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AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE REGULARIZAÇÃO DAS VAZÕES DO AÇUDE PERTÔNIO PORTELA NO MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO NONATO - PI

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AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE REGULARIZAÇÃO DAS VAZÕES DO

AÇUDE PERTÔNIO PORTELA NO MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO

NONATO - PI

Cristóvão Tiago Silva Brito 1 ; Josélia de Carvalho Leão* 2; Roberto José Amorim Rufino Fernandes3 & João Pedro Marinho Araújo4

Resumo – A água é um recurso abundante no Brasil. No entanto, sua má distribuição

espaço-temporal acaba por gerar situações de déficit hídrico em algumas regiões e em determinados períodos do ano. O açude Petrônio Portela construído no estado do Piauí em 1996, a barragem nunca encheu totalmente, indicando um superdimensionamento. Propôs-se neste trabalho uma nova abordagem, avaliando as vazões afluentes a partir do balanço hídrico e utilizando-se como dados de entrada o volume acumulado ao longo do tempo. Essas vazões foram estendidas por meio de um modelo chuva-vazão e, em seguida, foi feita a simulação do comportamento do reservatório utilizando o modelo em rede de fluxo ACQUANET (MODSIM). Deste modo, avaliou-se o desempenho da barragem no horizonte da simulação e definiu-se para as garantias de fornecimento mais recorrentes uma vazão passível de ser regularizada, sendo 1,538 m³/s para 90%.

Palavras-Chave – Vazão regularizada; rede de fluxo, simulação, Piauí.

ADJUSTMENT CAPABILITY ASSESSMENT OF THE FLOW DAM

PERTÔNIO PORTELA IN SÂO RAIMUNDO NONATO - PI

Abstract – Water is an abundant resource in Brazil. However, its poor spatial and temporal distribution ends up causing hydraulic deficit in some areas and at certain times of the year. On this point, the engineering must act to solve conflicts between the various uses, managing in the best possible way this resource. T. The Petronio Portela dam is an example. This work proposes a new approach, evaluating the inflows from the water balance and using the accumulated volumes through the time. The inflows was extended by a rain-flow model and the behavior of the reservoir were simulated using ACQUANET flow network model (MODSIM). This, the dam’s performance was evaluate in a simulation horizon, and it was defined, for the guarantees of supply more frequent, one outflow with the possibility to be regularized, with 1,5 m³/s to 90%.

Keywords – Regulated flow ; flow network , simulation, Piauí .

1 Centro de Tecnologia e Urbanismo da Universidade Estadual do Piauí; Rua espirito Santo, 996, Acarape, Teresina/PI, CEP 64003-750. Tel (086) 3213-2424. Email: joselialeao@gmail.com; rjarf.pi@gmail.com;jpmarinho8@gmail.com.

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1- INTRODUÇÃO

A água é indispensável para a vida e para o desenvolvimento das atividades humanas. Com o crescimento populacional, houve um aumento significativo e do seu consumo exigindo cada vez mais dos mananciais, tornando-se este um dos fatores relacionados a problemas de escassez hídrica e consequentes conflitos de uso. Para minimizar futuros problemas, é necessário um planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos. Entretanto, para bem gerenciar é necessário conhecimento, seja das demandas hídricas, seja quanto à avaliação mais precisa da disponibilidade hídrica, tanto superficial quanto subterrânea.

Investimentos para aumento da disponibilidade natural também são necessários, especialmente em regiões carentes de recursos hídricos, como é o caso da porção da região Nordeste do Brasil que apresenta clima semiárido. Caracterizada por rios intermitentes secam no período de estiagem, alguns todos os anos, outros nas secas mais severas. A construção de grandes reservatórios de acumulação permite uma regularização plurianual das vazões.

Centenas de barragens dos mais variados portes foram construídas no Nordeste, a maioria com participação do DNOCS. No Piauí foram construídos 215 reservatórios artificiais com capacidade para armazenamento de cerca de 9.377 hm³. Destes, apenas 20 reservatórios possuem volume superior a 1 0hm³, correspondendo a 92,7% do montante hídrico acumulado no estado.

