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Estudo da influência da prática de atividades extracurriculares e o sucesso escolar

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Estudo da influência da prática de Atividades Extracurriculares e o

sucesso escolar.

RUI PEDRO MANITA D’ANTAS MARQUES BATISTA

ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR FRANCISCO SAAVEDRA

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Estudo da influência da prática de Atividades Extracurriculares e o

sucesso escolar.

RUI PEDRO MANITA D’ANTAS MARQUES BATISTA

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Pedro Manita ix Dissertação apresentada à UTAD, no DCDES – ECVA, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Francisco Saavedra.

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Pedro Manita x À minha esposa que sempre acreditou em mim,

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Pedro Manita xi

Agradecimentos

Este estudo é resultado de um esforço em conjunto que o tornou realizável e sem os quais teria sido muito mais difícil concretizar esta etapa, que representa um importante marco na minha vida pessoal e profissional.

Desta forma, expresso a minha gratidão a todos os que estiveram presente nos momentos de ansiedade, de angústia, de exaustão, de insegurança e de satisfação.

Ao meu Orientador, Professor Doutor Francisco Saavedra, pela forma como me orientou, pelo entusiasmo, pela simpatia, dedicação e motivação. Importa, ainda, referir a sua disponibilidade, apoio e confiança.

Ao Agrupamento de Escolas de Oliveira do Bairro, na pessoa do Professor Helder Rosa, pela simpatia e disponibilidade.

À minha esposa e filhos, pelo apoio incondicional, acreditando sempre no meu esforço e empenho. Pela dedicação durante os momentos mais difíceis de exaustão, para que eu nunca desistisse e alcançasse o meu sonho e também pela paciência da minha frequente presença ausente, pela tolerância e carinho.

A Deus e a fé que me acompanham em todos os momentos.

Aos colegas que me apoiaram na aplicação dos questionários, pela amizade e pelas palavras de incentivo.

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Pedro Manita ix

Resumo

A importância pelo estudo da introdução de atividades desportivas extracurriculares no desenvolvimento de crianças e jovens e, o impacto no seu desempenho escolar e nos resultados conseguidos tem vindo a aumentar significativamente. Assim, para averiguar o impacto destas atividades, considerou-se pertinente realizar este estudo numa amostra de 447 alunos, de ambos os sexos, 281 (62,86%) praticantes e, 166 (37,14%) não praticantes de atividades desportivas extracurriculares, com idades compreendidas entre os 6 e os 11 anos de idade, matriculados do 1º Ciclo do Ensino Básico do Município de Oliveira do Bairro.

Optamos pela técnica de investigação empírica de análise extensiva – o Inquérito por Questionário – que, entendemos ser a mais adequada aos objetivos traçados. Deste modo, para avaliar se a prática de atividade desportiva extracurricular influência ou não o desempenho escolar, definimos a avaliação do 2º período das disciplinas de Português e de Matemática, como sendo as disciplinas nucleares do currículo escolar destes alunos. Os dados foram tratados de acordo com dois procedimentos de análise, recorrendo ao programa de estatística Statistical Package for Social Sciences (SPSS, 21.0): (i) Análise descritiva recorrendo a valores de frequência absoluta (n), frequência relativa (%), média ( ) e desvio padrão (±s) e (ii) Análise inferencial, aplicando os testes não paramétricos unilaterais, de Mann-Whitney (M-W), para análise do desempenho escolar relativamente à prática de atividade desportiva extracurricular e o teste de Kruskall-Wallis (K-W), para comparar o desempenho escolar com o tempo de prática de atividade desportiva extracurricular semanal.

Os resultados demonstram que existem diferenças no desempenho escolar, permitindo-nos inerir que o exercício físico é um fator relevante no desenvolvimento da aprendizagem, conduzindo a um melhor desempenho escolar. Independentemente do ano de escolaridade ou do género, verifica-se uma relação positiva no desempenho escolar das crianças e jovens praticantes de atividades desportivas extracurriculares. No entanto, as raparigas têm um aproveitamento escolar superior ao dos rapazes. Apesar dos resultados obtidos, relativamente ao tempo de prática de atividade desportiva extracurricular semanal, não foram encontradas diferenças no desempenho escolar dos alunos.

Palavras-chave: desempenho escolar; sucesso escolar; atividades desportivas extracurriculares; ano de escolaridade; género

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Pedro Manita x

Abstract

The importance of studying the extracurricular sports activities in the children and young people development, and the impact on their school performance has been increasing significantly. Thus, in order to investigate the impact of these activities, it was considered pertinent to carry out this study in a sample of 447 students, of both genders, 281 (62.86%) practitioners and 166 (37.14%) non-practitioners of extracurricular sports activities , aged between 6 and 11 years, enrolled in the 1st Cycle of Basic Education of the Municipality of Oliveira do Bairro.

We opted for the empirical research technique of extensive analysis - The Survey - which we consider to be the most adequate to the aims and purposes outlined. Thus, in order to evaluate whether or not extracurricular sport activities influences school performance, we defined the assessment of the second period of the Portuguese and Mathematics disciplines as being the core disciplines of these students' school curriculum.

The data were treated according two procedures of analysis, using the statistical program Statistical Package for Social Sciences (SPSS) 21.0: (i) Descriptive analysis, using values of absolute frequency (n), relative frequency (%), mean ( ) and standard deviation (± s) and, (ii) Inferential analysis, applying the unilateral non-parametric tests, Mann-Whitney (MW) to analyze school performance regarding extracurricular sports practice and test of Kruskall-Wallis (KW) to compare school performance with the time of practicing weekly extracurricular sports activity. The results show that there are differences in school performance, evidencing that physical exercise is a relevant factor in the development of learning, leading to a better school performance. Regardless of the school year or gender, there is a positive relation in the school performance of children and young people practicing extracurricular sports activities. However, girls have a higher educational achievement than boys. Despite the results obtained, regarding the time of practice of weekly extracurricular sports activity, no differences were found in the students' school performance.

Keywords: school performance; School success; extracurricular sports activities; school year; gender

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Pedro Manita xv

Índice Geral

Agradecimentos ... xi Resumo ... ix Abstract ... x 1. Introdução ... 1 2. Enquadramento... 3

2.1. As Atividades Extracurriculares e o Ambiente Escolar ... 3

2.2. Desempenho escolar ... 4

2.3. O Contexto Escolar ... 6

2.4. Definição de atividade desportiva extracurricular ... 7

2.5. Enquadramento Conceptual das atividades extracurriculares ... 9

2.6. Benefícios da atividade desportiva ... 10

3. Metodologia ... 12

3.1. Caracterização da Amostra ... 12

3.2. Instrumentos e Procedimentos ... 13

3.3. Tratamento Estatístico ... 13

4. Apresentação dos Resultados ... 14

5. Discussão dos Resultados ... 18

6. Conclusões ... 21

7. Propostas futuras ... 22

8. Bibliografia ... 23

Anexos ... 26

Anexo I - Pedido de autorização para estudo ... 27

Anexo II - Termo de consentimento informado ... 28

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Pedro Manita xvi

Índice de tabelas

Tabela 1 – Caracterização da amostra quanto o ano de escolaridade, sexo e idade. ... 12 Tabela 2 – Hábitos da prática de atividade desportiva dos alunos (atividades desportivas extracurriculares, atividade desportiva orientada, tipo de atividade e tempo dedicado à

prática). ... 14 Tabela 3 – Hábitos e local de estudo dos alunos. ... 15 Tabela 4 – Análise do desempenho escolar relativamente à prática de atividade desportiva (Teste de Mann-Whitney) ... 15 Tabela 5 – O desempenho escolar e a prática de atividade desportiva, relativamente ao ano de escolaridade (Teste de Mann-Whitney) ... 16 Tabela 6 – O desempenho escolar e a prática de atividade desportiva, relativamente ao género (Teste de Mann-Whitney) ... 16 Tabela 7 – Tempo de prática de atividade desportiva semanal no desempenho escolar (teste de Kruskall-Wallis) ... 17

