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RESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO E MONITORIA NAS ÁREAS DE CONSERVAÇÃO MARINHAS EM MOÇAMBIQUE RELATÓRIO DO TERCEIRO SEMINÁRIO TÉCNICO

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RESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO E MONITORIA NAS

ÁREAS DE CONSERVAÇÃO MARINHAS EM MOÇAMBIQUE

RELATÓRIO DO TERCEIRO SEMINÁRIO TÉCNICO

Submetido a, e implementado com o apoio de:

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A Administração Nacional para as Áreas de Conservação (ANAC), o Fundo Nacional de Desenvolvimento

Sustentável e o Centro Terra Viva (CTV), assinaram, em Julho de 2017, um Memorando de Entendimento

(MdE) com vista ao desenvolvimento de actividades relacionadas com investigação e monitoria de

espécies e ecossistemas nas áreas de conservação marinhas, promovendo a sua protecção e

conservação. A presente publicação resulta de actividades desenvolvidas no âmbito deste MdE.

Iniciativa de:

Apoiado por:

Elaborado por:

Manuela Wing, BSc. Hons.

Cristina M. M. Louro, MAppSc.

Raquel S. Fernandes, MSc.

Dinis Mandevane, BSc. Hons.

Carlos Litulo

Marcos A. M. Pereira, MSc.

Shelio Chaia, BSc.

Revisto por:

Cristina M. M. Louro

Marcos A. M. Pereira

Citação proposta:

Wing, M, C. M. M. Louro, R. Fernandes, D. Mandevane, C. Litulo, M. A. M Pereira, & S. Chaia (2019).

Relatório do seminário técnico sobre resultados de investigação e monitoria nas áreas de conservação

marinhas em Moçambique, 51 pp. Maputo, Centro Terra Viva.

Direitos reservados:

Direitos de autor aplicam-se a esta obra. Esta publicação seja por inteiro ou em partes, não poderá ser

reproduzida independentemente do formato ou meio, seja electrónico, mecânico ou óptico, para

qualquer propósito, sem a devida autorização expressa, por escrito, do Director Geral do Centro Terra

Viva.

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TABELA DE CONTEÚDOS

AGRADECIMENTOS ... 4

ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS ... 5

1. Antecedentes & objectivos ... 7

2. Seminário técnico 2017 ... 7

3. Programa & participantes ... 9

4. SESSÃO I. Abertura ... 11

4.1. MdE ANAC, CTV & FNDS: Conceito de monitorias ... 11

5. SESSÃO II. Monitoria e Investigação nas ACs marinhas ... 12

5.2.1. Parque Nacional das Quirimbas (PNQ) ... 13

5.2.2. Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS) ... 15

5.2.3. Parque Nacional do Arquipélago Bazaruto (PNAB) ... 17

5.2.4. Reserva Nacional de Marromeu (RNM) ... 19

5.2.5. Reserva Nacional do Pomene (RNP) ... 21

5.2.6. Reserva Marinha Parcial da Ponta Ouro (RMPPO) ... 23

6. SESSÃO III. Monitoria e investigação nas ACS comunitárias ... 24

6.3.1. Aréa de Conservação Comunitária Baía de Inhambane ... 24

6.3.2. Santuário comunitário de Vamizi ... 25

6.3.3. Áreas de Conservação Comunitária - O caso de Mocímboa da Praia e Palma ... 27

7. PLENÁRIA I. Harmonização e recomendações ... 29

8. SESSÃO IV. Aspectos Operativos ... 32

8.1. Treino de fiscais marinhos ... 32

9. SESSÃO V. Gestão de Informação ... 33

9.1. Repositório de dados das monitorias MdE ANAC/FNDS/CTV ... 33

9.2. Sistema Integrado de Gestão da ANAC ... 35

10. PLENÁRIA II. Harmonização e recomendações ... 36

11. Evento Adicional: Apresentação WWF - PROJECTO BENGO 2 ... 37

12. Cobertura nos meios de comunicação... 38

ANEXOS ... 39

Anexo I: Ficha técnica das Áreas de Conservação Marinhas ... 40

Anexo II: Programa do seminário técnico ... 41

Anexo III: Lista de presenças ... 43

Anexo IV: Comunicado de imprensa ... 47

Anexo V: Divulgação do seminário na imprensa ... 49

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4

AGRADECIMENTOS

O CTV, através deste espaço, gostaria de endereçar especiais agradecimentos a todos que, directa ou

indirectamente, contribuíram para a realização do presente seminário técnico e para a elaboração do

respectivo relatório, sendo de destacar os seguintes:

• Madyo Couto, Mozbio

• Agostinho Nazaré Magueze, Mozbio

• Moshin Sidi, Mozbio

• Armindo Araman, ANAC

• Rezia Cumbi, ANAC

• Tânia Pereira, CTV

• Daniela Caldeira, CTV

• Teresa de Sousa, CTV

• Miguel Gonçalves, RMPPO

• Pedro Pereira, RNP

• Naungi N’tave, PNQ

• Armando Nguenha, PNAB

• Tomás Chibale, PNAB

• Dalila Sequeira, WWF

• Lara Muaves, WWF

• Isabel Marques, Universidade Unilúrio

• Tomás Langa, AMA

• António Cabral, Ocean Revolution

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ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

ACM ACC ADNAP ANAC AMA AMBISIG APAIPS BIOFUND CFM CCPs CTV CICA CGRN FNDS IIP IDEPA INAMAR RMPPO RNM RNP MdE MCT MIMAIP MITADER PNAB PNQ PPT TV TIM TVM SIGA SMOG UEM ONG WCS WWF UGEA

Áreas de Conservação Marinhas Áreas de Conservação Comunitárias Administração Nacional das Pescas

Administração Nacional de Áreas de Conservação Associação do Meio Ambiente

Ambiente e Sistema de Informação Geográfica

Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas Fundação para a Conservação da Biodiversidade

Caminhos de Ferro de Moçambique Centros Comunitários de Pesca Centro Terra Viva

Centro de Investigação e Conservação Ambiental Comité de Co-gestão de Recursos Naturais Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável Instituto de Investigação Pesqueira

Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala e Aquacultura Instituto Nacional da Marinha

Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro Reserva Nacional de Marromeu

Reserva Nacional do Pomene Memorando de Entendimento

Ministério dos Transportes e Comunicações Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas

Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto

Parque Nacional das Quirimbas Powerpoint

Televisão

Televisão Independente de Moçambique Televisão de Moçambique

Sistema Integrado de Gestão da ANAC Sistema de Monitoria Orientada para a Gestão Universidade Eduardo Mondlane

Organização não-governamental Wildlife Conservation Society Fundo Mundial para a Natureza Unidade de Gestão de Aquisições

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6

Figura 1: Fotografia de grupo dos participantes do seminário técnico sobre resultados de investigação e monitoria

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1. Antecedentes & objectivos

Nos últimos três anos, a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) realizou dois

seminários técnicos sobre aspectos básicos ligados à conservação e gestão das áreas de conservação

marinhas (ACMs) em Moçambique. Os seminários tinham como propósito identificar prioridades e

avaliar o progresso alcançado e desafios enfrentados, bem como partilhar lições aprendidas na

implementação de programas de monitoria e investigação nas seis áreas de conservação marinhas

existentes no país (Anexo I). Destes seminários sobressaiu sempre uma grande recomendação, que é a

necessidade da ANAC e das administrações das ACMs de se apropriarem e garantirem a implementação

contínua de programas de monitoria e investigação para o desenho e implementação de medidas de

conservação e gestão adaptativas.

