Professor: Gustavo Tormena – Engenheiro Civil
Colaborador: Rafael Di Bello – Engenheiro Civil
(1) Instalações Hidrossanitárias: Água Fria;
(2) Instalações Hidrossanitárias: Água Quente;
(3) Instalações Hidrossanitárias: Esgoto;
Definição: O Sistema predial de suprimento de água deve prover, quando
necessária ao uso, água de boa qualidade, em quantidade e temperatura controláveis pelo usuário, para a sua adequada utilização.
As redes de abastecimento de água potável das cidades se constituem de:
◦ Adutoras: levar água dos mananciais às estações de tratamento e dessas
aos reservatórios principais;
◦ Linhas Alimentadoras: servem para o abastecimento de reservatórios
secundários e das linhas distribuidoras;
◦ Linhas Distribuidoras: servem para fornecer água às derivações para o
abastecimento de cada prédio.
(...até este ponto o assunto é objeto de estudo da disciplina de Obras Hídricas)
O abastecimento de água aos prédios é feito a partir do distribuidor público por meio de um Ramal Predial (este sim é tema de Auditoria de Obras de Edificações!)
O Ramal Predial compreende:
◦ Ramal Predial propriamente dito ou ramal externo: trecho do encanamento
compreendido entre o distribuidor público de água e o medidor (hidrômetro), o qual é considerado como parte integrante do ramal externo;
◦ Alimentador Predial ou ramal interno de alimentação: trecho de encanamento que se inicia no medidor (hidrômetro) até a entrada de um reservatório.
O Hidrômetro é o aparelho responsável por medir o
Sistemas de abastecimento e distribuição:
1
– Sistema Direto
1.1
– Sistema Direto sem bombeamento
1.2
– Sistema Direto com bombeamento
2
– Sistema Indireto
2.1
– Sistema Indireto por gravidade com reservatório superior
2.2
– Sistema Indireto por gravidade com bombeamento e
reservatório superior
2.3
– Sistema Indireto por gravidade com reservatório inferior e
superior
2.4
– Sistema Hidropneumático
1 - Sistemas Direto de Distribuição:
1.1 - Sistema Direto sem bombeamento: a alimentação da rede interna de
distribuição é feita diretamente pelo alimentador ou ramal predial. Modalidade que requer abastecimento público com continuidade,
abundância e pressão suficiente, pois não existe qualquer reservatório
1 - Sistemas Direto de Distribuição:
1.2
-
Sistema
Direto
com
bombeamento: junto à rede de
distribuição é acoplado uma sistema
de bombeamento direto e a água é
recalcada diretamente do sistema de
abastecimento até as peças de
utilização.
Esse
sistema
é
empregado quando a rede pública
não oferece água com pressão
suficiente para que esta seja elevada
aos
pavimentos
superiores.
Empregado
muito
nos
Estados
Unidos para prédios altos, hotéis,
fábricas etc.
2 - Sistemas Indireto de Distribuição: adotam-se
reservatórios para fazer frente à intermitência ou
irregularidade no abastecimento de água e às variações de pressão na rede pública decorrentes das variações horárias de consumo.
2.1 - Sistema Indireto por gravidade com reservatório superior: a pressão na rede pública é suficiente para abastecer um reservatório de acumulação que é colocada na parte elevada do prédio (reservatório superior). Quando há consumo na rede de distribuição, ocorre uma diminuição no nível do reservatório causando uma abertura total ou parcial da válvula bóia.
2.2 – Sistema Indireto por
gravidade com bombeamento
e reservatório superior: nesse
sistema
tem-se
um
alimentador predial equipado
com
válvula
de
bóia,
a
instalação
elevatória,
o
reservatório superior e a rede
de
distribuição.
Solução
adotada quando não forem
oferecidas, pelo sistema de
abastecimento,
condições
hidráulicas
suficientes
para
elevação
da
água
ao
reservatório superior.
2.3 – Sistema Indireto por gravidade com reservatório inferior e superior: sistema utilizado quando a pressão na rede pública é insuficiente para abastecer o reservatório elevado, necessitando-se, assim,
de um reservatório inferior de onde a água é recalcada pela instalação elevatória para o reservatório superior, e depois distribuído por gravidade.
