UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – UNIFESP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS, QUÍMICAS E FARMACÊUTICASGUSTAVO BARBOSA DOS REIS
PREPARAÇÃO DE ETIQUETAS ÓPTICAS POR REAÇÃO DE UGI
4COMPONENTES (UGI4CR) PARA A DETECÇÃO DE
MICROCISTINAS
Diadema, 2021UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – UNIFESP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS, QUÍMICAS E FARMACÊUTICASGUSTAVO BARBOSA DOS REIS
PREPARAÇÃO DE ETIQUETAS ÓPTICAS POR REAÇÃO DE UGI
4COMPONENTES (UGI4CR) PARA A DETECÇÃO DE
MICROCISTINAS
Trabalho de conclusão da unidade
curricular Projetos Dirigidos em
Química, como requisito parcial para
a obtenção do grau de Bacharel em
Química.
Prof. Dr. DIOGO DE OLIVEIRA
SILVA Orientador
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP) Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, Campus Diadema da Universidade Federal de São Paulo, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a) dos Reis, Gustavo Barbosa PREPARAÇÃO DE ETIQUETAS ÓPTICAS POR REAÇÃO DE UGI 4COMPONENTES (UGI4CR) PARA A DETECÇÃO DE MICROCISTINAS / Gustavo Barbosa dos Reis. – – Diadema, 2021. 95 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Química) Universidade Federal de São Paulo Campus Diadema, 2021. Orientador: Diogo de Oliveira Silva 1. Reações multicomponentes. 2. UGI4CR. 3. Derivatização. 4. Microcistina. 5. LCMS. I. Título.
Um brinde a mim, a mim mesmo Que mudou tanto que continua o mesmo Ego, egoísmo, não achei o meio termo Além do mundo que vivemos em comum Nada temos (Febem) De uma ignorância enciclopédica (Nelson Rodrigues)
A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu
Agradecimentos Em primeiro lugar, minha mãe e meu padrasto (que considero como pai). Sem o apoio deles, eu não estaria aqui. Pelo mesmo motivo, agradeço a minha tia, tio e primo; A meu pai que, a sua maneira, me ajudou a poder chegar aonde estou; Ao Bruno e Matheus por todo o companheirismo, apoio, histórias e icônicas frases em todos esses anos. Tenho certeza os que levarei para a vida; Aos amigos e colegas que fiz na faculdade. Tive muita sorte nesses anos vividos na UNIFESP, mesmo em meio de tantas coisas difíceis que ocorreram nesse interim. O meu forte e leal abraço para Marcos, Vinicius, Natan, Arthur, Cris, Rafa, Carol, Isadora, Possebão e 14; Ao pessoal do laboratório por toda as ajudas, risadas e motivações que me deram ao longo desses anos. Aprendi muita coisa no laboratório 10 que irei levar, com toda certeza, para a vida. Obrigado Ana, Ju, Renan, Dani e Helo; Ao Professor Diogo por todos os ensinamentos, conselhos e brincadeiras durante todos esses anos.
As minhas avós que vieram a falecer durante a minha jornada na faculdade. Peço desculpas por nunca ter falado por qual motivo eu ficava tanto tempo na universidade. Desculpas por ser um neto tão relapso; Por fim, ao CNPq pela bolsa e a UNIFESP pela infraestrutura.
Resumo
Em locais onde os efluentes não recebem o tratamento adequado, antes de retornar aos corpos d’água, ocorrerá um aumento de nutrientes disponíveis no sistema aquático (eutrofização) e consequente aumento na quantidade de cianobactérias, e microorganismos, evento conhecido como blooming. Por sua vez, esses produzem metabólitos que podem ser nocivos aos humanos, como as microcistinas (MCs).
MCs são heptapeptídeos cíclicos de alta toxicidade hepática e adicionalmente podem causar danos em outros órgãos como os rins, cérebro, intestino e pulmão. Dado que mesmo em baixas concentrações, as MCs são nocivas ao organismo humano, o monitoramento destas em águas destinadas ao consumo humano, recreação e em ambientes aquáticos onde são obtidos alimentos, é de extrema importância. No entanto, esses compostos apresentam um desafio analítico, pois absorvem pouca energia na região visível do espectro, minimizando a eficácia de análises que utilizam de detecção óptica. Assim, se faz necessário lançar mão de técnicas mais sensíveis de detecção, como HPLC MS ou processos de derivatização. No cenário da derivatização dessa toxina, é necessário que o probe a ser utilizado apresente um bom rendimento quântico de absorção na região do UV Vis. À luz deste critério, as reações de UGI 4Componentes (UGI4CR) fazem se interessantes, pois os adutos reacionais apresentam cadeias laterais que apresentam grande diversidade.
PalavrasChave: Reações Multicomponentes; UGI4CR, derivatização; microcistinas; LCMS.
Abstract
At places where effluents don’t have any kind of treatment, before return to dams, an increase of available nutrients, and a consequent increase in cyanobacteria’s population, will happen. This event is known as blooming. In turn, these bacterias may produce metabolites, microcystins (MC), that are harmful to humans.
MC is a class of cycleheptapetides with high hepatic toxicity and can harm other tissues like the brain, kidneys, lungs and intestines. Even in low concentrations, MCs are harmful. Thus, monitoring of water’s quality has an elevated necessity. And this can be extrapolated to waters for recreation and used in plantations and seafoods. However, this compound has an analytic challenge, as it absorbs a little quantity of UVVIS energy, which makes difficult analysis in optics detectors. Thus, it becomes necessary for a higher sensitive analysis, like HPLCMS, or processes of derivatization.
