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Estudo da resposta fisiológica no exercício base de hidroginástica esqui realizado nos níveis I e II de impacto vertical

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

ESTUDO DA RESPOSTA FISIOLÓGICA NO EXERCÍCIO BASE DE HIDROGINÁSTICA ESQUI REALIZADO NOS NÍVEIS I E II DE IMPACTO VERTICAL

Dissertação do Mestrado em Ciências do Desporto, Especialização em Avaliação e Prescrição na Atividade Física

RUI PEDRO VICENTE DUARTE

Orientadora: Professora Doutora Graça Sofia Monteiro Pinto

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

ESTUDO DA RESPOSTA FISIOLÓGICA NO EXERCÍCIO BASE DE HIDROGINÁSTICA ESQUI REALIZADO NOS NÍVEIS I E II DE IMPACTO VERTICAL

Dissertação do Mestrado em Ciências do Desporto, Especialização em Avaliação e Prescrição na Atividade Física

RUI PEDRO VICENTE DUARTE

Orientadora: Professora Doutora Graça Sofia Monteiro Pinto

Composição do Júri:

___________________________________________

___________________________________________

___________________________________________

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Esta dissertação foi expressamente elaborada com vista à obtenção do grau de Mestre em Ciências do Desporto, Especialização em Avaliação e Prescrição na Atividade Física, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho representa o terminar da segunda etapa académica a que me propus. Ao longo deste ano foram proporcionadas vivências e aprendizagens que certamente irão marcar o meu percurso profissional.

Apesar de este trabalho ser de carácter individual foi indispensável a ajuda de algumas pessoas que prontamente se disponibilizaram.

Gostaria que ficasse bem presente, os meus mais sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que este trabalho se realizasse, com especial atenção:

À Professora Doutora Graça Sofia Monteiro Pinto o seu apoio, disponibilidade e a sua atenta orientação que permitiram a realização e conclusão deste estudo;

A todos os sujeitos da amostra deste estudo que se demonstraram sempre disponíveis;

Ao Solinca Porto Palácio, pela cedência dos espaços e equipamentos para a realização do estudo;

Aos meus pais pela constante preocupação pela conclusão de mais uma etapa académica;

Como os últimos são os primeiros, à minha esposa Manuela Costa, por toda a ajuda, apoio, dedicação e disponibilidade manifestada para o término desta etapa. É um grande pilar na minha vida. OBRIGADO POR TUDO.

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ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE FIGURAS ... VII ÍNDICE DE QUADROS ... IX ÍNDICE DE GRÁFICOS ... XI ABREVIATURAS ... IXIII RESUMO ... XIV ABSTRACT ... XII 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. REVISÃO DA LITERATURA ... 3 2.1 HIDROGINÁSTICA ... 3 2.2 BENEFÍCIOS ... 4 2.3 AÁGUA ... 6 2.4 CADÊNCIA MUSICAL ... 9 2.5 INTENSIDADE ...10

2.6 NÍVEIS DE IMPACTO VERTICAL ...13

3. METODOLOGIA ...15

3.1 AMOSTRA ...15

3.2 PROTOCOLOS E INSTRUMENTOS ...15

3.3 PROCEDIMENTOS PARA A RECOLHA DE DADOS ...17

3.4 DEFINIÇÃO DOS PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS ...18

3.5 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS ...19

4. RESULTADOS ...20

4.1 CARATERIZAÇÃO DA AMOSTRA ...20

4.2 FREQUÊNCIA CARDÍACA DE REPOUSO ...20

4.3 FREQUÊNCIA CARDÍACA NO EXERCÍCIO I E II ...21

4.4 PERCEÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO NO EXERCÍCIO I E II ...22

5. DISCUSSÃO ...24

6. CONCLUSÃO ...27

7. BIBLIOGRAFIA ...28

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VII ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Medição da Massa Corporal ...15

Figura 2 - Medição da Estatura ...15

Figura 3 - Escala de Perceção Subjetiva de Esforço ...17

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IX ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Exemplo de Estrutura de Aula (Adaptado de Yázigi, 2000) ... 4

Quadro 2 - Síntese de estudos realizados no âmbito do comportamento da FC durante exercícios de Hidroginástica ...11

Quadro 3 - Valores médios da amostra para a idade em anos, para a Altura (m), Peso (Kg) e para o IMC (Kg/m2) ...20

Quadro 4 - Valores médios da FCr em terra e na água para os níveis I e II (mínimo, máximo, média e desvio-padrão). ...20

Quadro 5 - Comparação dos valores médios da FCr no nível I e II e dos valores médios da FCr na água no nível I e II (valores de z e de p). ...21

Quadro 6 - FC aos 3 e 6 min. no nível I e II (mínimo, máximo, média, desvio-padrão, valores de z e de p). ...22

Quadro 7 - PSE (mínimo, máximo, média e desvio-padrão), para os níveis I e II, após os 3 e os 6 min. de execução...23 Quadro 8 - PSE no Nível I e II após 3 e 6 min. de execução (valores de z e de p) ...23

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XI ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Valores médios da FCr e sua evolução a cada 30 segundos ao longo dos 6 min. de execução do exercício base esqui, no nível I e II. ...21

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XIII ABREVIATURAS

ACSM – American College of Sports Medicine AEA – Aquatic Exercise Association

AF – Atividade Física

bpm – Batimentos por Minuto cm - Centímetros

CO2 – Dióxido de Carbono DR – Densidade Relativa FC – Frequência Cardíaca

FCeI – Frequência Cardíaca de exercício nível I FCeII – Frequência Cardíaca de exercício nível II FCmáx – Frequência Cardíaca Máxima

FCr – Frequência Cardíaca de Repouso

FCra – Frequência Cardíaca de Repouso na Água g.c-3 – Gramas por Metro Cúbico

GE – Gravidade Específica IMC – Índice de Massa Corporal Kg – Quilograma

Kg/m3 – Quilograma por metro cúbico m – Metros m3 – Metros Cúbicos MI – Membros Inferiores min. - Minutos MS – Membros Superiores O2 – Oxigénio

OMS – Organização Mundial de Saúde PSE - Perceção Subjetiva de Esforço

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XIII SD – Desvio Padrão

ºC – Graus Celsius

VO2 – Volume de Oxigénio % - Percentagem

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XV RESUMO

O presente estudo teve como objetivo verificar as respostas fisiológicas do exercício base esqui realizado em dois diferentes níveis de impacto vertical. A amostra deste estudo foi constituída por vinte mulheres caucasianas praticantes de Hidroginástica há mais de um ano e domínio do skill técnico a realizar, com uma média de idade 35,25±6,75 anos, peso 59,94±9.93 quilogramas (kg), altura 1,59±0.05 metros (m) e índice de massa corporal (IMC) de 23,55±3,19.

Para cumprir com o protocolo experimental, os sujeitos realizaram durante 6 minutos (min.) o exercício de esqui a uma cadência de 132 batimentos por minuto (bpm). De forma aleatória, no mesmo dia e com uma hora de intervalo, realizaram o exercício em nível I e em nível II.

Foi medida a Frequência Cardíaca de repouso (FCr) e a Frequência Cardíaca (FC) a cada trinta segundos de execução em exercício. A Perceção Subjetiva de Esforço (PSE) foi verificada aos três min. e no final do exercício. Para a recolha destes valores usámos um relógio (Polar FT80 WD com a respetiva cinta) e uma Escala de PSE adaptada, de 6 a 20 (Borg, 1998).

Relativamente aos resultados obtidos, os sujeitos atingiram uma FC média no nível I de 136,92±10,72 bpm aos 3 min. e de 157,03±9,46 bpm aos 6 min. e uma FC média no nível II de 141,53±10,57 bpm aos 3 min. e de 164,33±8,46 bpm aos 6 min.. Estes resultados evidenciaram um incremento mais acentuado nos valores da FC ao longo do exercício no nível II, sendo estatisticamente significativos, p=0,04 aos 3 min. e p=0,003 aos 6 min..

