Identificação e Levantamento de Plantas Tóxicas em
Instituições de Ensino da Cidade de Santa Rosa de Viterbo-SP.
Ingrid Marise Vieira
1, Odete Luiza de LuccaThiezerini
21,2
Centro Universitário Barão de Mauá
1
ingridvieira@outlook.com.br, 2odete.lucca@baraodemaua.br
Resumo
A existência de plantas nocivas em instituições de ensino ao alcance de estudantes e educadores, possibilita a ocorrência de envenenamentos pelas mesmas. Este trabalho contribui para esclarecer e alertar as
autoridades responsáveis dos
estabelecimentos de ensino, sobre a prevenção de acidentes por intoxicações e reações de hipersensibilidade, principalmente em crianças, com o fim de evitar tais ocorrências.
Introdução
Os vegetais são seres vivos que produzem uma série de substâncias com variadas finalidades, entre elas, a atração de agentes polinizadores, os ataques de animais e fungos, a proteção das intempéries climáticas, e ainda algumas outras funções. Quando as substâncias causam lesão ou prejuízo a qualquer função biológica, elas são definidas como veneno. Isso quer dizer que as plantas produtoras destes venenos são identificadas como tóxicas. Segundo Campos et al. (2016),as espécies tóxicas são aquelas capazes de produzirem compostos que podem causar alterações metabólicas prejudiciais ao homem e aos animais. Assim, deve-se ter cuidado ao manusear e disponibilizar uma planta no ambiente interno, externo ou público, evitando-se intoxicações, seja por ingestão, contato com a pele, contato com os olhos ou aspiração.
Ao se tratar de ambientes escolares, a falta de conhecimento dos indivíduos, não por negligência, mas pela desinformação, e cabe aqui colocar, talvez por mera falta de oportunidade de se ouvir algo sobre esta temática. “O jardim é uma organização dos componentes da natureza, notadamente das plantas, de forma a agradar o senso de contemplação do ser humano.” (LORENZI, 2013), e isso acaba facilitando a exposição de crianças, jovens e funcionários aos riscos de envenenamento, uma vez que a vegetação escolhida “se baseia em aspectos estéticos, no porte e características da planta, na sua
adaptação ao local e em sua disponibilidade e custo.” (BOCHNER; FISZON; ASSIS, 2013) causado por plantas tóxicas. Segundo dados da Fiocruz, cerca de 60% dos casos de intoxicação por plantas ocorrem em crianças com idade inferior a nove anos, sendo que a maioria dos casos compreende crianças de 01 a 04 anos de idade (FIOCRUZ, 2012).
Realizar o levantamento, a identificação das plantas com potencial tóxico e a sua divulgação, a fim de informar os indivíduos dos riscos aos quais eles estão sendo expostos, é de suma importância. Tais informações deverão ser compartilhadas principalmente nas escolas, para que os alunos entendam que as plantas tóxicas não têm que ser banidas ou extintas, mas sim respeitadas, para que possam ser admiradas em sua beleza, sem nenhum risco de perigo ou ameaça à segurança daqueles que queiram ou possam vir a se aproximar delas. O conhecimento das possíveis intoxicações é importante para a prevenção e ainda, que se tomem as medidas necessárias para o socorro em tempo oportuno no caso de possíveis acidentes.
Objetivos
Identificar plantas tóxicas situadas em ambientes escolares por meio de um levantamento qualitativo e quantitativo, a fim de alertar a comunidade escolar, bem como informar os dados obtidos às autoridades das instituições de ensino pesquisadas.
Materiais e métodos
O desenvolvimento deste projeto foi realizado na cidade de Santa Rosa de Viterbo-SP, durante os meses de março a novembro de 2016. Foram realizadas visitas aos seguintes campos de pesquisa: jardins e espaços internos do prédio, de escolas de Ensino Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio denominadas aqui, respectivamente, por escola 1, 2 e 3.
Solicitou-se uma autorização junto à Diretoria das Instituições de Ensino para se adentrarnas unidades escolares e entregue, no ato, o Termo de Consentimento declarando o sigilo na divulgação dos nomes das instituições.