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Pedro Manita 1

1. Introdução

A importância pelo estudo da introdução de atividades desportivas extracurriculares no desenvolvimento de crianças e jovens e, o impacto no seu desempenho escolar e nos resultados conseguidos tem vindo a aumentar significativamente.

Muita foi a polémica que envolveu a inserção das atividades desportivas extracurriculares no contexto escolar, tendo alguns opositores à sua prática por, na sua opinião, estas prejudicarem o desempenho escolar dos estudantes (Gerber, 1996). Contudo, o interesse por este assunto foi ampliando e estudos novos provam que a participação em atividades desportivas extracurriculares conduz a benefícios ao nível do desenvolvimento cognitivo, social e emocional (Eccles e Gootman, 2002; Fredricks e Eccles, 2005).

O (in)sucesso escolar é um tema fundamental quando se fala em educação. Está associado a diversos fatores e não apenas a um só fator ou motivo específico para cada aluno. Assim, é importante compreender de que modo as atividades desportivas extracurriculares influenciam o desempenho escolar das crianças e jovens. Vários são os estudos que expõem a existência de relação positiva entre a participação em atividades desportivas extracurriculares e a melhoria do desempenho escolar (Fredricks e Eccles, 2005; Shulruf, Tumen e Tolley, 2008). Contudo, existem estudos que, contrariamente, corroboram a existência de relação negativa entre o desempenho escolar e o tempo dedicado à prática de atividades desportivas extracurriculares (Costa, 2007).

Tendo em conta a crescente participação, cada vez maior, de crianças e jovens em atividades desportivas extracurriculares, torna-se relevante saber quais as consequências dessas práticas no desenvolvimento escolar. Será que a prática de atividades desportivas extracurriculares é benéfica para os alunos? E será que essa prática promove melhor o desempenho escolar? Assim, dado existirem dúvidas sobre os benefícios ou malefícios destas atividades, considerou-se pertinente realizar este estudo, o qual tem como objetivo principal compreender a importância da prática de atividades desportivas extracurriculares no desempenho escolar dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico (1º CEB) do Município de Oliveira do Bairro.

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Pedro Manita 2 Para encontrarmos resposta para a questão acima apresentada definimos os seguintes objetivos específicos:

 Caracterizar a relação entre a frequência da prática de atividades desportivas extracurriculares e o desempenho escolar;

 Verificar em que medida o ano de escolaridade e o género afetam a relação entre o desempenho escolar e a prática de atividades desportivas extracurriculares;

 Avaliar de que modo o desempenho escolar é influenciado com o tempo de prática de atividade desportiva extracurricular semanal.

Para alcançar este objetivo, propôs-se organizar esta dissertação em duas partes: (i) enquadramento teórico e (ii) estudo exploratório.

A primeira parte – o enquadramento teórico – apresenta a revisão da literatura científica na área e a bibliografia realizada para esta investigação. Na segunda parte apresentamos o estudo exploratório, onde se insere a justificação, o plano e o método adotado para a concretização desta investigação, a caraterização da amostra, os instrumentos utilizados para a avaliação, o procedimento efetuado e, por fim, a apresentação, a análise e a discussão dos resultados obtidos. Terminando com as conclusões e sugestões para estudos futuros.

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Pedro Manita 3

2. Enquadramento

Este primeiro capítulo propõe-se enquadrar a participação em atividades desportivas extracurriculares e o desempenho escolar.

2.1. As Atividades Extracurriculares e o Ambiente Escolar

É certo que nas primeiras idades o desenvolvimento processa-se a partir da estimulação casual como sendo parte integrante de um processo do ser humano que resulta a partir de experiências vividas e/ou adquiridas ao longo da vida da reprodução. É também verdade que quando expostos a uma estimulação organizada, em que as circunstâncias sejam apropriadamente encorajadoras, as suas capacidades e habilidades motoras tendem a desenvolver-se.

Nos dias de hoje discute-se na sociedade como o exercício físico apresenta um fator preponderante para a saúde.

A literatura científica produzida até ao momento, tento em conta as características do crescimento e desenvolvimento motor, enuncia várias áreas do desenvolvimento humano em que a prática de atividades motoras (através dos efeitos produzidos pelo exercício físico, jogo ou habilidades motoras) produzem consequências positivas de forma evidente: no desenvolvimento físico (ósseo, muscular, cardiovascular e controlo da obesidade); no desenvolvimento de habilidades não-locomotoras (posturais), locomotoras (transporte do corpo) e manipulativas (controlo e transporte de objetos); no desenvolvimento percetivo-motor (imagem corporal, direccionalidade, afinamento percetivo e estruturação espacial e temporal); no desenvolvimento do autoconceito (físico, académico, estima pessoal, etc.) e no desenvolvimento psicossocial, estético e moral referente à melhoria do ajustamento social e da estabilidade emocional.

Existe no entanto, uma grande inquietação por parte dos investigadores que procuram entender essa realidade de forma contextualizada, pela complexidade do contexto escolar em realçar algumas contrariedades (Oliveira e Alves, 2005).

Ao longo do tempo observou-se o interesse no tema das atividades, demonstrado pelos inúmeros estudos sobre atividades desportivas extracurriculares oferecidas e, a relação entre a

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Pedro Manita 4 sua participação e o desempenho escolar (Barber, Eccles e Stone, 2001; Eccles e Gootman 2002; Fredricks e Eccles, 2005; Shulruf et al., 2008).

Na relação ensino-aprendizagem, independentemente do seu ambiente, conteúdo ou momento, a motivação para a tarefa assume-se como um dos elementos chave para o sucesso da sua execução.

Questiona-se, de forma regular, os interesses das pessoas, o que prepondera nas suas decisões e, o que será importante para ela naquela circunstância.

Vários são os fatores que motivam o ser humano, no seu dia-a-dia, de forma interna e de forma externa. Um dos primordiais fatores que intervêm no comportamento das pessoas é, sem dúvida, a motivação, que influencia todos os comportamentos, permitindo um maior envolvimento ou uma simples participação em atividades que se relacionem com a aprendizagem, o desempenho e, a atenção.

2.2. Desempenho escolar

A motivação é importante para a compreensão da aprendizagem e do desempenho de habilidades motoras, pois tem um papel importante na iniciação, manutenção e intensidade do comportamento. Sem a presença da motivação, os alunos em aulas, não exercerão as atividades ou então, farão de forma incorreta o que for proposto.