Na PSE verificaram-se perceções mais elevadas de esforço aos 3 e 6 min. no nível II, com valores médios de 13±2,20 e 18±1,85, respetivamente, comparativamente ao nível I, em que os valores médios foram 11±2,67 3 min. e 17±3,26 aos 6 min.. Estes resultados foram estatisticamente significados, p=0,003 aos 3 min. e p=0,024 aos 6 min..

Em suma, podemos concluir que a execução técnica do exercício esqui no nível II, com o corpo mais imerso e a água pela linha dos ombros, é mais intensa que no nível I, com a água pela linha mamilar.

Palavras-chave: Hidroginástica; Frequência Cardíaca; Escala de Perceção Subjetiva de Esforço; Nível de execução.

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XVII ABSTRACT

The present study aimed verifying the physiological responses of the base exercise cross country ski implemented at two different levels of vertical impact on the basic exercise.

The sample of this study consisted of twenty Caucasian women practitioners of water aerobics for more than a year, and mastery of technical skill to implement, with an average age 35,25±6,75 years, weight 59,94±9.93 kilograms, height 1,59±0.05 meters and body mass index of 23,55±3,19.

To comply with the experimental protocol, subjects implemented during 6 minutes (min.) cross country ski exercise to a cadence of 132 beats per minute (bpm). Randomly, on the same day, with an hour break, undertook the exercise in level I and level II.

It was measured heart rate and the heart rate every thirty seconds of execution of the exercise. The Subjective Effort Perception has been verified on three minutes and at the end of the exercise. For the collection of these values we used a watch (Polar FT80 WD with the respective strap) and a Subjective Effort Perception Scale adapted 6 to 20 (Borg, 1998).

In relation to the results obtained, the subjects reached an average heart rate on level I 136,92±10,72 bpm at 3 minutes and 157,03±9,46 bpm at 6 minutes and an average heart rate on level II, 141,53±10,57 bpm at 3 min. and 164,33±8,46 bpm at 6 min. These results showed a more marked increment in heart rate values throughout the exercise in level II, these being statistically significant results, with p=0,04 at 3 minutes and p=0,003 at 6 min.

In Subjective Effort Perception there were higher values for 3 and 6 minutes on the deeper level of achievement, level II, with average values of 13±2,20 and 18±1,85, respectively, compared to the level I, in which the average values were 11±2,67 at 3 min. and 17±3,26, at 6 min. This results have been statistically significant, with p=0,003 at 3 minutes and p=0,024 at 6 min.

In this way, we can conclude that the technical execution of the cross country ski exercise on level II, skiing with the body more immersed and water by shoulder line, is more intense than in level I, with the water through the nipple line.

Keywords: Water Aerobics; Heart Rate; Subjective Effort Perception; Implemented level.

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_______________________________________________________ Introdução

1 1. INTRODUÇÃO

A Hidroginástica é uma modalidade aquática que surgiu no final da década de 80 com o objetivo de utilizar exercícios aquáticos na posição vertical. Com o passar do tempo criou identidade própria e evoluiu para um sistema de preparação física que pode ser praticado pelo público em geral (Marques & Filho, 1999). Como o próprio nome sugere, é ginástica praticada na água, fazendo uso das propriedades do meio aquático como meio de treino e desenvolvimento da condição física e da saúde, mas também como meio preventivo-terapêutico (Bettendorf, 2002).

Nas sessões de Hidroginástica é frequente a realização de diversas variantes de um mesmo exercício. Pode-se executar exclusivamente a ação dos membros inferiores (MI); exclusivamente ação dos membros superiores (MS) e simultaneamente a ação dos MI e dos MS, podendo-se ainda recorrer ao uso de materiais auxiliares. A adoção destas variantes tem em vista diversificar a sessão e prescrever aos alunos exercícios com níveis de intensidade ajustados às suas caraterísticas individuais e níveis de aptidão física.

A intensidade na qual o esforço é realizado constitui um aspeto fundamental na elaboração e no controlo de qualquer programa de exercícios (Graef & Kruel, 2006). Segundo os mesmos autores, ao elaborar um programa de exercícios, os componentes essenciais da prescrição incluem a seleção da modalidade, a intensidade do esforço, a duração da atividade e a frequência semanal em que a mesma é conduzida. Esses componentes são aplicados ao desenvolver prescrições para indivíduos de diferentes idades e capacidades funcionais, independentemente da existência ou ausência de fatores de risco e doença (ACSM, 2000). Assim, o dimensionamento da intensidade adequada de esforço constitui um aspeto de grande importância na organização de uma sessão de exercícios (Graef & Kruel, 2006).

Diversos indicadores fisiológicos podem ser usados para quantificar a intensidade de esforço, entre eles pode-se citar a Frequência Cardíaca (FC), o consumo de oxigénio (VO2), a Perceção Subjetiva de Esforço (PSE) e os limiares ventilatório e de lactato (Graef & Kruel, 2006). No meio terrestre, tais indicadores foram bastante estudados. Todavia, ao estabelecer comparações com o meio aquático, percebe-se que a prática de exercícios resulta em respostas diferenciadas nos distintos meios (Svedenhag & Seger, 1992; Nakanishi. Y; Kimura, T.; Yokoo, Y., 1999).

Há evidências científicas de que o exercício aeróbio na água potencia os mesmos ganhos de aptidão física que o exercício na terra (Avellini, B. A.; Shapiro, Y.; Pandolf, K. B., 1983; Pöyhönen, T.; Sipilã, S.; Keskinen, K. L.; Hautala, A.; Savolainen, J.; Mälkia, E.; 2002), apresentando eventualmente como vantagem o facto de ser realizado com um menor impacto, diminuindo os riscos de lesões (Barela, A. M. F.; Stolf, S. F.; Duarte, M. 2006;

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_______________________________________________________ Introdução

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Kruel, 1994, Kruel, 2000; Miyoshi, T; Shitota, T.; Yamamoto, S.; Nakazawa, K.; Akai, M. 2004). Esse é um aspeto fundamental para os profissionais que atuam com a prescrição de exercícios na água, pois tais diferenças influenciam na determinação da intensidade do esforço, que, por sua vez, afeta todos os outros componentes da prescrição.

Na hidroginástica podem-se ainda utilizar exercícios que produzam uma maior resistência na água, através do aumento da velocidade de execução ou através da alteração da área projetada, que pode ser modificada pela utilização do corpo de diferentes formas na água e também pela execução de exercícios com uso de equipamentos resistivos (Alberton, C. L.; Coertjens, M.; Figueiredo, P. A. P.; Kruel, L. F. M., 2005; Cassady & Nielsen, 1992; Johnson, B. L.; Stromme, S. B.; Adamczyk, J. W. Tennoe, K. O., 1977). Entretanto, o aumento da resistência através do aumento da velocidade do movimento só é produzido enquanto esse mantiver a sua total amplitude. A partir de determinada velocidade de execução, o movimento, ao ser acelerado, é encurtado, e assim o aumento da velocidade é compensado pela diminuição da área projetada (Pinto, S.; Alberton, C.; Becker, M.; Olkoski, M.; Kruel, L., 2006).

A Aquatic Exercise Association (AEA) (2008), organização educacional sem fins lucrativos comprometida com o avanço do fitness aquático mundial, defende que os movimentos de nível II obrigam o sistema muscular a despender mais energia que o nível I, pois a amplitude de movimentos ao ser superior, aumenta o arrasto de água, aumentando também a resistência ao movimento, facto que despoletará um aumento da intensidade de esforço ao longo da execução.

A escassez de sustentação científica para a pesquisa realizada em torno da temática da variação da intensidade do exercício em função da variação da imersão de execução conduziu à necessidade de aprofundar a questão e procurar respostas efetivas.

Nesse sentido, com este estudo pretendemos responder à seguinte questão: terá o exercício base esqui a mesma intensidade realizado em dois níveis de imersão distintos?

Tendo em conta que existem diversas variáveis fisiológicas que são estudadas recorrentemente para avaliar, ou para estimar, a intensidade de exercitação das atividades físicas orientadas para a prevenção primária da saúde, encontrando-se entre essas a PSE, a FC e a concentração sérica de lactato (Benelli et al. 2004; Wilmore, Costill, D. 2001), neste estudo debruçar-nos-emos apenas sobre as duas primeiras.

