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A ARTE EGÍPCIA. Desde sempre, o Egipto, como pais e como cultura, tem exercido um intenso fascínio e sedução.

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Academic year: 2021

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CONTEXTO HISTORICO-CULTURAL

Desde sempre, o Egipto, como pais e como cultura, tem exercido um intenso fascínio e sedução.

Já os Gregos, como nos contam Heródoto, na sua História, o estudaram; os Persas, os Romanos, os Cristãos e os Árabes apossaram-se dele e, aos poucos, foram apagadas as suas marcas.

Povoado desde o 5° milénio a. C. por tribos neolíticas, o Egipto ocupa no Norte de África o estreito do rio Nilo, bordejado por montanhas, desérticas e mares [doc. 1].

Isolado do ponto de vista geográfico, sujeito a um clima seco e uma serie de outras dificuldades de sobrevivência, o rio tornou-se na única estrada, no único meio de ligação entre as diferentes aldeias, na única fonte de vida.

Mas, para explorar a riqueza que o Nilo e as suas cheias produziam, era preciso um trabalho colectivo, obediente, supervisionado pelo poder centralizado do rei.

Nestas circunstancias surgiu Narmer, que unificou o Egipto cerca de 3000 a. C. Os seus sucessores, detentores do poder político e religioso, transformaram este reino numa teocracia. E assim se manteve durante o Império Antigo, Médio, Novo, e Época Baixa.

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A ESCULTURA

A estatuária

A arte egípcia é profundamente religiosa – tumulo e templos não chegavam para obterá eternidade. Eram precisas as estátuas-retratos para os sepulcros e templos funerários. É marcado pela sobriedade e é na escultura que tal é mais notório, nomeadamente pela uniformidade das atitudes, imobilidade tridimensional e pela rigidez da “forma Cúbica” das atitudes.

A arte egípcia é hábil na estilização, quer se trate da estatuária, pintura ou ornamentação.

Esta é subordinada a regras, tradições, criando um estilo próprio que durou mais de 3000 anos. Assim, na continuidade, a escultura apresenta as seguintes regras:

 Utiliza, habilmente, a forma humana nas suas dimensões naturais; algumas excepções como as dos deuses Hórus e Anúbis (sempre representadas como figuras híbridas) e algumas esculturas colossais, como os colossos de Mémnon (com proporções fora da escala humana)

[doc. 2];

 Em qualquer época as posições pouco variam; reis, rainhas e deuses estão sentados com uma ou duas mãos pousadas nos joelhos; ou de pé com a perna esquerda avançada, os braços colados ao corpo, ou um dobrado. Eram blocos paralelepipédicos, talhados frontalmente e lateralmente [doc. 3];

 A aplicação da lei da frontalidade implicou uma verticalidade absoluta das figuras que estão sempre de frente, sem qualquer inclinação, dai a pouca expressividade [doc. 3];

 Quanto as formas, os corpos apresentam – se bem proporcionados, robustos, genericamente jovens, totalmente impessoais, pois só o rosto sugere alguns traços individuais. A individualidade representada por uma por uma inscrição ou atitude [doc. 3];

 A hierarquização social é notada pelo tamanho das figuras e pela sua colocação mais dianteira [doc. 3];

 O faraó apresenta sempre símbolos como a cruz ank, o emblema da vida, o ceptro e o pscbent ou coifa representando o Alto e Baixo Egipto [doc. 4 e 5];

 Quando coloridas, as escultura femininas são mais claras e as dos homens mais escuras; com vestes e ornamentos ricamente decorados e cheios de cor, pois esta confere-lhes a sua verdadeira expressão. Geralmente os homens são representados de tronco nu, com uma tanga, e as mulheres com finos e cingidos vestidos.

Os egípcios deram a estatuária uma importância primordial. Ignorando as leis da perspectiva. Usaram o esquematismo e o convencionalismo das formas. Interditaram a liberdade de expressões dos artistas, especialmente quando representavam temas religiosos, divindades e reis, o mesmo não sucedendo a pessoas, animais e coisa sem valor.

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3 Desconhecedores do ferro até meados do império Novo, usaram as pontas de sílex para desbastar o bloco.

Feitas nas oficinas palacianas, de matérias duras como diorito, xisto, calcário,

granito duro, negro e vermelho, arenisco duro, argila, madeira, alabastro, bronze e ouro, estas esculturas são as mediadoras na vida do Além, da memória viva e

permanente de um povo que tanto se preocupa em ultrapassar o tempo e o espaço para vencer a morte e ganhar a vida eterna.

4 Estatua de Ramsés ǁ. 2 Colossos de Mémnon. 3 Grupo escultórico mostrando Miquerinos

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4 O RELEVO

O relevo segue de perto as características da estatuária assim como as suas funções. Associado á pintura que aparentemente +e mais antiga do que o relevo, este tem também um poder magico.

