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MARIA EDITH ROLLA e &E.S. MELO MARQUES 2. Termos para indexação: eucalipto, vegetação nativa do cerrado, actinomicetos, matéria orgânica, argila.

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Academic year: 2021

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SOB MONOCULTURA DE EUCALYPTUS SP.

EM COMPARAÇÃO COM ANGICO (PIPTADENIA SE)'

MARIA EDITH ROLLA e &E.S. MELO MARQUES2

RESUMO - Três grupos de microrganismos foram pesquisados em solos do cerrado (Latos-solo Vermelho-Amarelo), visando verificar as prováveis alterações causadas pela monocul-tura do eucalipto. Os grupos quantificados (bactérias, actinomicetos e fungos), presentes em solos de eucalipto, foram comparados com os sob Piptadenia sp (angico) e sob vegeta-ção nativa de cerrado. A maior populavegeta-ção microbiana encontradafoi a de actinomicetos, sendo os fungos os menos freqüentes. As bactérias resistentes a baixos níveis de estrepto-rnicina (20 mg/ml) tiveram seus números mais elevados em solos sob eucalipto, combinan-do com uma elevada população de actinomicetos. Também, sob eucalipto, o número de bactérias resistentes a estreptomicina foi positivamente correlacionado com o teor de AI do solo. Sob angico, houve correlação negativa destas bactérias com o teor de maté-ria orgânica.

O solo sob eucalipto apresentou um menor teor de matéria orgânica e maior satura-ção de AI31 quando comparado com o solo sob angico ou mesmo sob vegetação de cer-rado. Porém, deve-se ressaltar que os teores de argila foram sempre maiores no solo sob angico.

Termos para indexação: eucalipto, vegetação nativa do cerrado, actinomicetos, matéria orgânica, argila.

EVALUATION OF MICROBIOLOGICAL ALTERATIONS ff4 ALLIC RED-VELLOW LATOSOL, UNDER EUCALYPTUS SP. MONOCULTURE IN COMPARISON WITH ANGICO (PIPTADENIA SP.) ABSTRACT - Three groups of microorganisms were studied in cerrado soils (Red-YeIIow Latosol), in order to check the probable alterations caused by eucalyptus monoculture. The quantified groups (bacteria, actinomyces and fungi), present in eucalyptus soils, were cornpared with those under Piptadenia sp. (angico) and under native cerrado vegeta-tion. The Iargest microbial population found was that of the actinomyces, with fungi being the least frequent. Bacteria resistant to iow leveis of streptomycin (20 mg/mi) were encountered in greater numbers in eucalyptus soils, mixing with a high actinomyces population. In addition, under eucalyptus, the number of bacteria resistant to streptomy-cin was positively correlated with the AI 3 + content of the sou. Under angico, there was a negative correlation of these bacteria with organic matter conterit.

Soil under eucalyptus presented a lower organic matter content and a greater AI 1 saturation when compared with the soU under angico or even under cerrado vegeta-

Trabalho extraido de projeto em curso na Fundação CETEC com ajuda financeira da FINE?.

Bióloga e Engenheiro-Agronómo, técnicos da CETEC - Fundaçto Centro Tecnológico de Minas Gerais, Av. José Can-dido da Silveira, n? 2000, Caixa Postal 2306 - CEP 30000- Belo Horizonte, MG.

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tion. However, it should be stressed that clay contents were always greater in soil under angico.

Index terms: eucalyptus, native cerrado vegetation, actinomyces, organic material, clay. INTRODUÇÃO

Muito pouca informação existe sobre as populações microbianas em solos brasileiros, e provavel-mente nenhuma sobre os efeitos da implantação de monocultura de Eucalyptus spp.no Brasil. Tal infor-niação, toma-se desejável em vista da importância da atividade microbiana na decomposição damatéria orgânica e mineralização dos nutrientes para a planta (Jones & Richards 1977). A manutenção da produ-tividade em plantações, segundo Richard & Cameron (1964), requeriria um melhor conhecimento do ecossistema e das mudançãs no relacionamento planta-microflora conseqüentes do reflorestamento. Co-mo a atividade microbiana é provavelmente o mais importante fator na reciclagem de nutrientes de uma floresta (Kauri 1982), o estudo destas populações e suas variações sazonais deve ser feito, sem esquecer, entretanto, a porção inorgânica do solo. Esta tem influência na disponibilidade de nutrientes, aeração e retenção de água, determinando decisivamente a qualidade e quantidade da população microbiana (Alexander 1977).

