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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO HABILITAÇÃO EM FINANÇAS

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MAYSA QUEIROZ DA COSTA

A pesquisa em Gestão Ambiental: um diagnóstico dos artigos

publicados no ENANPAD nos anos de 2000 a 2005.

São José 2005

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A pesquisa em Gestão Ambiental: um diagnóstico dos artigos

publicados no ENANPAD nos anos de 2000 a 2005.

Trabalho de Conclusão de Curso - pesquisa teórico-empírica - apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí.

Professor Orientador: Anete Alberton

São José 2005

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Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Finançasda Universidade do

Vale do Itajaí, em25/11/2005

Prof (a) MSc. Luciana Merlin Bervian Univali – CE São José

Coordenador (a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof (a) Dra. Anete Alberton Univali – CE São José

Professor Orientador

Prof (a) Dra. Lucila Maria Souza de Campos Univali – CE São José

Membro

Prof (a) M. Eng. Sidnei Vieira Marinho Univali – CE São José

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Dedico este trabalho às pessoas que possuem conscientização ecológica em seus atos, contribuindo de alguma forma para a preservação do meio ambiente.

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Agradeço primeiramente a Profª Anete Alberton, não só pelo aprendizado e instruções acadêmicas, mas principalmente pela compreensão, paciência e apoio fundamentais no

desenvolvimento deste trabalho. Agradeço também aos meus pais, responsáveis por eu estar aqui em Florianópolis, e aos meus amigos, simplesmente pela amizade.

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“...o espírito científico é essencialmente uma retificação do saber, um alargamento dos quadros do conhecimento. Julga seu passado histórico, condenando-o. Sua estrutura é a consciência de suas faltas históricas. Cientificamente, pensa-se o verdadeiro como retificação histórica de um longo erro, pensa-se a experiência como a retificação da ilusão comum e primeira. Toda a vida intelectual da ciência move-se dialeticamente sobre esta diferencial do conhecimento, na fronteira do desconhecido. A própria essência da reflexão, é compreender que não se compreendera”

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muitas empresas estão incorporando em suas rotinas administrativas a variável ambiental, adequando-se às novas exigências que surgem baseadas em uma gestão ambiental em busca da excelência. As pressões por parte do governo e da população têm crescido ao longo dos últimos anos, um fato que contribui para a inserção de instrumentos ambientais na organização, como por exemplo a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), a certificação da norma ISO 14001, ou até mesmo práticas empresariais, como a contabilidade ambiental e estratégias ambientais. A gestão ambiental tornou-se uma importante ferramenta gerencial para a capacitação e criação de competitividade para as empresas, independente de seu segmento econômico. As pesquisas científicas em administração são inúmeras, porém a baixa qualidade da publicação como é identificado por Froemming et al. (2000) em sua pesquisa na área de Marketing, é confirmada; Hoppen (1998) pesquisou a área de Sistemas de Informação; Bertero, Caldas e Wood Jr. (1999) ao tratar a qualidade da pesquisa científica em administração no Brasil; e Lemme (2001) focou o tema Meio Ambiente, um assunto que no meio acadêmico ainda é pouco difundido, porém nestes últimos anos têm crescido consideravelmente o número de publicações relacionados ao meio ambiente. Venzke (2002) faz uma proposta da inserção da Gestão Ambiental nos currículos do curso de Administração, como preparação para uma nova realidade. Segundo Venzke (2002), a adequação do ensino superior à nova realidade mutável, integrada e flexível do mundo, é um desafio para educadores e temas de pesquisas em diversas áreas do conhecimento. Com o objetivo de possibilitar um quadro de referências e uma base de dados na área, este trabalho analisou 69 artigos selecionados nos anais do ENANPAD no período que abrange os anos de 2000-2005, que abordam especificamente a temática de Gestão Ambiental. Os dados retirados dos artigos foram classificados e tabulados, sendo que os indicadores analisados foram: autoria, filiação acadêmica, método de pesquisa, tipos de obras pesquisadas, temas abordados, origem e atualidade das referências e área pesquisada. Os resultados obtidos nesta pesquisa mostraram que a maioria das referências são nacionais, tiradas principalmente de livros, seguidas dos artigos, que o método mais utilizado é o estudo de caso com abordagem qualitativa, que a FGV foi a instituição que mais apresentou autores filiados a ela, seguida da USP, e os temas mais abordados foram gestão ambiental, política ambiental, sistema de gestão ambiental e ISO 14001.

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Issues with the ecological unit are taking place in the media, business activity and academic area due to the large amount of problems related to the environment in present days. Upon the new situation, companies are adjusting themselves for the current scenario, which is dedicated to the bionetwork, and thus implementing procedures to meet the new panorama. As well as are getting ISO 14001 certification, establishing the Ambient Matter System (MAS), working on active and passive ambient and, as a result, improving the ecologic consciousness. It can not be denied that much of what has been done is law demanding and or population pressure, however; the outcome shows up as a clear production and a better quality of the environment, in a good organizational picture, becoming an important reason of competitively. The ambient consideration became a powerful management tool to the capability and creation of source for competition among companies, regardless of its economic segment.

Today corporations must to understand the need of an agreement involving economic development and environmental defense in order to assure the self endurance as well as the future generation achievement. According to Tachizawa (2001), environment study is the natural response companies will give to the new customer; know as “green-concerned” and correctly ecological. There are many scientific researches arranged in administration, however; it is perceived inaccuracy in them as Froemming et al. (2000) acknowledged in his research of marketing studies, also Hoppen (1998) in one project about information systems and Bertero, Caldas and Wood Jr. (1999) who studied the quality of scientific researches in administration within Brazil. In the academic part, studies focusing the environmental matter are still very little spread, though in the past years it has been considerably increased the amount of publication related to such subject. It is an example of this the article of Venzke (2002), which propose the topic Ecological Unit to be a mandatory course in Business Administration major, as a preparation to the new reality. According to Venzke (2002), adjusting the school knowledge to the changeable, integrated and flexible reality of the world is a challenge to the lecturers and research’s theme in several areas of the understanding. By meaning to provide a chart of reference or even a database, this project analyzed 69 articles selected among ENANPAD issues from 2000 to 2005, exclusively in relation to environmental substance. The data obtained in the articles have been categorized and tabulated, and the investigated indexes include: researched areas, academic affiliation, methods of research, category of the examined articles, related themes, and source as well as current references.

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Quadro 1 – Estudos Científicos... 20

Quadro 2 – Série ISO 14000 ... 34

Quadro 3 – Anos referentes aos períodos indicados... 52

Quadro 4 – Metodologia utilizada ... 55

(10)

Gráfico 2 – Percentual do total de referências por período... 53

Gráfico 3 – Percentual de artigos por área ano 2005... 59

Gráfico 4 – Percentual de artigos por área ano 2004... 59

Gráfico 5 – Percentual de artigos por área ano 2003... 60

Gráfico 6 – Percentual de artigos por área ano 2002... 60

Gráfico 7 – Percentual de artigos por área ano 2001... 61

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Tabela 1 – Número de artigos, de referências e a média por ano... 45

Tabela 2 – Tipo de obra por artigo e ano ... 47

Tabela 3 – Quantidade e percentual das referências por origem e ano... 48

Tabela 4 – Médias das origens das referências por artigo ... 48

Tabela 5 – Filiação acadêmica ... 49

Tabela 6 – Número de autores por ano e média por artigo ... 50

Tabela 7 –UFPR Autoria dos artigos... 51

Tabela 8 – Quantidade de referências por ano ... 53

Tabela 9 – Médias de referências por artigo ... 54

Tabela 10 – Total de referências por período e por artigo ... 54

Tabela 11 – Percentual da metodologia utilizada... 56

Tabela 12 - Freqüência das palavras-chaves ... 57

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Abstract...vii

Lista de quadros ...viii

Listas de gráficos ... ix Listas de tabelas... x 1 INTRODUÇÃO... 13 1.1 PROBLEMA PESQUISA... 15 1.2 OBJETIVOS... 16 Objetivo geral... 16 Objetivos específicos... 16 1.3 JUSTIFICATIVA... 16