On the derivatization way of toxin, the probe that is going to be used must have a high quantum yield on UVVIS region. So, the UGI4CR reactions are highlighted. Because its reactions adducts can offer this with it feature replaceable side chains. Keywords: Mullticomponent Reactions, UGI4CR, Derivatizations, microcystins, LCMS
Sumário 1. Introdução e justificativa ... 13 1.1 Microcistinas ... 13 1.2 Casos de contaminação ... 15 1.3 Análise de Microcistinas ... 16 1.3.1 Análise Biológica ... 16 1.3.2 Análise Química ... 17 1.4 Derivatização ... 19 1.5 Reações Multicomponentes ... 20 1.6 Reações de UGI ... 22 1.7 Peptóides ... 25 2. Objetivos ... 26 3. Metodologia ... 27 3.1 Materiais e reagentes utilizados ... 29 3.2 Formilação das aminas ... 29 3.3 Síntese das isonitrilas ... 31 3.4 Reações de UGI4CR modelos ... 32 3.5 Síntese do diácido carboxílico ... 33 4 Resultados e discussões ... 35 4.1 Formilação das aminas ... 35 4.2 Síntese das isonitrilas ... 37 4.3 Reações modelo ... 38 4.3 Síntese do diácido carboxílico ... 42 4.5 Síntese do probe ideal ... 44 5. Análises de elucidação estrutural ... 46
5.3 Análises via cromatografia gasosa (GCMS e GCFID) ... 47 5.4 Análises via ressonância magnética nuclear (RMN)... 48 6 Conclusões e perspectivas ... 54 7 Referências ... 56 8 Apêndice ... 61
Lista de ilustrações Figura 1. Estrutura geral de uma microcistina [7] ... 13 Figura 2. Mapa indicando a localização de diversos casos de contaminação de microcistinas reportadas na literatura. ... 15 Figura 3. Métodos de análise de cianotoxinas, adaptada [30]. ... 16
Figura 4. A) Perfil de absorção das MCs; B) Perfil de absorção das MCs que apresentam triptofano em sua estrutura. ... 18
Figura 5. Esquema sumarizando os tipos de derivatizações mencionadas. A: adição à carbonilas; B: oxidação da MC para geração do MMPB; C: reação de DielsAlder com dienófilo fluorescente; D: adição de Michael na porção Mdha [7]. ... 20 Figura 6. Ilustração comparativa sobre as diferentes abordagens para obtenção da molécula alvo, [42]. ... 21 Figura 7. Gráfico referente a quantidade de artigos presentes, no web of science, sobre "Multicomponent reactions". ... 22 Figura 8. Esquema da reação UGI4CR. ... 22 Figura 9. Mecanismo para a reação de UGI4CR. ... 23 Figura 10. Rota sintética utilizada pela Merck para a síntese do PZQ. ... 24 Figura 11. Rota sintética para o PZQ utilizando a UGI4CR. ... 24 Figura 12. (a) Representação de peptídeos (b) representação de peptóides. . 25 Figura 13. Estrutura do probe ideal obtido através da UGI4CR seguido de um processo de redução. ... 26 Figura 14. Fluxograma dos procedimentos para as reações modelo. ... 27 Figura 15. Fluxograma de procedimentos para o probe ideal. ... 28 Figura 16. Esquema referente às principais aminas utilizadas para os processos de formilação. ... 30 Figura 17. Esquema de síntese das isonitrilas ... 31 Figura 18. Metodologia 2 de síntese das isonitrolas. ... 32 Figura 19. Esquema da estratégia "onepot" para os procedimentos de reações
Figura 22. Curva de nível obtida para o sistema de modelagem em análises
quimiométricas. ... 36
Figura 23. Espectros de massas obtidos durante os ensaios de fragmentação com os produtos que apresentavam átomos de cloro na estrutura. ... 40 Figura 24. Fragmentos observados durante os ensaios de fragmentação. ... 41 Figura 25. Produtos de reações modelo e rendimentos reacionais. ... 42 Figura 26. Esquema de síntese do probe ideal ... 44 Figura 27. Cromatogramas e espectros de massas do composto C11 ... 45 Figura 28. Cromatograma e espectro de massas do C1 ... 61 Figura 29. Cromatograma e espectro referente ao C2 ... 62 Figura 30. Espectro de RMN 1H do C2 ... 63 Figura 31. Cromatograma e espectro referente ao C3 ... 64 Figura 32. Espectro de RMN 1H do C3 ... 65 Figura 33. Espectro de RMN 13C do C3 ... 66 Figura 34. Espectro de RMN COSY do C3 ... 67 Figura 35. Cromatograma e espectro de massas do produto C4 ... 69 Figura 36. Cromatograma e espectro de massas do produto C4 ... 70 Figura 37. Espectro de RMN 1H do C4 ... 71 Figura 38. Espectro de RMN 13C do C4 ... 72 Figura 39. Espectro de RMN HSQC do C4 ... 73 Figura 40. Espectro de RMN COSY do C4 ... 74 Figura 41. Espectro de massas do composto C5 ... 75 Figura 42. Espectro de massas do composto C5 ... 76 Figura 43. Espectro de RMN 1H do composto C5 ... 77 Figura 44. Espectro de RMN 13C referente ao C5 ... 78 Figura 45. Espectro de RMN HSQC do composto C5 ... 79 Figura 46. Espectro de RMN COSY do composto C5 ... 80 Figura 47. Espectro de massas do composto C6 ... 81 Figura 48. Espectro de RMN 1H do composto C6 ... 82 Figura 49. Espectro de massas do composto C7 ... 83 Figura 50. Espectro de massas do composto C7 ... 84 Figura 51. Espectro de RMN 1H do composto C7 ... 85 Figura 52. Espectro de RMN 13C do composto C7 ... 86
Figura 54. Espectro de RMN COSY do composto C7 ... 88 Figura 55. Cromatograma e espectros de massas do composto C8 ... 89 Figura 56. Cromatograma e espectros de massas do composto C8 ... 90 Figura 57. Espectro de RMN 1H do composto C8 ... 91 Figura 58. Espectro de RMN 13C do composto C8 ... 92 Figura 59. Espectro de RMN HSQC do composto C8 ... 93 Figura 60. Espectro de RMN COSY do composto C8 ... 94 Figura 61. Análise de GCMS do composto C9 ... 95 Figura 62. Espectro de RMN 1H do composto C9 ... 96 Figura 63. Espectro de RMN 13C do C9. ... 97 Figura 64. Espectros de massas referente ao C10 ... 98 Figura 65. Espectros de massas referente ao C10 ... 99 Figura 66. Análises de ensaios sobre MS/MS do C10... 99 Figura 67. Espectro de RMN 1H do composto C10 ...100 Figura 68. Espectro de RMN 13C do composto C10 ...101 Figura 69. Espectro de RMN COSY do composto C10. ...102 Lista de tabelas Tabela 1. Tabela sumarizando desempenho de diferentes metodologias ... 35 Tabela 2. Tabela sumarizando os valores obtidos para o sistema de modelagem ... 37 Tabela 3. Tabela com aspectos físicos das formamidas obtidas. ... 37 Tabela 4. Tabela de sumarização de resultados obtidos das reações modelo 38 Tabela 5. Tabela com espectros de massas de produtos com átomos de cloro em sua composição molecular. ... 39 Tabela 6. Aspectos físicos dos compostos obtidos nas reações modelo. ... 42 Tabela 7. Rendimentos reacionais nas etapas de síntese do diácido chave. .. 43 Tabela 8. Características físicas dos compostos ... 44
1. Introdução e justificativa 1.1 Microcistinas
As microcistinas (MC) são metabólitos secundários de processos de biossínteses de fitoptigmentos [1] de algumas cianobactérias. MCs são as espécies de toxinas mais recorrentes, pois podem ser produzidas por mais de uma espécie de cianobactéria [2]. Além disso, estudos indicam que esses metabólitos estariam correlacionados com o controle populacional desses próprios microorganismos [3].
Tais compostos apresentam a forma de um heptapeptídeo cíclico. Onde se fazem presentes três Daminoácidos, dois aminoácidos não usuais, além de outros dois que podem variar [1], [3]–[6]. Os aminoácidos incomuns, que se fazem presentes na estrutura, são: 3amino9metoxi10fenil2,6,8trimetildeca 4,6ácido dienóico (Adda) e Nmetildehidroalanina (Mdha).
As MC são usualmente compostas por Ala2isoMeAsp4AddaisoGlu Mdha, onde os aminoácidos variáveis são justamente os que se encontram nas posições 2 e 4 (Figura 1). E estas substituições são responsáveis por cada estrutura receber um nome. Como, por exemplo, as MCLR apresentam uma estrutura como a representada na imagem, pois nas posições 2 e 4 se fazem presentes a leucina e a arginina, respectivamente [7].
Devido a essas possíveis variações, já foram descritas uma grande quantidade de diferentes microcistinas [8]–[10].
Os danos causados pela toxina têm como axioma a forma com que ocorre o contato, que pode ocorrer por ingestão de alimentos ou águas contaminadas, além de contato na pele através de água destinada para recreação (como em lagos e represas). Os sintomas clássicos podem ir desde irritações na pele, vertigem, fadiga, vômitos, cólicas abdominais, comprometimento hepático, dependo de como ocorre a contaminação [4] e se os valores de concentração estiverem acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde [11].
