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Zero, 1990, ano 8, n.3, out.

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(1)

Ano VIII

n�

3

SEM

A-N

A

L

JornalLaboratório- UFSC/CCE/COM -10 a17 de outubro de 1990

ro,

o

OUTRO

LADO

DA

CUT

(2)

2

..

EDITORIAL

Zero

semanal?

Toda

semana?

Não é

possivel!

A

partir

deste númerooZE­

RO vai circular semanalmen­

te, sempre às

qusrtes.ou quin­

tas-feiras. Esta

experiência

é exatamente

isto,

uma expe­

riência. Deve durar

algumas

semanas.No mínimo

quatro.

Existeuma

diferença

funda­

mental entreoritmocom que

a

prática

se dá nasescolas e

na vida real. Em

alguns

mo­

mentos é

importante aproxi­

mar essasduas velocidadespa­

ra acrescentar aos conheci­

mentos teóricos umpouco-de

adrenalina. Determinar uma

data para queo

jornal

circule

significa cumprir

rigorosa­

mente prazos, renunciara con­

fortável elasticidade das datas

que

podem

serremarcadas e

remarcadas.

Significa

também testarnossas

responsabilida­

des. De guem se

compromete

aconcluirumametérieatem­ po,dequemdeve reunir condi­

ções

para quetudoseencaixe efuncione.

Há ainda um outro desafio fundamental: o da distribui­

ção,

sem o que o fazer

jorna­

lísticonãose

completa.

Seo

jor­

nalnão

chega

ao

leitor,

senão

é

lido,

nãoexiste. Por

isso,

fazer

umjornallaboratório

semanal

émaisdoqueuma

prática

inte­

ressante,éum

desafio

pioneiro

que certamente

abaterá, pelo

caminho,

os

preguiçosos'

e os indiferentes.

ZERO

***

Melhor

Peça

Gráfica

I,

" e 11/ Set Universitário Maio SS Setembro S9 Setembro 90

Jornal laboratório do Departa­

mentode Comunicaçãodo Centro de Comunicação e Expressão da universidade Federalde SantaCa­ tarina, Editadosob a responsabili­

dade do Laboratório de Jornalismo Gráfico,

Supervisão:Jornalista Prof. Cesar Valente(Reg, 706/SC)

Colaboração: Jornalistas Profes­

soresRicardoBarreto,Luiz A,Scot­

to de AlmeidaeGilka Girardello. Redação: CCE/COM/UFSC, Cam­ pusdaTrindade, 8£035 -Florianó­ polis -SC -Brasil. Fone (0482) 31-9215 e 31-9490, Fax (0482) 33-4069,

Rádio livre

completa

um

ano

de

pirataria

FM

luciana Carvalho A rádio 107

completou

no mês

de setembrooseuprimeiroaniver­ sário. Ela

chega

a esta datacom otítulo de rádio livre maisorgani­

zada do Brasileaque

possui

maior

tempo deprogramação, Mas isto

nãoa

impede

quetenhaos mesmos

problemasde segurança e produ­

çãodeoutrasrádiospiratas. Em um anode vidaa rádio foi

invadidaumavez

pela

Polícia Fe­

deral,durante a inauguraçãoofi­ cial,masnãohouve

flagrante

por­

queo transmissor não foi encon­

trado,Apósosustoarádiopassou afuncionarem umacasa nosarre­

dores do campus universitário,

Comapressa paravoltaratrans­

mitirosequipamentos não foram

bem instaladose atransmissãose tornouprecária,fazendo comque arádio caíssenoesquecimento.

O horário de funcionamento da rádionestanovafaseédesegunda

asextadas dez horas aténomíni­ movinte e duas horas, Aequipe está compostaporvinte pessoas, a maioria estudantes da UFSC, que além de fazeremseusprogra­ masparticipamdeumadas cinco

, equipes de trabalho, como por

exemplo ajornalístaoutécnica e

manutenção,

Com o amadurecimento da 107

oscomponentescomeçamasentir

o apoio dopúblico quetelefona e procuraã

equipe

da rádioparadar

recados. A rádionão teve contato como o seu

público

pormuitotem­ poe agora passou aterumpres­

tígio

maiorcom acomunidade uni­

versitária.

Helena Dalvi,

presidente

da ASUFSC,afirmaqueosservidores nãodiscutiram nada com

relação

àrádio,masqueadiretoriaapoia­ riaa107no casoda Polícia Federal fechar a rádio. A diretoria da APUFSC também nãotem uma

posição

sobre

este assunto.

r

Todos, inclusive a administra­

çãodaUFSC;concordamem uma

coisa: a107 está

preenchendo

um espaço vagodevidoafalta deuma

rádio universitária oficial e que

atendaasnecessidades da comuni­

dade. A

administração

da UFSC possui um projeto para instalar umarádiona UFSCe

aguarda

a

definição da legislação que trata dasconcessões de rádioeTV para asuniversidades.

Enquanto

areitoriaresolveeste

problema a 107 também procura

soluções

para osseus.Suasmetas

atuaissão,

além

deresolverospro­

blemascitados,aumentarapo­

tênciaeprepararoterceiroencon­ tro nacional de rádioslivres,

que

serárealizadonoanoquevem na

UFSC,

Enquanto

osprojetos nãosaem

dopapele a107éaúnicaalterna­ tiva noar, com uma potência de 25 watts, você pode sintonizá-la

nosbairrosSaco dosLimões,Trin­

dade, Agronômica, CórregoGran­ de, Serrinha, Pantanal,Itacorubi

e umaparteda Beira-Mar.