1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO... 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRCA... 18

2.1. A PESQUISA CIENTÍFICA EM ADMINISTRAÇÃO... 18

2.1.1 A importância da pesquisa Científica ... 18

2.1.2 Estudos científicos analisando a pesquisa em Administração no Brasil... 19

2.2. GESTÃO AMBIENTAL... 23

2.2.1 Impacto Ambiental ... 27

2.2.2 O consumidor verde e o desenvolvimento sustentável ... 27

2.2.3 Qualidade Ambiental ... 28

2.2.4 Sistema de Gestão Ambiental (SGA) ... 30

2.2.5 A ISO 14001... 33

2.2.6 Contabilidade Ambiental... 36

2.2.6.1 Ativo Ambiental... 37

2.2.6.2 Passivo Ambiental... 38

2.2.6.3 Custos e Despesas Ambientais... 39

2.2.7 Política Ambiental ... 41

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS... 43

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA... 43

3.2 CONTEXTO... 43 3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA, TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS. 44

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4.2 REFERÊNCIAS UTILIZADAS... 46

4.3 AUTORIA E FILIAÇÃO ACADÊMICA... 49

4.4 ATUALIDADE DAS REFERÊNCIAS... 52

4.5 TEMAS ABORDADOS E METODOLOGIA... 55

4.6 ÁREA PESQUISADA... 57

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 65

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uma importante fonte de saber, gerando estudos nas diversas áreas do conhecimento, onde se inclui a Administração. Vários autores se dedicam a pesquisar em diferentes campos da Administração, Hoppen (1998) apresentou uma avaliação da área de Sistemas de Informação (SI) no Brasil; Bertero, Caldas e Wood Jr. (1999) abordaram a questão da qualidade da pesquisa científica em administração no Brasil; Froemming et al (2000) analisaram a pesquisa na produção científica da área de marketing no Brasil na década de 90; Arkader (2003) buscou acompanhar a evolução da pesquisa científica em Gerência de Operações (GO) no Brasil; Leal, Oliveira e Soluri (2003) analisaram o perfil da pesquisa em Finanças no Brasil nas últimas décadas; Tonelli et al.(2003) fizeram um balanço da produção em Recursos Humanos na década de 90; Alberton e Alzogaray (2005) apresentaram os resultados de um levantamento bibliográfico classificando os artigos de publicações científicas em assuntos específicos da administração; Lemme (2001) examinou o grau de atenção que a questão ambiental em geral e, em particular, a avaliação econômica de impactos ambientais, mereceram como objeto de pesquisa e ensino de pós-graduação da área de Administração; observa-se portanto, a variedade de áreas que possibilitam o desenvolvimento de pesquisas científicas como uma ferramenta de estudo.

O presente trabalho apresenta um estudo diagnóstico dos artigos que abordaram a temática de gestão ambiental, um assunto que tornou-se elemento fundamental no meio acadêmico e na atualidade empresarial diante de tantas transformações que têm ocorrido ao nosso redor, vem ganhando destaque e exigindo espaço para sua consolidação. Valle (2002, p.9) diz:

“Nos últimos anos cresceu muito a consciência de que, como parte da natureza, cabe ao homem conservá-la e assim garantir sua sobrevivência. Nesse esforço de preservação todos devem empenhar-se, e as empresas têm aí, um papel de destaque, adotando uma relação responsável com o meio ambiente.”

Em conseqüência deste fato, as organizações têm sofrido mudanças significativas no cenário em que atuam, transformadas na valorização dos atos sócio-ambientais, além dos econômicos. No mesmo sentido, as organizações governamentais e não-governamentais, a sociedade, as instituições financeiras e o próprio mercado têm propagado os problemas

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causados pelas atividades operacionais em relação ao meio ambiente; exigindo a adoção por parte das empresas, de um sistema responsável por controlar a variável ambiental.

Em decorrência dessas mudanças, muitos autores têm se dedicado à pesquisas na área ambiental, como por exemplo Ribeiro e Martins (1998), os quais defendem a idéia de que o acirramento da concorrência torna as regras que regem o mercado mais severas e restritivas, condicionando as empresas ao certificado de qualidade ambiental; outro exemplo é o de Lye (2000), consultor inglês, que relatou em um artigo as mudanças que houveram na relação com os mercados, que vêem com bons olhos as empresas que poluem menos; já Blumenfeld e Montrone (1997) acreditam que as empresas que alcançarem vantagens competitivas poderão fazer com que suas considerações ambientais pesem nas decisões empresariais.

A preocupação em relação ao meio ambiente tomou proporções tão significativas que as organizações sentiram-se pressionadas em repensarem suas estratégias, incluindo medidas e ações referentes ao meio ambiente. Com o objetivo de apresentar um novo cenário fundamentado na sustentabilidade ambiental, Layrargues (2000) procurou mostrar o equilíbrio dos interesses entre ecologia e economia por meio da relação harmônica entre desenvolvimento e proteção ambiental, onde as empresas buscam uma produção mais limpa e que agrida menos o meio ambiente.

Um elemento importante não só na Gestão Ambiental mas também em todos os processos produtivos, é a qualidade; mas especificamente neste estudo, a Qualidade Ambiental. Daroit e Nascimento (2000) dizem que constitui-se em um instrumento de obtenção de lucros, à medida que contribui para a competitividade da empresa no mercado; e complementam relatando que a Gestão da Qualidade Ambiental busca um melhor aproveitamento das fontes energéticas e das matérias-primas, diminuindo os impactos ao meio ambiente. Na mesma linha de raciocínio, ressaltam os resultados decorrentes do Sistema de Gestão Ambiental, como a influência sobre a cultura da empresa, a qualidade do ambiente de trabalho e de vida, a realização de trabalhos de conscientização ecológica junto à escolas e outras indústrias.

O consultor inglês Geoff Lye em uma entrevista à revista Exame (2000, p. 72), afirmou que :

“[...] a empresa que se preocupa com o meio ambiente também é economicamente eficiente , gasta menos dinheiro em energia e matéria-prima. Com isso, aumentará a sua capacidade de lucrar mais e vender seus produtos por menor preço, beneficiando também o consumidor”.

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Ou seja, as organizações que desejam permanecer neste mercado podem ver nesta nova tendência ambiental um diferencial competitivo, além das possibilidades de redução dos custos a maximização dos ganhos por meio da venda de produtos menos agressivos ao meio ambiente.

Para Maimon (1996, p. 1)

“[...] no mundo de competição, há uma convergência entre a Economia e a Ecologia, a Gestão Ambiental vem se tornando um plus na competitividade. As barreiras ambientais no comércio internacional, a expansão do ecobusiness e a adoção de tecnologias limpas que usam mais eficientemente as matérias-primas e energéticas, são exemplos desta convergência”.

Confirmando a nova tendência de uma produção que minimize os impactos ao meio ambiente e, paralelamente possibilite a obtenção de ganhos por meio de inovações tecnológicas limpas; garantindo vantagem competitiva num mercado que sofre transformações constantemente. Porter (1996 apud MAIMON, 1996) aponta que os novos padrões ambientais podem dar início a um processo de inovações que reduzem o custo total do produto ou aumentem seu valor.

Por fim, de acordo com Valle (2002, p.17) “a gestão do meio ambiente não deve ser vista como um problema a mais para uma organização, pois é essencial para seu desenvolvimento e sobrevivência”.

