ALTERAÇÕES METABÓLICAS NO CÂNCER
Wilza Arantes Ferreira Peres
Perda de peso corporal »
importante fator prognóstico no
câncer.
Composição corporal no câncer:
1. Depleção de tecido adiposo;
2. Depleção de músculo esquelético;
3. Compartimento protéico não
muscular (visceral) relativamente
preservado ou aumentado.
SÍNDROME
DA CAQUEXIA NO
CÂNCER
Caracterizada redução da
ingestão, perda de peso
corporal, depleção de tecido
muscular e
anormalidades
metabólicas
.
Cancer-associated Cachexia, 2018 Baracos et al.
Cancer-associated Cachexia, 2018 Baracos et al.
ANORMALIDADES
METABÓLICAS
NO
CÂNCER
X
ENERGIA:
1 - O GET está aumentado no câncer?
2 – As custas de qual componente (GER, atividade física ou TID)?
QUAL COMPONENTE DO GASTO
ENERGÉTICO ESTA ALTERADO irá
resultar em perda de peso no câncer?
https://es.slideshare.net/jlpc1962/interpretacion-de-la-calorimetra-indirecta RELEMBRANDO:
Órgãos % basal Cérebro 18,3 Coração 9,2 Fígado 26,4 Rim 7,2 Musc Esquelético 25,6 Demais componentes 13,3 Fonte:Marchini JS et al, 1998
Percentual de contribuição no gasto energético basal de alguns órgãos em um indivíduo entre 60-70 Kg.
◦
A resposta metabólica ao câncer é altamente variável
estudos em geral têm apresentado GE aumentado;
◦
O GE ainda permanece uma incógnita em vários tipos
de tumores.
ESTUDO ACHADOS
Wu et al., 2013
56 homens com Ca de esôfago
REE (CI) de pacientes com câncer foi significativamente maior comparado ao controle
Trutschinigg et al., 2013
n=11 mulheres Não encontrou diferença no REE (CI) entre grupos com calangiocarcinoma, colón, fígado, pancreático e NSCLC
Xu et al. , 2012.
122 pacientes com Ca urológico (74 renal, 131 bexiga, 17 adrenal) x 131
controle não maligno
REE significativamente elevado no cancer. REE pode ser influenciado pelo tipo tumor e estadiamento.
Vaisman et al, 2012
45 ca pancreático x 75 controle saudável
REE sem diferença significativa entre grupos.
Langius etal., 2012
71 Ca cabeça e pescoço, RXT primária e po-op x 40
saudáveis
REE não diferiu do controle antes do tratamento, mas diminui durante e após o tratamento.
Cao et al., 2010. 150 ca
esôfago, 154 gástrico, 128 pancreático, 148
colorretal x 642 controles
Pacientes com câncer (em todos os grupos) apresentaram maior REE comparado ao controle. Paciente perdendo peso apresentaram > REE
ESTUDO ACHADOS
Lieffers et al., 2009.
18 coloretal, sem controle Dç metastática e organomegalia eleva REE.
Harvie, 2005
19 NSCLC, 12 melanoma e 10 ca mama metastático
REE elevado em NSCLC e normal no ca de mama e melanoma
Knox et al.,1983 Estudo mediu GER em 200 pac c/ Ca desnutridos:
a) 26% GER ;
b) 41% GER normal; c) 33% GER
Duração da dç relacionada ao aumento signif do metabolismo energético
´ Herber´s Group ,1996
Mediram GER em pacientes com Ca de pulmão
GER normal para indivíduos saudáveis pode ser considerado para paciente c/ Ca desnutrido, já que a na TMB é um mecanismo normal de adaptação ao
1453 pacientes com câncer x 1145 controles:
Diamante demonstra: A diferença média entre REE/FFM entre pacientes com câncer e controles saudáveis foi de 9.66 kJ/kg FFM/dia;
• Demonstra aumento do REE no paciente com câncer.