2.4
– Sistema Hidropneumático: sistema composto por um alimentador
predial com válvula de bóia, um reservatório inferior, uma instalação
elevatória e um tanque de pressão. Quando o tanque de pressão
estiver submetido à pressão máxima e o sistema de recalque
desligado, a água no tanque está num nível máximo e o sistema
apresenta condições de iniciar o ciclo de funcionamento. Quando há
consumo na rede de distribuição, o nível de água no tanque começa a
diminuir progressivamente. O colchão de ar expande-se e a pressão
no interior do tanque diminui até atingir a pressão mínima. Assim, o
pressostato
aciona
o
sistema
de
recalque
elevando,
simultaneamente, o nível de água e a pressão no interior do tanque.
Atingindo a pressão máxima, o pressostato desliga o sistema de
recalque, propiciando o início de um novo ciclo.
2.4
– Sistema Hidropneumático:
(cont.)
Observar
os
dois
sistemas
hidropneumáticos (com tanques de
pressão)
em
uma
edificação
com
vários pavimentos
3 – Sistema Misto: trata-se de uma combinação dos sistemas direto e indireto, ou seja, uma parte da instalação é ligada diretamente à rede
pública, enquanto a outra, ao reservatório predial.
OBS: A escolha por um dos sistemas irá depender de alguns fatores que
deverão ser analisados na fase de projeto: Confiabilidade no sistema de
A necessidade da limitação das pressões e velocidades de fluxo máximas
nas redes de distribuição é feita com vistas aos problemas de emissão de
ruído e do golpe de aríete (efeito ocasionado quando uma válvula, torneira ou
outro componente é fechado muito rapidamente e o fechamento é algumas vezes acompanhado por um claro ruído originado do fenômeno de transiente de pressão; em alguns casos pode acarretar o rompimento da tubulação).
Em edifícios altos, a limitação de pressão estática máxima (40 m.c.a. ou 400 KPa) pode ser obtida pelo uso de válvulas redutoras de pressão ou pela construção de um reservatório intermediário (caixa de quebra-pressão). No entanto, por esse reservatório tomar espaço útil importante no interior da edificação, e devido ao fato de se executar um barrilete intermediário para distribuição de água, adota-se, geralmente, as válvulas redutoras de pressão.
A válvula redutora de pressão é um dispositivo instalado nas redes de
distribuição com o objetivo de introduzir uma grande perda de carga localizada, reduzindo, assim, a pressão dinâmica a jusante de si.
Essas válvulas podem ser instaladas numa posição intermediária ou, o que
1
– Sub-sistema de alimentação (já apresentados):
1.1 - ramal predial;
1.2 - cavalete / hidrômetro;
1.3 - alimentador predial.
2
– Sub-sistema de reservação:
2.1 - reservatório inferior;
2.2 - estação elevatória;
2.3 - reservatório superior.
3
– Sub-sistema de distribuição interna:
3.1 - barrilete;
3.2 - colunas de alimentação ou prumadas de alimentação;
3.3 - ramal;
A reservação total, a ser acumulada nos reservatórios inferiores e superiores,
não pode ser inferior ao consumo diário, recomendando-se que não
ultrapasse a três vezes o mesmo. Essa previsão é exatamente pensando nos casos em que há imprevisto (interrupções) no fornecimento de água.
A NBR-5626/98 estabelece que: “O volume de água reservado para uso
doméstico deve ser, no mínimo, o necessário para 24 h de consumo normal no edifício, sem considerar o volume de água para combate a incêndio.”
Recomenda-se para os casos comuns a seguinte distribuição:
◦ Reservatório Inferior: 60% do total
◦ Reservatório Superior: 40% do total
Reservatórios de maior capacidade (geralmente > 4000 litros) devem ser divididos em dois ou mais compartimentos para permitir operações de manutenção sem que haja interrupção na distribuição de água. São
excetuadas desta exigência as residências unifamiliares isoladas.
