Cursos de Artes Visuais
Faculdade de Artes, Letras e Comunicação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
HISTÓRIA DA ARTE:
o século XIX
ARTE . VISUAL . ENSINO
Ambiente Virtual de Aprendizagem
Professor Doutor
Isaac Antonio Camargo
Tópico 7 Os desdobramentos do Impressionismo.
As mostras
Impressionistas são realizadas até 1886. Embora não fosse um
movimento homogêneo foi uma tendência que
incorporou vários artistas ao longo de sua
existência. Influenciou a Arte Visual por sua
liberdade expressiva e colorista. Sua presença tanto obteve adeptos como opositores.
Neste sentido diz-se que do Impressionismo resulta o Pós-Impressionismo.
No entanto este resultado se mostra em duas
direções: os que enalteciam e
aprofundavam suas
pesquisas e os que os não concordavam mais com
Portanto, o
Pós-Impressionismo tem prós e contras.
Prós são os artistas que se dedicaram a aprofundar as buscas iniciadas pelos Impressionistas. Nesta linha temos os Pontilhistas ou Divisionistas. O Pontilhismo ou
Divisionismo pode ser entendido como um aprofundamento da pesquisa formal do Impressionismo.
Estes artistas intensificam a busca pela divisão da
cor do espectro e sua aplicação na superfície
das telas fazendo com que a imagem fosse criada
pela cor na retina do
observador por meio de pontos e não mais de manchas.
Esta escola pode ser também chamada de Neo-Impressionismo.
Os principais artistas que defendiam esta posição são: Georges Seurac
(1859-1891), Paul Signac (1863-1935), Theo Van Rysselberghe
(1862-1926),
As atitudes cromáticas
extremas assumida pelos Divisionistas estimularam também o caminho no
sentido oposto, ou seja, numa reação negativa ou oposição ao
Impressionismo.
Por um lado tentando restituir a estrutura
perdida pela diluição da imagem por meio da luz, por outro, impondo mais personalidade e
individualidade às obras.
Estas foram condutas assumidas por artistas como Paul Cezanne
(1839-1906), Vincent Van Gogh (1853-1890), Paul Gauguin (1848-1903), Henry Tolouse-Lautrec (1864-1901) e Henry Rousseau (1844-1910) entre outros.
Paul Cezanne, Natureza morta com Cupido, 1895
Vincent Van Gogh, Noite estrelada sobre Rhone, 1888.
Vincent Van Gogh, Noite estrelada , 1889.
Vincent Van Gogh,
Paul Gauguin, Taitianas com flores, 1899.
Paul Gauguin, Auto retrato com auréola, 1889.
Henry Tolouse-Lautrec, Van Gogh, 1887
Henry Tolouse-Lautrec, Salão da Rua do
Henry Tolouse-Lautrec, Estudo de nú, 1882.
Henry Tolouse-Lautrec, Auto retrato, 1882.
Henry Rousseau, Meu próprio retrato, 1889.
Henry Rousseau, Noite de carnaval, 1886.
A postura de Cezanne ao tentar reestruturar a forma se opondo à diluição
imposta pela luminosidade
Impressionista tem lhe dado a responsabilidade de ter preconizado o
Cubismo. Van Gogh, com sua liberdade de gesto e pincelada tem sido
considerado um Expressionista, Gauguin, um Simbolista. Lautrec um inovador em termos de estrutura compositiva, versatilidade técnica e gráfica e
Rousseau, neste contexto, é o elementos diferencial, insólito e sonhador,
instaura uma conduta estética sui generis.
A atitude espontânea de Rousseau o leva a ser considerado o primeiro artista, cuja
espontaneidade e
ingenuidade se mostra como uma tendência
diferenciada dos demais artistas, o que vai
inaugurar a Arte Ingênua, do francês Naïf. A
simplicidade, singeleza liberta finalmente a Arte das amarras tradicionais e elitizadas.
Enfim, a ebulição que o final do século XIX
mostrou provocou
mudanças radicais em relação à Arte Visual, possibilitando reflexões que repensaram e
reconceberam a Arte na Contemporaneidade.