As MCs, por apresentarem um caráter polar têm sua passagem pela membrana celular dificultada, sendo necessário que algum tipo de transportador atue no sistema. Essa hipótese justificaria a nocividade em órgãos como o fígado, o rim, pulmão e o cérebro, pois são tecidos que apresentam em maior concentração um tipo de transportador nas membranas celulares. Esses são transportadores de ânions orgânicos (OATP) [3], que seria o responsável pelo transporte.
Quando a toxina chega ao fígado, as proteínas fosfatases 1 e 2A, responsáveis pela forma e a estruturas dos hepatócitos, são inibidas [6], [12]– [14]. Além disso, a sua atividade dentro dos hepatócitos fomenta o desenvolvimento de tumores no fígado [2, 12]. O mecanismo de inibição dessas proteínas estaria correlacionado com as interações intermoleculares do resíduo Adda com as porções hidrofóbicas das fosfatases, seguido de reações irreversíveis dos resíduos de grupos tiois presente nas cisteínas destas proteínas (Cys273 na fosfatase 1 e a Cys266 na 2ª) com a porção Mdha [4, 7, 12].
1.2 Casos de contaminação
Os tratamentos de quadros de contaminação tendem a ser difíceis, pois os ataques aos hepatócitos são rápidos, irreversíveis e severos [12], logo, é possível perceber o motivo destas serem consideradas um dos maiores problemas de contaminação de água [15]. Com isso em vista, é de fácil compreensão a necessidade de que ocorra um monitoramento da concentração desse tipo de composto em águas destinada ao consumo humano e a recreação.
Um claro exemplo da importância de realizar tais procedimentos analíticos no controle de qualidade da água é o caso de uma clínica de tratamento de hemodiálise em Caruaru. Em 1996, 60 pessoas morreram por exposição, durante o tratamento à água com elevadas concentrações de MCs [16], [17].
Ademais, estudos indicam que processos de bioacumulação destas toxinas são comuns [1], o que justificaria a presença dessas em diversos alimentos, desde vegetais [10], peixes [18], frutos do mar [19] e suplementos alimentares a base de algas no comércio italiano [9]. Além dos diversos casos de contaminação de represas de água [18], [2029]. A figura 2 mostra as diversas localidades com casos de contaminação supracitados. Figura 2. Mapa indicando a localização de diversos casos de contaminação de microcistinas reportadas na literatura.
1.3 Análise de Microcistinas
Para evitar que mais casos de contaminação tragam maiores complicações tornase necessário uma maior quantidade monitoramento de águas e de possíveis alimentos que entrem em contato com esta fonte. Para realizar este tipo de análise, porém, são necessárias técnicas sensíveis para realizar uma quantificação com confiabilidade, que consigam diferenciar as diferentes cianotoxinas que estarão presentes no meio e que atenda baixos níveis de concentração [30]. À luz deste cenário, são utilizadas duas principais metodologias: as análises biológicas e as químicas (também chamadas de métodos analíticos) [30], onde elas se diferem no princípio de detecção.
Na figura 3, adaptada de Kaushik e colaboradores, podemos verificar, de maneira mais ampla, as principais ramificações de análises para a detecção de cianotoxinas. Figura 3. Métodos de análise de cianotoxinas, adaptada [30]. 1.3.1 Análise Biológica As análises biológicas e de toxicidade são testes simples e rápidos que
análises biológicas têm quando comparadas com as análises químicas. Como foi possível visualizar na figura 3, as análises biológicas são divididas em três grandes grupos.
O bioensaio de todos os organismos é a maneira mais simples dos métodos nesta categoria, porém, sua principal limitação está na baixa especificidade e sensibilidade, além das questões de ética devido ao fato dos ensaios serem realizados em ratos que são submetidos à dores e morte. Normalmente este tipo de análise é direcionada para mensurar a toxicidade de um blooming [30].
As análises bioquímicas, também conhecidas como métodos ELISA (Enzymelinked immunosobert assay), estão correlacionadas com as inibições causadas por cianotoxinas em algumas enzimas responsáveis pelos processos de fosforilação [30], [31]. E, através deste processo, é possível determinar a concetração de microcistinas mesmo em quantidades diminutas, por exemplo. A principal limitação deste procedimento é que não é possível realizar a determinar qual espécie de microcistina está presente no meio, além do fato de as enzimas poderem ser inibidas por outras substâncias que não as cianotoxinas [31]. Ademais, as análises imunológicas são testes que determinam as concentrações utilizando de reações dos antígenos, nestes casos seriam as toxinas, com os anticorpos. Estes ensaios conseguem atingir os limites máximos de concentração de microcistinas em águas, como foi delimitado pela Organização Mundial da Saúde [11], [30].
1.3.2 Análise Química
O principal ponto negativo das análises biológicas é a limitação sobre a capacidade de identificar os diferentes tipos de MCs [32]. Em contrapartida, é possível realizar esta diferenciação em algumas técnicas analíticas. Os métodos analíticos podem serem divididos em três grandes classes, como foi possível verificar na figura 3.
A primeira grande área é a análise das MCs se dá pelas técnicas que utilizam detectores de espectrometria de massas, o que inclui as análises de
Desde seu desenvolvimento, o MALDITOFMS (Matrixassisted laser desorption/ionization timeofflight mass spectrometry). [33], é utilizado nas áreas de pesquisa de peptídeos, proteínas e ácidos nucleicos [32], onde todos tendem a apresentar uma elevada massa. As técnicas que utilizem métodos de espectrometria de massas apresentam a capacidade de diferenciar as possíveis variantes de MCs presentes em uma amostra, devido a formação dos íons fragmentos que podem ser gerados na técnica. Porém, a quantidade limitada de padrões comerciais tendem [34], [35] a restringir as possíveis quantificações em procedimentos de monitoramento, por exemplo.
A principal limitação de aplicação destas técnicas, principalmente em áreas com uma infraestrutura limitada, são os custos inerentes ao uso de equipamentos como o LCMS e o MALDITOFMS.
Por outro lado, dentro dos métodos analíticos, as formas de detecção óptica, que normalmente são acopladas à técnicas de separação cromatográficas, tendem a ser uma boa saída. As MCs apresentam um padrão de absorção em 238 nm, onde a porção Adda é responsável por este. Porém, caso estas apresentem o triptofano em uma das posições que variam os aminoácidos, este perfil é levemente alterado [36] , como é possível visualizar na imagem 4.
A principal limitação destas técnicas é o limite de quantificação. Como as MCs não apresentam uma absorção elevada, por conta da sua estrutura, em concentrações baixa, onde estas já podem apresentar alguma toxicidade ao organismo, análises via detectores ópticos tendem a ser ineficientes.
À luz deste cenário, um procedimento efetivo para melhorar o perfil de absorção das MCs, tornando as metodologias de detecção ópticas mais sensíveis e auxiliando o monitoramento destas toxinas em equipamentos mais acessíveis, são as reações de derivatização.
1.4 Derivatização
Embora a necessidade de monitoramento seja evidente, a análise das MCs é um desafio analítico, pois a estrutura não apresenta um grupo cromóforo na região do UV, exceto a porção Adda que é a responsável pelo máximo de absorção em λ 238 nm [4], e em 222 nm quando a estrutura apresenta um triptofano [7].
O estratagema de derivatização desses compostos, visando facilitar as análises através da utilização de um grupo cromóforo, é a forma mais prática para abordar a problemática, pois poderiam ser utilizados equipamentos mais simples, consequentemente menos sensíveis para realizar a quantificação destas substâncias, causando uma redução nos custos operacionais.
