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E
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5
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íní
____._.Ê
lllll __._--;"“-ía
ø
Eø
--__..-L-=#
_--_=-“_-- __-_?í__- ______ \ 04203497Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de Produção
A coMPETÊNc|A
E|v|oc|oNA|_
~DAS
cHE|=|As
No PRocEsso
D
A
MUDANÇA
ORGANIZACIONAL
PLAN
EJADA
Um
Estudo de
Caso
em
uma
Indústria
de
Embalagens
Benedito
Luiz
Fernandes
Vázquez
Dissertação
apresentada
ao
Programa de Pós-Graduação
em
Engenharia
de Produção
da
Universidade Federal
de
Santa
Catarina
como
requisito parcialpara
obtenção
do
títulode
Mestre
em
Engenharia
de
Produção
Florianopolis
A
COMPETÊNCIA EMOCIONAL
DAS
CHEFIAS
NO PROCESSO
DA
MUDANÇA
ORGANIZACIONAL
PLANEJADA
Um
Estudo de
Caso
em
uma
toH g
Indústria
de
Embalagens
I r.Esta
dissertação
foijulgada
e
aprovada
para
a
obtenção
do
titulode Mestre
em
Engenharia
de Produção
no
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção
da
Universidade Federal
de
Santa
Catarina
Florianópolis,
23 de
'o
de
2001.
r
.Prof.
RICARD
IRAND
BARCIA,
Ph.D.
ordnado
o
Curso
BANCA EXAMINADORA
~Prof.
Gr
rioJean
Varvakis
Rados,
Ph.
D.Orientador
Prof.
Álvaro
Guillo Rojas Lezana,
Dr..
À
minha
esposa,
Lucimara,
companheira
e
exemplo
deequilíbrio
emocional,
e
aos nossos
filhos, Natália.e
Lucas,
pelo incentivo
e compreensão.
Obrigado
pela
harmonia
de
nossa
familia.A
Deus,
que
me
deu
a
força
necessária
para cumprir
o
objetivoa
que
me
propus.
Agradecimentos
Meu
carinho
aos
meus
pais
pelo
exemplo de
persistência
e
retidão
de
caráter.Meu
respeito
'
aos
amigos da
Trombini
Embalagens
Ltda.pelo convívio
de
mais
de
vinteanos,
pelas
liçõescotidianas
de
comportamento
profissional
éticoe
humano
“Nada
é
permanente...
exceto
as
mudanças.”
Lista
de
Figuras
. . . . . .p
Listade
Quadros
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .p
Resumo
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .p
Abstract
. . . . . . . . . . . . _ .p
1|NTRoDuçÃo
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .p
2
FUNDAMENTAÇAO
TEÓRICA
. ._ . . . . . . . . . . . . . . . .p
2.1
A
mudança
organizacional
na
atualidade . . . . . . .- .p
2.2Objetivos
da
mudança
organizacional . . . . . . .p
2.3
Visão
históricadas
mudanças
organizacionais
. . . . .p
2.4
Tipos
de
mudança
organizacional . . . . . .p
2.4.1
Mudança
organizacionalplanejada
. . . _ _p
2.5
Etapas
do
processo de
mudança
organizacional . . . . . . .p
2.6
Liderança para
a
mudança
organizacional . . . . . .p
2.7
Resistência
e motivação
para a
mudança
organizacional .p
2.8
O
papel
da
chefiacomo
agente
de
mudança
. . . . . . .p
2.8.1
A
competência emocional
no
trabalho
. . . .p
3SELEÇÃO
DO
INSTRUMENTO DE PESQUISA
. . . . .p
3.1 Multifactor
Leadership
Questionnaire
forTeams
. . . .p
3.2
Inventory
of
Change
in Organizational Culture . . . . . . . .p
3.3
Metodologia
para
medição
da
mudança
cultural . . . . . .p
3.4ouesciønârio
do
EQ
MAPT"
...
. .p
3.6
Assessment
of
change
sponsorship
. . . . . . . . . . . . . . .3.7
Leadership
-
culturedimensional
screening scale
. . . .ii-
3.8
Emotional
competence
inventory
. . . . . . . . . .3.9 Definição
do
questionário
. . . . . . .4
METODOLOGIA
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1
Delineamento da metodologia de pesquisa adotada
. .4.2
Mensuração da
liderançapara
as
mudanças
. . . . . . . .4.3
Validação
do
questionárioECI
360
. . . . . . . . . . . . . .4.4
Delimitação
da
pesquisa
. . . . . . . . . . . . .4.5
Coleta
dos dados
. . . . . . . . . . . . . . . .4.6
Limitações
da pesquisa
. . . . . . . . .5
O
CASO
TROMBINI
. . . . . . . . . . . . . . . .5.1
Caracterização
da
organização
em
estudo
. . . . . . . . _ . 5.2A
sucessão
de
mudanças
organizacionais
na Unidade
Paraná
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _5.3
Dados
obtidos
atravésdas
respostas
do
ECI
360
. . . .~
6
DISCUSSAO
DOS
RESULTADOS
. . . . .6.1
As
atitudesdas chefias
. . . . . .6.2 Critica
e
comentários sobre
o modelo
adotado
. . . . . .7
CONCLUSÃO
. . . . . . . . . . . . . .7.1 Verificação
do
atingimento
dos
objetivosda pesquisa
7.2
Recomendações
para
futuraspesquisas
. . . . . . . . . .8
ANEXOS
. . . . . . . . . . . . . . . .8.3
Questionário
8.4
Evolução
Históricada
Trombini
.8.6
Processo da Qualidade
Trombini
8.7 Diretrizespara
planejamento
. . .10
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS
_ . . . _11
LEITURAS
RECOMENDADI-\'S
. . .. . . p. . . . . . . . . . p.
