• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE ODONTOLOGIA MÁRCIA SALES BARBOSA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE ODONTOLOGIA MÁRCIA SALES BARBOSA"

Copied!
46
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

MÁRCIA SALES BARBOSA

CONTROLE DE INFECÇÕES CRUZADAS EM RADIOLOGIA

ODONTOLÓGICA DIGITAL – PROPOSTA DE UM PROTOCOLO

BELO HORIZONTE 2012

(2)

MÁRCIA SALES BARBOSA

CONTROLE DE INFECÇÕES CRUZADAS EM RADIOLOGIA

ODONTOLÓGICA DIGITAL – PROPOSTA DE UM PROTOCOLO

Monografia apresentada ao Colegiado do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia.

Orientador: Prof. Evandro Neves Abdo

Belo Horizonte 2012

(3)
(4)
(5)

DEDICATÓRIA

A Deus pela presença constante em minha vida. A minha família e amigos pelo apoio e amor incondicionais e aos mestres pelo conhecimento transmitido.

(6)

AGRADECIMENTOS

A Deus, por se manifestar amorosamente a cada dia, fortalecendo e fazendo possível tudo aquilo que nos parece humanamente impossível. A ti meu Deus e Senhor louvores e glórias eternamente.

A meus pais, razão de minha existência, por tudo contribuírem para que esta caminhada tivesse êxito. Obrigada por tudo! Amo muito vocês!

A meus filhos, Matheus, Roberta e Tiago, por suportarem minhas ausências e colaborarem em tudo para que eu me mantivesse firme durante todo este curso, num tempo tão difícil para todos nós. Que Deus abençoem vocês abundantemente!

A todos meus irmãos, pelo apoio, carinho! Dora obrigada pela dica e mostrar que seria possível! Lú, a você minha eterna gratidão pela acolhida, despojamento enfim.

Ao Professor Dr. Evandro Neves Abdo, meu orientador, pela paciência, generosidade, acolhida e dedicação. Obrigada por tudo!

Aos professores: Ricardo, Mara Valadares, Tânia Pimenta e demais professores pelos conhecimentos científicos transmitidos e por caminhar conosco durante todo o curso com solicitude.

A todos os funcionários, em especial Cláudio e Luciana por pacientemente nos orientarem na clínica de radiologia com generosidade e prontidão.

Aos amigos da Cedoc e J & R pelo encorajamento, colaboração e generosidade cedendo inclusive o espaço físico para realização de etapas desta monografia.

Aos meus colegas, pelo carinho, força e incentivo e por partiharem com generosidade seus conhecimentos durante todo esse tempo. Que Deus os abençoe!

(7)

A Deus, o único sábio, por meio de Jesus Cristo, seja dada a glória para sempre.

(8)

RESUMO

É grande a importância da radiologia na obtenção de diagnósticos e para definição da estratégia de tratamento a ser adotada pelo dentista. Entretanto, para execução destes procedimentos é necessário que o profissional responsável pela radiografia manipule o filme na boca do paciente, ocasionando o contato da saliva com o equipamento e com o profissional também, que pode vir a gerar infecção cruzada nos pacientes e demais membros da equipe. Torna-se muito importante a utilização de equipamentos de proteção individual e barreiras protetoras como meios de prevenção da infecção cruzada. A biossegurança não deve ser negligenciada e vem sendo crescente a preocupação com sua utilização. Este trabalho procurou revisar os métodos de controle de infecção cruzada e protocolos de atendimento em clínicas de radiologia odontológica encontrados na literatura, objetivando minimizar a disseminação de microorganismos. Apresenta uma proposta de protocolo que venha atender as necessidades das clínicas e dos pacientes na proteção e controle da infecção cruzada na prática da radiologia odontológica digital.

.

(9)

ABSTRACT

It is of great importance in obtaining diagnostic radiology and strategy definition of treatment to be adopted by the dentist. However, for implementation of these procedures is necessary that the responsible professional to handle the film radiography in the patient´s mouth, causing the contact of saliva with the equipment and the professional as well, wich might cause cross-infection in patients and other team members. It is very important to use personal protective equipment and protective barriers as a means of preventing cross-infection. Biosecurity should not be neglected and has been increasing concern about its use. This study sought to review the methods os cross-infection control and clinical protocols in dental radiology clinics in the literature, aiming to minimize and spread of microorganisms. Proposes a protocol the will meet the needs of clinics and patients regarding the protection and control of cross-infection in the practice of digital dental radiology.