CÂNCER
X
DEFINIÇÃO:
Extenso grupo de
moléculas
envolvidas na
emissão de sinais entre as
células
durante o
https://es.slideshare.net/AlanGlezSoriano/citocinas-11931972
Fígado:
-Resposta de fase aguda regulada por citocinas Rede citocínica: Diferentes tipos celulares podem sintetizar o mesmo tipo de citocina simultaneamente
ESTÁGIOS DE PRODUÇÃO/LIBERAÇÃO de Citocinas
◦ Estágio 1: Produção local em resposta a injúria ou
infecção (considerada ação protetora);
◦ Estágio 2: Liberação de pequena quantidade de
citocinas na circulação;
◦ Estágio 3: reação massiva sistêmica, com
disfunção múltipla de órgãos
Pontos-chave:
• Células tumorais: alta demanda de energia e nutrientes;
• Importante fonte das Citocinas circulantes no câncer:
a) Hipóxia tumoral:
Induz inflamação crônica, resulta em infiltração de macrófago e ↑
expressão de citocina pró-inflamatória.
a) Produção pelas células tumorais.
Ex.: células dos tumores pancreáticos produzem IL6
MACRÓFAGOS ASSOCIADOS
A TUMORES (TAM)
Macrófagos associados a tumores -
TAM são recrutados da circulação e
atraídos p/ a região tumoral por
quimiocinas derivadas do Tu;
Localizam-se na interface tecidual
Tumoral
X
hospedeiro em regiões de hipóxia;
TAM ATIVADOS PELAS CÉLULAS TU:
Liberação de fatores de crescimento, enzimas
proteolíticas, citocinas e mediadores inflamatórios;
Resultado:
TAM interage com as células Tumorais modificando a
matrix extracelular (ECM) » promovendo invasão e
metástase
Immune cells can reject tumours on one
hand by producing anti-tumour
citokines, thus directly destroying
tumour cells,
but sometimes they are
recruited and enslaved by tumour cells
to help in its progression”
Siveen & Kuttan, 2009
Jano – Deus Romano
AÇÕES DAS CITOCINAS NO CÂNCER
Baracos, et al., 2018. Cancer-associated cachexia
Citocinas pró-inflamatórias são
geradas: comunicação do tumor Xcélulas
imunes e do estroma, que age diretamente em órgãos alvos:
• SNC – controla
ingestão e GE; Altera balanço entre NPY e melanocortina
• TA: redução de
ingestão + moléculas lipolíticas derivadas do tumor (adrenomodulina) + fatores tumorais que promovem termogênese (proteína regulada pelo PTH);
•MM: mobilização de músculo cardíaco e esquelético (TGFß,
activina e mioestatina)
HSP: proteína de choque térmico; GDF-15: fator de crescimento/diferenciação 15; TWEAK: Receptor Fraco Indutor de Apoptose Semelhante a Fator de Necrose Tumoral ; TRAF6: fator 6 associado ao receptor do fator de necrose tumoral; oncoestatina M, TNFRSF12A – receptor de TWEAK.
CITOCINAS X ANOREXIA
• Núcleo arqueado (ARC):
Núcleo hipotalâmico principal na regulação do apetite.
• 02 principais classes de neurônios envolvidos na regulação do apetite: A)Aumento da ingestão:
- Neuropeptídio Y (NPY);
- Peptídeo relacionado ao gene agouti (AgRP). B) Inibidor do apetite:
- Pró-opiomelanocortina (POMC) / peptídeos da melanocortina (MSH)/ transcrito regulado pela cocaína e anfetamina (CART).
Citocinas (TNF α / IL6): ↑ expressão
Citocinas (TNF α / IL6): ↓ expressão
CITOCINAS X RUPTURA NO MECANISMO DE INGESTÃO
METABOLISMO DOS
CARBOIDRATOS
NO
Relembrando:
METABOLISMO OXIDATIVO
DOS
METABOLISMO OXIDATIVO DOS CARBOIDRATOS
O metabolismo oxidativo da glicose ocorre em três estágios:
1 - Via glicolítica;
2 - Ciclo de Krebs;
3 – Cadeia transportadora de elétrons acoplada a fosforilação
oxidativa.
PRIMEIRO ESTÁGIO: VIA GLICOLÍTICA OU GLICÓLISE
citoplasma Rendimento energético final do metabolismo
anaeróbio da glicose é: – 1a. FASE: - 2 ATPs
– 2a. FASE: +4 ATPS (= saldo bruto: 2 por cada lactato e ou etanol
formado)
SEGUNDO ESTÁGIO: CICLO DE KREBS (CK), CICLO DO ÁCIDO TRICARBOXÍLICO (TCA) OU CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO
• TCA:
• Energia dessas reações é armazenada em GTP, NADH e FADH2.