Os enfermeiros

se

demitem

e os

médicos

param

por

causa

dos

baixos

salários

HU volta

a

passar

mal

Ozias Deodato Jr. Marco Cézar

A

greve dos

previden­

ciárioseser­ vidores da

Fundação Hospita­

lar de SantaCatari­

na (FHSC) está lo­ tando o

Hospital

Universitário (HU) daUFSC.O setor de

emergência

está atendendoemmédia 450

pacientes

por

dia,

250 a mais do quese

registrava

há três semanas. Ao mesmo

tempo

em

que está recebendo

esse

contingente

recorde,

somem-se outros

problemas:

ademissão voluntária de 22ser­

vidores,

queseafastaramporcausados bai­

xos

salários,

levou a

direção

do

hospital

a

desativarna

terça-feira

dasemana

passada

uma

dascinco

enfermarias,

aclínica médica

feminina. Deumtotal de 170

leitos,

sobram

agora 144. Masessenúmero

pode

diminuir mais ainda. Nãoestátotalmente descartada

a

possíbilidade

dequeumaoutraenfermaria possafecharse aevasão nãotiver controle.

Segundo

o

diretor-geral

do

HU,

Alberto Cha­

terpensque,

até terminar a

primeira

quin­

zenade

outubro,

onúmerode demissionários deve

chegar

aquarenta.

Enquanto

uns saemoutros param:osmé­ dicos residentes do HUestão emgreve por

melhoressalários desde setembroeesperam

nestemêsuma

solução

damesade

negocia

..

ções

emBrasília.

"O salárionão está

compensando",

diz o

diretor-geral,

Alberto

Chaterpensque.

Dos 800funcionáriosdo

hospital,

100 são médicose

cinqüenta

enfermeiros. O salário

inicial dessas duas

categorias

é de

Cr$

37.569,36.

Depois

de doisanoselesrecebem

5%deaumentos.NaFHSC

(Fundação

Hos­

pitalar)

ossalários

chegam

aodobro do HU.

"Algumas

das enfermeirasque saíramda­

qui

desistiram da

profissão.

Outras transfe­ riram-separaFHSC" dizo

diretor-geral.

Salários

baixos,

dificuldadesdecontrata­ ção. Este está sendo a

dificuldade

do HU

para recomporo

quadro.

Além

de

diversos

ofíciosaBrasíliapor

parte

do Diretor-Geral

solicitando

contratações (contratações

estas

que, por

exemplo,

fariam funcionaramater­

nidade

instaladanoHU hádoisanos,mas

que até agora, porfalta de

pessoal,

nãoen­

trou em

atividade),

foram também chama­

dosos

aprovados

noúltimoconcurso

público

(de

um ano emeioatrás)para

contratação.

.Só

alguns

seapresentaram. ..

Alémdessa

dificuldade,

soma-seoutra:há

umalei federalquedizqueacada dois fun­

cionários quesedemitemno

serviço

público,

sóumavaga

pode

ser

preenchida.

Residentes - Os 16 médicos residentes do

HU,

como os seusseismil

colegas

de todo o

país

estão

paralisados

desde o dia 18 de

setembro. A

principal reivindicação

é um

salário

equivalente

aoqueé pagoa ummé­ dico em início de carreira do

Inamps,

em

regime

de 40horas semanais(cerca de

Cr$

104mil).

Hoje

os médicos residentes recebem

Cr$

37 milpara 65 horas

semanais,

fora horas extrasque eventualmente são feitas aosfi­

naisdesemana.

"Nóssomosescravosmal

pagos"

,desabafa

omédico residenteno

HU,

Eliezer

Silva,

fa­ zendouma

comparação

dramática:

"nósga­

nhamos,

por

hora,

menosdoqueumauxiliar

de

pedreiro

que não tevede passar seisanos

numa universidade". E a

queixa

não fica nisso: "não temosauxílio moradianempara a

alimentação.

Só temos

Cr$

37 mil para

todosos

gastos".

A moradiafaz

parte

dapau­ tade

reivindicação

da

categoria.

Outra

preocupação

aé a

definição

doque

vai ser o programa de residência médica.

Com a

extinção

do

Inamps (que

financiava

50%dasresidências)a

expectativa

dos médi­

cosresidenteséqueosestadosassumamesse

compromisso.

"A tendência dessa

reforma

administrativado Collor équeomédicopa­

gue a sua residênciapara se

especializar",

diz Eliezer

Silva,

que

complementa:

"o go­

verno Collor quer

privatizar

a

educação

e asaúde".

Neste dia 10 de outubroestarãoreunidos

em Brasília os

representantes

do

MEC,

INAMPS,

e

Associação

Nacional dos médi­ cosresidentespara discutiruma

solução

pa­ ra o

impasse.

(3)

preferência

dos 893.727 eleitores que votaramembrancoouanularamacé­

dula,

o que representa 36% do total

de votos.

Apenas

Antonio Pichetti

(PRN),

comseus 36.627 votos (1,5%) não teria chances de

ultrapassar

Amin.

EmboraaUniãoporSanta Catarina

também tenha

conseguido eleger

o

maiornúmerode

deputados

paraaCâ­ maraFederale aAssembléia

Legisla­

tiva,

as

esquerdas

avançaram. NaCâ­

mara, a União ficou com 9

cadeiras,

e o PMDB com 5. A Frente

Popular

elegeu

dois

deputados

federais. Na As­

sembléia,

aUniãopassaater19

depu­

tadose oPMDB compõe suabancada com11

parlamentares.

A Frente

Popu­

lar tem sua representação

ampliada

para6

deputados

estaduais, enquanto

queoPRN

elegeu

3representantese o PSDB

conseguiu garantir

uma ca­

deira.

