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AUTORES JÚLIO CÉSAR MACHADO Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS

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ÁREA TEMÁTICA: ADMINISTRAÇÃO GERAL

TÍTULO: MECANISMOS PARA IDENTIFICAÇÃO E ESTIMULAÇÃO DE SETORES COM POTENCIAL PARA FORMAÇÃO DE ARRANJOS PRODUTIVOS

LOCAIS (APL)

AUTORES

JÚLIO CÉSAR MACHADO

Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS projulyo@hotmail.com

THAÍS SANGIACOMO DE MORAES

Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS tha.sangiacomo@hotmail.com

MARCO ANTONIO PINHEIRO DA SILVEIRA Universidade IMES

marco.pinheiro@imes.edu.br

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo, buscar mecanismos para possam identificar e estimular a formação de setores com potencial para se tornarem Arranjo Produtivo Local (APL). Os mecanismos encontrados foram aplicados na região do ABC Paulista com a utilização de indicadores como: Índice de Especialização (IE), Índice de Concentração (IC) e Coeficiente de Localização (QL), que fazem uso de dados de número de empregados e de estabelecimentos obtidos pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e classificados pelo Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE), caracterizando como uma pesquisa descritiva. O problema de pesquisa consiste em: Quais são os mecanismos para identificar e estimular setores com potencial para formação de (APL)? Os setores industriais foram classificados por meio de quatro classes, de acordo com sua importância Local e Setorial. Verificou-se o potencial para a formação de Redes ou APLs, a saber: 1. Embrião de APLs, que consiste em um grupo de empresas pouco importante para a região e para o município; 2. Vetor Avançado - importante para o setor, embora pouco importante para a região; 3. Vetor de Desenvolvimento Local - importante para a região com baixo impacto no setor e 4. Vetor de Desenvolvimento Setorial e Regional - ao mesmo tempo importante para a região e para o setor. A aplicação dos mecanismos para análise da indústria da região do ABC indicou que: a) A produção de caminhões e ônibus consiste no setor mais especializado com potencial para APL; b) Automóveis e caminhonetas foi classificada como Vetor de Desenvolvimento Setorial e Regional, sendo o setor de maior importância da região; c) Plásticos, móveis e indústrias gráficas tratam de Vetores Avançados.

Palavras Chave: Arranjo Produtivo Local, Índice de Especialização, Índice de Concentração.

Abstract

This paper aims, to find mechanisms to identify and stimulate the formation of sectors with potential to become Local Productive Arrangement (APL). The mechanisms found were applied in the ABC Paulista region with the use of indicators such as: Specialization Index (IE), Concentration Index (IC) and coefficient Location (QL), making use of data on number of employees and establishments obtained from the Annual Social Information (RAIS) of the

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Ministry of Labour and classified by the National Code of Economic Activities (CNAE), characterized as a descriptive study. The research problem is: What are the mechanisms to identify and promote industries with potential for formation of (APL)? The industries were classified by four classes according to their importance and Local Sector. There was the potential for the formation of networks or clusters, namely: 1. Embryo clusters, which consists of a group of little companies important to the region and for the city, 2. Vector Advanced - important for the sector, though rather important to the region 3. Vector of Local Development - important for the region with low impact on the sector and 4. Vector Sector Development and Regional - while important to the region and for the sector. The implementation of mechanisms for industry analysis of the ABC region indicated that: a) the production of trucks and buses is more specialized in the sector with potential for APL, b) Cars and vans were classified as Vector Sector and Regional Development, and the most important sector in the region, c) plastics, furniture and printing industries dealing Vector Advanced.

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1. Introdução

O ABC Paulista (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul) é uma região tradicionalmente industrial do Estado de São Paulo, parte da Região Metropolitana, porém com identidade própria. Apesar de não estarem presentes na sigla, também fazem parte da região os municípios de Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Diadema. Os sete municípios somados perfazem uma área de 825 km² e reúnem uma população de mais de 2,5 milhões de habitantes, que também são conhecidos como Grande ABC.