(10)

LISTA DE QUADROS

(11)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Operador devidamente paramentado... 25

Figura 2 Recobrimento das superfícies de apoio... 25

Figura 3 Recobrimento do aparelho de Raio-X... 26

Figura 4 Recobrimento dos filmes... 27

Figura 5 Aparelho de Raio-X panorâmico recoberto com PVC... 35

Figura 6 Aparelho de Raio-X panorâmico com batente de mordida recoberto com saco plástico... 35

Figura 7 Aparelho recoberto por PVC em região tocada pelo paciente... 36

Figura 8 Painel de controle do aparelho recoberto com PVC... 36

Figura 9 Instrumentos recobertos com PVC – A) Botão acionador de Raio-X; B) Botão disparador do Aparelho Intrabucal... 36

Figura 10 Sensores e psocicionadores com coberturas plásticas... 37

Figura 11 Cabeçote recoberto com PVC... 37

Figura 12 Profissional devidamente paramentado... 37

Figura 13 Preparação do profissional – A) lavagem das mãos com água e sabão; B) Secagem das mãos... 38

Figura 14 Paciente posicionada em aparelho panorâmico com coberturas plásticas... 38

Figura 15 A própria paciente remove a cobertura do batente de mordida e deposita na lixeira... 39

Figura 16 Avental de chumbo e protetor de tireoide manuseado sem luvas 39 Figura 17 Paciente posicionada para radiografia intrabucal... 39

Figura 18 Profissional disparando Raios-X – A) Aparelho intrabucal; B) Panorâmico... 40

(12)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AIDS = Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ANVISA = Agência Nacional de Vigilância Sanitária EPI = Equipamentos de Proteção Individual

HIV = Vírus da imunodeficiência humana SP = São Paulo

(13)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO... 12

2. OBJETIVOS... 14

3. METODOLOGIA... 15

4. REVISÃO DA LITERATURA... 16

4.1 PROCESSO DE CONTAMINAÇÃO E INFECÇÃO... 16

4.2 BIOSSEGURANÇA... 18 4.3 PROTOCOLOS CLÍNICOS... 22 5. DISCUSSÃO... 31 5.1 PROPOSTA DE PROTOCOLO... 33 6. CONCLUSÃO... 41 REFERÊNCIAS... 42

(14)

12

1. INTRODUÇÃO

A radiologia Odontológica e a imaginologia é uma especialidade extremamente valiosa na obtenção do diagnóstico e determinação das condutas clínicas que o profissional de saúde pode e deve lançar mão. Os procedimentos radiográficos representam uma ferramenta complementar para o diagnóstico das principais patologias da cavidade bucal. Durante a tomada radiográfica o profissional manipula o filme na cavidade bucal do paciente possibilitando o contato com a saliva e o sangue que podem ser transferidos para o equipamento.

O sangue e a saliva podem carregar grandes concentrações de vírus e bactérias patogênicas. Quando o controle da infecção cruzada é negligenciado, pode-se incorrer em grande risco de infecção em pacientes e demais pessoas da equipe odontológicas. Por isso é tão importante a utilização de meios de proteção, desde Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I) e barreiras protetoras para isolar o contato direto com equipamentos que devem ser previamente desinfectados (MARTONI; PINHEIRO, 2010).

A biossegurança é um conjunto de medidas organizadas que englobam elementos técnico, humano e ambiental no sentido de proteger os seres vivos e meio ambientes dos riscos envolvidos com a presença de agentes infecto-contagiosos. A preocupação com respeito à biossegurança aumentou muito com o surgimento dos primeiros casos de AIDS na década de 1970 (DINIZ et al., 2009).

Nos procedimentos radiográficos devem-se utilizar precauções universais, ou seja, utilizar métodos para proteção contra contaminação cruzada em todos os pacientes, pois todos são considerados passíveis de transmitir microorganismos.

Este trabalho pretende fazer uma incursão pela literatura disponível em relação aos métodos de controle de infecção cruzada em clínicas de radiologia, bem como exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Ministério da Saúde para uma prática dessa especialidade Odontológica que esmere na qualidade do exame a fim de contribuir com o diagnóstico e direcionar as condutas adequadas ao caso.