Através do Memorando de Entendimento (MdE) assinado entre a ANAC, Fundo Nacional de

Desenvolvimento Sustentável (FNDS) e o Centro Terra Viva (CTV) foi realizado o terceiro seminário

técnico focado na divulgação de resultados de investigação e monitoria sobre ecossistemas, espécies e

usos de recursos naturais nas ACMs. O presente seminário sob o tema ‘Resultados de investigação e

monitoria nas áreas de conservação marinhas em Moçambique’, pretende contribuir para a

recomendação acima, mais concretamente apresentando e discutindo o seguinte:

• Resultados de investigação e monitoria realizados nas ACMs;

• Metodologias adoptadas e desafios;

• Gestão de dados a nível central e das ACMs;

• Relevância da realização de reciclagens a fiscais e monitores comunitários;

• Fortalecimento da comunicação e intervenção dos demais parceiros; e

• Divulgação de resultados às partes interessadas e afectadas.

2. Seminário técnico 2017

O seminário técnico de 2017 ‘Prioridades de investigação, monitoria e gestão nas áreas marinhas de

conservação em Moçambique’ contribuiu para a identificação de constatações e recomendações

relevantes (Tabela 1). Estas constatações e recomendações referentes à investigação e monitoria,

comunicação e ‘lobbying’ e angariação de fundos, serviram para guiar a discussão no presente seminário

de 2018, sendo de realçar as seguintes:

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monitoria e investigação nas áreas de conservação marinhas em Moçambique.

Área Constatações e recomendações

Investigação e monitoria

• Adoptar uma estratégia de investigação e monitoria que indique acções em curso e prioridades futuras, bem como potenciais fontes de financiamento para implementação efectiva do mesmo;

• Adoptar e harmonizar protocolos de monitoria para garantir a consistência das metodologias aplicadas e garantir a aferição de tendências a longo prazo;

• Reavaliar periodicamente os programas de monitoria em curso, como forma de integrar parâmetros ecológicos e físico-químico relevantes;

• Formar e reciclar fiscais, monitores comunitários e agentes do Sistema de Monitoria Orientado para Gestão (SMOG);

• Promover o envolvimento de todas as partes interessadas e afectadas na monitoria, gestão e conservação dos recursos naturais nas ACMs;

• Realizar levantamentos de biodiversidade nas ACMs, com especial destaque para a RNP e Reserva Nacional de Marromeu;

• Aferir sobre o actual estado de conservação da população de dugongos no Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto (e.g. tamanho da população, tendências, entre outros parâmetros relevantes para a adopção de medidas de gestão adaptativas).

Comunicação e ‘lobbying’

• Adoptar uma estratégia de ‘comunicação e lobbying’ com vista à criação e fortalecimento de parcerias com instituições académicas, ONGs nacionais e internacionais e sector privado para a consolidação dos programas de monitoria, investigação e fiscalização; • Adoptar mecanismos de comunicação efectivos usando tecnologias de fácil acesso e

consumo tais como WhatsApp, Facebook, entre outros;

• Criar mecanismos efectivos para armazenamento e partilha da informação resultante dos programas de investigação e monitoria;

• Adoptar uma estratégia de comunicação, para divulgar resultados de investigação e monitoria, fortalecendo, principalmente, a comunicação entre administração, investigadores, gestores, membros das comunidades locais e sector privado;

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3. Programa & participantes

O presente seminário tinha uma abordagem inclusiva e prática. Isto é, o seminário pretendia promover

o envolvimento dos administradores e técnicos das ACMs na preparação da apresentação, de

monitorias sobre espécies, ecossistemas e usos em curso e que os mesmos considerassem relevantes de

discutir no seminário. Em termos práticos, a abordagem trazida foi a identificação de temas directos

sobre a metodologia aplicada nas monitorias, operacionalidade e gestão, incluindo a troca de

experiência de algumas organizações no estabelecimento de áreas de conservação comunitárias. O

programa do seminário pode ser consultado no Anexo II.

Os participantes do seminário eram compostos por representantes dos vários sectores do governo e da

sociedade civil que contribuem directa e indirectamente para a implementação de programas de

monitoria e investigação nas ACMs (Tabela 2). No total, o seminário contou com a presença de 71

participantes (Anexo III). Destes, no primeiro dia, o seminário contou com 39 participantes (23 Homens

e 16 Mulheres) e no segundo dia com 32 participantes (20 Homens e 13 Mulheres). O seminário

realizou-se nos dias 04 e 05 de Setembro de 2018, na Sala Licungo do Hotel VIP na Cidade de Maputo.

Tabela 2. Lista das instituições e organizações convidadas ao seminário de investigação e monitoria nas áreas de

conservação marinhas em Moçambique.

Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

1.0 Administração Nacional para as Áreas de Conservação (ANAC) 1.1. Director Geral

1.2. Serviços de Conservação e Desenvolvimento Comunitário 1.3. Direcção de Fiscalização

1.4. Departamento de Monitoria e Investigação 1.5. Departamento de Gestão de Recursos Naturais 1.6. Departamento de Desenvolvimento Comunitário

1.7. Departamento Serviços de Conservação e Desenvolvimento Comunitário 1.8. Departamento de Gestão de Recursos Naturais

2.0 Áreas de Conservação

2.1. Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro 2.2. Reserva Nacional do Pomene

2.3. Parque Nacional do Bazaruto 2.4. Reserva Nacional de Marromeu 2.5. Parque Nacional das Quirimbas

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Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas 3.0 Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas

3.1. Departamento de Estudos, Planificação e Infraestruturas 3.2. Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (IIP)

3.3. Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala e Aquacultura (IDEPA) 3.4. Administração Nacional das Pescas (ADNAP)

Ministério dos Transportes e Comunicações 4.1. Instituto Nacional da Marinha (INAMAR) Parceiros

5.1. MOZBIO Sociedade Civil

6.1. Fundo Mundial para a Natureza - Moçambique (WWF) 6.2. African Parks

6.3. RARE

6.4. Wildlife Conservation Society (WCS) 6.5. Ocean Revolution

6.6. Associação para o Meio Ambiente (AMA)

6.7. Projecto de Conservação de Dugongos e Ervas Marinhas Academia

7.1. Universidade Eduardo Mondlane (UEM) 7.2. Universidade Unilúrio

7.3. Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras 7.4. Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane

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4. SESSÃO I. Abertura

Monitoria de espécies e ecossistemas nas ACs Marinhas

O terceiro seminário ‘Resultados de investigação e monitoria nas áreas de conservação marinhas em

Moçambique’ iniciou com uma breve nota de abertura pelo Director Geral do CTV, o dr. Marcos Pereira.

O Director geral realçou o convite aceite pela Reserva Nacional de Marromeu (RNM) em fazer parte

deste mesmo seminário, a importância da existência de séries de dados longas e da necessidade do

armazenamento centralizado destes mesmos dados para evitarmos a sua perda no futuro. Um exemplo

claro, dado pelo dr. Marcos Pereira, sobre a necessidade de armazenamento central de dados foi o caso

Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto (PNAB) do ciclone que destruiu a sede do parque resultou

na perda de dados de um dos programas de monitoria mais antigos do país. Ainda nesta nota de

abertura, o Director geral exaltou a importância da melhoria da comunicação, bem como a troca de

experiência entre as ACs marinhas.

A sessão de abertura contou com a apresentação do conceito da implementação do programa de

monitoria de espécies e ecossistemas que está a ser desenvolvido pelo CTV (Anexo VI). Muito

resumidamente, este conceito de monitoria tem como base uma monitoria que possa ser replicada e

implementada de forma gradual por fiscais e monitores comunitários, mediante as necessidades e

prioridades das ACs marinhas. Isto é, um programa de monitoria que possa criar capacidade para

garantir a sua aplicação contínua e a baixo custo.

