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Aula MATERIAIS DIRETOS - CONTABILIDADE_DE_CUSTOS Lizandra

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Academic year: 2021

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CONTABILIDADE DE CUSTOS

MATERIAIS DIRETOS

As Matérias Primas, os componentes adquiridos prontos, as embalagens e outros materiais diretos utilizados no processo de fabricação são apropriados aos produtos por seu valor histórico de aquisição.

Segundo Wernke (2003) podemos dividir os problemas existentes numa empresa com relação a materiais em dois campos:

a) avaliação: (qual o montante a atribuir quando várias unidades são compradas por preços diferentes, o que fazer com os custos do Departamento de Compras, como tratar o ICMS, como contabilizar as sucatas etc.);

b) controle: (como distribuir as funções de compra, pedido, recepção e uso por pessoas diferentes, como desenhar as requisições e planejar seu fluxo, como organizar o “kardex”, como fazer a inspeção para verificar o efetivo consumo nas finalidades para as quais foram requisitadas etc.);

São todas elas avaliações importantes dentro de um sistema global da empresa. Mas, neste trabalho, tendo em vista nossa atenção especial dirigida para como avaliar o custo do produto elaborado daremos ênfase completa à primeira delas (avaliação do material utilizado).

Obviamente, para que se saiba quanto de material foi aplicado em cada produto, alguma forma de controle deve ser exercida: menção na própria requisição ao almoxarifado, apontamento pelo chefe do departamento, apontamento por parte de alguém do próprio sistema de custos etc.

O que integra o Valor dos Materiais

Uma regra fundamental da Contabilidade Financeira é a que estipula a forma de avaliação dos ativos. A regra geral do Custo Histórico diz respeito ao critério de avaliação e ditames mais específicos que explicitam quais itens compõem o ativo em questão; per exemplo, após a aquisição de determinada matéria-prima, a empresa

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incorre em gastos com transportes, segurança, armazenagem, impostos de importação, gastos com liberação alfandegária etc. Como tratar contabilmente esses encargos adicionais ao valor pago ao fornecedor?

A regra é teoricamente simples: Todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em condições de uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas etc.) ou em condições de venda (mercadorias) incorporam o valor desse mesmo ativo.

Se um material foi adquirido para revenda, integram seu valor no ativo todos os gastos suportados pela empresa para colocá-lo em condições de venda; se o adquiriu para consumo ou uso, fazem parte do montante os gastos incorridos até seu consumo ou utilização.

Vale a pena ressaltar a diferença quando se trata de empresa comercial e industrial. Quando for comércio, ao incorrer em gastos com armazenagem de mercadorias destinadas à venda, não os trata como ativos, e sim como despesas. E a indústria, ao estocar matéria-prima, não considera os gastos com armazenagem como despesas, e sim como acréscimo ao valor dos itens estocados. A diferença reside no fato de a empresa comercial precisar realmente estocar sua mercadoria durante um certo tempo para depois vendê-la, mas, ao colocá-la em seus mostruários, instalações ou depósitos, já a tem em condição de negociação. Só não a vende imediatamente em virtude de sua normal rotação de estoques, nascida principalmente em função da demanda de seus clientes, enquanto na indústria a armazenagem é uma fase do próprio processo completo da produção. E tudo o que diz respeito à fabricação é custo.

É comum por outro lado, a indústria ratear esses gastos com armazenagem diretamente aos produtos, ao invés de acrescê-los aos materiais. Se o fluxo de produção é relativamente normal e homogêneo, é irrelevante a eventual diferença entre um procedimento e outro, principalmente se o próprio custo da armazenagem é também constante. Porém, grandes oscilações nos volumes de produção ou nos custos com armazenagens, podem ocorrer o fato indesejado de se estar jogando custos de estocagem de material a ser usado no período seguinte como custo do produto elaborado no mês anterior.

O mesmo ocorre com todos os valores gastos com seção de compras, recepção, manuseio etc. São montantes que deveriam ser apropriados ao próprio material mediante rateios ou taxas estimadas de aplicação, mas que, na hipótese de

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normalidade relativa de produção e custos, melhor ficam do ponto de vista prático, se apropriados como parte dos custos indiretos e rateados à produção elaborada.

Às vezes é necessário o rateio dos próprios valores de frete, seguros e outros para se trazer o material à fábrica, quando um único montante representa o custo de transporte de diversos materiais.

Um item que costuma ser tratado diferentemente no Brasil quando comparado com outros países é o desconto financeiro. Trata-se este da redução do valor da compra em função de pagamentos antecipados, e às vezes até por pagamentos pontuais. Desta forma integra o valor do material o valor bruto, enquanto os descontos financeiros eventualmente aproveitados são considerados como receitas financeiras, ao invés da redução do próprio custo.

No caso de descontos comerciais e abatimentos não há dúvidas, devem ser considerados redução do preço de aquisição.