8.5 Politica
da Qualidade
Trombini
. . . . . . p. . . . . . . . . . p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 9GLossÁR|o
. . . . . . . . . . . . . . . . . . p. . . . _ . p. . . . . . . . . . .. p.115
127
131132
136
138
142
152
Figura
1Figura
2: Figura 3 Figura 4:Figura
5 Figura 6: Figura 7:Figura
8:O
processo de
mudanças
segundo
Kun
Lewin
Agrupamento
das
afirmações no
ECI
360
_ . . . _Número
de
afirmações
do
ECI
360
. . . .p
Respostas “não se
aplica” . . . . .Agrupamento
“autopercepção”
Agrupamento
“auto-regulação”
. . . . . . . . . .Agrupamento
“percepção
socia|" . . . . _Quadro
1:Os
principiosda
organização
do
conhecimento
. . . . . .p
Quadro
2:Evolução
dos
estilosde
liderança . . . .p
Quadro
3:A
moldura
da
competência emocional
. . . .p
Quadro
4:Questionário
do
EQ
MAP
. . . .p
Quadro
5:Agrupamento
das competências emocionais
no
ECI
360 p
Quadro
6:Competências do
ECI
360
referentesà
liderançadas
mudanças
. . . . . . . . .p
Quadro
7:Determinação
da
validadedo
ECI
360
. . . . . . . . . . . .p
Quadro
8: Perfildas
chefiasna Unidade Paraná
. . . . . .p
Quadro
9:Levantamento das competências emocionais das
Resumo
VÁZQUEZ,
Benedito Luiz Fernandes.A
Competência
Emocional
das
Chefias no
Processo
da
Mudança
Organizacional
Planejada:um
estudo
de
caso
em
uma
indústriade embalagens.
2001.153
f.Dissertação
(Mestrado
em
Engenharia de Produção)
-
Programa
de
Pós-
Graduação
em
Engenharia
de
Produção,UFSC,
Florianópolis.O
objetivoda
presente pesquisa foi evidenciara
predisposiçãodas
chefias
às
mudanças
organizacionais planejadas, propostas pelogrupo
dirigente
da
Trombininos
últimos anos.O
método
que
caracteriza esta pesquisaé o
estudode
caso.A
população estudada
“envolve gerentese
supervisores
dos
niveis táticoe
operacional.Os
dados
foram
obtidos pormeio
de
pesquisa documental,da observação
participante geda
aplicação,com
consentimento,
de
um
questionáriode
autoriade
D.Goleman,
D. McCIelland, R. Boyatzise
outrospesquisadores
americanos.Os
dados
quantitativos foram calculadose
agrupados a
fim
de
permitira
análisee
interpretação.Os
documentos
pesquisados
sofreram análisede
seu conteúdo
e
foram
tratadosde
forma
descritiva.Os
valoresdo
sistemade
liderançae
o
graude
aderênciaàs
mudanças
propostasforam
extraídosdas observações
efetuadas.As
mudanças,
porsua
vez,foram
constatadas atravésda
cronologiados
principais eventos transcorridosno
periodo analisado,da
implementação das
etapasdo
Processo
da
Qualidade
Trombinie das
respostasao
_ questionário.Os
resultados revelaram
a
mudança
cultural decorrente tantodo novo
estilode
gestão
implementado,bem como
do
alinhamentodas competências
emocionais
do grupo
estudado. Ficou evidenciadoque
oitratamento para minimizaras
resistências oriundasdos processos
de
mudança
dessa
organização, está centrado
na
participaçãoe no
envolvimentoemocional das
chefias.
A
correlação' positiva entreas
variáveis analisadaspôde
ser inferidaa
partir
do
êxitoda implementação das
mudanças
organizacionais planejadas.Abstract
gVÁZQUEZ,
Benedito Luiz Fernandes.A
Competência
Emocional das
Chefias
no
Processo da
Mudança
Organizacional
Planejada:um
estudo
de caso
em
uma
indústriade
embalagens.
2001.153
f. Dissertação(Mestrado
em
Engenharia
de Produção) -.Programa
de
Pós-
Graduação
em
Engenharia
de
Produção,
UFSC,
Florianópolis.This research
proposes
indicating leading. individuals' predisposition toplanned
organizational changes. Thiscase
study involved tactic levelmanagers
and
supervisors thathave
been
working for TrombiniEmbalagens
Ltda.Data
were
obtainedby
means
ofdocumental
research, participant observationand
from replies to a questionnaire
designed by
D.Goleman,
D. McCIeIIand, R.Boyatzis
and
otherAmerican
researchers,who
kindlyapproved
itsuse
atno
cost for
academic
purpose. Quantitative scoreswere
calculated, analysedand
interpreted.
Documental
«recordswere
also collected, submitted to content analysisand
treated descriptively.Values
underlying leadershipconduct
and
thedegree
ofadherence
to theproposed
transformationswere
observed.Changes
themselves
were
confirmedby
a stated chronology ofmain
events vvhich occurred duringsuch
period,by
the implementation of Trombini's QualityProcess
and
by
theresponses
to the questionnaire applied. Results revealed that culturalchange
derived from anew
management
style, as wellas
from thedevelopment
of emotionalcompetencies
of thegroup under
examination.Evidence
was
gathered in order to support theassumption
that participationand
emotional involvement prevailed over resistance to . changes. Positivecorrelation of variables could
be
implied from satisfactory implementation ofplanned
organizational changes.1
iNTRoDuÇÃo
No
limiardo
novo
milênioas
organizaçõesoperam
em
um
contexto ambiental dinâmico e complexo,que
se caracteriza pelo elevado graude
transformação.