O presente trabalho pretende fazer a avaliação das populações microbianas em um solo de cerrado (Latossolo Vermelho-Amarelo Álico) que está sendo utilizado largamente para plantações de monocultu-ras de Eucalyptus spp. Para fins comparativos, foram também escolhidas as populações microbianas de solos plantados com uma leguminosa (Piptadenia sp), tratadas da mesma forma e com a mesma idade do eucalipto. Como testemunha, foram selecionadas áreas de vegetação nativa do cerrado.

MATERIAL E MÉTODOS

Descrição da área de amostragem - Localiza-se em Pompeu, MG (19 0 13'OO" S, 4500'00" W) em região de cerrado, cujo solo é um Latossolo Vermelho-Amarelo Ático de textura argilosa e muito ácido. O clima da região é caracterizado por um verão úmido e inverno seco com temperatura média anual de 21,9°C.

Amostragem - As amostras foram coletadas em locais próximos com a mesma altitude, inclinação e exposição; sob vegetação nativa de cerrado, monoculturas de Eucalyptus spp., com 10 anos de plantio e sob angico (Piptadenia sp), com a mesma idade, em época úmida (janeiro/83) e seca (agosto/83).

O módulo experimental foi o de três tratamentos e seis repetições, sendo que cada tratamento constou de duas áreas (60 x 60 m) nas quais, foram escolhidas aleatoriamente três parcelas (20 x 20 m). Cada amostra consistiu de cinco subamostras casualizadas, dentro da mesma parcela, com trado à profun-didade de O - 20cm, e colocadas dentro de sacos de plástico para serem transportadas para o laboratório.

Tratamento das amostras - As amostras compostas de solo, foramhomogeneizadas e peneiradas (ma-lha = 2 mm) no laboratório. Em seguida, foram retirados 10 g de cada amostra para serem então diluídas na seguinte solução de sais: KH 2 PO4 5,4 g; M9SO4 3H2 0 10% - 2,0 ml; NaC1 10% 1,0 ml;CaCl 2 .2H2 0

1% - 2,0 ml; Fe EDTA 1,64% - 4 ml; pH ajustado para 5,5 com KOH 10%, completar com 1.000 ml de H2 0 destilada. As amostras foram homogeneizadas na solução de sais durante 10 minutos, em agitador magnético a 2.000 rpm.

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A determinação do número de colônias viáveis foi feita através de diluições em série pelo método de contagem de placas (Parkinson ei al. 1971). As placas foram incubadas invertidas, para evitar a perda de umidade, a 320C em estufa, durante sete dias (Coelho & Drozdowiczs 1978).

Para identificação dos grupos, foi utilizada uma metodologia específica, como descrita a seguir: - Bactérias - As amostras diluídas foram inoculadas em meio de batata, com os seguintes compo-nentes: batata inglesa 200 g; ácido málico + KOH 2,5 g; sacarose 2,5; solução de vitaminas 1,0 ml; so-lução de micronutrientes 2,0 ml; ajustar pH para 5,5; acrescentar 15 g de agar e completar para 1.000 ml com água destilada. Foi acrescido 200 ppm de actidione.

- Bactérias resistentes e estreptomicina - Ao meio de batata anteriormente descrito, foram adicio-nados além dos 200 ppm de actidione, 20 ppm de estreptomicina (sulfato).

- Fungos - Adicionaram-se ao meio de batata 80 ppm de estreptomicina.

- Actinomicetos -Foi usado o meio de amido com a seguinte composição: amido sol. 10 g; nitrato de sódio 1,0 g; K 2 HPO4 0,3 g; NaCI 0,5 g; M9SO4 .7H2 O 1,0 g; ajustando o pFI para 5,5; acrescentando 15 g de agar e completando para um litro com H 2 0 destilada. Foi acrescentado 100 ppm de actidione. Na solução de sais para diluição, foram acrescentados 2 ml de uma solução de fenol 35% homogeneizada, durante 10 minutos.

