. Estas três características marcaram sempre as minhas intervenções. Os feedbacks de qualidade pedagógica são importantíssimos no processo de ensino – aprendizagem. Efetuar uma correção num momento pertinente, corrigir ou desconstruir hábitos motores mal elaborados torna-se crucial no desenvolvimento das capacidades dos alunos. Foi sempre com este cuidado que realizei as minhas aulas. Muitas das minhas intervenções tinham o condão de colocar os alunos a raciocinar sobre determinadas atitudes de cariz tático a tomar em determinados momentos de jogo, por exemplo: no Futsal, Basquetebol e Corfebol. Em momentos cruciais e oportunos, mas de forma a não quebrar o ritmo, parei jogos e questionei os alunos sobre as suas decisões no jogo. É importante alertar os alunos para os erros, mas não lhes dar a solução toda, desenvolvendo-lhes assim o processo de pensamento. De acordo com Rosado e Mesquita (2009, p.180) “mais do que a prescrição,

interessa o questionamento”.

Os feedbacks de motivação e encorajamento surgiam com frequência com o intuito de ver o aluno sempre empenhado na tarefa ou de o motivar no caso de uma má execução do pretendido levando-o a não desmotivar por tal.

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Pelas características que evidenciaram os alunos da turma, todas estas estratégias revelaram-se importantes e surtiram efeito na realização do processo de ensino-aprendizagem. O meu esforço em dominar todos os conteúdos de ensino e apresentá-los com uma linguagem simples, acessível e de forma eficaz e motivadora à sua realização foram outro fator de sucesso nesta longa caminhada. Mais uma vez, e correndo o risco de me tornar repetitivo, destaco o papel do professor orientador no desenrolar da realização de todo o processo, onde me transmitiu vivências e sugestões de forma a melhorar a minha prática letiva.

Após a realização deste ano de prática letiva, sinto que foi extremamente gratificante o acumular de experiências e desenvolvimento que esta situação me proporcionou enquanto professor, dispondo agora de uma maior “leque” de soluções para a minha atividade futura.

1.4 – Dificuldades sentidas e formas de resolução

Neste ano de Estágio Pedagógico deparei-me com algumas dificuldades a vários níveis, não só no que se refere à intervenção pedagógica, mas também em outros domínios.

Depois de quase nove meses passados a intervir enquanto professor estagiário, posso começar por referir o que se tornou fácil constatar, só a possibilidade de experienciar esta situação, pode deixar um futuro professor apto para integrar um grupo disciplinar de Educação Física numa qualquer escola.

As diversas situações com que me fui deparando, e que de alguma forma, com o apoio do professor José Pires, tive de resolver, deram-me a possibilidade de aumentar e diversificar as experiências que fui tendo enquanto professor.

Pese embora alguma falta de experiência nas primeiras aulas, dediquei-me sempre bastante a este estágio e às tentativas constantes de encontrar estratégias para lidar com esta situação. Antes e depois de cada aula e dependendo do planeamento da mesma, tornou-se necessário uma grande reflexão. Antes da aula, era sempre necessário perceber se o exercício planeado, que me parecia bastante interessante, funcionaria ou se antes pelo contrário causaria graves problemas de indisciplina na aula. Depois de cada aula, era sempre necessário refletir, não só sobre os aspetos positivos e negativos da mesma, mas também que estratégia teria sido mais funcional.

Dediquei-me sempre de forma, a que o processo ensino-aprendizagem tivesse sucesso. Percebi o quanto esse sucesso requeria o meu trabalho e as minhas estratégias para inverter uma situação tão complexa como esta. Senti este sucesso no início do 2º Período, altura em

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que foram encontradas as melhores estratégias e as formas de lidar com as situações de desinteresse de alguns alunos.

De referir, que das situações de comportamentos incorrectos de alguns alunos, advieram outras dificuldades, como a problemática das decisões de ajustamento, que se tornavam complicadas por poderem interferir negativamente, e criar comportamentos e atitudes desajustadas.

“Os alunos António Pantano e Ricardo Correia levaram falta disciplinar, por se envolverem em conflitos um com o outro, quando realizavam exercícios de flexibilidade.”(Reflexão nº26 )

Assim antes de cada decisão tomada neste âmbito, era fundamental ter em conta não só a mudança em si da tarefa, mas a possível mudança de grupos de trabalho, as transições necessárias, e todas as implicações que aquela transformação da aula poderia provocar numa turma como aquela.

Outro aspeto que se tornou mais denso e complicado do que eu supunha, foi a realização do processo de avaliação, fruto da falta de experiência e vivência nesta área e por algum receio de poder ser injusto com algum aluno na sua avaliação, portanto avaliar foi para mim um ato de muita reflexão e ponderação ao longo do ano letivo.