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_______________________________________________________ Revisão da Literatura

3 2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 HIDROGINÁSTICA

Kruel (1994) carateriza a Hidroginástica como uma forma de preparação física, com exercícios aquáticos específicos, que se baseiam no aproveitamento da resistência da água, facilitando o treino físico com um mínimo impacto articular, aumentando a resistência muscular localizada, a resistência aeróbia e a flexibilidade, com diminuição da percentagem de massa gorda e da FCr e diminuindo o risco de lesões articulares.

Para Rocha (1999), esta é uma atividade que por ser realizada dentro de água, pode ser praticada por indivíduos de diversas faixas etárias, pois oferece uma reduzida carga mecânica sobre o aparelho locomotor, num ambiente supostamente descontraído e agradável do ponto de vista psicológico.

Colado e Moreno (2001) referem-se à hidroginástica como a conjugação entre as atividades de grupo em terra com as atividades aquáticas. Trata-se de uma modalidade fundamentada no conceito de fitness, com o objetivo geral de melhoria da saúde sob a perspetiva fisiológica e funcional.

O meio aquático permite a realização de movimentos com o corpo na vertical, horizontal e transição entre estes equilíbrios, o que, recorrendo ou não a material de apoio, aumenta exponencialmente o leque de opções e de graus de dificuldade, não exigindo o domínio excelente do meio aquático ou saber nadar (AEA, 2008). Desta forma, e devido às características específicas da água, é possível a prática de exercício por populações com algumas limitações, tais como os mais idosos ou detentores de condição física diminuída resultante de patologias como a osteoporose, doenças pulmonares crónicas ou asma (AEA, 2008; Colado e Moreno, 2001; Gaines, 1993).

Também Barbosa (2005) e Fomina (2009) referem-se à água como meio que apresenta várias vantagens para a prática de exercício físico, quando comparado com o meio terrestre. Além da diminuição do efeito da força da gravidade, há uma facilitação na execução dos movimentos, devido às propriedades físicas da água, bem como um aumento da carga aplicada, pois a própria água oferece resistência ao movimento. Para os autores, o meio aquático permite a execução de atividades diferentes, que em terra poderiam colocar a integridade física do indivíduo em risco, tal como saltos, rotações, grandes amplitudes, entre outros.

Adicionalmente à realização de exercícios dentro de água, existe na hidroginástica a especificidade destes serem realizados a um determinado ritmo e numa certa cadência musical. O ritmo e a cadência musical podem variar em função do objetivo da aula, da fase da aula, com os exercícios selecionados e também das características dos alunos.

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_______________________________________________________ Revisão da Literatura

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Normalmente a aula está organizada em fases com características muito próprias: Aquecimento, Desenvolvimento ou Parte Fundamental e Parte Final. Muitas vezes a linha divisória entre o aquecimento e a parte fundamental pode não estar clara, mas não significa que ela não exista.

A duração de uma aula de Hidroginástica poderá variar entre os 40 e 60 min., de acordo com a opção de gestão de cada ginásio ou instalação desportiva.

O mais comum são sessões de 45 min.. O tempo de cada fase deverá ser ajustado em função do tempo total disponível, dos objetivos e das condições de prática (Yázigi, 2000).

Quadro 1 - Exemplo de Estrutura de Aula (Adaptado de Yázigi, 2000)

Para além de diferirem relativamente à sua duração, as aulas podem, ainda, assumir diferentes nomenclaturas tendo em conta o conteúdo fundamental a lecionar. Segundo Barbosa e Queirós (2005), existem dezasseis variáveis possíveis para uma aula de hidroginástica: dança aquática, deepwater, jogging aquático, step aquático, localizada,

atividades em estações, técnicas de relaxamento, aqua-sport, aqua-combat, aqua-bike, hidro-kids, gestantes, idosos, treino pliométrico, hip hop aquático e aqua-gym.

Muitas dessas aulas surgem de influências de danças e culturas, mas acabam por desaparecer da mesma forma e à mesma velocidade com que apareceram.

2.2 BENEFÍCIOS

Vários autores afirmam que a expressividade do número de praticantes de atividade física aquática tem-se tornado cada vez mais relevante, fruto dos benefícios que lhes são habitualmente associados e da possibilidade da sua adequabilidade aos diferentes tipos de população (Costa, G.; Afonso, S.; Bragada, J. A.; Reis, V. M.; Barbosa, T. M., 2008, Kruel, L. F. M.; Moraes, E. Z. C.; Ávila, A. O. V.; Sampedro, R. M. F., 2001; Kruel, 2000;). Todavia a tendência defendida não é justificada por estudos que permitam fundamentar tais conclusões.

Intervalo sugerido por Fase de Aula

Fase da Aula Aula de 45min Aula de 60min

Aquecimento 5-10 min 8-15 min

Parte Fundamental 25-35 min 35-45 min

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_______________________________________________________ Revisão da Literatura

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Relativamente aos benefícios da hidroginástica, importa distinguir aquilo que são as alterações fisiológicas, psicossomáticas e sociais pela exercitação no meio aquático, daquilo que são as vantagens inerentes à exercitação neste meio específico. A respeito, Morgado (2003), refere que quando investigamos os efeitos fisiológicos da hidroginástica devemos compreender o meio aquático como detentor de um conjunto de características específicas relacionadas com a imersão do corpo, como a pressão hidrostática, a força de impulsão, a densidade da água e a temperatura, (aprofundados no subcapítulo 2.3), pois, a ação da água sobre o corpo humano conduzirá a algumas alterações fisiológicas que podem, apenas, ser entendidas como uma consequência da imersão corporal e não como um benefício:

- A pressão hidrostática contribui para um retorno venoso facilitado e para uma redução do edema, através de uma melhoria da circulação periférica (Barbosa & Queirós, 2005). Esta pressão constitui, também, uma resistência aos movimentos respiratórios, que poderá contribuir para um fortalecimento dos músculos inspiratórios e expiratórios e para a maximização do volume pulmonar (Barbosa & Queirós, 2005).

- A impulsão hidrostática está sempre presente no meio aquático. O Homem está sob ação do peso, assim como no meio terrestre, todavia dado que esta força tem a mesma direção e sentido oposto à impulsão hidrostática, a intensidade das cargas mecânicas sob o aparelho locomotor é menor (Adami, 2003).

- Para além, das referidas características o meio aquático apresenta ainda uma densidade superior à do ar. Esta densidade é um fator que influencia a intensidade da força de arrasto o que se repercute numa maior resistência ao deslocamento no meio aquático e consequentemente num aumento do dispêndio energético (Barbosa & Queirós, 2005).

Vários autores apontam como benefícios, resultantes da prática de exercícios aquáticos:

- A redução da carga mecânica sobre a estrutura locomotora (Adami, 2003, Barbosa & Queirós, 2005, Bonachela, 1994).

- A tonificação rápida e efetiva devido à resistência oferecida pela água (Barbosa & Queirós, 2005).

- O aumento do consumo calórico.

- O “prolongamento da sensação de frescura” e conforto, (Barbosa & Queirós, 2005).

- A atenuação das dores musculares resultantes do suposto “efeito massajador” da água (Adami, 2003).

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- E a promoção do estabelecimento de relações interpessoais em indivíduos com um baixo nível de autoestima, devido à insatisfação com o seu corpo, uma vez que o corpo imerso não está sujeito à exposição a terceiros (Barbosa & Queirós, 2005).

2.3 AÁGUA

O exercício na água, e esta como meio para o relaxamento e cura, não são privilégios do homem moderno (Gonçalves, 1996). Segundo o mesmo autor, Hipócrates, em 305 a.C., já utilizava a água no tratamento de doenças.

Os romanos, nessa altura, utilizavam-na com finalidades recreativas e curativas. Os famosos banhos romanos podiam ter quatro temperaturas diferentes, de acordo com os objetivos dos usuários: frigidanum, que era um banho frio para fins recreativos, trepidanum, que era um banho com água morna num ambiente aquecido, caldarium, que era um banho quente e sudatonum, que correspondia a um aposento de ar húmido quente a fim de causar a sudorese.

