Ano VIII
n�
3
SEM
A-N
A
L
JornalLaboratório- UFSC/CCE/COM -10 a17 de outubro de 1990
ro,
o
OUTRO
LADO
DA
CUT
2
..
EDITORIAL
Zero
semanal?
Toda
semana?
Não é
possivel!
A
partir
deste númerooZERO vai circular semanalmen
te, sempre às
qusrtes.ou quin
tas-feiras. Esta
experiência
é exatamenteisto,
uma experiência. Deve durar
algumas
semanas.No mínimo
quatro.
Existeuma
diferença
fundamental entreoritmocom que
a
prática
se dá nasescolas ena vida real. Em
alguns
momentos é
importante aproxi
mar essasduas velocidadespa
ra acrescentar aos conheci
mentos teóricos umpouco-de
adrenalina. Determinar uma
data para queo
jornal
circulesignifica cumprir
rigorosa
mente prazos, renunciara con
fortável elasticidade das datas
que
podem
serremarcadas eremarcadas.
Significa
também testarnossasresponsabilida
des. De guem se
compromete
aconcluirumametérieatem po,dequemdeve reunir condições
para quetudoseencaixe efuncione.Há ainda um outro desafio fundamental: o da distribui
ção,
sem o que o fazerjorna
lísticonãose
completa.
Seojor
nalnão
chega
aoleitor,
senãoé
lido,
nãoexiste. Porisso,
fazerumjornallaboratório
semanalémaisdoqueuma
prática
interessante,éum
desafio
pioneiro
que certamente
abaterá, pelo
caminho,
ospreguiçosos'
e os indiferentes.ZERO
***
MelhorPeça
GráficaI,
" e 11/ Set Universitário Maio SS Setembro S9 Setembro 90Jornal laboratório do Departa
mentode Comunicaçãodo Centro de Comunicação e Expressão da universidade Federalde SantaCa tarina, Editadosob a responsabili
dade do Laboratório de Jornalismo Gráfico,
Supervisão:Jornalista Prof. Cesar Valente(Reg, 706/SC)
Colaboração: Jornalistas Profes
soresRicardoBarreto,Luiz A,Scot
to de AlmeidaeGilka Girardello. Redação: CCE/COM/UFSC, Cam pusdaTrindade, 8£035 -Florianó polis -SC -Brasil. Fone (0482) 31-9215 e 31-9490, Fax (0482) 33-4069,
Rádio livre
completa
um
ano
de
pirataria
FM
luciana Carvalho A rádio 107completou
no mêsde setembrooseuprimeiroaniver sário. Ela
chega
a esta datacom otítulo de rádio livre maisorganizada do Brasileaque
possui
maiortempo deprogramação, Mas isto
nãoa
impede
quetenhaos mesmosproblemasde segurança e produ
çãodeoutrasrádiospiratas. Em um anode vidaa rádio foi
invadidaumavez
pela
Polícia Federal,durante a inauguraçãoofi cial,masnãohouve
flagrante
porqueo transmissor não foi encon
trado,Apósosustoarádiopassou afuncionarem umacasa nosarre
dores do campus universitário,
Comapressa paravoltaratrans
mitirosequipamentos não foram
bem instaladose atransmissãose tornouprecária,fazendo comque arádio caíssenoesquecimento.
O horário de funcionamento da rádionestanovafaseédesegunda
asextadas dez horas aténomíni movinte e duas horas, Aequipe está compostaporvinte pessoas, a maioria estudantes da UFSC, que além de fazeremseusprogra masparticipamdeumadas cinco
, equipes de trabalho, como por
exemplo ajornalístaoutécnica e
manutenção,
Com o amadurecimento da 107
oscomponentescomeçamasentir
o apoio dopúblico quetelefona e procuraã
equipe
da rádioparadarrecados. A rádionão teve contato como o seu
público
pormuitotem poe agora passou aterumprestígio
maiorcom acomunidade universitária.
Helena Dalvi,
presidente
da ASUFSC,afirmaqueosservidores nãodiscutiram nada comrelação
àrádio,masqueadiretoriaapoia riaa107no casoda Polícia Federal fechar a rádio. A diretoria da APUFSC também nãotem uma
posição
sobre
este assunto.r
Todos, inclusive a administra
çãodaUFSC;concordamem uma
coisa: a107 está
preenchendo
um espaço vagodevidoafalta deumarádio universitária oficial e que
atendaasnecessidades da comuni
dade. A
administração
da UFSC possui um projeto para instalar umarádiona UFSCeaguarda
adefinição da legislação que trata dasconcessões de rádioeTV para asuniversidades.
Enquanto
areitoriaresolveesteproblema a 107 também procura
soluções
para osseus.Suasmetasatuaissão,
além
deresolverosproblemasjácitados,aumentarapo
tênciaeprepararoterceiroencon tro nacional de rádioslivres,
que
serárealizadonoanoquevem naUFSC,
Enquanto
osprojetos nãosaemdopapele a107éaúnicaalterna tiva noar, com uma potência de 25 watts, você pode sintonizá-la
nosbairrosSaco dosLimões,Trin
dade, Agronômica, CórregoGran de, Serrinha, Pantanal,Itacorubi
e umaparteda Beira-Mar.