1.4.1 - Estratégias

Suponho que seja recorrente e até normal, um professor estagiário encontrar dificuldades e ainda ter a recompensa de as superar com esforço e mérito. Não fui exceção e encontrei algumas dificuldades, principalmente ligadas ao controlo da turma e planeamento das aulas. No 1º Período, a questão do controlo da turma foi sem dúvida um dos objetivos que quis atingir, caso contrário, poderia ter dificuldades a lecionar as aulas. Esta era uma turma de alguns alunos com problemas de comportamentos fora da tarefa na maioria das aulas. Pois se esta foi identificada como uma possível dificuldade, hoje tenho-a como uma grande superação e como uma grande preparação para situações futuras.

Encarada esta dificuldade, percebi que teria de encontrar estratégias para resolver esta situação que de alguma forma constrangia todo o planeamento e aula em si. Poderei dizer ter superado esta dificuldade através dos seguintes ajustamentos:

 Apliquei estratégias diferentes durante todo o 1º período até encontrar algumas que se tornaram ótimas para aquela turma;

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 Por algumas dessas estratégias passou também a alteração da minha postura e da comunicação verbal e não verbal com os alunos;

 A alteração da forma das tarefas também foi fundamental, optando por tarefas simples em termos de organização da aula e sem grandes transições;

Outra das dificuldades encontradas foi o planeamento, isto é, planear algo exequível, planear de acordo com as capacidades demonstradas pelos alunos, de acordo com os objetivos e tendo em conta a turma em si. Para superar este problema:

 Revi várias vezes as avaliações de diagnóstico feitas;

 Revi e reformulei algumas vezes a sequência e extensão de conteúdos;

 Reli várias vezes cada plano de aula;

 Fiz esquemas de forma a compreender a dinâmica dos exercícios;

 Fiz os grupos dos alunos em casa, de forma a evitar grupos desestabilizadores nas tarefas.

1.4.2 - Estratégias de superação

Como já referi em cima, acho ter conseguido superar as grandes dificuldades neste estágio. A questão do controlo da turma e da minimização das situações de indisciplina foram as minhas grandes superações com o apoio das seguintes estratégias:

 Criação de rotinas básicas de início e fim de aula na maioria das de tarefas;

 Tempos muito curtos ou nulos de transição;

 Organização das tarefas num espaço pequeno, de forma a ser mais fácil estar atento a toda a turma, mas suficientemente grande para evitar muita proximidade entre alunos e assim não permitir comportamentos fora da tarefa;

 Colocar os alunos de costas para uma atividade que possa reter mais atenção que a própria aula;

 Evitar tarefas que possam implicar filas, não permitindo assim espaço para comportamentos fora da tarefa;

 Não fazer qualquer instrução sem que a atenção de todos os alunos estivesse focada no que seria dito (esperar que alunos se calem);

 Em instruções mais prolongadas e na parte final da aula, sentar os alunos;

 Realizar grupos/equipas, tentando evitar que a determinados alunos lhe fosse dada a possibilidade de estarem juntos naquelas tarefas;

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 A alunos que frequentemente causavam transtornos na aula, pedir-lhes para se ausentarem durante algum tempo da mesma, sentando-se no banco;

1.5 - Avaliações

Esta fase é a última do processo de ensino – aprendizagem e tem como grande objetivo utilizar as diferentes modalidades de avaliação como elemento regulador e promotor da qualidade do ensino e da aprendizagem e da avaliação do aluno. Todo o trabalho promovido e realizado durante este ano letivo foi sempre alvo de uma reflexão consciente conduzida a momentos de avaliação que permitiam analisar a evolução do trabalho desenvolvido por mim e pelos alunos da turma.

“Avaliar é um conjunto organizado de processos que visam o acompanhamento regulador de qualquer aprendizagem pretendida, e que incorporam por isso mesmo a verificação da sua consecução. Mas, para isso – avaliar – é indispensável criar mecanismos de acompanhamento do processo para o ir entendendo, acertando e reorientando no sentido desejado.” (Roldão 2005, p.41)

O desempenho e a evolução dos alunos nas matérias presentes no processo de aprendizagem são reflexos do trabalho realizado pelo professor. Era da minha responsabilidade solucionar estratégias pertinentes ao desempenho da turma e selecionar a melhor e mais adequada forma de avaliação para os meus alunos tendo em conta o nível evidenciado por eles nos anos anteriores e as características gerais da turma. Para o início da lecionação de cada U.D. era elaborada uma ficha de registo ou grelhas de avaliação relativas a uma avaliação diagnóstico para aferir do nível de desempenho inicial de cada aluno nas diversas modalidades. De acordo com o programa nacional de E.F. relativo ao ensino secundário e o plano de atividades da escola eram escolhidos um conjunto de conteúdos essenciais à realização de cada modalidade. Depois de avaliar o nível inicial dos alunos era traçado um programa de objetivos consciente e adequado à turma para ser exercitado, contemplando três momentos de avaliação formativa aos alunos e a avaliação sumativa. A seguir a cada avaliação, eram também discutidas conclusões sobre os resultados obtidos para reorientar o meu processo de ensino, com o objetivo de melhorar qualitativamente a prática. Mais uma vez, o papel da reflexão estava presente e confirmava-se favorável a cada momento diferente de avaliação.