Após a coleta de dados foi realizada a identificação das plantas de acordo com suas características morfológicas e seu desmembramento em plantas tóxicas ou plantas que não apresentam toxicidade. Utilizou-se caneta, lápis, folhas de papel sulfite para anotações, dois aparelhos móveis: Samsung Galaxy Gran Prime 4g SM -G530MU, moto E2(4G-LTE), armazenamento de dados em pen drive, notebook Acer Aspire 57427-4631, um caderno universitário 200 folhas e em nuvem (armazenamento em rede)
utilizando OneDrive para registros fotográficos das plantas observadas e base de dados Google (palavras-chaves: tóxica, tóxico, venenosa toxicidade). As espécies encontradas foram identificadas e classificadas utilizando-se bibliografia especializada.
Resultados e discussão
Seguem abaixo as tabelas referentes aos resultados dos dados coletados.
Tabela 1. Plantas tóxicas na escola 1
Nome comum Nome científico Família indivíduosNº de Parte tóxica Princípio Ativo
Agave Agave Americana Asparagaceae 4 Seiva Saponina
Agave-dragão Agave attenuate Asparagaceae 5 inflorescênciasFolhas e Saponinas
Amarílis; Açucena Hippeastrum reginae Amaryllidaceae Mais de 10 Bulbo alérgeno(pólen)alcaloides;
Antúrio andraeanumAnthurium Araceae 6 Toda a planta Oxalato de cálcio,saponinas
Aroeira terebinthifoliusSchinus Anacardiaceae 1 Toda a planta Alquil-fenóis
Babosa Aloe vera Liliaceae 1 Toda a planta Glicosídeo daAntraquinona
Cabeleira-de-velho Euphorbia Euphorbiaceae 1 Látex Ésteres do forbol
leucocephala
Café-de-salão- Aglaonema
Araceae Mais de 10 Toda a planta Oxalato de cálcio,
dourado commutatum saponinas
Calanchoê blossfeldianaKalanchoe Crassulaceae Mais de 10 Toda a planta Glicosídeo cardiotóxico
Cheflera Schefflera arboricola Araliaceae 2 Toda a planta Oxalato de cálcio
Cica;
Palmeira-Cycas revolute Cycadaceae 2 Sementes ácido
2-amino-3-sagu (metilamino)-propanoico
Comigo-ninguém- Dieffenbachia
Araceae 1 Toda a planta Oxalato de cálcio,
sa-pode amoena poninas
Cróton Codiaeum variegatum Euphorbiaceae 4 Sementes Alcaloidecrotina
Espada-de-são- Sansevieria trifasciata Asparagaceae Mais de 10 Toda a planta saponinas e substânciasOxalato de cálcio,
jorge hipersenssibilizantes
Figueira benjamina Ficus benjamina Moraceae Mais de 10 Toda a planta doliarina, glicosídeo
cianogênico Sulfetos orgânicos e
Guiné Petiveria alliacea Phytolacaceae Mais de 30 Toda a planta nitratos, sheilina e
ladonina Imbé Philodendron imbe Araceae Mais de 10 Toda a planta Oxalato de cálcio
Jiboia Epipremnumpinnatum Araceae 4 Toda a planta Oxalato de cálcio
Jurubeba Solanum paniculatum Solanaceae 2 Raiz, caule, flor e Esteroides, saponinas,
fruto glicosídeos e alcalóides
Lança-de-são- Cristais de oxalato de
Sansevieria cylindrica Asparagaceae 1 Toda a planta cálcio e outros ácidos jorge
orgânicos Alérgeno (pólen),
Lírio Hemerocallis flava Liliaceae 7 Pólen alcalóides amarilidáceos
(bulbo germinativo)
Lírio-da-paz Spathiphyllum wallisii Araceae 21 Folhas Oxalato de cálcio
Mangueira Mangifera indica Anacardiaceae 3 Folhas Óleos voláteis
Margarida Leucanthemum Asteraceae Mais de 10 Caule e folhas Saponinas, taninos e
Palmeira
rabo-de-Caryota urens Arecaceae 2 Fruto Oxalato de cálcio
peixe
Pingo-de-ouro Duranta etecta Verbenaceae Mais de 10 Fruto Esteroide