Os enfermeiros
sedemitem
e os
médicos
param
por
causados
baixos
salários
HU volta
a
passar
mal
Ozias Deodato Jr. Marco Cézar
A
greve dospreviden
ciárioseser vidores daFundação Hospita
lar de SantaCatari
na (FHSC) está lo tando o
Hospital
Universitário (HU) daUFSC.O setor deemergência
está atendendoemmédia 450pacientes
pordia,
250 a mais do queseregistrava
há três semanas. Ao mesmotempo
emque está recebendo
esse
contingente
recorde,
somem-se outrosproblemas:
ademissão voluntária de 22servidores,
queseafastaramporcausados baixos
salários,
levou adireção
dohospital
adesativarna
terça-feira
dasemanapassada
uma
dascincoenfermarias,
aclínica médicafeminina. Deumtotal de 170
leitos,
sobramagora 144. Masessenúmero
pode
diminuir mais ainda. Nãoestátotalmente descartadaa
possíbilidade
dequeumaoutraenfermaria possafecharse aevasão nãotiver controle.Segundo
odiretor-geral
doHU,
Alberto Chaterpensque,
até terminar aprimeira
quin
zenadeoutubro,
onúmerode demissionários devechegar
aquarenta.Enquanto
uns saemoutros param:osmé dicos residentes do HUestão emgreve pormelhoressalários desde setembroeesperam
nestemêsuma
solução
damesadenegocia
..ções
emBrasília."O salárionão está
compensando",
diz odiretor-geral,
AlbertoChaterpensque.
Dos 800funcionáriosdohospital,
100 são médicosecinqüenta
enfermeiros. O salárioinicial dessas duas
categorias
é deCr$
37.569,36.
Depois
de doisanoselesrecebem5%deaumentos.NaFHSC
(Fundação
Hospitalar)
ossalárioschegam
aodobro do HU."Algumas
das enfermeirasque saíramdaqui
desistiram daprofissão.
Outras transfe riram-separaFHSC" dizodiretor-geral.
Salários
baixos,
dificuldadesdecontrata ção. Este está sendo adificuldade
do HUpara recomporo
quadro.
Alémde
diversosofíciosaBrasíliapor
parte
do Diretor-Geralsolicitando
contratações (contratações
estasque, por
exemplo,
fariam funcionaramaternidade
já
instaladanoHU hádoisanos,masque até agora, porfalta de
pessoal,
nãoentrou em
atividade),
foram também chamadosos
aprovados
noúltimoconcursopúblico
(de
um ano emeioatrás)paracontratação.
.Só
alguns
seapresentaram. ..Alémdessa
dificuldade,
soma-seoutra:háumalei federalquedizqueacada dois fun
cionários quesedemitemno
serviço
público,
sóumavaga
pode
serpreenchida.
Residentes - Os 16 médicos residentes do
HU,
como os seusseismilcolegas
de todo opaís
estãoparalisados
desde o dia 18 desetembro. A
principal reivindicação
é umsalário
equivalente
aoqueé pagoa ummé dico em início de carreira doInamps,
emregime
de 40horas semanais(cerca deCr$
104mil).
Hoje
os médicos residentes recebemCr$
37 milpara 65 horas
semanais,
fora horas extrasque eventualmente são feitas aosfinaisdesemana.
"Nóssomosescravosmal
pagos"
,desabafaomédico residenteno
HU,
EliezerSilva,
fa zendoumacomparação
dramática:
"nósganhamos,
porhora,
menosdoqueumauxiliarde
pedreiro
que não tevede passar seisanosnuma universidade". E a
queixa
não fica nisso: "não temosauxílio moradianempara aalimentação.
Só temosCr$
37 mil paratodosos
gastos".
A moradiafazparte
dapau tadereivindicação
dacategoria.
Outra
preocupação
aé adefinição
doquevai ser o programa de residência médica.
Com a
extinção
doInamps (que
financiava50%dasresidências)a
expectativa
dos médicosresidenteséqueosestadosassumamesse
compromisso.
"A tendência dessareforma
administrativado Collor équeomédicopa
gue a sua residênciapara se
especializar",
diz Eliezer
Silva,
quecomplementa:
"o governo Collor quer
privatizar
aeducação
e asaúde".Neste dia 10 de outubroestarãoreunidos
em Brasília os
representantes
doMEC,
INAMPS,
eAssociação
Nacional dos médi cosresidentespara discutirumasolução
pa ra oimpasse.
preferência
dos 893.727 eleitores que votaramembrancoouanularamacédula,
o que representa 36% do totalde votos.
Apenas
Antonio Pichetti(PRN),
comseus 36.627 votos (1,5%) não teria chances deultrapassar
Amin.
EmboraaUniãoporSanta Catarina
também tenha
conseguido eleger
omaiornúmerode
deputados
paraaCâ maraFederale aAssembléiaLegisla
tiva,
asesquerdas
avançaram. NaCâmara, a União ficou com 9
cadeiras,
e o PMDB com 5. A FrentePopular
elegeu
doisdeputados
federais. Na Assembléia,
aUniãopassaater19depu
tadose oPMDB compõe suabancada com11parlamentares.
A FrentePopu
lar tem sua representação
ampliada
para6
deputados
estaduais, enquanto
queoPRNelegeu
3representantese o PSDBconseguiu garantir
uma cadeira.