4.1. MdE ANAC, CTV & FNDS: Conceito de monitorias

Tema: Monitoria de espécies e ecossistemas nas áreas de conservação marinhas

Apresentado por: Cristina M. M. Louro, Coordenadora de Programas

Pontos apresentados Descrição

Actividades gerais 2015 – 2017

• RMPPO, RNP, PNAB e PNQ • Investigação e monitoria

• Reciclagem e formação de fiscais e monitores comunitários • Seminários de devolução de resultados

• Publicação de relatórios técnicos e artigos científicos Monitorias • Espécies:

tartarugas marinhas, mamíferos marinhos e ostra perlífera (mapalo) • Ecossistemas:

recife de coral, ervas marinhas e floresta de mangal • Usos:

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Conceito de aplicação • Selecção de monitorias com base na existência de dados históricos e prioridades das ACs Marinhas

• Metodologia de baixo-custo, e replicável gradualmente • lmplementada por fiscais e monitores comunitários Desafios e

recomendações

• Implementação contínua

• Extensão das estações de monitoria de forma gradual e regular • Qualidade dos dados recolhidos

• Armazenamento dos dados nas ACs e a nível central • Formação contínua de fiscais e membros da comunidade • Fortalecimento das monitorias e comunicação.

Pontos de discussão e recomendação

• A ANAC recomendou que se iniciasse a inclusão da Reserva Nacional de Marromeu (RNM) em futuros programas de monitoria de espécies e biodiversidade actualmente a ser implementado pelo CTV nas ACs marinhas.

5. SESSÃO II. Monitoria e Investigação nas ACs marinhas

O seminário técnico ‘Resultados de investigação e monitoria nas áreas de conservação marinhas em

Moçambique’ pretendia também criar no seio das administrações das ACs marinhas um maior

conhecimento e envolvimento no que diz respeito à implementação de actividades de investigação e

monitoria. Para além da contribuição das ACs marinhas, foram também convidadas apresentações por

parte de organizações parceiras, que contribuem para a implementação de Áreas de Conservação

Comunitárias (ACCs). A presente iniciativa pretendia oferecer uma visão holística dos esforços e

resultados da conservação que estão a ser actualmente desenvolvidos, bem como discutir alternativas

para o seu fortalecimento e continuidade.

As ACs marinhas possuem várias monitorias em curso. Todavia, para o presente seminário foi

recomendada a identificação de apenas duas monitorias tendo como base o período de implementação,

sequência e qualidade de dados e relevância da monitoria. As apresentações apresentavam um

‘modelo’ comum com os seguintes campos: i) localização geográfica; ii) monitorias em curso; iii)

monitoria seleccionada: objectivo e metodologia; iv) expectativa para melhoria; e v) aplicação

adaptativa. O resumo das apresentações, bem como aspectos chaves de discussão são apresentados

abaixo em formato de tabela. Para mais detalhes, as mesmas apresentações podem ser consultadas no

Anexo VI.

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Figura 2: Localização das Áreas de Conservação de Moçambique

5.2.1. Parque Nacional das Quirimbas (PNQ)

Apresentado por: Abdul Gafar Daudo, Departamento de Investigação e Monitoria

Pontos apresentados Descrição

Monitorias em curso

• Estado e uso de recursos marinhos • Santuários

• Capturas nas gaiolas melhoradas e polvo • Fiscalização

• Detecção da presença de dugongos • Tartarugas marinhas

• Recifes de coral • Florestas de mangal Monitoria seleccionada • Recife de coral

• Estado e uso de recursos marinhos Principais

Resultados

Recifes de coral

• Cobertura dominada principalmente por calhau, rocha, algas e areia e seguida por coral (35% Canal Sencar e 49% Rolas)

• Formas de crescimento coralino dominado por corais massivos (Ibo) e corais submassivos e foliosos (Rolas)

• Comunidade ictiológica composta por peixes tipicamente ornamentais tropicais de biomassa pequena a média. Ausência notável de predadores de

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interesse comercial

• Potencial sobre-pesca pelo uso comum de artes de pesca (linha e gaiolas) • Ausência de branqueamento e estrelas-do-mar Acanthaster planci Estado e uso de recursos marinhos

• Redução dos agentes SMOG de 39 para 19 • Esforço contínuo ao longo de 24 meses

• Actividades ilegais: Redes mosquiteiras, pesca no santuário, pesca intencional tartarugas marinhas e substâncias nocivas; 721 casos registados, maior incidência 2016; redução de processos na procuradoria distrital da Ilha do Ibo

• Colecta do polvo

Aumento de capturas entre Dezembro 2017 a Abril 2018 Implementação dos períodos de veda

Expectativas para melhoria Recifes de coral

• Aumentar o número das estações de monitoria

• Aumentar o número de estudos, incluindo o mapeamento • Estabelecer a monitoria da pesca artesanal adjacente aos recifes

• Continuar com a monitoria anual para evitar interrupções na série de dados para melhor interpretação do estado de conservação

Estado e uso de recursos marinhos

• Criar parcerias para melhorar o incentivo salarial agentes; • Capacitar em técnicas de monitoria de tartarugas marinhas.

Aplicação adaptativa • Providenciar o treino dos fiscais (e.g. identificação de espécies, técnicas de monitoria, uso de GPS, outros)

• Melhorar a fiscalização nos santuários marinhos e envolver os Comités de Co-Gestão de Recursos Naturais (CGRN) em acções que visam a desencorajar a invasão dos mesmos

• Acomodar necessidades de adaptação às mudanças climáticas pelas comunidades costeiras nos planos de acção e maneio e,

• Intensificar a monitoria de mamíferos marinhos, especialmente a monitoria de dugongos

Pontos de discussão e recomendação

Aspectos gerais

• O PNQ foi recentemente nomeado com o estatuto de biosfera da UNESCO requerendo a revisão e actualização do plano de maneio.

• Não tem sido feita a fiscalização do banco de São Lázaro, mas são propostas patrulhas ocasionais em coordenação com a Marinha de Guerra.

Aspectos específicos - investigação

• Veda do polvo: A dra. Paula Santana Afonso afirmou haver um estudo feito pelo IIP, entre 2014 a 2016, que mostra que a reprodução ocorre na Primavera. As vedas contribuem para o crescimento rápido e para uma taxa de reprodução alta. As vedas rotativas contribuem para o valor económico acrescentado do polvo. Segundo Isabel Silva, a Ilha de Vamizi, elaborou um estudo sobre o manancial do polvo e aplica a respectiva veda

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15

Pontos apresentados Descrição

sobre o tamanho populacional dos dugongos e resultados preliminares da aplicação de monitores acústicos passivos não detectaram a presença de dugongos próximos à Ilha do Ibo

Aspectos específicos - monitoria

• Estudos sociais: importância da elaboração de estudos sociais para a gestão do parque. Os trabalhos existentes estão desactualizados, com mais de 14 anos

• Agentes SMOG: redução do número de agentes SMOG poderá ter consequências na quantidade e qualidade dos dados, bem como no aumento das actividades ilegais. O Administrador adjunto do PNQ, Naungi Ntave afirmou que a mesma está associada à escassez de fundos que o parque enfrenta

Figura 3 e 4: Apresentação de resultados de investigação e monitoria do Parque Nacional das Quirimbas por Abdul Daúde

(Fotografia: Shelio Chaia)

5.2.2. Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas (APAIPS)

Apresentado por: Dalila Sequeira, Gestora de Projecto (WWF)

Pontos apresentados Descrição

Investigação e monitorias em curso

Investigação

o Mapeamento do habitat bêntico o Levantamento de ervas marinhas o Estudo da pescaria do tubarão e raia

o Avaliação da composição e estrutura do mangal Monitorias

o Santuários de pesca

o Estado e uso de recursos marinhos (esforço de patrulha, actividades ilegais, pesca de subsistência, actividades colectoras, observação de animais especiais)

Monitoria seleccionada • Mapeamento do habitat bêntico • Estado e uso de recursos marinhos Principais resultados Mapeamento do habitat bêntico

• 10 ilhas e dois recifes rasos • 24 tipos de habitats bênticos

• Cobertura de coral aumenta de sul para norte; Diminuição na extensão da

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cobertura de coral vivo entre 2006 a 2010. Dados da densidade de peixe suportam o consenso sobre o declínio do ecossistema de coral