1.1

Problema pesquisa

Tendo em vista o crescente destaque voltado para a questão ambiental, tanto por parte da mídia como pelo meio acadêmico, este trabalho procurou analisar as características da pesquisa científica na área de Gestão Ambiental.

(17)

1.2

Objetivos

Objetivo geral

Analisar e tabular os dados retirados dos artigos publicados nos Anais do ENANPAD referentes aos anos de 2000 a 2005 que abordam a temática de Gestão Ambiental.

Objetivos específicos

• identificar os temas abordados e os métodos de pesquisa utilizados; • verificar a atualidade das bibliografias utilizadas;

• identificar os tipos de obras utilizadas e a origem das referências; • analisar a autoria e filiação acadêmica;

• identificar as áreas pesquisadas.

1.3 Justificativa

Dentre os diversos artigos publicados na área de Administração, observou-se a baixa quantidade de artigos voltados para a questão ambiental, fato que motivou ainda mais o desenvolvimento deste trabalho, não só como uma contribuição para o meio acadêmico, mas também como incentivo e expectativa de continuidade deste tema em futuros estudos científicos. A escassez de trabalhos no Brasil que enfocam temas relacionados ao meio ambiente é um dos fatores essenciais para o objetivo deste trabalho, que visa preencher esta lacuna.

A importância deste tema pode ser traduzida pelas diversas atitudes que as organizações podem tomar a favor do meio ambiente, as quais deveriam ser divulgadas ao grande público para motivar outras empresas a tomarem iniciativas com a mesma intenção; salientando a responsabilidade social e o comprometimento da empresa para com o meio ambiente.

1.4

Apresentação geral do trabalho

O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos: introdução, fundamentação teórica, metodologia, análise dos resultados e considerações finais. No primeiro capítulo é apresentado de uma forma geral o assunto a ser tratado ao logo do trabalho, o capítulo 2 está dividido basicamente em dois grandes tópicos: Pesquisa Científica e Gestão Ambiental, onde o primeiro item descreve alguns estudos importantes desenvolvidos nas diversas áreas da

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Administração que contribuem para o avanço da pesquisa científica; o segundo item aborda questões relacionadas ao meio ambiente, um tema que têm crescido gradativamente e ganhado destaque nos cenários atuais. O terceiro capítulo descreve o método utilizado para a produção deste trabalho, juntamente com os dados analisados, na análise dos resultados são expostos os dados tabulados , apresentando os resultados verificados ao longo da análise, e por último, as considerações finais apresentando as conclusões e limitações do trabalho, além de recomendações para trabalhos futuros.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRCA

Este item está divido em dois tópicos, os quais abordam a Pesquisa Científica e a Gestão Ambiental respectivamente. O primeiro tópico apresenta alguns estudos sobre a pesquisa científica em administração nos últimos anos e os principais indicadores analisados. O segundo tópico abrange conceitos, ferramentas, benefícios e práticas empresarias que compreende a Gestão Ambiental, a qual é o foco principal deste estudo.

2.1. A Pesquisa Científica em Administração

Nos últimos anos um grande número de autores tem se interessado pela produção acadêmica nacional, dedicando-se a diferentes áreas da Administração. Verifica-se que o principal objetivo é avaliar se a qualidade tem acompanhado a crescente quantidade produzida em cada área do conhecimento da administração, pois de acordo com Alberton e Alzogaray (2005) a prática da pesquisa e a elaboração de artigos realizado pelo próprio aluno, pode suprir as deficiências e complementar o ensino de disciplinas de natureza técnica do curso de administração.

2.1.1 A importância da pesquisa Científica

A importância da pesquisa científica deve-se pelo fato da mesma possibilitar novas descobertas nas diferentes áreas do conhecimento, permitindo tornar-se base para outros tipos de estudos científicos; pois a prática da pesquisa e a elaboração de artigos acadêmicos contribuem para o aprendizado contínuo nos diversos campos do saber, inclusive na Administração. Segundo Severino (2000, p.35)

“O estudo e a aprendizagem, em qualquer área do conhecimento, são plenamente eficazes somente quando criam condições para uma contínua e progressiva assimilação pessoal dos conteúdos estudados. A assimilação, por sua vez, precisa ser qualitativa e inteligentemente seletiva, dada a complexidade e a enorme diversidade das várias áreas do saber atual”. Portanto, como afirma Alberton e Alzogaray (2005), a elaboração de pesquisas aprofundadas e de qualidade, exige não só a capacidade criativa e individual do pesquisador, como também o conhecimento da realidade e a revisão do estado atual da arte.

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2.1.2 Estudos científicos analisando a pesquisa em Administração no Brasil

Estudos direcionados à análise de produção científica têm sido realizados ao longo das últimas décadas nas diferentes áreas compreendidas pela Administração. Numa visão global da produção científica em Administração, podem ser citados os trabalhos de Bertero, Caldas e Wood Jr. (1999) e de Alberton e Alzogaray (2005), na área de Sistemas de Informação podemos citar a pesquisa de Hoppen (1998), na área de marketing, onde há um grande número de estudos científicos, citam-se as pesquisas de Froemming et al. (2000a) e (2000b), e o estudo de Vieira (2003). Lemme (2001) optou por uma área em expansão, desenvolvendo um estudo voltado para as questões ambientais, na área de Gerência de Operações é citado o trabalho de Arkader (2003), na área de Finanças o trabalho citado é de Leal, Oliveira e Soluri (2003), e por último, na área de Recursos Humanos, onde foi observado um crescente número de artigos, cita-se os estudos de Tonelli et al. (2003) e Caldas, Tinoco e Chu (2003).

O quadro a seguir apresenta os estudos científicos citados acima, os quais são considerados importantes no campo da Administração, indicando as fontes pesquisadas, os indicadores analisados e a área de conhecimento a que pertence.

AUTOR ANO FONTES

PESQUISADAS INDICADORES ANALISADOS PESQUISADA ÁREA

Hoppen 1998 ENANPAD,

RAUSP, RAE, RAP, RAC, O&S e RBAC

temas abordados; estratégias e metodologias de pesquisa utilizada Sistemas de Informação Bertero, Caldas e

Wood Jr. 1999 Trabalhos apresentados em congresso

critérios utilizados

na avaliação pesquisa científica Qualidade da Froemming et al. 2000a RAE, RAUSP e

ENANPAD Apresentação e relevância do problema de pesquisa, desenho de pesquisa, tipo de dado coletado, validade, limitações e recomendações Marketing

Froemming et al. 2000b RAE, RAUSP e

ENANPAD Natureza da pesquisa, embasamento conceitual e questão de pesquisa, desenho de pesquisa, instrumento de medida e coleta de dados, confiabilidade e validade dos constructos e tipos Marketing

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de análise dos dados empregados

Lemme 2001 RAE, RAUSP, RAC

E RAP Frequência dos temas nas revistas e em teses de mestrado e doutorado; número de artigos por exemplar Ambiental Tonelli et al 2003 RAUSP,RAP,RAE,

RAC e ENANPAD temas abordados; base epistemológica; orientação metodológica; demografia de autoria Recursos Humanos Leal, Oliveira e

Soluri 2003 RAC,RAE,RAUSP,RBMEC, RBE e ENANPAD

autoria dos artigos; produtividade dos

autores

Finanças

Vieira 2003 RAE,RAUSP e

ENANPAD Temática; número de autores; filiação acadêmica dos autores; número total de citações por artigo; número total de citações por periódicos

Marketing

Arkader 2003 RAE,RAUSP,RAC e

ENANPAD métodos de pesquisa; relevância teórica; prática de pesquisa

Gerência de Operações Caldas, Tinoco e

Chu 2003 ENANPAD Autores, instituição, citação, veículos. Recursos Humanos Alberton e

Alzogaray 2005 RAE,RAUSP,RAC,RAP e O&S temas abordados; quantidade e periodicidade das publicações

Quadro 1 – Estudos Científicos

De acordo com o quadro 1, observa-se que Hoppen (1998) apresenta uma avaliação da área do conhecimento de Sistemas de Informação (SI) no Brasil a partir da análise de 163 artigos publicados na década de 90 em revistas científicas de Administração. O estudo constatou que há um predomínio de temas sobre desenvolvimento e uso de SI no país e, que as metodologias mais utilizadas são os estudos de caso e as pesquisas survey; revelou também a baixa qualidade dos artigos.