Hoje o principal problema educativo é o de identificar as manifestações e as causas do desempenho escolar. Pois a listagem destas não param de aumentar à medida que prosseguem os estudos.

Quando referimos sucesso, falamos no bom desempenho que a criança deve ter na vida escolar em função da sua motivação para a curiosidade e o sucesso académico.

O insucesso escolar é um fenómeno que atinge percentagens significativas, constante em todos os níveis de ensino e nas instituições escolares de todos os países. Apresenta um carácter precoce, pois tende a aparecer de uma forma mais intensa nos primeiros anos de escolaridade e é socialmente seletivo, pois o seu grau de incidência varia consoante os meios sociais de origem dos alunos.

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Pedro Manita 5 O conhecimento, a compreensão podem ser entendidos como um processo mental utilizado para percecionar e compreender o meio envolvente (Faísca, 2009).

Muitos são os estudos realizados que indicam o exercício físico como sendo um fator relevante no desenvolvimento da aprendizagem e que conduz a um melhor desempenho escolar, sem falar nos benefícios fisiológicos que advêm dessa prática, seja ela praticada na escola, em clubes ou mesmo no seu tempo livre (Fredericks et al., 2006; Carlson et al., 2008; Frost, Wortham e Reifel, 2011; Haapala, 2012; Singh et al., 2012; Peralta, Maurício, Lopes, Costa, Sarmento e Marques, 2014; Lobo, Batista e Delgado, 2015).

Segundo um estudo da Eurydice (Europeia, 2010), com objetivo de analisar a situação na Europa, no que diz respeito a diferenças entre o género nos resultados escolares, constatou-se existirem divergências, nomeadamente favorecendo as raparigas quanto aos domínios da leitura apesar de não implicarem um aproveitamento baixo dos rapazes. No que diz respeito à Matemática, evidencia uma ligeira diferença de desempenho entre os alunos do 4º ano, favorecendo os rapazes face às raparigas. O que constitui um motivo de preocupação nos países europeus. Ainda assim e, com a evolução nas últimas décadas das taxas de escolarização continua a observar-se diferenças entre os géneros no desempenho escolar. Deste modo, podemos dizer que o percurso escolar dos rapazes tende a atrasar e, consequentemente para repetirem anos letivos mais vezes do que as raparigas.

Os dados salientados neste estudo da Eurydice, sugerem que, de uma forma geral, os rapazes têm um aproveitamento escolar inferior ao aproveitamento das raparigas. Segundo este mesmo estudo, em Portugal as raparigas também obtêm classificações mais altas do que os rapazes.

Segundo Lees e Hopkins (2013), também se verificam benefícios no desempenho escolar com a acumulação de 45 minutos ou mais, por semana da prática de atividade desportiva. De modo semelhante, Costa (2007) não verificou diferenças estatisticamente significativas na relação entre a quantidade de atividades e o desempenho escolar.

De acordo com mesmo autor (Costa, 2007) na realização do seu trabalho em alunos do ensino secundário, com idades compreendidas entre os 15 e os 21 anos, os resultados demonstraram diferenças significativas, numa relação negativa entre o desempenho escolar e o tempo dedicado à prática de atividades desportivas extracurriculares, sugerindo que quanto maior o tempo dedicado à prática de atividade desportiva (superior a 4h30), menor o desempenho

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Pedro Manita 6 escolar. No entanto, verificou também que os rapazes praticam mais atividades desportivas extracurriculares.

Segundo Gerber (1996), no seu estudo, verificou que as crianças e jovens praticantes de atividades extracurriculares têm melhor desempenho escolar face aos que não praticam qualquer atividade.

Frade (2012) no seu estudo com alunos do ensino secundário, não encontrou diferenças estatísticas entre a prática de atividades desportivas extracurriculares e o desempenho escolar dos alunos, nem entre o tempo dedicado às atividades desportivas extracurriculares e o seu desempenho escolar. Salientando, no entanto, como o excesso de atividade desportiva pode tornar-se num fator de melhoria no desempenho escolar, quando organizada de forma a não interferir com o tempo de estudo.

Num estudo realizado por Kirkendall (1986), Fisher, Juszcazak e Friedman (1995) não se verificaram evidências conclusivas em como a prática de atividade desportiva influência positivamente o desempenho escolar.

2.3. O Contexto Escolar

A escola é fundamental no processo de ensino-aprendizagem, no desenvolvimento, na educação e, formação das crianças e jovens.

A escola tem como objetivo educar crianças e jovens, sendo um espaço com diversas formas de interação tanto humana como de fonte de socialização (Guimarães e Boruchovitch, 2004; Oliveira e Alves, 2005), refletindo-se na vida das pessoas.

Segundo Oliveira e Alves (2005) o interesse dos alunos pela escola está diretamente relacionado com a sua família, isto é, as conversas que se ouvem no contexto familiar vai influenciar os seus interesses e discernimento. De acordo com Akey (2006, citado por Rosa e Mata, 2012) as relações interpessoais de apoio e atenção na escola são confrontadas com disposições académicas mais positivas, avivando a aprendizagem e envolver-se com afazeres escolares.

Deste modo, Oliveira e Alves (2005) defendem que um bom professor deve empenhar-se no trabalho, sendo responsável, paciente, compreensivo e amoroso.

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Pedro Manita 7 No contexto escolar a participação dos pais/encarregados de educação na vida escolar ativa dos filhos/educandos é de elevada pertinência e que, não obstante, é também bastante reduzido (Barroso, 2003). Segundo o mesmo autor, estratégias têm vindo a ser desenvolvidas para proporcionar que os pais/encarregados de educação acompanhem mais cuidadosamente a educação dos seus filhos/educandos, quer através de justificação de faltas aos pais para poderem participar de forma ativa e assim, colaborando no desenvolvimento do projeto educativo dos filhos/educandos.

A situação assemelha-se, no que diz respeito à Educação Física, pois depende em grande parte das ambições das crianças e jovens.

É também, parte da responsabilidade do professor, uma observação quer no que diz respeito da sua personalidade, aparência, naturalidade, dinamismo, entusiasmo pelo trabalho, bom humor, cordialidade e disposição pois demonstram aos seus alunos, fatores motivacionais. Para o bom desenvolvimento e desempenho na aquisição e manutenção de habilidades existem vários tipos de atividades e nem todas envolvem o movimento muscular (ouvir, participar num debate, jogar futebol ou dramatizar um texto).

Geralmente as atividades que requerem maior participação, com mais movimentos, concentram maior número de motivos dos participantes, despertando maior interesse e desafio, o que por si só é estimulante e motivador.

2.4. Definição de atividade desportiva extracurricular

São denominadas atividades extracurriculares todas as atividades que de forma organizada são realizadas fora do contexto escolar e de forma voluntária (Peres, Andrade e Garcia, 2007). Tal como o meio escolar, as atividades extracurriculares possuem um caracter educacional. Os alunos desenvolvem capacidades de trabalho em equipa assim como competências de liderança e de responsabilidade.

As atividades extracurriculares podem ser de caráter desportivo, artístico, musical, tecnológico ou outro.