Estado e uso de recursos marinhos • 9 agentes comunitários SMOG

• Diminuição do esforço de patrulha ao longo de 19 meses

Actividade ilegal mais comum é o uso da rede mosquiteira, pesca em período de veda, pesca sem licença e uso de plantas venenosas (N’lala)

Expectativas para melhoria Mapeamento do habitat bentónico

• Replicação da metodologia para outras ACs marinhas

• Envolvimento da academia e governo (e.g. MITADER, MIMAIP) • Treino de técnicos e parceiros locais em GIS e ‘remote sensing’ Estado e uso de recursos marinhos

• Aumento do número de agentes SMOG e extensão da área de monitoria, durante os próximos 4 anos

• Padronização dos módulos de registo entre o PNQ e APAIPS; • Promoção de visitas de troca de experiências PNAB, PNQ e APAIPS Aplicação adaptativa Mapeamento do habitat bentónico

• Identificação de áreas e habitats críticos para conservação da biodiversidade • Os dados contribuem para análise histórica e previsão de alterações

promovendo tomada de medidas específicas

• Membros de Associações de Pescadores Artesanais e dos CGRN têm conhecimento dos locais de onde ocorrem os habitats críticos (corais, mangais e ervas marinhas) e das áreas que sofrem maior impacto da actividade pesqueira

• Apoiar na elaboração do plano de maneio Estado e uso de recursos marinhos

• Registo de actividades ilegais e da origem dos infractores promove melhor fiscalização e controlo da actividade pesqueira

• Divulgação e discussão periódica sobre os resultados permite a inclusão e responsabilização dos diversos intervenientes na área

• Fiscalização conjunta pode ser planificada, implementada e adoptada através deste sistema de monitoria

Pontos de debate Aspectos gerais

• APAIPS não possui estrutura administrativa estabelecida, mas a ANAC vai envidar esforços para o estabelecimento desta mesma estrutura

• APAIPS não possui plano de maneio actualizado Aspectos específicos – monitoria e investigação • Mapeamento dos corais é realizado por transectos

• Fraca partilha de informação associada à falta de um repositório contribui para o desconhecimento dos programas de monitoria e investigação actualmente a decorrer na APAIPS

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Figura 5 e 6: Apresentação de resultados de investigação e monitoria da Área de Protecção Ambiental das Ilhas

Primeiras e Segundas por Dalila Sequeira (Fotografia: Shelio Chaia)

5.2.3. Parque Nacional do Arquipélago Bazaruto (PNAB)

Apresentado por: Tomás Manasse Chibale, Chefe de fiscalização

Pontos apresentados Descrição

Monitorias em curso • Ninhos de tartarugas

• Marcação de tartarugas marinhas • Pesca comunitária de margem • Recifes de coral

• Ervas marinhas e mapalo • Actividade colectora • Produção de utchema

• Observação das espécies especiais • Ninhos de crocodilos

• Mercados e bancas • Gado ovino e caprino

• Dunas de areia e erosão costeira • Pesca comunitária com barcos Monitoria seleccionada • Recifes de coral

• Tartarugas marinhas

• Actividades de protecção e fiscalização Principais

resultados

Recifes de coral

• Percentagem de cobertura de coral: 55% Two-mile reef e 34% Lighthouse reef. Comunidade de ictiofauna representada por 15 e 22 famílias no Lighthouse reef e Two-mile reef, respectivamente

Tartarugas marinhas

• Marcação entre 2005 – 2015 não foi feita de forma contínua, tendo sido marcadas maioritariamente tartarugas verdes, cabeçudas e tartarugas bico-de-falcão

• A época de desova 2017/2018 registou 32 ninhos entre Outubro e Fevereiro e registou um pico em Dezembro com 14 ninhos. A maioria dos ninhos identificados pertencia à tartaruga cabeçuda e foram registados na Ilha do Bazaruto (9 ninhos). Na Ilha de Benguérua foram identificados 9 ninhos, dos

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quais 2 eram de tartaruga cabeçuda e 1 de tartaruga verde. Actividades de protecção e fiscalização

• Esforço de patrulha aumentou durante o período de 2014 a 2017, tendo sido feitas 2888 e 3622 patrulhas, correspondendo a 45 062 e 78 773 km, respectivamente

Expectativas para melhoria

Recifes de coral

• Extensão das estações de monitoria de recifes de coral

• Capacitar fiscais em mergulho para contribuir para a monitoria e remoção de linhas de pesca, pedaços de redes e outros objectos

Tartarugas marinhas

• Envolver e compensar as comunidades locais na marcação e identificação dos ninhos de tartarugas marinhas

• Intensificar as patrulhas nocturnas no período de nidificação e eclosão;

• Capacitar fiscais em matérias relacionadas com os efeitos das mudanças climáticas ou falhas genéticas das tartarugas marinhas.

Florestas de mangal

• Desenvolver protocolo e programa de monitoria de florestas de mangal Aplicação adaptativa • Colocar bóias de sinalização e sensibilizar os operadores turísticos para não

ancorarem barcos nos recifes, especialmente no Two mile reef cuja pressão turística é maior

• Remover linhas de pesca e pedaços de rede • Intensificar a fiscalização

• Angariar fundos para compensação dos membros da comunidade local que encontram e comunicam a existência de ninhos de tartarugas marinha e facilitam o processo de marcação das tartarugas marinhas;

• Sensibilizar comunidades e operadores sobre as medidas de mitigação Pontos de debate Pontos gerais

• Importante realizar seminários de devolução de resultados para as comunidades e quadro de fiscalização

• Importante desenvolver panfletos com informação sobre tendências dos principais indicadores ecológicos

• A estratégia de fiscalização adoptada é feita com base nos períodos de maior probabilidade de detectarem infracções, em função das marés e dos locais de maior incidência

Pontos específicos – monitorias e investigação

• O PNAB possui dados históricos sobre a percentagem de cobertura de coral vivo para o Two-mile reef e Lighthouse reef. Estes dados deveriam ser compilados e analisados para contribuir para uma gestão adaptativa

• O PNAB deve intensificar a monitoria de utchema para evitar o abate descontrolado das palmeiras (Raphia australis) de onde se extrai a utchema • Questionada a ausência de informação sobre dugongos na apresentação. O Sr.

Tomás Chibale afirmou que o último estudo aponta para uma população entre 250 a 260 indivíduos. Dificuldades em apresentar dados de monitoria de dugongos dada as diferenças nas metodologias aplicadas. Todavia, os

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Pontos apresentados Descrição

resultados destas monitorias/trabalhos de investigação deveriam ser disseminados pois não existe informação sobre o actual estado de conservação desta espécie protegida

• A SASOL manifestou interesse em implantar um gasoduto na região do Distrito de Inhassoro. Contudo, as autoridades do PNAB inviabilizaram o projecto por este potencialmente poder afectar a população de dugongos existente no parque.