Toda a tubulação que abastece o reservatório deve ser equipada com
torneira (ou válvula) de bóia, ou qualquer outro dispositivo com o mesmo
Segundo a NBR-5626/98: “Em princípio um reservatório para água potável não
deve ser apoiado no solo, ou ser enterrado total ou parcialmente, tendo em
vista o risco de contaminação proveniente do solo, face à permeabilidade das paredes do reservatório ou qualquer falha que implique a perda da estanqueidade. Nos casos em que tal exigência seja impossível de ser atendida, o reservatório deve ser executado dentro de compartimento próprio, que permita operações de inspeção e manutenção, devendo haver um
afastamento, mínimo, de 60 cm entre as faces externas do reservatório (laterais, fundo e cobertura) e as faces internas do compartimento.”
Ou seja, de acordo com a norma, os reservatórios inferiores seriam construídos, praticamente, dentro de uma câmara subterrânea (o que implica em complexidade e custo). No entanto, na prática, esses reservatórios são
geralmente enterrados, apesar da norma não tratar do assunto. Quando
enterrados, sua tampa deve ficar elevadas pelo menos 20 cm acima do solo.
As canalizações de esgoto devem ficar afastadas dos reservatórios enterrados para evitar problemas relativos à contaminação.
Segundo a NBR-5626/98 , uma Instalação (ou Estação) Elevatória é “Sistema
destinado a elevar a pressão da água em uma instalação predial de água fria, quando a pressão disponível na fonte de abastecimento for insuficiente, para abastecimento do tipo direto, ou para suprimento do reservatório
elevado no caso de abastecimento do tipo indireto. Inclui também o caso
onde um equipamento é usado para elevar a pressão em pontos de utilização localizados.” Ou ainda “consiste no bombeamento de água de um
reservatório inferior para um reservatório superior ou para um reservatório hidropneumático.”
As instalações elevatórias devem possuir no mínimo duas unidades de
elevação de pressão (ou seja, duas bombas), independentes, com vistas a
garantir o abastecimento de água no caso de falha de uma das unidades.
Nas instalações elevatórias por recalque de água, recomenda-se a utilização
de comando liga/desliga automático, condicionado ao nível de água nos
reservatórios. Neste caso, este comando deve permitir também o acionamento manual para operações de manutenção.
Reservatório destinado a receber a água do reservatório inferior por meio
da estação elevatória e ser o ponto de partida para distribuição por
gravidade aos pontos de utilização.
Esses reservatórios devem ficar com o fundo no mínimo a 0,80 m
acima do piso do compartimento sobre o qual estejam situados para
facilidade de acesso aos barriletes e encanamentos de limpeza.
Extravasor: canalização destinada a escoar eventuais excessos de
água dos reservatórios e das caixas de descarga. O diâmetro deste
tubo
deverá
ser
igual,
no
mínimo,
ao
da
bitola
comercial
imediatamente superior ao do diâmetro do encanamento de entrada
do reservatório e nunca inferior a 25 mm.
Tubulação de sucção
3.1 – Barrilete:
Trata-se de um encanamento que liga entre si as duas seções do reservatório superior, ou dois reservatórios superiores, e do qual partem ramificações para
as colunas de distribuição. Com isso se evita fazer a ligação de uma quantidade grande de encanamentos diretamente ao reservatório, o que é
inconveniente (problemas relativos a vazamentos).
3.2 - Colunas de alimentação ou prumadas de alimentação:
Derivam do barrilete e, após um certo trecho na cobertura, descem
verticalmente para alimentar os diversos pavimentos.
3.3 – ramal:
Tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os
sub-ramais. 3.4 - sub-ramal:
Tubulações que ligam os ramais às peças de utilização ou aos aparelhos
Exemplo de COLUNA, RAMAL E SUB-RAMAL
Coluna
Sub-Ramal Ramal
◦ Existe uma grande diversidade de materiais e componentes utilizados em instalações de água fria, no entanto trataremos dos dois que têm maior relevância: Tubos e Válvulas
1 - TUBOS:
1.1 – Cloreto de Polivinila (PVC, ou Policloreto de Vinila):
- Tubos e conexões de PVC rígido são fabricados no Brasil de acordo com as especificações contidas na NBR 5648 e nas dimensões padronizadas pela NBR-5680, abrangendo as séries soldável e roscável.