Devido à precariedade das informações hidrológicas no Estado do Piauí, a maioria das barragens foi dimensionada a partir de métodos de regionalização hidrológica, ocasionando imprecisões na avaliação de sua capacidade de regularização e, por conseguinte, na disponibilidade hídrica dos trechos de rios perenizados.

A barragem Petrônio Portela, na região de São Raimundo Nonato, é um exemplo clássico. Foi construída pela Secretaria de Obras do Estado do Piauí em convênio com o DNOCS entre 1984 e 1996, com 181 milhões de m³ de capacidade de acumulação. A barragem ainda não apresentou sangria nos 18 anos após sua inauguração, o que parece indicar um superdimensionamento.

Propõe-se, neste estudo, uma nova abordagem para o problema, avaliando as vazões afluentes a partir do balanço hídrico, utilizando-se como dados de entrada o volume acumulado ao longo do tempo, monitorado pelo DNOCS. A série “observada” será expandida a partir da utilização de um modelo chuva versus vazão devidamente calibrado. Tal série de longa duração se constituirá nos dados de entrada de um modelo de simulação de reservatórios, permitindo aferir com maior precisão a vazão regularizada pelo açude bem como a frequência esperada de vertimento.

Tais informações são de extrema importância para o correto gerenciamento do açude, importante manancial em uma das regiões que mais sofrem com as secas no estado e fonte hídrica do Sistema Adutor do Garrincho. O sistema é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 56.000 habitantes.

2- CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO

O reservatório Petrônio Portela barra o rio Piauí e está inserido na bacia hidrográfica do rio Canindé, por sua vez, é uma sub-bacia do rio Parnaíba, estando localizada na porção sudoeste do estado do Piauí. A região abrange uma área aproximada de 79.733 km² e está quase que integralmente inserido na área de abrangência oficial do semiárido, definida pelo Ministério da Integração Nacional mediante portaria nº 89, de março de 2005 (LEÃO, 2008).

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O clima na região é semiárido, com chuvas mal distribuídas e de caráter torrencial que definem duas estações: uma seca denominada regionalmente de verão que normalmente começa em meados de maio, quando as chuvas começam a se tornar raras, e se estende até outubro. A outra estação é conhecida como inverno e apresenta uma maior concentração de chuvas, estendendo-se entre os meses de novembro à abril (LEÃO, 2008; CODEVASF, 2006).

As precipitações anuais são bem baixas variando de 600 mm à 1.200 mm, com maior intensidade no período do “inverno”. O clima propicia o desenvolvimento de uma vegetação de transição caatinga-cerrado e vegetação de caatinga arbórea e arbustiva (CODEVASF, 2006).

Nesse ambiente, está inserida a barragem Petrônio Portela, que controla uma área de cerca de 6.488 km², representando, portanto, 8,1% da área da bacia do rio Canindé. A estação meteorológica de Caracol, mantida pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (código sinótico 82976, código nacional 943010), é a mais próxima da barragem, indica uma evapotranspiração potencial média anual de 2.280,8 mm.

Em relação à precipitação, o posto pluviométrico em operação mais próximo da barragem é o de São Raimundo Nonato (código nacional 942028), de responsabilidade da Agência Nacional de Águas – ANA e operado pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM. A precipitação média anual no período foi de 543,4 mm, sendo o mês de março aquele que apresenta o maior valor médio mensal, 108,3 mm, e que representa 20,3% do acumulado anual.

A Barragem Petrônio Portela localiza-se no Rio Piauí na altura do Município de São Raimundo Nonato, a cerca de 502 km da cidade de Teresina, com coordenadas geográficas 9,00289º S e 42,4247º O. A região é caracterizada geologicamente por dois domínios distintos: as rochas cristalinas do embasamento pré-cambriano e as coberturas sedimentares do fanerozóico.

O arranjo geral da barragem inclui um barramento principal, duas barragens auxiliares, projetadas nos pontos de fuga da bacia hidráulica localizados nas ombreiras direita e esquerda, um vertedouro e uma tomada d’água implantada na ombreira esquerda. Possui uma capacidade total de 181 .248.096,00 m³, coroamento com 986,00 m de extensão, 9,00 m de largura e 308,30 m de cota.

