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Caderno Virtual de Turismo E-ISSN: Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil

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Brasil

Ribeiro, Heloisa

Rotas de fé: O Candomblé

Caderno Virtual de Turismo, vol. 2, núm. 1, 2002, pp. 11-17

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Río de Janeiro, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=115418124002

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Rotas de fé: O Candomblé Heloisa Ribeiro

Rotas de fé: O Candomblé

Heloisa Ribeiro

www.ivt -rj.net

Laboratório de Tecnologia e

Desenvolvimento Social

LTDS

Resumo

A fé popular brasileira proporciona um mergulho na cultura de um povo mestiço, que combinou elementos de diferentes origens para se religar a Deus. Entender essas manifestações significa diferenciar o olhar externo do turista do olhar dos que estão inseridos na comunidade onde elas acontecem, construídas ao longo do tempo para satisfazer diferentes visões de mundo. Nessa perspectiva, apresentaremos um panorama das manifestações de fé do povo brasileiro, convidando-os a transcender o espetáculo e mergulhar numa nova dimensão das palavras e imagens. Por conta disso, o convite de hoje é para adentrar no ritual do candomblé baiano, conhecer um pouco da sua história, dos seus rituais e das pessoas que ajudaram a manter a tradição africana, mesmo quando foi necessário reinterpretá-la nas cores e possibilidades locais.

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"Andar com fé eu vou...

que a fé não costuma falhar."

Gilberto Gil

Saber onde está a fé do povo é muito complicado porque a fé é uma coisa que não aparece. Está guardada lá no fundo de um lugar qualquer, resgatada cada vez que o homem precisa transpor os limites e as incertezas da razão. A fé não é feita de certezas mas de decisão e risco para percorrer muitos caminhos, desvios e atalhos. E por estas andanças ir criando e deixando manifestações desta fé - expressões íntimas do fundo anímico da linguagem humana.

Desvendar os caminhos e a linguagem da fé popular brasileira é descobrir um mundo com linguagem secreta, poesia própria e magia nas rimas, capaz de religar as pontas entre natureza e cultura, corpo e alma, indivíduo e comunidade. É se perder no som dos cantos, das rezas, das ladainhas; no movimento das danças, das procissões, das penitências; no flagelo da dor ou na euforia do êxtase, para se (re)encontrar em valores e crenças antigas, em maneiras próprias de se relacionar com Deus ou deuses. Entender essa fé tem o sentido do desafio para alguns, enquanto vivê-la no cotidiano pode ser um conforto natural para muitos outros.

As diversas manifestações da fé, que podemos encontrar em cada canto dessa nossa terra, foram sendo cunhadas para satisfazer diferentes visões de diferentes mundos. Onde práticas antigas e práticas recém-chegadas coexistiam. Onde elite e povo, separados por fronteiras rígidas e definidas, estabeleciam práticas distintas nas relações com o sagrado e a divindade. Onde as expressões coletivas construíam caminhos próprios, rotas carregadas de acepções misteriosas, que intercambiavam representações que, entretanto, mantinham a sua significação original. Um jogo lúdico de insubmissão aos poderes dominantes.

Práticas e representações que teimam em subsistir ainda hoje nas áreas rurais ou mais pobres do país, consideradas mais conservadoras e, por isso mesmo, menos permeáveis a mudanças propostas ou impostas pela modernização e o desenvolvimento. Algo que mantém um certo quê de ingênuo, de pitoresco e curioso. Típico de uma região, de um povo, mas não apenas um festival de cores, sons, formas e movimentos destituídos de história. Não uma explosão de espontaneidade sem sentido, livre de todo o esforço consciente e intencional de produção. Expressões de um passado até certo ponto intocável, representante das raízes da identidade e da nacionalidade. Elemento de coesão de um determinado grupo social que luta para transcender o cotidiano individual, voltado para as necessidades práticas e imediatas da sobrevivência, para preservar um conjunto de significações, que, muitas vezes, já não estão nem muito claras para as novas gerações.