Bertero, Caldas e Wood Jr. (1999) abordaram em seu trabalho a questão da qualidade da pesquisa científica em administração no Brasil, tratando especificamente dos critérios usados na avaliação dos trabalhos apresentados em congressos ou publicados em periódicos; iniciaram o estudo a partir do crescimento quantitativo da pesquisa em administração e suas limitações em termos de qualidade, sendo que o objetivo desta pesquisa foi verificar como os critérios de avaliação são utilizados no julgamento de trabalhos científicos no país.

(22)

Observou-se que a qualidade não tem acompanhado a quantidade, mostrando como a produção brasileira em administração é de qualidade duvidosa e pouco original; confirmando a necessidade de fortalecer o campo da administração no Brasil por meio de critérios mais claros e melhores definidos.

Alberton e Alzogaray (2005) apresentam os resultados de um levantamento bibliográfico classificando os artigos de publicações científicas em assuntos específicos da administração. Foram pesquisadas a RAE, RAC, RAUSP, RAP e Organização & Sociedade, abrangendo o período de 1997 a 2004 e totalizando em 1004 artigos. A pesquisa revelou que a produção científica publicada no período determinado, apresentou um crescimento constante até o ano de 2001, porém houve uma queda nas publicações de 2001 para 2002, sendo que a RAP foi a revista que publicou o maior número de artigos, seguida da RAUSP, RAE, O&S e RAC; e permitiu também identificar os principais periódicos e publicações científicas que podem servir como suporte para professores e alunos no processo de ensino e pesquisa.

Na área de Marketing , Froemming et al (2000a) e (2000b) e Vieira (2003) dedicaram-se às pesquisas. Froemming et al (2000a) e (2000b) iniciaram uma pesquisa que foi dividida em dois trabalhos. No primeiro foi elaborado um inventário das características básicas da produção científica da área de marketing no Brasil na década de 90, e no segundo trabalho apresentam um levantamento das pesquisas empíricas do tipo survey publicados na década de 90. Ambos os estudos analisaram os anais do ENANPAD, a Revista de Administração de Empresas (RAE) e a Revista de Administração da Universidade de São Paulo (RAUSP). No primeiro trabalho foram analisados a apresentação e a relevância do problema de pesquisa, desenho da pesquisa, tipo de dado coletado, validade, bem como menção a limitações e recomendações para pesquisas futuras; já o segundo trabalho além destas variáveis ainda analisou natureza da pesquisa, embasamento conceitual e questão de pesquisa, instrumento de medida e coleta de dados, tipos de análises de dados empregados e apresentação dos resultados. Froemming et al (2000) concluíram nos dois artigos que a busca pelo aprofundamento dos conhecimentos e da base conceitual da área de marketing no Brasil é um fator evidente, assim como os estudos demonstraram pouca preocupação com aspectos relevantes da qualidade metodológica da investigação.

Vieira (2003) analisou a influência da publicação científica brasileira na área de marketing para a produção acadêmica no Brasil; foram observados 272 artigos publicados nos principais periódicos brasileiros de administração. Esta análise concluiu que a pesquisa em marketing no país tem se voltado para os temas de comportamento do consumidor, marketing de serviços, estratégias de mercado, comunicação e propaganda de sistemas de informação e

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pesquisa em marketing; revelou também a fragilidade da pesquisa e da produção acadêmica em marketing no Brasil, embora essa produção apresente significativas referências sobre a realidade empírica empresarial brasileira, os pesquisadores de marketing no Brasil não têm optado por tais referências como fontes de estudo.

Lemme (2001) procurou examinar o grau de atenção que a questão ambiental em geral e, em particular, a avaliação econômica de impactos ambientais mereceram, como objeto de pesquisa e ensino de pós-graduação da comunidade acadêmica de primeira linha da área de Administração, e a intensidade com que essa comunidade se dedicou ao ensino especializado desses assuntos em programas de pós-graduação stricto sensu. Foram analisados os artigos publicados na RAUSP, RAC, RAP e RAE que abordaram questões ambientais, mais especificamente avaliação econômica dos impactos ambientais, nos anos de 1995 a 1999. Os indicadores analisados foram a freqüência com que esses temas forma abordados nas revistas de administração, o número de artigos por exemplar e a freqüência com que o esses temas foram abordados em tese de mestrado e doutorado. Os principais resultados indicam que os interesses dos professores e pesquisadores da área não tiveram em sintonia com algumas das preocupações da sociedade que os cerca

Arkader (2003) buscou acompanhar a evolução da pesquisa científica em Gerência de Operações (GO) no Brasil, traçando a trajetória das preocupações, dos métodos e da importância teórica e prática dessa pesquisa no país; sua análise iniciou-se com as publicações mAnais do ENANPAD e posteriormente nos periódicos da RAE, RAUSP e RAC. Observou-se que ainda há poucas escolas de negócios no país que atribuem considerável importância e alocam recursos suficientes à formação e desenvolvimento de campos relacionados ao ensino e à pesquisa em GO; portanto, concluiu-se que a pesquisa nesta área no Brasil ainda não encontrou sua identidade na busca de soluções de natureza internamente estratégica, sendo marcado por grande indissociação com a engenharia.

Leal, Oliveira e Soluri (2003) analisaram 551 artigos da área de finanças publicados entre 1974 e 2001 na RAC, RAE, RBE e RBMEC, além dos 264 artigos dos Anais do ENANPAD; com o objetivo de traçar um perfil da pesquisa em Finanças no Brasil nas últimas décadas. Foi constatada que a pesquisa deste tema é menos produtiva do que nos EUA, sendo que a UFRGS e UFRJ lideram a estatística aqui no Brasil; observou-se também que o RBMEC foi o periódico que mais contribuiu para a amostra.

A área de Recursos Humanos é uma das mais pesquisadas, apresentando diversos estudos científicos. Tonelli et al.(2003) fizeram um balanço da produção em Recursos Humanos na década de 90, levantaram e analisaram temática, base epistemológica, orientação

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metodológica e demografia de autoria de todos os 127 artigos publicados nos periódicos brasileiros (RAUSP, RAP, RAE e RAC) e os 290 veiculados no ENANPAD no mesmo período; este trabalho buscou colaborar para uma avaliação mais extensiva e aprofundada da área, apresentando um perfil da produção acadêmica na área de RH. Concluiu-se que embora a produção da área tenha aumentado consideravelmente em volume, o perfil acadêmico em RH no Brasil é preocupante; guarda um perfil acadêmico de baixa consistência e qualidade, seu escopo temático é contestado pelo recente crescimento e autonomia da área de comportamento organizacional; sua base epistemológica é eminentemente funcionalista; a metodologia é fraca, predominando estudos de caso tipicamente ilustrativos de teoria consolidada; além da baixa diversidade de origem.

Caldas, Tinoco e Chu (2003) desenvolveram um artigo onde utilizaram a análise bibliométrica para entender a influência de autores e instituições na produção acadêmica em recursos Humanos no Brasil na década de 90. Foram analisados 290 artigos de RH publicados nos anais do ENANPAD. Os resultados desta pesquisa mostraram uma área com alto índice de auto-citação e endogenia, e com uma elevada incidência de citação de jornais, revistas e autores estrangeiros e não-acadêmicos..