As principais formas de derivatização da toxina são: (i) oxidação da porção Adda visando a geração do 2metil3metoxi4ácidofenilbutírico (MMPB) [37] ou reações de DielsAlder com dienófilos que apresentem estruturas cromóforas [38], (ii) realizando adições às carbonilas, utilizando hidrazidas derivadas de pirenos, que estariam presentes nos ácidos carboxílicos de cadeias laterais do heptapeptídeo [39] e (iii) reações de adição 1,4 αβ insaturados na porção Mdha, utilizado, como doadores de Michael, grupos tiós para análises de LCMS e MALDI [6], [8], [40], como mostra a figura 5.
Figura 5. Esquema sumarizando os tipos de derivatizações mencionadas. A: adição à carbonilas; B: oxidação da MC para geração do MMPB; C: reação de DielsAlder com dienófilo fluorescente; D: adição de Michael na porção Mdha [7].
1.5 Reações Multicomponentes
Em um cenário onde o objetivo é produzir uma determinada molécula, com uma certa complexidade, existem três principais formas para obter esta: síntese linear, conversões [18], [19] ou derivação de produtos naturais [41] e reações multicomponentes [42]. Cada abordagem tem a suas vantagens e desvantagens para molécula individualmente. Tripolitsiotis e colaboradores ilustraram de maneira bem clara as diferenças nas abordagens sintéticas, e esta está exposta na figura 6 [42].
Figura 6. Ilustração comparativa sobre as diferentes abordagens para obtenção da molécula alvo, [42].
Reações multicomponentes são aquelas que utilizam mais de três materiais de partida de maneira simultânea. Neste tipo de abordagem, quase todos os átomos, dos reagentes, se fazem presente no produto obtido [43] e, devido a este fato, esta abordagem é considerado um procedimento convergente [44].
Quando comparada com as sínteses lineares, as reações multicomponentes apresentam vantagens operacionais. Por ser possível chegar em uma estrutura complexa em poucos procedimentos, há uma economia considerável em todos os insumos inerentes ao processo, como solventes (utilizados para os processos de purificação), poder gerar uma grande quantidade de estruturas diferentes variando poucos reagentes, tempo de instrumentos para caracterização de estrutura, entre outras [43] [45].
E devido a estes, as reações multicomponentes estão ganhando cada vez mais espaço dentro da comunidade acadêmica, como fica explícito pelo gráfico presente na imagem 7, que mostra a crescente de publicações que sobre o tema “Multicomponent reactions” no Web of Science nos últimos 25 anos.
Figura 7. Gráfico referente a quantidade de artigos presentes, no web of science, sobre "Multicomponent reactions". 1.6 Reações de UGI Em 1960, Ugi e colaboradores, publicaram os primeiros resultados de um novo procedimento de reações para a condensação de aminas, compostos oxos (cetonas ou aldeídos), agentes nuceofílicos que reagiam bem com isonitrilas, como está ilustrado na figura 8. Estas reações eram caracterizadas por altos rendimentos reacionais e por serem exotérmicas [46]. Figura 8. Esquema da reação UGI4CR. Dentre as reações multicomponentes que são conhecidas, as reações de UGI 4Componentes apresentam um diferencial: os produtos por ela gerada tem como característica serem peptóides (que serão melhor explicados no tópico 1.7) onde os nitrogênios apresentam cadeias laterais diferentes de átomos de hidrogênio, que são comuns em peptídeos [43], [47].
nucleofílico da isonitrila à imina (base de Schiff) (a) e subsequente ataque nucleofílico do íon carboxilato ao íon imínio resultante. Por fim, o αaduto intermediário (b) sofre a reação de acilação intramolecular denomina de rearranjo de Mumm, o que leva à formação do produto diamida (c), como demonstrado na figura 9. Todas as etapas desta clássica proposta mecanística, com exceção da etapa do rearranjo de Mumm, estão em equilíbrio. Ademais, o único subproduto da reação é uma molécula de água produzida durante a formação da imina [46], [47].
Figura 9. Mecanismo para a reação de UGI4CR.
Observando a proposta mecanística é possível notar que dentre as diversas etapas reacionais, apenas uma delas tem a eliminação de átomos, o restante, são reações de adição ou rearranjo, o que justifica a sua economia de átomos e o aproveitamento quase que em totalidade dos átomos envolvidos, uma característica marcante em reações multicomponentes.
Como fica ilustrado, há uma grande variabilidade possível de ser obtida através das cadeias laterais dos materiais de partida (as aminas, os aldeídos, ácidos carboxílicos e isonitrilas) que podem ser utilizados. Esta estratégia é utilizada para obter estruturas com diversas finalidades como o desenvolvimento de novas estruturas com características antileishimanial [48], de estruturas com características para inibidores do HIV [49], para a síntese de compostos heterocíclicos chaves [50]–[56], probes para análises biológicas [57] e em processos de otimização de processos na indústria farmacêutica [43].
Este último exemplo pode ser ilustrado pela produção do praziquantel (PZQ), que é utilizado no tratamento de esquistossomose [58] e teve seu primeiro report no final da década de 70 [59] e teve várias otimizações na sua
Merck, produtora do fármaco, utiliza da rota sintética da figura 10 para preparálo. Porém, utilizando de uma abordagem multicomponente, como visto na imagem 11, o PZQ pode ser obtido em uma quantidade muito reduzida de procedimentos, além de ser possível a produção de estruturas análogas variando poucos reagentes [61], [62]. Figura 10. Rota sintética utilizada pela Merck para a síntese do PZQ. Figura 11. Rota sintética para o PZQ utilizando a UGI4CR. Com os exemplos supracitados, a praticidade [63] e a versatilidade para se obter uma quimioteca com pluralidade estrutural [43], [48], [64], [65], em poucos passos, faz com que esta metodologia seja relevante para o desenvolvimento do projeto.
1.7 Peptóides
Peptóides é uma classe de oligômeros, que não ocorrem naturalmente, que se assemelham com peptídeos e proteínas naturais. Esta mimetização é derivada do fato das amidas, presentes nestas estruturas, apresentarem substituições em seus nitrogênios [48], [65], como fica notório na imagem 12.
Figura 12. (a) Representação de peptídeos (b) representação de peptóides.
Estas estruturas, são os esqueletos gerados pela reação de UGI4CR, apresentam algumas características que as tornam relevantes. Devido a substituição nos nitrogênios, há uma redução na quantidade de interações de hidrogênio disponíveis, tornando a estrutura menos polar. Com isto, a sua permeabilidade em membranas de difusão passiva é facilitada [48]. Outra consequência deste padrão de substituição é a resistência aos processos de proteólise em diversos organismos [48], [63], [65], o que é de extrema relevância para o desenvolvimento de novos compostos com potenciais biológicos.
1. Objetivos
À luz do cenário supracitado, o foco do trabalho é a obtenção de um probe com estrutura cromófora através de reações de UGI4CR. Entretanto, para isso é necessário cumprir alguns passos intermediários:
• Determinar qual é a melhor metodologia para o preparo das aminas formiladas;
• Verificar se é possível realizar a síntese da isonitrila e utilizála “in situ” nas reações de UGI4CR;
• Determinar, de maneira exploratória, quais seriam os melhores reagentes para utilizar nas reações multicomponentes, as chamadas “reações modelo”. Onde os critérios utilizados será a facilidade de análise em LC MS e RMN dos adutos reacionais; • Preparar um diácido carboxílico chave, obtido através da redução de uma mercaptana e uma reação de adição a carbonila subsequente. Com estas etapas intermediárias cumpridas, o probe com as características ideais para a derivatização da MC, como ilustrado na figura 13, será sintetizado. Figura 13. Estrutura do probe ideal obtido através da UGI4CR seguido de um processo de redução.