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Pedro Manita 8 A atividade desportiva assume uma importância cada vez mais relevante no universo da formação e desenvolvimento da pessoa graças a uma conceção eclética, inclusiva e multilateral.

A Atividade desportiva geralmente é definida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte num consumo energético (Caspersen, 1985). Deste modo, o custo de energia de toda a atividade desportiva realizada, nas horas de lazer, no trabalho, nas tarefas diárias (domésticas e de higiene pessoal) e na prática desportiva, constitui um dos elementos importantes que contribui para o dispêndio total de energia do individuo (Bouchard e Shephard, 1994).

De acordo com Haskell et al. (1985; cit. Mota 1997), importa considerar que para além do gasto de energia subjacente, a atividade desportiva caracteriza-se por um comportamento, que vai advindo sob diversas formas e contextos. Assim, o mesmo autor caracteriza a atividade desportiva como um processo biocultural, referindo-se a um comportamento ativo que implica dispêndio energético (processo biológico) e que ocorre num determinado contexto cultural (processo cultural).

No âmbito da saúde, a construção do futuro passa, entre outros, pelo respeito da Natureza, pela melhoria das condições sociais e pelo aperfeiçoamento dos estilos de vida.

Muitos são os conceitos confundidos com atividade desportiva, como exercício físico, desporto e outros. Utilizados pelo senso comum em situações e contextos diferentes os mesmos conceitos referidos atrás, que provavelmente não se referem à situação em causa.

A atividade desportiva pode ser classificada em dois grandes grupos: atividade desportiva espontânea e atividade desportiva organizada, também denominada de estruturada ou formal. Cada uma com as suas vantagens e limitações.

Atividade desportiva espontânea, é aquela que se insere nos hábitos da vida diária: caminhadas, subir escadas, passatempos ou profissões fisicamente ativas, levar os filhos á escola ou os animais a passear, entre outros. Algumas das suas vantagens são:

- Acessibilidade – sempre disponível e, podendo ser praticada todos os dias e a qualquer altura do dia;

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Pedro Manita 9 - Baixo custo – Não carece de elevados custos económicos, nem a deslocações aos locais da sua prática pois em qualquer lugar se pode caminhar, subir escadas ou fazer outro tipo de exercícios.

Quanto às suas limitações, é de salientar que, pela sua baixa intensidade e não trabalhar adequadamente as diversas componentes da condição física, não desenvolve ao máximo as diferentes capacidades físicas.

Algumas entidades no domínio da saúde pública têm propostos os espaços de recreio como um contexto importante no domínio da promoção da atividade desportiva.

Quanto à atividade desportiva organizada, praticada em clubes desportivos, ginásios e instituições afins, implica outras condições mas, no entanto, traz benefícios adicionais em relação à primeira. As suas vantagens e limitações são as inversas em relação à atividade desportiva espontânea.

As atividades físicas informais, definidas na literatura por atividades não organizadas, clubes desportivos, entidades patronais, empresas ou por qualquer outra organização comercial ou não comercial, tem ganho uma importância crescente no domínio da prática de atividade desportiva das populações.

A atividade desportiva organizada não se restringe ao futebol ou ao basquetebol, ou ainda à ginástica ou aos jogos tradicionais, é verdadeiramente um espaço eclético, estas atividades juntamente com outras formam um conjunto de meios que servem o desenvolvimento da pessoa, não visa criar um grande futebolista, basquetebolista, etc. mas sim formar e desenvolver de forma adequada e pertinente a pessoa.

2.5. Enquadramento Conceptual das atividades extracurriculares

Segundo Gerber (1996) a opinião dos professores sofreu uma alteração no princípio do século XX, passando considerar-se que as atividades desportivas extracurriculares eram determinantes para o desenvolvimento da criança.

Deste modo, as atividades extracurriculares constituem um conjunto de experiências e estímulos informais que os alunos recebem (Galli,1989). Já segundo Fior e Mercuri (2003), podem ser interpretadas como todas as atividades realizadas sem características obrigatórias.

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Pedro Manita 10 De acordo com Carbinatto et al. (2010), referem a investigação acentuada deste tema devido aos seus interesses económicos e familiares associados e, o crescente interesse das crianças e jovens realçados por diversos estudos que apontam para os benefícios da prática de atividades extracurriculares. Em particular, estes benefícios concentram-se na área da sociologia, do lazer, do desporto, da psicologia e do desenvolvimento dos adolescentes, que têm demonstrado os efeitos benéficos do envolvimento em atividades extracurriculares (Fredricks e Eccles, 2005).

A participação em atividades extracurriculares, tais como desporto, artes, oficinas, entre outras, podem proporcionar oportunidades diversas para o crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes (Eccles e Gootman, 2002).

Segundo os mesmos autores, o tipo de atividades extracurriculares praticadas e o desempenho escolar alcançado são importantes. Expõem ainda que os adolescentes praticantes de desporto apresentam maior envolvimento na escola do que os que não praticam atividades desportivas extracurriculares.

Apesar de existirem evidências a favor da prática de atividades desportivas extracurriculares, vários são os autores que defendem precisamente o contrário e o efeito prejudicial desta prática. Para Holland e Andre (1987) o número total de atividades em que os estudantes estão envolvidos, bem como o tempo em que eles se comprometem com essas atividades são variáveis que têm sido muitas vezes ignoradas na literatura.

Importa referir ainda que algumas escolas não têm apoio suficiente para patrocinar atividades desportivas extracurriculares aos alunos, sendo importante alertar os órgãos competentes para a importância destas práticas.

2.6. Benefícios da atividade desportiva

A sociedade tem vindo a demonstrar alguma preocupação de modo a adotar um estilo de vida ativo e saudável. De igual modo, os média, incidem com grande importância acerca das questões de beleza associadas às satisfações de bem-estar, qualidade de vida e saúde.

Muitos anos atrás, as formas mais arredondadas, eram vistas como sinais de saúde e prosperidade (Almeida, et al., 2002). Nesse sentido, surge a atividade desportiva, como um

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Pedro Manita 11 enaltecido auxiliar no aperfeiçoamento do desenvolvimento morfofisiopsicológico (Barros, 1993).

Segundo Siqueira (2002), a prática de atividade desportiva, mesmo que involuntária ou rotineira é sempre importante na vida, devido à consequente melhoria da qualidade de vida. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014), crianças e jovens dos 5 aos 17 anos de idade deviam praticar no mínimo 60 minutos de exercício físico diário com uma intensidade moderada a vigorosa, com a finalidade de melhorar o seu sistema cardiorrespiratório, força muscular, saúde óssea e de prevenir o risco de doenças cardiorrespiratórias e metabólicas. No entanto, na realidade esta situação não se verifica, pois a maioria dos jovens não pratica exercício físico suficiente de modo a otimizar os seus benefícios (Batista et al., 2012). Para Wrotniak, Epstein, Dorn, Jones, e Kondilis (2006, citados por Fialho, 2014), é necessário que as crianças adotem uma atitude positiva relativamente à Educação Física, de modo a que as atividades desportivas extracurriculares sejam usufruídas e que, o seio da sua família seja um suporte, visto que, existem evidências de que os comportamentos de exercício físico são adotados até à vida adulta.