Figura 7 e 8: Apresentação de resultados de investigação e monitoria do Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto por

Tomás Chibale (Fotografia: Shelio Chaia)

5.2.4. Reserva Nacional de Marromeu (RNM)

Apresentado por: Mateus Ribaué, Administrador

Pontos apresentados Descrição

Monitorias em curso • Esforço de fiscalização • Artes de pesca • Contagem de búfalos Monitoria seleccionada • Esforço de fiscalização

• Contagem de búfalos Principais resultados Esforço de fiscalização

• Entre 2016 – 2018 foram realizadas aproximadamente 280 patrulhas, correspondentes a sensivelmente 600 dias e 1 320 km. Durante este período foram capturados 61 furtivos, registados 380 instrumentos de caça neutralizados ou desactivados ilegais dos quais 144 são cabos de aço e 58 catanas. A fiscalização da RNM tem dado enfoque a apreensão de artes nocivas de pesca, como por exemplo a chicocota (rede fixa de pequena malhagem)

• Em termos de produtos apreendidos, estes correspondem a 1 334 kg, dos quais 795 kg são de peixe, 495 kg de caranguejo explorado ilegalmente e 44 kg de carne. Em 2018 foram apreendidas 6 pontas de marfim de elefante disfarçadas em sacos de milho e que estavam a ser transportados por

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20

caçadores furtivos Contagem de búfalos

• Entre 2014 e 2016 foram estimados aproximadamente 15 068 e 18 620 búfalos, respectivamente. Estima-se que até 2022 a população de búfalos atinja entre os 29 000 a 30 000 búfalos. Esta previsão aproxima-se dos registos históricos de 1978 que estimavam mais de 45 000 búfalos

Expectativas para melhoria

Esforço de fiscalização

• Manter a logística das operações de fiscalização

• Capacitar os fiscais em estratégias de fiscalização e táctica anti-furtiva • Recrutar fiscais para que cada posto fixo tenha no mínimo seis fiscais. • Aumentar o número de postos fixos de três para seis postos

Aplicação adaptativa • Divulgar os dispositivos legais às comunidades locais

• Envolver as comunidades de Kwirini e Daud no reflorestamento da floresta d mangal ao longo da margem direita do rio N’céu, braço do Rio Zambeze. • Apoiar o estabelecimento de Conselhos Comunitários de Pesca (CCPs) das

comunidades locais de Nhaminaze, Milambe e Luawe para apoiar no controlo do abate da floresta de mangal, erosão costeira e o perigo do uso de artes nocivas de pesca

Pontos de debate Pontos gerais

• A crescente demanda por hidrocarbonetos no Delta do Zambeze pode constituir uma ameaça para a reserva.

Pontos específicos – monitorias e investigação

• Realizado estudo para a determinação dos ‘stocks’ de carbono pela UEM no ano de 2013

• Importante realizar estudos adicionais sobre as florestas de mangal e respectiva fauna associada por serem áreas de grande importância para a reposição de ‘stocks’ de camarão do Banco de Sofala

• Desenvolver um programa de reflorestamento dos mangais de modo a estabilizar as margens do rio que estão com pouca vegetação devido às descargas dos rios

• Desenvolver programas de monitoria para a área marinha.

Figura 9 e 10: Apresentação de resultados de investigação e monitoria da Reserva Nacional de Marromeu por Mateus Ribaué

(Fotografia: Shelio Chaia) 9

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5.2.5. Reserva Nacional do Pomene (RNP)

Apresentado por: Pedro Pereira, Administrador

Pontos apresentados Descrição

Monitoria em curso • Florestas de mangal • Recifes de coral • Tartarugas marinhas Monitoria seleccionada • Florestas de mangal

• Recifes de coral • Tartarugas marinhas Principais resultados Florestas de mangal

• As espécies identificadas são Avicenia marina, Ceriops tagal, Rizophora

mucronata, Bruguiera gymnorrhiza e Soneratia alba

• As estações de monitoria não mostraram árvores adultas degradadas. Apenas a estação de Salinas mostrou elevado grau de indivíduos adultos com morte natural provocada pelas cheias do ano 2000

• Todas as estações apresentaram elevada densidade do gastrópode Terebralia

palustris à excepção da estação de Salinas.

Recifes de coral

• O complexo de recifes do Baixo Zâmbia constitui o mais importante complexo de recifes na RNP. Em termos de percentagem de cobertura das diferentes categorias, a categoria de areia, rocha/alga e calhau foi maior, seguindo a categoria de coral.

Tartarugas marinhas

• Potencial área de nidificação de quatro espécies: Caretta caretta,

Dermochelys coriacea, Eretmochelys imbricata e Chelonia mydas

• Tartarugas marinhas podem ser observadas nos recifes de coral Baixa Sílvia e Zâmbia. Relatos dos pescadores afirmam que nos últimos 4 e 5 anos não são observadas tartarugas marinhas na praia do Pomene. Monitoria no primeiro e último trimestre de 2016 não foram observadas tartarugas marinhas em desova

Expectativas para melhoria

• Realizar actividades de monitoria em períodos de seis em seis meses para garantir maior acompanhamento e interacção com os técnicos e fiscais • Alocar meios materiais para o arranque dos programas de monitoria de

tartarugas marinhas, pesca recreativa e desportiva e demais actividades recreativas

Aplicação adaptativa Florestas de mangal

• Contribuir para a implementação de medidas de conservação e fiscalização contra a exploração ilegal de estacas de mangal

• Apoiar na identificação de áreas com elevados níveis de corte que necessitem de estabelecimento de programas de recuperação

Recifes de coral

• Prematuro identificar medidas adaptativas com os resultados dos levantamentos preliminares do programa de investigação e monitoria actualmente em curso

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22

Pontos de debate Pontos gerais

• Actualmente em fase de proposta e aprovação, a extensão dos limites da RNP para abranger a área costeira e marinha

• Promover a sensibilização das comunidades locais sobre o impacto das actividades ilegais, neste caso corte e abate sobre as florestas de mangal. • Exploração do caranguejo do mangal ainda é considerada de nível pouco

preocupante pois é maioritariamente para subsistência Pontos específicos – investigação e monitoria

• Prematuro identificar e estimar a área de floresta de mangal degradada nas estações de monitoria. O programa apenas tem dois anos e para tal precisamos de adquirir imagens satélite para permitir a delimitação dessas áreas. Segundo os resultados da monitoria o grau de corte é relativamente baixo quando comparado com as outras ACMs.

• Moçambique comprometeu-se em restaurar 5000 hectares de mangal. No entanto, ainda é prematuro estabelecer um programa de reflorestamento de mangal na RNP, apesar do nível de degradação observado na estação de Salinas os resultados apontam para uma boa capacidade de regeneração natural

• Está em processo a elaboração de uma publicação conjunta entre o CTV, BIOFUND e UEM sobre os dados preliminares das florestas de mangal colectados entre 2016 e 2017

• O CTV está também a fazer o mapeamento tridimensional do recife de coral Baixo Zâmbia. Os recifes de coral desta região são afectados pelas correntes vindas de Madagáscar, tornando esta área de grande interesse científico e ecológico.

Figura 11 e 12: Apresentação de resultados de investigação e monitoria da Reserva Nacional de Pomene por Pedro Pereira

(Fotografia: Shelio Chaia)

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23

5.2.6. Reserva Marinha Parcial da Ponta Ouro

Apresentação por: Paulo Miguel Gonçalves, Administrador

Pontos apresentados Descrição

Monitorias em curso • Tartarugas marinhas • Recifes de coral

• Pesca recreativa e desportiva, artesanal e de subsistência • Actividades recreativas

• Poluição costeira • Mamíferos marinhos • Floresta de mangal • Infracções e/ou incidentes Monitoria seleccionada • Pesca artesanal e de subsistência

• Esforço de fiscalização

Principais resultados • Informação actual sobre o ponto de situação das capturas por unidade de esforço, por arte de pesca e tamanho e maturidade de principais espécies • Informação sobre o mapa de áreas de pesca.

Expectativas • Sem informação

Aplicação adaptativa O programa de monitoria da pesca artesanal culminou com a elaboração de dois importantes produtos: O Plano de Gestão do Uso Extrativo de Recursos na Costa Ocidental da RMPPO e o mapeamento das áreas de pesca artesanal na RMPPO. Pontos de debate • Recomendou-se a monitoria do tubarão tigre na lista de monitorias

• Recomendou-se a necessidade da utilização dos dados recolhidos por dois termómetros para medição da água, a 18 e a 40 metros. No geral, foi discutida a necessidade da importância da monitoria de outros factores abióticos • Recomendou-se a necessidade do fortalecimento da monitoria de indicadores

sócio-económicos. O Administrador Miguel Gonçalves acrescentou que foi realizada a monitoria sócio-economica aquando do trabalho da pesca artesanal e também considera importante a monitoria da aplicação dos 20% para benefício das comunidades

Figura 13 e 14: Apresentação de resultados de investigação e monitoria da Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro por

Miguel Gonçalves (Fotografia: Shelio Chaia)

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24

6.3.1. ACC Baía de Inhambane: Ocean Revolution

Apresentado por: António Sacramento Cabral, Director de Programas

Pontos apresentados Descrição

Localização • Província de Inhambane, Baía de Inhambane Principais trabalhos em

curso e resultados

• Georeferenciamento das ACCs e habitats costeiros e marinhos

• Estabelecimento de nove áreas marinha de protecção comunitária na Baía de Inhambane. Os principais resultados deste estabelecimento apontam para o aumento de biomassa pesqueira dentro e nos arredores das áreas.