Kleinubing
é
Ogovernador
mas nas urnasestava
umrecado
claro
egrave
RobertWillecke
Comoconsentimentode 634.233vo
tosembrancoe
nulos,
aeleição
paragovernador
emSantaCatarina
foiresolvidano
primeiro
turno.As 6h45 damanhã de
sábado,
dia6,
após
56horas deapurações,oTREanunciouoresultado oficial das
eleições,
vencidaspelo
ex-.prefeito
deBlumenau,
Vilson Kleinübing,
candidato da UniãoporSantaCatarina (PDS/PFLlPDC). Kleinü
bing
foi eleitocom 932.877votos,obtendo50,42%dosvotos válidos,oque
dispensa
arealização
dosegundo
turno, apesar de ter
conseguido
apenas37,5%
do total devotos.Osvotos brancose nulosvenceram
inclusiveo
segundo
candidato maisvotado,
Paulo AfonsoVieira,
do PMDB, querecebeu 556.357(22,4%
do total).Nelson
Wedekin,
da FrentePopular,
teve205.931 votos
(8,3%).
Dirceu Carneiro (PSDB) conseguiu76.984 votos
Um
dia
desbotado
JacquesMick
Vesti
roupade
domingo
esaí para votar,junto
com quasetrêsmilhões decatarinenses.
Pareciasetede
setembro,
diaemqueaúnica coisa parafazeréassistir
à
parada
militar.Sóqueeraquarta-fei
ra, três de
outubro,
e a atividade eraeleger
umgovernador
doestado,
umsenadorda
República,
40deputados
estaduaise16
deputados
federais.Nasruasdo
feriado,
poucagenteenenhumafila nasseções
eleitorais. APisei
logo
cedonospeniletos
de Angela Amin,
candidataadeputada
federal
pelo
PDS,
queespalhara
materialde
propaganda
desdeavéspera
nos mor ros deFlorianópolis.
Umas cédulasgrandes,
maioresqueasdeverdade,
quechamavamaatençãonomeiodosmui
tos
pedaços
depapel,
que revoevem à passagem dequalquer
automóvel. Eramais
propaganda espalhada pela
cidadequeno
primeiro
turnodaseleiçõespresi
dencisis,
em15 denovembro doanopassado,
tambémumferiado,
mas com muita
gente
nas ruasdacapital.
- Estás
perdendo
tempo
aí!- medisse sorrindoumvelho de cabelos cinza ecamisa brancaquevoltavaparacasa
depois
de votarna escolinha aopé
doMorro da Penitenciária - ou
"Morrp
da
Penitência':
comodizemseus moradores.
Reagiu
assimaosadesivoscolori-dos que mostravam em quem votaria omoçonafrente dele. Pouco mais abai
xo, outros velhos
aproveitavam
a manhã
wrajogar
cartasnumbarque,insistiao
proprietário,
nãopoderia
vendercerveja
ainda. Aeleição
não era bemoassunto
predileto
deles.Nemnoslocaisdevotaçãooseleitores
mostravam entusiasmo
pelos
candidatos que
elegeriam,
�quemdiziaisso
co_mum
toque
dedesânimoeramospropnoscabos eleitorais:
- As
pessoas não sabem em quem votarenão paramnemparaconversar.
Algumas pedem
para ensinara votar- disse
Suzana,
cabelos escorridosmarcandoumrostode 30anos.Namãoes
querda,
ummontedepeniletos
empapel-jornal
da dobradinhapetista
Afrâ nioBoppré
- candidatoadeputado
federal- eSamuel Lima - a estadual.
Depois
dela,
na mesma rpa, bocas-de urna de César Souza/Enio Branco(PDS),
Anita Pires(candidataadepu
tada estadual do
PMDB),
Vilson Rosali no/Manoel Dias (PDT) tentaram me convencer amudaro voto. Todo mundomostravanorostoa mesma
desolação.
Menos deumanoantes,num d18de
muito solem
Florianópolis,
não haviaquem nãoabrisse um sorrisoou come
çasseumadiscussão
embriagada,
erasó Isler dos candidatosapresidente. Mas,
DEU BRANCO!
(3,1
%),
Américo Faria (PRN) fez62.362
(2,5%)
e Nilton Matheus(PMN)ainda levou 15.807 votos
(0,6%)
do eleitorado. Mas a
eleição
foi decidida
antecipadamente pelo
elevadonúmero de votos brancos (340.762) e
.
nulos
(293.471),
que representaram 25,5% dototal, permitindo
a vitóriade
Kleinübing.
Seessesvotostivessem sido assinaladospelos
eleitores,qual
querumdosoutroscandidatos
poderia
terchances de passarao
segundo
tur no.Na
eleição
paraoSenado,
oquadro
seagrava.Esperidião Amin,
tambémda UniãoporSanta
Catarina, elegeu
se com981.963 votos, ou
39,5%
dototal.Em
seguida,
vêmVilson de Souza(PSDB-PMDB), com 413.241 votos
(16,6%),eJosé
Fritsch,
da Frente Popular,
com 158.993(6,4%).
Os dois também teriam chance de
serem eleitos se tivessem recebido a
neste trêsdeoutubro,nasruas nem as
buzinasnem os carrosdoano
passado,
que mostravamatodasasRessoasuma
posição política,
umpingo
âeesperançade que o Brasil
podia
melhorar. Só ofarfalhardo
papel
que misturava asideologias
aosdelírios dovento.Nos últimos
panfletos
dos candidatosque restavamsobreo
asfalto,
eradifícildistinguir
adiferença
entreosbigodes
dePaulo
Afonso,
Nelson WedekineDir ceuCarneiro. O favorito daspesquisas,
Vilson
Kleinübing,
seriaovencedor disparado
se valessemascédulas decampanha
quemandoujogar
nas ruas.Mas era tanto "xis"em tantoquadradinho
que misturavatudona
cabeça
daFfonte.