A prescrição de atividade desportiva é essencial no controle do peso e gordura corporal, podendo contribuir na prevenção e controle de algumas condições clínicas associadas a estes fatores, como doenças cardiovasculares, as diabetes, hipertensão, AVC, artrite, apneia do sono e prejuízo da mobilidade (Matsudo e Matsudo, 2000).

Katch e McArdle (1996) aconselham a prática de atividade física regular como fator no aumento da expectativa de vida das pessoas.

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3. Metodologia

Segundo Gil (1993), a metodologia é a estratégia que permite ao investigador estudar a avaliar as diferentes opções para o estudo que se está a planear, não sendo os dados obtidos na pesquisa indiferentes à sua forma de obtenção.

Para Oliveira (1991), o conhecimento resultante da aplicação da metodologia científica, deve ser real, sistemático, verificável, contingente e aproximadamente exato, tendo como princípio básico de construção a razão humana e a sua verificação nos factos. Em contrapartida, o conhecimento obtido por fontes que não recorram da metodologia científica, é perspetivado como menos fiável.

Este capítulo tem como finalidade a apresentação e identificação da população em estudo, material, instrumentos e procedimentos utilizados, o delineamento da pesquisa, bem como o tratamento estatístico adotado.

3.1. Caracterização da Amostra

A nossa amostra foi constituída por 447 alunos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 6 e os 11 anos, com uma média de idade 8,16 (± 1,26) anos, matriculados do 1º CEB do Município de Oliveira do Bairro. Destes, 49,66% são rapazes e 50,34% raparigas.

Tabela 1 – Caracterização da amostra quanto o ano de escolaridade, sexo e idade.

n % Ano de escolaridade 1º Ano 96 21,48% 2º Ano 113 25,28% 3º Ano 110 24,61% 4º Ano 128 28,64% 447 100% Sexo Masculino 222 49,66% Feminino 225 50,34% Min. Máx. ±s Idade 6 11 8,16 ± 1,26

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3.2. Instrumentos e Procedimentos

Para a concretização deste trabalho, optamos pela utilização de uma técnica de investigação empírica de análise extensiva – o Inquérito por Questionário – que, entendemos ser a mais adequada aos objetivos traçados.

Previamente à aplicação do questionário foi efetuado um pedido de autorização à direção do agrupamento escolar (Anexo I), para realização do estudo.

Posteriormente, foi entregue na sala de aula o termo de consentimento informado (Anexo II), para os pais/encarregados de educação autorizarem a participação do seu educando no estudo.

O questionário, com o objetivo de avaliar os hábitos de prática de atividade desportiva, das crianças em estudo (anexo III), foi aplicado em sala de aula, sobre a supervisão do investigador e do professor de atividade física e desportiva.

De modo a conseguirmos avaliar se a prática de atividade desportiva influência o desempenho escolar, definimos a avaliação do 2º período das disciplinas de Português e de Matemática, como sendo as disciplinas nucleares do currículo escolar destes alunos.

3.3. Tratamento Estatístico

Para o tratamento dos dados recolhidos foi utilizado o programa de estatística Statistical

Package for Social Sciences (SPSS, versão 21.0).

Os dados foram tratados de acordo com dois procedimentos de análise:

1. Análise descritiva, onde recorremos a valores de frequência absoluta (n), frequência relativa (%), média ( ) e desvio padrão (±s);

2. Análise inferencial, onde utilizamos os testes não paramétricos unilaterais, de

Mann-Whitney (M-W), para análise do desempenho escolar relativamente à prática de

atividade desportiva extracurricular e, o teste de Kruskall-Wallis (K-W), para comparar o desempenho escolar com o tempo de prática de atividade desportiva extracurricular semanal.

(23)

Pedro Manita 14 O nível de significância foi estabelecido em 95% (p≤0,05) o que possibilita inferir com uma probabilidade de 95%, em caso de validade da hipótese em estudo, a existência de uma relação causal entre as variáveis (Pestana e Gageiro, 2003).

4. Apresentação dos Resultados

Como podemos observar na tabela 2, quanto à prática de atividades desportivas extracurriculares, 281 (62,86%) praticam e, 166 (37,14%) não praticam qualquer atividade. Dos praticantes, 49,82% são atletas federados e, na sua maioria praticam duas a três vezes por semana (66,55%).

No que diz respeito às modalidades praticadas, 20,13% pratica Futebol seguindo-se a Natação (16,11%), Dança (10,07%) [Hip-Hop e Zumba], Ginástica (6,04%) [artística e rítmica], Desportos de Combate (5,82%) [Karate e judo], Basquetebol e, Outros (2,01%) [Atletismo, Voleibol, Hipismo e Ténis].

Tabela 2 – Hábitos da prática de atividade desportiva dos alunos (atividades desportivas extracurriculares, atividade desportiva orientada, tipo de atividade e tempo dedicado à prática).

n % n %

Pratica atividades desportivas extracurriculares Atleta Federado

Sim 281 62,86% 140 49,82%

Não 166 37,14% 141 50,18%

Pratica atividade desportiva orientada

Uma vez por semana 81 28,83% - -

2 a 3 vezes por semana 187 66,55% - -

4 a 6 vezes por semana 13 4,63% - -

Atividades praticadas Futebol 90 20,13% - - Natação 72 16,11% - - Dança 45 10,07% - - Ginástica 27 6,04% - - Desportos de Combate 26 5,82% - - Basquetebol 12 2,68% - - Outros 9 2,01% - -

Tempo dedicado às atividades desportivas por treino por semana

Menos de 1 hora 28 6,26% 12 4,27% Aproximadamente 1 hora 159 35,57% 61 21,71% Aproximadamente 2 horas 83 18,57% 87 30,96% Aproximadamente 3 horas 11 2,46% 40 14,23% Aproximadamente 4 horas - - 37 13,17% Aproximadamente 5 horas - - 8 2,85% Aproximadamente 6 horas - - 25 8,90% 7 ou mais horas - - 11 3,91%

(24)

Pedro Manita 15 Relativamente ao tempo dedicado às atividades desportivas extracurriculares, podemos constatar que a grande maioria dos alunos inquiridos passa, por treino, aproximadamente 1 hora (35,57%), sucedendo-se de aproximadamente 2 horas (18,57%). No tempo dedicado por semana, a maioria passa aproximadamente 2 horas em atividade desportiva (30,96%) seguido de aproximadamente 1 hora (21,71%), aproximadamente 3 horas e 4 horas (14,23% e 13;17%, respetivamente).

Tabela 3 – Hábitos e local de estudo dos alunos.

n % n %

Tempo dedicado ao estudo por dia por semana

Menos de 1 hora 218 48,77% 38 8,50% Aproximadamente 1 hora 174 38,93% 72 16,11% Aproximadamente 2 horas 55 12,30% 81 18,12% Aproximadamente 3 horas - - 73 16,33% Aproximadamente 4 horas - - 41 9,17% Aproximadamente 5 horas - - 54 12,08% Aproximadamente 6 horas - - 38 8,50% 7 ou mais horas - - 50 11,19%

Local onde estuda

Casa 397 88,81% - -

Explicação 50 11,19% - -

Legenda: Frequência absoluta (n); Frequência relativa (%).