• NADH e FADH2 são coenzimas que armazenam energia e são utilizadas na fosforilação oxidativa.
TCA ocorre na
TERCEIRO ESTÁGIO: CADEIA RESPIRATÓRIA OU CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS (CTE)
• CTE localiza-se na membrana interna
mitocondrial.
• Produto Total: 38 ATPs
ADP+Pi ATP
H+
Glicólise = 2 ATP
Ciclo de Krebs = 2ATP
O consumo elevado de glicose um dos principais fenótipos das células malignas;
◦ Células tumorais são capazes de captar 10 a 50 vezes mais
glicose em relação às células normais não transformadas .
Modeling the energetic cost of cancer as a result of altered energy metabolism: implications for cachexia. Douglas E. Friesen1, Vickie E. Baracos1 and Jack A. Tuszynski1,2, 2015
METABOLISMO AERÓBICO X ANAERÓBICO DA GLICOSE
HISTÓRICO
◦ 1920:
Otto Warburg* observou que tecidos e células tumorais incubada in vitro
produziam grande quantidade de lactato a partir de glicose, mesmo em condições normais de oxigênio atmosférico.
* fenótipo metabólico do câncer mais reconhecido
Observa-se muitos Tu tem alta taxa de glicólise independente de seu suprimento de O2 ser
apropriado
Tomografia por emissão de positrons ou PET-SCAN:
Exame de imagem que utiliza uma substância radioativa (18- Fluordesoxiglicose) para rastrear células tumorais no organismo;
• Baseia-se na alta captação de glicose pelas células tumorais;
Tomografia :
Glicose injetada
foi intensamente mais captada pelas células malignas;
Efeito Warburg (1924):
“ glicólise é uma propriedade universal do câncer, podendo ser sua principal causa...”
Atualmente existem
evidências unindo 2 teorias: Câncer é uma doença
genética (causada pelo
acúmulo mutações somáticas) X
Bioenergética (desarranjo no processo energético,
favorecendo crescimento tumoral)
HIPÓTESE DE WARBURG:
(Palavras do prefácio de seu livro sobre metabolismo tumoral,
1926)
“ Enquanto a maioria das células normais morrem se foram
mantidas em glicólise anaeróbica, as células tumorais não
somente continuam a existir, mas são capazes de crescer a uma
extensão sem limite, com energia química proveniente da
glicólise.”
HIPÓTESE DE WARBURG:
Warburg atribuia essa alteração metabólica a “mitonchondrial
respiratory injury” e considerava isso como fundamental para
transformação maligna, “the origin of cancer cells”
(Warburg, 1956)
Porém:
Mutações podem levar a disfunção mitocondrial de enzimas chave no metabolismo do CK e CTE;
Reprogramação celular: favorece o crescimento tumoral.
(Gaude e Freeza, 2014) A hipótese foi negligenciada posteriormente:
Defects in mitochondrial metabolismo and câncer, 2014 DISFUNÇÃO MITOCONDRIAL NO CÂNCER
FATOR INDUZIDO POR
HIPÓXIA
(HIF 1 - α)
X
Câncer: células tem baixos níveis de O2 (hipóxia);
Tumores de rápida proliferação, grandes massas: obstrução/ compressão dos vaso sg circunvizinhos
Regiões de hipóxia se adaptam a baixa tensão de O2 ativando HIF-1*(fator induzível por hipóxia)
* Pode ser ativado em normóxia por mutação em genes supressores tumorais
HIF-1
Importante regulador do Glicólise – responsável pela ativação de enzimas glicolíticas
RESPOSTAS
CELULARES
MEDIADAS
PIRUVATO
Acetil_CoA Piruvato PDH PDKHIF
LACTATO
PDK – Piruvato desidrogenase quinase PDH – Piruvato desidrogenaseSUPRESSÃO DO CATABOLISMO DO
PIRUVATO PELO TCA
Vantagem da redução na
respiração mitoncondrial
Reduzir produção de Espécies
Reativas de Oxigênio (EROs)
mitocondrial:
Aumento da sobrevivência
da célula maligna
HIF
X
HIF – 1 α regula diretamente genes:
Proliferação de células endoteliais;
Vasodilatação;
Permeabilidade vascular;
HIF
X
TRANSPORTADORES DE
GLICOSE
HIF ativa genes codificadores do:
GLUT 1 e GLUT 3
captação da glicose;
Diretamente relacionado com grau de malignidade e
poder de invasão celular.