Uma das minhas grandes dificuldades e receios passava por ser justo, criterioso e igual na avaliação de todos os alunos. Por vezes, quando não existia a experiência necessária era complicado avaliar todos os alunos de forma correta, e nas primeiras avaliações diagnósticas, não consegui avaliar alguns parâmetros em todos alunos.

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Com a experiência, feedbacks do professor José Pires e dos colegas de estágio e introdução de novos métodos de avaliação, tornou-se possível e mais fácil concluir com sucesso todos os momentos de avaliação e ser o mais reflexivo possível acerca das classificações a atribuir a cada aluno pelo seu desempenho.

“Como estratégia de colocação, fiquei entre as duas estações de salto, para observar as diferentes fases do salto, fui anotando e avaliando os alunos de acordo com os critérios de

êxito estabelecidos para aquele gesto técnico.” (Reflexão nº 23).

Destaco também, que como professor avaliava sistematicamente os meus alunos. Este procedimento é feito de modo a desenvolver a responsabilidade nos alunos, promover o empenho, reconhecer a minha imparcialidade e, ao mesmo tempo, ganhar consistência e experiência nesta fase de ensino – aprendizagem.

O desempenho e opiniões dos alunos foram, também, sempre importantes na opção pelas estratégias a escolher para cada momento de avaliação. Em uníssono tornava-se mais fácil aplicar o ensino em conformidade com as expetativas e conhecimentos dos alunos em geral. Para concluir este capítulo, destaco com enorme felicidade o efeito produzido nos alunos ao nível da aprendizagem proporcionado com a prática letiva. Nas diversas modalidades lecionadas, os momentos de exercitação presentes entre a avaliação diagnóstica e a avaliação sumativa traduziam-se em períodos de oportunidades para que todos os alunos desenvolvessem as suas especificidades ao máximo, verificando-se depois a respetiva evolução e aumento das capacidades de execução dos conteúdos propostos.

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2 - Prática de Ensino Supervisionada

A prática de ensino supervisionada, segundo Alarcão (2003): “exerce uma acção directa na

prática pedagógica que, por sua vez, actua sobre o processo de ensino-aprendizagem, promovendo, na verdade, o desenvolvimento do aluno e do professor em formação.”

Durante o percurso de qualquer professor estagiário é fundamental que este seja devidamente acompanhado e apoiado não só pelo seu orientador mas também pelos seus colegas estagiários. Ao analisarmos as aulas dos nossos colegas estagiários, e realizando a P.E.S., identificamos alguns problemas concretos na direção das aulas e deste modo podemos também orientar os nossos colegas para uma inovação nas suas aulas, com estratégias diferentes na sua prática pedagógica, evitando de facto rotinizar a sua ação pedagógica. Com a realização das P.E.S., através das nossas supervisões, pretendeu-se desenvolver no professor estagiário observado e no que realizou o registo anedótico, um conjunto de competências de natureza científica e pedagógica, cujo objetivo principal foi o melhoramento do seu desempenho enquanto professor estagiário.

2.1 - Instrumentos

Na prática de ensino supervisionada utilizamos como instrumentos a ficha de registo anedótico, a grelha de preenchimento da prática supervisionada e ainda a escala de classificação. Todos estes documentos estão no Manual Supervisão Pedagógica em Educação Física e Desporto, da professora Ágata Aranha, 2007.

“Quem não sabe observar não consegue analisar, avaliar nem identificar erros – os seus, os

dos seus alunos ou dos seus atletas – e, por conseguinte, não consegue melhorar prestações, ou seja, não evolui.” (Aranha 2007, p.3)

2.2 - Procedimentos

Durante as aulas dos restantes colegas estagiários, realizamos a supervisão pedagógica. Para o efeito, utilizamos o registo anedótico elaborado pela professora Ágata Aranha e que consta do Manual referenciado no ponto anterior. O registo das Práticas de Ensino Supervisionadas aconteceu entre Outubro de 2012 até Março de 2013.

Iniciamos o processo de observação do registo anedótico, através da recolha de informação por ordem ao tempo, para permitir saber quanto tempo durou cada um dos acontecimentos descritos. Assim sendo, os parâmetros observados foram os seguintes: introdução da aula; mobilização dos alunos para as atividades; organização, controlo e segurança das atividades; gestão dos recursos; instrução / introdução das atividades; regulação das atividades,

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linguagem utilizada; sequência da aula; conclusão da aula e a concordância com o plano / adaptabilidade da aula.