O
sucesso
competitivodepende da
capacidade de adequar-se
continuamente às
mudanças
que
ocorrem
ao
seu
redor.Acompanhar
esteprocesso é
parte integrantede
uma
atitudede
proximidadeentrenações,
paraas
quais ademocracia é o
conceito social vigente,em.
um
espaço que
congrega
inimigosmenos
ameaçadores, e
aliadoscada vez mais
capazes.O
ritmo atualda
transformação-
devido à globalização,demandas
do
consumidor, inovação tecnológica
e
acesso à
informação-
é
aum
só
tempo,deslumbrante e
estonteante.Tanto os vencedores quanto os perdedores
enfrentam transformações
que não
podem
ser antecipadasou
controladas.Segundo
D.ULRICH,
a
tônica desteprocesso “não é o
ritmoda
transformação,mas
a capacidade
de
reagir aesse
ritmo” (1998, p.189).A
tecnologia está funcionandocomo
um
verdadeiro desestabilizadordas
instituições, faceao
seu
forte impacto inovador, desequilibrandoas
estruturas vigentes, solucionandoproblemas e
criando situações inteiramente novas. I.CHIAVENATO
enfatiza que: _As dimensões de espaço e tempo estão se transformando rapidamente
em
conceitosde instantaneidade e virtualidade, respectivamente.
A
infonnação on-line eem
temporeal e o just-in-time são exemplos da .corrida para a instantaneidade.
A
fábrica enxuta ea empresa virtual são exemplos da corrida para a virtualidade. Tudo para satisfazer a
necessidade de maior urgência e de menor tamanho, condições para aumentar a competitividade (Chiavenato, 1999., p. 137).
Na
comunidade
global, aprodução e
comercializaçãode
produtos eserviços
é
feitaem um
dinâmico sistemade
intercâmbios.O
crescimentoe
aabrangência das
organizações, amoderna
tecnologiade
informação-
simbiose entre tecnologiade comunicação
e
informação-
e a
sofisticaçãodos
meios
de
transportepermitem
integraras operações
ao' longode
muitas fronteiras internacionais, afim
de
extrairmaiores vantagens
de
produção,custo, localização
e
distribuição. Maior proximidadeadvém
do
"encolhimento"do mundo,
em
que
a distância físicapassa
a ser insignificante,e
os
clientesde
qualquer lugarsão
tratadoscomo
eqüidistantes, afetandoprofundamente
a rotina empresariale
desestabilizandoas
organizações.Alguns
dos
desafiosdecorrentes para
os
liderescombinam
o conhecimento
de-diferentes linguase
da
diversidade culturaldos
paísescom
os
quais- é necessário se relacionar, a práticade
uma
nova
atitudede
curiosidadee
respeitoao
mundo
externoalém
das
fronteiras nacionais,e o
desenvolvimentode
competências
paraparticipação
na
economia
mundial.As
organizações
devem
acompanhar
as
transformaçõesque
ocorrem
em
seu
contextoaumentando
sua
eficácia,ou
seja,o
nivelem
que
a organizaçãoconsegue
atingiros seus
objetivos. Isto incluimudanças
nas
linhasde
autoridade,nos
níveisde
responsabilidade atribuídosaos seus
váriosmembros
enas
linhas estabelecidasde comunicação
organizacional.As
organizações precisam atender
aos
aspectosde
totalidadee
de
teleologia para incrementaros
efeitos sistèmicose
de
sinergia.A
organização precisamudar
continuamente suas
respostasaos
desenvolvimentos
significativos,como
asnecessidades dos
clientes,avanços
tecnológicos, tendências
econômicas,
mudanças
sociais _e culturais,novos
regulamentos
legais etc.O
estudoda
mudança
organizacionalé
importante paraque
os
administradoresem
todosos
niveis organizacionais tirem proveitodos
fatores positivos e negativosque
podem
contribuirou
impediro
esforçode
adaptação e
ajustamento. -P. R.
MOTTA
menciona que
amudança
é
vistacomo
a aquisiçãode
novos
compromissos
valorativos:Na última década, a questão valorativa reacendeu-se fortemente na área da gestão
empresarial e, hoje, constitui-se dimensão fundamental das propostas de mudança.
A
preocupaçãocom
responsabilidade social da empresa, ecologia, ética, moral, qualidade de vida funcional e direitos da clientela ganhou tal dimensão que levou agerência a ultrapassar seus limites valorativos anteriores, restritos à eficiência e
'-Sob
o
pontode
vista estratégico,na
erada
globalização, aempresa não
mais
sobrevivecomo
entidade isolada a competircom
inimigos-concorrentes,mas
como
uma
organização
inseridana
interdependência, valorizando aliançase
redesde
colaboração mútua. Estratégias antigasnão
resistemà
alta velocidadedas
transformações tecnológicas,sendo
que
as rápidasdesatualizações e
o
obsoletismoexigem
alianças setoriais para garantir sobrevivênciae vantagens
comparativas. Concorrentessão
referências básicas-
benchmarks
-
e parceiros potenciaisna busca
de
vantagens
cooperativas.A
redução
do tempo
parapensar o
futuro reforça anecessidade
da
antecipaçãoe
da
mudança
cotidiana.A
rapidez ea
intensidadedas
transformações sociais,econômicas,
políticas e tecnológicas
acentuam
a vulnerabilidadeda
empresa
àsmudanças
ambientais. Estruturas rígidas
provam
ser insuficientes para eliminarincertezas. Assim, a estrutura organizacional
vem
ganhando
uma
abordagem
de
maior relatividadee mais
proximidadede
um
sistema abertoe
contingencial.Sob
a perspectivahumana,
em um
mundo
competitivo, a diferença entreorganizações
se
faz pela qualidadedas
pessoas.Os
avanços
da
multidisciplinaridade e
da
polivalênciatornam
o indivíduo responsável pelamaior parte
das
decisões,sendo
necessáriocomparar
equipescomo
forma
de
compensar
dificuldadesde
julgamentos individuais, atéo
pontoem
que
os critériosde
retribuição valorizammais
a coletividade.Entretanto,
sob
um
enfoque
político,o
conceito elitista,em
que
o poder
era concentrado
no
topoda
organização, evoluiucontemporaneamente
parao
pluralismo e o
empowerment.