2. Metodologia
Para melhor entendimento da metodologia, este tópico será abordado da maneira que está ilustrado no fluxograma da figura 14, que contempla cada etapa até as reações modelo. Figura 14. Fluxograma dos procedimentos para as reações modelo.
Em seguida, no procedimento de síntese do diácido carboxílico chave, e a síntese do probe ideal, o fluxograma da figura 15 foi seguido. Figura 15. Fluxograma de procedimentos para o probe ideal.
Para todos os procedimentos, foram realizadas análises para a elucidação estrutural, como GCMS, HPLC, LCMS, RMN (1H, 13C e os bidimensionais caso necessário).
3.1 Materiais e reagentes utilizados
Os equipamentos e materiais utilizados foram: vortex (Vixar); balança analítica (Shimadzu); rotaevaporador (Büchi); pipetas ajustáveis de 100, 200 e 1000 μL (HTL); purificador de água (Elga); agitador magnético (Fisatom e Logen); microtubos de 1,5 e 2,0 mL (Axygen); ponteiras descartáveis (Axygen); banho de ultrassom (Quimis), microondas (CEM), tubos para microondas de vidro de 10 mL e vidrarias (Satelit).
Os solventes e reagentes utilizados foram: metanol P. A. (Vetec ou Synth); acetato de etila P.A. (Synth); diclorometano P. A. e deuterado (Vetec ou Synth); acetonitrila (grau HPLC, Scharlau ou J.T.Baker); metanol (grau HPLC, Scharlau ou J.T.Baker); água ultrapura; formiato de amônio 99,995% (Aldrich); ácido fórmico PA (Vetec); ácido sulfúrico 98% (merck); sulfato de magnésio anidro (Merk); sulfito de sódio; iodo molecular (Merk); ácido acético glacial (Vetec); bicarbonato de sódio (Merck); trietilamina (SigmaAldrich); anilina (Baxter); p metoxianilina; mbromoanilina; trifenilfosfina (Fluka); pclorobenzaldeído; 2 etilfenilamina (Merck); mercaptoetanol, ácido octanóico. 3.2 Formilação das aminas A necessidade de realizar esse procedimento é justificado pelo fato de as isonitrilas comerciais serem reagentes caros. Além disso, ao preparar as próprias isonitrilas, seria possível ter uma gama maior de materiais de partida para as reações de UGI.
A etapa de formilação foi amplamente estudada durante o decorrer do período trabalhado. Foram consideradas diversas rotas sintéticas para obter estruturas de interesse [66]–[68]. Realizando esta abordagem, foi possível verificar as diferenças entre cada uma e ponderar qual seria o melhor estratagema para uso (Figura 16).
Figura 16. Esquema referente às principais aminas utilizadas para os processos de formilação.
Todos os procedimentos utilizaram o excesso de ácido fórmico (4 equivalentes de ácido para 1 de amina) para a realização da reação. Entretanto, as principais diferenças entre os procedimentos estão correlacionadas com a forma de fornecer energia, via aquecimento comum [66] ou a utilização de um reator de microondas [68], ao sistema e ao uso ou não de formiato de sódio como catalizador [67].
No procedimento 1, em 4 mmol de ácido fórmico foi solubilizado, sob agitação magnética, 1 mmol da amina. A reação foi levada à 60ºC via banho de óleo ou areia.
No procedimento 2, a mesma quantidade de reagentes era adicionada ao frasco. Porém, diferente da anterior, foi solubilizado 20% de equivalente molar à amina de formiato de sódio, o qual seria o catalisador. E não foi utilizado aquecimento.
No procedimento 3, a mesma proporção de amina e ácido foram adicionados ao um tubo de 10 mL e encaminhados para o reator de microondas. Nesta, a potência e o tempo de reacional variavam de 4080 minutos e 200 300W.
Em todos os procedimentos, após o término da reação, foi adicionado 30 mL de acetato de etila, ou diclorometano, para pausar a reação. Após isso, a fase orgânica era lavada com porções de água destilada (3x 20mL) e solução saturada de bicarbonato de sódio (1x 20mL). Após isto, era adicionado agente secante à fase orgânica, sulfato de magnésio anidro ou sulfato de sódio, e em seguida, era realizada a devida filtração e rotaevaporação do solvente.
3.3 Síntese das isonitrilas
As isonitrilas, ou isocianetos, são intermediários sintéticos altamente reativos e que, por apresentarem características nucleofílicas e eletrofílicas, são considerados intermediários chaves para diversas reações. Além de seus processos de síntese serem consideradas “robustas”, ou seja, passível de realização sem muitos interferentes [69].
Da mesma forma que nos processos das fomilações, foram consideradas mais de uma metodologia para a síntese das isonitrilas em questão [69], [70].
A metodologia 1 [69] esquematizada na figura 17, se baseava na solubilização de 1 mmol de amina formilada e 1,5 mmol de iodo molecular em 10mL de diclorometano e a solução era agitada. Em seguida, após a total solubilização, 1,5 mmol de trifenilfosfina era adicionada ao meio. Após solubilização, era adicionado gota a gota 3 mmol de trietilamina. A reação era acompanhada via CCD até a sua estabilização.
Figura 17. Esquema de síntese das isonitrilas
A segunda metodologia (Figura 18) [70], foi baseada na utilização de microondas. Em um tubo para reator de microondas, eram adicionados, em banho de gelo, 1 equivalente da amina formilada, 3,3 de trietilamina e 3 de cloreto cianúrico (TCT) junto com o agitador magnético. Em seguida os materiais eram solubilizados em 7 mL de diclorometano. O tubo era encaminhado ao microondas onde era aquecido a 50 ºC por 3 minutos.
Figura 18. Metodologia 2 de síntese das isonitrolas. Devido sua elevada reatividade, a purificação de materiais como a isonitrila é um processo complexo e estas tendem a serem degradadas. Desta forma, o desenvolvimento de uma metodologia de síntese “in situ” das isonitrilas ganha destaque. Este procedimento, até o momento, não está descrito na literatura para o uso subsequente em reações de UGI4CR. 3.4 Reações de UGI4CR modelos A realização das reações modelo é crucial no escopo do projeto. Isto se deve ao fato de que nesta etapa foram analisadas diversas formas de abordar essa reação. E esta análise engloba tanto procedimentos operacionais e até as melhores escolhas de materiais de partida para que as análises, de comprovação de obtenção das estruturas, fossem facilitadas.
À luz deste cenário, foi adotado o procedimento onde as isonitrilas, utilizadas nestas reações, não sofressem nenhum processo de purificação para a realização da reação multicomponente, pois, desta forma, utilizando uma estratégia “onepot” minimiza a perda de material em processos de extração e até mesmo em purificação, além de reduzir a quantidade de insumos utilizados durante esses procedimentos, gerando assim, maior economia. Este procedimento está contemplado na figura 19.
Além disso, foram considerados diversas formas operacionais para realizar esta etapa do projeto, desde a utilização de microondas [71]–[73], visando um menor tempo de reação, utilizando ácidos de Lewis como catalisadores da reação [47], [64], [74], o uso de banho de ultrassom e, por último, agitação em temperatura ambiente [43], [48], [75].
Na prática laboratorial, as reações de UGI foram iniciadas em paralelo às sínteses das isonitrilas. Em um balão, o aldeído, ácido carboxílico e a amina eram adicionadas em quantidades equimolares (porém com 10% de excesso em relação à isonitrila utilizada) em metanol e em agitação magnética.