Se o significado original se diluiu com o tempo, desbotado no compartilhamento e na reinterpretação que muitas dessas expressões de fé sofreram ao longo dos anos, no contato com elementos estranhos e estrangeiros, é preciso hoje um resgate mínimo dessa história para que possamos observá-la. Para que possamos absorver, pelo menos em parte, o que é contado e cantado em seus ritmos e cores. Para que possamos transcender o mero espetáculo dos sentidos e nos aproximemos do passado comum, tão longe e distante da nossa realidade, mas nem por isso menos nosso. Talvez, devêssemos nos questionar previamente que sentido tinha essa espécie de manifestação para aqueles que foram os seus primeiros atores antes de nos dispormos a seguir o seu roteiro de fé.

Nessa perspectiva, o espaço "As rotas da fé" se propõe a apresentar algumas das

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mais representativas manifestações da fé popular brasileira, com um panorama de suas origens e significados, tentando seduzir o viajante para transcender o espetáculo e mergulhar de corpo e alma nessa poesia secreta.

A nossa primeira jornada vai nos levar à Bahia, à cidade de Salvador e ao povo do candomblé. Sem a pretensão de ser um texto didático ou analítico, ensinar ou "revelar" os segredos e mistérios religiosos, as palavras buscam apenas quebrar uma pequena parte do silêncio, que durante muito tempo envolveu o assunto, e criou uma aura de fascinação e temor simultâneos. Como diz a linguagem dos búzios : quem tem ouvidos de entender, que entenda.

O barracão está pronto, você

está convidado : a festa pode

começar.

"Wá gbà awon erù re,

Ki fi omo silè fún wa

Ki òsà á gbé wa ."

("Vem buscar tuas oferendas

Deixa-nos teu filho na terra

Para que o orixá nos proteja.")

A força divina

O Candomblé é um culto de origem africana trazido para o Brasil pelos escravos. Sua origem é o culto ao Orixás, da religião Iorubá, que está diretamente ligado à família. Uma família numerosa, originária de um mesmo antepassado, que contém os vivos e os mortos. O Orixá pode ser visto como um ancestral divinizado, que a partir de determinados vínculos, passa a ter controle sobre algumas forças da Natureza. O poder do ancestral orixá - àsè (ou axé, como dizemos aqui) - é uma força mágica e sagrada que anima a vida. Esse poder é transmitido aos homens, que podem

aumentá-lo ou diminuí-lo, de acordo com a sua própria vontade, seja através de rituais de iniciação, seja por comportamentos que busquem uma harmonização do indivíduo com o mundo que o cerca. A força para o desenvolvimento do axé está naturalmente contida na Natureza e pode ser transferida para o homem.

O Orixá é uma força pura, imaterial, que só se torna perceptível aos seres humanos quando se incorpora em um deles. Esse ser escolhido pelo Orixá, um de seus descendentes, torna-se veículo para a manifestação terrena onde receberá a saudação e as provas de respeito daqueles que o evocaram. Os Orixás, então, dançam diante e com eles, ouvem seus lamentos e concedem graças.

Originalmente, na África, não havia um panteão de Orixás bem hierarquizado, único ou idêntico. Existiam variações locais conforme a organização social e econômica da comunidade. Numa cidade próspera, com um rei poderoso que influenciasse e patrocinasse o culto de um determinado Orixá, este se destacaria em relação aos demais. O culto estava diretamente vinculado ao reforço do poder terreno, seja de um rei, de um rico comerciante ou de determinado grupo de pessoas influentes, uma vez que a comunidade necessitava da continuidade desse poder e dessa proteção para continuar existindo e sobrevivendo. O mesmo não acontecia nas aldeias isoladas, que mantinham uma devoção mais independente. Nessas aldeias, poucos Orixás se destacavam individualmente, formando uma espécie de comunidade, onde deuses e homens conviviam na diversidade, sem grandes destaques individuais patrocinados pela riqueza ou pela posição social de alguns.