2.3 - Relatório e Avaliação

Foi muito importante, enquanto professor estagiário, verificar que os restantes colegas de estágio, nas suas aulas foram possuidores de brio profissional, tentaram sempre desempenhar as suas funções implementando estratégias e práticas pedagógicas inovadoras, tentando desta forma dar outra dimensão ao processo de ensino.

Apesar do facto das aulas não terem divergido, em toda a escala, do enquadramento clássico do processo normalmente utilizado na condução de uma aula tentei verificar, sempre que possível, supervisionar novas práticas pedagógicas utilizadas pelos professores estagiários de forma a fomentar as aprendizagens dos alunos.

Esta minha tarefa, deu para perceber que se deve questionar o próprio conhecimento, criar situações problematizadoras que induzam o professor a dialogar com a realidade num processo sistemático, crítico e criativo, provocando assim uma intervenção ideológica inovadora.

Concluindo, a Prática de Ensino Supervisionada no estágio pedagógico nos cursos de Educação Física não devem apenas resumir-se às formalidades e ao conhecimento teórico e técnico, portanto justifica-se que o professor estagiário experimente o processo de supervisão aos colegas de estágio, estes momentos contribuem para analisar situações que acontecem nas nossas aulas, logo são enriquecedoras para o desempenho da função de professor de Educação Física.

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3 - Estudo de Turma

3.1 - Instrumentos

Para a execução deste trabalho, foi utilizado um questionário, adaptado pelo Núcleo de Estágio de Educação Física 2012-2013 da Escola Secundária Morgado Mateus. A informação que foi retirada deste dá-nos melhor a conhecer esta turma em termos de saúde, hábitos alimentares e prática desportiva.

O questionário elaborado pelo Núcleo de Estágio foi constituído por 10 tópicos: 1-Dados Pessoais do Aluno;

2- Identificação do agregado familiar; 3- Condições habitacionais;

4- Saúde;

5- Hábitos alimentares;

6- Hábitos do quotidiano / Ambiente familiar; 7 – Vida escolar;

8 – Disciplina de Educação Física; 9 – Tempos Livres;

10 – Nível de dificuldades.

3.2 - Procedimentos

O questionário elaborado pelo Núcleo de Estágio foi aplicado no dia 8 de Outubro de 2012, pelas 15:10 horas. Antes da entrega e preenchimento dos questionários esclareceu-se os alunos, quanto:

• Aos objectivos do questionário;

• À importância das respostas sinceras, que conferem veracidade ao estudo, de modo a que os resultados estejam o mais próximo possível da realidade;

• À confidencialidade das respostas.

Posteriormente, procedeu-se à elaboração do presente documento, onde foram apresentados e analisados os resultados obtidos. Ao longo do documento foi feita uma análise a cada item do questionário, identificando quando necessário, algum resultado fora da homogeneidade da turma. O tratamento de dados foi feito utilizando o Microsoft Office Word 2010 e Microsoft Office Excel 2010.

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3.3 - Relatório e Conclusões

No sentido de tornar mais clara e perceptível a enumeração das ilações do estudo, vou proceder à sua apresentação, agrupando-as segundo a ordem adotada na análise e discussão dos resultados.

 A turma foi constituída por 28 alunos, 15 do género masculino e 13 do género feminino;

 A idade dos alunos varia entre os 15 e os 18 anos, sendo que a maioria dos alunos tem 16 anos;

 O agregado familiar é constituído em quase todos os casos de acordo com os padrões tradicionais (pais e filhos);

 Os alunos têm meios informáticos em casa que lhes possibilitam realizar trabalhos e pesquisas sobre as matérias leccionadas nas aulas;

 Apesar de alguns problemas de saúde conclui-se que estes problemas não condicionam a sua presença e participação nas aulas de Educação Física;

 Verificou-se que os alunos na sua generalidade mantêm uma alimentação regular, apesar de alguns comerem fast-food 1 a 2 vezes por semana e de existir o problema de 3 alunos não tomarem o Pequeno-almoço. O Professor tem de os sensibilizar para a importância desta refeição;

 A maioria da turma estuda regularmente menos de 1 hora por dia. Deve-se perceber quais as ambições pessoais de cada aluno e motiva-lo para a luta desses objectivos;  A Educação Física e a Matemática são as disciplinas preferidas dos alunos;

 As disciplinas que apresentam maiores dificuldades para os alunos são a Matemática, química e Inglês e a que os alunos menos gostam é a disciplina de Físico-química;

 As modalidades consideradas pelos alunos como favoritas foram o Futsal (n=16) seguindo-se o Basquetebol (n=15) e o Voleibol/Andebol (n=12),ou seja, modalidades colectivas, exceptuando o Andebol, as outras modalidades vão ser leccionadas nas aulas, pelo que se antevê motivação por parte dos alunos;

 As modalidades consideradas pelos alunos como sendo aquelas que têm mais dificuldades foram: Ginástica (n=14), Atletismo (n=11) e Futsal (n=7), esta última modalidade, foi indicada pelo género feminino;

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 Ser bem-disposto (n=20), justo (n=19) e simpático (n= 17), são as qualidades mais apreciadas pelos alunos num professor;

 Na turma 32% (9 alunos) têm atualmente hábitos de prática desportiva extra-escolar, quer seja federada ou por lazer;

 Quase metade da turma, (12 alunos) já participaram no Desporto Escolar, demonstrando interesse e motivação para a prática de actividade física para além das aulas de Educação Física;

 A corrida de velocidade e os exercícios de flexibilidade são apontados como os exercícios em que os alunos têm mais dificuldades em realizar.