Passou pormim um Escort amare
lo-ovo,
altavelocidade,ecobriuaevepi
dadeum
tapete
denovospanfletos.
Angela
Amin,
denovo,eaBeira-MarNortejá
estavacheiadessenomenascalçadas.
Maisperto do centro, entre o vaivém
dos automóveis mais
apressados,
umacharretesemcavalosestacionadanum
canteiro desafiava o
tempo
para fazerpropaganda
de um candidato adepu
tado estadual. Chamou a
atenção
de umarepórter,maispreocupadã
com asplacas publicitárias
que via debaixodo,
digamos, veículo,
que com umapautaque não saiunos
jornais:
o estado degrevedosjornslistes. Pautaque
apare-Naquele
3 de
outubro
as ruas
estavam
vazias
de
esperança
ceusóna'
TV,
quando
umgaiato
segu rou, por trás de uma entrevista mostradaao
vivo,
um cartaz quedizia"jor
nalistasó
ganha
23mil".Pouca
gente conseguiu
ler o recado e euconto porquemedisseramqueaconteceu.Foinahora em que estavaindo
votare
passei
pormuitagente
deroupade
banho,
disposta
a tomar osônibuslotadosquesaemde horaemhorapara
sentirna
pele
umpoucodosolquevolta raaaparecerdepois
de váriosmeses.Nas
filas,
nãoseouvia falar depolí
tica. Só
Geralda,
doCampeche,
decidiu reclamarque nãoachou "onomedocandidatoaoSenado do
PT':
nalista afixadanacabine de votação. Tevede votar 'em
branco,
disse,
porquenão constavanenhumcandidatoaocargo,de
fato,
nalista:
- Se issoacontece
comigo,
quesou umapessoa maisou menosesclarecida,
imagina
oqueasoutras pessoas nãofazem - e me olhava cmo
quem busca' respostas.
Não tinha fila naminha seção, mas
esperei
maisoumenos umminutoparaque um rapazmoreno, de bermudas,
aparentandouns25anos,deixassea ca
bine,Evotei,com uma
desperança
que,acho,
todo mundo tinhanaquele
3 deoutubro.
..__ __..__ __ __ 1;
/'
Rosimeri Laurindo
Eu
até admirava o
presidente
nacional da
CUT,
Jair Meneguelli.
Nãopoderia
deixar,
co morepórter,
dedesejar
entrevistá-lo. Mas assessorardurante dois
diassua
viagem
aSanta Catarinaeradiferente. O que dizer
quando
ele começasse com seudiscurso
furioso,
meolhasse fixo nos olhos, se enervasse com
algumas
perguntas
instigantes
elançasse
aquele
arrabugento
que agente
está acostumada a ver na TV?Quando
cheguei
aoaeroportoparaorganizar
acoletiva,
fui correndoparao
segundo pavimento.
Nadescida,
esbaforida, surpreendi-me
comaquele
sujeitinho
tranqüilo
tomandocafécom osindicalista que haviamelevadoaté lá."Tua caranão meengana" pensei,
sentindo-me imediatamenteumpouco
culpada.
E destejeito
eu fui ao ladode
Meneguelli,
numaviagem
decarrode
aproximadamente
duashoras,
deFlorianópolis
a Criciúma.Com todoopreconceito,
fizoquenemumfocaseriacapaz.
Depois
deresponder
atodas asperguntassobresindicalismo,
polí
tica, socialismo,
plano
Colloreoutrostemas,ohomemcomoveu-sediante da
pergunta
"bombástica":"qual
foiatuamaior
decepção?".
Eunãogravei
a resposta.
Só os doisocupantes
do banco da frente também sabemqueJair Meneguelli
chorou.Naqueles
dias dejulho
aimprensa
toda "caiu de
pau"
naCUT,
acusadamaisumavezdeter
impedido
um acordo
nacional, após
uma reuniãoentre o GovernoFederal,
trabalhadores eempresários.ern
Brasília.Apenas
JairMeneguelli
nãoaceitounegociar
diante de decisões
já
tomadas emantidasna mesa
pela
ministradaEconomia,
Zéliacardoso de
Mello,
como ademissão de 300 mil trabalhadores no ser
viço
público.
Aintransigência
daCUT foi manchetenosjornais
e,nesteclima,Jair
Meneguelli
saiua percorrerregiões
de todo opaís
parafalar nasportas
defábricas,
auditórios de uni versidadese aquem parasseparaouvir,
sobreapolítica
da medidasprovi
sórias do
presidente
Fernando Collor de Melloedeusefeitos sobreosaláriodos .trabalhadores. Sem motivopara rir
O
presidente
estadualdaCUT,
IneirMittmann,
do bancoda frente da Belina,
pedia
que eu falasse com Meneguelli
sobrea última medidaprovisó
ria,
a 193. Eu não estavamuito interessada,
já
que,afinal,
erasomenteis-Foto: Olivio Lamas
ODIA
EM
QUE
MENEGUELLI
CHOROU
Roseméri
Laurindo
surpreende
opresidente
nacional da CUT
emmomentos
de
raraintimidade. Torcedor
do
Palmeiras
que
gosta
de
ouvir Rita
Lee,
ele
contou
qual
foi
suamaior
decepção.