Em virtude das pesquisas citadas acima, verifica-se a baixa consolidação do campo de estudo científico no Brasil, onde apenas 2% dos autores referenciados são brasileiros, segundo pesquisa de Vergara e Carvalho Jr. (1995) e, a baixa qualidade das publicações evidenciada em outras pesquisas. Observa-se também que a média de citações dos periódicos nos Anais do ENANPAD aumentou, porém os livros continuam sendo o principal instrumento de base teórica, corroborando com o baixo contato com a produção acadêmica publicada nos Anais.

Há diversos estudos científicos nos mais diferentes campos do conhecimento, como foi apresentado anteriormente, porém constatou a baixíssima produção científica voltada para área de Gestão Ambiental, o qual é o foco principal deste estudo e será melhor apresentado no próximo item.

2.2. Gestão Ambiental

Os problemas que envolvem o meio ambiente, nos últimos anos, têm aumentado gradativamente, e o contexto atual das empresas tem passado por um processo de grandes mudanças em função destes novos paradigmas. As organizações que eram vistas como instituições econômicas, responsáveis somente por problemas como o que produzir e para

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quem produzir, estão se deparando com novas atitudes que surgem em decorrência das modificações do ambiente em que operam.

De acordo com Valle (2002, p.69)

“[...] a gestão ambiental consiste em um conjunto de medidas e procedimentos bem definidos que, se adequadamente aplicados, permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente”.

Isto é, o conjunto de medidas e ações em relação ao meio ambiente devem ser claras e objetivas, com intuito de possibilitar a redução e controle dos efeitos negativos decorrentes do processo produtivo organizacional.

A gestão ambiental exige um maior comprometimento por parte da alta administração na formulação de uma política ambiental, a qual é responsável pela alocação das atividades da empresa em relação ao meio ambiente; Valle (2002) diz que a política ambiental é uma maneira da organização expor o seu respeito ao meio ambiente e sua contribuição para a solução dos problemas ambientais.

Tachizawa (2001) afirma que a gestão ambiental é motivada por uma ética ecológica e por uma preocupação com o bem estar das futuras gerações, sendo que o ponto de partida é uma mudança de valores na cultura empresarial. Sabe-se que não é uma tarefa fácil implantar uma nova gestão voltada para novos valores, contudo a preocupação com o meio ambiente e com a questão econômica deve compartilhar do mesmo objetivo, resultando em benefícios para a empresa e para o meio ambiente.

Uma empresa ambientalmente saudável é determinada pela qualidade do processo de produção e pelos produtos que fabrica, sendo obtidos de matéria-prima recicláveis que não agridem o meio ambiente e consumem pouca energia; portanto há a necessidade de se planejar e organizar os procedimentos para a inserção da variável ambiental na empresa para atingir o conceito de excelência ambiental. Elkingtn e Burke (1989 apud Donaire, p.50) apresentam os dez passos para essa excelência:

1. Desenvolva e publique uma política ambiental; 2. estabeleça metas e continue a avaliar os ganhos;

3. defina claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das áreas e do pessoal administrativo;

4. divulgue interna e externamente a política, os objetivos e metas e as responsabilidades;

5. obtenha recursos adequados;

6. eduque e treine seu pessoal e informe consumidores e a comunidade;

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7. acompanhe a situação ambiental da empresa e faça auditorias e relatórios;

8. acompanhe a evolução da discussão sobre a questão ambiental;

9. contribua para os programas ambientais da comunidade e invista em pesquisa e desenvolvimento aplicados à área ambiental;

10. ajude a conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os envolvidos: empresa, consumidores, comunidade, acionistas, etc.

Dentre os principais motivos para a proteção ambiental na empresa, Donaire (1999) ressalta o sentido de responsabilidade ecológica, os requisitos legais, salvaguarda da empresa, a proteção do pessoal, a pressão do mercado, qualidade de vida e o lucro. Em virtude desses motivos, muitas empresa passaram a adotar na gestão de seus negócios a dimensão ecológica. As tendências de preservação ambientai e ecológica por parte das organizações devem ser permanentes e definitivas, onde os resultados econômicos dependem das decisões empresariais que levam em conta que não há conflito entre lucratividade e questão ambiental; o movimento ambientalista cresce em escala mundial, clientes e comunidade em geral passam a valorizar cada vez mais a proteção do meio ambiente. As organizações que tomarem decisões estratégicas integradas ao meio ambiente, conseguirão significativas vantagens competitivas, como redução de custos e incremento nos lucros, segundo Donaire (1999); as práticas de gestão ambiental visam atingir várias metas, dentre elas este mesmo autor cita o aumento da qualidade dos produtos, o aumento da competitividade das exportações, atender o consumidor com preocupações ambientais, atender à reivindicação da comunidade, atender à pressão de organização não governamental ambientalista, estar em conformidade com a política social da empresa e melhorar a imagem perante à sociedade; portanto, o quanto antes as empresas pensarem no meio ambiente como seu principal desafio e como oportunidade competitiva, maior será a chance de sobrevivência.

A gestão ambiental não contesta o funcionamento do desenvolvimento econômico, principal “motor” das atuais políticas econômicas e da destruição do ambiente global; a gestão ambiental implica o reconhecimento de que o crescimento econômico ilimitado num planeta finito tornará um desastre (TASHIZAWA, 2001). Por isso introduz-se a sustentabilidade ecológica fundamento de todas as atividades do negócio; pois a gestão ambiental, para um desenvolvimento que seja sustentável econômica, social e ecologicamente, precisa contar com profissionais nas empresas que incorporem tecnologia de produção inovadoras, regras de decisão estruturadas, e demais conhecimentos sistêmicos exigidos no contexto em que se inserem.

(27)

De acordo com Santos, Silva e Souza (2002) o objetivo principal da implantação da gestão ambiental não é gerar receita para a empresa, e sim desenvolver uma política responsável acerca dos problemas ambientais, contudo, isso não impede que a empresa tire algum proveito econômico deste processo, e cita-se:

Prestação d serviços especializados em gestão ambiental;

Venda de produtos elaborados a partir de sobras de insumos do processo produtivo;

Participação no faturamento total da empresa que se reconhece como sendo devida a sua atuação responsável com o meio ambiente.

Donaire (1999) expõe alguns benefícios conseqüentes da gestão ambiental, dividindo-se em benefícios econômicos, os quais incluem economias devido à redução do consumo de água, energia e outros insumos; economias devido à reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes; e redução de multas e penalidades por poluição. No que diz respeito ao incremento de receitas, destaca-se o aumento da contribuição marginal de “produtos verdes” que podem ser vendidos por preços mais altos; o aumento da participação no mercado em virtude da inovação dos produtos e menos concorrência; surgimento de novas linhas de produtos para novos mercados; e o aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição. E outros benefícios de cunho estratégico, constituídos pela melhoria da imagem institucional, renovação do portfólio de produtos, aumento da produtividade, alto comprometimento do pessoal, melhoria nas relações de trabalho, melhoria e criatividade para novos desafios, melhoria na relação com órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas; acesso segurado ao mercado externo e melhor adequação aos padrões ambientais.

Em virtude destes diversos fatores relevantes, a gestão ambiental é considerada um importante instrumento gerencial para a capacitação e criação de condições de competitividade para as organizações, qualquer que seja seu segmento econômico. A administração com suas novas concepções, incluindo o SGA, está sendo considerada uma das principais chaves para a solução dos principais problemas que afligem atualmente o mundo moderno das organizações.

No contexo de Gestão Ambiental, surgiram outros novos conceitos que serão abordados ao longo do trabalho, como a qualidade ambiental, sistema de gestão ambiental, a norma ISO 14001, política ambiental, contabilidade ambiental, impacto ambiental e desenvolvimento sustentável.