No que diz respeito ao estudo mais exaustivo do IMC podemos concluir que:

1. Na amostra de 28 alunos, apenas 4%, ou seja um aluno, Jimmy Cigarro apresenta excesso de peso e nenhum apresenta sinais de obesidade. Apesar de terem sido avaliados mais sujeitos do sexo masculino (15) em relação ao sexo feminino (13), no conjunto dos 28 alunos, verifica-se que a percentagem de rapazes que poderá vir a sofrer de excesso de peso é superior ao das raparigas.

2. Verificou-se que 11,0% dos rapazes (António Pantano, Pedro Assunção e Nuno Silva) e 3,6% das raparigas (Regina Dinis), correm risco de vir a sofrer de excesso de peso pela proximidade do valor limite que os classifica como tal. Para prevenir tal situação, estes alunos foram alertados para terem cuidado com os seus hábitos alimentares e aumentar também a sua prática desportiva.

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4 - Atividades na Escola

Estas atividades estão relacionadas com a participação em atividades não letivas na E.S.M.M., atividades essas que direta ou indiretamente irão aumentar a minha competência enquanto professor de E.F. bem como integrar-me na comunidade escolar, daí a sua importância durante este ano letivo de transição.

Assim, é meu objetivo contribuir para a promoção do sucesso educativo, no reforço do papel do professor de E.F. na Escola e da disciplina de E.F., através de uma intervenção contextualizada, cooperativa, responsável e inovadora.

Ao longo do ano letivo o nosso grupo de Estágio participou, organizou, auxiliou ou simplesmente acompanhou algumas atividades não letivas com o intuito de dinamizarmos a comunidade escolar.

4.1 - Atividades gerais da Escola

Destaco a participação logo no início do ano letivo, no Corta-Mato Escolar onde no dia da prova ajudamos na sua organização, vigilância e auxílio aos alunos.

Vigiamos alguns torneios escolares e, no caso concreto dos torneios de Voleibol e Basquetebol 3X3, arbitramos inclusivamente a maior parte dos jogos.

O torneio de futsal para a comunidade escolar, foi uma das atividades em que participei e acabei por ter um papel ativo, pois integrei a equipa dos professores, jogando deste modo contra os alunos das diferentes turmas da escola.

A Taça Morgado e Taça Morgadinha de Futsal, contou com o meu contributo, assumi o papel de selecionador dos alunos do 11º ano e nas semanas de competição fui o responsável dessa equipa, jogando e ganhando ao 10º, 12º ano e na final à equipa de Desporto Escolar de Juvenis. De referir que foi uma experiência diferente e bastante enriquecedora.

O núcleo de estágio também colaborou na organização do Sarau do Desporto realizado no final do ano, onde foram entregues os prémios aos participantes e vencedores dos torneios realizados durante o ano lectivo e os diplomas referentes à participação no Desporto Escolar.

4.2 - Atividades específicas do Núcleo de Estágio

O Torneio de Badminton foi organizado pelo nosso núcleo de estágio e este foi aberto também à Escola Jerónimo de Amaral, onde tanto eu como a professora estagiária Mara Correia assumimos a coordenação deste torneio naquela Escola. Pelo contexto e pelo timing em que se realizou, foi muito benéfico, pois permitiu-me conhecer e relacionar com alunos de uma faixa etária inferior à que lecionei, interagir com todos os professores do grupo de E.F.,

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demonstrar algumas das minhas competências e simultaneamente participar na concretização de um torneio.

No que diz respeito ao Desporto Escolar, todos os elementos do nosso núcleo participaram semanalmente na modalidade de Badmínton, escalão Juvenis. Tivemos como tarefas acompanhar os alunos, dando-lhes feedbacks para melhorarem o seu rendimento, organizamos e participamos nos encontros inter-escolas de Badmínton e ainda formamos os árbitros de Badmínton sobre as leis e regulamentos da modalidade. Pela experiência que tenho colaborei com o Professor Pedro Feitais na formação dada aos árbitros de Futsal do D.E. Em relação à atividade realizada pelo núcleo de estágio, denominada “Caça ao Tesouro”, a minha participação acabou por ser mais dinâmica e de maior responsabilidade. Isto porque, para além das funções inerentes ao dia da realização da mesma, também tive uma participação relevante no planeamento e elaboração desta. O ponto de partida desta atividade baseou-se em tentar abranger toda a comunidade escolar, incluindo como é óbvio os professores e funcionários. Deste modo, a atividade decorreu no dia 31 de maio de 2013, na Serra do Marão, num percurso pedestre de aproximadamente 13kms.