(15)

13

Da mesma forma que existe a preocupação na redução da dose de exposição ao paciente e profissional das radiações ionizantes, o profissional também deve estar atento as medidas de biossegurança para que não se exponha pacientes e equipe de profissionais a patologias durante um exame radiológico.

É importante a implantação de protocolos de controle de infecção na prática da radiologia odontológica, que pode proporcionar um atendimento seguro ao paciente e ao profissional que o atende.

A proposta é sugerir um protocolo de atendimento em clínicas de radiologia que se utilizam de equipamentos digitais na aquisição de suas imagens sem, contudo negligenciar o controle de infecção através de medidas e aparatos que evitem a disseminação de microorganismos.

(16)

14

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Apresentar através da revisão de literatura a necessidade da aplicação de protocolos para prevenção e combate de infecções de profissionais e pacientes na execução dos serviços de radiologia odontológica.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Como objetivos específicos este trabalho pretende:

a) Apresentar as características e formas de contaminação de pacientes e profissionais na execução da radiografia odontológica;

b) Apresentação das normas e legislação vigentes específicas da biossegurança em clínicas de radiologia e imaginologia.

c) Apresentação de um protocolo para prevenção e controle das infecções que podem ocorrer na execução de radiografias odontológicas digitais.

(17)

15

3. METODOLOGIA

Nesta Revisão de Literatura foram pesquisados artigos publicados em língua inglesa e portuquesa, a partir de 1985, além de livros técnicos. A busca foi feita com base nas seguintes palavras chave: Protocolo radiológico, Anvisa, Biossegurança em clínicas radiológicas. A pesquisa de artigos foi realizada através dos sites de busca: Medline, BBO, Lilac e constam nesta revisão 26 referências bibliográficas obtidas na Biblioteca da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais e no Portal Periódicos Capes.

(18)

16

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1 PROCESSO DE CONTAMINAÇÃO E INFECÇÃO

A contaminação cruzada é caracterizada pela “transmissão de agentes infecciosos entre pacientes e equipe dentro de um ambiente clínico” (BRASIL, 2006).

Nos procedimentos de radiologia odontológica são freqüentes os contatos com saliva, respingos de sangue, tecidos ou secreções. Assim sendo, a propagação de doenças infecciosas torna-se possível através de contaminação cruzada (PUTTAIAH et al. 1995).

O sangue e a saliva podem carregar grandes concentrações de vírus e bactérias patogênicas, podendo causar resfriados comuns, herpes, hepatite B, pneumonia e síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Quando negligenciado o controle da infecção cruzada, imprime-se risco a infecções em pacientes e demais pessoas da equipe odontológica (AMERICAN DENTAL ASSOCIATION, 1985).

Conforme Favero e Bond (1991), na radiologia odontológica as superfícies que entram em contato com as mucosas intactas e não penetram em áreas estéreis do corpo são classificadas como semicríticas, estas áreas requerem uma desinfecção de alto nível, sendo melhor esterelizá-las à medida do possível.

A saliva deve ser considerada como um material potencialmente infeccioso na transmissão de patógenos de origem sanguínea. Durante a obtenção da radiografia, existe grande possibilidade de contaminação. Por isso, torna-se necessário a utilização de equipamentos de proteção individual e a correta manipulação dos materiais contaminados, outra recomendação importante é a descontaminação de instrumentos e superfícies que estiveram expostas à saliva. Caso não sejam gerados aerosóis na obtenção da radiografia não é necessária a utilização de aventais impermeáveis, mangas longas, óculos e máscara. Entretanto, em caso de atendimento à pacientes com infecções respiratórias e problemas com engasgo é recomendável o uso do avental, máscara e óculos (LANGLAND; LANGLAIS, 2002).

Segundo Bartolini et al. (2003), nos procedimentos rotineiros de radiologia oral não se torna necessário o uso de gorros, mangas longas, máscaras ou óculos

(19)

17

protetores. Porém, segundo os autores, um dos procedimentos mais importantes para a prevenção da transmissão de doenças é a lavagem das mãos. Os operadores devem lavar as mãos antes e depois do atendimento ao paciente.

Um método simples para controle de infecção nos filmes são as barreiras. As embalagens devem ser cuidadosamente abertas, com a utilização de luvas. Para o transporte até o processamento o filme deve ser seco em papel toalha ou dentro de um copo de papel (BARTOLONI et al., 2003).