As análises físicas e químicas foram efetuadas nos laboratórios do CNPMS, Sete Lagoas, MG, se-gundo os métodos do SNLCS/EMBRAPA, MG.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Algumas variações ocorreram nas populações microbianas, em razão dos diferentes tipos de vegeta-ção, e, principalmente, em função da flutuação sazonal (Tabela 1). A flora microbiana, em geral, sofreu uma queda na passagem do verão para o inverno, exceção feita à população de fungos que aumentou. O solo sob eucalipto foi quem apresentou maior microflora total no verão, mas no inverno sua população microbiana sofreu uma queda de 45%, perdendo para o solo sob angico cuja microflora decresceu de ape-nas 16.29%. Estas variações não foram, entretanto, significativas como mostra a Tabela 2.

Entre os três grupos de microrganismos estudados, dominaram os actinomicetos, atingindo os valo-res mais elevados nas amostras de eucalipto. O maior número de bactérias totais foi encontrado no cer-rado durante o verão, e no angico no inverno, enquanto que as resistentes à estreptomicina, nas duas es-tações, foram quantificadas em maior número no solo sob eucalipto. O número de fungos, que compara-tivamente ao total da microflora apresentava valores muito reduzidos, sofreu um aumento bem significa-tivo no inverno (Tabelas 1 e 3), sem, entretanto, deixar de ser a menor população.

A proporção de bactérias resistentes a baixos níveis de estreptomicina (20 ppm) foi muito alta (Tabeia 1) chegando, no solo sob eucalipto e no cerrado, a igualar-se ao número de bactérias totais no in-verno. Provavelmente, este fato se deve à grande população de actinomicetos destes solos, já que eles sXo responsáveis pela produção de antibióticos. Entretanto, apesar desta tendência, a correlação entre a percentagem do número de bactérias resistentes à estreptomicina e a de actinomicetos na microflora to-tal não foi significativa. Porém, o número destes microrganismos está fortemente correlacionado com o teor de A1 3 + (r - 0.92), elemento considerado tóxico para as plantas (Munns 1982), e que parece favo-

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recer o desenvolvimento de bactérias resistentes à estreptomicina (Tabela 4). A possibilidade de um me-canismo comum de resistência ao Ai 3 + e certos antibióticos foi sugerido por J. Beringer (comunicação pessoal). O solo sob angico e também sob as demais vegetações apresentaram populações bacterianas re-sistentes à estreptomicina, com tendências para correlações negativas com o teor de matéria orgânica (Ta-bela 5), Esta tendência não foi observada no número total de bactérias, e indica a multiplicação seletiva de bactérias resistentes à estreptomicina, como uma resposta às condições desfavoráveis do solo.

Os actinomicetos mostraram correlações negativas com a argila (Tabelas 4 e 5), o que está de acor-do com a bibliografia, que diz haver grandes influências da textura acor-do solo na distribuição acor-dos microorganis-mos (Alexander 1977).

Os solos sob angico sempre tiveram maior população de fungos (Tabela 1) que os de cerrado (Ta-bela 3). O teor de argila e a umidade do solo parecem influenciar grandemente na população de fungos (Tabelas 4 e 5), já que correlações positivas foram observadas no cerrado e sob angico. Os solos de angi-co apresentaram maiores teores de matéria orgânica sempre, ressaltando-se, entretanto, que os seus teo-res de argila foram também os maioteo-res.

As observações acima descritas merecem um estudo mais aprofundado para que considerações con-clusivas sejam feitas. Acima, o aumento do teor de alumínio trocável e sua forte correlação com as bacté-rias resistentes à estreptomicina, em solos sob eucalipto, aliado a uma diminuição da matéria orgânica, devem ser enfocados para serem melhor estudados.

REFERËNCIAS

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MUNNS, D.N. Phosphorus deficiency and aluminium toxicity. ln:CURSO DE FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITRO-GÉNIO. Rio dc Janeiro, UFRRJ/EMBRAPA, 1982,

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Referências

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