Assim, antes do dia do “Caça ao Tesouro”, os dois núcleos de estágio da E.S.M.M., juntamente com os seus orientadores foram realizar o percurso na sua totalidade. No dia da atividade, existiam diversas estações com atividades lúdicas e jogos pré-desportivos, formulação de perguntas para a descoberta do “tesouro”. O núcleo de estágio esteve precisamente num destes postos, indo posteriormente para a chegada, para controlar os alunos. Esta atividade contou com a participação de aproximadamente 700 participantes, um número muito significativo para uma atividade de um dia.

O sucesso da atividade deveu-se ao facto de tudo ter sido devidamente ponderado, estruturado e refletido de forma atempada e em interação entre o grupo de estágio, o professor José Pires e o restante grupo de E.F. De um modo geral, esta atividade foi uma mais-valia em termos pessoais. Permitiu-me não só vivenciar a experiência real de projetar e concretizar uma atividade, a qual, não se limitou a um grupo específico de alunos, mas também permitiu relacionar-me com o outro núcleo de estágio e o seu professor orientador e todos os professores do grupo de E.F. Esta distinguiu-se de todas as outras atividades, pois para além das funções realizadas em atividades anteriores, foi necessário informar e “liderar” (em conjunto com as colegas de estágio). O balanço final desta atividade foi bastante positivo, facto comprovado com as palavras dos alunos, dos funcionários e dos professores que referiram e congratularam o sucesso da mesma.

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4.3 - Colaboração com o Diretor de Turma

O acompanhamento da área relativa à intervenção do diretor de turma foi realizado ao longo do ano verificando-se com maior impacto aquando das reuniões intercalares e reuniões de conselho de turma. Nestas reuniões foi interessante perceber as funções inerentes à figura do diretor de turma e ao mesmo tempo colaborar em alguns aspetos para atingir o sucesso escolar dos respetivos alunos. Esta área era total novidade e tudo que ela abrangia era perfeitamente desconhecido. Através da presença em reuniões com todos os professores da turma, documentos relativos às funções do diretor de turma e a abertura e disponibilidade da diretora de turma do 11ºB foi possível perceber melhor a dinâmica presente nestas funções.

Na primeira reunião com o conselho de turma sentia-me um pouco nervoso, o Professor José Pires, apesar de estar sentado ao meu lado, informou-me que seria eu a comunicar e intervir sempre que se justificasse. Foi a reunião em que todos se apresentaram e retrataram de uma forma geral os alunos da turma. No momento de eu falar, foi interessante perceber que os restantes professores me ouviam atentamente e partilhavam das minhas opiniões em relação a alguns alunos da turma.

O documento inicial que elaborei acerca da caracterização da turma, foi também alvo de reflexão e de agradecimento por parte da diretora de turma na reunião, guiando-se por ele para fazer uma abordagem ao conhecimento geral de todos os alunos que compõem a turma. A partir deste momento realizei uma participação ativa em todas as reuniões de notas e fui-me apercebendo das reais funções e preocupações que fazem parte do quotidiano de um diretor de turma. As principais ideias com que fiquei após este acompanhamento mais aprofundado ao diretor de turma assentam na capacidade que este deverá ter de criar e desenvolver um clima de diálogo aberto e participativo entre todos os intervenientes da turma, estimulando assim a participação dos alunos na vida da escola e da comunidade. Outra função inerente ao trabalho do diretor de turma e que se verificou constantemente em todas as reuniões efetuadas no conselho de turma do 11ºB, residiu na preocupação de garantir uma informação atualizada sobre a assiduidade e pontualidade dos alunos, comportamentos disciplinares, processos de avaliação e estratégias para conduzir alguns alunos ao sucesso escolar. Com base nestas informações fornecidas pelos diversos professores, cabia à diretora de turma comunicar posteriormente aos encarregados de educação, através de reuniões ou no seu horário de atendimento a estes, possíveis situações a ocorrer na vida dos seus educandos.

Como nota final, destaco o papel ativo, interessado e participativo que a diretora de turma do 11ºB desempenhava em prol de qualquer aluno da turma. Foram surgindo, ao longo do ano letivo, alguns problemas e a procura de soluções bem como a reflexão de diversas situações

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entre todos os professores sempre foi analisada, por forma a encontrar o melhor caminho que conduzisse o aluno ao sucesso escolar, ou, por vezes, até extra – escolar.

Em termos gerais, a participação não se limita às funções de relevância e de organização. Enquanto estagiário pude experienciar diversos tipos de participação, com funções totalmente diversificadas mas que acabam por contribuir para o sucesso pessoal, de grupo e da própria escola.