E
não conteve
aslágrimas.
"E
seele
começasse
com seudiscurso
furioso?"
to quetheperguntavamnasentrevis
tase
portas
de fábricas. Euqueria
saber
mais,
emboratemesse queafaltade
informações
sobre oprimeiro
líderdaCentral
Única
dos trabalhadores do Brasil fosse fruto de minhaignorân
cia. Não acreditei
quando
ele revelouque aentrevistaque me
deu,
de duashoras,
foiamaislonga
dasuavida.Apenas
duasvezesJairMeneguelli
foiconvidadoparafalar sobreassuntos que não sindicalismo em programas
de televisão. Uma
participação
numdos
quadros
humorísticos deAgildo
Ribeiro e, outra, na TV
Gazeta,
emSão
Paulo,
onde aapresentadora
inverteu os
papéis
epediu
que opresi
denteda CUT falasse sobreprograma ção
cultural,
enquanto ela noticiava coisas de sindicatos. Foi aíqueaspes soas descobriram queMeneguelli
étorcedordoente do Palmeirase curte
muitoRita Lee."No
mais,
eu souvistofalando sobreasdificuldades dotraba
lhador,
sobreossalários. Não há moti vosparaeuchegar
natelevisãodizendoque estamos
hoje
no50� aniversário de existência do saláriomínimo,
regis
trandoo menordahistóriae,de
repen-te,
largar
umbaita sorriso." "aelitedooperariado
brasileiro".MasNestapassagemporSCMeneguelli
vi- nem sempre pensou-se assim. Em sitouaunidadedecarvãodaCSN,
em 1978 osmetalúrgicos
tinham comoCriciúma(em
greve),
oportode Imbi- único lazerofuteboldosdomingos.
Lá,
tuba,
aUsinaJorge Lacerda,
olavadorMeneguelli
encontravacompanheiros
de
Capivari,
a IndustriaCarboquími-
demitidos desuaseção,quejá
estavam caCatarinenseevários sindicatos. Na emoutraempresacom umsaláriomeRede Ferroviária, em
Tubarão,
cha-lhor,
há menos de um mês no novo mou-mepara mostraraseçãode ferra- . emprego. Opessoal
da Fordcomparoumantaria.
Naquele
momentoopensa- enãogostou
dadiferença
salarial. A mento deMeneguelli
voltouparaoiní- ferramentariaapresentou
umareivincioda década de70,
quando
eraferra-dicação
porescritoàgerência.
Nasexmenteiro da Ford. Elecontouque re- ta-feira havia uma greve na Scania.
solveu filiar-se ao sindicato para ter Na
segunda, depois
seouvirasnotíciaso direito de
fazer,
gratuitamente,
o nofim de-semanapelo
rádio,
ostraba curso de Madureza Ginasial. Aos 30 lhadoresda Ford iamaotrabalhoconanos,numa
assembléia, Meneguelli
se versando no ônibus:"que legal
eraemocionouaoouvirodiscurso do
presi-
aquela greve".
dente do
sindicato,
Luis Inácio Lula atéhoje Meneguelli
não consegueda Silva. "Foiaconta para
'eu
me en-explicar
aocertocomofoique,junta
volver. Vi quealutapara termelhor mentecom outrostrês
companheiros,
salário econdições
de vidaparamimchegou
àliderança
daquela
greve deeminha famílianãodava paraserin- onze dias. Mesmo
assim,
relatadeta dividual. Erapreciso
brigar
no cole- lhesdaquele
momentocomum brilhotivoportudooqueagente
queria".
.Ór diferente nos olhos. O aumento realde15%
conquistado
naFord foiestendidoaos 120 mil
metalúrgicos
deSãoBernardodo
Campo
eDiadema."Éra
mos
respeitados
portrabalharnaFordexperiência, pois
nãohaviapossibili
dadedereeleição,
emfunção
dacassação
imposta pelo
Regime
Militar.A posse foinumsábadoe nasegun
da-feiraaMercedesBenz demitiucin comiltrabalhadores.
Revoltado,
opovo
queria
estourarasvidraças
dopré
diocentral da empresa, onde estava
a diretoria.
Companheiros
ergueramMeneguelli
sobrea multidãoparapedir calma.
Ninguém
o.reconheceu equando alguém
inventou quesetratava do candidato derrotado da
chapa
2,
quase foi linchado. Daportaria
daMercedes
alguém
telefonouparaLula,
que foi aolocal,
subiu num carro e resolveu oproblema
ao identificar o novolídersindicalparaacategoria.
Lembranças
ao lado de Lula sãomuiras
navida deMeneguelli.
Deluta,de
negociação,
dealegria,
deemoção.
A maior? Em1989,
naseleições
presidenciais.
"eu amei acampanha.
Foi
gostoso.
Milhares depessoasque riammudar,
ser felizes. euaprendi
muito".
Foi, também,
agrande decep
çãoda vida de
Meneguelli.
"
eandávamosna rua com a
cabeça
erguida,
cheios
deorgulho".