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2.2.1 Impacto Ambiental

A norma citada busca diminuir os efeitos negativos causados pelos impactos ambientais, prejudicando tanto a saúde do meio ambiente como a saúde econômica da empresa. De acordo com a NBR ISO 14000, impacto ambiental é “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização”. Estes impactos provocados pelas atividades operacionais das organizações exigem uma avaliação por escrito dos fatos causadores; demonstrados no EIA – Estudo do Impacto Ambiental e, o RIMA – Relatório de Impacto Ambiental. Segundo Lisboa (2000) são documentos de caráter altamente técnico, exigido pelas autoridades governamentais para a autorização de instalação e funcionamento de algumas atividades econômicas. O mesmo autor diferencia os objetivos destes dois documentos, onde o EIA visa a identificação de todos os impactos ambientais que podem ser originados pelas atividades das empresas, incluindo as ações que devem ser planejadas para conter estes impactos; e o RIMA tem como objetivo descrever o ocorrido, em relação ao meio ambiente, durante o processo operacional.

Segundo Machado (1977 apud REIS e QUEIROZ, 2002) “o EIA é de maior abrangência que o RIMA e o engloba a si mesmo; o EIA compreende o levantamento da literatura científica e legal pertinente...o RIMA reflete suas conclusões do estudo do impacto ambiental, ficando patenteado que o EIA precede o RIMA e é seu alicerce de natureza imprescindível”. Estes dois documentos fazem parte do AIA – Avaliação do Impacto Ambiental, onde Clarck (1991 apud REIS e QUEIROZ, 2002) define seu objetivo em “determinar os efeitos potenciais sobre o meio ambiente, sobre a sociedade e sobre a saúde do desenvolvimento proposto”. Já a NBR ISO 14001 diz: “a organização deve assegurar que os aspectos relacionados a estes impactos significativos sejam considerados na definição de seus objetivos ambientais”. Assim, as empresas são forçadas a se comprometer ainda mais com a questão ambiental e suas variáveis.

2.2.2 O consumidor verde e o desenvolvimento sustentável

Um novo conceito também surge em decorrência da preocupação com o meio ambiente, o consumidor verde; aquele que baseia sua escolha analisando não só a qualidade e o preço como também a variável ambiental, ou seja, o produto deve ser ambientalmente

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correto (LAYRARGUES, 2000). Este consumidor é considerado peça fundamental no processo de um SGA, pois no Brasil este conceito ainda não é muito explorado e o número de consumidores verdes não é suficiente para mobilizar a cultura empresarial à dimensão ecológica; corroborando este fato, Blumenfeld e Montrone (1997) dizem que enquanto o público espera que as empresas façam produtos ambientalmente saudáveis e tomem atitudes corretas relacionadas à questão ambiental, há falta de conhecimento popular quanto ao que é mais correto tecnicamente.

Segundo Drucker (1996 apud MAIMON, 1996) “a globalização da ecologia se dá num contexto de globalização das relações econômicas e se intensifica a partir da década de 80”. Em seguida explica a globalização da ecologia sob diferentes fatores:

constata-se que os fenômenos de poluição ultrapassam as fronteiras nacionais, afetando regiões ou mesmo o planeta com um todo;

a opinião pública é cada vez mais sensível às questões ambientais; a expansão do movimento ambientalista, que vem adquirindo uma considerável experiência técnica e organização política.

Logo difunde-se o conceito de Desenvolvimento Sustentável, onde Maimon (1996) define como a “busca simultânea de eficiência econômica, justiça social e harmonia ecológica”. Já Lye (2000) define este conceito com sendo “ a capacidade de geração atual de atender às suas necessidades sem comprometer o meio ambiente e a sobrevivência de gerações futuras”; porém este mesmo autor considera esta definição simplista, afirmando que o desenvolvimento deve ser sustentável do ponto de vista ambiental, economicamente viável e promovido com responsabilidade social, não separando a responsabilidade social da ambiental. E finaliza complementando que o impacto econômico, o impacto social e o impacto ambiental estão relacionados.

Diante esta evolução de paradigmas, Maimon (1996) relata que algumas empresas integraram a responsabilidade ambiental na sua gestão administrativa, atingindo as mais altas esferas de decisão; onde a função ambiental passa a ser uma função da administração, interferindo no planejamento estratégico, no desenvolvimento das atividades de rotina, na discussão dos cenários alternativos e conseqüentemente na análise de sua evolução, gerando políticas, metas e planos de ação.

Acredita-se que somente uma gestão voltada para o modelo de gestão adotado pela empresa poderá atingir um resultado positivo e eficaz.

2.2.3 Qualidade Ambiental Segundo Valle (2002, p.37)

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“[...] a qualidade ambiental consiste no atendimento dos requisitos de natureza física, química, biológica, social, econômica e tecnológica que assegurem a estabilidade das relações ambientais no ecossistema no qual se inserem as atividades da organização”.

Ou seja, as empresas que desejam permanecer neste cenário voltado para a preocupação com o meio ambiente, deverão atender os critérios responsáveis pela consecução da qualidade ambiental. Este mesmo autor afirma que para alcançar a qualidade ambiental são utilizadas praticamente as mesmas premissas que asseguram a qualidade da produção, como educação, treinamento, plano de ação, organização, auditorias, análise e revisão das metas e objetivos; sendo que o processo produtivo deve ser tratado de forma integrada, exigindo o levantamento do ciclo do produto para a identificação de toda sua evolução.

A qualidade ambiental implica também no controle dos impactos causados pelas atividades operacionais da organização sobre o meio ambiente. Valle (2002) lista sete objetivos que podem ser atingidos por meio da eficiência da produção em busca da qualidade ambiental:

1- reduzir o conteúdo de energia dos bens e serviços gerados; 2- reduzir o conteúdo de energia dos bens e serviços gerados; 3- reduzir dispersão de tóxicos;

4- estimular a reciclagem;

5- maximizar o uso sustentável de recursos renováveis; 6- ampliar a durabilidade dos produtos;

7- aumentar a participação dos serviços nos bens e serviços gerados. Nesta mesma linha de raciocínio, percebe-se também que o controle e a redução das fontes de poluição são uma das soluções mais consistente para garantir a qualidade do meio ambiente, a qual tornou-se papel relevante na estruturação, planejamento e manutenção da imagem de uma organização

As organizações precisam entender que ao buscarem maior qualidade ambiental podem estar gerando inovações, as quais resultariam no aumento da produtividade, reduzindo custos e agregando valor ao produto; surgimento de novas oportunidades de negócios e produtos menos agressivos ao meio ambiente, contribuindo para a competitividade da empresa (DAROIT e NASCIMENTO, 2000). Reagir adequadamente aos problemas ambientais pode significar a garantia da sobrevivência, aumentar a participação no mercado ou descobrir novos segmentos que maximizem os lucros da empresa. Neste sentido, a preocupação com o desempenho ambiental por parte das empresas, tem cooperado para o acúmulo de conhecimento através das tecnologias decorrentes das inovações ambientais que permitem não só a melhoria da eficiência da produção mas também o desenvolvimento de soluções ambientais que elevam a lucratividade da empresa.

(31)

Devido a esta preocupação ambiental, a qual acarreta em ações responsáveis pelas mudanças do processo produtivo e do produto, tornando-os menos agressivos ao meio ambiente, Blumenfeld e Montrone (1997) mostram que as empresas com objetivo de transformar os desafios ambientais em fontes de vantagem competitiva através das ações empresariais, procuram atender três objetivos:

administrar as expectativas de consumidores, poder público, ambientalistas e comunidade;

usar as inovações e as soluções para os problemas ambientais como fator de diferenciação competitiva;

integrar metas ambientais e empresariais.