Segundo Rocha (2001), os japoneses valorizaram a água, usando-a para fazerem rituais, enquanto os gregos a utilizavam para fins profiláticos. Por outro lado, os espanhóis e os alemães revelaram um maior domínio científico nas atividades físicas desenvolvidas na água, enquanto os americanos aprofundaram, cada vez mais, esse estudo, mas com objetivos de treino desportivo.

Na opinião de Boas (2003), o fascínio pela água teima em se contrapor a algumas expressões culturais anteriores, pelo que não parece restarem dúvidas de que a procura da natação e, mais especificamente da Hidroginástica, decorre nos nossos dias, principalmente, de uma crescente consciencialização de que o exercício na água faz bem à saúde e de que, na água, até eventuais efeitos adversos do exercícios em terra podem ser superados.

2.3.1 PROPRIEDADES FÍSICAS DA ÁGUA

Skinner & Thomson (1985), e mais tarde Di Masi (2000), referiram que as propriedades físicas da água são a massa, o peso, gravidade específica ou densidade relativa, densidade, flutuação, pressão hidrostática, tensão superficial, refração e viscosidade.

A Massa de uma substância é a quantidade de matéria que ela compreende, sendo a massa inalterável e medida em quilogramas, já o Peso é uma força através da qual uma substância é atraída no sentido do centro da terra.

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A Gravidade Específica (GE) ou Densidade Relativa (DR) é a relação entre a massa de um dado volume de substância e a massa do mesmo volume de água. A gravidade específica da água pura é de 1. Todo o corpo que tiver GE maior que 1 irá afundar. Caso o seu valor seja inferior a 1, ele irá flutuar. Se porventura o seu valor de GE for igual a 1, o corpo irá flutuar. Por exemplo, as mulheres flutuam mais que os homens, devido a terem menos densidade óssea.

A Densidade é a relação entre a massa de uma substância e o seu volume, ou seja, Densidade = massa/volume. Podemos inferir que quanto maior a massa e menor o volume, maior a densidade e vice-versa. A densidade de uma substância é que determina as características de flutuabilidade da massa e normalmente é expressa em Kg/m3 ou ainda pelo seu valor equivalente à gravidade específica. Por exemplo um bloco de madeira pesando 100kg flutuará, mas um prego de ferro, pesando poucas gramas afundará; isto acontece porque a madeira é menos densa que o ferro.

A Pressão Hidrostática - Segundo a lei de Pascal, “A pressão do líquido é exercida igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso em repouso, a uma dada profundidade.” Esta lei diz-nos que quando um indivíduo entra na água, sofre uma pressão em torno do seu corpo. Esta mesma pressão é mais percebida na zona torácica, havendo mesmo uma resistência do meio aquático à ventilação necessária ao ser humano, promovendo assim um maior índice muscular das estruturas responsáveis pela respiração (diafragma e intercostais). Será também importante referir que a pressão exercida pelo meio aquático aumenta com a densidade e a profundidade à qual o corpo se encontra, havendo maior pressão nos MI do que na zona superior do corpo, sendo este também um dos principais motivos de auxílio do retorno venoso. A pressão hidrostática proporciona um efeito massajador e relaxante na água.

A Tensão Superficial é a força exercida entre as moléculas da superfície de um líquido (Skiner & Thomson, 1985 citado por Di Masi 2000, p. 31). Segundo Barbosa (2005), é esta mesma tensão que forma uma película sobre a água, constituindo assim o limite entre o meio aéreo e o meio líquido.

A Refração é o efeito visível, ou seja, é a forma como vemos fora de água a execução técnica dos alunos.

A Viscosidade é o atrito entre as moléculas de um líquido. Esse mesmo atrito oferece resistência ao movimento em todas as direções. Sendo o ar menos viscoso que a água, é normal encontrarmos maior resistência no meio aquático.

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2.3.2 IMPLICAÇÕES DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DA ÁGUA NA EXECUÇÃO DOS MOVIMENTOS DE HIDROGINÁSTICA

Di Masi (2000) refere que, quando são realizados os movimentos dentro da piscina, percebemos que, em função do posicionamento dos segmentos corporais e a velocidade de execução que imprimimos, a resistência varia. Este fenómeno ocorre, porque ao executarmos um movimento dentro de água, é criada uma “área de pressão aumentada” na frente e uma área de pressão reduzida atrás do segmento corporal em movimento no meio aquático, resultando assim num grande fluxo de água para o interior da área de pressão reduzida.

Ao aumentar a velocidade de execução do movimento, aumentamos também o fluxo de água que arrastamos, ao invertermos o movimento rapidamente, é necessário vencer a inércia da água, ocorrendo turbulência, sendo que no fluxo turbulento a resistência é o quadrado da velocidade.

Relativamente ao trabalho feito em hidroginástica, a viscosidade traz também benefícios relativamente aos outros meios, uma vez que no meio aquático, quanto maior a superfície de contacto, maior será a resistência. Logo, iremos ter diferentes respostas musculares pelas diferentes incidências da alavanca. Di Masi (2000) explica ainda que os vórtices que se formam por trás do segmento corporal podem ajudar os indivíduos que têm dificuldades de locomoção, sendo assim mais fácil o seu deslocamento no meio aquático.

Barbosa (2005) corrobora o autor citado anteriormente, afirmando que a viscosidade é a característica que promove a diferença significativa de resistência entre o exercício efetuado no meio aquático e o exercício mobilizado no meio terrestre.

A todas as ideias explícitas anteriormente, Barbosa (2005) acrescenta que a diferença de densidades entre o meio aquático e o meio terrestre promove um trabalho de solicitação muscular mais completo no meio aquático.

Barbosa (2005) defende, ainda, que “é possível num único exercício trabalhar grupos

musculares com papéis distintos como sejam os agonistas e os antagonistas”. Por exemplo,

ao efetuar a flexão do MI pela articulação do joelho, estamos a solicitar os músculos quadricípite e isquiotibiais. No meio terrestre, seria necessário efetuar mais do que um exercício, separadamente, para desenvolver estes mesmos grupos musculares.

“Dadas as diferenças de densidade entre os dois meios (o ar tem uma densidade de

aproximadamente 0.0012 g.c-3 e a água doce de 0.998 g.c-3), a resistência a um

movimento no meio líquido é superior ao observado no meio aéreo” (Barbosa, 2005).

Refletindo sobre este parâmetro, no âmbito da hidroginástica, deve-se assim evitar movimentos balísticos com mudanças bruscas de direção e optar, segundo o mesmo autor, por efetuar os movimentos completamente fora de água ou totalmente dentro de água. O

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autor acrescenta ainda que, com a saída sistemática dos MS do meio aquático, ocorrerá um aumento significativo do momento de força. Este facto irá criar um movimento balístico, difícil de controlar, aumentado, assim, as probabilidades do aparecimento de uma lesão.

A força de impulsão segundo Barbosa (2005), assume duas funções no âmbito do exercício aquático. Esta pode assistir a realização de um movimento, como também poderá resistir ao mesmo. Por exemplo, ao executarmos uma flexão do MS pela articulação do cotovelo, a impulsão assiste o movimento, ao contrário da extensão que sofre uma resistência. De forma a completar esta ideia, Barbosa (2005) acrescenta que, ao efetuarmos uma flexão do MS (pela articulação do cotovelo), estamos perante uma contração do tipo concêntrica do bicípite braquial. No entanto, se esse mesmo movimento for realizado com um haltere flutuante, a contração passa a ser do tipo excêntrico, dado qua flexão provem da força de impulsão que assiste o movimento (tendo o bicípite braquial a função de controlar essa ação).

2.4 CADÊNCIA MUSICAL

Na Hidroginástica normalmente é utilizada música de estrutura binária que se configura em blocos. Estes blocos musicais estão estruturados em 32 bpm, subdivididos em 4 frases, que equivalem a 8 bpm, a isto se chama métrica musical. Nas estruturas binárias um tempo forte é seguido de um tempo fraco, e são estas estruturas musicais que, definem a cadência musical, (Colado & Moreno, 2001).