Singônio angustatumSyngonium Araceae Mais de 30 Toda a planta Oxalato de cálcio
Vinca; Boa-noite Catharanthus roseus Apocynaceae 10 Flor e folha Alcaloides
Tabela 2.Plantas tóxicas da escola 2
Nome comum Nome científico Família indivíduosNº de Parte tóxica Princípio Ativo
Aroeira terebinthifoliusSchinus Anacardiaceae 1 Toda a planta Alquil-fenóis
Azaléa Rhododendronindicum Ericaceae 2 Toda a planta Glicosídeo cardiotóxico
Babosa Aloe vera Liliaceae 1 Toda a planta Glicosídeo daAntraquinona
Bico-de- Euphorbia Euphorbiacea
3 Toda a planta Ésteres diterpênicos
papagaio pulcherrima e
Cabeleira-de- Euphorbia Euphorbiacea
1 Látex Ésteres do forbol
velho leucocephala e
Calanchoê blossfeldianaKalanchoe Crassulaceae 25 Toda a planta Glicosídeo cardiotóxico
Cróton variegatumCodiaeum Euphorbiaceae 7 Sementes Alcaloide crotina
Espada-de- Sansevieria Asparagacea
Oxalato de cálcio,
Mais de 10 Toda a planta saponinas e
são-jorge trifasciata e substâncias
hipersenssibilizantes Sansevieria Asparagacea
Oxalato de cálcio,
Espadinha trifasciata e 5 Toda a planta saponinas esubstâncias
hipersenssibilizantes
Jiboia Epipremnum aureum Araceae 7 Toda a planta Oxalato de cálcio
Lírio-da-paz Spathiphyllum wallisii Araceae 3 Folhas Oxalato de cálcio
Mandioca Manihot esculenta Euphorbiaceae 9 Raiz e folhas cianogênicosGlicosídeos
Pingo-de-ouro Duranta erecta Verbenaceae Mais de 10 Fruto Esteroide
Singônio angustatumSyngonium Araceae Mais de 10 Toda a planta Oxalato de cálcio
Trevo Oxalis sp Oxalidaceae Mais de 10 Folhas Oxalato de cálcio
Zamioculcas Zamioculcas Araceae 3 Toda a planta Oxalato de cálcio
zamiifolia
Tabela 3. Plantas tóxicas da escola 3
Nome comum Nome científico Família indivíduosNº de Parte tóxica Princípio Ativo
Agave-dragão Agave attenuata Asparagaceae 8 inflorescênciasFolhas e Saponinas
Allamanda Glicosíseocardiotóxico,
Alamanda cathartica Apocynaceae 1 Toda a planta saponinas, esteroides,
triterpenos, alcalóides
Alocásia Alocasia sp Araceae 1 Látex, folha ecaule Oxalato de cálcio
Antúrio Anthurium Araceae 2 Toda a planta Oxalato de cálcio,
andraeanum saponinas
Aroeira Schinus Anacardiaceae 3 Toda a planta Alquil-fenóis
terebinthifolius
Bico-de- Euphorbia
Euphorbiaceae 2 Toda a planta Ésteres diterpênicos
papagaio pulcherrima
Calanchoê blossfeldianaKalanchoe Crassulaceae 2 Toda a planta cardiotóxicoGlicosídeo
Cheflera Scheffleraarboricola Araliaceae 2 Toda a planta Oxalato de cálcio
2-amino-3-sagu (metilamino)-propanoico
Coroa-de-Euphorbia milii Euphorbiaceae Mais de 30 Toda a planta Diterpenos, miliaminas
Cristo de A a I
Cróton variegatumCodiaeum Euphorbiaceae 3 Sementes Alcaloide crotina
Figueira
Ficus benjamina Moraceae 1 Toda a planta Doliarina, glicosídeo
benjamina cianogênico
Imbé Philodendron imbe Araceae Mais de 10 Toda a planta Oxalato de cálcio
Jiboia Epipremnumpinnatum Araceae 2 Toda a planta Oxalato de cálcio
Lírio-da-paz Spathiphyllumwallisii Araceae 9 Folhas Oxalato de cálcio
Pingo-de-ouro Duranta erecta Verbenaceae Mais de 10 Fruto Esteroide
Vinca; Boa- Catharanthus
Apocynaceae 3 Flor e Folha Alcaloides
noite roseus
Tabela 4. Plantas tóxicas e sintomas de intoxicação por elas
Nome da planta Sintoma
Agave Dermatites severas com queimaduras e bolhas
Agave-dragão Irritação na pele ou mucosas, vômito, diarreia geralmente brandos a moderados eautolimitados.