O desenvolvimento de inovações, responsáveis pela transformação da preocupação ambiental num fator lucrativo, tem como função alavancar o aumento da eficiência do controle à poluição; sendo que a questão ambiental, com o objetivo de integrar todos os esforços de melhoria ambiental, deve ser um elemento essencial na estratégia da organização como qualquer outro fator de competitividade. Assim como a qualidade ambiental deve ser integrada na gestão empresarial para buscar uma melhor forma de aproveitar as fontes de energia e as matérias-primas, reduzindo os impactos ambientais gradativamente.

As empresas, ao se anteciparem diante à postura ambiental, não só evitariam danos ambientais por meio das ações corretivas e preventivas, mas acima de tudo poderiam obter vantagem competitiva no mercado originado na dimensão ecológica; portanto, o primeiro passo a ser dado com o intuito de atingir a sustentabilidade, de acordo com Layrargues (2000), é economizar recursos naturais e energéticos, reduzindo o desperdício e a poluição.

Com intuito de alcançar a qualidade ambiental, as organizações têm ido a busca da certificação ambiental, a qual é responsável pelos critérios e padrões estabelecidos em suas normas; a importância desta certificação se dá pela garantia, segurança e confiabilidade que a empresa ao se certificar ambientalmente, transmitirá ao consumidor essa imagem por meio de produtos/serviços que atendem às especificações exigidas. Dentre as normas ambientais, destaca-se a ISO 14000, série responsável pelas normas relacionadas à gestão ambiental; Valle (2002) comenta que “a certificação pela norma ISO 14001 deve fazer parte da estratégia de uma organização que pretenda manter-se competitiva”. Esta norma é certificável dentro de Sistemas de Gestão Ambiental, foco do próximo item.

2.2.4 Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

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“A parte do sistema de gestão global que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir e analisar criticamente e manter a política ambiental”.

Para Maimon (1996) SGA pode ser definido como um conjunto de procedimentos para administrar uma organização, de forma a obter o melhor relacionamento com o meio ambiente. De uma forma resumida Philippi, Cardoso e Erdmann (2002) definem SGA como “o conjunto de procedimentos para gerir uma organização em conformidade com o meio ambiente”. Portanto, a essência de um Sistema de Gestão Ambiental está voltada para uma adequada e eficiente gestão que está preocupada com os possíveis impactos que podem causar ao meio ambiente.

Para iniciar a implantação de um SGA, primeiro deve-se verificar o posicionamento da empresa em relação ao desafio ambiental; envolvendo a identificação dos pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças. Donaire (1999) considera pontos fortes os produtos ambientalmente saudáveis, os processos produtivos que economizam recursos e não provocam riscos ao ambiente, a imagem corporativa em relação a causa ambiental, e a capacidade da área de P&D para tecnologias e produtos “limpos”. Os pontos fracos são os produtos que não podem ser reciclados, os processos poluentes, os efluentes perigosos, a imagem poluidora, e o pessoal não engajado na questão ambiental Tratando-se das oportunidades têm-se a entrada em novos mercados, a possibilidade de transformar produtos tradicionais em produtos ambientalmente saudáveis, assegurar a sobrevivência da empresa pela manutenção de uma boa imagem ambiental, aumentar o desempenho dos fornecedores e colaboradores estabelecendo novos objetivos para a proteção ambiental, e a possibilidade de economizar recursos, energia e custos. Pode-se considerar como ameaças (pertinentes) o avanço da legislação ambiental e a possibilidade de investimentos adicionais e redução dos lucros, intervenção governamental nas atividades produtivas atuais, atuação de grupos ecológicos, e o desempenho dos concorrentes referentes à questão ambiental.

Moura (2002) apresenta três conjuntos de atividades a ser cumprida para a implantação de um SGA, o primeiro é a análise da situação atual da empresa, o qual verifica o desempenho atual da organização quanto aos seus produtos, serviços prestados e sistemas de produção; o segundo conjunto é o estabelecimento de metas, onde a empresa delimita onde pretende chegar; e por último o estabelecimento de métodos, responsável pela definição das diretrizes que indicarão como chegar. Já Maimon (1996) sugere a seguinte seqüência de implantação de um SGA obedecendo a norma ISO 14001: revisão ambiental inicial ou

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avaliação ambiental inicial; política ambiental; planejamento; implementação e operação; monitoramento e ações corretivas; e revisões no gerenciamento. Assim, juntando estas duas definições percebe-se que a implementação de um SGA é a aplicação de conceitos e técnicas de Administração, voltadas para as questões ambientais.

Maimon (1996) classifica as vantagens da implantação de um SGA em vantagens para a sociedade, por meio da melhoria da qualidade de vida com a redução de impactos ambientais e da minimização do custo de controle e de fiscalização; e em vantagens para as empresas, em termos organizacionais, quando a questão ambiental passa a ser considerada no planejamento estratégico, na produção, na distribuição e na disposição final do produto, em mudança comportamental, na redução de custos por meio da eliminação de desperdícios da alocação dos recursos naturais; e por fim como vantagem competitiva exposta na imagem da empresa.

Reis e Queiroz (2002) apresentam dez benefícios decorrentes da implantação de um Sistema de Gestão Ambiental:

1- Demonstrar aos clientes o comprometimento com a gestão ambiental; 2- Manter ou melhorar as relações com a comunidade e público em geral; 3- Facilitar o acesso a novos investimentos;

4- Obter diminuição dos custos de seguro;

5- Melhoria da imagem da empresa e aumento do market share; 6- Melhoria do controle de custos;

7- Diminuição de custos via redução de desperdícios de fatores produtivos; 8- Redução e/ou eliminação dos impactos negativos;

9- Cumprimento da legislação ambiental aplicável; 10- Redução do número de auditorias os clientes.

A partir destas questões pode-se elaborar e estabelecer um plano em que a estratégia ambiental da empresa progrida de forma que o planejamento, a organização, a direção e o controle da empresa considere com a mesma atenção os resultados econômicos, financeiros e ambientais; confirmando que a adoção de um SGA proporciona uma significativa vantagem competitiva para as organizações que procuram assegurar sua participação no mercado.

De acordo com Rodrigues, Fontoura e Valle (2002, p.31) :

“A implementação de um SGA completo, aquele no qual os funcionários têm as preocupações com as questões ambientais presentes no seu cotidiano, leva uma reflexão crítica e contínua, a qual reforça a idéia de que a organização não é um fim em si próprio e que precisa considerar interesses que vão além dos ganhos de lucratividade e competitividade”. Para um seguro e eficiente SGA, as normas ambientais surgem com o propósito de certificar o envolvimento do processo organizacional diante as questões ambientais.

(34)

2.2.5 A ISO 14001

De acordo com Reis e Queiroz (2002) “as normas da série ISO 14000 são um conjunto de normas ou padrões de gerenciamento ambiental, de caráter voluntário, que podem ser utilizadas pelas empresas para demonstrar que possuem um sistema de gestão ambiental”. Portanto, uma organização que busca na qualidade ambiental um fator de competitividade, encontra na série ISO 14000 a oportunidade para se valorizar diante o mercado em que atua.

Valle (2002) diz que as normas desta série são concebidas como “um sistema orientado para aprimorar o desempenho da organização por intermédio da melhoria contínua de sua gestão ambiental, sem a pretensão de impor índices e valores mínimos”. Este mesmo autor ainda complementa que o objetivo central da ISO 14000 é um sistema de gestão ambiental que ajude a organização a cumprir seus compromissos assumidos a favor do meio ambiente.

As normas da série ISO 14000 foram desenvolvidas pelo Comitê Técnico 207 (TC 207) e, procura atender as necessidades das empresas, proporcionando-lhes uma base comum para o gerenciamento de suas questões ambientais (REIS e QUEIROZ, 2002); tendo como principais objetivos os itens a seguir:

proporcionar meios ou condições para um melhor gerenciamento ambiental;

ser aplicável a todos os países;

promover da forma mais abrangente possível, a harmonia entre o interesse público e os dos usuários das normas;

possuir uma base científica; ser prática, útil e utilizável.