G.WEBER
afirmaque
"aspessoas
com
empowerment
realizam muitomais
para a organizaçãodo que
as
comandadas
jamais fizeram"
(apud
Hesselbein, 19973, p. 304).Existem muitas fontes
de
recursosde
poder
não
só na
autoridadedo
cargo,
mas também
em
fatorescomo:
conhecimento,acesso à
informação,dominio
da
tecnologia, controlede
uma
etapado
processo
decisórioou
habilidadeno
manejo
dos
próprios símbolosdo
poder. Assim, amudança
enfatizar formašparticipativas
de
gestãoe
transparênciade
comunicação; e
ademandar
uma
revisãodos
conceitosde
liderança.' _
Para
J. P.KOTTER,
as
iniciativasde
mudança
"desfilaramsob
muitasbandeiras": gestão
da
qualidade total, reengenharia, reestruturação, viradas,fusões
e
aquisições. Contudo,segundo
esse
autor, citado por F.HESSELBEIN
(1999, p. 79),
de
acordo
com
a
maioriadas
avaliações, raras iniciativasatingiram
suas
metas.Além
disso, J. P.KOTTER
atribuia
uma
organizaçãoque
delegue mais poderes e
responsabilidades, detentorade
uma
hierarquiasimples
e
enxuta,uma
posição superior para manobrar,comparativamente a
outra
que
tenhauma
grande
massa
resistenteàs
mudanças
(1999, p. 171).Em
um
mundo
descontínuo,a
medida
que a
taxade
mudança
aumenta,
este conjunto
de
pressupostos estimula a articulaçãode
um
novo
tipode
liderança.
Conforme
estabelece E.SCHEIN
(apud
Hesselbein, 1997¡,, p. 88):Criar e 'animar'
uma
organização requer visão flmie, convicção e energia; reunirgrandes grupos de pessoas para institucionalizar processos
em
uma
escala global,com uma
população que varia largamenteem
tennos geográficos e etários, requer muito discernimento, sabedoria e habilidade. E, para fazer progredir e modificar organizações, são necessárias capacidade de aprendizado e flexibilidade pessoal.O
líderdo
futurodeve
conduzira
organização dentrode
doisde
seus
principais papéis.
Um
denomina-se o
papelda
liderança-
fazeras
coisas certas; issotem
a vercom
a
eficáciada
visãoe da
direçãona
formulaçãode
estratégias.
O
outroé
o
papel gerencial,que é
fazer certoas
coisas, atravésda
eficiência
do
comprometimento e
disposição para compartilharuma
visãoobtida por
consenso na implementação das
estratégias escolhidas.Segundo
K.BLANCHARD
e
S.COVEY
(ibid., pp. 99, 163; Nadler et al., 1993, p. 238),quando
as
estratégiasde
implementação
e visão estão alinhadasas pessoas
conquistam
autonomia.O
isolamentonão
é mais
permitido pelos líderesdo
futuro.Não
é
apenas
uma
opção
em um
universocada vez
menos
delimitadode
organizaçõessem
fronteiras orientadas pela 'forçado
cliente”.Cada
vez mais são
evitadosos
produtos
e
serviços, fatoque
motivou R-. M.KANTER
a
sentenciarque
“oslíderes
do passado quase sempre
levantaram muros. Agora, precisam destruí- lose
substitui-los por pontes"(apud
Hesselbein, 1997b, p. 108).A
reformulação organizacionalde que
trata este trabalhopode
incluirmudanças
nos
papéisque
as pessoas
devem
desempenhar, nas
pressuposições e
na
visão globalque governam
ocomportamento, e
nas
características concretas
do
programa da
organização. Taismudanças
são
realmente
em
larga escala,no
sentidode que
elasabrangem
múltiplosaspectos
da
organização, e profundas,envolvendo
mudança
substancialem
aspectos
tãofundamentais
como
valores.Pesquisadorescomo
D.MCCLELLAND,
L.SPENCER
e
D.GOLEMAN
concluíramque
as
habilidades cognitivas,como
o raciocínio analíticoou
a perícia técnica, adquiridas atravésda
habilitaçãoacadêmica e
medidas
atravésdo
testede
Q.l.,são
importantesporém
necessáriasapenas
para 'ingresso'em
atividades profissionais.
Juntamente
com
a
inteligência prática,uma
combinação de
perícia técnicae
experiência,determinam
o
desempenho
cotidiano.
Porém
esses
autores definem “inteligência emocional”no
trabalho,como
acapacidade de
identificar os próprios sentimentose
osdos
outros,de
motivar-se e gerenciar
bem
as própriasemoções,
permitindoàs pessoas
trabalharem juntas, visando
suas metas
comuns
(Goleman,
1999, pp. 19, 337).Deste
pressuposto decorre acompetência
emocional,que conduz ao
êxitoprofissional. Dentre
as
diversas aptidõesmencionadas
inclui-se ade
liderarequipes
para catalisarmudanças,
tema do
presente trabalho.No
âmbitodas
indústrias,os
reflexosdas
mudanças
como
fenômenos
sociais estimulam a repensaras
estratégias.A
demanda
poruma
adaptação e
maiorcompreensão
da
natureza destesprocessos
constituiàumaquestão
central para
seus
líderes.Os
modelos dominantes
de
produção e
de
gestão,que
respondiam
aum
contexto histórico-social,cedem
espaço
paramodelos
que
assumem como
questão
central a qualidadee
a satisfaçãodo
clienteem
mercados
segmentados,
redirecionandoos
esforçosdas
organizações para esteselementos:
. .Não
indiferentea
taismudanças, o
setor industrial brasileirovem
sendo
fortemente influenciado por esteambiente
mutável, especialmente asempresas de
origem
familiar,que não
se encontravam preparadas
paraos
desafios'
que
seimpõem
contemporaneamente.