Segundo a AEA (2008), a música utilizada para programas de exercício aeróbio em piscina rasa (a água deve situar-se entre a linha mamilar e os ombros), para a população em geral, deve ter uma cadência entre os 125 e os 150 bpm. Contudo, outros autores no âmbito técnico tendem a sugerir outros ritmos. Por exemplo entre: (i) 122 a 130 bpm (Sova, 1993); (ii) 130 a 155 bpm (See, 1995); (iii) 125 a 150 bpm (Adamis, 2002) ou; (iv) 130 a 150 bpm (Kinder, & See, 1992).

Barbosa, T; Marinho, D.A., Reis, V.M., Silva, A.J., & Bragada, J.A. (2009), afirmam que para atingir uma intensidade de esforço desejada é necessária uma cadência musical apropriada. Uma vez que o aumento da cadência musical requer um aumento da velocidade do movimento e, por sua vez, esta está intimamente relacionada com as forças de arrasto, o maior arrasto induz uma maior necessidade de dispêndio energético.

Colado e Moreno (2001), assim como Sova (1993), defendem que os movimentos na Hidroginástica devem ser realizados com grande amplitude, de modo a tirar partido das propriedades físicas da água e do exercício neste meio. Uma vez que os exercícios são realizados de acordo com a cadência musical, a amplitude de movimento geralmente é

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condicionada pela mesma. Consequentemente um aumento na cadência musical poderá requerer uma diminuição na amplitude de movimento para aumentar o ritmo do tempo que demora a execução. Esta é uma assunção que os técnicos de Hidroginástica adotam (See, 1995).

A AEA (2008), aconselha a execução dos movimentos em três cadências de execução: o tempo terra, o tempo de água e o meio tempo de água. O tempo terra é o tempo real, tempo da batida musical; o tempo de água são dois tempos da batida musical e, por fim, o meio tempo de água são quatro tempos da batida musical. Barbosa e Queirós (2005), afirmam que se deve privilegiar o tempo de água, porque é o tempo mais adequado para a realização dos exercícios com uma grande amplitude, eficácia e segurança. Importante salientar que a frequência do movimento está diretamente relacionada com a cadência da música. Por outras palavras, o aumento da cadência musical aumenta a velocidade do movimento.

2.5 INTENSIDADE

A intensidade do esforço realizado constitui um aspeto fundamental na elaboração e no controlo de qualquer programa de exercícios. Atividades realizadas no meio aquático apresentam especificidades distintas, como o volume do corpo imerso, posição corporal e temperatura da água, levam o organismo a condições diferentes daquelas observadas no meio terrestre, influenciando assim os indicadores da intensidade de esforço, FC e PSE. (Graef & Kruel, 2006).

A FC é sem dúvida o indicador fisiológico mais fácil para analisar a intensidade de esforço. O comportamento da mesma apresenta-se diferenciado em função do tipo ou intensidade do exercício realizado no meio terrestre ou aquático (Svedenhag e Seger, 1992). Em situação de repouso ou exercício no meio aquático, as alterações encontradas na FC são influenciadas por fatores como a posição do corpo, a profundidade de imersão, a temperatura da água, a FCr, a diminuição do peso hidrostático (Kruel et al., 2001).

Alguns estudos têm sido desenvolvidos sobre esta temática, referindo a existência de uma diminuição da FC durante a imersão (Svedenhag e Seger, 1992; Denadai et al., 1997; Kruel et al., 2001; Heithold e Glass, 2002). Alguns desses estudos compararam a FC durante a execução de exercícios típicos de hidroginástica, realizados dentro e fora do ambiente aquático. Kruel et al., (2001) observaram redução média de 9 (p > 0,05) e 25bpm (p < 0,05) durante a realização de exercícios na água em intensidade moderada, variação esta dependente da profundidade de imersão até ao nível da cicatriz umbilical ou do ombro, respetivamente. Ideia contrária apresenta a AEA (2008), ao sugerir no seu manual de

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hidroginástica, que para uma maior imersão corporal a intensidade de esforço seja superior, defendendo que os movimentos realizados no nível II obrigam o sistema muscular a despender mais energia que no nível I, pois a amplitude de movimentos ao ser superior, aumenta o arrasto de água, aumentando também a resistência ao movimento, facto que contribuirá para um aumento da intensidade de esforço ao longo da execução

A PSE é uma das variáveis psico-fisiológicas mais avaliadas nas atividades aquáticas, especialmente em Hidroginástica (Barker et al., 2003; Melton-Rogers et al., 1996; Shono et al., 2001). Para o efeito é utilizada a escala modificada (6-20) de Borg (Borg G. 1998). A escala mede o nível da sensação da auto perceção do esforço desenvolvido. A AEA (2008), recomenda o uso da escala na estimativa da intensidade dos exercícios na hidroginástica.

Costa et al., (2008), realizaram um estudo com o objetivo de comparar as adaptações fisiológicas agudas de variantes do mesmo exercício básico de Hidroginástica (ação exclusiva dos membros inferiores (MI), ação simultânea dos MI e dos membros superiores (MS), ação simultânea dos MI e MS usando halteres flutuantes) em dezasseis sujeitos do sexo feminino, com média de idades 23.3±2.4 anos. Para a mesma cadência musical foram observadas PSE, FC e [La-] significativamente superiores quando, exercitando simultaneamente MI e MS, comparativamente a quando foram exercitadas apenas MI.

Quadro 2 - Síntese de estudos realizados no âmbito do comportamento da FC durante exercícios de Hidroginástica

Autor/ano Objetivo Amostra Principais

conclusões Kruel et al., (2001) Observar a FC durante a realização de cinco exercícios de hidroginástica em três diferentes profundidades. População de 23 mulheres (54 ± 11,16 anos), brasileiras, praticantes de hidroginástica. FC menor com o aumento da profundidade. Moraes et al., (2002) Averiguar o comportamento da FC durante diferentes exercícios de hidroginástica. Grupo de 65 mulheres brasileiras, praticantes de hidroginástica FC maior durante os exercícios com maiores grupos musculares e áreas projetadas.

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_______________________________________________________ Revisão da Literatura 12 Barbosa et al., (2006) Comparou as adaptações fisiológicas agudas de um exercício básico de hidroginástica a diferentes profundidades 14 Sujeitos clinicamente saudáveis com atividade física regular FC máx. apresenta valores médios superiores durante a imersão ao nível da articulação coxofemoral do que ao nível do apêndice xifóide Alberton et al., (2007)

Avaliar a FC durante oito exercícios de hidroginástica realizados na mesma cadência. Oito mulheres brasileiras (59,63 ± 4,69 anos), pós-menopáusicas e praticantes de hidroginástica. FC maior durante os exercícios com maiores grupos musculares e áreas projetadas. Costa et al., (2008) Averiguar o comportamento da FC, PSE e lactato, para um determinado movimento básico, “cavalo-marinho”, à mesma cadência musical. 16 sujeitos do sexo feminino, jovens, clinicamente saudáveis e com um nível de atividade física regular. FC, PSE e lactato significativamente superiores quando exercitando simultaneamente MI e MS.

Como já foi referenciado em subcapítulos anteriores, Barbosa et al., (2009), afirmam que para atingir uma intensidade de esforço desejada é necessária uma apropriada cadência musical. Uma vez que o aumento da cadência musical aumenta a velocidade do movimento e esta, está intimamente relacionada com as forças de arrasto, o maior arrasto induz uma maior necessidade de energia.

Em relação à variação de intensidade, muitos são os fatores que a condicionam, nomeadamente a cadência musical, a profundidade e a amplitude dos movimentos. Sabe-se que os diferentes movimentos influenciam na intensidade de esforço onde o grupo muscular envolvido é proporcional à intensidade proposta (Alberton, et al. 2007). Além disso, o tempo de execução dos diferentes exercícios de hidroginástica deve ser de 2 min. e 20 segundos, para que as variáveis fisiológicas entrem em steady state (Moraes et al., 2002). Segundo Barbosa e Queirós (2005), a área de secção transversa na direção do movimento é uma delas. Com o aumento desta área, ocorre o aumento da intensidade da força de arrasto.

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_______________________________________________________ Revisão da Literatura

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Com a sua diminuição, diminui também a força de arrasto, diminuindo assim a intensidade de exercitação.