Critérios de Avaliação dos Materiais

Custo Médio: Ocorre quando diversos materiais iguais forem comprados por

preços diferentes, principalmente por terem sido adquiridos em datas diversas. Exemplo: Ficha de Estoque do Produto “A”.

Compras Utilização

Data Qtde. Preço Unit. Total R$ Quantidade

3 1.000 10,00 10.000,00

15 2.000 11,65 23.300,00

17 2.200

23 1.200 13,00 15.600,00

PEPS: Por este critério os produtos serão custeados pelos preços mais antigos,

permanecendo os mais recentes em estoque. (Utilizar o exemplo acima)

UEPS: Por este critério os produtos serão custeados pelos preços mais

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Tratamento Contábil das Perdas de Materiais.

Inúmeras vezes ocorrem o desperdício de materiais, principalmente de matérias-primas, durante o processo de fabricação. Entram 1.000 Kg de determinado material, e 100 Kg são desperdiçados, não se incorporando ao produto elaborado.

Inicialmente precisamos diferenciar perdas normais das anormais. As perdas normais são inerentes ao próprio processo de fabricação: são previsíveis e já fazem parte da expectativa da empresa, constituindo-se num sacrifício que ela sabe que precisa suportar para obter o produto. As perdas anormais ocorrem de forma involuntária e não representam sacrifício premeditado, como é o caso de danificações extraordinárias de materiais por obsoletismo, degeneração, incêndio, desabamento etc.

As perdas normais normalmente ocorrem por problemas de corte, tratamento térmico, reações químicas, evaporação etc., e, por serem inerentes à tecnologia da produção, fazem parte do custo do produto elaborado. Se em determinado período for processado 1.000 Kg da meteria-prima, mas são aproveitadas apenas 900 Kg em condições normais, para o produto será apropriado o valor do total dos 1.000 Kg. O custo do material perdido fará parte do custo do produto fabricado.

Como exemplos podemos citar produtos oriundos da madeira, vidro, ferro, entre outros.

Por sua vez, as perdas anormais não sofrem o mesmo tratamento. Por serem aleatórias e involuntárias, deixam de fazer parte do custo da produção e são tratadas como perdas do período, indo diretamente para o resultado, sem se incorporarem aos produtos, só deixam de ser assim tratadas se forem de um valor em reais muito pequeno, e, devido a essa irrelevância, em nada influírem na avaliação dos estoques ou do resultado do exercício.

Os exemplos mais comuns são perdas provenientes de enchentes, vendavais,

incêndios, entre outros.

TRATAMENTO CONTÁBIL DOS SUBPRODUTOS E DAS SUCATAS

É comum os materiais não aproveitados trazerem algum tipo de recuperação à empresa, através de sua venda. Nascem aí os Subprodutos e as Sucatas.

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Subprodutos: são aqueles itens que, nascendo de forma normal durante o processo

de produção, possuem mercado de venda relativamente estável, tanto no que diz respeito à existência de compradores como quanto ao preço. São itens que têm comercialização tão normal quanto os produtos da empresa, mas que representam porção ínfima do faturamento total.

Contabilmente, o processo mais correto de como avaliarmos os estoques dos

subprodutos e de como contabilizarmos suas vendas seria o de considerarmos a receita originada de sua venda como redução do custo de produção da empresa.

Sucatas: são aqueles itens cuja venda é esporádica e realizada por valor não

previsível na data em quê surgem na fabricação. Por isso, não só não recebem custos, como também não tem sua eventual receita considerada como diminuição dos custos de produção. Mesmo que existam em quantidades razoáveis na empresa, não aparecem como estoque na Contabilidade. Quando ocorrer sua venda, tem sua receita considerada como Outras Receitas Operacionais.

EXERCÍCIO

01) Durante a produção de doces por encomenda, a Doceria Formiga Ltda utiliza diferentes quantidades de ovos. No seu primeiro mês de atividade teve a seguinte movimentação desse item:

Dia 4 – Compra de 900 dúzias pelo total de R$ 9.900,00 Dia 11 – Consumo de 210 dúzias.

Dia 14 – Aquisição de mais 420 dúzias a R$ 13,50 cada Dia 17 – Consumo de 180 dúzias,

Dia 24 – Compra de 600 dúzias por R$ 7.680,00 Dia 29 – Consumo de 540 dúzias.

PEDE-SE: Calcule o Custo de Produção utilizando os três métodos. (Custo Médio e PEPS.

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02) Durante o mês de Dezembro/2010 a ficha de estoque do item “Livro Interativa” apresentou os seguintes saldos físicos e financeiros:

em 28.12: saldo físico: 100 unidades; saldo financeiro: $ 5.000,00 em 29.12: saldo físico: 200 unidades; saldo financeiro: $ 12.000,00 em 30.12: saldo físico: 100 unidades; saldo financeiro: $ 6.000,00

 as entradas do mês foram tributadas em 12% com ICMS  as saídas do mês foram tributadas em 17% com ICMS  a receita líquida de vendas do dia 30.12 foi de $ 8.000,00  todo o movimento da conta está contido acima.