Istopode
serobservado
peloprocesso
ao
quala
TrombiniEmbalagens
Ltda. foisubmetida nos
últimos anos,como
reflexodas
imposiçõesdas economias
brasileirae
mundial.Como
funcionário desta organizaçãohá mais
de
vinte anos,pude
amadurecer
a percepção
da
importânciado
papeldas chefias
É
gerências e supervisões- como
catalisadoresdo
processo
de
mudança. Implementar as
transformações
de
maneira
pró-ativa gera anecessidade
de
lidarcom
tensões,conflitos
e
resistências, envidar esforçosno
sentidode
manter o
moral elevado eo
espíritode
equipe,bem
como
predispor todosos
seus
membros
a se dirigirem para a concretizaçãoda
visãoda
alta administração.Desse
modo, buscou-se
verificarempiricamente
tais questões, a partirda
pressuposta relevânciadas
resistênciasque
seopõem
às
mudanças
organizacionais planejadas
e
das
diferentesabordagens
aplicáveisdo
conceitode
liderança,no
papel exercido pelaschefias da Unidade Paraná
da
TrombiniEmbalagens
Ltda.,mediante as
propostasque
emanaram
do
grupo
dirigentenos
últimos anos.Nesse
sentido,de
acordo
com
a metodologia estabelecidapor F. V.
RUDIO
(1986, p. 70), propõe-se desenvolveruma
investigaçãosob
aorientação
do
seguinteproblema de
pesquisa:
iÉ
evidenciada predisposição
das
chefiasàs
mudanças
organizacionais
planejadas,propostas
pelo
grupo
dirigenteda
Trombini
nos
últimos
anos?
Convém
mencionar
que
apresença
de
líderesem
organizações
complexas independe
do
nível hierárquicoe
está subordinadaa inúmeros
fatores
que fogem do escopo
deste trabalho. Portanto, para efeito destapesquisa, é levada
em
consideraçãoapenas
a liderança constituida pela hierarquia formal,incumbida
de
promover as
mudanças
organizacionais1.1
Objetivos
da Pesquisa
/
O
objetivo geral desta pesquisaé
verificar,com
base na
identiflcaçãodas competências emocionais
-
tratadascomo
variáveis independentes,o
graude
predisposiçãodos grupos
de
chefiade
nível tático e operacionalàs
implementações
de
mudanças
organizacionais planejadas,a
partirda
fusãoda
gestão das
fábricasde
papel epapelão ondulado
que
constituema Unidade
Paraná, situada
em
Curitiba.O
períodocompreende desde
janeirode
1996
atéos
dias atuais.Em
termos
de seus
objetivos específicos, pretende-se:ll identificar
os
principais valores subjacentesao
sistemade
liderançada
Trombini
no
períodoque
sucedeu
à fusão;Ll
Observar as
alteraçõesde
direcionamentoda empresa
necessárias duranteos
anos
subseqüentes,que
afetaram aUnidade
Paraná;Ifl Avaliar
o
graude
aderênciaou
resistênciaàs
mudanças
que
as
própriaschefias estimam.
1.2 Justificativa
Teórica e
PráticaA
profundidadee
acomplexidade do
tema
Mudança
Organizacional,assim
como
a variedadede enfoques
existentes,tornam
a pesquisa desafiadora.O
assuntotem
sido largamente exploradonos
últimos anos,sendo
objetode
vários artigose
livros. T.WOOD
menciona
que:A
dificuldade maior é construirum
corpo coerente de idéias diante deum
universoteórico e prático multifacetado, que evolui de forma turbulenta.
Uma
característica do tema é a alta velocidadecom
que as correntes dominantes se tornam ultrapassadas edão lugar a novas abordagens. Por outro lado, existe
um
constante movimento de retomo a conceitos antigos, não raro fundamentados nos clássicos da tilosoiia ou dasciências econômicas.
Como em
outros campos de desenvolvimento das idéias,também
neste ocorreum
constante fluxo de inovação e renovação e, não raro, rupturasO
significativonúmero de
proposições teóricas relacionadasaos
temas
da
presente pesquisa,abordam
aquestão
das
mudanças
sem
apresentar instrumentos para mediro
graude
aderênciae
predisposiçãodas
liderançasenvolvidas
no
processo,o
que
parece encontrar sustentaçãona
abordagem
descritiva.
Segundo
F. V.RUDIO,
“descreveré
narraro
que
acontece",descobrindo e
observando os fenômenos, procurando
classifica-los e interpretã-los (1986, p. 56).Ao
tratarde
um
caso
que
se insereem
um
cenário caracterizado pela constantemudança,
propõe-se evidenciar a fontede
experiências pessoaisno
setor profissional à qualo
pesquisadortem
estado exposto, por ter exercido cargosde
chefia na
organização objetode
estudonos
últimos vinte anos.Por
este motivo, foi escolhida
uma
empresa do ramo de embalagens
como campo
de
pesquisa.A
seleçãodessa
empresa
sedeu
pelo fatode
terpassado
por profundasmudanças
organizacionais, impulsionada pelasnecessidades
de
sobrevivência
e
adaptação,ensejando
um
ambiente
ricode
informações paraum
estudodessa
natureza.Cabe
ressaltarque
este trabalhonão
foiencomendado
pela própria organização.Para o
desenvolvimentodo tema
tenciona-se utilizar a pesquisaqualitativa.