A intensidade de exercitação pode ser aumentada, promovendo alterações da direção e/ou sentido do deslocamento, aumentando a aceleração do movimento (que aumentará a força exercida) e fazendo com que os MS em vez de assistirem, resistam ao movimento (Barbosa, 2003; Freitas, 2008; Yu et al., 1994).

Também as alavancas anatómicas (alavancas do corpo humano) podem variar a intensidade de execução. O centro articular é o fulcro, a resistência é realizada pela força da gravidade e a força muscular gera o movimento. O braço da alavanca é a distância mais curta desde o fulcro ao ponto de aplicação da força, ou seja, ao local de inserção do músculo. O braço da resistência é a distância perpendicular entre o ponto de aplicação da resistência, ou seja, centro de massa do corpo, ao fulcro (AEA, 2008; Barbosa, 2003). Para os autores, alterando o braço da resistência, é possível variar a intensidade de exercitação. Assim sendo, quanto maior o braço da resistência, maior será a intensidade de exercitação. Em resumo, segundo os autores supracitados, para aumentar a intensidade de exercitação, deve aumentar-se a aceleração dos segmentos envolvidos, aumentar a área de superfície frontal, aumentando o arrasto a vencer e aumentar o braço da resistência.

2.6 NÍVEIS DE IMPACTO VERTICAL

Segundo a AEA (2008), os movimentos podem ser realizados em três níveis de impacto vertical (I, II, III). Os exercícios realizados no nível I são executados numa posição vertical, com o nível da água entre a cintura e as axilas. No nível II são realizados movimentos com os ombros em submersão e pelo menos um dos MI em contacto com o chão. Por fim, no nível III os exercícios são realizados numa posição suspensa onde os membros não têm qualquer contacto com o fundo da piscina.

É recorrente na literatura comparar-se a resposta fisiológica aguda dos exercícios aquáticos com os exercícios terrestres (Butts, et al. 1991; Eckerson & Anderson 1992; Green, el al., 1990; Town & Bradley 1991; Yu et al. 1994). Contudo, pouca investigação tem sido publicada, até ao momento, sobre as repercussões fisiológicas da prática da Hidroginástica a diferentes profundidades. Num desses estudos, Benelli et al. (2004) compararam a FC e a lactatemia durante a prática da Hidroginástica em água rasa e água profunda. Os autores verificaram que os valores médios da FC e da lactatemia foram significativamente superiores durante a exercitação em água rasa do que em água profunda. Nunes (2003) comparou as adaptações fisiológicas agudas de uma aula de Hidroginástica em imersão ao nível do apêndice xifoide e outra ao nível da articulação coxofemoral. A

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_______________________________________________________ Revisão da Literatura

14

autora constatou que a percentagem de frequência cardíaca máxima estimada alcançada durante a exercitação foi significativamente superior durante a aula realizada ao nível da articulação coxo-femoral do que ao nível do apêndice xifóide. Neste tipo de estudos também é frequente investigar-se o comportamento de outras variáveis associadas à resposta aguda, como a PSE, o consumo de oxigénio e o dispêndio energético (Butts, et al. 1991; Darby & Yaeckle 2000; DeMaere & Ruby 1997). Todavia, o número de estudos empíricos centrando-se na comparação destas variáveis, a diferentes profundidades de exercitação, é bastante reduzido.

Visto a escassez de literatura sobre esta temática, o presente estudo tem como objetivo averiguar como varia a intensidade de esforço num exercício base de hidroginástica quando realizado a diferentes níveis de imersão.

.

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______________________________________________________________ Metodologia

15 3. METODOLOGIA

3.1 AMOSTRA

A amostra foi constituída por vinte mulheres praticantes de Hidroginástica, com uma média de idades de 35,25±6,75 anos, idades compreendidas entre os 23 e os 45 anos, peso médio de 59,94±9,93 kg e 1,59±0.05 m de altura.

A inclusão dos sujeitos neste estudo foi efetuada em função dos seguintes critérios: praticantes de hidroginástica há mais de um ano, serem caucasianas, idades compreendidas entre os 20 e os 50 anos. Como critérios de exclusão estabelecemos: as mulheres encontrarem-se em menopausa, serem fumadoras e estarem sujeitas a medicação passível de influenciar a resposta ao esforço.

Para a definição dos critérios de inclusão da amostra todos os elementos preencheram o parQ-test (ACSM, 2007) (Anexo III), e um questionário de anamnese (Anexo IV).

3.2 PROTOCOLOS E INSTRUMENTOS

Massa Corporal

A massa corporal foi obtida através da utilização da balança eletrónica “SECA 767”.

Os sujeitos da amostra, descalços e apenas em fato de banho, colocaram-se no centro da plataforma da balança e permaneceram imoveis como podemos observar na figura 3.

A leitura foi realizada após estabilização dos dígitos da balança e a massa corporal foi expressa em Kg, com aproximação às décimas.

Estatura

Para medir a estatura foi utilizado uma fita métrica “Fiber-Glass China”.

A estatura foi definida como a distância, em linha reta, entre o vértex e o piso sobre o qual se apoiam os pés, estando os sujeitos em posição ereta, posicionado

Figura 1 - Medição da Massa Corporal

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______________________________________________________________ Metodologia

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segundo o plano de Frankfort (definido pela linha imaginária que passa pelo ponto mais baixo do bordo inferior da órbita ocular direita e pelo ponto mais alto do lado superior do meato auditivo externo correspondente).

Os sujeitos, da amostra, encontravam-se descalços, com os pés juntos e com os calcanhares, o cóccix, a coluna dorsal e a parte occipital em contacto com o estadiómetro (figura 4).

A leitura foi expressa em centímetros, com aproximação às décimas, e realizada no final de uma inspiração profunda.

Medição da Frequência Cardíaca

Após o humedecimento dos elétrodos e colocação do transmissor ao nível do apêndice xifoide dos sujeitos, a frequência cardíaca foi medida pelo Polar FT80 WD e respetiva cinta, em diferentes momentos da sessão protocolada.

Foi registada a FCem terra (FCrt) e a FC de repouso na água (FCra).

O registo da FCrt foi realizado com os sujeitos sentados numa cadeira, após 5 min. de descanso.

A FCra foi recolhida com os sujeitos parados com a água pela linha mamilar, até que houvesse estabilização da FC.

Durante o exercício a monotorização da FC foi realizada a cada 30 segundos pelo avaliador que se encontrava em posse de um relógio, aferindo a FC atingida pela aluna que se encontrava com a fita.

Frequência Cardíaca Máxima

A FCmáx foi estimada através da fórmula de Karvonen (1957): 220-idade, no sentido de se analisar posteriormente a intensidade do esforço de cada sujeito durante os dois protocolos experimentais.

Avaliação da Perceção Subjetiva de Esforço

A perceção física de esforço é definida como a subjetiva intensidade de esforço, tensão, desconforto e/ou fadiga que um sujeito sente durante a execução de um exercício físico. A avaliação da PSE foi efetuada através da escala de perceção subjetiva de esforço de 6 a 20 – Escala de Borg (Borg & Noble, 1974). Foi efetuada uma sessão de familiarização e conhecimento dos procedimentos, em relação a esta escala, antes da execução da avaliação.

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______________________________________________________________ Metodologia

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A escala (figura 3) é fácil de entender e usar. No entanto, para que seja eficaz, é necessário que observe os seguintes pressupostos:

a) Deve ser claro para si que este método serve para avaliar a intensidade do esforço físico e/ou o desconforto sentido durante a atividade física;

b) Deve ver primeiro o leque de sensações apresentadas na escala e só depois tentar indicar de acordo com o mesmo o que sente durante a avaliação. Por exemplo, o número 6 deve ser usado para descrever as sensações sentidas em situação de repouso; enquanto o número 20 deve ser usado para situações de máximo esforço físico

3.3 PROCEDIMENTOS PARA A RECOLHA DE DADOS

Para a realização deste estudo, todos os sujeitos da amostra se deslocaram duas vezes à piscina coberta do ginásio Solinca Porto Palácio, com água aquecida a 31 °C, humidade relativa do ar de 75% e com uma temperatura ambiente de 32 °C. O tanque tem 12,5m de comprimento e 3m de largura, com uma profundidade que varia entre o 1,10m e 1,20m. Todos efetuaram uma primeira sessão onde foram esclarecidos e apresentados todos os procedimentos deste estudo; preenchidos os dois questionários anteriormente referidos (ParQ-teste e Questionário de Anamnese); esclarecidos os riscos e desconfortos inerentes a este estudo; lido e posteriormente preenchido um termo de responsabilidade de participação no estudo (ver Anexo I), elaborado de acordo com a declaração de Helsínquia;

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______________________________________________________________ Metodologia

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fornecidas as instruções dos procedimentos e familiarização dos sujeitos com a escala de PSE e familiarização com o exercício esqui, ilustrado na figura 4.