Gasto de 6 ATPs
Common Responses of Tumors and Wounds to Hypoxia, 2015
Benefícios da glicólise para
célula tumoral:
Lactato:
◦
↓pH facilita motilidade da cels
tumorais;
◦
Acidificação do meio extracelular
RESISTÊNCIA A INSULINA
X
RESISTÊNCIA A INSULINA(RI)
Concentrações suprafisiológicos de
insulina:
efeito mitogênico e proliferativo
Obesidade:
RESISTÊNCIA A INSULINA(RI)
Hiperinsulinemia:
Inicia transdução de sinal – ativação de vias de
proliferação celular:
Fator de Crescimento Insulina
Símile (IGF-1) e oncogênese na
◦
Estímulo da produção hepática do
IGF-1
Harvey et al., 2011
◦ ↓ Produção Hepática da proteína ligadora da IGF-1
(IGFBP)*;
◦ Induz Proteólise IGFBP;
↑ Fração livre
* Principal moduladora de sua ligação ao receptor
Persson et al., 2000
Estudos em cultura de célula:
IGF-1 aumenta crescimento de várias linhagens
celulares
Associação entre restrição calórica e Inibição da
carcinogênese:
Relacionada a ↓ [IGF-1];
As concentrações circulantes de IGF são
influenciadas por fatores genéticos e estilo de vida, em especial, pela quantidade de alimento
ingerido.
Novosyadlyy et al, 2009
O QUE OS ARTIGOS NOS DIZEM SOBRE GASTO ENERGÉTICO E METABOLISMO DA GLICOSE
NO CÂNCER ?
RI X Risco de câncer TRANSPORTADOR DE GLICOSE: Glicólise:Expressão da hexoquinase, fosfofrutoquinase, piuvato quinase e lactato desidrogenase ↑ Glicosilação no câncer
Câncer X Ingestão Restrição de CHO na dieta??? ↑ Fígado x Gasto Energetico
O metabolismo celular no tumor objetiva prover suporte para 3 necessidades básicas da célula em divisão:
a)Rápida geração de ATP (Já visto);
b)Manutenção do balanço REDOX:
ROS causa dano a macromoléculas (senescência e apoptose);
As células tumorais produzem moléculas AOX, tais como glutationa reduzida (GHS) e tiorredoxina, que utilizam NADPH para manter sua atividade.
c) Aumento da biossíntese de macromoléculas (nucleotídeos e AG);
GLICÓLISE
X
SÍNTESE DE NUCLEOTÍDEOS
Atividade aumentada no Ca
• Relação ATP/ADP alta: - Inibição da via glicolítica;
- Carga energética das células é alta ► consumo de glicose-6-fosfato pela via das pentoses é favorecida: ↑ da produção de nucleotídeos.
Células tumorais:
Alta especificidade na utilização da
glicose pelo ciclo da pentose;
Relembrando:
Ciclo da Pentose: via metabólica não oxidativa,
que libera substratos (Ribose-5-P) para síntese
de nucleotídeos.
ESSES NUCLEOTÍDEOS VÃO
SER UTLIZADOS PARA QUE?
Produção de DNA e RNA;
Possibilita às células tumorais
síntese de purinas e pirimidinas de
novo, capacitando-as à
rápida
proliferação
, mesmo em condição de
hipóxia.
GLICÓLISE
X
SÍNTESE DE LIPÍDIOS
• Biossíntese de ácidos graxos ocorre no citosol;
• Acetil-CoA empregado na síntese de AG é proveniente da oxidação do piruvato e do carbono de aminoácidos;
• Maior parte dos carbonos para síntese de AG é derivado da glicose
• Membrana mitocondrial interna é impermeável a acetil-CoA – sai via transporte indireto
Inibição da CL ↓ tumorigênese
VANTAGENS DA VIA GLICOLÍTCA
PARA O TUMOR
1) Proliferar em hipóxia;
2) Rápida produção de energia - células em alta taxa proliferativa;
3) Evita a produção de ROS pela fosforilação oxidativa (OXPHOS);
4) Favorece biossíntese de nucletídeos e lipídios;
5) Alta atividade glicolítica:
Alta concentração de lactate e íons H+, facilitando invasão e metástase.
