A ESPIRITUALIDADE NO
-PROCESSO TERAPEUTICO
JOÃO
MANUEL GALHANAS MENDESProfessorCoordenador naEscola SuperiordeEnfermagemde S.JoãodeDeus - Évora. Doutorando em Enfermagem na Universidade Católica Portuguesa.
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Textodeapoio queestevena base daComunicação apresentada noXIXEncontro Nacional da Pastoral da Saúde,no dia 24de Novembro de2005 emFátima.
RESUMO
INTRODUÇÃO
A dimensão espiritual do homem está hoje no centro das atenções dos profissionais de saúde. A vivência da espiritual idade continua a ter uma ver-tente comunitária contudo, porque estamos num mundo de forte tendência individualista onde cada um tem a sua verdade, aprocura do transcendente torna-se também individual e singular, Mas o que importa referir como questão de partida é que o ser humano, apesar de todos os avançosdaciência e da
tecnologia, tem necessidade constante dedar respos-ta
à
pergunta milenar do sentido para avida. Qual é o sentido da minha vida?Estainterrogação é colocada por cada um de nós como prestadores de cuidados e é colocada pelas pessoas que atravessam percursos de doença na sua história devida. Assimonosso olhar profissional para uma pessoa doente não é nunca um acto inocente ou indiferente, nem simplesmente técnico, mas tribu-tário de uma visão mais vasta do mundo e do homem. Por isso faz-nos todo o sentido dar também
mundo, o fundamentalismo religioso como guia orientador .da vida em sociedade.
Sabemos
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que areligião é um meio para aprocura dadimensão datranscendência, contudo não éo único' dado que há formas de espiritual id a-de laicas, paralelas e alternativasà
religião.Consideroque éimportante termos consciência
que o espiritual está na moda e vende-se bem.
Hoje há um culto
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moda e como o espiritual é moda - apela-se ao espiritual, consome-se o es pi-ritual e aparecem os mercenários do espiritual. Os profissionais de saúde não podem ignorar este aspecto, porque apublicidade dos"
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ida ao encontro de alguém que asescute. igual importânciaà
dimensão espiritual dohomem quando estamos em situação de processo de cuidados.
Quando sefala de espiritual idade somos levados a pensar que se trata da ligação da pessoa a uma determinada religião. Por isso espiritual idade seria sinónimo de religiosidade, contudo se paraalgumas pessoasa sua dimensão espiritual está muito inte r-ceptada pela dimensão da religiosidade para outras provavelmente estarámuito pouco.
Porque o termo espiritualidade sepropicia auma grande ambiguidade, é necessário esclarecer-se o seusignificado rigoroso (muito embora sesaibata m-bém que não é possível fazê-lo com facilidade).
Na bibliografia ligada
à
filosofia eà
teologia o conceito pode ser encontrado de formas muito distintas. Não há uma corrente única ou umadogmática sobre o espiritual, o que permite o
desenvolvimento de perspectivas muito amplas, correndo-se o risco de uma multiplicação dos discursos e de uma saída do assunto para aes fe-ra do relativismo (Torralba e Roselló, p. 8) .
É
possível constatar a emergência deste co n-ceito em algumas correntes de natureza socio -lógica que encontraram um esgotamento do sentido da vida numa sociedade pos-materialis -ta, surgindo alguns sintomas, especialmente nasnovas gerações, de um cansaço ede um esgota
-mento deste modelo de sociedade materialista
-um dos sintomas éaprocura e o desejo do esp
i-ritual (Torralba e Roselló, p. 8).
Vivemos claramente na emergência do esp i-ritual mas em claro tom sincrético e vivemos
também esta emergência debaixo de um tom
interreligioso e ecuménico. O tratamento do
espiritual na sociedade pos-moderna não obe -dece aos esquemas da sociedade cristã ocide n-tal, em que o espiritual estava ligado ao religio -so e ao religioso de uma religião predominante.
Há hoje uma procura de pontos de união e de
convergência entre as distintas tradições
cultu-rais e religiosas (Torralba e Roselló, p. 8).
Contudo também sabemos que se mantém com
muita visibilidade, em algumas partes do
SERVIR-VOL. N.O54-N.o 4
O(S) CONCEITO(S)
DE
ESPIRITUAlIDADE
O queéa espiritual idade?Qual éo conceito de espiritual idade? Como tem evoluído este conceito ao longo do tempo? Elizabeth Taylor no seu Livro
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aponta uma interessante evolução doconce i-to de espiritual idade, referindo-se aos autores que foram escrevendo sobre estatemática, no entanto considera esta como a dimensão do ser humano que integra, motiva, dá energia e influencia todosos aspectos da vida do homem.
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dimensãopsicológica e a evidente separação da dimensão
biológica da pessoa.