As reações ocorriam durante 48h, sendo as duas primeiras horas sem a adição da isonitrila ao meio, visando formar o intermediário necessário. Todas as reações foram conduzidas em temperatura ambiente e em nenhuma houve a utilização de catalisadores.
Após o término da reação, o solvente foi rotaevaporado, purificado e depois encaminhado para as análises de elucidação estrutural necessárias.
Durante a fase qualitativa das reações modelo, as reações ocorriam em escalas de 0,1 mmol. Após esta escala reacional foi elevada para 5 mmol, que seria o suficiente para realizar a quantificação, confiável, dos compostos e os ensaios de caracterização.
3.5 Síntese do diácido carboxílico
Após o aperfeiçoamento das condições operacionais construídas durante os ensaios com as reações modelo, o probe de interesse começou a ser elaborado. Um composto chave para isso é um diácido carboxílico idealizado, sintetizado partindo de uma mercaptana. Analisando o cenário proposto, foram vislumbradas duas possibilidades de processos para realizar a redução dos tiois ao dissulfeto de interesse [7], [76], [77], como mostrado na figura 20.
Na primeira metodologia, o tiol (5 mmol) foi solubilizado em 1 mL de água. Em outro frasco, foi dissolvido o ferricianeto de potássio (5,5 mmol) em 7 mL de água. A solução do tiol foi adicionada ao ferricianato de potássio e encaminhado para o banho de ultrassom por 4 horas. Além de acompanhar o progresso da reação via CCD, podese verificar a alteração da cor da solução, onde ela passa de castanho para verde. Após finalizada, foram adicionados 20 mL de acetato de etila e este era lavado com solução saturada de cloreto de sódio (3x 10mL). Em seguida, ao meio era adicionado sulfato de magnésio anidro. Em seguida, filtrado e concentrado. A segunda metodologia consiste na solubilização do tiol (1 mmol) em 20 mL de acetato de etila e iodeto de sódio (0,01 mmol). Em seguida, foi adicionado, em quantidade equimolar ao tiol, a solução de 30% de água oxigenada, sem a necessidade de aquecimento. A reação era acompanhada via CCD. Quando o equilíbrio foi atingido, 15 mL de uma solução saturada de sulfito de sódio foram adicionados à reação. Em seguida, foram realizadas extrações com acetato de etila (3x 15mL) e, à fase orgânica resultante, adicionado sulfato de magnésio anidro. Após esta etapa, a solução era filtrada e a solução concentrada.
Ambos os procedimentos não necessitam de processos de purificação e foram encaminhados para análises estruturais. A partir deste composto, o diácido chave foi obtido através da utilização de um anidrido succínico em solução de acetato de etila utilizando trietilamina como base [78], como fica elucidado da figura 21. Neste procedimento, o dissulfeto foi solubilizado, sob agitação magnética, em acetato de etila, junto com a trietilamina e o anidrido succinico, e, em seguida, Figura 21. Reação para preparação do diácido carboxílico.
extraída com éter (1x 10mL). Em seguida, a fase aquosa foi acidificada com solução de 1 mol/L de ácido sulfúrico, até o pH estar próximo à 3. Em seguida, a fase aquosa era extraída com éter (3x 10mL) e à esta era adicionada sulfato de magnésio, filtrado e encaminhado para evaporar o solvente. 4 Resultados e discussões 4.1 Formilação das aminas
Durante os procedimentos, os procedimentos 1 e 2, com o uso de aquecimento e sem aquecimento, porém com uso de catalisador, respectivamente, apresentam boas taxas de conversões e forneceram produtos puros, comprovados via análises de RMN, GCMS, como pode serem vistos nas figuras 28 a 34 no apêndice, mesmo sem processos de purificação, como coluna cromatográfica. Em contrapartida, como pode ser analisada na tabela 1, a estratégia 3, onde foi utilizado o reator de microondas, apresentou uma grande amplitude na faixa de rendimento obtido. Tabela 1. Tabela sumarizando desempenho de diferentes metodologias
Esta grande faixa de rendimento foi obtida durante a tentativa de otimização do processo através de métodos quimiométricos (Desing of experiments), variando potência e tempo de reação dentro do reator. Porém, não foi possível determinar com clareza qual das duas variáveis influenciam mais no
diferentes valores de rendimento, como pode ser visto na tabela 6 no apêndice, tendo em vista que não foi realizado nenhum procedimento de extração e purificação, e que a quantificação foi realizado via análises de GCFID utilizando triplicatas de curvas de calibração (204000 μmol.mL1) com limites de detecção e quantificação onde todas as amostras eram quantificadas com confiabilidade. A figura 22 mostra a curva de nível do sistema, e a tabela de sumarização de dados referente ao sistema de modelagem utilizado, para realizar as análises de efeitos das variáveis operacionais, estão destacados. E neste último, analisando o valor de r2=0,17584 (Tabela 2) para o sistema de modelagem, fica nítido que os experimentos de otimização não foram efetivos. Figura 22. Curva de nível obtida para o sistema de modelagem em análises quimiométricas.
Tabela 2. Tabela sumarizando os valores obtidos para o sistema de modelagem . Na tabela 3, estão sumarizados os aspectos físicos dos compostos que foram obtidos durante as formilações. Tabela 3. Tabela com aspectos físicos das formamidas obtidas.
Composto Aspecto Faixa de fusão (ºC) Literatura (ºC)
C1 Sólido bege 4445 46,347,8 [79] C2 Sólido bege 6162 6365 [80] C3 Sólido roxo escuro 7779 7880 [80] 4.2 Síntese das isonitrilas
Os procedimentos sintéticos das isolinitrilas, inicialmente, envolviam processos de extração e purificação. Porém, foi contemplado que seria possível do preparo destas “in situ”, acarretando os benefícios que esta abordagem carrega, pois os subprodutos reacionais formados não atrapalhariam na reação multicomponente, como foi possível verificar. Ambas as estratégias de síntese apresentaram resultados satisfatórios. Porém, a estratégia 1, que não utiliza o reator de microondas como na 2, teve resultados mais prolíficos, pois isso se justifica pela escala reacional que foram realizados os procedimentos. Com a limitação do volume do tubo de reação no microondas, seriam necessários repetidos procedimentos para que fossem obtidas as mesmas quantidades satisfatórias de produto. Devido a isso, a metodologia 1 foi selecionada como a principal rota sintética.
4.3 Reações modelo Esta etapa acontecia logo em seguida das reações de síntese de isonitrilas. Entretanto, para a formação dos adutos reacionais, é necessário que ocorra a formação de uma base de Schiff, uma imina, como produto intermediário para que ocorra uma sequência de reações e rearranjos ocorram para a obtenção do peptóide final da UGI4CR. Desta forma, enquanto a preparação da isonitrila acontecia, já era iniciado a reação de UGI com a amina, aldeído e ácido carboxílico. Com a isonitrila formada, o solvente reacional foi rotaevaporado e o sólido solubilizado em metanol e adicionado, sem nenhum tratamento prévio, na reação multicomponente.
O objetivo desse procedimento era justamente verificar o potencial do procedimento, analisando se os subprodutos da síntese da isonitrila iriam interferir no processo de obtenção dos adutos reacionais da UGI4CR. Além disto, como supracitado, verificar quais seriam os melhores materiais de partida, visando uma análise comprobatória mais simples. A principal forma de determinar isto era através de ensaios de LCMS. A tabela 3 sumariza os resultados obtidos, onde as metodologias de síntese de isonitrila, materiais de partida e os resultados obtidos.