• Levantamento, colecta sistemática e arquivo de dados sobre mudanças relacionadas à produtividade e estados dos ecossistemas (ervas marinhas e mangais). Trabalho realizado em parceria com o IIP, CCPs e membros da

comunidade. Estão sendo monitoradas 6 áreas diferentes (2 zonas de subsistência, 2 zonas altamente impactadas e 2 zonas prestinas). Nas zonas de subsistência e altamente impatadas é notório o corte de algumas arvores.

• O corte e abate de árvores é comum por todas as áreas de monitoria • Monitoria de florestas de mangal e fauna associada. Pontos mais urbanos

apresentam menor diversidade de espécies de mangal e fauna associada (e.g. caranguejos e caracóis). A altura das árvores aumenta em direcção ao interior • Monitoria de parâmetros físico químicos de água nas 6 zonas

• Fiscalização em parceria com a polícia Costeira Lacustre e Fluvial, DPMAIPI e os CCPs

• Treinamento sobre acidificação dos oceanos

Principais desafios • Morosidade no processo de oficialização das áreas ao nível do Governo Provincial • Aumento do número de embarcações para fiscalização

• Comunidades têm solicitado a replicação dos programas de estabelecimento das áreas protecção comunitária em outras locais

Pontos de debate • Necessidade de perceber melhor a terminologia sobre ‘área de gestão comunitária’ e ‘área de conservação comunitária’ e ‘área de protecção comunitária’

• Necessidade de reconhecer legalmente o estatuto das ACCs

• Necessidade de se aproximarem à ANAC com vista a clarificar aspectos relacionados com o estabelecimento e legalização de protecção e conservação comunitária.

Figura 15 e 16: Apresentação de resultados de investigação e monitoria pela Ocean Revolution, representado por António

Cabral (Fotografia: Shelio Chaia)

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25

6.3.2. Santuário comunitário de Vamizi

Apresentação por: Isabel Silva, Directora Centro de Investigação e Conservação Ambiental (CICA),

Universidade Lúrio

Pontos apresentados Descrição

Localização • Cabo Delgado, Ilha Vamizi Estabelecimento do

Santuário

• Estabelecido pelo CCP em 2006 • Plano de maneio submetido em 2017

• Pedido de legalização da área marinha protegida comunitária em 2018 Fiscalização Financiamento

• Apoio financeiro para a fiscalização vem das taxas do Lodge de Vamizi, incluindo mergulho SCUBA e snorkel

• A fiscalização inclui patrulhas terrestres e marítimas Necessidades

• Necessidade de patrulhas nocturnas e barco mais apropriado • Acompanhamento pelas autoridades

Monitorias • Recifes de corais • Tartarugas marinhas

• Tartarugas marinhas e o impacto da erosão costeira • Baleias

• Tubarões

• Ciclones na região do Sudoeste do Oceano Índico, em colaboração com o serviço meteorológico Francês

Resultados Recifes de coral

Sola, E; D. Glassom, I.M. Silva (2016). Reproductive synchrony in a diverse acropora assemblage at Vamizi Island, Mozambique. Marine Ecology 37(6), 1373-1385

Sola, E., I. Marques da Silva, and D. Glassom(2015) Spatio-temporal patterns of coral recruitment at Vamizi Island, Quirimbas Archipelago, Mozambique."

African Journal of Marine Science 37 (4), 557-565.

Sola, E., I. Marques da Silva and D. Glassom. (2015) An annotated and illustrated checklist of species of the coral genus Acropora (Cnidaria: Scleractinia) from Vamizi Island, Mozambique. Africa Invertebrates 56(3):807-844 Hill, N., Davidson, J., Silva, I., Muaves, L, Mucaves, S, Guissamulo

A.;Debney,A. Garnier, J.(2009). Coral and reef fish in the northern Quirimbas Archipelago, Mozambique – a first assessment. Western

Indian Ocean Journal of Marine Science Vol.8 Nº1 pp1-1

Santuários e pesca

da Silva I.M., Hill N., Shimadzu H., Soares A.M.V.M., Dornelas, M. (2015) Spillover effects of a Community-Managed Marine Reserve. PLoS ONE 10(4): e0111774. doi:10.1371/journal.pone.0111774

da Silva, I. Marques, T. Hempson, and N. E. Hussey. (2014). Giant trevally spawning aggregation highlights importance of community fisheries

(26)

26

management no-take zone. Marine Biodiversity: 1-2. Tartarugas marinhas

Aproximadamente 30 tartarugas marcadas e 8 retornos de outros anos

Garnier, J., Hill, N., Guissamulo, A.; Silva, I, Witt, M., Godley, B. (2012) Status and community –based conservation of marine turtles in the northern Quirimbas Islands (Mozambique). Oryx 46(3): 359- 367

Desafios e ameaças Exploração de gás

• A exploração de gás vai ser feita no mar alto – e prevê-se que tenha pouco impacto na região da Ilha de Vamizi

• Passagem do gasoduto e obras da LNG – Maior impacto na fase de construção • Plumas de corte e sedimentação usando a metodologia certa tem um efeito

reduzido

• Necessidade de vedas à pesca nos locais afectados terão um efeito positivo nas comunidades de coral. Poluição urbana e industrial e poluição sonora subaquática

Pontos de debate Pontos gerais

• Situação instável leva a existência de mais população na ilha • População consciente de benefícios dos tubarões vivos • Existência de uma agregação de xaréus gigantes Pontos específicos

• Necessidade de perceber melhor a terminologia sobre ‘área de gestão comunitária’ e ‘área de conservação comunitária’ e ‘santuários comunitários’ • Necessidade de acelerar o processo de legalização dos santuários comunitários

de pesca

• Necessidade de se aproximarem à ANAC com vista a clarificar aspectos relacionados com o estabelecimento e legalização de santuários comunitários.

Figura 17 e 18: Apresentação de resultados de investigação e monitoria do santuário comunitário de Vamizi Ocean pela Dra.

Isabel Marques da Silva (Fotografia: Shelio Chaia)

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27

6.3.3. Áreas de Conservação Comunitária - o caso de Mocímboa da Praia e Palma

Apresentação por: Tomás Langa, Director Executivo, AMA

Pontos apresentados Descrição

Local de implementação Distritos de Mocímboa da Praia e Palma, Cabo Delgado Duração do projecto 2013 – 2018

Beneficiários

• Membros dos CCPs

• Pescadores e colectoras (Homens e Mulheres); • Biodiversidade costeira e marinha.

Parceiros de financiamento e implementação

• Zoological Society of London • Bioclimate

• Cordio

• Faculdade de Ciências Naturais, Unilúrio

• Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa • Universidade de Aveiro

Objectivos Objectivo geral

• Desenvolver mecanismos e capacidade para incentivar e sustentar as actividades de co-gestão em áreas marinhas e costeiras do norte de Moçambique, de forma a envolver mulheres e diversificar a base de

subsistência das comunidades costeiras que dependem de recursos marinhos. Objectivos específicos

• Adoptar modelo de gestão comunitária dos recursos marinhos protegendo a biodiversidade marinha e aumentar

cobertura de áreas marinhas protegidas

• Fomentar a criação de um financiamento privado sustentável do sector de gestão, a protecção do meio marinho beneficiando a comunidade

• Apoiar o desenvolvimento de meios de vida sustentáveis e inovadores com vista a reduzir a dependência nos recursos marinhos.