De acordo com o SEBRAE (2008), “As redes de empresas surgem por meio do agrupamento formal ou informal de empresas autônomas, com o objetivo de realizar atividades comuns, permitindo que elas se concentrem apenas nas suas principais atividades.” A atuação de redes oferece vantagens diversas como, por exemplo: a redução de custos, inovação tecnológica, novos mercados, dentre outros. O levantamento dos setores que mais se destacam numa região pode contribuir para formação de Arranjos Produtivos Locais (APL´s) que são:

Aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de interação e cooperação entre si e com outros atores locais. Os APLs são caracterizados pela existência da aglomeração de um número significativo de empresas que atuam em torno de uma atividade produtiva principal. Para isso considerar-se a dinâmica do território em que essas empresas estão inseridas, tendo em vista o número de postos de trabalho, faturamento, mercado, potencial de crescimento, diversificação, entre outros aspectos (SEBRAE – 2008). Neste trabalho buscou-se levantar mecanismos para identificação de setores relevantes em termos de potencial para formação de Arranjo Produtivo Local (APL) em determinado município ou região. Fez-se uso de indicadores como mecanismo de levantamento dos setores e também se utilizou a tipologia proposta por Cabral (2008), que identifica setores com potencial para se tornarem APL. A caracterização de setores econômicos em nível regional, especificamente da região do ABC, torna-se importante porque permite um entendimento da economia regional e serve como fonte para outras pesquisas. O Problema de pesquisa consiste em: Quais são os mecanismos para identificar setores com potencial de APL em determinadas regiões e para estimular a formação de APL? O objetivo consiste em apresentar mecanismos que visam identificar os setores com potencial para se tornarem APLs em determinada região e suscitar sua formação.

Após esta etapa, propõe-se realizar um estudo mais detalhado do setor metal mecânico, embora o mesmo não tenha sido identificado como sendo um setor relevante na tipologia de Cabral (2008), o setor foi escolhido para análise devido à obtenção de dados junto ao Instituto de Pesquisa Avançada da Universidade de São Caetano do Sul (INPES) composto da seguinte forma: Questionário aplicado em 500 empresas do setor e pelo fato de estar em desenvolvimento um Projeto APL com a Agência de Desenvolvimento Local, em parceria com o SEBRAE.

O setor metal mecânico é caracterizado por indústrias que utilizam o componente metal em seu processo produtivo. Entenda como metal, toda matéria constituída por ferro, alumínio, cobre, aço, latão, bronze entre outros. A inclusão de empresas neste setor não segue um modelo rigoroso, tendo em vista a variação de 694 produtos aproximadamente. A principal atividade realizada pelas empresas do setor está relacionada aos serviços de usinagem e soldagem. O setor constitui-se de empresas de diversos portes (pequeno, micro, médio e grande porte) que contribuem no processo produtivo através da compra e venda de insumos e serviços. Esta relação comercial, caracterizada em muitos casos pela terceirização, realiza-se por empresas da própria região e em alguns casos, por empresas não locais. Considera-se

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relevante identificar estímulos para promover o APL do setor na região e buscar razões que levam as empresas a optarem por fornecedores em locais distantes, uma vez que seu fornecedor pode estar na mesma região. O fortalecimento de relações locais entre empresas em determinada região pode contribuir para a formação de Arranjo Produtivo Local (APL) ou Cluster. Assim, torna-se oportuna a pesquisa voltada para a identificação de fatores que levam as empresas a estabelecerem relações comerciais na própria região ou fora dela.

2. Revisão Bibliográfica

2.1 Arranjos Produtivos Locais (APL´s)

Para Bedê (2002) Arranjos Produtivos Locais (APL´s) podem também serem identificados como aglomerados/clusters. Para formação de um cluster é necessário (1) proximidade física, (2) forte relação com os agentes locais, (3) característica de dinâmica comum, embora esta dinâmica possa ser estabelecida por diversas razões, por exemplo, atividades semelhantes e/ou utilização das mesmas matérias-primas. Independente da dinâmica utilizada a característica mais relevante é a concentração local. Arranjos produtivos são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais tais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Caracteriza-se pela existência da aglomeração de um número significativo de empresas que atuam em torno de uma atividade produtiva principal. Para isso, torna necessário considerar a dinâmica do território em que essas empresas estão inseridas, tendo em vista o número de postos de trabalho, faturamento, mercado, potencial de crescimento, diversificação, dentre outros aspectos.