Analisando os resultados, fica evidenciado que a metodologia de síntese de isonitrila que utiliza trifenilfosfina e iodo, em temperatura ambiente, apresenta um melhor desempenho, quando comparado com a metodologia que utiliza o reator de microondas e tricloro triazida, para a formação dos peptóides de interesse.
Ademais, durante os ensaios em LCMS, foi evidenciado que as metodologias que utilizaram aldeídos com um átomo de cloro como substituinte no anel aromático apresentaram uma facilidade maior na identificação. Isto se deve ao padrão isotópico do cloro, como é possível verificar na tabela 4, pois há uma baixa possibilidade de serem obtidos falsos positivos. Uma vez que há uma baixa probabilidade de serem obtidos clusters com a mesma massa e com o mesmo padrão de picos observados nos produtos obtidos na reação multicomponente.
Tabela 5. Tabela com espectros de massas de produtos com átomos de cloro em sua composição molecular.
Com os produtos que apresentavam esse perfil, foram realizados ensaios de LCMS/MS visando verificar quais seriam os fragmentos obtidos. Na figura 23, são expostos os espectros de massas dos ensaios de fragmentação. Através destes, foi possível observar que o cloro acaba atuando como indicador de qual parte da estrutura foi perdida na fragmentação. Isso é justificado pela manutenção do padrão isotópico do cloro em alguns fragmentos, o que indica
244.0903 286.1016 314.0953 444.2061 GB-51_1-3_01_14306.d: +MS2(444.2061), 20.0eV, 8.6min #1530 279.0940 300.0790 421.1667 429.1348 314.0951 443.1480 244.0894 286.1001 GB-43_1-6_01_14294.d: +MS, 9.8-10.0min #1589-1605 244.0878 279.0919286.0975 314.0933 407.1509 429.1335 GB-42_1-7_01_14295.d: +MS, 9.7-9.9min #1622-1640 314.0948 429.1345 244.0884 GB-37_1-9_01_14297.d: +MS, 9.7-9.9min #1642-1650 0 1 2 3 4 x10 Intens. 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 4 x10 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 4 x10 2 4 6 4 x10
Na imagem 24 é ilustrado os fragmentos, junto com suas massas, formados a partir das estruturas supracitadas. Figura 24. Fragmentos observados durante os ensaios de fragmentação. A partir destes resultados, foram consideradas satisfatórias as condições obtidas (realizações de reações em temperatura ambiente, síntese de isonitrilas in situ, utilização de materiais de partida com a presença de cloro) e assim houve um aumento na escala reacional para que os produtos fossem isolados, quantificados e caracterizados.
Os compostos isolados, e seus rendimentos, estão contemplados na figura 25 e suas características físicas estão presentes na tabela 6. Nesta tabela não estão contemplados valores de referência para os pontos de fusão pois os produtos são inéditos na literatura. Os espectros de massas e RMN (1 e 2D), dos compostos presentes na figura 25 estão no apêndice (figuras 3560).
Figura 25. Produtos de reações modelo e rendimentos reacionais.
Tabela 6. Aspectos físicos dos compostos obtidos nas reações modelo.
Composto Aspecto Faixa de fusão (ºC) C4 Sólido amarelado 155.6156,5 C5 Sólido amarelado 153,8154,5 C6 Óleo castanho C7 Sólido amarelado 148,6149,6 C8 Óleo branco 4.3 Síntese do diácido carboxílico Com o avanço nas reações multicomponentes, seria necessário o início da produção do diácido carboxílico chave. O início desse processo é com a redução do grupo tiol presente no mercaptoetanol.
mudando de cor, saindo de um vermelho alaranjado e chegando a um verde escuro, além da perda do odor característico das mercaptanas. Na figura 60, presente no apêndice, pode ser verificado o cromatograma obtido referente deste produto, assim como as análises de RMN, figuras 62 e 63.
Com a mesma mentalidade da escolha da metodologia multicomponente, a metodologia principal tornouse a segunda, que utiliza peróxido de hidrogênio e catalisada com iodeto de sódio. Isto é justificado pelo fato de a reação, em comparação com a metodologia anterior, devido não necessitar um grande volume de solvente para ser executada, apresentar um tempo reduzido, não utilizar banho de ultrassom como fonte de energia e ter valores de rendimentos próximos.
A síntese do diácido seria seguida da obtenção do dissulfeto. Esta reação, assim como as anteriores, também não apresentou grandes dificuldades para ser executada e apresentou rendimentos elevados, como é possível ver na tabela 5. Em relação às caracterizações estruturais, é possível verificar as análises de RMN (1 e 2D) e de LCMS que foram feitas do composto nas figuras 64 a 68 no apêndice. As características físicas dos compostos estão presentes na tabela 8, porém, como o diácido carboxílico é inédito, não é possível comparar valores de ponto de fusão com a literatura. Tabela 7. Rendimentos reacionais nas etapas de síntese do diácido chave.
Tabela 8. Características físicas dos compostos
Composto Aspecto Faixa de fusão (ºC)
C9 Óleo transparente C10 Sólido branco 109,9110,3 4.5 Síntese do probe ideal Ao passo que todas as condições foram estabelecidas, e o diácido chave obtido e caracterizado, foi possível realizar a síntese de algumas estruturas que tendem ao probe ideal. Com isto, a reação contemplada na figura 26 foi realizada.
Figura 26. Esquema de síntese do probe ideal
O mesmo procedimento que foi estabelecido nas reações modelo, que utilizavam as isonitrilas preparadas em “in situ”, foi utilizado nesta reação. As análises de LCMS (figura 27) mostram que houve a conversão para o produto de interesse. No entanto, não foi possível isolar o composto para determinar o rendimento reacional.
Figura 27. Cromatogramas e espectros de massas do composto C11
5. Análises de elucidação estrutural 5.1 Cromatografia líquida de alta eficiência (HPLCUV/Vis) As análises por cromatografia líquida de alta eficiência foram realizadas em um sistema cromatográfico UFLC Prominence (Shimadzu) que é composto por desgaseificador DGU20A, bomba quaternária LC20AT, autoinjetor SIL 20ACHT, forno de coluna CTO20A, detector UVVis (PDA) SPDM20A, detector de fluorescência (RF) RF10AXL e módulo controlador CBM20A.
Dois métodos analíticos foram desenvolvidos até o momento para avaliar a formação dos produtos das reações de UGI4CR. Os dois métodos desenvolvidos utilizam as fases móveis: solução de formiato de amônio 20 mmol/L grau LCMS (Canal A), acetonitrila grau HPLC (Canal B), metanol grau HPLC (Canal C) e água MiliQ (Canal D); a coluna Phenomenex Luna C18 [150 x 4,6mm e 5μm]; fluxo da fase móvel de 1,5 mL/min; e temperatura do forno em 60 °C. O primeiro método utiliza apenas o detector PDA (em 254 nm) e apresenta o gradiente: de 20 a 80% de C em 6 minutos; 80% de C isocrático por 2 minutos; de 80 a 20% de C em 30 segundos; e 3 minutos e 30 segundos de 20% de C isocrático; totalizando então 12 minutos. Já o segundo método utiliza o detector PDA (em 254 nm) e RF (excitação em 260 nm e emissão em 450 nm [45]), apresentando o gradiente: de 20 a 80% de C em 6 minutos; 80% de C isocrático por 7 minutos; de 80 a 20% de C em 30 segundos; e 3 minutos e 30 segundos de 20% de C isocrático; totalizando então 17 minutos. 5.2 Análises via espectrometria de massas (LCMS)
As análises de LCHRMS foram realizadas em um espectrômetro de massas micrOTOFQII equipado com uma fonte de electrospray Apollo II
Neste equipamento, eram injetados 1 μL de cada amostra para que fosse realizada uma separação cromatográfica prévia, onde era utilizada uma coluna de fase reversa Luna C18 (150x2.0mm 3 μm) e, como fase móvel, uma mistura gradiente de solução de ácido fórmico 0,1% em água ultrapura e acetonitrila grau HPLC (Sigma Aldrich, St Louis, USA). Para uma análise otimizada, a fonte de ESI foi programada para operar com: 2 bar de pressão do gás nebulizador; dry gas com uma vazão de 8.0 L/min; a temperatura de secagem a 180ºC; e a voltagem à 4,5kV. A razão massa/carga foi escaneada com uma janela de 50 1200 Da, nos modos positivo e negativo. Para a calibração do equipamento, foi utilizado uma solução de formiato de sódio em álcool isopropílico, onde os clusters eram analisados com a mesma janela de razão massa carga anteriormente mencionada.