Depois disto,
Meneguelli
desceu dosegundo
andardosindicato,
onde funcionavaocursode Madureza
Ginasial,
para
espiar
as reuniões da diretoria.Certo dia
Meneguelli
recebeu de umamigo (wagner,
hoje
vereador do PTemsãoBernardo)umlivroquelevou
dez dias para lereque quasenãoen
tendeu. Era "Dez diasqueabalaram
o
mundo",de
JohnReed. "Achei muito confuso
aquele
negócio
de bolcheviques, mecheviques,
exércitovermelho,
comunismo. Eu só lia a GazetaEsportiva
e Tio Patinhas. O que eu.entendiaera da
escalação
do Palmei ras.AdmiravaoChinezinho,
Servilho,
Tupanzinho,
oAdemir daGuia, Dudu,
oJulinhoeoDjalma
Santos"."Tomou
posse
num
sábadoe
na
segunda
aMercedes'
demitiu
5
mil."
"Ele
contou que
se
sindicalizou
para ter
direito
a curso
grátis."
"Não acreditei
quando
ele
medisse
que
acabara
de
dar
aentrevista
mais
longa
de
sua
vid.,"
Quase lincltado
Foram três dias sem comer e sem
dormir
quando,
em 1981, a diretoriado sindicato o indicoupara
presidên
cia. Faloucom amulher,quesocorreu:
"ué,
pegao carro evainacasado Lula conversar comele".Aprendeu
na mar ra.Os24novosdirigentes
nãotinham Aprimeira
greveHá quem
diga
queosmetalúrgicos
de São Bernardo do
Campo
formam!'
6
ZERO
AS
MUDANÇAS
DAS "CAMISAS"
PARTIDÁRIAS
JanineK. BelliniMuita coisa acontece num
período
de
quatro
anos.Oquadro
político,
porexemplo,
sofremodificações
que, quasesempre passam
despercebidas.
Opovo tem memória curta. Muitas vezes
desconhece atémesmo quem sãoseus
atuais
representantes
nas assembléias. Em
quatro
anos esquecem-seaspromessasde
campanhas
queelege
ram ou deixaram deeleger
determinados candidatos. Santa Catarina
acompanha
astransformações políti
casdoBrasil e acada
eleição
surgem novospartidos
enovoscandidatos.Nas
eleições
estaduais de1982,
porexemplo,
existiamapenascincoparti
dos inscritos. Mas os
partidos
como oPT,
PDT ePTB,
nãochegavam
a assustaroPDSe o
PMDB,
osdoisgrandes adversários da
época.
O PDSacabou
elegendo governador
esenador. Oatual candidatoaosenado
pela
União,
Esperidião Amin, elegeu-se
governa dor do estadocom838.150 votos.Doze milvotosamaisqueosegundo
colocado,
JaisonBarreto,
do PMDB.Jorge
KonderBornhausen,
PDS,
venceu com uma
diferença
de 1400votosocandidato
peemedebista
efuturogovernador
doestado,
PedroIvo Cam pos. Comisto,
Bornhausengarantiu
suavagano senado federal. Comose
nador,
ele abriuasportas
parachegar
aoMinistério da
Educação
nogovernoSarney.
-Naquele
ano o PMDB sóconseguiu
igualar-se
aoPDSnaassembléia federal. Os dois
partidos
elegeram
oitodeputados cadaum.Porémno
legisla
tivoestadual,
mais uma vez o PDS fezmaioria,
elegendo
21 candidatos contra 19 do PMDB. Os outros
partidos
nãoconseguiram eleger
nenhumcandidato.
Na
eleição passada,
em1986,
oquadro
já
havia se transformado totalmente.OPDS havia
perdido
suaforça.
Da divisão do
partido
surgiu
oPFL,
que aliado ao PDC e
PTB,
lançou
acandidatura de VilsonPedro Kleinü
bing
agovernador
doestado.A reper cussãoda candidatura foigrande,
mas ovencedor acabou sendo o candidatodo
PMDB,
Pedro IvoCampos.
Ogovernador,
quefaleceuduranteomandato,
recebeu 335 milvotosamaisqueKlei
nübing,
novamente candidatohoje,
e588 milvotosamaisqueAmilcar
Ga-zaniga,
candidato doPDS. Outravez,oscandidatos do PTePDTnão
chega
ram anúmeros
significativos.
A voltaporcimado PMDB ficou bem
clara tambémnavitória deseus dois
senadores,Dirceu José CarneiroeNel son
Wedekin,
quehoje
concorrem,ambos,
agovernador,
porpartidos
diferentes. Os candidatos do PSDB e do
PT, respectivamente,
atacam um aooutroetambémao seu
antigo
partido.
Em1986oPMDB ainda
elegeu
novedeputados
federais contraquatro
doPDS,
e trêsdacoligação
PFL-PDC ePTB. Para estadual foram 19 eleitos
contra 12 do
PDS,
7dacoligação,
umPT eum PDT. A
grande
surpresa
foia
deputada
estadual LuciChoinascki,
única candidataeleita
pelo
PT que tinha 44 candidatos. Nesseano
disputa
ram tambémos
partidos
comunistas,
recém-legalizados,
PCB ePCdoB,
e oPH,
Partido Humanista. 'Eleslança
ram candidaturas
a-deputados
federaise
estaduais,
masnãoelegeram
nenhuma. Nos
quatro
anosseguintes
aestas
eleições
opanoramapolítico
bra sileiro transformou-se totalmente. Esteano38
partidos
estavamnadisputa.