- Nos tubos soldáveis, a junta é do tipo ponta-e-bolsa lisa ou ponta e bolsa
lisa e luva, executada com adesivo especial a frio (reação química que “funde”
as superfícies) e processo recomendado pelo fabricante.
- A junta roscável é feita com roscas externas nas pontas e internas nas luvas, por processo e material de vedação (geralmente conhecido como veda rosca) recomendados pelo fabricante.
Tubo
soldável Luva soldável
Tubo
1.2
– Aço Carbono Galvanizado:
- Para dar resistência à corrosão, os tubos de aço-carbono são
galvanizados pelo processo de imersão a quente em zinco
fundido.
- Podemos ter tubos
“com costura” (chapas que são dobradas e
soldadas) e tubos
“sem costura” (fabricados por processo de
laminação e extrusão).
- As conexões neste tipo de tubo são do tipo roscável.
1.3
– Cobre:
- Tubos fabricados por extrusão e denominados
“tubos sem
costura”.
- As conexões de cobre podem apresentar pontas e/ou bolsas lisas
e/ou roscadas. Para unir pontas e bolsas lisas, as juntas são
efetuadas, em geral, através de soldagem capilar, utilizando metal de
enchimento composto de estanho e chumbo.
Tubos de PVC
Vantagens Desvantagens
Material leve e de fácil
manuseio Baixa resistência ao calor
Alta resistência a corrosão Degradação por exposição aos raios ultra-violeta
Baixa condutividade térmica
e elétrica Baixa resistência mecânica Pouca acumulação de
depósitos Produção de fumaça e gases tóxicos em combustão Flexibilidade
Perda de carga menor (em geral)
Menor custo que os metálicos, em geral
Tubos Metálicos
Vantagens Desvantagens
Estabilidade dimensional Susceptibilidade à corrosão Incombustibilidade às
temperaturas usuais de incêndio em edificações
Dificuldade na montagem de tubos e conexões
Maior confiabilidade nos dados de
desempenho Acumulação de depósitos por corrosão, suspensões e precipitação química
Contaminação da água através da solda de chumbo, da corrosão e outros resíduos
Alta transmissão acústica ao longo dos tubos
2 - VÁLVULAS:
- Dispositivos destinados a estabelecer, controlar e interromper o
fornecimento de água nas tubulações e nos aparelhos sanitários.
- As principais válvulas empregas no sistema predial de água fria
são:
2.1
– Válvula de Gaveta;
2.2
– Válvula Globo ou de pressão;
2.3
– Válvula de Retenção;
2.4
– Válvula Redutora de pressão (já vista anteriormente);
2.5
– Torneira (ou válvula) bóia.
2.1
– Válvula de Gaveta:
- Dispositivo com o qual o fluxo de água é
permitido ou impedido de escoar. Esta válvula
deve ser usada apenas nas posições aberta ou
totalmente fechada. Se, eventualmente, ela for
utilizada numa posição intermediária, o disco (A)
fica
sujeito
a
vibrações
que
acabam
por
comprometer a vida útil do sistema.
-
Utilizadas,
basicamente,
para
possibilitar
manutenção
de
partes
do
sistema
sem
interromper o funcionamento do restante, como
por exemplo: antes da válvula de bóia, nas saídas
dos reservatórios e das bombas, no início das
colunas e dos ramais.
2.2 – Válvula Globo ou de pressão:
- Dispositivo destinado a regular a vazão do fluxo
de água, permitindo, assim, o controle de escoamento e também o bloqueio total da passagem de água. O princípio de funcionamento
se baseia em um controle de formato tronco-cônico (A), ou apenas um disco, que se desloca pelo movimento da haste (B), devido ao giro do volante (C), permitindo a passagem do fluxo; desta forma, o fluxo de água escoa por igual, à volta do disco, não
provocando vibrações. Tem fechamento mais rápido que as válvulas de gaveta e apresenta
grande perda de carga. Essa válvula, também
denominada registro de pressão, é usada, basicamente, em chuveiros, torneiras e misturadores.
2.3 – Válvula de Retenção:
- Permite o escoamento em uma única direção (também conhecida como
válvula de escoamento unidirecional). Possui dispositivos que possibilitam
o fechamento automático quanto ocorrem diferenças de pressão provocadas pelo próprio escoamento do líquido.