Kleinubing

é

O

governador

mas nas urnas

estava

um

recado

claro

e

grave

RobertWillecke

Comoconsentimentode 634.233vo­

tosembrancoe

nulos,

a

eleição

para

governador

emSanta

Catarina

foire­

solvidano

primeiro

turno.As 6h45 da

manhã de

sábado,

dia

6,

após

56horas deapurações,oTREanunciouoresul­

tado oficial das

eleições,

vencidas

pelo

ex-.prefeito

de

Blumenau,

Vilson Klei­

nübing,

candidato da UniãoporSanta

Catarina (PDS/PFLlPDC). Kleinü­

bing

foi eleitocom 932.877votos,ob­

tendo50,42%dosvotos válidos,oque

dispensa

a

realização

do

segundo

tur­

no, apesar de ter

conseguido

apenas

37,5%

do total devotos.

Osvotos brancose nulosvenceram

inclusiveo

segundo

candidato maisvo­

tado,

Paulo Afonso

Vieira,

do PMDB, querecebeu 556.357

(22,4%

do total).

Nelson

Wedekin,

da Frente

Popular,

teve205.931 votos

(8,3%).

Dirceu Car­

neiro (PSDB) conseguiu76.984 votos

Um

dia

desbotado

JacquesMick

Vesti

roupa

de

domingo

esaí para votar,

junto

com quase

trêsmilhões decatarinenses.

Pareciasetede

setembro,

dia

emqueaúnica coisa parafazeréassistir

à

parada

militar.Sóqueera

quarta-fei­

ra, três de

outubro,

e a atividade era

eleger

um

governador

do

estado,

umse­

nadorda

República,

40

deputados

esta­

duaise16

deputados

federais.Nasruas

do

feriado,

poucagenteenenhumafila nas

seções

eleitorais. A

Pisei

logo

cedonos

peniletos

de An­

gela Amin,

candidataa

deputada

fede­

ral

pelo

PDS,

que

espalhara

material

de

propaganda

desdea

véspera

nos mor­ ros de

Florianópolis.

Umas cédulas

grandes,

maioresqueasde

verdade,

que

chamavamaatençãonomeiodosmui­

tos

pedaços

de

papel,

que revoevem à passagem de

qualquer

automóvel. Era

mais

propaganda espalhada pela

cidade

queno

primeiro

turnodas

eleiçõespresi­

dencisis,

em15 denovembro doanopas­

sado,

tambémum

feriado,

mas com mui­

ta

gente

nas ruasda

capital.

- Estás

perdendo

tempo

aí!- me

disse sorrindoumvelho de cabelos cinza ecamisa brancaquevoltavaparacasa

depois

de votarna escolinha ao

do

Morro da Penitenciária - ou

"Morrp

da

Penitência':

comodizemseus mora­

dores.

Reagiu

assimaosadesivos

colori-dos que mostravam em quem votaria omoçonafrente dele. Pouco mais abai­

xo, outros velhos

aproveitavam

a ma­

nhã

wrajogar

cartasnumbarque,in­

sistiao

proprietário,

não

poderia

vender

cerveja

ainda. A

eleição

não era bem

oassunto

predileto

deles.

Nemnoslocaisdevotaçãooseleitores

mostravam entusiasmo

pelos

candida­

tos que

elegeriam,

�quemdizia

isso

co_m

um

toque

dedesânimoeramospropnos

cabos eleitorais:

- As

pessoas não sabem em quem votarenão paramnemparaconversar.

Algumas pedem

para ensinara votar

- disse

Suzana,

cabelos escorridosmar­

candoumrostode 30anos.Namãoes­

querda,

ummontede

peniletos

empa­

pel-jornal

da dobradinha

petista

Afrâ­ nio

Boppré

- candidatoa

deputado

fe­

deral- eSamuel Lima - a estadual.

Depois

dela,

na mesma rpa, bocas-de­ urna de César Souza/Enio Branco

(PDS),

Anita Pires(candidataa

depu­

tada estadual do

PMDB),

Vilson Rosali­ no/Manoel Dias (PDT) tentaram me convencer amudaro voto. Todo mundo

mostravanorostoa mesma

desolação.

Menos deumanoantes,num d18de

muito solem

Florianópolis,

não havia

quem nãoabrisse um sorrisoou come­

çasseumadiscussão

embriagada,

erasó Isler dos candidatosa

presidente. Mas,

DEU BRANCO!

(3,1

%),

Américo Faria (PRN) fez

62.362

(2,5%)

e Nilton Matheus

(PMN)ainda levou 15.807 votos

(0,6%)

do eleitorado. Mas a

eleição

foi deci­

dida

antecipadamente pelo

elevado

número de votos brancos (340.762) e

.

nulos

(293.471),

que representaram 25,5% do

total, permitindo

a vitória

de

Kleinübing.

Seessesvotostivessem sido assinalados

pelos

eleitores,

qual­

querumdosoutroscandidatos

poderia

terchances de passarao

segundo

tur­ no.

Na

eleição

parao

Senado,

o

quadro

seagrava.

Esperidião Amin,

também

da UniãoporSanta

Catarina, elegeu­

se com981.963 votos, ou

39,5%

doto­

tal.Em

seguida,

vêmVilson de Souza

(PSDB-PMDB), com 413.241 votos

(16,6%),eJosé

Fritsch,

da Frente Po­

pular,

com 158.993

(6,4%).

Os dois também teriam chance de

serem eleitos se tivessem recebido a

neste trêsdeoutubro,nasruas nem as

buzinasnem os carrosdoano

passado,

que mostravamatodasasRessoasuma

posição política,

um

pingo

âeesperança

de que o Brasil

podia

melhorar. Só o

farfalhardo

papel

que misturava as

ideologias

aosdelírios dovento.