Seu diferencial competitivo pode ser potencializado por meio de interações entre os agentes empresariais da cadeia produtiva industrial, contando geralmente, com a participação de organismos externos - governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa, o que acarreta economias externas de longo alcance e que tende a beneficiar todos os negócios associados localmente, os APLs podem dispor de vantagens adicionais, oriundas de ações planejadas entre os agentes privados e públicos que atuam no território (CABRAL, 2008).

Com base em estudos realizados em empresas do Sul da Espanha, Romero & Santos (2007) identificaram que o estabelecimento de ligações locais entre empresas está relacionado diretamente ao seu tamanho, identificado pelo (porte) e capacidade tecnológica. Os autores definiram uma tipologia de empreendimento baseada no tamanho da empresa e suas ligações locais. Nos estudos identificou-se que as pequenas e médias empresas (PMEs), possuem ligações mais fortes com fornecedores e clientes locais quando comparado as grandes empresas. O vínculo produtivo entre setores e empresas dentro de um determinado território tem sido considerado como fonte de externalidades estatísticas e dinâmicas que proporcionam o crescimento econômico. Esta análise tem por finalidade apresentar possíveis melhorias para o setor, verificando as relações locais apresentadas na tipologia utilizada, para caracterizar padrões de comportamento dentro do sistema produtivo da empresa regional, baseado em:

• Localização dos fornecedores e

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Romero & Santos (2007) classificam as empresas em sete categorias conforme sua importância estratégica e sua contribuição onde dependem de fatores diretamente relacionados com o tipo de setores que operam.

Figura 1 – Tipologia Relações Locais

2.2 Cluster

Segundo Porter (1990) os clusters são analisados sob ponto de vista de complexos industriais. São inúmeras vantagens na identificação dos setores expressivos, ou aglomerados, conceituados de “concentrações geográficas de empresas inter-relacionadas que competem e cooperam entre si”, cuja coexistência é possível, pois ocorre entre diferentes autores e dimensões. Segundo o autor, a competição entre as empresas que compõem o aglomerado industrial é fundamental para o desenvolvimento do próprio cluster. As vantagens apresentadas pelo autor na formação de clusters são:

 Produtividade e seu crescimento, em especial, pelo fortalecimento da capacidade de inovação e pelo estímulo à formação de novas empresas;

 Oportunidades de coordenação e aprimoramento mútuos, em áreas de interesse comum, sem ameaçar ou distorcer a competição ou restringir a intensidade da rivalidade;

 Acesso a insumos especializados de melhor qualidade ou de custo mais baixo;

 Redução do custo de busca e de transação no recrutamento e possibilita maior compatibilização entre pessoas e cargos;

 Resolver ou a atenuar problemas de atuação que surgem em localidades mais isoladas ou em empresas com maior integração vertical;

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 Restringir os comportamentos oportunistas;

 Percepção de novas possibilidades tecnológicas, operacionais ou de distribuição;  Busca de mercado externo.

Segundo Kirschbaum e Vasconcelos (2004), clusters são capazes de atrair empresas para sua localização, pois apresentam retornos acima da média da indústria, provêm ganhos na concentração de mão–de-obra especializada e aumenta o nível global de produtividade e também resulta no aumento na qualidade de vida e salários, aumento de patentes tecnológicas registradas e aumento de número de empresas, além de outras inúmeras vantagens.

2.3 Dimensão Geográfica

A dimensão geográfica envolve as características entre a proximidade de fornecedores e empresas que compõem as vantagens competitivas advindas da concentração espacial presentes na região do cluster, explicado pela disponibilidade de matéria-prima abundante, mão-de-obra especializada local, demanda especial localizada, ganho de custo representativo que pode persistir ou ser atraído para a região, qualidade da infra-estrutura disponível na região, facilidade de ocorrência de cooperação e alto poder de barganha (AMATO NETO, 2009).