EmSantaCatarina 14
partidos lança
ramcandidatosaogoverno doestado.
MAIS
DE 350
CANDIDATOS
E-SÓ58VAGAS
Vivian deAlbuquerque
No Brasil inteirosão38os
partidos
registrados
naJustiça
Eleitoral. Amaioria desses
partidos,
visando aseleições
de1990,
agrupou-se emcoligações,
variandonosdiferentes Estados.
Em Santa
Catarina,
osmaisde2,7
milhões
de
eleitorespuderam
escolher entre seiscandidatosagovernador
doEstado. O candidato da UniãoporSan ta
Catarina,
VilsonKleinübing (PFL,
·PDS, psc,
PDC,
PTBePL);
o candi.
dato do
PMDB,
Paulo AfonsoVieira;
ocandidato da Frente
Popular,
NelsonWedekin
(PDT, PT,
PSB, PCB,
PCdoBe
PV);
e ainda Dirceu Carneiro(PSDB),
Américo Faria (PRNePTR)
eNilton Matheus(PMN).
Jáparao
Senado,
concorreramqua-tro
candidatos
apenas: Antônio Pichetti,
Vilson Luiz deSouza,
José FritscheEsperidião
Amin.O
quadro geral
daseleições
de1990,
em Santa
Catarina,
apresentava 94candidatos à Câmara
Federal,
distri buídos daseguinte
maneira: umpelo
Partido da
Mobilização
Nacional(PMN);
novepelo
Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB);
14pela
coligação
"Nova Santa Catarina"(PRN
ePTR);
18pelo
Partido doMovimento Democrático Brasileiro
(PMDB),
23pela
coligação
"UniãoporSanta Catarina"
(PFL,
PDS,
PL,
PDC,
PSC,
PTB)
e29pela
coligação
"FrentePopular"
(PT, PDT,
PCB,
PCdoB ePV).
Para a Assembléia
Legislativa,
eram274 candidatos: trêspelo
Partido -daMobilização
Nacional;
26pelo
Par tido daSocialDemocraciaBrasileira;
35pela
Coligação
"Nova Santa Catarina",
49pelo
Partido doMovimentoDe mocráticoBrasileiro;
70pela coligação
"FrentePopular"
e 91pela coligação
"UniãoporSanta Catarina".
Os 372 candidatos concorreram a
apenas 16vagasnaCâmara
Federal,
40naAssembléia
Legislativa,
umanoTRE.SC GASTA
Cr$
57
MILHÕES
COM
ELEiÇÃO
I<átiaScarduelli
o Tribunal
Regional
Eleitoral de SantaCatarinagastou
57 milhões de cruzeirosnaseleições
paraogoverno,incluindoos
gastos
comimpressão
dascédulas, cadastros,
títulosecompra demicrocomputadores.
Só neste ano foraminvestidos
Cr$
35milhõeseminformatização
para ser maisrápida
aapuração
dosvotos. Oscomputadores
comprados pelo
TRE foram distribuí dos nasprincipais
cidades do estado.OTRE deSanta Catarina foio
primei
roausarcomputadores,
desdeaseleiçõesem 1978.
Noano
passado,
naseleições presi
denciais,
acidadedeBrusque
usoumicrocomputadores
pa�a avotação
demais de mil
eleitores,
sendoaprimeira
nopaís
apraticar
estemétodo. Brusquefoiescolhida
pelo
TREporser umacidade pequenacomboarendaperca
pita.
Odiretor-geral
doTRE,
MárcioCollaço,
disse que apesar de tersidouma boa
experiência
o custo é muito altoe"não é por aíqueaspessoasvãoseconscientizar para o voto". Para o
diretor-geral
o eleitorado está muitodesinteressado nos seus
governantes
"pela
forma quesefazumacampanha
eleitoral".
Márcio
Collaço
trabalhanoTREhá31 anos edizque as
campanhas
sempre foram
iguais,
comacusações
eagressões
dos
candidatos concorrentes. Neste ano,com a
Constituição
de88 foi
proibida
a censuraprévia
nosprogramas eleitorais
gratuitos.
Comesta nova lei o TRE tem o dever de
conceder direito de
resposta
aos'ofendidos"e também
pode
cortaroprogramadodia
seguinte
dequem"abusou"da liberdade de
expressão.
Quanto
a estaatitude,
o diretor doTRE dizqueelaéusadaporque
"chega
umahorada
campanha
queninguém
maistemanoçãode
limite,
eestecrité rionãoestáligado
comcensura".O TRE de SantaCatarinatem 110 funcionários que trabalham constan
temente. Na
época
daseleições
sãorequisitadas
outras pessoasprincipal
mentefuncionáriosdeórgãos
públicos,
como Celesce
Telesc,
que sãotreina dos para operíodo
daapuração
e 45.destas pessoas estão
nointeriordoes
tado. Nestas
eleições
50 mil pessoastrabalharamnas 10 milmesasde to
dosos217
municípios.
/
';ZONa
,
�n�Di
VDtam
os
Eleitores
;1
da
;""
�v�
}SeCàl
Fotos: LauroMaeda
bunal
Regional
Eleitoral deSC,
Már cioColaço.
Aoseanalisaros75pedidos
de direito de resposta nesses 60 dias decampanha,
nota-seaque nível chegou o "calor" entre candidatos dos
mais diversos
partidos.