Promovendo-se os cálculos específicos a partir dos dados de dezembro, podemos afirmar que:

(A) o preço unitário de venda foi de $ 96,39 (B) o custo unitário das vendas foi de $ 70,00

(C) o preço unitário das compras de 29/10 foi de $ 60,00 (D) em 29/10 o estoque foi acrescido de $ 60,00 por unidade (E) o lucro bruto alcançou $ 6,40 por unidade

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03) A Metalúrgica Andrade utiliza o sistema de inventário periódico, trabalhando com três contas básicas: Mercadorias, compras de mercadorias e vendas de mercadorias. Antes de contabilizar os ajustes de ICMS nas entradas e saídas de mercadorias, a contabilidade apresentava os seguintes saldos:

Mercadorias R$ 24.000,00;

Compras de Mercadorias R$ 254.000,00; Vendas de Mercadorias R$ 474.000,00;

Lucro Bruto R$ 196.000,00.

Após contabilizar os ajustes de ICMS à alíquota de 10%, a empresa vai apurar que: (A) o inventário final é nulo (não há estoques).

(B) não há dados para apurar o estoque final. (C) o ICMS a Recolher será de R$ 47.400,00. (D) o Lucro Bruto será de R$ 176.400,00. (E) o Lucro Bruto será de $ 174.000,00.

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04) Apurando custos e estoques a cada mês, a empresa Abaixo o Galho e Apanha a Fruta S/A processou os cálculos do mês de dezembro de 2006 a partir dos seguintes dados:

Estoque inicial avaliado em R$ 22.000,00.

Compras de mil unidades ao preço unitário de R$ 25,00. Vendas de 720 unidades ao preço unitário de R$ 50,00. IPI sobre compras a 8%.

ICMS sobre compras a 12%. ICMS sobre vendas a 17%.

Devolução de vendas no valor de R$ 6.000,00. Estoques avaliados pelo critério PEPS.

Estoque inicial mensurado em 1.100,00 unidades.

Todas as operações do período foram realizadas a prazo.

Com base nos dados e informações acima, o cálculo correto dos custos vai indicar um estoque final no valor de:

(A) R$ 36.000,00 (B) R$ 34.000,00 (C) R$ 33.000,00 (D) R$ 31.600,00 (E) R$ 30.000,00

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05) Instruções: Considere as informações abaixo para determinar os valores das questões de números 05 a 10.

A Companhia Souza iniciou suas atividades em 01/01/2013.

Em 28/02/2013 a conta de estoques de mercadorias apresentava os seguintes lançamentos: DATA DA COMPRA QTDE. VALOR UNITÁRIO R$ TOTAL R$ 10/01 100 10,00 1.000,00 15/01 80 15,00 1.200,00 20/01 60 20,00 1.200,00 02/02 100 15,00 1.500,00 15/02 25 12,00 300,00 25/02 50 18,00 900,00 28/02 20 20,00 400,00

Foram efetuadas as seguintes vendas durante o período:

Em 18/01/2013 120 unidades

Em 26/02/2013 230 unidades

Atenção: Para responder às questões de números 05 a 10 utilize o critério PEPS para valoração dos estoques e considere que a empresa apura o resultado das vendas mensalmente. 05) Estoque final em 18/01/2013 (A) R$ 1.467,00 (B) R$ 1.300,00 (C) R$ 1.200,00 (D) R$ 1.000,00 (E)R$ 900,00

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06) O custo da mercadoria vendida em 26/02/2013 (A) R$ 4.500,00 (B) R$ 4.250,00 (C) R$ 3.720,00 (D) R$ 3.650,00 (E) R$ 3.200,00

07) Custo da mercadoria vendida em 18/01/2013 (A) R$ 1.467,00

(B) R$ 1.755,00 (C) R$ 1.950,00 (D) R$ 2.100,00 (E) R$ 2.200,00

08) Saldo final dos estoques em 28/02/2013 (A) R$ 4.604,00

(B) R$ 4.204,00 (C) R$ 3.612,00 (D) R$ 2.950,00 (E) R$ 1.421,00

09) Ao final dos dois meses o lucro bruto acumulado será: (A) maior pelo critério Média Móvel.

(B)maior pelo critério PEPS.

(C) igual em qualquer dos critérios utilizados.

(D) a diferença de critério não influencia o lucro bruto. (E) menor no critério PEPS.

10) Ao final do mês de Fevereiro o valor do estoque será: (A) igual nos critérios PEPS e MPF.

(B) maior pelo critério Média Móvel. (C) maior pelo critério PEPS.

(D) a diferença de critério não influencia o lucro bruto. (E) menor no critério PEPS.

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