Pela análise da tabela 3, verificamos que os alunos inquiridos dedicam, maioritariamente menos de 1 hora por dia (48,77%) ou aproximadamente 1 hora por dia (38,93%), ao estudo. Já por semana, temos 18,12% que estudam aproximadamente 2 horas, seguindo-se de aproximadamente 3 horas e 2 horas (16,33% e 16,11%, respetivamente), aproximadamente 5 horas e 7 ou mais horas (12,08% e 11,19%, respetivamente), aproximadamente 4 horas (9,17%) e, Aproximadamente 6 horas e menos de 1 hora (8,50%).

No que concerne ao local de estudo dos inquiridos, 88,81% identificou a sua casa e, 11,19% reconheceu a explicação.

Tabela 4 – Análise do desempenho escolar relativamente à prática de atividade desportiva (Teste de Mann-Whitney)

Disciplina Pratica atividade desportiva Mann-Whitney

Mean Rank Valor observado Valor-P

Português Sim 234,24 20445,50 0,011

Não 206,67

Matemática Sim 236,58 19788,00 0,003

Não 202,70

Pela observação da tabela 4, em ambas as disciplinas (Português e Matemática), verificamos uma relação estatisticamente significativa entre a frequência da prática de atividades desportivas extracurriculares e o desempenho escolar (p≤0,05).

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Pedro Manita 16 Neste sentido interessa saber qual a relação entre o desempenho escolar e a prática de atividade desportiva relativamente ao ano de escolaridade (tabela 5) e ao género (tabela 6).

Tabela 5 – O desempenho escolar e a prática de atividade desportiva, relativamente ao ano de escolaridade (Teste de Mann-Whitney) Ano de escolaridade Disciplina Pratica atividade desportiva Avaliação Mann-Whitney

Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom Mean Rank Valor observado Valor-P 1º ano Português Sim 0,00% 24,10% 24,10% 51,90% 51,11 993,00 0,131 Não 9,50% 21,40% 26,20% 42,90% 45,14 Matemática Sim 5,60% 7,40% 35,20% 51,90% 50,50 1026,00 0,192 Não 7,10% 19,00% 26,20% 47,60% 45,93 2º ano Português Sim 8,90% 30,40% 34,20% 26,60% 61,84 960,50 0,006 Não 2,60% 50,00% 8,80% 20,60% 45,75 Matemática Sim 12,70% 24,10% 14,70% 27,80% 62,46 912,00 0,003 Não 32,40% 35,30% 29,20% 17,60% 44,32 3º ano Português Sim 3,90% 31,60% 46,10% 18,40% 56,67 1203,00 0,266 Não 0,00% 38,20% 52,90% 8,80% 52,88 Matemática Sim 1,30% 34,20% 32,90% 31,60% 58,40 1071,50 0,065 Não 2,90% 35,30% 52,90% 8,80% 49,01 4º ano Português Sim 6,90% 30,60% 38,90% 23,60% 67,46 1803,00 0,140 Não 5,40% 44,60% 30,40% 19,60% 60,70 Matemática Sim 11,10% 27,80% 36,10% 25,00% 67,57 1795,00 0,134 Não 12,50% 39,30% 26,80% 21,40% 60,55

Quanto ao ano de escolaridade, a relação entre o desempenho escolar e a prática de atividade desportiva (tabela 5) mostra-nos que apenas se verificam diferenças significativas no 2º ano para ambas as disciplinas de Português e Matemática (p≤0,05). Apesar de não se verificarem diferenças, em outros anos de escolaridade, no 3º ano a Matemática observa-se um valor de p no limiar de 0,05.

Contudo, apesar de se encontrarem diferenças, podemos observar que o desempenho escolar é superior para os alunos praticantes de atividades desportivas extracurriculares, pelas Mean

Rank do teste.

Tabela 6 – O desempenho escolar e a prática de atividade desportiva, relativamente ao género (Teste de Mann-Whitney) Género Disciplina Pratica atividade desportiva Avaliação Mann-Whitney

Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom Mean

Rank Valor observado Valor-P Masculino Português Sim 7,3% 34,0% 34,7% 24,0% 116,45 4657,0 0,041 Não 12,5% 43,1% 23,6% 20,8% 101,18 Matemática Sim 7,3% 26,0% 32,0% 34,7% 116,63 4630,5 0,036 Não 9,7% 38,9% 23,6% 27,8% 100,81 Feminino Português Sim 3,1% 24,4% 38,9% 33,6% 119,89 5254,0 0,024 Não 5,3% 35,1% 34,0% 25,5% 103,39 Matemática Sim 8,4% 22,9% 38,2% 30,5% 120,29 5201,5 0,019 Não 16,0% 27,7% 34,0% 22,3% 102,84

(26)

Pedro Manita 17 Relativamente ao género, a relação entre o desempenho escolar e a prática de atividade desportiva (tabela 6), demonstra-nos que existem diferenças significativas em ambos os sexos para ambas as disciplinas de Português e Matemática (p≤0,05).

Podemos observar através do Mean Rank que tanto para os alunos do sexo masculino como feminino, os praticantes de atividades desportivas extracurriculares têm melhor desempenho escolar. No entanto, pelas avaliações podemos constatar que independentemente de serem, ou não, praticantes de atividades desportivas extracurriculares, as raparigas têm melhor desempenho escolar do que os rapazes (Mean Rank superiores).

Tabela 7 – Tempo de prática de atividade desportiva semanal no desempenho escolar (teste de Kruskall-Wallis)

Kruskall-Wallis

Valor observado Valor-P

3,350 0,094

No que diz respeito ao teste não paramétrico de Kruskall-Wallis, podemos inferir que o desempenho escolar não é influenciado pelo tempo dedicado à prática de atividade desportiva em termos de carga semanal (p>0,05).

(27)

Pedro Manita 18

5. Discussão dos Resultados

No seguimento da análise dos resultados, para a discussão dos mesmos, propomo-nos fazer uma comparação com estudos apresentados de diversos autores já referenciados previamente.

No que diz respeito à nossa amostra, quanto à prática de atividades desportivas extracurriculares, tendo-se observado uma grande maioria dos alunos, praticantes de atividades desportivas extracurriculares, poderá representar uma consciencialização por parte dos pais/encarregados de educação em como a participação em atividades desportivas extracurriculares conduz a benefícios ao nível do desenvolvimento das crianças e jovens, o que vai de encontro com os estudos de Eccles e Gootman (2002) e, Fredricks e Eccles (2005). Relativamente ao tempo dedicado às atividades desportivas extracurriculares, verificamos que os inquiridos na sua maioria passa, por treino, aproximadamente 1 hora o que, corresponde à opinião da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014), onde refere que crianças e jovens dos 5 aos 17 anos de idade (faixa onde se situam os inquiridos) deviam praticar no mínimo 60 minutos de exercício físico com uma intensidade moderada a vigorosa, com a finalidade de melhorar o seu sistema cardiorrespiratório, força muscular, saúde óssea e de prevenir o risco de doenças cardiorrespiratórias e metabólicas.

No entanto e, apesar desta situação não se verificar em termos diários, os resultados positivos alcançados no desempenho escolar pelos praticantes, vão contra a opinião de Batista et al. (2012), que refere que a maioria dos jovens não pratica exercício físico suficiente de modo a otimizar os seus benefícios.