O direito dese defender das acusações
políticas,
pessoais
efamiliares foi concedido23vezes
pela Justiça
Eleitoral. Orecordefoi da União por Santa Catarina de Vilson
Kleinübing,
com 16pedidos
contraoPMDBdePauloAfonso.Afonso de
incompetência
ecorrupção,
imputando-lhe prejuízos
sofridospela
Celesc.
Um doscasosmais
intrigantes
equemaisabaloua
opinião pública
foiabriga entreoscandidatosao Senado Vil
sonde Souza doPSDB/PMDBe
Esperi
dião Amin da Uniãopor Santa Cata
rina.Vilson
divulgou
assupostas
irregularidades
relacionadasàconcorrên cia paraasobras doporto
deSãoFrancisco,
dizendoqueAminchantageava
oentão
governador
PedroIvoFiguei
redo de
Campos
(PMDB)
para que asirregularidades
das obrasdoporto
nãoviessema
público.
Podeparecer
estranho,
mas umadasbrigas
mais acirradas ocorreu entrecandidatos domesmo
partido.
Ocandidato a
deputado
estadualpelo
PRN,
JairSilveirafezum
pedido
de direitode
resposta
contraAméricoFaria,
candidatoaoGoverno
pelo
mesmopartido,
quando
este inseriu asseguintes
declarações
no seu programa eleitoral:"Jair Silveira
praticou
crimeeleitoral,
já
está sendoprovidenciada
cassação
doregistro"
... "tambémestamoso expulsando
do Partido"..."ele não é mais candidato do PRN".Desdejunho
A
campanha
de VilsonKleinübing
começouemjunho logo
após
a confirmação
dasuacandidaturapela
coliga
ção "União por Santa Catarina". A
partir
desta decisãoelepassouafazer comíciospelo
estadoeatéoutubropercorreu os217
municípios
catarinenses,
sempre
acompanhado
do candidatoaosenado
Esperidião
Aminealguns
assessores. Esses comícios trouxeram à
Kleinübing
umbom número devotosnointeriorde Santa
Catarina, princi
palmente
nosmunicípios
menoresqueatualmente são administrados
pelo
PMDB.Trinta mil
Mais de 30 mil pessoas estiveram
a
serviço
do PMDBnaseleições,
acompanhando
avotação
eapuração
dosresultados. Todososfiscais mantiveram
contatodiretocom os21 comitês
regio
nais. O
partido
contou, alémdos comi têsregionais,
com 65 distritais e 165 comitêsmunicipais,
diretóriosem todos os
municípios
doEstado,
cercade820
vereadores,
84prefeitos
emaisde 4.000militantes.ACUSAÇÕES
DERAMOTOM
DACAMPANHA
Raquel Elterman
Continuando a
tradição
dexinga
mentos retomada nas
eleições presi
denciais,
os candidatos aoGoverno,
Senado,
CâmaraFederaleAssembléiaLegislativa
nãodispensaram
o showde "troca de
elogios"
durante os programaseleitorais.A televisão foio
pal
coprincipal
das mais variadas'acusações
entrecandidatosaoGovernoeSenadoque
proporcionaram
aoseleitoresmomentos cômicos de insultos pes soais.
"O programa eleitoralnão vaiche garna
próxima
eleição
sem umarefor maprofunda",
disseo Diretor doTri-Alguns
dos casos: o PMDB inseriu em seuprogramaimagens
deEsperi
dião Amin caracterizado de reiesobre asua
imagem
aacusação
de quechequessemfundo foram
emitidos;
sobreas
imagens
deAmin,
KonderReis eJorge Bornhausen,
surgeamãode alguém
surrupiando
ummaçode dinhei ro. Emcontrapartida,
oPMDBalegou
queaUnião vinha tentando
desgastar
a
imagem
de seuprincipal
oponente
em"momento de
desespero", pela
di-.
vulgação
das últimaspesquisas
eleito rais. Para tanto, disse que a União acusou ocandidatoao Governo PauloZERO
FOTOJORNALISMO
"Mão
na
parede
e
perna'
aberta!"
Fotografar
polícia
éumadas ati
vidades mais
complexas
queosrepórteres
fotográficos podem
encarar. Não existe a menor
possibilidade
de controle sobre aluz,
olocal,
ascondições,
omomento.Isto,
sem
dúvida,
tornaotrabalho maisestimulante. E faz com que o
repórter
fotográfico
maisacomodado sinta irresistível
tentação
deficar sónasdelega
cias
fotografando
"omarginal"
estático,
no momento em que é apresentado aos
alegres
rapazesdaimprensa
ao lado dos bravosrapazesdapolícia.
Para
fugir
desselugar
comum é preciso
ter,
alémdealguma
coragem,fa miliaridade com a técnica. Este ensaio,
produzido
no dia 30 deagosto,
foi fruto dealgumas
horaspassadas
no
posto
policial
da 3�Companhia
dePoliciamento da
Capital,
ànoite. Umbêbado que atirava
tijolos
nacasadeum casal de velhos
proporcionou
aação
mais emocionantedanoite. Masmesmo asaçõesde rotina(atendimen
to a acidentes e batidas
preventivas)
exigem
dofotógrafo
atenção
ehabilidade,
paraquealém de fotos tecnica mentebemresolvidas,
consiga
trazer fotosjornalísticas.
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