Resultados • Estudo de base sócio-económico

Dados demográficos, actividades desenvolvidas, número de pescadores, artes e género, especies alvo, mapas dos recursos e centros de pesca

• Estudo de base biológico

Mergulhos nas áreas comunitárias, destaque recifes de coral, para avaliar presença/abundância das espécies

• Legalização dos CCPs

• Avaliação participativa de ameaças e ‘stocks’ de pescado

Pescadores itinerantes/migrantes, uso de artes ilegais, destruição de habitats (e.g. devastação de extensas áreas de mangal no Distrito de Mecúfi para abertura de tanque de exploração salina), aumento do número de pescadores • Replantio de 20 000 mudas de mangal no Distrito de Mecúfi.

• Desenho de planos de Co-gestão

• Implementação de actividades de resposta ao Custo de Oportunidade de ter uma ACC

• Reservas temporárias geram benefícios rápidos 21 grupos, 21 000 Euros de poupança e 500 famílias

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28

500 hectares de ACC vs 4.000 hectares de reservas temporárias Constatações e

recomendações

Com base nestes resultados e no trabalho desenvolvido, o projecto reconhece a importância de continuar a desenvolver as seguintes actividades:

• Apoiar a legalização dos CCPs e ACCs, é essencial;

• Alargar o estabelecimento de áreas marinhas localmente geridas;

• Desenvolver a conjugação de actividades com maior envolvimento de mulheres; • Desenvolver a aquacultura de ostras de baixo custo e alta qualidade;

• Desenvolver a horticultura como actividade alternativa e a longo prazo; • Promover o fortalecimento da Associação Comunitária de Poupanças e

Empréstimos para diversificar as actividades de rendimento;

• Promover o fortalecimento de Programas “Price premium” para melhorar a apropriação da ideia de criação de ACCs;

• Promover a gestão adaptativa de biodiversidade ajuda a desenvolver ACC alinhadas com a ecologia de espécies-alvo.

• Apoiar o desenvolvimento de meios alternativos de subsistência para a comunidade de pescadores.

• Implementação da veda comunitária para a pescaria do polvo.

• Estabelecimento de programas de crédito de poupança gerido por mulheres Pontos de debate • Necessidade de perceber melhor a terminologia sobre ‘área de gestão

comunitária’, ‘área de conservação comunitária’ e ‘santuários comunitários’ • Necessidade de acelerar o processo de legalização dos santuários comunitários

de pesca

• Necessidade de se aproximarem à ANAC com vista a clarificar aspectos relacionados com o estabelecimento e legalização de santuários comunitários. • Elevada presença de pescadores migratórios (maioritariamente provenientes de

Nacala e Tanzânia) tem dificultado a fiscalização nas áreas de operação da AMA. • A AMA acredita que a poluição sonora resultante das actividades de prospecção de petróleo e gás podem afectar a biodiversidade e ecossistemas do Distrito de Palma.

Figura 19 e 20: Apresentação de actividades desenvolvidas pelas áreas de conservação comunitária, Associação do meio

ambiente por Tomás Langa (Fotografia: Shelio Chaia)

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29

7. PLENÁRIA I. Harmonização e recomendações

A plenária de harmonização e recomendações sobre a monitoria e investigação nas áreas de

conservação marinhas e comunitárias focou sobre oito pontos relevantes, alguns dos quais foram já

abordados nos seminários anteriores, sendo estes, os seguintes:

1. Estabelecer departamentos de monitoria e investigação dentro das ACs

Este ponto é sempre levantado nos seminários porque é extremamente importante para o sucesso da

implementação destes programas nas ACs, como forma de garantir uma conservação e gestão

adaptativa. Os planos de maneio já fazem menção aos organigramas dos parques e reservas, assim

como definem o quadro pessoal que devera ocupar respectivas posições nas áreas de conservação

(Momade Arune). Actualmente, e embora a maioria destas ACs ainda não possui este departamento,

principalmente por falta de recursos humanos e financeiros. Por exemplo: (1) O PNAB não possui este

departamento, mas a nova restruturação do PNAB já contempla a criação de um departamento que irá

responder pelas actividades de monitoria e investigação (Tomás Chibale); (2) A RNM apenas possui uma

estrutura administrativa, repartição de turismo e desenvolvimento comunitário e unidade de gestão de

aquisições (UGEA). A RNM envolve fiscais para acompanhar equipas de investigação sempre que se julga

necessário. Todavia, o novo plano de maneio da RNM já contempla a criação de um departamento de

investigação (Mateus Ribaué); (3) A RNP também não possui este departamento e as solicitações para a

realização de trabalhos de monitoria e investigação são directamente canalizados ao administrador

(Odilão Macamo); (4) Embora, não seja uma AC marinha, a Reserva Nacional do Niassa está em processo

de restruturação. Recentemente, admitiu um investigador (estudante de doutoramento) que irá

coordenar todas as actividades e fará a ligação com outras instituições que tenham interesse em

colaborar com a reserva (Hugo Costa); (5) A RMPPO não possui departamento de investigação. Contudo

recorre à assessoria técnica do CTV sempre que recebe solicitação para a realização de trabalhos de

investigação. A assinatura de MdEs com instituições que possuem técnicos qualificados pode ser uma

via alternativa para colmatar a ausência de técnicos de investigação nas ACs (Miguel Gonçalves); (6) O

Parque Nacional da Gorongosa possui um laboratório de investigação com cientistas residentes. Talvez

seria oportuno discutir a possibilidade de criação de posições similares nas ACs (António S. Cabral).

Como resultado desta discussão, recomendou-se a necessidade de rever os organigramas das ACs

marinhas (Dalila Sequeira).

2. Estabelecer encontros de discussão regulares e internos dentro das ACs

Este ponto foi levantado, não apenas porque são necessários encontros regulares para planificação mas

também para determinar até que ponto é que os resultados dos trabalhos de monitoria e investigação

que são submetidos por investigadores são discutidos ao detalhe pela AC (Isabel Marques da Silva). Por

exemplo: (1) A RMPPO faz a divulgação dos relatórios e resultados de investigação aos operadores

turísticos, fiscais e outras entidades que operam na reserva (Miguel Gonçalves).

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30

Como forma de garantir que os dados colectados e analisados contribuam para uma conservação e

gestão adaptativa, a ANAC e as ACs têm vindo a identificar alternativas: (1) A ANAC possui um MdE com

a UEM, onde os trabalhos de investigação que culminam em teses de licenciatura, mestrado ou

doutoramento devem estar alinhavadas com as necessidades e prioridades de investigação das ACs

marinhas (Momade Arune). Todavia, muitas vezes este princípio não é respeitado. Para além disso, é

frequente, até mesmo por parte de universidades privadas ou estrangeiras, não partilharem as teses de

investigação desenvolvidas dentro dos limites de jurisdição das ACs (Momade Arune); (2) Na UniLúrio,

todos investigadores/estudantes estrangeiros que desenvolvam programas de investigação devem o

fazer em colaboração com um supervisor e estudante Moçambicano (Isabel Marques da Silva); (3) No

PNQ, manifestações de interesse em desenvolver actividades de investigação devem ser por escrito. De

seguida é convidado a fazer a apresentação do seu projecto ao departamento de investigação, que de

seguida faz a listagem dos temas/prioridades de interesse para o PNQ. Os investigadores só recebem a

licença de investigação sob condição de envolvimento dos técnicos do departamento de investigação do

PNQ (Abdul Jafar).

Como resultado desta discussão, recomendou-se o seguinte: (1) Devem ser identificados mecanismos

para garantir que os resultados dos trabalhos (e.g. teses, artigos científicos, relatórios de monitoria,

entre outros) de investigação feitos por investigadores nacionais e internacionais sejam canalizados a

cada uma das ACs; e (2) o depósito de relatórios e teses resultantes de trabalhos de investigação levados

a cabo nas ACs, devem ser de carácter obrigatório, canalizada e depositada nas ACs e ANAC. Em último

caso, as ACs marinhas devem fazer a listagem de universidades que não fazem a devolução dos

resultados de investigação e penaliza-los sempre que se julgar necessário (Marcos Pereira).