Nos últimos

panfletos

dos candidatos

que restavamsobreo

asfalto,

eradifícil

distinguir

a

diferença

entreos

bigodes

dePaulo

Afonso,

Nelson WedekineDir­ ceuCarneiro. O favorito das

pesquisas,

Vilson

Kleinübing,

seriaovencedor dis­

parado

se valessemascédulas decam­

panha

que

mandoujogar

nas ruas.Mas era tanto "xis"em tanto

quadradinho

que misturavatudona

cabeça

da

Ffonte.

Passou pormim um Escort amare­

lo-ovo,

altavelocidade,ecobriua

evepi­

dadeum

tapete

denovos

panfletos.

An­

gela

Amin,

denovo,eaBeira-MarNorte

estavacheiadessenomenas

calçadas.

Maisperto do centro, entre o vaivém

dos automóveis mais

apressados,

uma

charretesemcavalosestacionadanum

canteiro desafiava o

tempo

para fazer

propaganda

de um candidato a

depu­

tado estadual. Chamou a

atenção

de umarepórter,mais

preocupadã

com as

placas publicitárias

que via debaixo

do,

digamos, veículo,

que com umapauta

que não saiunos

jornais:

o estado de

grevedosjornslistes. Pautaque

apare-Naquele

3 de

outubro

as ruas

estavam

vazias

de

esperança

ceusóna'

TV,

quando

um

gaiato

segu­ rou, por trás de uma entrevista mos­

tradaao

vivo,

um cartaz quedizia

"jor­

nalistasó

ganha

23mil".

Pouca

gente conseguiu

ler o recado e euconto porquemedisseramqueacon­

teceu.Foinahora em que estavaindo

votare

passei

pormuita

gente

deroupa

de

banho,

disposta

a tomar osônibus

lotadosquesaemde horaemhorapara

sentirna

pele

umpoucodosolquevolta­ raaaparecer

depois

de váriosmeses.

Nas

filas,

nãoseouvia falar de

polí­

tica. Só

Geralda,

do

Campeche,

decidiu reclamarque nãoachou "onomedocan­

didatoaoSenado do

PT':

nalista afixa­

danacabine de votação. Tevede votar 'em

branco,

disse,

porquenão constava

nenhumcandidatoaocargo,de

fato,

na

lista:

- Se issoacontece

comigo,

quesou umapessoa maisou menos

esclarecida,

imagina

oqueasoutras pessoas nãofa­

zem - e me olhava cmo

quem busca' respostas.

Não tinha fila naminha seção, mas

esperei

maisoumenos umminutopara

que um rapazmoreno, de bermudas,

aparentandouns25anos,deixassea ca­

bine,Evotei,com uma

desperança

que,

acho,

todo mundo tinha

naquele

3 de

outubro.

..__ __..__ __ __ 1;

(4)

/'

Rosimeri Laurindo

Eu

até admirava o

presidente

nacional da

CUT,

Jair Mene­

guelli.

Não

poderia

deixar,

co­ mo

repórter,

de

desejar

entre­

vistá-lo. Mas assessorardurante dois

diassua

viagem

aSanta Catarinaera

diferente. O que dizer

quando

ele co­

meçasse com seudiscurso

furioso,

me

olhasse fixo nos olhos, se enervasse com

algumas

perguntas

instigantes

e

lançasse

aquele

ar

rabugento

que a

gente

está acostumada a ver na TV?

Quando

cheguei

aoaeroportoparaor­

ganizar

a

coletiva,

fui correndopara

o

segundo pavimento.

Na

descida,

es­

baforida, surpreendi-me

com

aquele

sujeitinho

tranqüilo

tomandocafécom osindicalista que haviamelevadoaté lá."Tua caranão me

engana" pensei,

sentindo-me imediatamenteumpouco

culpada.

E deste

jeito

eu fui ao lado

de

Meneguelli,

numa

viagem

decarro

de

aproximadamente

duas

horas,

de

Florianópolis

a Criciúma.Com todoo

preconceito,

fizoquenemumfocase­

riacapaz.

Depois

de

responder

atodas asperguntassobre

sindicalismo,

polí­

tica, socialismo,

plano

Colloreoutros

temas,ohomemcomoveu-sediante da

pergunta

"bombástica":

"qual

foiatua

maior

decepção?".

Eunão

gravei

a res­

posta.

Só os dois

ocupantes

do banco da frente também sabemqueJair Me­

neguelli

chorou.

Naqueles

dias de

julho

a

imprensa

toda "caiu de

pau"

na

CUT,

acusada

maisumavezdeter

impedido

um acor­

do

nacional, após

uma reuniãoentre o Governo

Federal,

trabalhadores e

empresários.ern

Brasília.

Apenas

Jair

Meneguelli

nãoaceitou

negociar

dian­

te de decisões

tomadas emantidas

na mesa

pela

ministrada

Economia,

Zéliacardoso de

Mello,

como ademis­

são de 300 mil trabalhadores no ser­

viço

público.

A

intransigência

daCUT foi manchetenos

jornais

e,nestecli­

ma,Jair

Meneguelli

saiua percorrer

regiões

de todo o

país

parafalar nas

portas

de

fábricas,

auditórios de uni­ versidadese aquem parasseparaou­

vir,

sobrea

política

da medidas

provi­

sórias do

presidente

Fernando Collor de Melloedeusefeitos sobreosalário

dos .trabalhadores. Sem motivopara rir

O

presidente

estadualda

CUT,

Ineir

Mittmann,

do bancoda frente da Beli­

na,

pedia

que eu falasse com Mene­

guelli

sobrea última medida

provisó­

ria,

a 193. Eu não estavamuito inte­

ressada,

que,

afinal,

erasomente

is-Foto: Olivio Lamas

ODIA

EM

QUE

MENEGUELLI

CHOROU

Roseméri

Laurindo

surpreende

o

presidente

nacional da CUT

em

momentos

de

rara

intimidade. Torcedor

do

Palmeiras

que

gosta

de

ouvir Rita

Lee,

ele

contou

qual

foi

sua

maior

decepção.