- Podem ser do tipo “Portinhola” (horizontal) ou do tipo “Pistão” (vertical ou horizontal).
- Na válvula de retenção tipo portinhola, com o fluxo no sentido normal, a portinhola (A) mantém-se aberta girando em torno do pino (B); quando ocorre uma inversão no sentido do escoamento, a própria pressão da água fará com que a portinhola permaneça fechada. A válvula tipo portinhola apresenta menor perda de
2.3
– Válvula de Retenção (Cont.):
- Na tubulação de sucção do reservatório utiliza-se uma válvula de
retenção dotada de um crivo de modo a evitar a entrada de corpos
estranhos que possam danificar os equipamentos do sistema.
Na
válvula
de
retenção
tipo
pistão, com o fluxo, ocorre o
deslocamento do pistão (A) e,
analogamente ao caso anterior, a
tendência
à
inversão
do
escoamento
provoca
o
seu
bloqueio.
2.5
– Torneira (ou válvula) bóia:
- Trata-se de uma válvula com bóia destinada a interromper a
entrada de água nos reservatórios e caixas de descarga quando
Dimensionamento:
- O ponto de partida para o dimensionamento de um Sistema Predial de Água Fria é se definir o Consumo Diário (CD) da edificação, que irá depender a que se destina. A partir desta definição é que se poderá calcular outros parâmetros, como por exemplo a vazão (Q), volumes dos reservatórios, etc.
CD = C x P
onde,CD = Consumo Diário total (l/dia)
C = Consumo Diário “Per Capita” (l/dia) P = População do edifício (pessoas)
Dimensionamento (Cont.):
- A NBR-5626/98 recomenda que as tubulações devem ser dimensionadas de modo que a velocidade da água, em qualquer trecho de tubulação, não atinja valores superiores a
3,0 m/s.
- Perda de carga:
a) Ao Longo da tubulação: resultante do atrito interno do líquido, isto é, da sua
viscosidade, da resistência oferecida pelas paredes em função de sua rugosidade; é
diretamente proporcional ao comprimento do encanamento e inversamente proporcional ao seu diâmetro. Há diversas fórmulas para se calcular essa perda de
carga, dependo de alguns fatores, como por exemplo diâmetro da tubulação.
b) Localizadas: as conexões (curvas, uniões, etc), válvulas e outras peças que são ligadas
à tubulação também causam perdas de energia. Essas podem ser calculadas partir de algumas fórmulas e também serem estimadas a partir de “comprimentos equivalentes” dessas peças em termos de comprimento de tubo. E a partir daí, considerar um comprimento total de tubo (L virtual).
Onde Lreal constitui o comprimento real da tubulação e ƩLe constitui a soma dos comprimentos equivalentes associados
Representação de Projeto:
São usadas como conforto em banhos, cozinhas, lavanderias etc.
Devem prevalecer as condições básicas da instalação de água
fria.
TIPOS:
Individual: quando a água é aquecida no próprio ponto de consumo
(ex: chuveiro elétrico)
Central: quando se processa o aquecimento num aparelho e o
consumo se dá em pontos diferentes
◦
Privado: Aquece apenas as diversas peças de uma mesma
unidade (ex: apartamento)
– Gás, combustível, eletricidade, lenha,
energia solar
◦
Coletivo: Aquece diversas peças de várias unidades (ex: edifício)
Geração / reservação: processo de transferência de calor a partir de uma
fonte energética para obtenção de água de uma determinada temperatura
◦ Direto: fonte energética atua no reservatório ou serpentina que contém
água
◦ Indireto: aquece um determinado volume
Sistema Central Privado (direto)
Sem acumulação de água antes do consumo
Aquecimento Solar:
◦
Está em expansão o seu uso, devido a:
alternativa energética e
importância da sustentabilidade nas edificações
◦
Depende de vários fatores, entre eles a geografia
◦
Devido a variação (verão / inverno; dia / noite)
Quantidade de energia disponível entre 0 a 950Kcal/m2
◦
Deve-se preconizar a:
Captação, conversão do calor, transferência e armazenamento do
calor
Materiais
– Tubulações de Água Quente:
a) Tubos e conexões de cobre
◦
Mais usuais
◦
Maior durabilidade e melhor funcionamento
◦
Em alguns casos, o seu uso é obrigatório por ser o único material
resistente
Ex: instalação a vapor de hospitais e lavanderias
b) Tubos e conexões de CPVC (cloreto de polivinila pós-clorado)
◦
Tubo plástico
◦
Possui as mesmas propriedades inerentes do PVC
◦
Mais recente no mercado
Os sistemas públicos de esgotos podem ser classificados em:
1 - Sistema unitário: no qual as águas pluviais e as águas
residuárias e de infiltração são conduzidas em uma mesma
canalização ou galeria.