O DNOCS é o órgão encarregado de fazer o monitoramento desta e de outras 24 barragens no estado do Piauí. Em seu acervo foram encontrados dados de volume acumulado sendo o maior volume alcançado da ordem de 160 hm³, tendo sido observado em abril de 2004. A partir de maio de 2011 é verificada uma redução constante dos volumes acumulados, evidenciando o longo período de seca que o estado do Piauí vem atravessando. A barragem tem uma altura máxima de 36,7 m (cota de coroamento 308,30). Quando cheia, a bacia hidráulica é da ordem de 2.106 ha. As relações cota x área e cota x volume estão representadas graficamente na Figura abaixo.

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O açude Petrônio Portela conta ainda com um sistema de abastecimento das populações próximas, o Sistema Adutor do Garrincho. O projeto, realizado em 2003 e inaugurado em 2006, previa o abastecimento direto de nove municípios, além de vários distritos inseridos em suas proximidades e apresentava uma população de projeto da ordem de 56.000 habitantes (ENGESOFT, 2003).

3- DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES AFLUENTES AO BARRAMENTO

Tendo em mãos os dados físicos de armazenamento no reservatório, as vazões demandadas pelo Sistema Adutor do Garrincho e os valores de precipitação (tomados iguais ao do posto São Raimundo Nonato) e evaporação (considerados o da estação climatológica Caracol) sobre o lago em um mesmo período, fez-se o balanço entre as massas para obtenção de uma série de vazões afluentes entre 2004 e 2014. Ao final, para cada intervalo estimado, obteve-se um valor representante da vazão afluente. Esse valor, na maioria das vezes, envolvia mais de um mês, portanto, para calcular a vazão mensal foi necessário ponderar os valores obtidos considerando o peso igual ao número de dias contido naquele intervalo.

Inicialmente, a captação de água acontecia pela ação de duas bombas funcionando simultaneamente, capazes de recalcar 128,47 l/s. Com o passar do tempo, as tubulações foram sendo desgastadas e a forte pressão, aliada ao material inadequado das canalizações (fibra de vidro) tornavam as rupturas frequentes. Na tentativa de conter essas constantes interrupções, pouco tempo após o início de funcionamento do sistema, uma bomba foi desligada e permaneceu assim até meados de março de 2014, quando a canalização anterior foi substituída por uma nova de ferro fundido.

Assim, considerou-se no cálculo do balanço hídrico a vazão demandada constante igual a 128,47 l/s entre agosto de 2006 (período de inauguração do sistema) e maio de 2007 e entre março e maio de 2014 (Período após a substituição da canalização). Nos demais intervalos considerou-se vazão constante de 75 l/s, que, segundo a AGESPISA, seria a vazão média fornecida por uma única bomba em operação.

Simplificações como essa, a desconsideração da infiltração no solo e a utilização de valores imprecisos de volume acumulado no reservatório, fornecidos pelo DNOCS, resultaram em alguns valores de vazão negativos. Nestes casos, eles foram consideradas iguais a zero. A Tabela 01 apresenta as séries de vazões médias mensais obtidas a partir do balanço hídrico realizado.

Tabela 01 – Série calculada de vazões afluentes ao açude Petrônio Portela (m³/s)

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual 2004 - - - 0,339 0,128 0,050 - 2005 0,558 0,199 3,794 2,126 2,126 0,975 0,712 0,159 0,831 0,260 0,040 0,000 0,982 2006 0,000 0,000 5,945 5,553 1,000 0,669 0,715 0,046 0,000 0,000 0,000 0,000 1,161 2007 0,000 8,730 0,883 0,240 0,055 0,135 0,060 0,115 0,167 0,022 0,000 0,000 0,867 2008 0,881 0,392 5,422 11,907 2,028 0,685 0,769 0,404 0,760 0,375 0,000 0,000 1,969 2009 0,760 0,982 2,071 4,014 1,414 0,888 0,892 0,518 0,000 0,000 0,000 0,000 0,962 2010 0,000 0,000 0,369 1,699 2,137 2,137 2,137 1,999 0,000 0,000 0,339 0,508 0,944 2011 0,508 1,025 3,088 3,815 1,258 0,767 0,782 0,787 0,210 0,000 0,000 0,000 1,020 2012 0,000 0,038 0,370 0,191 0,007 0,419 0,628 0,188 0,052 0,032 0,142 0,073 0,178 2013 0,000 0,000 0,000 1,218 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1,380 1,380 0,332 2014 0,356 0,000 1,998 0,791 - - - - Média 0,306 1,137 2,394 3,155 1,114 0,742 0,744 0,468 0,224 0,103 0,203 0,201 0,899