METABOLISMO DAS
PROTEÍNAS
NO
Atrofia Muscular = “Muscle wasting”:
1) Perda das fibras contráteis: ↓ diâmetro da fibra
muscular;
2) Perda da Função muscular:
↓ Qualidade de vida
ALTERAÇÕES METABÓLICAS ASSOCIADAS AO TUMOR
Cancer cachexia prevention via physical exercise: molecular mechanisms, 2013
QUAIS FATORES ESTÃO ENVOLVIDOS
NA ATIVAÇÃO DO CATABOLISMO DO
MÚSCULO ESQUELÉTICO?
• FATOR INDUTOR DE PROTEÓLISE (PIF)
Glicoproteína produzida pelo tumor;
PIF é encontrado no soro de pacientes com câncer e camundongos
com caquexia;
Sugere-se que: PIF
ativa a via proteolítica ubiquitina-proteasoma;
• CITOCINAS
Sugere-se:
PIF
produção das proteasomas por
meio do intermediário 15-HETE
(ácido hidroxieicosatetraenóico)*
* Metabolito do acido araquidônico: importante para ativar o catabolismo muscular esquelético in vitro
Barocos et al., 2001
3 – Via Ubiqüitina Dependente de
Energia:
Responsável por acelerada proteólise em condições de
estresse: jejum, sepse, diabetes e caquexia do câncer
•
Alvo: catabolismo proteico intracelular
realizado por proteases
dependentes de ATP
;
Como funciona a via ubiqüitina
dependente de energia?
Conjugação da ptn alvo c/ Ubiqüitina, com gasto de energia
Ptns degradadas pelo complexo enzimático 26S encontrado no núcleo e citoplasma
Legenda: E1 = Enzima ativadora da U dependente de ATP / E2 = Enzima conjugadora U
E3=Ubiquitina ligase
Sinalizador do substrato para ação do protesoma Liberação de oligopeptídeos e das moléculas de ubiqütina Degradada a AA pelas proteases citosólicas
Ca2+-dependent proteolysis in muscle wasting, 2005 PIF ↑ HETE
Complexo do Proteasoma 26S:
Contém 5 peptidases ativas: TL-
Trypsin-like; CTL-Chymotripsin Trypsin-like;
PGP-peptidyl-glutamyl peptidase, branched-chain amino
preferring, small neutral amino
acid-preferring;
A ubiqüitina liberada pode ligar-se
novamente a outras proteínas alvo p/
reiniciar a cascata proteolítica
Depleção muscular
OBS.: A via Ubiqüitina envolve 3 passos c/ utilização de energia – ATP – pode contribuir p/ o elevado GE que ocorre na caquexia do Ca;
Evidências do envolvimento da Via-ubiqüitina
(ATP) x câncer:
•
Ratos c/ hepatoma – aumento da expressão do
RNAm da ubiqüitina e
degradação proteica;
•Biópsias de músculo de pacientes c/ Ca gástrico – significativo da expressão do RNAm da ubiqüitina
•
Atividades das Proteasomas:
Significativamente
no musc de pac c/ Ca
gástrico:
5xs da Quimiotripsina like (CTL),
2xs
tripsina like (TP) e peptidase
peptimyl-glutamyl (PGP)
Increased Muscle Proteasome Activity Correlates With Disease Severity in Gastric Cancer Patients, 2003
Expressão da Ubiqüitina muscular e atividade das proteasomas proteolíticas ocorrem mesmo em paciente c/ insignificante ou sem
perda de peso*
* Necessidade de intervenção precoce
Increased Muscle Proteasome Activity Correlates With Disease Severity in Gastric Cancer Patients, 2003
COMO ESTA INFORMAÇÃO PODE AUXILIAR NO
TRATAMENTO DA CAQUEXIA MUSCULAR?
PIF produção das proteasomas por meio do intermediário 15-HETE
1ª hipótese:
◦ EPA (ácido eicosapentaenóico)
É um efetivo inibidor da formação de 15-HETE em células musculares tratadas com PIF (cultura de
célula);
Effect of a Low-fat Fish Oil Diet on Pro-inflammatory Eicosanoids and Cell Cycle Progression Score in Men Undergoing Radical Prostatectomy, 2014
Ômega 3 tem se mostrado efetivo na atenuação da
caquexia, não só em modelos animais, mas
também em pacientes com câncer, resultando em
preservação da massa magra.