Na sequência da arte rupestre de Pré-Historia, desenvolveu-se no Egipto um relevo escavado depois pintado; muitas são as “sobrevivências” entre estes dois tempos históricos e as suas produções artísticas.

Localizado nas paredes (internas e externas); pilones, nos obeliscos, nas colunas,

nas traves, nas esculturas, nas estelas, nas placas, nos ex-votos, nas múmias, em toda uma variedade de suportes, os relevos foram organizados de modo a adquirirem um valor narrativo simbólico.

Já que se pretendia que os relevos, assim como a pintura, adquirissem realidade no além, a escolha dos temas inspirava-se na vida quotidiana, religiosa e politica dos deuses. Cenas de todos os dias como:

 Trabalhos no campo, trabalhos domésticos, imagens de um “dia feliz” com banquetes, musicam, dança e caçadas [doc. 6];

 Oferendas alimentares no túmulo, a descrição da vida dos deuses, o morto assistindo o desenrolar dos diferentes registos, como o julgamento de Osíris [doc. 7 e 10];

 Narrativas militares ou históricas do próprio país, como a placa de Narmer

[doc. 8];

Delineando os relevos com precisão em amplas composições, ao longo de faixas, numa sucessão de imagens bidimensionais, com pouca ou quase nenhuma sugestão de profundidade, os egípcios usaram técnicas diferenciadas e cores distintas para

proporcionar às figuras uma maior definição e uma segura identificação.

No aspecto técnico, os egípcios empregaram duas espécies de baixo-relevo: o baixo-relevo normal, no qual se escavava o fundo à volta das figuras a volta das figuras, e o baixo-relevo me profundidade onde as figuras são cercadas por um contorno mais profundo dando-lhes a sombra do sulco mais realce e protecção [doc. 7]. Esta técnica e

mais adaptada às paredes exteriores, enquanto que o relevo normal é usado para os exteriores.

Todos estes relevos, alguns hoje sem cor, foram intensa e vivamente pintados. Usando cores puras, jogos de sombra e transparências, às vezes exagerados, contribuíram para acentuar o realismo dos relevos. Magnificas são as cores, ainda hoje, com uma luminosidade e uma paleta variada, que dão vida aos suportes [doc. 6].

Os hieróglifos gravados, que acompanham as cenas, são tratados com idêntico cuidado, nomeadamente nos cartuchos.

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6 Baixo-relevo policromado. 7 Relevos que decoram uma das salas do templo de Seti.

8 Placa de Narmer – ex-voto do 1°rei dos dois Egiptos. 9 Cartuchos.

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A PINTURA

A pintura está presente em toda a arte egípcia, desde a cerâmica passando ela arquitectura, estatuária, relevo, papiro, sarcófagos, até toda uma série de objectos, onde a cor é necessária e simbólica.

Representando a biografia de um tempo, modos de actuação, os pormenores da vida egípcia, cores e imagens têm o poder mágico de proteger e defender; são o “duplo” dos objectivos e seres representados. Assim, apesar das convenções, o artista é “aquele que dá vida”.

Como o relevo e na estatuária, a pintura decorativa apresenta os mesmos cânones formais e as mesmas técnicas de desenho e composição.

Há só a realçar algumas regras próprias:

 Na generalidade, as figuras são contornadas por m traço vermelho, para destacar, para destacar a silhueta do fundo [doc. 11, 12, 13, 14];

 Os olhos sublinhados á tinta preta, são acentuados por uma linha curva delineando a pálpebra e prolongando-a [doc. 11];

 Usavam exclusivamente cores puras, sem gradações nem misturas;  As cores tinham um sentido simbólico: o vermelho = Violência; o preto =

morte e ressurreição; o ouro = sol e a força vital.

Quando as paredes eram o suporte da tinta, estas eram cobertas por uma ligeira camada de estuque ou barro, para as nivelar e para as preparar para os frescos, proporcionando assim uma melhor adesão das tintas.

Os decoradores egípcios associavam ás pinturas e aos relevos as inscrições

hieroglíficas; sendo representações pictográficas e ideográficas, estas contribuíram

para o embelezamento e para o preenchimento de um espaço que se queria ocupado. Nos papiros pintados, ora minúcia ora com estilização, a cor detinha um papel marcante, nomeadamente nos papiros do Livro dos Mortos que eram colocados nos sarcófagos [doc. 12];

Os pincéis eram feitas de fibra de vegetais e a paleta de cores era variada [doc. 13, 14];

Atribuindo à arte um papel tão importante, o povo egípcio criou um estilo

inimitável, fonte de inspiração de cretenses, gregos e depois, bem posteriormente, do mundo europeu e ocidental.

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11 Pintura de raparigas tocando. 12 Papiro pintado.

13 Pintura do interior de um túmulo. 14 Fresco de uma família egípcia num barco de papiro.

Referências

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