2 - Sistema separador absoluto: no qual existem duas redes
públicas inteiramente independentes. Uma somente para a
condução de águas pluviais e outra para condução de águas
residuárias e de infiltração (esgotos). No Brasil adota-se o sistema
separador absoluto.
3 - Sistema misto: no qual as águas de esgoto têm canalizações
próprias, mas estes condutos estão instalados dentro de galerias
de águas pluviais
. TERMINOLOGIA (recomendamos dar uma olhada nas definições da NBR 8160/99):
- Altura do Fecho Hídrico: Profundidade da camada líquida, medida entre o nível de
saída do desconector e o ponto mais baixo da parede ou colo inferior que separa os compartimentos ou ramos de entrada e saída do aparelho. (O Fecho Hídrico é a camada líquida, de nível constante, que, em um desconector, veda a passagem dos gases.)
- Desconector: Dispositivo provido de fecho hídrico,
destinado a vedar a passagem de gases no sentido oposto ao deslocamento do esgoto.
- Águas residuárias: São os líquidos ou efluentes de
esgotos, que compreendem as águas residuárias domésticas (essas podem ser divididas em águas imundas ou negras e águas servidas), as águas residuárias industriais e as águas de infiltração.
- Águas imundas: contém dejetos (material fecal),
elevada quantidade de matérias orgânica e grande quantidade de microorganismos (são aqueles advindas
TERMINOLOGIA:
- Águas servidas: são as resultantes de operações de lavagem e limpeza de cozinhas,
banheiros e tanques.
- Águas de infiltração: são representadas pela parcela das águas do subsolo que penetra
nas canalizações de esgotos na falta de estanqueidade das juntas das mesmas.
- Aparelho sanitário: Aparelho ligado à instalação predial e destinado ao uso de água para
fins higiênicos ou a receber dejetos ou águas servidas. Ex: Vaso sanitário, lavatório, banheira etc.
- Barrilete de ventilação: Tubulação horizontal com saída para a atmosfera em um ponto,
destinada a receber dois ou mais tubos ventiladores.
- Caixa coletora: Caixa onde se reúnem os efluentes líquidos, cuja disposição exija
elevação mecânica. (por exemplo, em locais em que a cota dos aparelhos sanitários
TERMINOLOGIA:
- Caixa de gordura: Caixa destinada a reter, na
sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formando camadas
que devem ser removidas periodicamente, evitando que estes componentes escoem livremente pela rede, obstruindo a mesma.
- Caixa de passagem: Caixa destinada a permitir
a junção de tubulações do subsistema de esgoto sanitário.
- Caixa sifonada: Caixa provida de desconector
(“sifão”, com tampão), destinada a receber efluentes da instalação secundária de esgoto (ou seja, não recebe efluentes de vasos
TERMINOLOGIA:
- Caixa de inspeção: Caixa
destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudanças de declividade e/ou direção das tubulações.
TERMINOLOGIA:
- Coletor predial: Trecho de tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga, ou caixa de inspeção geral e o coletor público ou sistema particular.
- Coletor público: Tubulação da rede coletora que recebe contribuição de esgoto dos coletores prediais em qualquer ponto ao longo do
TERMINOLOGIA:
- Coluna de ventilação: Tubo
ventilador vertical que se prolonga através de um ou mais andares e cuja extremidade superior é aberta à atmosfera,
ou ligada a tubo ventilador primário ou a barrilete de ventilação.
- Curva de raio longo: Conexão em forma de curva cujo raio
médio de curvatura é maior ou igual a duas vezes o diâmetro interno da peça.