No entanto Colliton (1981) refere que
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As duas definições anteriores revelam aimpo
r-tância da dimensão espiritual ao incluir muitos
outros aspectos da vida do homem, centrando-se
a essência dos conceitos na formação de valores
que nos colocam em comunhão com os outros e com o transcendente.
Acrescenta Stoll (1989) que 'A
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Nesta definição são bem evidentes as duas
componentes relacionais da espiritual idade, uma
relação vertical com Deus, com o transcendente e
uma relação horizontal com o próprio, com os outros e com a natureza, surgindo um novo e le-mento que
é
aqualidade de vida.Um autor um pouco mais recente, Red (1992),
aponta que a
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Verifica-se nesta definição uma referência a
três tipos de relações que transcendem apessoa, a
relação intrapessoal, a relação interpessoal e a
relação transpessoal, cujos sentidos produzem na
vida relações individuais, colectivas ou com um
Ser Transcendente.
O
conceito seguinte refere-seà
espiritual idade como um caminho queé
percorrido deforma singu-lar por cada um de nós,nestesentido Fowler (1997)
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Narayanasamy (1999) aponta aespiritual idade como parte constituinte de todos os seres huma
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Projecção no futuro (esperança);
- "Eusinto-me desesperado - ninguém me pode aj u-dar a resolver o problema" -
Necessidade de ajuda;
- "Verifico como é'importante para mim ter a mi-gos e mi-gostar que eles me ajudem." -Necessidade
de suportar
em "coping" as transições da vida;
- "Eu não queria ser um peso para a minha família quando for velho" -Ne
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- "Desejaria ser capaz de poder encontrar uma solução quando me surgem os problemas"
-Necessidade
de transcender mudanças d
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- "Eu quero que as pessoas respeitem mais a minha privacidade" -
Necessidade de dignid
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ssoal;
- "Será que o senhor me quer ouvir agora?"
-Necessidade
de expressar sentimentos;
- "Tenho medo de morrer" -
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epreparar
amorte;
- "Sou chamado a participar no meu grupo de
ajuda todos os meses" (vencer e viver- âncora
-etc.) -
Necessidade
de participar em gr
u
pos;
- "Eu tento ajudar outros que como eutêm cancroda mama" -
Necessidade
de amar e se
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outros;
- "Eu queria dizer aomeu pai, quanto arrependido estou do que lhe fiz" -
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-pender e de ser perdoado;
- "Senti-me traído mas sei que a raiva me prejudi -ca" -
Necessidade
de perdoar;
- "Os meus filhos abandonaram-me masnão posso deixar de pensar neles" -
Necessidade
de lidar
com a falta de amor de outros significativos;
- "Será que Deus existe? Como podemos ter acer-teza que existe uma força poderosa que faz mover este universo? -
Necessidad
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- "Acredito que posso sentir Deus presente - como um amigo" -
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apresença de Deus;
- "Vou àIgreja ajoelho erezo sempre em frente ao Sacrário" ou "Vou à sinagoga eretiro o chapéu,
para receber o amor de Deus" -
Necessidade
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Dois autores de 2000, Dosseye Guzzetta, refe -rem que a espirtualidade
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uma força unifi cado-ra da pessoa; aessência do ser que permite tudo na vida e manifesta-se em cada um de nós, na capacidade sabere
de fazer; ainter-conexão como
próprio, com os outros, com a naturezae
com Deus/Vida/ Força/Absoluto/Transcenden te".Emsíntese podemos referir que a espiritualida -de é uma dimensão importante do homem que, a par da dimensão biológica, intelectual, emocional e social, constitui aquilo que écada ser humano e
que oajuda a diferenciar do outro ser humano.
Verificamos que esta dimensão implica uma expressão de sentimentos e uma vivência indiv i-dual, uma interacção com o meio ambiente, com os outros ecom um Ser Supremo.
É
através da espi-ritual idade que se manifesta o sentido para a vida.COMO PODEMOS
IDENTIFICAR AS
NECESSIDADES ESPIRITUAIS?
No contacto com o doente ecom afamília, na entrevista de acolhimento ou no decurso de um processo de cuidados podemos encontrar nos dis
-cursos dos doentes particularidades que são reve- . ladoras de necessidades espirituais.
É
predomi -nantemente no diálogo com os doentes que me parece que podemos encontrar com muito rigor a expressão das suas necessidades espirituais, co n-tudo na bibliografia sobre estatemática podemos encontrar muitos processos de apreciação de necessidades espirituais (Mauk e Schmidt, 2004; Taylor, 2004; Fitchett, 2004).Seguem-se alguns excertos de discursos de doentes e a referência ànecessidade espiritual que lhe corresponde tal como Taylor sugere:
- "às vezes interrogo-me sobre o sentido que tem a minha vida" -
Necessidade
de dar significado
esentido à
vida;
- "Parece que nunca ninguém precisa de mim"
-Necessidade
de se sentir útil;
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duro pensar que não há nada mais que eu possa fazer neste mundo" -Nec
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SERVIR-VOL. N.O54-N.o 4duo ou grupo apresenta ou está em risco para apresentar um distúrbio no sistema de crenças e valores que proporciona força, esperança e signi -ficado para a vida.