Ainda segundo Porter (1998), a concentração e a proximidade de estabelecimentos industriais representam facilidades para a ocorrência de cooperação entre as empresas.

2.4 Mecanismos para caracterização de setores em uma determinada região

A metodologia de identificação estatística e caracterização tipológica de APLS e setores aplicada nesse trabalho se baseia nos procedimentos introduzidos por Suzigan e associados (SUZIGAN et al; 2004, SUZIGAN, 2006), sendo utilizado o índice de localização - Quoeficiente locacional (QL), na qual também é utilizada por Kirschbaum e Vasconcelos (2004) com nome de Índice de especialização (I.E):

SP Estado do empregados Todos / SP Estado no setor do empregados Nº município do empregados Todos / município no setor do empregados Nº QL 

O QL indica a parcela de empregados do setor que se encontra no município analisado, com relação ao Estado. Esse índice será calculado por classes de atividades econômicas selecionadas das Classes (CNAE), combinada com as variáveis de controle indicados pelo SEADE como índice de especialização (IE) e Índice de Concentração (IC). Estes indicadores permitem verificar a distribuição espacial e identificar especializações regionais.

município no empregados de Total município no setor do empregados de Nº IE  Estado no setor do empregados de Nº município no setor do empregados de Nº IC 

O IE compara a estrutura produtiva da região, para cada setor específico, com a estrutura do Estado, variando de 0 a 1. Se o resultado for 0, significa pouca especialização do setor e 1, muita especialização. O IC indica o peso relativo da indústria no total do Estado, representando menor (0) ou maior (1) participação no total do setor.

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Quanto à metodologia, a presente pesquisa caracteriza-se como descritiva, tendo como base de dados para determinação dos estabelecimentos e número de empregos das variáveis, a Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego - RAIS/MTE dos anos 2006 e 2007, mais precisamente a Classe CNAE 20, que engloba as indústrias de transformação, Classe C dos códigos 10 ao 33, da qual foram extraídas as informações de empregos e estabelecimentos para a efetuação dos cálculos para as fórmulas acima citadas. 3.1 – Tipologia

Além do uso individual dos índices apresentados para identificação dos setores com potencial para se tornarem APLs, também foi utilizada a tipologia definida por Cabral (2008) para classificação de setores com relação ao seu potencial para ser APL. O autor estudou o setor de cerâmica no estado de São Paulo, com base na tipologia adotada. A tipologia considera que os setores podem se enquadrar em quatro tipos possíveis de vetores, relacionados à sua capacidade de atuar como APLS, conforme mostra o quadro 1. Para verificar a classificação de um setor, utiliza-se também o QL, já apresentado, além dos fatores P e E (número de estabelecimentos do setor na região).

Quadro 1 – Classificação da Tipologia

Importância para o setor Tipologia dos APLs Reduzida Elevada

Vetor de Desenvolvimento Local

Núcleo de Desenvolvimento Setorial-Regional

- Importante para a região sem contribuição significativa para o setor no Estado.

- Ao mesmo tempo importante para a região e para o setor.

IE ≥ 10; IE ≥ 10; IC ≤ 0,05 (5%) e IC > 0,05 (5%) e Q.L. > 5. Q.L. > 5. Elevada

Embrião de APL Vetor Avançado

- Estágio incipiente de

aglomeração, pouco importante para o setor e para a região.

- Importante para o setor com baixo impacto para a região.

Importância Local E ≥ 5; E ≥ 5; 0,01 (1%) < IC ≤ 0,05 (5%) e IC > 0,05 (5%) e Reduzida Q.L. ≤ 5. Q.L. ≤ 5.

Fonte: Adaptado por Cabral (2008) à partir da base conceitual introduzida por Suzigan e Associados (SUZIGAN et al 2004; SUZIGAN, 2006)

Verificou-se a classificação de todas as classes CNAE da indústria do ABC de acordo com a tipologia de Cabral (2008).