E

não conteve

as

lágrimas.

"E

se

ele

começasse

com seu

discurso

furioso?"

to quetheperguntavamnasentrevis­

tase

portas

de fábricas. Eu

queria

sa­

ber

mais,

emboratemesse queafalta

de

informações

sobre o

primeiro

líder

daCentral

Única

dos trabalhadores do Brasil fosse fruto de minha

ignorân­

cia. Não acreditei

quando

ele revelou

que aentrevistaque me

deu,

de duas

horas,

foiamais

longa

dasuavida.

Apenas

duasvezesJair

Meneguelli

foiconvidadoparafalar sobreassuntos que não sindicalismo em programas

de televisão. Uma

participação

num

dos

quadros

humorísticos de

Agildo

Ribeiro e, outra, na TV

Gazeta,

em

São

Paulo,

onde a

apresentadora

in­

verteu os

papéis

e

pediu

que o

presi­

denteda CUT falasse sobreprograma­ ção

cultural,

enquanto ela noticiava coisas de sindicatos. Foi aíqueaspes­ soas descobriram que

Meneguelli

é

torcedordoente do Palmeirase curte

muitoRita Lee."No

mais,

eu souvisto

falando sobreasdificuldades dotraba­

lhador,

sobreossalários. Não há moti­ vosparaeu

chegar

natelevisãodizen­

doque estamos

hoje

no50� aniversário de existência do salário

mínimo,

regis­

trandoo menordahistóriae,de

repen-te,

largar

umbaita sorriso." "aelitedo

operariado

brasileiro".Mas

NestapassagemporSCMeneguelli

vi- nem sempre pensou-se assim. Em sitouaunidadedecarvãoda

CSN,

em 1978 os

metalúrgicos

tinham como

Criciúma(em

greve),

oportode Imbi- único lazerofuteboldos

domingos.

Lá,

tuba,

aUsina

Jorge Lacerda,

olavador

Meneguelli

encontrava

companheiros

de

Capivari,

a Industria

Carboquími-

demitidos desuaseção,

quejá

estavam caCatarinenseevários sindicatos. Na emoutraempresacom umsaláriome­

Rede Ferroviária, em

Tubarão,

cha-

lhor,

há menos de um mês no novo mou-mepara mostraraseçãode ferra- . emprego. O

pessoal

da Fordcomparou

mantaria.

Naquele

momentoopensa- enão

gostou

da

diferença

salarial. A mento de

Meneguelli

voltouparaoiní- ferramentaria

apresentou

umareivin­

cioda década de70,

quando

eraferra-

dicação

porescritoà

gerência.

Nasex­

menteiro da Ford. Elecontouque re- ta-feira havia uma greve na Scania.

solveu filiar-se ao sindicato para ter Na

segunda, depois

seouvirasnotícias

o direito de

fazer,

gratuitamente,

o nofim de-semana

pelo

rádio,

ostraba­ curso de Madureza Ginasial. Aos 30 lhadoresda Ford iamaotrabalhocon­

anos,numa

assembléia, Meneguelli

se versando no ônibus:

"que legal

era

emocionouaoouvirodiscurso do

presi-

aquela greve".

dente do

sindicato,

Luis Inácio Lula até

hoje Meneguelli

não consegue

da Silva. "Foiaconta para

'eu

me en-

explicar

aocertocomofoique,

junta­

volver. Vi quealutapara termelhor mentecom outrostrês

companheiros,

salário e

condições

de vidaparamim

chegou

à

liderança

daquela

greve de

eminha famílianãodava paraserin- onze dias. Mesmo

assim,

relatadeta­ dividual. Era

preciso

brigar

no cole- lhes

daquele

momentocomum brilho

tivoportudooqueagente

queria".

.Ór diferente nos olhos. O aumento real

de15%

conquistado

naFord foiesten­

didoaos 120 mil

metalúrgicos

deSão

Bernardodo

Campo

eDiadema.

"Éra­

mos

respeitados

portrabalharnaFord

experiência, pois

nãohavia

possibili­

dadede

reeleição,

em

função

dacassa­

ção

imposta pelo

Regime

Militar.

A posse foinumsábadoe nasegun­

da-feiraaMercedesBenz demitiucin­ comiltrabalhadores.

Revoltado,

opo­

vo

queria

estouraras

vidraças

do

pré­

diocentral da empresa, onde estava

a diretoria.

Companheiros

ergueram

Meneguelli

sobrea multidãoparape­

dir calma.

Ninguém

o.reconheceu e

quando alguém

inventou quesetrata­

va do candidato derrotado da

chapa

2,

quase foi linchado. Da

portaria

da

Mercedes

alguém

telefonouparaLu­

la,

que foi ao

local,

subiu num carro e resolveu o

problema

ao identificar o novolídersindicalparaa

categoria.

Lembranças

ao lado de Lula são

muiras

navida de

Meneguelli.

Delu­

ta,de

negociação,

de

alegria,

deemo­

ção.

A maior? Em

1989,

nas

eleições

presidenciais.

"eu amei a

campanha.

Foi

gostoso.

Milhares depessoasque­ riam

mudar,

ser felizes. eu

aprendi

muito".

Foi, também,

a

grande decep­

çãoda vida de

Meneguelli.

"

eandávamosna rua com a

cabeça

er­

guida,

cheios

de

orgulho".

Depois disto,

Meneguelli

desceu do

segundo

andardo

sindicato,

onde fun­

cionavaocursode Madureza

Ginasial,

para

espiar

as reuniões da diretoria.