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Como pode ser observada, a vazão média anual no período seria de 0,899 m³/s, indicando um volume afluente anual médio de 28,35 hm³. É possível observar, ainda, que os anos de 2012 e 2013

foram extremamente secos, especialmente 2012, onde a vazão média do ano, 0,178 m³/s, representa

19,8% do valor médio do período integral.

4- CALIBRAÇÃO DO MODELO CHUVA-VAZÃO SMAP E GERAÇÃO DE SÉRIE MAIS EXTENSA DE VAZÕES AFLUENTES AO RESERVATÓRIO

A crônica deficiência de dados fluviométricos na região Nordeste obriga hidrólogos e estudiosos a utilizarem modelos que permitem a extensão desses dados para que se possa estudar fenômenos hidrológicos de determinado lugar. O SMAP a nível mensal, por exemplo, consegue criar uma vasta série de dados exigindo a calibração de parâmetros com pares de dados observados de vazão e precipitação sobre a bacia de apenas 2 a 5 anos (SEMAR, 2010).

Na bacia hidrográfica da barragem foram identificados 15 postos pluviométricos com influência na área, dispondo de séries de dados consistidos e preenchidos pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Piauí para o período de 1964 a 2000.

Como a maioria dos postos dispõe de dados apenas até 2000, foi necessário avaliar a relação entre a precipitação média da bacia, calculada pelo método dos polígonos de Thiessen, e as precipitações registradas em São Raimundo Nonato no mesmo período (posto pluviométrico 942005). Essa correspondência foi definida por meio de uma linha de tendência, assim puderam-se utilizar as séries do posto com dados mais recentes em São Raimundo Nonato (posto pluviométrico 940228) para estimar quanto choveu na bacia no período de outubro de 2004 a abril de 2014 e calibrar o modelo SMAP.

Tabela 02 – Coeficientes de Thiessen para os postos de influência na bacia de contribuição

Posto pluviomét rico Área (m ²) Coeficiente de Thiessen 842002 940.995,94 0,0001 45 842003 203.104.402,4 3 0,031305 842009 239.059.259,5 8 0,036846 942000 879.825.869,6 4 0,135608 942001 521 .492.846,30 0,080378 942002 197.286.466,3 9 0,030408 942003 955.526.269,7 3 0,147276 942004 552.086.774,7 2 0,085094 942005 681.127.197,9 7 0,104983 942022 413.564.617,7 0 0,063743 942023 38.049.852,00 0,005865 942025 502.01 2.459,30 0,077376 943000 622.879.513,9 8 0,096005 943010 252.774.478,4 9 0,038960 943012 428.267.309,0 3 0,066009

Para calibração do modelo SMAP foram consideradas, portanto, a série de vazões afluentes ao reservatório estimadas pelo balanço hídrico e a série de precipitação média da bacia, determinada a

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partir das precipitações registradas em São Raimundo Nonato (posto 942028) e pela relação mostrada na Figura 1, no período de outubro de 2004 à abril de 2014.

O modelo chuva-vazão foi processado através de planilhas eletrônicas do Microsoft Office Excel disponível no site da USP – Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental. No entanto, as imprecisão dos dados de entrada impossibilitaram um bom ajuste. Enquanto os subsídios fornecidos pelo DNOCS são estimados, já que a barragem não possui régua linimétrica, as informações da AGESPISA também são imprecisas, pois não há dispositivo macromedidor na adutora, nem um acompanhamento em relação às retiradas e interrupções de fornecimento.

Não foi possível representar adequadamente o comportamento da série pseudo-histórica de vazões. Foi observado que não há uma boa relação entre as precipitações da bacia e as supostas vazões observadas. Tal fato parece corroborar a baixa qualidade dos dados de entrada, conforme discutido anteriormente.