3.2- Relações Locais

Os métodos utilizados para a análise do setor foram feitos com dados utilizados do questionário aplicado pelo INPES, em 2008, pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) a 500 empresas do setor Metal-Mecânico in loco, questionários estruturados com 114 questões e um total de 892 variáveis. O questionário estruturou-se da seguinte maneira: Parte 1 - CARACTERIZAÇÃO GERAL (Dados de identificação da unidade; e Atividade

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principal da empresa); Parte 2 - PROCESSO DE FABRICAÇÃO (Usinagem; Conformação; Fundição; Metalurgia do Pó; Soldagem; e Outros Processos); Parte 3 - RECURSOS HUMANOS; Parte 4 - GESTÃO DE TECNOLOGIA E P&D (Tecnologia da Informação; Qualidade; Inovação Tecnológica; e Investimentos); Parte 5 - MERCADO FORNECEDOR (Distribuição dos Fornecedores); Parte 6 - ASPECTOS MERCADOLÓGICOS (Mercado Consumidor; Gestão de Vendas; e Gestão de Custos); Parte 7 - SERVIÇOS TECNOLÓGICOS (Demanda por Serviços Tecnológicos); Parte 8 - MEIO AMBIENTE (Gestão de Energia; Destinação de Resíduos Industriais; e Opinião sobre Centro de Serviços); e Parte 9 - DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS INDUSTRIAIS (Destinação de Resíduos Industriais; e Opinião sobre Centro de Serviços). Todas as informações coletadas na pesquisa da USCS, foram armazenadas em arquivo eletrônico e disponibilizadas para analises através do software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Por meio desses dados foram verificados a relação de compra e venda para descrever a relação local, dados para caracterizar o setor (porte, produtos, processos, matérias primas e CNAE além da aplicação dos indices QL, IE, IC)

3 Resultados da Pesquisa

Os resultados da pesquisa quanto ao índice de especialização, quociente de localização e índice de concentração são apresentados nos gráficos abaixo:

Gráfico1: Índice de Especialização (IE) ABC Paulista

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Gráfico 2: Classe CNAE e índice Q.L. para a região do ABC Paulista em 2007

Fonte: Elaborado pelos autores (Dados do SEBRAE, 2008)

Gráfico 3: Índice de Concentração (IC)

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Analisando os gráficos 1 e 2 verifica-se que o setor de automóveis e caminhonetas foi classificado como Vetor de Desenvolvimento Setorial e Regional, sendo o setor de maior importância para a região e para o setor. No ano de 2007, nota-se que o setor de metalurgia dos metais não ferrosos e suas ligas apresentou índice de importância para o setor com baixo impacto na região devido o índice de Q.L. e Estabelecimentos. Através do Quociente de localização QL, apresentado no gráfico 3, verifica-se que os setores de automóveis, caminhões e ônibus, pneumáticos e de câmeras de ar e embalagens de vidro, possuem uma concentração de funcionários acima da média do Estado. A etapa de definição do método de análise dos setores com relação ao seu potencial para atuação em APL, e a aplicação deste método na região do ABC, produziu resultados considerados importantes. O metal Mecânico seria uma análise detalhada de um setor identificado na etapa anterior como relevantes.

3.1 Relações Locais – Estabelecidas pelo setor Metal Mecânico

A Tabela a seguir, apresenta o grau de relação local, baseado na Tipologia de Romero & Santos (2007) para verificação das relações locais. Foram criadas escalas percentuais para expressar percentualmente o potencial de comercialização das empresas do setor, relacionado a compra e venda de matérias primas na região do ABC Paulista. Esta escala relaciona-se ao porte das empresas, classificadas em grande, média, micro e pequena empresa, tendo como base o padrão do Ministério do trabalho.

Tabela 5 – Setor Metal Mecânico – Dados Questionário

Setor Metal Mecânico Com Base nos Dados do Questionário INPES*

Setor Metal Mecânico

Relação Local Fornecedores ABC Clientes ABC Porte Totais Empresas 0 - 30% 31% - 69% 70% - 100% 0 - 30% 31% - 69% 70% - 100% Grande Empresa 9 7 2 0 5 4 0 Média Empresa 73 52 12 9 37 31 5 Microempresa 173 93 48 32 78 55 40 Pequena Empresa 245 144 60 41 116 93 36 TOTAL 500 296 122 82 236 183 81

* O Inpes – Instituto de Pesquisa da USCS realizou em 2008 uma pesquisa com aplicação de um questionário com aproximadamente 500 empresas do ramo, questionários estruturados com 114 questões e um total de 892 variáveis.