4. Harmonizar metodologias das monitorias aplicadas

No que diz respeito às monitorias aplicadas, existe uma grande necessidade de harmonizar as

metodologias como forma de produzir resultados que demonstrem tendências sobre o estado de

conservação das espécies e ecossistemas a longo prazo, e que também maximizem a aplicação dos

escassos recursos humanos e financeiros existentes. Por exemplo: (1) a ANAC não possui departamento

de investigação a nível central. Há uma grande necessidade de envolver o IIP nas ACs marinhas, visto

haver grande desenvolvimento de actividade pesqueira nas mesmas (Paula Santana Afonso). Neste

aspecto, a discussão não foi profunda, mas a recomendação manteve-se sobre a necessidade e

importância de harmonização das metodologias (Marcos Pereira).

5. Formar fiscais e membros das comunidades

Como forma de maximizar recursos existentes e envolver a comunidade na conservação e gestão

das ACs marinhas é importante formar fiscais e membros da comunidade em técnicas de recolha de

dados monitoria contínuas. Por exemplo, este ponto já é implementado em algumas ACs marinhas,

incluindo ACs comunitárias: (1) No santuário comunitário de Vamizi, a marcação de tubarões conta

(31)

31

com o envolvimento de membros da comunidade (Isabel Marques da Silva); (2) Na RMPPO, o

envolvimento de membros da comunidade tem sido crucial para o sucesso das monitorias, sendo de

destacar a monitoria e marcação de tartarugas marinhas que tem estado a decorrer sob

responsabilidade dos monitores comunitários e fiscais da RMPPO. O CTV actua exclusivamente em

promover reciclagens periódicas aos monitores e fiscais, análise de dados e elaboração de relatórios

(Marcos Pereira).

Como resultado desta discussão, foi reforçada que a necessidade de maior envolvimento de

membros da comunidade em actividades de monitoria e fiscalização deve ser encarada com maior

importância (Tomás Manasse Chibale).

6. Garantir a ‘troca de experiência’ entre as ACs

O conceito da ‘troca de experiência’ entre as ACs permite que os fiscais e, até mesmo os monitores,

tenham a possibilidade de aprender na prática com actividades e/ou casos de sucesso que estejam a

ser desenvolvidas em determinada AC, de forma a replicá-la nas suas ACs. Todavia, esta prática

ainda é muito pouco desenvolvida. Durante a plenária, foi apresentada uma limitante a esta prática,

nomeadamente: (1) O IIP possui uma rubrica destinada à realização de trocas de experiência.

Contudo, detectou-se que trocas de experiência não são de maior valia para os técnicos do IIP por

estes não mostrarem evolução no desempenho das suas actividades findo o período de realização

da troca de experiência (Paula Santana Afonso). Todavia, foi recomendado que as ACs fizessem

constar dos seus planos de actividades (Naungi Ntave). Esta recomendação foi reforçada pelo

Biofund onde, as ACs devem manifestar interesse, orçamentar e planificar trocas de experiência.

Pois, o Biofund tem a capacidade de alocar fundos para este tipo de actividades entre as ACs (Jéssica

Julaia).

7. Fortalecer a comunicação entre ACs e parceiros

A comunicação entre ACs e parceiros é extremamente importante para alcançar metas planificadas

e objectivos de conservação e gestão. A comunicação não se cinge apenas na autorização de

realização de actividades de investigação, apoio na organização de logística para visitas de trabalho,

mas também sobre apoio técnico, feitos alcançados, entre outros. Por isso, como recomendação

deve-se rever a estratégia de comunicação entre as áreas de conservação marinhas, fazendo uso das

redes sociais disponíveis (e.g. grupos de Whatsapp, Facebook, etc; Isabel Marques da Silva).

8. Promover a análise de dados históricos

Algumas ACs, como o PNAB, PNQ e RMPPO, possuem dados que se devidamente compilados e

analisados podem contribuir para uma análise da tendência do estado de conservação dos recursos

naturais. Um exemplo claro, e o caso da monitoria de mapalo no PNAB. Os dados desta monitoria

têm vindo a ser colectados há mais de 20 anos pelos fiscais, usando uma metodologia que foi

posteriormente alterada para ser implementada pelo MOMS. O PNAB reconhece que alguma desta

(32)

32

análise de dados existentes pois irão contribuir para uma melhor percepção do uso e estado do

recurso ao longo do tempo e contribuir para a tomada de medidas de gestão. Neste sentido, foi

recomendado o seguinte: (1) Garantir que a informação histórica de cada AC seja devidamente

organizada e arquivada; e (2) As ACMs devem criar uma brochura com informação histórica e

tendências dos principais indicadores ecológicos.

8. SESSÃO IV. Aspectos Operativos

8.1. Treino de fiscais marinhos

Apresentação por: Brian Harris e Robert Jenning

Conservation Outcomes

Como forma de garantir que as áreas de conservação tenham as ferramentas para garantir uma

fiscalização e gestão efectiva, foi feita a apresentação pela Conservation Outcomes uma organização

sul-africana que realiza treinamentos de guardas florestais e fiscais marinhos e implementa sistemas de

segurança dentro das áreas de conservação. A equipa da Conservation Outcomes tem mais de 40 anos

de experiência na área de formação de fiscais marinhos e tem realizado diversos treinamentos de fiscais

no Parque Nacional da Gorongosa, Reserva Nacional do Niassa e para os técnicos da AQUA (Agência de

Qualidade Ambiental).

Para garantir uma formação eficaz destes fiscais é necessário que os formandos tenham aptidões físicas,

bem como confiança/segurança no meio aquático. O treinamento também contempla navegação

nocturna em rios e operações de busca e salvamento. A apresentação trouxe diversos ganhos para as

ACs que tiveram a oportunidade de avaliar as suas necessidades, conhecer os serviços prestados pela

Conservation Outome. A equipa está disponível para trabalhar com as áreas de conservação na

identificação das suas necessidades.

(33)

33

9. SESSÃO V. Gestão de Informação

9.1. Repositório de dados das monitorias MdE ANAC/FNDS/CTV

Apresentação por: Raquel Fernandes, Técnica CTV

No âmbito do MdE assinado entre a ANAC, FNDS e CTV, os dados recolhidos nas monitorias realizadas

nas diferentes ACMs são compilados, organizados e arquivados em planilhas Excel específicas com os

respectivos campos. Aquando da submissão dos relatórios técnicos anuais de monitoria, estas bases de

dados são partilhadas com a ANAC e respectivas ACMs. As bases de dados das monitorias realizadas

pelos técnicos do CTV não apresentam grandes problemas. Todavia, as bases de dados compiladas e

recebidas por algumas ACMs apresentam algumas lacunas que requerem uma ‘limpeza de dados’

conforme espelha a tabela abaixo.

Pontos Apresentados Descrição

Bases de dados • Tartarugas marinhas • Florestas de mangal • Recifes de coral

• Ervas marinhas e mapalo • Actividades recreativas • Pesca desportiva e recreativa • Pesca de subsistência e artesanal Constatações Gerais Amostragem

Aquando das amostragens, as ACMs devem garantir o seguinte: • Registar o esforço de amostragem

• Registar observação “zero” (eg. zero tartarugas a nidificar; pescador sem captura…)

• Registar toda informação especificada nas fichas de recolha de dados

Digitalização de dados

Aquando da digitalização de dados, as ACMs devem garantir o seguinte: • Evitar a dupla entrada da mesma informação

• Garantir a uniformização das variáveis (eg. kg e não onças; formatos de datas etc.)

Gestão das bases de dados

A gestão das bases de dados requer o seguinte: • Recursos humanos

• Programas de bases de dados • Centralização de informação

(34)

34

Referências

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