Tendo em vista a dificuldade de calibração, procurou-se, preservar as estatísticas principais da série pseudo-histórica de vazões, buscando, por meio de tentativa e erro, valores para os parâmetros que gerassem uma menor diferença entre os montantes calculados e observados. Assim, mesmo a calibração não sendo ideal, estaria ao menos se representando da melhor forma possível o rendimento hídrico médio da bacia. Os valores dos parâmetros do modelo que geraram os resultados mais satisfatórios foram os seguintes: x Sat = 2300; x Pes = 3,832; x Crec = 0.

Com tais parâmetros chegou-se a uma vazão média de 0,910 m³/s, valor idêntico ao da série

pseudo-histórica, e um desvio padrão calculado de 1,74 m³/s contra o valor de 1,73 m³/s para a série “observada”.

Para a geração da série mais extensa de vazões utilizou-se também a planilha disponibilizada pela Universidade de São Paulo. Como dados de entrada foram utilizados a série de precipitações médias da bacia, encontradas pelo método de Thiessen no período de 1964 a 2000, as médias mensais de evaporação e os parâmetros calibrados. A série de vazões afluentes obtida e apresentadas em planilhas e reproduziam está reproduzida no Quadro abaixo mostra o comportamento das vazões. A vazão média anual no período corresponde a 2,801 m³/s, o que representa um volume afluente anual médio à barragem de 88,32 hm³.

Tabela 03- Vazões afluentes calculadas (m³/s)

A N O 19 64 19 65 19 66 19 67 19 68 19 69 19 70 19 71 19 72 19 73 19 74 19 75 19 76 19 77 19 78 19 79 19 80 19 81 19 82 19 83 19 84 19 85 19 86 19 87 19 88 19 89 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 M ed M ÉD 4, 89 2 3, 88 0 3, 25 2 3, 60 1 3, 65 7 2, 16 3 1, 15 9 1, 94 0 1, 23 4 3, 01 1 13 ,3 66 6, 35 5 1, 61 0 2, 64 0 5, 09 8 5, 32 8 5, 79 1 2, 41 8 0, 85 9 0, 53 5 0, 83 1 6, 26 6 4, 19 2 1, 05 3 1, 26 9 2, 26 3 0, 90 2 1, 09 5 1, 27 5 0, 58 5 1, 35 8 1, 18 0 1, 23 0 4, 60 4 1, 12 5 0, 77 1 0, 82 6 2, 80 0

5- AVALIAÇÃO DA VAZÃO REGULARIZADA

O SSD Acquanet foi utilizado para a avaliação do comportamento do reservatório e determinação das vazões capazes de serem regularizadas frente a diferentes garantias. Criou-se uma rede de fluxo simplificada considerando um reservatórios e dois nós de demanda: a vazão regularizada (Qreg) e um dispositivo de segurança para evitar que os sangramentos mascarem a vazão regularizada (Dreno).

Foi estabelecido como volume meta para a barragem o valor de 100% de sua capacidade, entretanto com uma prioridade menor que a demanda representativa da vazão regularizada, definida como máxima. Assim, todas as vezes que houver excesso hídrico, ele será destinado ao

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armazenamento do reservatório, mantendo-o cheio sempre que possível. O último nó deve receber uma demanda bastante elevada e uma prioridade extremamente baixa pois sua finalidade é apenas absorver os excessos que o reservatório não é capaz de armazenar. Assim, as prioridades adotadas no presente trabalho são as apresentadas no Quadro abaixo.

Quadro 01 - Prioridades consideradas Prioridades

Qreg 1

Petrônio Portela 50

Dreno 90

Definidas as prioridades e informadas as vazões afluentes, as relações cota-área-volume,

as lâminas médias evaporadas e os volumes característicos do reservatório (Quadro abaixo), iniciou-se o processo de determinação das vazões regularizadas. Para todas as simulações, o volume inicial foi considerado igual à metade de sua capacidade.