Certo dia

Meneguelli

recebeu de um

amigo (wagner,

hoje

vereador do PT

emsãoBernardo)umlivroquelevou

dez dias para lereque quasenãoen­

tendeu. Era "Dez diasqueabalaram

o

mundo",de

JohnReed. "Achei mui­

to confuso

aquele

negócio

de bolche­

viques, mecheviques,

exércitoverme­

lho,

comunismo. Eu só lia a Gazeta

Esportiva

e Tio Patinhas. O que eu

.entendiaera da

escalação

do Palmei­ ras.Admiravao

Chinezinho,

Servilho,

Tupanzinho,

oAdemir da

Guia, Dudu,

oJulinhoeo

Djalma

Santos".

"Tomou

posse

num

sábadoe

na

segunda

a

Mercedes'

demitiu

5

mil."

"Ele

contou que

se

sindicalizou

para ter

direito

a curso

grátis."

"Não acreditei

quando

ele

me

disse

que

acabara

de

dar

a

entrevista

mais

longa

de

sua

vid.,"

Quase lincltado

Foram três dias sem comer e sem

dormir

quando,

em 1981, a diretoria

do sindicato o indicoupara

presidên­

cia. Faloucom amulher,quesocorreu:

"ué,

pegao carro evainacasado Lula conversar comele".

Aprendeu

na mar­ ra.Os24novos

dirigentes

nãotinham A

primeira

greve

Há quem

diga

queos

metalúrgicos

de São Bernardo do

Campo

formam

(5)

!'

6

ZERO

AS

MUDANÇAS

DAS "CAMISAS"

PARTIDÁRIAS

JanineK. Bellini

Muita coisa acontece num

período

de

quatro

anos.O

quadro

político,

por

exemplo,

sofre

modificações

que, qua­

sesempre passam

despercebidas.

Opo­

vo tem memória curta. Muitas vezes

desconhece atémesmo quem sãoseus

atuais

representantes

nas assem­

bléias. Em

quatro

anos esquecem-se

aspromessasde

campanhas

que

elege­

ram ou deixaram de

eleger

determi­

nados candidatos. Santa Catarina

acompanha

as

transformações políti­

casdoBrasil e acada

eleição

surgem novos

partidos

enovoscandidatos.

Nas

eleições

estaduais de

1982,

por

exemplo,

existiamapenascinco

parti­

dos inscritos. Mas os

partidos

como o

PT,

PDT e

PTB,

não

chegavam

a as­

sustaroPDSe o

PMDB,

osdoisgran­

des adversários da

época.

O PDSaca­

bou

elegendo governador

esenador. O

atual candidatoaosenado

pela

União,

Esperidião Amin, elegeu-se

governa­ dor do estadocom838.150 votos.Doze milvotosamaisqueo

segundo

coloca­

do,

Jaison

Barreto,

do PMDB.

Jorge

Konder

Bornhausen,

PDS,

venceu com uma

diferença

de 1400vo­

tosocandidato

peemedebista

efuturo

governador

do

estado,

PedroIvo Cam­ pos. Com

isto,

Bornhausen

garantiu

suavagano senado federal. Comose­

nador,

ele abriuas

portas

para

chegar

aoMinistério da

Educação

nogoverno

Sarney.

-Naquele

ano o PMDB só

conseguiu

igualar-se

aoPDSnaassembléia fede­

ral. Os dois

partidos

elegeram

oitode­

putados cadaum.Porémno

legisla

tivo

estadual,

mais uma vez o PDS fez

maioria,

elegendo

21 candidatos con­

tra 19 do PMDB. Os outros

partidos

não

conseguiram eleger

nenhumcan­

didato.

Na

eleição passada,

em

1986,

oqua­

dro

havia se transformado total­

mente.OPDS havia

perdido

sua

força.

Da divisão do

partido

surgiu

o

PFL,

que aliado ao PDC e

PTB,

lançou

a

candidatura de VilsonPedro Kleinü­

bing

a

governador

doestado.A reper­ cussãoda candidatura foi

grande,

mas ovencedor acabou sendo o candidato

do

PMDB,

Pedro Ivo

Campos.

Ogover­

nador,

quefaleceuduranteo

mandato,

recebeu 335 milvotosamaisqueKlei­

nübing,

novamente candidato

hoje,

e

588 milvotosamaisqueAmilcar

Ga-zaniga,

candidato doPDS. Outravez,

oscandidatos do PTePDTnão

chega­

ram anúmeros

significativos.

A voltaporcimado PMDB ficou bem

clara tambémnavitória deseus dois

senadores,Dirceu José CarneiroeNel­ son

Wedekin,

que

hoje

concorrem,am­

bos,

a

governador,

por

partidos

dife­

rentes. Os candidatos do PSDB e do

PT, respectivamente,

atacam um ao

outroetambémao seu

antigo

partido.

Em1986oPMDB ainda

elegeu

nove

deputados

federais contra

quatro

do

PDS,

e trêsda

coligação

PFL-PDC e

PTB. Para estadual foram 19 eleitos

contra 12 do

PDS,

7da

coligação,

um

PT eum PDT. A

grande

surpresa

foi

a

deputada

estadual Luci

Choinascki,

única candidataeleita

pelo

PT que ti­

nha 44 candidatos. Nesseano

disputa­

ram tambémos

partidos

comunistas,

recém-legalizados,

PCB e

PCdoB,

e o

PH,

Partido Humanista. 'Eles

lança­

ram candidaturas

a-deputados

fede­

raise

estaduais,

masnão

elegeram

ne­

nhuma. Nos

quatro

anos

seguintes

a

estas

eleições

opanorama

político

bra­ sileiro transformou-se totalmente. Es­

teano38

partidos

estavamna

disputa.

EmSantaCatarina 14

partidos lança­

ramcandidatosaogoverno doestado.