O Orixá era um bem de família, transmitido pela linhagem paterna. Nas famílias mais poderosas havia uma espécie de sacerdote familiar que se dedicava exclusivamente ao cuidado e ao culto desse

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desse sacerdote, realizando-se o culto entre os próprios membros da família, ou ele era comunitário. Normalmente, eram os homens que exerciam essa função. As mulheres podiam participar das cerimônias, algumas podiam incorporar o Orixá, mas se eram casadas a devoção recairia sobre o Orixá cultuado pela família do marido. De forma geral, a sociedade africana encarava as mulheres como "doadoras de filhos", apenas parcialmente integradas a família do marido, junto da qual deveriam viver após o casamento. Tanto assim que, quando morriam, seu cadáver era sepultado junto à sua família de origem, para que voltassem às suas raízes.

A história da escravidão do negro no Brasil atesta a resistência dessa crença e dos seus cultos fazendo sobreviver, através deles, a cultura africana transmitida às gerações que aqui nasceram como parte de suas raízes. A religião foi a base da resistência negra, porque cada negro tinha, ou sabia que seu avô teve um Orixá protetor que, de alguma forma, o ligava a uma estrutura familiar maior, mesmo que temporariamente desfeita.

Um passado escrito pela força

das mulheres

Ao chegarem ao Brasil os escravos eram separados de suas famílias, o que pode nos levar a questionar como sobreviveu um culto de origem familiar. A resposta está nas confrarias e irmandades religiosas que se organizaram aqui, a partir do século XVI, sob a égide da Igreja Católica. Essas confrarias eram organizadas por grupos ou nações e se reuniram, basicamente, em três núcleos :

1- Nação Angola : Venerável Ordem Terceira do Rosário de Nossa Senhora das Portas do Carmo

2- Grupo Gegê : Confraria de Nossa Senhora do Bom Jesus das Necessidades e Redenção dos Homens Pretos

3- Grupo Nagô : Confraria de Nosso Senhor dos Martírios (para os homens) e a Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte da Barroquinha (para as mulheres da Nação Ketu).

Foi a Confraria das mulheres da Nação Ketu que deu origem à primeira casa de candomblé da Bahia e do Brasil : Ìya Omi Àsé Aira Intilé - a Casa Branca do Engenho Velho. Sem data definida de sua fundação, o Engenho Velho já era mencionado nos jornais baianos de 1855, levando a presumir a sua fundação no início do século XIX. Do Engenho Velho se originaram as demais casas :

No início do século XX, o Opô Afonjá começou a se destacar por sua atuação política e social conduzida pela figura carismática de Mãe Aninha. Esta ex-escrava deflagrou um processo de resgate das tradições originais, buscando o intercâmbio direto com a África, e iniciando uma fase de integração do culto à sociedade. Para tal, recriou a tradição do "Ministério de Xangô", reforçando o lado masculino do culto e atraindo a participação de políticos, artistas e intelectuais, que fariam a ligação com o mundo exterior. Dentre os "Ministros de Xangô" - os Mogbás ou Obás - constam nomes como Jorge Amado, Pierre (Fatumbi) Verger, Caribé, Arthur Ramos, Edson Carneiro e Antônio Carlos Magalhães. Mãe Aninha também resgatou a função de "Oluô" - maior cargo masculino dentro do Candomblé, oráculo para situações especialíssimas. O último "Oluô" vivo atualmente no Brasil, mora no Rio de Janeiro

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e é um professor aposentado do Colégio Pedro II - Agenor de Miranda (cuja vida foi retratada no livro "Um Vento Sagrado", de autoria do professor da ECO/UFRJ, Muniz Sodré).

Mãe Aninha conseguiu ainda, junto à Getúlio Vargas, que os cultos africanos fossem descriminalizados na década de 30.

Outras Yalorixás se destacaram no trabalho de mostrar à sociedade que o candomblé não era apenas uma seita, era uma religião independente do catolicismo e que o sincretismo fora uma tática de sobrevivência numa determinada conjuntura mas que, a partir daquele momento, precisava ganhar expressão autônoma, respeito e reconhecimento. Algumas se dedicaram mais a manter a força dos ritos e a coesão da sua comunidade, resgatando a história antiga para, através dela, promover a integração dos negros ao seu passado de homens livres, senhores de seu destino e orgulhosos de suas origens. Outras elevaram a sua voz na tentativa de se fazerem ouvir pela sociedade dos brancos. Apontaram a necessidade de se rever tanto os espaços sociais que eram dedicados aos negros quanto, dentro do próprio culto, as interferências que o passado escravista havia provocado e que se perpetuavam.