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5 - Conclusão e perspetivas para o futuro

Segundo Formosinho (2001), “ na formação inicial dos professores, em praticamente todas

as áreas, está incluído um período de práticas pedagógicas que habitualmente se domina por estágio”. Refere ainda que “ durante este período o professor estagiário, completa o seu percurso de formação, passando de uma fase de aprendizagem fundamentalmente teórica para uma fase de experimentação prática dos conhecimentos adquiridos”.

Sem sombra de dúvida que foi um ano extremamente desgastante e com uma panóplia de tarefas para realizar e cumprir, no entanto, tudo isso foi sendo ultrapassado com o crescimento que esta experiência me proporcionou. Cada aula, cada reflexão, cada observação ou documento elaborado era um pequeno passo no desenvolvimento das minhas competências, quer a nível profissional, quer a nível pessoal.

Foi extremamente gratificante partilhar todos os meus conhecimentos com a turma pela qual fiquei responsável por lecionar e perceber que de parte deles existia uma vontade e interesse em concretizar essa tarefa. Durante este ano letivo, partilhei também vivências e conversas com os colegas de estágio, outros professores da escola e principalmente com o professor orientador. Todos estes momentos foram importantes e traduziram-se em aprendizagens úteis, significativas e sobretudo dotaram-me de novos pontos de vista para resolver ou abordar as diversas situações que iam surgindo no decorrer de todo o processo e quiçá em ocasiões futuras.

Ao nível das perspetivas para o futuro e estando ciente das dificuldades e dos momentos complexos e conturbados que acompanham o sistema de ensino no nosso país, talvez encontre alguma dificuldade em colocar na prática de imediato tudo aquilo que construi e aprendi ao longo deste ano letivo. No entanto, e com o superar de todas as expetativas com que esta experiência me contemplou, decididamente é uma aposta de futuro para mim o mundo do ensino.

Em jeito de conclusão final, refiro que pretendo dar sempre o máximo em todas as tarefas que me sejam propostas, investindo cada vez mais na minha formação, por forma a tornar-me um professor mais competente, fazendo com que todos aqueles que me rodeiam sintam orgulho do trabalho realizado e dos princípios e valores que me definem.

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Parte II – Estudo

desenvolvido

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ESTILOS DE LIDERANÇA: RELAÇÃO ENTRE TREINADOR E ATLETA NO TREINO DE DESPORTO ESCOLAR

Gonçalo Martins1,2 & Paulo Vicente João2,3

1 Escola Secundária Morgado Mateus

2 Universidade de Trás os Montes e Alto Douro – UTAD, Vila Real

3 Centro de investigação em desporto, saúde e Desenvolvimento humano (CIDESD)

Resumo

Pretendeu-se, com este estudo, investigar e aprofundar os conhecimentos científicos sobre a problemática relação de liderança entre treinador e atleta no contexto do Desporto Escolar, nas modalidades de Futsal, Basquetebol e Badmínton. Participaram neste estudo n=50 sujeitos, dos quais 45 eram atletas do Desporto Escolar e 5 Professores de Educação Física, que desempenharam a função de treinador. Como instrumento de medida, utilizou-se a Escala de Liderança no Desporto (ELD), versão perceção e auto perceção. Para análise dos dados, optou-se pela estatística descritiva e comparativa: t-test, o nível de significância ficou estabelecido em 0,05.

Os resultados sugerem para os comportamentos de interação: reforço e treino-instrução, como aqueles que foram mais evidenciados na percepção do atleta e treinador. No que se refere aos comportamentos de decisão, para os atletas o estilo autocrático surge como o menos percepcionado relativamente à dimensão democrático, ou seja, esta dimensão é privilegiada. Contudo, verificaram-se diferenças significativas no comportamento democrático na percepção dos alunos e auto perceção do treinador da modalidade de Basquetebol, este enfatiza um perfil de liderança com o uso da autoridade pessoal para tomar as decisões com pouca participação dos atletas.

As conclusões para os treinadores e atletas avaliados nesta pesquisa foram: 1º) o perfil ideal de um líder deve ser o de um profissional que estimule constantemente o seu grupo de atletas no sentido de melhorar seu rendimento (reforço); 2º) o líder deve apresentar uma excelência de conhecimentos sobre os aspectos técnicos e tácticos da modalidade (treino-instrução) e 3º) para os atletas o líder deve adoptar uma postura democrática em relação às decisões relacionadas com o grupo.

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Introdução

No Desporto Escolar os treinadores responsáveis pelo treino e mesmo alguns atletas estão sempre à procura de resultados de pesquisas que possam otimizar a sua performance dentro de uma determinada modalidade. Existe uma escassez muito grande de estudos relacionados com a liderança, que os treinadores exercem sobre os atletas no âmbito do Desporto Escolar. Procuramos com este estudo analisar os tipos de comportamentos de liderança auto percepcionados pelo treinador e a sua relação com o estilo preconizado pelos seus atletas no treino de Desporto Escolar. Traçamos como objetivos específicos deste estudo: verificar as diferenças existentes quanto à percepção dos atletas e auto-percepção do treinador sobre o seu estilo de liderança, mais voltado para dimensões de interação (treino-instrução, reforço e suporte social) e/ou decisão (democrático e autocrático).