MAIS

DE 350

CANDIDATOS

E-SÓ58VAGAS

Vivian deAlbuquerque

No Brasil inteirosão38os

partidos

registrados

na

Justiça

Eleitoral. A

maioria desses

partidos,

visando as

eleições

de

1990,

agrupou-se emcoli­

gações,

variandonosdiferentes Esta­

dos.

Em Santa

Catarina,

osmaisde

2,7

milhões

de

eleitores

puderam

escolher entre seiscandidatosa

governador

do

Estado. O candidato da UniãoporSan­ ta

Catarina,

Vilson

Kleinübing (PFL,

·PDS, psc,

PDC,

PTBe

PL);

o candi­

.

dato do

PMDB,

Paulo Afonso

Vieira;

ocandidato da Frente

Popular,

Nelson

Wedekin

(PDT, PT,

PSB, PCB,

PCdoB

e

PV);

e ainda Dirceu Carneiro

(PSDB),

Américo Faria (PRNe

PTR)

eNilton Matheus(PMN).

parao

Senado,

concorreram

qua-tro

candidatos

apenas: Antônio Pi­

chetti,

Vilson Luiz de

Souza,

José Fritsche

Esperidião

Amin.

O

quadro geral

das

eleições

de

1990,

em Santa

Catarina,

apresentava 94

candidatos à Câmara

Federal,

distri­ buídos da

seguinte

maneira: um

pelo

Partido da

Mobilização

Nacional

(PMN);

nove

pelo

Partido da Social De­

mocracia Brasileira

(PSDB);

14

pela

coligação

"Nova Santa Catarina"

(PRN

e

PTR);

18

pelo

Partido doMovi­

mento Democrático Brasileiro

(PMDB),

23

pela

coligação

"Uniãopor

Santa Catarina"

(PFL,

PDS,

PL,

PDC,

PSC,

PTB)

e29

pela

coligação

"Frente

Popular"

(PT, PDT,

PCB,

PCdoB e

PV).

Para a Assembléia

Legislativa,

eram274 candidatos: três

pelo

Partido -da

Mobilização

Nacional;

26

pelo

Par­ tido daSocialDemocracia

Brasileira;

35

pela

Coligação

"Nova Santa Catari­

na",

49

pelo

Partido doMovimentoDe­ mocrático

Brasileiro;

70

pela coligação

"Frente

Popular"

e 91

pela coligação

"UniãoporSanta Catarina".

Os 372 candidatos concorreram a

apenas 16vagasnaCâmara

Federal,

40naAssembléia

Legislativa,

umano

(6)

TRE.SC GASTA

Cr$

57

MILHÕES

COM

ELEiÇÃO

I<átiaScarduelli

o Tribunal

Regional

Eleitoral de SantaCatarina

gastou

57 milhões de cruzeirosnas

eleições

paraogoverno,

incluindoos

gastos

com

impressão

das

cédulas, cadastros,

títulosecompra de

microcomputadores.

Só neste ano fo­

raminvestidos

Cr$

35milhõesemin­

formatização

para ser mais

rápida

a

apuração

dosvotos. Os

computadores

comprados pelo

TRE foram distribuí­ dos nas

principais

cidades do estado.

OTRE deSanta Catarina foio

primei­

roausar

computadores,

desdeaselei­

çõesem 1978.

Noano

passado,

nas

eleições presi­

denciais,

acidadede

Brusque

usoumi­

crocomputadores

pa�a a

votação

de

mais de mil

eleitores,

sendoa

primeira

no

país

a

praticar

estemétodo. Brus­

quefoiescolhida

pelo

TREporser uma

cidade pequenacomboarendaperca­

pita.

O

diretor-geral

do

TRE,

Márcio

Collaço,

disse que apesar de tersido

uma boa

experiência

o custo é muito altoe"não é por aíqueaspessoasvão

seconscientizar para o voto". Para o

diretor-geral

o eleitorado está muito

desinteressado nos seus

governantes

"pela

forma quesefazuma

campanha

eleitoral".

Márcio

Collaço

trabalhanoTREhá

31 anos edizque as

campanhas

sem­

pre foram

iguais,

com

acusações

e

agressões

dos

candidatos concorren­

tes. Neste ano,com a

Constituição

de

88 foi

proibida

a censura

prévia

nos

programas eleitorais

gratuitos.

Com

esta nova lei o TRE tem o dever de

conceder direito de

resposta

aos'ofen­

didos"e também

pode

cortaroprogra­

madodia

seguinte

dequem"abusou"

da liberdade de

expressão.

Quanto

a esta

atitude,

o diretor do

TRE dizqueelaéusadaporque

"chega

umahorada

campanha

que

ninguém

maistemanoçãode

limite,

eestecrité­ rionãoestá

ligado

comcensura".

O TRE de SantaCatarinatem 110 funcionários que trabalham constan­

temente. Na

época

das

eleições

sãore­

quisitadas

outras pessoas

principal­

mentefuncionáriosde

órgãos

públicos,

como Celesce

Telesc,

que sãotreina­ dos para o

período

da

apuração

e 45

.destas pessoas estão

nointeriordoes­

tado. Nestas

eleições

50 mil pessoas

trabalharamnas 10 milmesasde to­

dosos217

municípios.

/

';ZONa

,

�n�Di

VDtam

os

Eleitores

;1

da

;""

�v�

}SeCàl

Fotos: LauroMaeda

bunal

Regional

Eleitoral de

SC,

Már­ cio

Colaço.

Aoseanalisaros75

pedidos

de direito de resposta nesses 60 dias de

campanha,

nota-seaque nível che­

gou o "calor" entre candidatos dos

mais diversos

partidos.

