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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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R

ELATÓRIO

F

INAL

U

NIDADE

C

URRICULAR

E

STÁGIO

P

ROFISSIONALIZANTE

Manuel G. Costa

Orientador: Professor Doutor Bernardo Barahona Correa

Regente: Professor Doutor Rui Maio

Lisboa, Junho de 2019

Aluno n.º 2013347

“C

URAR UM DOENTE

,

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(2)

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 3

ESTÁGIOS PARCELARES ... 3

M

EDICINA

G

ERAL E

F

AMILIAR

... 3

P

EDIATRIA

... 4

G

INECOLOGIA E

O

BSTETRÍCIA

... 4

S

AÚDE

M

ENTAL

... 5

M

EDICINA

... 6

C

IRURGIA

... 7

ESTÁGIO CLÍNICO OPCIONAL ... 7

CONCLUSÃO ... 8

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INTRODUÇÃO

Ainda que a aprendizagem da Medicina “não se esgote no período pré-graduado”1, o 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) foi o culminar de um ciclo marcante do meu trajecto individual, ao longo do qual fui adquirindo e desenvolvendo competências e ferramentas intelectuais, científicas, humanas, sociais, espirituais e técnicas essenciais para a minha realização como um Médico de excelência.

Nesse sentido, e em conformidade com os objectivos comuns traçados pelas escolas médicas portuguesas para a profissionalização do 6º ano do MIM e com os objectivos traçados pelos diversos Regentes dos Estágios Parcelares (EP), as actividades desenvolvidas ao longo dos últimos 9 meses permitiram-me praticar e pôr ao serviço dos meus irmãos doentes as competências desenvolvidas até aqui, enquanto, simultaneamente, as aperfeiçoava e moldava pela prática em ambiente clínico real.

Com o presente relatório, pretendo relatar e reflectir sucintamente acerca dos diversos Estágios Parcelares e do Estágio Clínico Opcional, realizados entre 10 de Setembro de 2018 e 31 de Maio de 2019. Apresento, ainda, em anexo, diplomas e certificados de presença em eventos de natureza extra-curricular realizados complementarmente aos estágios a descrever.

ESTÁGIOS PARCELARES

MEDICINA GERAL E FAMILIAR

O estágio que desenvolvi na Unidade de Saúde Familiar (USF) Alfa Beja, sob a tutoria do Dr. Luís Coentro, foi uma oportunidade de desenvolver uma actividade clínica diferente, agradável e enriquecedora, a nível curricular e pessoal.

Tendo tido a oportunidade de trabalhar com um elevado grau de autonomia, conduzindo autonomamente consultas, pude avaliar os conhecimentos e ferramentas previamente adquiridas e discernir as principais dificuldades que tenho na minha prática clínica. Este aspecto, que consistia no principal objectivo pessoal para o EP,

1 in Victorino, Rui M. (2005). O Licenciado Médico em Portugal, 1ª edição. Lisboa:

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permitiu-me fazer uma avaliação surpreendentemente positiva das minhas capacidades.

Mais ainda, a minha opção de realizar o estágio no Alentejo permitiu que me confrontasse com uma comunidade com diferentes problemas de saúde e sociais, e o facto de estagiar sob a tutoria pessoal do Coordenador da USF ajudou-me a compreender melhor o papel central do Médico na coordenação dos cuidados de saúde.

PEDIATRIA

Paralelamente ao estágio de Pediatria que realizei no Serviço Clínico de Pediatria do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), iniciei o estudo para a Prova Nacional de Acesso à Formação Especializada (PNA). Optei por sequenciar os EP por forma a que o estudo para a PNA fosse realizado em simultâneo ao respectivo estágio, a fim de optimizar a minha preparação para a prova, algo que consistiu num objectivo pessoal transversal a todos os EP a descrever daqui em diante.

O estágio coordenado pelo Dr. Edmundo Santos era um dos quais apresentava maiores expectativas uma vez que um dos principais objectivos propostos para o EP era a compreensão global do doente em idade pediátrica (do nascimento ao fim da adolescência), incluindo as suas vertentes relacional e familiar. A compreensão global dos doentes é basilar também na Saúde Mental, área para a qual possuo vocação. As actividades observacionais em contexto de consulta externa, internamento e serviço de urgência permitiram-me melhorar a compreensão deste aspecto.

Por sua vez, a estadia no berçário foi a actividade desenvolvida em que mais me senti integrado na equipa do Serviço Clínico, desempenhando de forma autónoma as funções que me foram atribuídas, tendo tal facto permitido que aprimorasse competências técnicas e científicas na avaliação de recém-nascidos.