Quando comparada a prática de atividade desportiva com o desempenho escolar nas disciplinas de Português e Matemática, constatámos que, no global, existe uma relação positiva tal como referenciado nos estudos de Fredricks e Eccles (2005) e, Shulruf, Tumen e Tolley (2008).

Frade (2012) no seu estudo, contrariamente os resultados obtidos no nosso, não encontrou diferenças estatisticamente significativas entre a prática de atividades desportivas extracurriculares e o desempenho escolar dos alunos.

(28)

Pedro Manita 19 Segundo Gerber (1996) a opinião dos professores sofreu uma alteração, relativamente à visão que se tinha no princípio do século XX, passando a considerar-se que as atividades desportivas extracurriculares eram determinantes para o desenvolvimento da criança.

Independentemente do ano de escolaridade, ou mesmo do género, a relação positiva observada na melhoria do desempenho escolar, pela prática de atividade desportiva extracurricular, vem demonstrar os efeitos benéficos do envolvimento em atividades desportivas extracurriculares, tal como refere Fredricks e Eccles (2005). Através da participação em atividades desportivas extracurriculares são proporcionadas aos alunos oportunidades diversas para o seu crescimento e desenvolvimento, como enaltece Eccles e Gootman (2002).

Segundo os mesmos autores, o tipo de atividades desportivas extracurriculares praticadas e os resultados alcançados são importantes, expondo ainda que os adolescentes praticantes de desporto apresentam maior envolvimento na escola do que os que não praticam atividades desportivas extracurriculares (Eccles e Gootman, 2002).

De acordo com estudo desenvolvidos por diferentes autores (Gerber, 1996;Fredericks et al., 2006; Carlson et al., 2008; Frost, Wortham e Reifel, 2011; Haapala, 2012; Singh et al., 2012; Peralta, Maurício, Lopes, Costa, Sarmento e Marques, 2014 e Lobo, Batista e Delgado, 2015), podemos constatar que o exercício físico é um fator relevante no desenvolvimento da aprendizagem e que, consequentemente, conduz a um melhor desempenho escolar, sem falar nos benefícios fisiológicos que advêm dessa prática, seja ela praticada na escola, em clubes ou mesmo no seu tempo livre.

Os resultados obtidos no nosso estudo corroboram as observações dos estudos anteriores, sendo contudo contrariados pelos trabalhos de Fisher, Juszcazak e Friedman (1995), Kirkendall (1986), Costa (2007) e Frade (2012) que verificaram não existirem evidências quanto à relação e ao efeito benéfico da prática de atividade física extracurricular na melhoria do desempenho escolar dos alunos.

Tal como observado num estudo da Eurydice (Europeia, 2010), também no nosso trabalho existem diferenças quanto ao género e o desempenho escolar. A relação entre o desempenho escolar e a prática de atividade desportiva, evidencia-nos que existem diferenças significativas em ambos os sexos para ambas as disciplinas, de Português e Matemática. Tanto para os alunos do sexo masculino como do sexo feminino, os praticantes de atividades desportivas extracurriculares têm melhor desempenho escolar.

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Pedro Manita 20 Independentemente de serem ou não praticantes de atividades desportivas extracurriculares, as raparigas gozam de melhor desempenho escolar face aos rapazes, o que corrobora o estudo da Eurydice (2010), onde os dados sugerem que, de uma forma geral, os rapazes têm um aproveitamento escolar inferior ao aproveitamento das raparigas e, em Portugal, as raparigas obtêm classificações mais altas do que os rapazes.

No que concerne à influência do tempo de prática de atividade desportiva semanal, quanto ao desempenho escolar, não foram encontradas evidências significativas contrariamente ao estudo de Lees e Hopkins (2013), que verificaram benefícios no desempenho escolar com a acumulação de 45 minutos ou mais, por semana da prática de atividade desportiva.

Costa (2007), nos resultados também demonstra uma relação negativa entre o desempenho escolar e o tempo dedicado à prática de atividades desportivas extracurriculares, sugerindo que quanto maior o tempo dedicado à prática de atividade desportiva (superior a 4h30), menor o desempenho escolar. Já Frade (2012) salienta, que o excesso de atividade desportiva pode tornar-se num fator de melhoria do desempenho escolar, quando planeada e organizada de forma a não interferir com o tempo de estudo.

(30)

Pedro Manita 21

6. Conclusões

Este estudo teve com principal objetivo, compreender a importância da prática de atividades desportivas extracurriculares no desempenho escolar dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico do Município de Oliveira do Bairro.

Neste sentido, podemos dizer que, no global, a prática de atividade desportiva extracurricular influencia positivamente o desempenho escolar nas disciplinas de Português e Matemática quer relativamente ao ano de escolaridade quer quanto ao género.

Independentemente do ano de escolaridade ou do género, existe uma relação positiva no desempenho escolar dos alunos praticantes de atividades desportivas extracurriculares. O exercício físico é um fator relevante no desenvolvimento da aprendizagem conduzindo a um melhor desempenho escolar, sem falar nos benefícios fisiológicos que advêm dessa prática, seja ela praticada na escola, em clubes ou mesmo no seu tempo livre.

Existem diferenças significativas, na relação entre o desempenho escolar e a prática de atividade desportiva, no 2º ano de escolaridade para ambas as disciplinas de Português e Matemática.

Foram encontradas diferenças significativas entre a prática de atividade desportiva extracurricular e o desempenho escolar em função do género, em ambos os sexos para ambas as provas, de Português e Matemática. Tanto para os alunos do sexo masculino como do sexo feminino, os praticantes de atividades desportivas extracurriculares têm melhor desempenho escolar. O desempenho escolar das raparigas é superior ao dos rapazes, independentemente de serem ou não praticantes de atividades desportivas extracurriculares.

Não foram encontradas quaisquer evidências significativas quanto à influência do tempo de prática de atividade desportiva semanal em relação ao desempenho escolar.

(31)

Pedro Manita 22

7. Propostas futuras

Após a realização deste trabalho verificamos que existem informações relevantes para os pais/encarregados de educação no que diz respeito à perceção sobre a prática de atividades desportivas extracurriculares e o desempenho escolar resultante.

Para propostas futuras de estudos semelhantes, sugerimos que seja realizada uma análise no que diz respeito à intensidade das atividades, qual a alimentação dos alunos, os seus hábitos de descanso, entre outros.

Seria também relevante elaborar o estudo tendo o percurso dos alunos desde que iniciam a prática destas atividades desportivas extracurriculares, analisando todo o seu desempenho escolar de forma longitudinal.

Finalmente, para estudos futuros aconselhamos a aplicação do estudo a uma amostra mais alargada, uma vez que possibilitaria uma melhor representação da população dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico, já que não são muitas as investigações nesta faixa etária. A utilização de uma amostra mais homogénea, no sentido de ter número idêntico de crianças e jovens praticantes e não praticantes de atividades desportivas extracurriculares.

Salientamos como fator limitativo deste estudo o recurso às avaliações do segundo período, pois, com tempo para recorrer e considerar, as avaliações do final do ano teríamos um espectro mais alargado de análise, englobando toda a prática de atividades desportivas extracurriculares e o desempenho escolar de todo o ano letivo.