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Gráfico 4: % Fornecedores de M. P. e Serviços Gráfico 5:% Consumidores de M. P. e Serviços

Fonte: Elaborado pelos autores (Dados do INPES 2008)

Em relação a apresentação dos gráficos 4 e 5, verifica-se que:

Das 500 empresas pesquisadas, verificou-se que as pequenas e microempresas possuem uma demanda maior no setor metal mecânico do ABC, caracterizando-as diante da tipologia de Romero & Santos (2007), como empresas domésticas, ou seja, empresas com fortes aspirações para comercializarem localmente. Do outro lado, verifica-se que as grandes empresas não consomem seus insumos da região, o que enfraquece a formação do APL. Em relação ao fornecimento de insumos, verifica-se também que as pequenas e microempresas possuem uma relação doméstica mais forte, ou seja, praticamente toda a produção das pequenas empresas é destinada ao comércio local, o que fortalece o APL. As microempresas participam do mercado local na ordem de aproximadamente 35%. As Grandes empresas praticamente não fornecem nada para o mercado local.

4. CONCLUSÃO

O referencial teórico possibilita verificar que existem diferentes denominações e classificações quanto aos aglomerados, tendo em vista que o princípio foi através das pesquisas realizadas por PORTER e posteriormente continuada por vários pesquisadores. Vale ressaltar que o estudo de Aglomerados industriais tem interesse global e o Mundo tem posicionamentos diferenciados, tendo em vista principalmente a diferença cultural e econômica. A partir da tipologia de Romero & Santos (2007) e com os dados apresentados na pesquisa, conclui-se que as diferenças existentes entre empresas de mesmo porte estão relacionadas a fatores como capacitação tecnológica, localização dos fornecedores e clientes, capacidade de inovação e capacidade de administração empresarial. O modelo adotado por Cabral (2008), os índices estabelecidos pelo SEBRAE e o dimensionamento geográfico estabelecido por Amato Neto (2009), possibilitam a criação de mecanismos para a formação e identificação de Arranjo Produtivo Local (APL). Um Arranjo Produtivo Local (APL), além dos fatores mencionados, por Romero & Santos (2007), necessita de fortalecimento de alianças, planejamento integrado com objetivo de desenvolvimento do grupo associado e regional. No caso específico do setor metal mecânico do ABC, verificou-se uma baixa participação das grandes empresas no comércio local. A presente pesquisa apresenta limitações e requer continuidade sobre o tema, principalmente para corroborar com as pequenas e médias empresas que necessitam de capacitação para manutenção no mercado.

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5. Referências Bibliográficas

AMATO NETO, J. Gestão de Sistemas Locais de Produção e Inovação (Clusters/ APLs). São Paulo: Atlas, 2009.

BEDÊ, M.A. (Coord.). Subsídios para a identificação de clusters no Brasil. São Paulo: SEBRAE, 2002.

CABRAL, M. – Caracterização dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) de Base Mineral no Estado de São Paulo: Subsídios à Mineração Paulista, Unicamp, São Paulo, 2008.

KIRSCHBAUM, C.; VASCONCELOS, F. - Desafios Metodológicos no Mapeamento de Clusters Industriais: O Caso de São José dos Campos. Organizações e Sociedade, Salvador, v. 11, n. 29, p. 131-147, 2004.

MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Base RAIS/MTE anos bases 2006, 2007 e 2008. Brasília: MTE, 2006.

PORTER, M.E. Cluster and the economics and competition. Harvard Business Review, 1998.

PORTER, M. E. A vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Campus, 1990.

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SEBRAE – Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa Disponível em: <www.sebrae.com.br>. Acesso em 02 de junho de 2010.

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SUZIGAN, W; GARCIA, R.; FURTADO, J. Inovação e conhecimento – Indicadores regionalizados e aplicação em São Paulo. Rio de Janeiro, Revista Economia Contemporânea, 2006.

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