O direito de

se defender das acusações

políticas,

pessoais

efamiliares foi concedido23

vezes

pela Justiça

Eleitoral. Orecorde

foi da União por Santa Catarina de Vilson

Kleinübing,

com 16

pedidos

contraoPMDBdePauloAfonso.

Afonso de

incompetência

e

corrupção,

imputando-lhe prejuízos

sofridos

pela

Celesc.

Um doscasosmais

intrigantes

eque

maisabaloua

opinião pública

foiabri­

ga entreoscandidatosao Senado Vil­

sonde Souza doPSDB/PMDBe

Esperi­

dião Amin da Uniãopor Santa Cata­

rina.Vilson

divulgou

as

supostas

irre­

gularidades

relacionadasàconcorrên­ cia paraasobras do

porto

deSãoFran­

cisco,

dizendoqueAmin

chantageava

oentão

governador

PedroIvo

Figuei­

redo de

Campos

(PMDB)

para que as

irregularidades

das obrasdo

porto

não

viessema

público.

Podeparecer

estranho,

mas umadas

brigas

mais acirradas ocorreu entre

candidatos domesmo

partido.

Ocandi­

dato a

deputado

estadual

pelo

PRN,

JairSilveirafezum

pedido

de direito

de

resposta

contraAmérico

Faria,

can­

didatoaoGoverno

pelo

mesmo

partido,

quando

este inseriu as

seguintes

de­

clarações

no seu programa eleitoral:

"Jair Silveira

praticou

crime

eleitoral,

está sendo

providenciada

cassação

do

registro"

... "tambémestamoso ex­

pulsando

do Partido"..."ele não é mais candidato do PRN".

Desdejunho

A

campanha

de Vilson

Kleinübing

começouem

junho logo

após

a confir­

mação

dasuacandidatura

pela

coliga­

ção "União por Santa Catarina". A

partir

desta decisãoelepassouafazer comícios

pelo

estadoeatéoutubroper­

correu os217

municípios

catarinenses,

sempre

acompanhado

do candidatoao

senado

Esperidião

Amine

alguns

as­

sessores. Esses comícios trouxeram à

Kleinübing

umbom número devotos

nointeriorde Santa

Catarina, princi­

palmente

nos

municípios

menoresque

atualmente são administrados

pelo

PMDB.

Trinta mil

Mais de 30 mil pessoas estiveram

a

serviço

do PMDBnas

eleições,

acom­

panhando

a

votação

e

apuração

dosre­

sultados. Todososfiscais mantiveram

contatodiretocom os21 comitês

regio­

nais. O

partido

contou, alémdos comi­ tês

regionais,

com 65 distritais e 165 comitês

municipais,

diretóriosem to­

dos os

municípios

do

Estado,

cercade

820

vereadores,

84

prefeitos

emaisde 4.000militantes.

ACUSAÇÕES

DERAMOTOM

DACAMPANHA

Raquel Elterman

Continuando a

tradição

de

xinga­

mentos retomada nas

eleições presi­

denciais,

os candidatos ao

Governo,

Senado,

CâmaraFederaleAssembléia

Legislativa

não

dispensaram

o show

de "troca de

elogios"

durante os pro­

gramaseleitorais.A televisão foio

pal­

co

principal

das mais variadas'acusa­

ções

entrecandidatosaoGovernoeSe­

nadoque

proporcionaram

aoseleitores

momentos cômicos de insultos pes­ soais.

"O programa eleitoralnão vaiche­ garna

próxima

eleição

sem umarefor­ ma

profunda",

disseo Diretor do

Tri-Alguns

dos casos: o PMDB inseriu em seuprograma

imagens

de

Esperi­

dião Amin caracterizado de reiesobre asua

imagem

a

acusação

de queche­

quessemfundo foram

emitidos;

sobre

as

imagens

de

Amin,

KonderReis e

Jorge Bornhausen,

surgeamãode al­

guém

surrupiando

ummaçode dinhei­ ro. Em

contrapartida,

oPMDB

alegou

queaUnião vinha tentando

desgastar

a

imagem

de seu

principal

oponente

em"momento de

desespero", pela

di-.

vulgação

das últimas

pesquisas

eleito­ rais. Para tanto, disse que a União acusou ocandidatoao Governo Paulo

(7)

ZERO

FOTOJORNALISMO

"Mão

na

parede

e

perna'

aberta!"

Fotografar

polícia

éumadas ati­

vidades mais

complexas

queos

repórteres

fotográficos podem

encarar. Não existe a menor

possibilidade

de controle sobre a

luz,

o

local,

as

condições,

omomento.

Isto,

sem

dúvida,

tornaotrabalho maises­

timulante. E faz com que o

repórter

fotográfico

maisacomodado sinta irre­

sistível

tentação

deficar sónas

delega­

cias

fotografando

"o

marginal"

está­

tico,

no momento em que é apresen­

tado aos

alegres

rapazesda

imprensa

ao lado dos bravosrapazesda

polícia.

Para

fugir

desse

lugar

comum é pre­

ciso

ter,

alémde

alguma

coragem,fa­ miliaridade com a técnica. Este en­

saio,

produzido

no dia 30 de

agosto,

foi fruto de

algumas

horas

passadas

no

posto

policial

da 3�

Companhia

de

Policiamento da

Capital,

ànoite. Um

bêbado que atirava

tijolos

nacasade

um casal de velhos

proporcionou

a

ação

mais emocionantedanoite. Mas

mesmo asaçõesde rotina(atendimen­

to a acidentes e batidas

preventivas)

exigem

do

fotógrafo

atenção

ehabili­

dade,

paraquealém de fotos tecnica­ mentebem

resolvidas,

consiga

trazer fotos

jornalísticas.

\

Uma ronda

policial

na

visão de Lauro Maeda

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