Alamanda Ingestão: náuseas, cólicas abdominais, vômitos e diarreia, alterações eletrolíticas.Látex: dermatite com erupção cutânea. Ter cuidado ao podar. Ardor e inchaço na boca, lábios e garganta, edema de glote, asfixia, náuseas,
Alocásia salivação, vômitos, diarreia. Em contato com os olhos pode causar edema e congestão
damucosaocular epálpebras.
Amarílis; Açucena Vômitos, convulsões, às vezes hepatite.
Antúrio Dor e inchaço da cavidade oral. Inflamação aguda da orofaringe, salivação intensa,
coceira na boca. Inchaço nos lábios, língua e garganta.
Aroeira Dermatite caracterizada por vermelhidão com prurido intenso. Ingestão: vômito,diarreia, cefaleia e fraqueza.
Azaléa Salivação, vômitos, lacrimação, coriza. Em casos graves pode ocorrer hipotensão, dor decabeça, bradicardia, convulsões e coma.
Babosa Ingestão: Atividade laxativa, diarreia descontrolada e nociva.
Lesão na pele e mucosas, edema de lábios, boca e língua, dor em queimação e
Bico-de-papagaio coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das
pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarreia. Cabeleira-de-velho
Lesão na pele e mucosas. Em contato com os olhos pode causar grande irritação, edema das pálpebras. Ingestão: queimaduras nas mucosas da boca e garganta,
náuseas, vômito e diarreia.
Ardor e inchaço na boca, lábios e garganta, edema de glote, asfixia, náuseas, salivação,
Café-de-salão-dourado vômitos, diarreia. Em contato com os olhos pode causar edema e congestão da mucosa
ocular e pálpebras.
Calanchoê Vômito, diarreia, ataxia, tremores e morte súbita.
Dermatite de contato; Ingestão: Irritação gastrointestinal, vômito, diarreia, salivação e
Cheflera incoordenação motora. Pode ocorrer inflamação da língua, convulsão e respiração
rápida e curta.
Pode causar degeneração seletiva de neurônios motores e características clínicas Cica; Palmeira-sagu repetidos, severa congestão das membranas mucosas, aumento da sede e salivaçãosemelhantes à esclerose amiotrópica lateral (EAL) Sintomas clínicos: vômitos
profusa.
Ardor e inchaço na boca, lábios e garganta, edema de glote, asfixia, náuseas,
Comigo-ninguém-pode salivação, vômitos, diarreia. Em contato com os olhos pode causar edema e congestão da
mucosa ocular e pálpebras.
Látex: lesões irritativas, de vermelhidão até formação de pústulas com prurido, dor e Coroa-de-Cristo queimação, salivação. Contato do látex com os olhos: geralmente causa conjuntivites;queimação. Ingestão: lesão irritativa mucosa, edemas nos lábios e língua, dor,
em casos mais sérios, lesões de córnea com perda parcial ou total da visão. Inflamação violenta da mucosa intestinal, vômitos, debilidade e morte. Insônia, violenta
Cróton palpitação do coração, dor de cabeça, confusão de ideias, pulso irregular. Na pele
aparecem pústulas vermelhas. Eczema e irritação da boca.
Espada-de-são-jorge; Inchaços na boca que podem evoluir a distúrbios respiratórios, dor e queimação,
Espadinha; Lança-de-São- salivação, dificuldade para engolir, náuseas e vômitos, cólicas abdominais e fraqueza
urina, elevação dos níveis de ureia no sangue e distúrbios hidroeletrolíticos. A seiva em contato com a pele pode provocar irritação, vermelhidão, edema e dor. Nos olhos produz
conjuntivite e lacrimejamento, podendo ocorrer hemorragia conjuntival.
Figueira benjamina Látex pode causar dermatites, queimaduras ao sol.
Guiné Insônia, alucinações, abala o sistema nervoso. O uso contínuo determina apatia,imbecilidade, morte.
Causa sensação de queimação e edema nos lábios, boca e língua, náuseas, vômitos,
Imbé diarreia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia. O contato com os olhos
pode provocar irritação e lesão da córnea. Jiboia
Causa sensação de queimação e edema nos lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarreia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia. O contato com os olhos
pode provocar irritação e lesão da córnea.
Jurubeba Medicinal, porém seu consumo frequente pode causar diarreia, náuseas, sintomasneurológicos e vômitos.
Lírio conjuntivite. Pode levar a asma e causa complicações como sinusite inflamatória ePólen: Reações de hipersensibilidade alérgica, ataques de espirros, prurido nasal, bronquite; Bulbo: Ingestão: Degeneração hepática, falha renal.