Na segunda sessão foram registadas as medidas antropométricas e da composição corporal, procedendo-se à medição da estatura, massa corporal e derivado o IMC pela fórmula: Peso (Kg) / Altura2 (m) e os sujeitos realizaram os protocolos definidos para o estudo.

3.4 DEFINIÇÃO DOS PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS

No protocolo experimental deste estudo estabeleceu-se que os sujeitos realizassem durante 6 min. o exercício de esqui a uma cadência de 132bpm. De forma aleatória, uns começaram por executar o nível I e, os outros, o nível II. No mesmo dia e com uma hora de intervalo, realizaram o exercício em ambos os níveis. Com esta medida pretendeu-se eliminar o efeito de uma possível ordem lógica de sobrecarga fisiológica.

Na primeira sessão foi explicado a todos os elementos da amostra o exercício a realizar – esqui, e procedeu-se à sua demonstração dentro de água, com a máxima amplitude e à cadência musical estipulada, para ambos os níveis de execução. Foi frisado que aquando da realização do exercício no nível I a água deveria encontrar-se pela linha mamilar e os pés bem apoiados no solo e que no nível II, o corpo deveria encontrar-se mais imerso, com a água pela linha dos ombros, e os pés igualmente bem apoiados no solo.

No início da segunda sessão os sujeitos foram relembrados que o exercício deveria ser realizado em tempo de água, sem paragens, com grande amplitude de movimento, durante os seis min., sendo fundamental a sua realização na cadência musical estipulada, bem como a manutenção do corpo ajustada para cada nível.

Ao longo de todo o protocolo experimental a mesma sequência musical foi responsável pela imposição da cadência para execução do exercício.

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______________________________________________________________ Metodologia

19

Durante a realização do protocolo os sujeitos foram incentivados verbalmente, sendo ainda emitidos feedbacks relativamente à manutenção da amplitude e realização na cadência estipulada.

Foi medida e registada numa folha a FCr, em terra e em água e a FC a cada trinte segundos de execução do exercício nos dois protocolos experimentais.

A PSE foi aplicada aos 3 min. e no final do exercício, solicitando-se aos sujeitos que identificassem na Escala o patamar que melhor refletia a sensação de esforço em que se encontravam, procedendo-se posteriormente ao seu registo.

3.5 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS

O tratamento de dados foi efetuado usando o software de tratamento e análise estatística SPSS – Statistical Package for the Social Sciences, versão 20.0. No procedimento estatístico, os resultados foram analisados em três vertentes: (i) estatística exploratória (determinar normalidade da distribuição teste de Shapiro-Wilk e identificação de outliers), (ii) estatística descritiva (média, desvio padrão e valores máximos e mínimos), (iii) estatísticas inferenciais (modelos de regressão linear simples).

Como mencionado anteriormente, com o objetivo de realizar a análise estatística inferencial, começamos por avaliar a normalidade da distribuição dos dados recolhidos. Desta forma, e tendo em conta a natureza biológica das medidas efetuadas, foi efetuada uma análise do tipo de distribuição através do teste de Shapiro-Wilk. Como não se verificou a normalidade de dados de algumas das variáveis em estudo, recorremos a testes não paramétricos, nomeadamente o teste de Wilcoxon, para testar hipóteses para uma mediana populacional.

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_______________________________________________________________ Resultados

20 4. RESULTADOS

Em seguida serão apresentados os resultados mais relevantes do nosso estudo.

4.1 CARATERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Como se constata pela análise do Quadro 2 o Índice de Massa Corporal (IMC) dos participantes da amostra foi de 23,55±3,19, sendo os participantes considerados normo-ponderais, segundo a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Quadro 3- Valores médios da amostra para a idade em anos, para a Altura (m), Peso (Kg) e para o

IMC (Kg/m2)

Mínimo Máximo Média ± SD

Idade (anos) 23,0 45,0 35,25±6,75

Altura (m) 1,51 1,66 1,59±0,05

Peso (Kg) 48,0 85,0 59,94±9,93

IMC (Kg/m2) 19,23 31,22 23,55±3,19

4.2 FREQUÊNCIA CARDÍACA DE REPOUSO

Como se poderá observar, através da consulta do quadro 3, o valor médio da FC em terra e na água, imediatamente antes da execução do exercício base esqui no nível I, foi de 72,05±7,13 bpm e 70,45±8,33 bpm, respetivamente. Para a mesma variável, avaliada imediatamente antes da realização do exercício base esqui no nível II, registaram-se valores em terra de 72,25±5,79 bpm e na água de 72,25±5,55.

Quadro 4 - Valores médios da FCr em terra e na água para os níveis I e II (mínimo, máximo, média e

desvio-padrão).

Após realização da respetiva avaliação estatística constatamos que não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre estados pré-exercício, quer em

Mínimo Máximo Média±SD

FCr em terra no Nível I 52 83 72,05±7,13

FCr na água no Nível I 50 80 70,45±8,33

FCr em terra no Nível II 58 85 72,25±5,79

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_______________________________________________________________ Resultados

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terra (z(20)=-1,18, p>0,05), quer na água (z(20)=-5,35, p>0,05), sendo esta análise passível de observação no quadro 4.

Quadro 5 - Comparação dos valores médios da FCr no nível I e II e dos valores médios da FCr na

água no nível I e II (valores de z e de p).

4.3 FREQUÊNCIA CARDÍACA NO EXERCÍCIO I E II

Seguem-se os resultados obtidos para a FC ao longo do exercício, nos dois níveis de execução avaliada.

Pela consulta do gráfico 1 pode observar-se um comportamento similar da FC avaliada imediatamente antes da realização do exercício base esqui em ambos os níveis. No entanto, é notório que ao longo dos 6 min., a FC foi sempre tendencialmente mais elevada no exercício base esqui realizado no nível II. A FC média registada a cada 30 segundos atinge valores superiores aquando da realização do exercício com o corpo mais imerso. Z p FCrtI -1,18 0,91 FCrtII FCraI -5,35 0,59 FCraII 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00 160,00 180,00 0s 30s 60s 90s 120s150s180s210s240s270s300s330s360s Nível I Nível II

Gráfico 1- Valores médios da FCrep e da sua evolução a cada 30 segundos ao longo dos 6

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_______________________________________________________________ Resultados

22

No gráfico 2 podemos observar os valores médios da FC atingidos nos níveis I e II.

Através da consulta do Gráfico 2 constata-se que o valor médio da FC no nível I aos 3 min. foi de 136,92±10,72 bpm e no nível II aos 3 min. foi de 141,53±10,57 bpm. Aos 6 min. no nível I o valor médio da FC foi de 157,03±9,46 bpm e no nível II foi de 164,33±8,46 bpm.

Quadro 6 - FC aos 3 e 6 min. no nível I e II (mínimo, máximo, média, desvio-padrão, valores de z e

de p).

Pela análise do quadro 5 pode ainda constatar-se que para a média da FC atingida durante a execução do exercício base esqui, os valores médios atingidos aos 3 min. no nível II foram mais elevados do que os registados aos 3 min. no nível I, sendo estes resultados estatisticamente significativos (p=0.04). Relativamente aos valores médios atingidos aos 6 min., verificamos que no nível II se registaram valores mais elevados do que os registados aos 6 min. no nível I, tendo estes resultados significado estatístico (p=0,003).