TERMINOLOGIA:
Em perspectiva, para visualizar melhor as conexões (tubulação de ventilação entre o vaso sanitário e a caixa sifonada.
TERMINOLOGIA:
- Importância do tubo (coluna) de ventilação: ruptura do fecho
hídrico devido à descarga do vaso sanitário = grande volume de água em alta velocidade = formação de vácuo ou de aumento de pressão interna na tubulação
TERMINOLOGIA:
- Ralo seco: Recipiente sem proteção
hídrica, dotado de grelha na parte
superior, destinado a receber águas de
lavagem de piso ou de chuveiro.
- Ralo sifonado: Recipiente dotado de
desconector,
com
grelha
na
parte
superior, destinado a receber águas de
lavagem de pisos ou de chuveiro.
Obs: há um “tampão” sobre o sifão, para
permitir limpeza e desentupimento caso
necessário.
TERMINOLOGIA:
- Ramal de Descarga: Tubulação que recebe diretamente efluentes de aparelhos sanitários.
- Ramal de Esgoto: Tubulação que recebe efluentes de ramais de descarga.
- Ramal de Ventilação: Tubo ventilador interligando o desconector ou ramal de descarga de um ou mais aparelhos sanitários a uma coluna de ventilação ou a um
ventilador primário.
- Subcoletor: Tubulação que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto.
- Tubo de Queda: Tubulação vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais de
esgoto e ramais de descarga. Próximo ao piso, na mudança para direção horizontal, temos o tubo operculado - TO (ou “de inspeção” = janela com tampa aparafusada)
- Tubo Ventilador Primário: Prolongamento do tubo de queda acima do ramal mais alto a ele ligado e com extremidade superior aberta à atmosfera situada acima da
cobertura do prédio.
- Tubulação de Ventilação Secundária: Conjunto de tubos e conexões com a
TERMINOLOGIA:
TERMINOLOGIA:
- Instalação Primária de Esgotos: Conjunto de tubulações e dispositivos
onde têm acesso gases provenientes do coletor público ou dos
dispositivos de tratamento. Ex: coletor predial , subcoletores, ramais de
esgoto, tubos de queda, tubos ventiladores primários, coluna de
ventilação, caixas de inspeção, caixas sifonadas, sifões, vasos sanitários
etc.
- Instalação Secundária de Esgotos: Conjunto de tubulações e
dispositivos onde não têm acesso gases provenientes do coletor público
ou dos dispositivos de tratamento. Os elementos que fazem parte desta
instalação são protegidos dos gases provenientes da tubulação primária
por desconectores. Ex: Descargas de elementos que vão até as caixas
sifonadas, ralos sifonados, sifões e outros desconectores.
TERMINOLOGIA:
- Fossa Séptica: Unidade de sedimentação e digestão, de fluxo
horizontal e funcionamento contínuo destinada ao tratamento
primário do esgoto sanitário.
- Sumidouro: Cavidade destinada a receber o efluente de dispositivo
de tratamento e a permitir sua infiltração no solo.
OBS: Esses são alguns elementos utilizados para tratamento de
esgotos quando não é possível ligar o coletor predial a um coletor
público. O assunto relativo a essa matéria foi objeto da aula de Obras
PROJETO E DIMENSIONAMENTO:
As instalações prediais de esgotos sanitários devem ser projetadas de
modo a:
a) evitar a contaminação da água, de forma a garantir a sua qualidade de
consumo, tanto no interior dos sistemas de suprimento e de equipamentos sanitários, como nos ambientes receptores;
b) permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos
introduzidos, evitando a ocorrência de vazamentos e a formação de depósitos no interior das tubulações;
c) impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial de
esgoto sanitário atinjam áreas de utilização;
d) impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior do sistema;
e) permitir que os seus componentes sejam facilmente inspecionáveis; f) impossibilitar o acesso de esgoto ao subsistema de ventilação;
g) permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por dispositivos que
PROJETO E DIMENSIONAMENTO:
- O dimensionamento dos tubos de queda, coletores prediais, subcoletores, ramais de esgotos e ramais de descargas pode ser estabelecido em função das Unidades Hunter de Contribuição (UHC) atribuídas aos aparelhos sanitários contribuintes.