Ao
contráriodas
pesquisas quantitativasque
buscam
enumerar
resultados, partindode
hipótesese
variáveisbem
definidase
de
um
plano pré- estabelecido,os
estudos qualitativostêm seu
pontode
partidaem
questões
amplas,
que
vão
se definindo àmedida
em
que
os
trabalhosavançam
e asinvestigações focalizam
dimensões
sustentadas pelaabordagem
interpretativa.Envolve a obtenção
de dados
descritivose
a análisedo
mundo
empíricoem
seu ambiente
natural,procurando
compreender
os
fenômenos segundo
aperspectiva
dos
participantesda
situaçãoem
estudo,preocupando-se
com
o
processo e
não
simplesmente
com
os resultados (Godoy, 19953, pp. 58, 62;Triviños, 1992, p. 129).
A
hipótese
de pesquisa supõe que
“ogrupo
de_pessoas composto
pelas chefiasda
organizaçãoem
estudo,tem
sidoformado
ao
longodos
últimos
anos
com
o
objetivo precípuode
construire
darforma às
mudanças
hipótese,
como
suposição provisória,tem
a pretensãode
ser: plausívelenquanto
indicauma
situação passívelde
ser admitida; consistente pornão
contradizer a teoria; especificadoao
identificaro
objetode
observação; verificável porprocessos
científicos; possui clarezaao
denotaros
fenômenos
sociais a
que
se refere;sendo
simplesao
conterapenas
os termos
que
são
necessários à
sua compreensão.
Constata-se, assim,que
esta hipótesepode
servir
como
guiada
pesquisana busca
de
informações para verificaçãode
sua
validade (Rudio, 1986, pp. 78-84).
A
principalmotivação
para a realização deste trabalhoé
a possibilidadede
enfocaro
aspectohumano
das
organizações.Além
disso,considerando
minha
experiência profissional, acreditoque
a
liderançaé
um
forte fator determinantedo
sucesso
empresarial.Não
tenho a 'ilusãode que
possa
modificar
as
organizaçõesem
geral,mas
tenhoa esperança
de
encontraruma
forma
de
atenuaras
dificuldades.Como
minha
formação
básicaé
a Engenharia, procuro orientar estameta
dentrodo
meu
campo
de
conhecimento.
O
presente estudose
compõe
de onze
capítulos distribuídosda
seguinteforma: neste capítulo
temos a
introdução;no
segundo, afundamentação
teórico-empírica;
no
terceiro capítulo se encontra a pesquisa pelo instrumentode
coletade
dados;no
quarto capítulose
enunciao
referencial metodológico utilizado para orientara
pesquisa;e o
quinto capitulo destina-se àapresentação
da empresa
objetode
estudo,bem
como
dos
dados
obtidos atravésda
pesquisa.No
sexto capítulosão
discutidosos
resultadosda
pesquisa,e
no
sétimosão abordadas as
conclusões acercada
investigaçãoempreendida.
O
oitavo capítulo apresentadados da
pesquisa documental,enquanto
que
onono
capítulo,um
glossáriodos
termos utilizados.O
décimo e
o undécimo
capítulosapresentam a
bibliografia.Neste
capitulo introdutório foiapresentada
uma
visão geralda
temáticaem
foco neste trabalho,procurando demonstrar sua
relevância parao
estudoda
administraçãodas
transformações organizacionais.São
também
apresentados
“a” justificativa teóricae
prática
do tema
e os
objetivosque
~
2
FUNDAMENTAÇAO
TEÓRicA
2.1
A
Mudança
Organizacional
na
Atualidade
A
velocidadedas
mudanças
sociais,econômicas,
politicase
tecnológicas neste inicio
de
século,demonstra
que
os ambientes
organizacionais
tem
se tornadomenos
benignos,mais
complexos,mais
inter- relacionados emais
dinâmicos.Também
os consumidores
tornam-semais
exigentes,
um
número
cada vez
maiorde
competidoreschega
acada
diaao
mercado,
o ciclode
vidados
produtos reduz-se e a forçade
trabalho requernovo
tipode
tratamento.Mudança
é a
palavra-chavenos
tempos
atuais,porque
significa inovaçãoe
sobrevivência.O
assuntotem
sido largamente exploradonos
últimos anos, encontrando~sedesde
abordagens acadêmicas
com
vertentes filosóficase
antropológicas,
com
análises profundas sobreo
conceitode
mudança,
atéreceituários
de
processos
de
intervenção para gerentesque
desejam
melhorar aperformance
de
suas empresas.
Entretanto,segundo
S.CROM
e
T.BERTELS,
"cada organizaçãodeve
desenvolversua
própriaabordagem
paraadministrar
as
mudanças”
(1999, p_166).D. C.
BASIL
e
C.W.
COOK
(apud
Wood,
1995, p. 19) acreditamque
osprincipais
elementos
da
Mudança
Organizacionalsão
a tecnologia,o
comportamento
social eas
instituições e estruturas.Para
estes autores, amaioria
das
organizaçõesmuda
em
respostaàs
crises,sendo
limitadoo
número de
casos
de
atitudes proativas.Para
C.HANDY
(ib¡d., p. 223) asmudanças
atuaissão
descontinuas,provocadas
pelasmudanças
econômicas
e
tecnológicas, exigindo
uma
postura mental anti-dogmática.P. M.
SENGE
(1999, p. 13) citaque
diantedas
transformaçõesesperadas
em
tecnologia, biologia, medicina, valores sociais, demografia,no
meio ambiente e nas
relações internacionais, “afunção
da
sociedade
pós- capitalistaé
desestabilizante-
o
que
significa [...]serorganizada
para amudança
e
paraa
inovação”,conforme
complementa
P.DRUCKER
(apud
48) sustenta
que
“a organizaçãodo
séculoXXI
se `caracteriza pela responsabilidade, pela autonomia, pelo risco e pela incerteza.
Acabaram
a rigideze
a disciplina artificiaisda
empresa
convencional.” N.ARANTES
acrescentaque
as
organizações estãoem
constanteprocesso
de
interaçãocom
seus ambientes
externoe
interno, estesem
permanente movimento.