O quadro a seguir apresenta a série ISO 14000 e seus respectivos títulos?

ISO TÍTULO

14000 Sistema de Gestão Ambiental – Diretrizes Gerais

14001 Sistemas de gestão ambiental – Especificações e diretrizes para uso (NBR ISO 14001, emitida em out/96)

14004 Sistemas de gestão ambiental – diretrizes gerais sobre princípios, sistema e técnicas de apoio (NBR ISO 14004, emitida em out/96)

14010 Diretrizes para auditoria ambiental – Princípios gerais (NBR ISO 14010, emitida em out/96)

14011 Diretrizes para auditoria ambiental – Procedimentos de auditoria – Auditoria de sistemas de gestão ambiental (NBR ISO 14011, emitida em nov/96)

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14012 Diretrizes para auditoria ambiental – Critérios de qualificação para auditores ambientais (NBR ISSO 14012, emitida em nov/96)

14014 Diretrizes para auditoria ambiental – Diretrizes para a realização de avaliações iniciais 14015 Diretrizes para auditoria ambiental – Guia para avaliação de locais e instalações

14020 Rotulagem Ambiental – Princípios Básicos

14021 Rotulagem Ambiental – Definições para aplicação específica e auto-declarações 14022 Rotulagem Ambiental – Simbologia para os rótulos

14023 Rotulagem Ambiental – Metodologias para testes e verificações 14024 Rotulagem Ambiental – Procedimentos e critérios para certificação

14031 Avaliação de desempenho ambiental

14032 Avaliação de desempenho ambiental de sistemas operacionais 14040 Análise do ciclo de vida – Princípios Gerais

14041 Análise do ciclo de vida - Inventário

14042 Análise do ciclo de vida – Análise dos impactos 14043 Análise do ciclo de vida – Usos e aplicações 14050 Gestão Ambiental – Termos e definições - Vocabulário ISO Guide 64 Guia de inclusão dos aspectos ambientais nas normas para produto

Quadro 2 – Série ISO 14000

Fonte: Cyro do Valle, 2002.

Este estudo abordará a ISO 14001, a qual refere-se aos Sistemas de Gestão Ambiental – Especificação e diretrizes para uso. De acordo com a NBR ISO 14001 (ABNT, 1996) as normas internacionais de gestão ambiental têm por objetivo prover às organizações os elementos de um sistema de gestão ambiental eficaz, passível de integração com outros requisitos de gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar seus objetivos ambientais e econômicos. Segundo Moura (2000) a norma ISO 14001 é responsável pela fixação das especificações para a certificação e avaliação do sistema de gestão ambiental de uma organização. No mesmo sentido, Philippi, Cardoso e Erdmann (2002) definem a ISO 14001 sucintamente como “uma norma voluntária que define os requisitos para as empresas que pretendem adotar um sistema de gestão ambiental”. A NBR ISO 14001 apresenta que “a finalidade desta norma é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as necessidades sócio-econômicas”. Portanto, pode-se constatar que esta norma busca atender às necessidades da sociedade por meio das atividades empresariais, juntamente com as necessidades do meio ambiente.

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Valle (2002) expõe três exigências básicas expressa na norma ISO 14001 que as organizações devem seguir para alcançar a certificação ambiental, a primeira delas é a efetiva implantação de um sistema de gestão ambiental; a segunda é cumprir a legislação ambiental aplicável ao local da instalação; e por último, assumir um compromisso com a melhoria contínua de seu desempenho ambiental. De acordo com a NBR ISO 14001 (1996) esta norma se aplica a qualquer organização que almeje:

implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental; assegurar-se de sua conformidade com sua política ambiental definida; demonstrar tal conformidade a terceiros;

buscar certificação/registro do seu sistema de gestão ambiental por uma organização externa;

realizar uma auto-avaliação e emitir autodeclaração de conformidade com esta Norma.

A certificação do sistema de gestão ambiental atesta que se identifica uma gestão ambiental na empresa e que está em conformidade com uma determinada norma, como por exemplo a ISO 14001 (MAIMON, 1996). A própria norma NBR 14001 (ABNT, 1996) refere-se que

“[...] a adoção desta Norma não garantirá, por si só, resultados ambientais ótimos. Para atingir os objetivos ambientais, convém que o sistema de gestão ambiental estimule as organizações a considerarem a implementação da melhor tecnologia disponível, quando apropriado e economicamente exeqüível . Além disso, é recomendado que a relação custo/benefício de tal tecnologia seja integralmente levada em consideração”.

Em seqüência, a mesma norma continua referindo seu objetivo e área de aplicação: “Esta norma provê orientação para o desenvolvimento e a implementação de princípios e sistemas de gestão ambiental e sua coordenação com outros sistemas de gestão”.

De acordo com Philippi, Cardoso e Erdmann (2002) o primeiro passo para uma organização conquistar a certificação ambiental é a implantação de um sistema de gestão ambiental, corroborando com uma das exigências citadas por Valle (2002).

A NBR ISO 14001 (ABNT, 1996) expõe alguns requisitos que devem ser cumpridos pelas organizações que adotarem um SGA:

1- Política Ambiental; 2- planejamento;

3- implementação e operação; 4- verificação e ação corretiva; 5- análise crítica pela administração.

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Percebe-se que os requisitos citados acima são praticamente os mesmos do processo produtivo de uma organização, portanto, a integração das questões ambientais com a gestão global da empresa permitirá considerável contribuição para a concretização do sistema de gestão ambiental.

A questão financeira é um fator muito importante num Sistema de Gestão Ambiental, pois é responsável pela obtenção de recursos necessários para sua viabilização, controle e acompanhamento dos investimentos. Donaire (1999) afirma que a área ambiental deve trabalhar junto com a de finanças para uma melhor avaliação financeira da questão ambiental; desenvolvendo métodos para análise de indicadores financeiros ambientais com o propósito de estabelecer índices que permitam compararas unidades produzidas com energia consumida, resíduos produzidos, materiais consumidos, água, etc. Além de ser de extrema importância a identificação dos custos relacionados ao meio ambiente.

2.2.6 Contabilidade Ambiental

A contabilidade é uma ferramenta utilizada há muitos anos nas organizações, sendo fundamental para uma gestão empresarial eficaz; dentro desta ciência originou-se a Contabilidade Ambiental, a qual Santos, Silva e Souza (2002) definem como “o estudo do patrimônio ambiental (bens, direitos e obrigações ambientais) das entidades, e seu objetivo é fornecer aos seus usuários, interno e externo, informações sobre os eventos ambientais que causam modificações na situação patrimonial”.

De acordo com Ott e Dalmagro (2002) a Contabilidade procura contribuir com informações relevantes ao processo de tomada de decisão quanto à natureza econômico-financeira e física dos recursos alocados e das atividades desenvolvidas, permitindo a identificação, mensuração, registro e comunicação das atividades de uma empresa, levando as informações ao nível de decisão, auxiliando na avaliação dos recursos e resultados gerados. Em busca de uma melhor adequação à gestão global da empresa, a gestão ambiental utiliza-se da ferramenta contábil para a identificação e mensuração das variáveis que envolvem o meio ambiente; Martins e Ribeiro (1995) afirmam que a contabilidade tem o dever de reagir ao novo desafio, planejando-se corretamente para satisfazer aos usuários interessados na atuação da empresa em relação ao meio ambiente.

Ressaltando esta nova ferramenta, Martins e Ribeiro (1998) mencionam que “a integração do sistema de gestão econômica com o de gestão ambiental é de suma importância para o sucesso de ambas as gestões, constituindo-se a informação oportuna e precisa no

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