Mãe Stella de Oxossi foi uma destas. A voz de Odé Kayode se levantou para reivindicar e, também explicar, que "Iansã não é Santa Bárbara", que muitos dos costumes praticados até então nos rituais do candomblé nada tinham do culto original, precisavam ser revistos. Não era necessário, por exemplo, ir à missa após o ritual de iniciação como forma de receber uma última benção e confirmar a sua integração numa sociedade de brancos. Mãe Stella buscava quebrar os últimos grilhões que ainda submetiam seu povo, propondo para isso uma revisão nas práticas do culto, uma aproximação maior com a história antiga

que havia aqui perdido partes, provocando lacunas, preenchidas pelo sincretismo inspirado no medo. Agora o negro era livre, pelo menos para expressar a sua fé, e praticar sem perseguições a sua religião.

Peça licença para entrar mas a

casa é sua também

As Casas de Candomblé possuem toda uma estrutura física e organizacional que busca reproduzir os elementos originalmente encontrados na África. O terreiro é composto por dois espaços : um espaço público e um espaço "secreto", interditado à pessoas não iniciadas. O espaço público é o "barracão", onde são realizadas as cerimônias abertas; o espaço reservado são as Casas dos Orixás ou Casa dos Assentamentos (ilé-òrìsà) e a Camarinha ou Ronco (local dos rituais de iniciação).

No espaço público do barracão há toda uma hierarquia de ocupação : um lugar reservado para os visitantes em geral, separado dos participantes do culto; o altar; um lugar de destaque para a(o) chefe do culto e um outro lugar, para as visitas de honra. Um espaço especial é destacado para os três atabaques que fazem soar o toque durante o ritual e são responsáveis pela convocação dos deuses (o "rum" funciona como solista, marcando os passos da dança, os outros dois, o "rumpi" e o "lé", reforçam a marcação). No centro do barracão fica a "roda das feitas", que conjugam cantos e danças em homenagem aos orixás invocados.

Tudo isso é possível observar em qualquer casa, de qualquer nação. Procure ficar atento, ao entrar no quintal do terreiro, há um espaço com vegetação natural: é o "espaço mato", que procura reproduzir a atmosfera primitiva de intenso contato com a natureza. Aí estarão alguns "assentamentos" de Orixás, que você poderá olhar, mas jamais

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tocar. Procure descobrir, também com os olhos, onde estão a Casa das Almas e a Casa de Exu. A Casa de Exu fica bem perto do portão de entrada, em geral fechada quando da visitação pública. Se estiver aberta, olhe com atenção as esculturas de ferro dos assentamentos dos Exus. A Casa das Almas fica mais próxima do local onde vai se realizar a cerimônia, do lado de fora do barracão, é onde se acendem as velas. Um belo espetáculo nas noites de magia.

Em geral, o ritual começa com os cânticos e a defumação, seguindo com a evocação de Exu e o seu "despacho", para que a festa transcorra em tranqüilidade e harmonia. Depois disso, começa, propriamente, a evocação dos Orixás. Conforme os Orixás chegam a terra, seus médiuns são levados para um recinto próprio e paramentados com as roupas e os acessórios dos mesmos, segundo o tipo de cerimônia que vai se realizar. Depois disso voltam ao salão e dançam, sozinhos ou em grupo, suas danças próprias, executadas pelos atabaques e acompanhadas por cantos e palmas.

Cada Orixá tem seu ritmo próprio, sua cadência de dança, um gestual que conta um pouco de sua história. Para o solene Xangô, gestos impositivos e fortes, num ritmo bem marcado, branindo o osé (ou oxé), seu machado estilizado de duas lâminas. Para o guerreiro Ogun, um ritmo mais dinâmico, uma dança ágil e vigorosa, onde a espada remete a sua ligação com os metais. Para a doce Oxum, um ritmo lento e cadenciado, de movimentos leves e coreografia sedutora enquanto se abana com seu leque. Para a destemida Iansã, uma batida forte, ágil e envolvente, que parece arrebatar as emoções e convidar as pessoas a dançarem com ela.