Effect of a Low-fat Fish Oil Diet on Pro-inflammatory Eicosanoids and Cell Cycle Progression Score in Men Undergoing Radical Prostatectomy, 2014
2
ahipótese:
Ômega 3:
Bloqueio da atividade NF-kB*
(farmacologicamente) – será visto em
lipídios
Que fatores impedem o
reparo do tecido muscular
no câncer, REDUZINDO A
SÍNTESE PROTÉICA?
CÉLULAS MUSCULARES
Relembrando: Células satélites:
- Periferia do músculo
- Crescimento muscular, reparo de fibras musculares danificadas e a manutenção do músculo;
Estímulos: crescimento, remodelação ou
trauma = CS são ativadas:
Proliferam-se e se fundem a fibras
musculares já existentes ou se fundem a CS vizinhas para gerar novas fibras musculares.
Perda de reparo muscular +
Redução de síntese proteica/reparo muscular favorece caquexia
Microambiente muscular e caquexia
NF-KB–mediated Pax7 dysregulation in the muscle microenvironment promotes cancer cachexia, 2013
• Inflamação ativa via NF-kB - ↓
expressão MyOD;
• Superexpressão Pax 7 - ↓
METABOLISMO DOS
LIPÍDIOS
NO
Lipídios
90 % das reservas energéticas dos
indivíduos saudáveis ;
Sakurai e Klein (1998): em diversos tipos de
Ca
tx lipolítica e da liberação de ácido graxo
Responsáveis pela perda de Tecido adiposo:
10 – AUMENTO DA ATIVIDADE LIPOLÍTICA: RI:
↓ do efeito antilipolítico da insulina nos adipócitos;
20 – DECRÉSCIMO DA ATIVIDADE DA LIPASE LIPOPROTEICA (LPL):
ALTERAÇÕES METABÓLICAS NO TECIDO ADIPOSO
• Observa-se aumento da lipólise e redução da LPL e lipogênese;
Estudos recentes demonstram que durante a caquexia as células do tecido adiposo branco adquirem maquinaria molecular característica do TA marrom
• Chamado “escurecimento das células brancas;
• No TA marrom são expressas as proteínas desacopladoras 1
(UCP1), que produzem calor e são energeticamente ineficiente
Cancer cachexia:
QUAL A CONSEQUÊNCIA DO AUMENTO DO TECIDO
ADIPOSO MARROM NO CÂNCER?
• TAM: Associado ao aumento da expressão
da proteína desacopladora 1 (UCP1);
• UCP1 desacopla a respiração mitocondrial
na direção da termogênese, ao invés da síntese de ATP;
• Nessa processo a energia não é
aproveitada para a fosforilação do ADP (gerando ATP), mas sim para geração de calor.
• Resultado: Aumento da mobilização de
lipídio e GE
CACHEXIA & BROWN FAT: A BURNING ISSUE IN CANCER, 2016; A Switch from White to Brown Fat Increases Energy Expenditure in Cancer-Associated Cachexia, 2014
Dois mecanismos têm sido proposto
para explicar as alterações
metabólicas do Tecido Adiposo no
câncer :
1 – Alterações no Metabolismo de
Lipídios
por
Citocinas
Pró-Inflamatórias:
• Inibição da LPL;
• Ativação da LHS no tecido adiposo:
Ação TNF- alfa: ↑ RNAm LHS:
2xs no tecido adiposo de pacientes com câncer.
2 - Alterações no Metabolismo dos
Lipídios por Fatores Produzidos pelo
Tumor:
Todorov et al. (1998):
Isolaram, em urina de pacientes
com Ca e caquexia, o Fator de
Mobilização de Lipídios (FML)*
Como ocorre a lipólise do tecido
adiposo no câncer?