O estudo na liderança no desporto tem partido do pressuposto do impacto do tipo de comportamentos de liderança dos treinadores não só no rendimento e satisfação dos atletas, mas também no seu bem-estar e saúde psicológica em geral (Cruz et al., 2001). A liderança é um processo comportamental para influenciar indivíduos e grupos, tendo em vista objetivos estabelecidos (Hatamleh et al., 2009). Por outro lado, apesar de existirem numerosos enfoques teóricos no estudo da liderança no desporto, o modelo multidimensional de liderança no desporto de (Chelladurai & Saleh, 1980) constitui uma das abordagens mais populares e que mais investigação tem gerado neste domínio. Este modelo, baseado em dimensões de liderança previamente identificadas fora do contexto desportivo, surgiu devido ao facto de a maioria dos estudos até então se basearem, ou na personalidade do treinador, ou no seu estilo de decisão. Nenhum estudo havia relacionado os estilos de liderança que seriam mais apropriados nos diferentes contextos desportivos (Cumming et al., 2006).

Num dos primeiros estudos realizados por Chelladurai (1984) com a LSS, envolvendo vários desportos, o investigador concluiu que quanto maior era a percepção de treino e instrução, comportamento democrático, suporte social e reforço, maior era a satisfação dos atletas para com o treinador (Riemer & Chelladurai, 1995). Por outro lado, um estudo efetuado por Hoigard et al. (2008), em atletas noruegueses, tentou perceber qual a liderança preferida pelos atletas de elite do futebol em dois cenários distintos: sucesso e fracasso. Os autores concluíram que, independentemente do cenário, o reforço, o treino e instrução e o comportamento democrático eram os comportamentos preferidos pelos atletas relativamente à liderança do seu treinador.

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Simões et al. (2007) afirma que “A experiência tem mostrado que o papel do professor de Educação Física como treinador e líder seria, provavelmente, umas das variáveis mais importantes para influenciar o comportamento dos seus liderados”.

O treinador é um dos elementos fundamentais para o sucesso desportivo, tendo um papel importante na gestão e orientação não só do processo de treino, mas também da competição (Rodrigues, 1997). Burke e Peterson (1995), partilhando da mesma opinião, referem que o papel de treinador é muito similar ao de professor.

Hodges e Franks (2002) referem que um dos papéis fulcrais do treinador é ser professor, dado que este é responsável por ensinar o atleta acerca do que fazer, como fazer e o porquê de fazer. No que se refere a “ser professor”, Paula Brito (1994) refere que o trabalho do treinador não é exactamente comparável ao do professor, apesar de ter em comum com este o facto de pretender-se que o treinador saiba ensinar, ainda que alguns não tenham as devidas habilitações académicas para o fazer. Rosado (2000), citado também por Simão e Rosado (2004), desenha um perfil de competências do treinador, referindo que as mesmas devem orientar-se no sentido de optimizar as influências do treinador nos atletas e potenciar uma influência não só sobre o nível de prática da modalidade no jovem enquanto atleta mas, também, sobre o jovem enquanto pessoa.

O estudo de Serpa, Pataco e Santos (1991), procurou analisar os estilos de liderança presente nas equipas de andebol, aplicando a LSS em 87 atletas e 7 treinadores e verificaram que a tanto a percepção dos atletas quanto a auto-percepção do treinador na dimensão treino-instrução foi a predominante.

Vilani (2004) utilizou a LSS em duas versões (percepção e auto-percepção) e analisou 61 atletas e 10 treinadores do ténis de mesa. Os resultados descreveram que os atletas masculinos apresentaram maior congruência nas dimensões treino-instrução e democrática com os treinadores.

Metodologia

A amostra foi constituída por n=45 atletas e por n=5 treinadores de diferentes modalidades do Desporto Escolar: Futsal (Infantis masculinos, Juvenis masculinos e femininos, Basquetebol (Infantis masculinos) e Badminton (Juvenis Mistos), do Agrupamento de Escolas Morgado Mateus. Para investigar a percepção dos atletas relativamente aos comportamentos do treinador, recorremos à Escala de Liderança no Desporto (ELD), uma versão traduzida e adaptada por Serpa et al. (1988, citado por Sobrosa, 2002) da Leadership Scale for Sport (LSS) desenvolvida por Chelladurai e Saleh (1980).

Imagem

Gráfico I – Basquetebol (Infantis)  Gráfico II – Futsal (Infantis)
Gráfico III – Badmínton Mistos  Gráfico IV – Futsal Feminino  Gráfico V – Futsal Masculino

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