Além deste, foi utilizado um espectrômetro de massas triploquadrupolo LCMS8030 (Shimadzu), que conta com uma fonte de ionização do tipo eletrospray, e o UFLC Prominence (Shimadzu), composto pelo degaseificador DGU20A, duas bombas LC20AD, amostrador automático SIL20ACHT, forno de coluna CTO20A, detector UVVis SPDM20A e módulo controlador CBM20A. Utilizouse acetato de etila e metanol grau HPLC 1:1 para confirmar a formação de produto da reação de UGI4CR modelo. O equipamento utilizado foi do Laboratório de Organocatálise e Síntese Orgânica (LOCSín) do Professor Doutor Alcindo Aparecido dos Santos no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQUSP). 5.3 Análises via cromatografia gasosa (GCMS e GCFID)
As análises por cromatografia gasosa foram realizadas em um cromatógrafo gasoso GC2010 (Shimadzu), acoplado ao espectrofotômetro de massas CGMSQP2010 Plus (Shimadzu), com autoinjetor AOC20i utilizando hélio como gás de arraste.
As análises foram feitas em um método de análise de compostos orgânicos. A rampa de aquecimento utilizada foi: de 80 a 250°C em 13 minutos; 250ºC por 17 minutos, totalizando 30 minutos de corrida. O fluxo total de 60,2 mL/min com pressão de 75,0 kPa. As análises de massas foram feitas no modo
temperatura da fonte de ionização de 200°C e temperatura da interface de 250°C.
As análises por cromatografia gasosa com detector de ionização por chama (FID) foram realizadas em um cromatógrafo gasoso 5890 Series II (HP), utilizando o gás nitrogênio como gás de arraste.
As análises foram realizadas em um método desenvolvido especialmente para os ensaios. Onde a temperatura do injetor era de 300ºC e uma rampa de aquecimento que ia de 130ºC à 250ºC com uma variação de 15ºC/min, totalizando 10 minutos de corrida. O detector era setado com a 300ºC.
5.4 Análises via ressonância magnética nuclear (RMN)
As análises por ressonância magnética nuclear (1H, 13C e bidimensionais quando necessários) foram realizados na frequência de 300 MHz em um espectrômetro Ultrashield 300 (Bruker), com console Advance III 300, conectado a um computador. O clorofórmio deuterado (CDCl3) e o metanol deuterado (CD3OD) foram utilizados como solventes e os deslocamentos químicos foram dados em ppm, utilizandose tetrametilsilano (TMS) como padrão de referência interna
Composto C1 GCMS: m/z (%) = 121 (100), 93 (80) Composto C2 1H NMR (300 MHz, CDCl 3) δ = 8.57 (d, J = 11.3 Hz, 1H), 8.17 (s, 1H), 7.24 – 7.12 (m, 4H), 2.34 (s, 3H). GCMS m/z (%) = 135 (65), 106 (100). Composto C3 1H NMR (300 MHz, CDCl 3) δ = 8.31 (s,1H), 8.02 (s, 1H), 7.46 (d, J = 9 Hz, 1H), 7.05 (d, J = 9 Hz, 1H), 6.87 (t, J = 9 Hz, 2H), 3.8 (d, J = 6 Hz, 3H) 13C NMR (75 MHz, CDCl 3) δ = 163.08, 156.74, 129.49, 121.81, 121.72, 114.91, 114.24, 55.56, 55.49.
GCMS m/z (%) = 151 (100), 108 (90).
Composto C4 1H NMR (300 MHz, CDCl 3) δ = 8.5 (s, 1H), 8.01 (d, J = 9 Hz, 1H), 7.67.53 (m, 2H), 7.47 (d, J = 9 Hz, 2H), 7.43 (d, J = 9 Hz, 5H), 7.22 (d, J = 6 Hz, 1H), 7.18 (s, 1H), 7.117.09 (m, 4H), 6.7 (s, 2H), 5.91 (s, 1H), 3.60 (t, J = 6 Hz, 2H), 2.77 (s, 1H), 2.43 (s, 1H), 2.2 (s, 3H) 13C NMR (75 MHz, CDCl 3) δ = 173.31, 171.21, 135.70, 134.79, 133.53, 133.42, 130.57, 130.29, 130.16, 129.21, 129.03, 128.70, 128.56, 128.47, 126.74, 126.66, 126.50, 125.31, 122.64, 60.42, 35.78, 29.70, 17.89.
MS (ESI) m/z: calculado para C30H27O2N2Cl [M]+: 483.176; encontrado: [M]+:483.1783
Composto C5
(d, J = 7.0 Hz, 1H), 6.96 (d, J = 6.3 Hz, 2H), 6.01 (s, 1H), 3.58 (t, J = 7.8 Hz, 2H), 2.79 (s, 1H), 2.47 (s, 1H), 2.20 (s, 3H), 2.13 (s, 3H). 13C NMR (75 MHz, CDCl 3) δ =173.31, 167.88, 137.52, 132.83, 132.80, 132.48, 132.34, 130.90, 130.58, 129.36, 128.89, 128.77, 128.72, 128.55, 126.85, 126.69, 125.68, 123.18, 63.51, 50.03, 35.86, 21.67, 17.76.
MS (ESI) m/z: calculado para C25H25O2N2Cl [M]+: 421.1681; encontrado: [M]+:421.1693. Composto C6 1H NMR (300 MHz, CDCl 3) δ = 8.21 (d, J = 23.6 Hz, 1H), 8.11 (d, J = 9.3 Hz, 1H), 7.62 (d, J = 8.4 Hz, 2H), 7.37 (d, J = 8.5 Hz, 2H), 7.21 (s, 2H), 7.19 (d, J = 1.7 Hz, 1H), 4.81 (s, 1H), 3.89 – 3.81 (m, 2H), 3.71 (t, J = 4.6 Hz, 5H), 3.58 (dd, J = 13.2, 6.6 Hz, 1H), 3.40 (dd, J = 11.4, 5.6 Hz, 2H), 3.00 (t, J = 7.4 Hz, 2H), 2.84 (t, J = 7.0 Hz, 1H), 2.69 (t, J = 7.0 Hz, 1H), 2.57 – 2.51 (m, 2H), 2.50 (s, 1H), 2.49 – 2.44 (m, 3H)
MS (ESI) m/z: calculado para C24H30O3N3Cl [M]+: 444,198; encontrado: [M]+: 444.2096