“Asempresas
válidassão as
que
aceitam este desafioe dispõem
de
vitalidade parapromover as
mudanças
necessárias” (1994, p. 401). -2.2
Objetivos
da
Mudança
Organizacional
Os
resultadosesperados
em
cada
estágiode
evolução empresarial geralmentesão
de
caráter tecnológico, estruturalou
comportamental. Estesfatores identificam
os
componentes do
sistemade
gestãoque
requerem
intervenção.
O
objetivopode
seraumentar
a competitividade, elevar arentabilidade
ou
a liquidez, melhorar a eflciència operacional, atualizar a organizaçãoem
vários aspectos,e
crescerou manter
a posiçãode
mercado.
Porém
“amudança
só
serácompleta
seas
mudanças
técnicas foremacompanhadas
das
respectivasmudanças
nas
variáveishumano-
comportamentais"
(ibid., Arantes, p. 403).Para
I.CHIAVENATO
(1999, p. 141),o propósito
das
mudanças
é“aumentar a
eficácia,ou
seja,o
nívelem
que
a organizaçãoconsegue
atingiros seus
objetivos”, representando “modificaçãonas
atitudes cotidianas,nas
relaçõesde
trabalho,nas
responsabilidades,nos
hábitos
e comportamentos das pessoas
[...] implicando variaçõese
alteraçõesde
rotina" (ibid., p. 152).Convém
acrescentarque
"as transformaçõesnão
atingem seus
objetivosquando
os
níveisde
complacência são
aItos" (Kotter, 1999, p. 35).B. A.
SPECTOR
enfatizaque
as
habilidades necessárias paraum
trabalho eficaz
em
equipe,como
um
modo
de
operação
-
capacidades
de
negociação,
de
gerenciamento
de
conflitos,de
apreciaçãode
diversidadese de
solução
de
problemas
- devem
estarprofundamente
enraizadasnas
organizações. sistemas
devem
se
concentrarnas necessidades dos
controle impostos pela administração.
É
necessárioentendimento
sobreo
que
é fornecer valor
ao
cliente para operarcom
mais
eficáciaem um
contextotransorganizacional. Agir
assim
demanda
investiros
funcionáriosde
autoridadeem
uma
ação
complexa
paracoordenar
aparentes contradições.Quanto
mais
poder
uma
organização ofereceaos
funcionários,mais
direçãotem
que
fornecer a fimde
darespaço
considerávelde
ação. “As organizações eficazesoperam no
extremo
superiorde
ambas
as dimensões:
um
contexto altamenteexigente,
conjugado
com
empowerment
e
capacitação” (1998, cap. 2).2.3
Visão
Históricadas
Mudanças
Organizacionais
As
organizações
humanas
passaram
gradativamente por quatro etapasbem
definidas,em
que
sofreram drásticas transformações.A
etapamais
longafoi
a da
Agricultura,que
durou
até aRevolução
Industrialem
1776,quando
se inicia a etapado
Artesanato.A
terceira etapa,da
Industrialização, teve lugar a partirde
1860,quando
o
ferro foirapidamente
substituído pelo aço,o vapor
pela eletricidade
e
pelos derivadosde
petróleocomo
principais fontesde
energia.Nessa
etapahouve
alto graude
especializaçãono
trabalho;dominio
da
indústria pela ciência;transformações nos meios
de
transporte ecomunicações
com
o
eventodo
avião,do
rádioe da
televisão;e o
capitalismoindustrial
cedeu ao
capitalismo financeiro.Neste
periodohouve o
gradativodistanciamento entre paises desenvolvidos
e
subdesenvolvidos (Chiavenato,1998, pp. 31-34)
A
evolução históricada
teoriada
administração estáembasada
numa
sucessão de
idéias aceitascomo
válidas pordeterminado
período.As
alterações destes conceitosna
'linhado
tempo'impulsionam a evolução das
organizaçõesna
sociedade. Afirma-seque “uma
teoria éum
conjunto coerentede
idéiascapazes
de
explicaras
relações entredeterminados
fatosobserváveis” (Chiavenato, 1999, p. 37).
De
acordo
com
o
pressuposto vigente, observa-seque
enquanto
uma
teoria administrativa enfatizaas
tarefas operacionais, outraspreocupam-se
com
a arquitetura organizacional, outrasimportância
da
tecnologiana
vida organizacionale
ainda outrasconcentram-se
nos
impactosdo
ambiente
sobreas
organizações.`
O
desenvolvimento
da
teoria administrativapode
sermelhor
explicadoatravés
de
três etapas distintas pelas quaispassou o
mundo
organizacionalno
decorrer
do
séculoXX
-
a era industrial clássica,a
era industrial neoclássicae
a era
da
informação, todasentremeadas das
ênfasesmencionadas.
l.
CHIAVENATO
citaque
a era industrial clássica estendeu-se atéa
metade
deste século.É
a
etapaem
que
o
capital financeiropassou
a
constituira
principal fontede
riqueza.Predominou, nessa
era,um
ambiente empresarial estável, previsível, tranqüilo, exigindouma
postura depermanência. Nas décadas iniciais desse período, prevalecerarn as três abordagens
tradicionais da administração: a Administração Cienlíflca, que enfalizava as tarefas no
nivel do operário, a Teoria Clássica e 0 Modelo Burocrático que valorizavam a estrutura
organizacional, e a Teoria das Relações Humanas, que ressaltava o papel das pessoas
nas organizações (1999, p. 33).