Membrana do adipócito Receptor beta-adrenérgico Hormônios lipolíticos Adenilato ciclase Proteína G ATP AMPc Proteína quinase Lipase hormônio sensível
MAG DAG TAG
Glicerol
Àcidos graxos Àcidos graxos Àcidos graxos Russel et al., 2002; Tisdale, 2004
FML
Utilização Dos Ácidos
Graxos Pela Célula
1 – Síntese de Energia:
o
AG (beta-oxidação na mitocôndria)
substrato para proliferação
da célula neoplásica e crescimento tumoral *;
*
Grandes áreas tumorais estão em hipóxia...2 – Síntese de fosfolipídios da
membrana celular
o
AG utilizado de maneira seletiva na
síntese de fosfolipídios das membranas de
células tumorais e de suas organelas
citoplasmáticas;
Estudos experimentais:
Algumas células neoplásicas apresentaram AGPI no perfil fosfolipídico da membrana celular e organelas (mitocôndrias
e REL, RER) com na taxa de colesterol nas membranas. Conseqüências:
-
Rigidez;
- Baixas taxas de peroxidação lipídica;
Quais as conseqüências de um menor
conteúdo de ácidos graxos
polinsaturados nos fosfolipídeos da
membrana celular?
A peroxidação de AGPI leva à formação de RL
aldeídos:
Afetam o ciclo celular
índice de
proliferação:
O menor conteúdo de AGPI nos
fosfolipídios da membrana das
células tumorais pode ser uma
característica adaptativa p/ reduzir a
produção de RL?
SIM!
Células de crescimento rápido têm baixo
conteúdo de AGPI na membrana:
Peroxidação desses AGPI leva à formação de
RL e aldeídos inibidores da progressão do ciclo
celular;
3 – Síntese de Eicosanóides:
• As células tumorais utilizam os lipídios disponiblizados para a síntese
de eicosanoids:
• Série par: crescimento e invasão tumoral;
3 – Síntese de Eicosanóides:
• COX: prostaglandinas e tromboxanos;
• LOX: ácidos monohidroperoxidoeicosateraenoicos (HPETEs), os ácidos
hidroxieicosatetraenoicos (HETEs) e os leucotrienos (LTs).
Eicosanóides estão envolvidos em diferentes etapas da
angiogênese: proliferação e migração de células endoteliais e
formação de capilares.
ACIDO GRAXO N-3
X
MEDIADORES DA RESPOSTA
INFLAMATÓRIA
*Predomínio FL Lipoxinas – estimula produção de superóxido pelos leucócitos, quimiotaxia Resolvinas: novos mediadores derivados no n-3:bloqueia síntese de citocinas inflamatórias e quimiocinas – efeito antiinflamatório
Ácido graxos n-3
X
EFEITOS DO N-3 NA EXPRESSÃO
GÊNICA
Schmitz & Eclear, 2008*
* *Impt dislipidemias
Fator de transcrição
Receptor ativado por proliferação de peroxisoma: fator de transcrição nuclear
Fator de transcrição lipogênico
QUAL MECANISMO DE AÇÃO
DO FATOR NUCLEAR
Sinais estimulatórios: citocinas pró-inflamatórias, infecções, quimiocinas, carcinógenos
Complexo IKK recebe sinais
estimulatórios e Fosforila IkB, ligado ao NFkB
NFkB
Rel A P50
IkB fosforilado é marcado p/ degradação por proteasoma, liberando os dímeros do NFkB que entram no núcleo
Os dímeros P50, RelA entram no núcleo mediando a
transcrição de vários genes Receptor celular Inflamação: COX2, iNOX,TNF, IL6 Citocinas, quimiocinas
Adaptado Karin & Greten, 2005
IMPORTANTE: O IkB É UMA SUBUNIDADE DE INIBIÇÃO
N-3 inibe diretamente a atividade do
NFkB;
EPA reduz a degradação
da
subunidade de inibição do NFkB , ou
seja, do
IkB
;
New aspects of the role of hydroxyeicosatetraenoic acids in cell growth and cancer development, 2009
Bloqueio NFkB:
a)
proliferação cels tumorais;
b) Favorecer a apoptose;
c) Cels + sensíveis ação fármacos
anti-neoplásicos
New aspects of the role of hydroxyeicosatetraenoic acids in cell growth and cancer development, 2009
OBRIGADA PELA ATENÇÃO DE VOCÊS!
“ Enquanto estivermos tentando estaremos felizes, pois a satisfação está no esforço, e não apenas na realização
final”
Mahatma Gandhi