O ritual do candomblé é uma conjugação de sons, cores e movimentos exuberantes, onde quem está assistindo não

consegue ficar apático. Da batida do atabaque, que parece encontrar ressonância no próprio peito, ao movimento corporal que comunica uma história, que por mais que seja desconhecida não consegue ser indiferente, tudo se mescla e se amplifica na emoção do visitante. Por tudo isso, procure aproveitar sua presença numa cerimônia carregada de significações que podem lhe parecer estranhas e distantes mas que, com certeza, vão lhe seduzir nos sons dos cantos e dos instrumentos, na exuberância das cores e no sabor característico das comidas, servidas ao final da cerimônia. Afinal, é uma festa familiar e todos, deuses e homens, devem partilhar o mesmo alimento, numa demonstração explícita da intensa comunhão.

Calendário das festas

Para facilitar o seu roteiro vamos mostrar aqui uma síntese das principais datas festivas do candomblé. Fique atento porque muitas festas não têm dia certo para acontecer, podem variar de terreiro para terreiro, de acordo com a disponibilidade e as possibilidades da comunidade.

De maneira geral, o que importa é comemorar o orixá na sua época.

As principais festas, ao longo do ano, são as seguintes:

Janeiro: Festa de Oxalá (coincide com a festa do Bonfim, em Salvador), no segundo domingo depois do dia de Reis, 6 de janeiro. Quaresma: o encerramento do ano litúrgico acontece durante os quarenta dias que antecedem a Páscoa, com o Lorogun, em homenagem a Oxalá.

Abril: Feijoada de Ogum e festa de Oxóssi (associado a São Sebastião), em qualquer dia.

Junho: Fogueiras de Xangô (associadas a São João e São Pedro), dias 25 e 29.

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a São Lázaro e São Roque) e a festa de Oxumaré (associado a São Bartolomeu), em qualquer dia.

Setembro: Começa um ciclo de festas chamado Águas de Oxalá, que pode ir até dezembro: Festa de Erê, em homenagem aos espíritos infantis (associados a São Cosme e Damião).

Festa das iabás (esposas dos orixás) e festa de Xangô (associado a São Jerônimo), em qualquer dia.

Dezembro: Festas da iabás : Iansã (Santa Bárbara), dia 4, Oxum e Iemanjá (associadas a Nossa Senhora da Conceição), dia 8, Iemanjá também é homenageada na passagem do ano.

Uma dica

Quando estiver em Salvador aproveite uma tarde para conhecer o Museu Ilé Ohun Lailai - a Casa das Coisas Antigas, que funciona na rua Direita de São Gonçalo do Retiro 557, no bairro Cabula. Funciona de segunda à sábado, das 13 às 17 horas.

O Museu abriga um acervo que procura resgatar a história da comunidade do Ilé Axé Opô Afonjá, através de um conjunto de elementos demonstrativos das diversas épocas e chefes-de-culto.

O Ilé Ohun Lailai não se propõe a ser um museu do candomblé, mas apenas a ser

um espaço onde as essências preservadas no trabalho e na devoção de uma comunidade possam expressar um depoimento material sobre a cultura e a religião iorubana praticada no Brasil. A exposição permanente permite visualizar as variações materiais nos objetos do culto, nas roupas, tanto quanto a documentação disponível permite constatar a interação da sociedade com a comunidade e o próprio culto. Dos relatos das perseguições policiais até as atividades dos chefes-de-culto para amenizar a rejeição da sociedade branca ao que lhe parecia estranho, assustador e primitivo, ou principalmente, desvalorizado por estar associado à escravidão, mostra o rastro de uma experiência de sucesso na tentativa de unir as tradições ancestrais com as distorções provocadas pela acomodação à realidade brasileira.

visite : http://candomble.virtualave.net/index.html http://www.geocities.com/SoHo/Lofts/6052/ http://www.geocities.com/Athens/Acropolis/ 1322/

Por hora ficamos por aqui, com um pensamento de Oni Kòwé :

"O axé bem plantado frutifica

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