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

Realizei este EP no Serviço Clínico de Obstetrícia e Ginecologia do CHLO, sob a coordenação da Dra. Alexia Toller. Foi proposto pela Regente que desenvolvêssemos

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várias competências no âmbito desta especialidade, sendo a maioria focadas nos cuidados de saúde e observação da mulher grávida e da puérpera. Ainda que esta vertente constitua apenas metade da abrangência da especialidade em questão, o cuidado da mulher grávida ou puérpera é transversalmente importante para a prática médica devido à fisiologia específica da mulher e do feto neste momento das suas vidas e da particularmente estreita margem de erro na prestação de cuidados a estes doentes.

Pese embora apresentasse a priori sentimentos marcadamente negativos pela Ginecologia e Obstetrícia, aumentei, por via do estágio, a compreensão da abordagem da doente do sexo feminino e das especificidades da relação médico-doente da especialidade.

SAÚDE MENTAL

Atendendo à vocação que me guia no sentido da Saúde Mental, área na qual pretendo trabalhar, abracei este estágio com entusiasmo, quer do ponto de vista de aprendizagens quer do ponto de vista auto-motivacional.

O EP decorreu no Serviço de Reabilitação Psicossocial “Parque” do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa sob a tutoria da Dra. Ana Caixeiro. Tratando-se de um serviço de reabilitação, cuidando de doentes com histórias de doença diferentes, a actividade clínica desenvolvida foi peculiar. Neste contexto, os problemas dos doentes apresentam uma abrangência mais lata do que a habitual, tendo sido desafiado a conhecer melhor e colaborar com profissionais de outras áreas, nomeadamente Terapia Ocupacional, Psicologia Clínica, Assistência Social, Fisioterapia, entre outras.

Por outro lado, ao acompanhar o trabalho comunitário da equipa da Dra. Ana Caixeiro, tive também a oportunidade de observar doentes em consulta externa, contactando com uma maior diversidade de patologias e aprimorando a capacidade de executar o exame do estado mental. Este ambiente clínico implica alguma flexibilidade por forma a se identificar as situações de risco individual e o grau de funcionalidade de cada doente, mesmo sem o tempo necessário para a exploração exaustiva do ambiente social, familiar e laboral dos doentes.

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Por fim, a Psiquiatria apresenta vários desafios inerentes, em particular a abordagem diagnóstica multi-axial e a identificação prática e individual de factores psicológicos e ambientais envolvidos na génese da doença mental e a subsequente distinção entre

erklaren e verstehen.2 Apesar de requerem muita experiência para a sua superação, consegui com este estágio aproximar-me da sua compreensão.

MEDICINA

Desde o início do ciclo de estudos pré-graduado, em particular a partir do primeiro contacto com a vivência da prática médica no 3º ano, que o EP de Medicina se afigura como o expoente máximo dessa vivência. Por essa razão, tratava-se de um estágio pelo qual ansiava desde há alguns anos. Pessoalmente, propus-me procurar colocar em prática os conhecimentos técnicos previamente adquiridos tentando aliar à perfeição do idealismo teórico o sentido de compreensão anamnésico adquirido com a experiência. Para tal, foi essencial a assertiva e próxima tutoria do Dr. João Furtado, do Serviço Clínico de Medicina II do CHLO, onde estagiei.

Além desta integração, a assistência diária de doentes em enfermaria num contexto de equipa proporcionou o aguçar do sentido e raciocínio clínicos, que são essenciais à prática de qualquer Médico. Apenas o aperfeiçoar destas competências técnico-científico-humanísticas, permitem a prestação de cuidados de saúde de excelência que ambiciono proporcionar aos meus doentes.

A par dos cuidados em internamento, a Medicina Interna assume um papel de destaque nos cuidados prestados num serviço de urgência. O trabalho neste contexto, sendo física e emocionalmente desgastante, é essencial para o desenvolvimento das competências supracitadas, bem como de outras igualmente almejadas para os Médicos recém-formados, conforme explicitado pelas escolas médicas portuguesas em O Licenciado Médico em Portugal, nomeadamente a utilização adequada dos

2 “verstehen («compreensão») é a tentativa de compreensão da experiência subjectiva

do doente (...) erklaren («explicação») diz respeito aos eventos enquanto factores externos”

in Cowen, Philip, et al. (2012). Shorter Oxford Textbook of Psychiatry, 6ª edição.

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dados biomédicos na selecção do tratamento de cada doente, o desenvolvimento de estratégias adequadas para a exploração dos problemas identificados nos doentes e demonstração de raciocínio clínico gerador de boas tomadas de decisão.

CIRURGIA

Realizei o último estágio curricular no Departamento de Cirurgia do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), sob a tutoria do Dr. Gonçalo Luz.