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.
- "Gosto de ler a bíblia todos os dias, ajuda-me a compreender melhor o mundo" -
Necessid
a
d
e
de
a
prend
e
r
a pa
r
t
ir
dos escritos inspirados por Deus;
- "Individualmente posso fazer alguma coisa, mas em grupo posso mudar o mundo" -
Necessidade
d
e
r
ec
onh
e
cer
o
pod
e
r
que pod
e
mos
ter de
mudar positivamente
a soci
e
dade,
qu
e
r indivi
-dualment
e
qu
e
r
e
m grupo;
-"Pertenço ao grupo de ... amigos do Hospital. .. a um grupo que luta pela procura de melhores co n-dições de vida oude tratamento dos que estão opri -midos" (ex. grupo dasfamílias numerosas, grupos de cidadãos estrangeiros, associações de doentes)
- Nec
es
s
idad
e
de s
e
r r
e
s
pe
itado
e valorizado
(Taylor, 2004 p. 17-20).
Existem muitas outras expressões que encontra -mos todos os dias nos nossos contactos com os doentes que poderão ser indicadores destas e de outras necessidades espirituais.
Alguns dos excertos dos discursos anteriormente referidos são indicadores de que há necessidades espirituais sobre asquais, num processo de cuidados de enfermagem, temos que intervir, isto é, ajudar a darresposta,porque é importante que estasnecess i-dades que fazem parte da nossaexistência humana sejam cabalmente satisfeitas a fim de que sepossam prevenir os problemas daídecorrentes.
Existem também outros instrumentos de recolha de dados(questionários, escalas, etc.)que a bibliogra -fia sobre esta temática aconselha para a fasede apre -ciação, num processode cuidados de enfermagem.
OS DIAGNÓSTICOS
DE
ENFERMAGEM RELACIONADOS
COM A DIMENSÃO
DA
ESPIRITUALlDADE
Existem alguns diagnósticos de enfermagem já estudados, testados e a aceites pelas comunidades científicas de enfermagem.
A Assoc
i
ação A
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cos
:
-
Angústia Espiritual
-
Estado em que o indiví--
Distr
e
ss
E
spiritu
a
l
(
ou ris
co
)
-
incapacidade para experimentar e integrar o sentido e a finalidade da vida através das relações consigo mesmo, com os outros, com a arte, música, literatura ouum poder sobrenatural (Carpenito, 1977). Na Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem na Classificação dos Fenó-menos de Enfermagem no Eixo A: Foco da Prática de Enfermagem, estão definidos alguns
conceitos que são essenciais para a construção dos diagnósticos de enfermagem segundo este
sistema classificativo, como por exemplo:
-
Bem-estar
Espiritual
é um tipo de Bem-estarcom ascaracterísticas específicas: imagem men -tal de estar em contacto com o princípio da vida que impregna todo o ser e que integra e trans -cende a natureza biológica e psicossocial de
cada um;
- Amargura Espiritual
é um tipo de Amargura comas segui ntes características específicas: des -membramento daquilo em que a pessoa acredi -ta da vida, questões acerca do significado da vida, associado ao questionar do sofri mento, separação dos laços religiosos e culturais, mudança nos sistemas de crenças e valores, sen -timentos de intenso sofrimento e zanga contra a divindade;
-
Cr
e
nça Espiritual
é um tipo de Crença com as características específicas: convicção e disposi -ção pessoal para reter e abandonar acções tendo em conta os princípios de vida que impregnam, integram e transcendem a natureza biológica e psicossoc}al de cada um (ClPE, versão 1).OS PRESSUPOSTOS E OS
PRINCíPIOS
DE UM QUADRO
DE REFERÊNCIA PARA UMA
PRÁTICA DE ENFERMAGEM.
Conhecidos alguns diagnósticos de enfermagem relacionados com esta dimensão humana, coloca-se
a qu~stã(y.Qu~ int~rv~nçãopor part~ dos
profissio-nais de enfermagem? Que respostas podemos dar?Não sendo possível apresentar uma intervenção específica porque essa deriva sempre de uma apre-ciação de uma pessoa concreta, citando Taylor (2004), aponto alguns aspectos de um provável qua-dro de referências para a prática de enfermagem:
(Pressuposto) - Cada pessoa tem uma dimensão
espiritua
l
.