Lírio-da-paz Irritação oral, prurido, irritação ocular, dificuldade de deglutição e até de respiração emcasos mais graves. Pode ocorrer alteração da função renal e alterações neurológicas. Mandioca Ingestão da planta crua: cansaço, falta de ar, fraqueza, taquicardia, aumento do ritmorespiratório, acidose metabólica, agitação, confusão mental, convulsão, coma e morte.
Mangueira Dermatite de contato
Margarida Dermatite de contato e constipação por ingestão.
Palmeira rabo-de-peixe Sensação extremamente dolorosa na boca, em contato com a pele e olhos podecausar queimaduras graves.
Pingo-de-ouro Febre, sono, dilatação da pupila, taquicardia, inchaço da boca e olhos, convulsões egastroenterites.
Singônio Ingestão: Dor, queimação e edema nos lábios, boca e língua.
Ingestão: vômitos, diarreia, dor abdominal, hipocalcemia e depósito de oxalato de Trevo podendo causar distúrbios cardíacos e neurológicos. A deposição do oxalato de cálciocálcio nos rins. A hipocalcemia leva a uma violenta estimulação muscular tetânica,
nos rins obstrui os canais, causando lesões renais.
Vinca; Boa-noite Danos no sistema nervoso central.
Zamioculcas Irritações na pele, e quando ingerida, sufocação
Após a coleta de todos os dados referentes à presença de plantas tóxicas nas escolas 1,2 e
3, foram elaborados gráficos demonstrando os
resultados finais.
Os gráficos encontram-se identificados de acordo com o local da identificação das espécies e com legenda autoexplicativa, representado entre as espécies aquelas que não apresentam risco de intoxicação e as espécies tóxicas. O resultado mostrou que as espécies identificadas na escola 1 expressam um total de 83 representantes, sendo: 55 espécies ou 66% não tóxicas e 28 espécies (34%) que oferecem risco de intoxicação, seja por ingestão, dermatites de contato, reações de hipersensibilidade, entre outros.
Ao todo, na escola 2 foram encontradas 35 espécies, desta 19 (54%) não apresentam toxicidade e 16 (46%) são venenosas.
Já na escola 3 as espécies identificadas somaram 27 sendo que 10 (37%) não apresentam efeitos tóxicos, 17 espécies (63%) apresentam toxicidade. No geral, foram encontradas 37 espécies diferentes de plantas ornamentais tóxicas.
Gráfico 1. Porcentagem de planta tóxicas na escola1
Gráfico 2. Porcentagem de plantas tóxicas na escola 2
Algumas das espécies encontradas foram fotografadas para uma demonstração mais clara das espécies tóxicas identificadas, para isto algumas estão dispostas a seguir, identificadas com seus respectivos nomes.
Figura 1. Alamanda
Gráfico 3. Porcentagem de plantas tóxicas na
escola 3 Figura 2. Agave
Figura 3. Cróton
Figura 5. Palmeira rabo-de-peixe
Figura 6. Agave-dragão e vincas
Figura 7. Trevo
Figura 8. Comigo-ninguém-pode
“Considerando os benefícios de uma arborização urbana bem planejada, esta também deve ser valorizada em ambientes escolares. Para isto, não se deve utilizar espécies tóxicas, alergênicas e com características que tenham potencial de causar acidentes (e.g. espinhos ou folhas pontiagudas).” (KÜSTER et al., 2012). Os sintomas causados pela intoxicação podem estar atrelados também à própria fisiologia do indivíduo envenenado (CAMPOS, 2016), além disso, “No Brasil, a notificação dos eventos toxicológicos não é obrigatória, o que favorece a subnotificação.” (Campos, 2016), e assim há uma grande possibilidade do número real de casos relatados não ser preciso em relação à quantidade conhecida de envenenamentos.
Conclusão
Os resultados obtidos mostram a presença de plantas ornamentais tóxicas, nas escolas visitadas, oferecendo riscos de intoxicação pelo contato ou ingestão das mesmas.
Além disso, observou-se que, de maneira geral, as pessoas sabem pouquíssimo sobre plantas tóxicas, quais são elas e como evitar intoxicações.
Esse fato mostra que medidas preventivas devem ser divulgadas, nesses ambientes e à população em geral.
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