4.4 PERCEÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO NO EXERCÍCIO I E II

Da consulta do Quadro 6 pode inferir-se que o valor médio da PSE após 3 min. de execução do exercício base esqui no nível I foi 11±2,67, variando entre o item 6 e o 14 e que após 6 min. de execução os sujeitos percecionaram um aumento significativo do

Mínimo Máximo Média±SD z p

Média FCeI aos 3 min 124,17 161,83 136,92±10,72

-2,02 0,04 Média FCeII aos 3 min 123,83 167,83 141,53±10,57

Média FCeI aos 6 min 136,33 177,33 157,03±9,46

-2,67 0,003 Média FCeII aos 6 min 146,33 184,50 164,33±8,46

136,92 141,53 157,03 164,33 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Média FC 3 minutos Média FC 6 minutos

Nível I Nível II

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_______________________________________________________________ Resultados

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esforço, passando para o item 17±3,26 da Escala Subjetiva de Esforço, para um mínimo de 8 e um máximo de 20. Relativamente ao nível II, os participantes mencionaram encontrar-se no item 13±2,20 aos 3 min., para um valor mínimo de 8 e máximo de 16 e no nível 18±1,85 aos 6 min., variando a PSE neste nível entre o item 12 e 20.

Quadro 7 - PSE (mínimo, máximo, média e desvio-padrão), para os níveis I e II, após os 3 e os 6

min. de execução.

Pela análise do Quadro 7 verificamos que as diferenças evidenciadas para a PSE aos 3 min. no nível I e no nível II e aos 6 min. no nível I e no nível II são estatisticamente significativas, (z(20)=-2,99, p=0,003 e z(20)=--2,26, p=0,024, respetivamente), denotando-se uma perceção de esforço mais elevada no trabalho com o corpo mais imerso, ou seja, na execução do exercício base esqui no nível II, com a água pela linha dos ombros.

Quadro 8 - PSE no Nível I e II após 3 e 6 min. de execução (valores de z e de p)

Mínimo Máximo Média ± SD

PSE após 3 min Nível I 6 14 10,50±2,67

16,70±3,26 12,90±2,20 18,20±1,85

PSE após 6 min Nível I 8 20

PSE após 3 min Nível II 8 16

PSE após 6 min Nível II 12 20

z p

PSE após 3 min Nível I

-2,99 0,003 PSE após 3 min Nível II

PSE após 6 min Nível I

-2,26 0,024 PSE após 6 min Nível II

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_______________________________________________________________ Discussão

24 5. DISCUSSÃO

Tal como referido anteriormente, a FC é sem dúvida o indicador fisiológico mais fácil para analisar a intensidade de esforço. Segundo Kruel et al., (2001) em situação de repouso ou exercício no meio aquático, as alterações encontradas na FC são influenciadas por fatores como a posição do corpo, a profundidade de imersão, a temperatura da água, a FC de repouso e a diminuição do peso hidrostático.

Neste estudo, procuramos cingir-nos apenas à influência que os níveis de impacto vertical poderiam ter na realização de um mesmo exercício, controlando a cadência de realização, bem como a amplitude do movimento. Nesse sentido, foi nosso objetivo comparar as adaptações fisiológicas agudas de dois níveis de execução de um exercício base de hidroginástica, esqui. Após procedermos à análise dos resultados obtidos, denotamos que a principal conclusão deste estudo é que quanto mais o corpo se encontra submerso na água, maior a FC atingida e, concomitantemente, mais intenso é o exercício, para uma mesma cadência musical. Da mesma forma, encontramos evidências de que a PSE aquando da realização do exercício base esqui, num nível de imersão superior, nível II, com o corpo com água até à linha dos ombros, atinge uma intensidade de exercício mais elevada comparativamente à sua execução no nível I, com a água pela linha mamilar. Relembra-se que foram registados os valores médios da FC a cada 30 segundos de realização do exercício e que a PSE foi registada aos 3 e 6 min.. Os resultados obtiveram significado estatístico quer para os valores médios da FC média aos 3 e 6 min., comparando a realização do exercício base esqui no nível I e no nível II, bem como os valores médios da PSE aos 3 e 6 min., comparando nível I com o nível II. O estado da FC imediatamente antes do início da realização do exercício foi semelhante em ambos os níveis, assegurando-se, desta forma, condições pré-exercício similares.

Alguns estudos foram desenvolvidos anteriormente debruçando-se sobre a temática da variação da FC, procurando investigar os vários fatores que a influenciam, referindo a existência de uma diminuição da FC durante a imersão (Svedenhag e Seger, 1992; Denadai et al., 1997; Kruel et al., 2001; Heithold e Glass, 2002). Alguns desses estudos compararam a FC durante a execução de exercícios típicos de hidroginástica, realizados dentro e fora do ambiente aquático. Kruel et al., (2001), num estudo realizado com uma população de 23 mulheres (54±11,16 anos), brasileiras praticantes de hidroginástica, com o objetivo de observar a FC durante a realização de 5 exercícios de hidroginástica em 3 diferentes profundidades, observaram FC menor com o aumento da profundidade. Como poderemos constatar estes resultados refutam os resultados encontrados no nosso estudo. No entanto, julgamos que tal aspeto se poderá relacionar com o facto de os estudos realizados mencionarem profundidades de realização que diferem daquelas em que nos baseamos

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atualmente. Segundo a AEA (2008) existem 3 níveis de impacto vertical, correspondendo ao nível I um posicionamento da água entre a cintura e as axilas, ao nível II movimentos com os ombros submersos e pelo menos um dos MI em contacto com o chão e ai nível III com a água pela linha dos ombros com o corpo em suspensão, ou seja, sem nenhum dos MI tocar no chão. O mais indicado para o nível I é a água encontrar-se pela linha mamilar e no nível II pela linha dos ombros.

Anteriormente a maioria dos estudos avaliava a realização de movimentos no nível I, com água pela articulação coxofemoral e movimentos no nível II, com a água pelo apêndice xifóide. No nosso estudo, consideramos as linhas orientadoras atuais para a prática da modalidade. Consideramos, ainda, que a inclusão na nossa pesquisa de um exercício que inclui um elevado número de grupos musculares e, paralelamente, ação conjunta de MS e MI na realização do exercício base esqui, poderá estar na divergência dos nossos resultados comparativamente aos estudos anteriores. Simultaneamente, julgamos que a colocação das alunas em posição de agachamento aquando da realização do esqui em nível II, como forma de variação do nível de imersão, poderá explicar a divergência de resultados. Nos estudos anteriores a variação do nível de impacto vertical foi realizado através da monitorização de uma plataforma em que as alunas se encontravam e que fazia variar a profundidade de imersão corporal. Nós optamos por realizar esta variação de uma forma mais congruente com o que acontece nas aulas de hidroginástica, em que o mesmo exercício pode ser realizado a diferentes intensidades, variando-se o nível de imersão corporal, sem que para isso seja necessário alterar a profundidade da piscina.

Num estudo realizado por Moraes et al., (2002), com um grupo de 65 mulheres brasileiras praticantes de hidroginástica com o objetivo de averiguar o comportamento da FC durante diferentes exercícios de hidroginástica, inferiu-se que a FC é maior durante os exercícios com maiores grupos musculares e áreas projetadas. Da mesma forma, Costa et al., (2008), num estudo com 16 sujeitos do sexo feminino, jovens, clinicamente saudáveis e com um nível de atividade física regular, para um determinado movimento básico, “cavalo-marinho”, à mesma cadência musical, foram observadas FC, PSE e lactato significativamente superiores quando exercitando simultaneamente MI e MS, comparativamente a quando foram exercitados apenas MI. Neste sentido, julgamos que a maior solicitação muscular na realização de um exercício poderá relacionar-se com um maior esforço, logo um aumento mais acentuado da FC.

Esta é uma ideia corroborada pela AEA (2008), que no seu manual de hidroginástica sugere que para uma maior imersão corporal a intensidade de esforço será superior, defendendo que os movimentos de nível II obrigam o sistema muscular a despender mais energia que o nível I, pois a amplitude de movimentos ao ser superior, aumenta o arrasto de

Imagem

Figura 2- Medição da Estatura
Figura 3 - Escala de Perceção Subjetiva de Esforço
Figura 4 - Exercício base Esqui
Gráfico 1- Valores médios da FCrep e da sua evolução a cada 30 segundos ao longo dos 6  min

Referências

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