Quadro 02 -Volumes característicos do reservatório Açude Petrônio Portela

Volume Máximo (Mm³) 181,2 00 Volume Mínimo (Mm³) 27,19 0 Volume Inicial (Mm³) 90,60 0

Foram realizadas diversas simulações com diferentes demandas para a obtenção daquelas que atendessem às garantias requeridas. Em cada uma buscou se a máxima vazão que permitisse uma falha de atendimento igual ou imediatamente inferior à garantia testada. Assim, para a vazão com 95% de garantia, por exemplo as falhas deveriam se estender a no máximo 5% do tempo. Os resultados encontrados estão mostrados no Quadro.

Quadro 03 - Vazão regularizada para diferentes garantias

Vazão Regularizada Q100 (m³/s) 1,018 Q95 (m³/s) 1,299 Q90 (m³/s) 1,538 Q85 (m³/s) 1,726 Q80 (m³/s) 2,021

Vale ressaltar que este estudo, apresenta os valores para vazões afluentes ao reservatório encontradas pelo balanço hídrico e não pela regionalização de bacias vizinhas, como trabalhos anteriores.

6- CONCLUSÕES

A metodologia seguiu com a análise do comportamento do reservatório, representado por uma rede de fluxo, com o auxílio do SSD Acquanet. Foram testadas as vazões de referências mais usuais, Q80, Q85, Q90, Q95 e Q100, verificando-se a capacidade do reservatório em atendê-las.

O modelo definiu uma conduta curiosa em relação à frequência dos vertimetos, sendo muito mais frequentes na primeira metade da análise em relação à parte final. Esse desempenho sugere uma

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alteração no comportamento hídrico da região, que talvez tenha passado por mudanças climáticas ou ainda a existência de erros proveniente das aproximações nos dados de entrada.

Os procedimentos mostraram ser possível a liberação de 1,018 m³/s para uma garantia de 100% no fornecimento, 1,299 m³/s para 95%, 1,538 m³/s para 90%, 1,726 para 85% e 2,021 m³/s para 80%. Tais resultados contrastam com os apresentados por outros autores como LEÂO (2008) e SEMAR (201 0b). Embora os três trabalhos tenham apresentados valores distintos, todos estão coerentes, uma vez que as metodologias seguiram passos diferentes, mas todos reconhecidamente válidas na literatura. Além disso, há uma elevada dificuldade em mensurar o comportamento hidrológico devido às grandes quantidade e variabilidade das variáveis envolvidas.

7- REFERÊRNCIAS

a) Artigo em anais de congresso ou simpósio

ALEXANDRE, A. M. B. at al. Regionalização de Parâmetros de Modelos Hidrológicos. In: XVI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 2005. Anais, João Pessoa: Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 2005. 17p.

CAPON, G. R.; SILVA, B. C. & SANTOS, A. H. M. Calibração automática de um modelo chuva-vazão mensal por algoritmos genéticos. In: XIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 2011. Anais, Maceió: Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 2011. 17p.

SANTOS, R. B. et al. Avaliação da disponibilidade hídrica em bacias do semi-árido paraibano através do método Cadier. In: XIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 2011. Anais, Maceió: Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 2011. 17p.

b) Trabalhos científicos

LEÃO, J. C. Metodologia para outorga de uso das águas reservadas em regiões semi-áridas aplicada à bacia do Canindé-PI. 2008. 114f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2008.

LEÃO, J. C.; GIL, M. L. & LIMA, M. G. Simulação do Comportamento de Reservatórios de Grande Porte, na Bacia do Rio Canindé – PI. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 12, n. 4, p. 159-167, out – dez, 2007.

c) Trabalhos técnicos

COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA (CODEVASF). Plano de ação para o desenvolvimento integrado da bacia do Parnaíba (PLANAP) - Síntese executiva - território vale do rio Canindé, v. 7, p. 68. Brasília, 2006.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Documento 33.Recursos Hídricos no Brasil e no Mundo. Planaltina, DF, 2001. p. 46. Engenharia e Consultoria LTDA (ENGESOFT). Projeto Básico da Adutora do Garrincho e dos Sistemas Independentes. Volume 1 – Memória de Cálculos Hidráulicos, 2003.

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIDRICOS. (SEMAR). Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Piauí - RTP-1: Diagnóstico e prognóstico das disponibilidades hídricas das bacias hidrográficas - Tomo i - Águas superficiais, set., 2010.

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