- Para o dimensionamento dos ramais de esgotos, tubos de queda etc. é
preciso somar o número de UHCs que chegam até as referidas tubulações e consultar tabelas
PROJETO E DIMENSIONAMENTO:
- A NBR-8160/99 exige as seguintes declividades mínimas para
ramais de descarga e de esgoto
:Diâmetro Nominal (mm) Declividade mínima (%)
≤ 75 2
O sistema de instalações de águas pluviais tem como função recolher e
dispor adequadamente as águas das chuvas.
ALGUMAS DEFINIÇÕES:
- Área de contribuição: Soma das áreas das superfícies que, interceptando
chuva, conduzem as águas para determinado ponto da instalação. (cálculo da vazão considerando a área de contribuição foi objeto da disciplina de obras hídricas)
- Caixa de areia: Caixa utilizada nos condutores horizontais destinados a recolher detritos por deposição.
- Calha: Canal que recolhe a água de coberturas, terraços e similares e a conduz a um ponto de destino.
- Calha de furtada (ou de rincões): Calha instalada na linha de
água-furtada da cobertura.
- Calha de beiral: Calha instalada na linha de beiral da cobertura.
- Calha de platibanda: Calha instalada na linha de encontro da cobertura
ALGUMAS DEFINIÇÕES:
- Condutor horizontal: Canal ou tubulação horizontal destinado a
recolher e conduzir águas pluviais até locais permitidos pelos
dispositivos legais.
- Condutor vertical: Tubulação vertical destinada a recolher águas de
calhas, coberturas, terraços e similares e conduzi-las até a parte
inferior do edifício.
- Rufos: Peças colocadas na união dos painéis com as paredes para
evitar penetração de água entre a telha e parede e ficam embutidas
na platibanda e simplesmente apoiadas nas telhas.
- Funis: Têm o papel de recolher as águas das calhas nos pontos em
que chega uma água furtada, conduzindo-as por meio de curvas para
os condutores.
- Ralo: Caixa dotada de grelha na parte superior, destinada a receber
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DE PROJETO:
- Os condutores de águas pluviais não podem ser usados
para receber efluentes de esgotos sanitários ou como tubos
de ventilação da instalação predial de esgotos sanitários;
- Os condutores da instalação predial de esgotos sanitários não
podem ser aproveitados para condução de águas pluviais;
- As superfícies horizontais das lajes devem ter
uma
declividade mínima de 0,5%;
- O diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de
seção circular é 75mm;
- Os condutores horizontais devem ser projetados, sempre
que possível, com declividade uniforme com valor mínimo
de 0,5%.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DE PROJETO:
- Duas opções: Lançar na sarjeta ou no coletor público.
- Notar a necessidade de bombeamento para as águas que são recolhidas abaixo da cota do coletor público ou da sarjeta.
Ref. 1: Macintyre, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas – Prediais e Industriais. 3ª Edição, LTC Editora;
Ref. 2: Apostila “Sistemas Prediais de Suprimento de Água Fria - Tipos de Sistemas e Componentes.” –
http://www.ecivilnet.com/apostilas/apostilas_sistemas_prediais.htm
Ref. 3: NBR-5626/98 – Instalação predial de água fria
Ref. 4: Texto Técnico “Sistemas Prediais de Água Fria” – USP
-http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/ttpcc08.pdf
Ref. 5 – Apresentação Instalações Hidrossanitárias –
www.fag.edu.br/professores/agnaldo/instalaes%20hidrossanitarias.ppt
Ref. 6 – Apostila “INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA” – USP
-www.shs.eesc.usp.br/graduacao/disciplinas/shs402/APOSTILA%20ÁGUA%20FRIA.doc
Ref. 7 – NBR-8160/99 – Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução
Ref. 8 – NBR-10844/89 – Instalações prediais de águas pluviais
Ref. 9: “Prática das Pequenas Construções”, Alberto de Campos Borges, Edgard Blücher, 9ª Edição, 2009;
Ref. 10 – Ref. 18: Apresentação Instalações hidráulicas (Eng. 297) – UFBA –