(32)

Pedro Manita 23

8. Bibliografia

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(35)

Pedro Manita 26

Anexos

(36)

Pedro Manita 27

Anexo I - Pedido de autorização para estudo

Para: Agrupamento de Escolas de Oliveira do Bairro

De: Rui Pedro Manita d’Antas Marques Batista, aluno de mestrado da Universidade de

Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)

Assunto: Pedido de autorização para estudo

Pedro Manita, professor de Atividade Física e Desportiva no âmbito das AEC no

Município de Oliveira do Bairro, a frequentar o Mestrado em Ensino de Educação

Física no Ensino Básico e Secundário, na UTAD.

Pretendo realizar um trabalho de investigação utilizando uma amostra da população de

alunos que se encontra no Agrupamento de Escolas de Oliveira do Bairro, alunos do 1º

Ciclo do Ensino Básico. Este trabalho de investigação tem como objetivo geral

comparar o desempenho escolar dos alunos que praticam atividades desportivas

extracurriculares com o desempenho dos alunos sem atividades desportivas

extracurriculares. O estudo está dentro de uma linha de investigação denominada

atividade física na promoção de estilos de vida ativa e saudável na comunidade

educativa.

Venho, por este meio, solicitar a V. Exa. autorização para:

a aplicação de um questionário, junto dos alunos dos 1º, 2º, 3º e 4º anos;

aceder às avaliações referentes ao 2º Período do corrente ano letivo.

Desde já informo que a confidencialidade e a privacidade dos resultados obtidos serão

asseguradas pelo anonimato dos alunos.

Grato pela vossa colaboração e certo que esta solicitação merecerá, por parte de vossa

Exa, toda a atenção.

Os melhores cumprimentos.

Pedro Manita

(37)

Pedro Manita 28

Anexo II - Termo de consentimento informado

Exmo(a). Sr(a) Encarregado(a) de Educação

Assunto: Pedido de autorização para estudo.

Pedro Manita, professor de Atividade Física e Desportiva no âmbito das AEC no

Município de Oliveira do Bairro, a frequentar o Mestrado em Ensino de Educação

Física no Ensino Básico e Secundário, na UTAD.

Pretendo realizar um trabalho de investigação utilizando uma amostra da população de

alunos que se encontra no Agrupamento de Escolas de Oliveira do Bairro, alunos do 1º

Ciclo do Ensino Básico. Este trabalho de investigação tem como objetivo geral

comparar o desempenho escolar dos alunos que praticam atividades desportivas

extracurriculares com o desempenho dos alunos sem atividades desportivas

extracurriculares. O estudo está dentro de uma linha de investigação denominada

atividade física na promoção de estilos de vida ativa e saudável na comunidade

educativa.

Venho por este meio solicitar a V. Exa. autorização para a aplicação de um instrumento

de estudo (questionário), junto do seu educando. Desde já informo que a

confidencialidade e a privacidade dos resultados obtidos será assegurada pelo

anonimato da identificação dos alunos.

Grato pela vossa colaboração e certo que esta solicitação merecerá por parte de vossa

Exa. toda a atenção, os nossos melhores cumprimentos.

O Professor

_________________________

- - -

Eu, encarregado(a) de educação de __________________________________, nº ____,

do _________ ano, da turma _______, autorizo que o meu educando responda ao

questionário supracitado, no âmbito do estudo que visa comparar o desempenho escolar

dos alunos com atividades desportivas extracurriculares com os alunos sem atividades

desportivas extracurriculares.

A/O encarregado de educação.

_________________________

(38)

Pedro Manita 29

Anexo III - Questionário

Este questionário destina-se a realizar um estudo sobre os hábitos de prática de

atividade desportiva, dos jovens adolescentes. Pedimos-te que respondas a estas

questões. Haverá confidencialidade em relação às tuas respostas.

Nenhuma resposta é boa ou má, o que interessa é que respondas com sinceridade.

Obrigada por preencheres este questionário e por participares nesta investigação.

1. Ano de

Escolaridade:

1º❏

2º ❏

3º ❏

4º ❏

2. Sexo:

Masculino ❏

Feminino ❏

3. Idade: ______anos

4. Grau Académico: Pai - 1º ciclo ❏ 2º e 3º ciclo ❏ Secundário ❏ Ensino Superior ❏

Mãe - 1º ciclo❏ 2º e 3º ciclo ❏ Secundário ❏ Ensino Superior ❏

5. Praticas, atualmente, atividades desportivas extracurriculares? sim❏

não❏

6. Se sim, indica se és:

federado❏

não federado ❏

7. a) Praticas alguma atividade física/desportiva num clube ou coletividade fora da

Escola, sob a orientação de um professor, treinador, monitor, instrutor, etc?

1.

Nunca

2.

Uma vez por semana

3.

2 a 3 vezes por semana

4.

4 a 6 vezes por semana

5.

Todos os dias

b) Se praticas alguma atividade indica qual é, ou quais são essas atividades.

_________________________________________________________________________

8. Se praticas regularmente atividades desportivas, quanto tempo dedicas por treino à

prática dessas atividades?

1.

Menos de 1 hora

2.

Aproximadamente 1 hora

3.

Aproximadamente 2 horas

4.

Aproximadamente 3 horas

(39)

Pedro Manita 30

9. Se praticas regularmente atividades desportivas, quanto tempo dedicas por semana à

prática dessas atividades?

1.

Menos de 1 hora

2.

Aproximadamente 1 hora

3.

Aproximadamente 2 horas

4.

Aproximadamente 3 horas

5.

Aproximadamente 4 horas

6.

Aproximadamente 5 horas

7.

Aproximadamente 6 horas

8.

7 horas ou mais

10. Por dia, quanto tempo dedicas ao estudo (fora das aulas)?

1.

Menos de 1 hora

2.

Aproximadamente 1 hora

3.

Aproximadamente 2 horas

4.

Aproximadamente 3 horas

8.

4 ou mais horas

11. Por semana, quanto tempo dedicas ao estudo (fora das aulas)?

1.

Menos de 1 hora

2.

Aproximadamente 1 hora

3.

Aproximadamente 2 horas

4.

Aproximadamente 3 horas

5.

Aproximadamente 4 horas

6.

Aproximadamente 5 horas

7.

Aproximadamente 6 horas

8.

7 horas ou mais

12. Local onde habitualmente estudas?

Imagem

Tabela 1 – Caracterização da amostra quanto o ano de escolaridade, sexo e idade.
Tabela  2  –  Hábitos  da  prática  de  atividade  desportiva  dos  alunos  (atividades  desportivas  extracurriculares,  atividade desportiva orientada, tipo de atividade e tempo dedicado à prática)
Tabela  4  –  Análise  do  desempenho  escolar  relativamente  à  prática  de  atividade  desportiva  (Teste  de  Mann- Mann-Whitney)
Tabela 6 – O desempenho escolar e a prática de atividade desportiva, relativamente ao género (Teste de Mann- Mann-Whitney)  Género  Disciplina  Pratica  atividade  desportiva   Avaliação  Mann-Whitney

Referências

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