Conforme estabelecido pelo Regente do EP, procurei ao longo deste estágio compreender melhor o circuito do doente cirúrgico. Este circuito é complexo e implica não só reconhecer as patologias cirúrgicas mas também os cuidados intra e peri-operatórios. Por um lado, melhorei, pela prática e pela participação em múltiplos actos cirúrgicos, a execução de tarefas dentro do bloco operatório. Por outro lado, o estágio permitiu-me compreender a importância da optimização pré-operatória dos doentes para a minimização do risco cirúrgico e exponenciação do potencial terapêutico, nomeadamente através da melhoria do estado nutricional e controlo de outras doenças sistémicas.

Apesar de ser um dos objectivos pessoais e do Regente para o estágio, não me foi possível aprender e exercitar a abordagem de doentes com necessidade urgente de cuidados cirúrgicos, devido à organização do Departamento de Cirurgia do HBA.

ESTÁGIO CLÍNICO OPCIONAL

Para completar os últimos 3 pontos de créditos ECTS3 necessários à conclusão do meu ciclo de estudos pré-graduado, optei por realizar um estágio clínico opcional no Serviço Clínico de Psiquiatria e Saúde Mental da Infância e Adolescência do CHLO. A escolha deste estágio prendeu-se com a minha orientação vocacional, no sentido de explorar diferentes áreas de trabalho no âmbito da Saúde Mental.

A actividade assistencial prestada pelo serviço referido assenta na consulta externa, tendo-me sido proposto, sob a coordenação da Dra. Georgina Maia, acompanhar

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vários dos profissionais do serviço, incluindo Pedopsiquiatras mas também outros profissionais de saúde.

Os ganhos pessoais com este estágio foram maioritariamente vocacionais, tendo o mesmo me permitido perceber o interessante que é trabalhar a doença mental em idade pediátrica, quer pela potencialidade da intervenção precoce, quer pela facilidade em criar empatia com as crianças e jovens, quer ainda pela diversidade dos doentes, que se encontram em diferentes estádios do desenvolvimento psico-social, cada um com particularidades distintas.

CONCLUSÃO

Analisando, em retrospectiva, o último ano, alegro-me com os desafios ultrapassados e sobre os quais venho reflectindo neste relatório. Foi com uma alegre expectativa que abracei as actividades concluídas. Por um lado, expectativa perante o desafio de acentuar a progressão da autonomia. Por outro lado, alegria por essa desafiante autonomia ser simultaneamente um desejo.

No cômputo geral, surpreendo-me com a elevada capacidade de raciocínio clínico que demonstrei ao longo do ano e com a assertividade desenvolvida na aplicação em contexto clínico real dos conhecimentos previamente desenvolvidos. Adicionalmente, com o estudo para a PNA realizado concomitantemente aos estágios, os meus conhecimentos teóricos aumentaram exponencialmente. Esse rápido acumular de novo conhecimento aumentou substancialmente a complexidade da integração dos conhecimentos, área que devo melhorar através da solidificação dos conhecimentos adquiridos e com a experiência a adquirir nas próximas etapas da minha formação. Em particular, os estágios de Medicina e de Pedopsiquiatria foram úteis no desenvolvimento desta capacidade.

No âmbito das competências humanísticas e sociais, demonstrei apresentar os requisitos necessários para a prática autónoma da Medicina quando fui chamado a tal ao longo deste ano. No entanto, devo salientar que o apresentar dessas competências se deve maioritariamente a uma postura de busca contínua da excelência, pautada pela auto-reflexão e desejo de contínuo crescimento e aperfeiçoamento humano, cívico e espiritual. Em particular, a minha educação pré-universitária foi decisiva na formação

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do desejo de servir que deve caracterizar o Médico, conforme representado na figura de João Semana, de Júlio Diniz.

Com efeito, é minha opinião que a minha educação médica pré-graduada foi carente de formação humanística por falta de estimulação para tal por parte da Faculdade e por um currículo focado na formação técnica ao invés de na educação médica, no seu sentido mais lato.

Ainda assim, fico feliz pelas aprendizagens técnicas, científicas, humanas, cívicas, sociais e espirituais que se proporcionaram não apenas ao longo do último ano mas ao longo de todo o meu percurso universitário. Estou grato a todos os meus professores e colegas por todas essas aprendizagens que me ajudaram a crescer, nomeadamente aos que me acompanharam e tutoraram durante este último ano. Espero que a minha prática constitua uma justa e constante retribuição.

Por fim, e porque a finalidade última da Medicina são os doentes e a Vida Humana, desejo terminar por agradecer àqueles de quem jurarei cuidar – os doentes com quem tive o privilégio de contactar durante os últimos seis anos. Que a paciência e confiança que demonstraram nos seus momentos de sofrimento que coincidiram com os meus momentos formativos se metamorfoseiem, pela minha mão, no serviço permanente aos outros.

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ANEXOS

We certify that:       MANUEL COSTA       Attended the  46th ISHM Congress, which occured between 3rd and 7th of September 2018,

at NOVA Lisbon School, in Lisbon - PORTUGAL.

    

  

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Referências

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