A
ênfase na
estrutura foi desenvolvida porduas
diferentes abordagens:a Teoria Clássica
e
a Teoriada
Burocracia. H.FAYOL,
por voltade
1916,mencionou que
a função
administrativacoordena e
integra todasas demais
funções
empresariais.Com
este edemais
autores clássicoscomo
Gulick, Un/vicke
Mooney
surgiu a Teoria Clássicada
administração,com
forte ênfasena
estrutura piramidal hierárquica departamentalizadae seu
caráter prescritivoe
normativo.Por
voltade
1947, M.WEBER
introduziuo
conceitode
Organização
Burocráticacomo
racionale
eficiente por excelência,onde
prevalece a ordem,
a
disciplinae
a total previsibilidadedo comportamento
dos
seus
participantesna busca da
máxima
eficiênciada
organização. Estemodelo
era ideal para
grandes
organizaçõesenquanto funcionavam
em um
ambiente
estável e
de pouca
mudança
(ibid., pp. 41-44).A
ênfasenas pessoas
teveseu
iniciocom
a Teoriadas Relações
Humanas,
resultadodas
pesquisasde Hawthorne na
década de
1930.Os
novos
conceitos incorporadosforam
a organização informal, liderança,comunicação,
motivação,grupos
sociais,recompensas
simbólicase
sociais.Porém
logo caiuem
descrédito peloseu romantismo ingênuo e
pelaA
era industrial neoclássica ocorreuno
períodode 1950
até1990
quando
os
mercados
tornaram-se regionais, nacionaisou
internacionais. l.CHIAVENATO
menciona
que:0 ambiente de negócios tomou-se [...] instável devido às intensas mudanças sociais,
culturais, econômicas e tecnológicas dessa época. Para operar corn tal complexidade,
as organizações precisavam de inovações [...] que o tradicional modelo adrninistrativo
não permitia, devido à sua rigidez. [...]
A
globalização da economia trouxe novos conceitos,como
qualidade total, produtividade e competitividade,como
fomias desobrevivência empresarial. [...] Nesse periodo a Teoria Clássica é substituída pela Teoria Neoclássica, a Teoria da Burocracia pela Teoria Estruturalista e a Teoria das
Relações
Humanas
pela Teoria Comportamental (ibid. p. 33).Severas
críticas à rigidezdo modelo
burocráticoprovocaram o
aparecimento
da
Teoria Estruturalistaao
redorde
1950,com
mais
forteinfluência
da
sociologia.Preocupou-se
com
o estudo da
organização formal, estabelecida pelasnormas
eorganogramas,
'ea
informal, decorrênciado
comportamento
dos grupos
sociais dentroda
organização (ibid., p. 48).Após
adécada de
1950 a
TeoriaComportamental
indica forte influênciada
psicologia organizacional atravésdo
behaviorismo. Estaabordagem
trouxenovos
conceitos sobre motivação, liderança,comunicação,
dinâmicade
grupos,processo
decisório,comportamento
organizacional, estilos administrativos,que
alteraram
completamente os
rumos
da
teoria administrativa, tornando-amais
humana
e
amigável.Um
dos
subprodutos desta teoria foio movimento
peloDesenvolvimento
Organizacional (ibid., p. 50). “Em
1957,a
Teoria Neoclássica se apresentoueminentemente
eclética, aproveitando todasas
contribuiçõesdas demais
teorias anteriores,principalmente
a
clássicae a
humanista.A
principalnovidade
foia
focalizaçãoem
resultadoscom
a administração por objetivos,sendo
seu maior expoente
Peter Drucker, seguido porKoontz e
O'Donnell (ibid., p. 48).A
partirda década
de
1960, alguns teóricos neo-estruturalistasmais
extremistaslançaram
oconceito
de
'imperativo tecnolÓgico',considerando
que
a
estruturae
a dinâmicadas
organizaçõessão
aspectosdependentes
da
tecnologia utilizada (ibid., p.52).
1
No
entanto,segundo
T.WOOD
(1995, p. 25),a
origemdos processos
de
intervenção organizacionalpode
ser creditadaaos
trabalhos realizados peloanos 50 desenvolveu o
que
seconvencionou
chamar de
Abordagem
Sociotécnica. Esta
abordagem
foiuma
síntese originalde
conceitostecnológicos
com
outrosde cunho
humanista, resultandoem
processos
estruturados
de
intervenção. Outrasabordagens
importantes para acompreen-
são
do
momento
de
mudança
atualsão o Desenvolvimento
Organizacional (D.O.), osprocessos
planejadosde
mudança,
omovimento
da
qualidade, aabordagem da
Cultura Organizacional, a Teoriados Sistemas
Abertose o
Paradigma da Complexidade
(íbid., p. 223).A
correntedo
D.O.recebeu
contribuições importantesdos
trabalhosde
psicólogos industriais,
correspondendo
auma
sériede
técnicas para lidarcom
a organizaçãocomo
um
sistema complexo. Trata-sede
uma
estratégiade
mudança
organizacional normativa reeducativa, caracterizada porum
esforçode
longo prazo para melhorar a eficáciados processos
de
soluçãode
problemas,
com
ênfasena
culturados grupos
formaisde
trabalho ecom
o uso
das
ciênciascomportamentais
(ibid., p. 226).Os
programas
de
qualidadetêm
representado profundomovimento de
mudança
nas
organizaçõese
estão relacionados à evoluçãodos
modelos
gerenciais.
Podem
ser explicados por intervençõesque migram do
focono
controledo
produto parao
focono
processo,que
vão
desde
a incorporaçãode
elementos comportamentais e
culturais pela área industrial,no
setorde
serviçose
empresas
públicas, até a tendênciade
transformaçãodo modelo de
gestão
(ibid., p. 229).P.
SENGE
ressalva, porém,que
a maioriadas
iniciativasde
mudança
fracassa, citando
que
“dois estudosindependentes
no
iníciodos
anos
90,um
publicado pela Arthur D. Littlee
outro pelaMcKinsey
&
Co. descobriram que,de
centenas
de
programas
corporativosde Gestão
da
Qualidade
Totalestudados, cerca
de
dois terços'acabam
sendo
suspensos porque deixam
de
produziros
resultados esperados' "(1999, p. 16, grifo
do
autor). Este autoracrescenta
que
qualquerprocesso
de
transformação profunda requeruma
alteração