(Princípio) - Numa situação de cuidados
à
pes-soa a sua natureza espiritual deve ser considerada tal como as restantes dimensões (mental, emocio-nal, física).(Pressuposto) - Numa sociedade
multicultural
,
a natureza
espiritua
l
de cada
pessoa
pode ser
expressa pela religião ou crenças filosóficas e
prá-ticas que diferem substancialmente,
dependendo
da raça, do género, do estatuto socia
l
, da religião,
da etnia e da experiência
de cada um
.
(Princípio) - As situações de cuidados espirituais não são simples em sociedades multiculturais e são necessários muitos tipos de recursos.
(Pressuposto)
- A espiritual idade tem muitas
facetas,
e emerge e expressa-se
por formas
for-mais e inforfor-mais ou ligadas ou não a uma religião.
(Princípio) - A identificação das necessidades espirituais pode ser realizada de muitas formas. (- Entrevista ou podemos usar ainda alguns questio-nários que são propostos na bibliografia sobre esta temática ...).
(Pressuposto)
- O ambiente
pode facilitar ou
dificultar a expressão da espiritual idade.
(Princípio) - Os cuidados de enfermagem devem fomentar situações que facilitem a expres-são individual ou comunitária da espiritualidade.
(Pressuposto
)
- Os utentes podem ter resolvido
ou desencadeado
a resposta
a uma necessidade
SERVIR-VOL. N.O 54-N.o 4
espiritual de forma satisfatória e autónoma.
(Princípio) - As escolhas dos utentes para a
satis-fação
das suas necessidades espirituais devem ser valorizadas.(Pressuposto)
- As necessidades
espirituais dos
utentes podem variar no decurso da situação de
doença.
(Princípio) - Os enfermeiros devem estar alerta para a variação das necessidades que poderão estar expressas nas diferentes fases da doença.
(pressuposto) - As necessidades espirituais podem
surgir a qualquer momento e em qualquer dia.
(Princípio) - O ambiente de cuidados deve ter em conta que a qualquer momento há necessidade de se dar início a um trabalho para dar resposta a uma ou várias necessidades espirituais.
(Pressuposto)
- O ser humano
tem
crenças
diversas, diversificados conhecimentos
e um nível
diferenciado
de desenvolvimento
espiritual.
(Princípio) - Os enfermeiros podem ajudar os doentes a compreender melhor o seu sistema de crenças e a interpretação que fazem desse sistema de crenças.
(Pressuposto) - Os utentes e os seus familiares
podem
ter
divergentes
crenças
espirituais
e
podem não estar conscientes
dessas diferenças.
(Princípio) - Os enfermeiros devem estar cons-cientes das diferenças e das respectivas dificulda-des, que a expressão da espiritual idade pode pro-vocar no interior da família.
(Pressuposto)
- Os utentes nem sempre estão
conscientes,
sabem ou desejam manifestar
proble-mas relacionados
com as necessidades
espirituais.
(Princípio) - Os enfermeiros têm que ter sensibi-lidade para o facto do doente não pretender mani-festar com ele as suas necessidades e providenciar recursos para que o utente possa expressar ou comunicar com outros os seus problemas espiri-tuais (Taylor, 2004 p.25-27).
CONCLUSÃO
A dimensão espiritual
é
uma dimensão impor-tante da existência humana, no entanto aespiritua-lidade em si mesma é um conceito abstracto que
envolve muitas facetas e é usado muitas vezes
incorrectamente e substituído pelo termo religião.
Espiritualidade é o núcleo central do ser humano e normalmente refere-se a uma experiência que
envolve a percepção das relações de cada pessoa
com um sersupremo (como por exemplo Deus), ou
com um grande poder, com os outros e com o
ambiente. Espiritualidade envolve sentimentos,
sig-nificados e propósitos para a existência do homem
ao longo do seu trajecto devida.
A sociedade esperados profissionais da área da saúde que, nasua relação com aciência, a dimen-são espiritual seja abordada honestamente e se de s-mistifique o sentido do charlatanismo que por vezes lhe está associado.
Embora as relações entre espiritual idade e c
ui-dados de saúde já estejam na ordem do dia das pe
s-quisas nesta área,existe ainda um longo caminho a
percorrer.
No entanto, tal como sugere Angerami-Camon (2002), éimportante que tomemos consciência que a espiritual idade deve entrar nanossa prática
profis-sional sendo necessário aumentarmos os recursos
deque dispomos no dia a dia, para que essamesma
prática profissional esteja mais de acordo com as
necessidades das pessoas que servimos. Contudo também é importante que estejamos conscientes
que é necessário analisarmos o nossopróprio
senti-do da vida, para que as convicções pessoais sobre
o mundo e sobre o homem que defendemos este
-jam em consonância com o corpo deconhecime
n-tos que sustentaa nossaintervenção profissional.
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