Embora o Impressionismo fosse um programa
essencialmente Pictórico há alguns exemplos que ampliam está poética.
Considera-se, contudo, a presença de Medardo
Rosso (1858-1928),
escultor italiano que é, praticamente, o único representante desta
modalidade no contexto Impressionista.
Embora seja tardio, em relação ao movimento,
suas esculturas tendem a sugerir as imagens e não configurá-las com
precisão, por isso é aceito como Impressionista.
Nesta mesma linha de raciocínio, podemos
recorrer às esculturas de Edgar Degas (1874-1917) que, além da pintura,
também se destacam neste contexto.
Degas, 1880-90
Nesta linha de artistas que poderiam ser chamados de Pré-modernos ou precursores deste fenômeno artístico no século XIX, cabe incluir dois que não se enquadram
necessariamente no contexto da tradição clássica, mas
apontam caminhos adotados pelo Modernismo: François-Auguste Rodin e Camille
Claudel, cujos trabalhos foram relevantes pela busca da
personalidade de cada um, conduta pouco recorrente na tendência acadêmica naquele período. François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840, Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido
como Auguste Rodin.
Camille Athanaïse Cécile
Cerveaux Prosper (Fère-en-Tardenois, 8 de
dezembro de 1864,
Montdevergues, 19 de outubro de 1943).
A idade do bronze, 1875/76, considerado um dos primeiros trabalhos reconhecidos de Rodin
Os Burgueses de Calais, 1895. Considerado
Porta do Inferno (La Porte de l'Enfer, em francês) é um
conjunto escultórico de Auguste Rodin, iniciada
em 1880 e finalizada apenas em 1917. Encomendada em 1880 para ser instalada no Cour de Comptes, Museu de Artes Decorativas de Paris,
que havia sofrido um incêndio. Foi o próprio Rodin quem
escolheu como tema a Divina Comédia do escritor
Italiano Dante Alighieri.
Fundida em bronze, traz 180 figuras com dimensões que
variam de 15 cm a mais de um metro. Diversas figuras foram reproduzidas em tamanho
maior como esculturas
independentes. Entre elas estão O Pensador, O
O Pensador, 1902. Um dos trabalhos
O Beijo, 1909. Também umas da
Rodin, retrato escultórico de 1892, realizado por Camille Claudel.
A Valsa, 1889-1905, Camille Claudel.
Apenas para não deixar de lado o Brasil, um dos artistas considerados como
representante das
transformações decorrentes do Impressionismo é Antônio Diogo da Silva Parreiras
(1860-1937), egresso da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.
A aparência de suas obras remetem ao Impressionismo embora, suas pesquisas
cromáticas não sejam necessariamente
relacionadas a ele.
A liberdade que o
Impressionismo e o Pós-Impressionismo
proporcionaram para o contexto da Arte Visual é significativo.
De modo geral possibilitou o afastamento da rigidez formal que amparava a Arte Acadêmica e incorporou a gestualidade e cromaticidade. Instaurou também a Pesquisa em Arte, provocou a crítica e a
sociedade para revisar os conceitos e propósitos da arte.
Por tudo isso, o Impressionismo é
considerado o marco
divisor entre a tradição e a inovação que surge com o advento do Modernismo. Sem ele, talvez,
tivéssemos menos liberdade expressiva.
Leituras recomendadas para complementar os conteúdos deste tópico:
GOMBRICH, Ernest. A história da Arte –
Obs: Os textos aqui indicados estão disponíveis no site
em TEXTOS.
Questões sobre este tópico e suas leituras:
1. O se pode entender por Pós-Impressionismo?
2. Quais as duas tendências Pós-Impressionistas?
3. Qual a postura de
Cezanne neste contexto? 4. Qual a postura de
Rousseau neste contexto? 5. Como podem ser incluídos
os escultores como
Medardo Rosso, Edgar Degas, Rodin e Camille Claudel neste contexto?