O equipamento utilizado para a radiografia digital é um receptor, uma central de processamento, teclado, monitor, impressora e móveis, itens que podem ser contaminados com aerosóis e respingos, portanto, devem ser protegidos, normalmente por uma barreira plástica, observando-se a necessidade de ventilação dos equipamentos (BARTOLONI et al., 2003).

De acordo com White (2007), é muito grande o potencial de contaminação cruzada em radiografias odontológicas para os pacientes e profissionais da saúde. O contato com a boca do paciente, filmes e posicionadores contaminados com saliva podem contaminar a mão do operador, assim, o operador pode transmitir esta contaminação ao manusear o cabeçote e o cilindro localizador, como também o painel de controle do equipamento de Raios-X. A contaminação pode ocorrer também no manuseio de envoltórios de filmes ao serem abertos e processados na câmara escura.

Durante a radiografia o profissional manipula o filme na cavidade bucal do paciente possibilitando o contato com saliva e sangue que podem ser transferidos para o tubo de Raios-X, disparador, manga da câmara escura e soluções reveladoras. Infecções cruzadas podem acontecer durante todas essas fases do processamento radiográfico. Existem algumas alternativas para o controle da contaminação durante a radiografia odontológica, tais como utilização de desinfetantes, barreiras de proteção e sobre-luva. Alguns estudos mostram a necessidade da utilização simultânea desses três métodos de proteção para alcançar níveis aceitáveis de contaminação. A remoção de resíduos da cavidade bucal e a secagem do filme também são procedimentos que auxiliam na redução microbiana. São poucos trabalhos que se preocuparam em quantificar a microbiota existente nas regiões passiveis de contaminação durante a tomada e processamento radiográfico (MARTONI; PINHEIRO, 2010).

(20)

18

Em seus estudos, Martoni e Pinheiro (2010), procuraram quantificar o total de bactérias anaeróbicas e aeróbicas viáveis no tubo de raios-x, disparador, manga da câmara escura, soluções reveladoras assim como a eficiência do desinfetante, barreira de proteção e luva descartável no controle desta microbiota. Concluíram que a característica da cepa microbiana, aeróbica ou anaeróbica, influencia na contaminação microbiana durante as tomadas radiográficas e a utilização do álcool associado com as barreiras mecânicas está indicado para redução dessa microbiota.

As medidas de biossegurança têm sido vencidas pelos micro-organismos, o que coloca em risco profissionais e pacientes. Alguns profissionais da radiologia odontológica não têm o devido cuidado com a biossegurança (SANTOS et al., 2011).

Existe um risco potencial de infecção cruzada na radiologia devido ao contato do operador com os equipamentos. A pressa e a negligencia do operador com a desinfecção do aparelho de Raios X são responsáveis por aumentar este risco (SANTOS, et al., 2011).

Em suas pesquisas Santos et al. (2011) isolaram fungos de equipamentos radiológicos de diversos consultórios odontológicos. As coletas foram realizadas nas superfícies dos equipamentos após os procedimentos rotineiros. Foram identificadas 17 espécies de fungos, sendo os mais frequentes: Candida albicans, Aspergillus Níger, Cladosporium cladosporioides e Cladosporum oxysporum.

Estas espécies são potencialmente patogênicas, sendo que os equipamentos servem de reservatório e vetor, representando um alto risco de infecção cruzada (SANTOS et a., 2011).

4.2 BIOSSEGURANÇA

Os profissionais da área da saúde, e em especial os cirurgiões dentistas, constituem um grupo de alto risco quando relacionados às enfermidades infecciosas. É por isso que se deve aplicar a todos pacientes as normas de biossegurança que se baseiam em aplicar as medidas máximas de desinfecção, assepsia, esterilização

(21)

19

e proteção do profissional e equipe, para que sejam evitadas as enfermidades de risco profissional e outras infecções cruzadas (GRANILLO et al.,1998).

A inobservância dos requisitos técnicos e sanitários configura infração de natureza sanitária, sujeitando o infrator a processos e penalidades previstos na legislação vigente, sem prejuízo das responsabilidades civis e penais cabíveis, de acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL,1998).

É muito importante o estabelecimento de critérios e métodos de biossegurança destinados ao ambiente odontológico. Os problemas relacionados ao controle de infecções na radiologia odontológica associam-se diretamente a técnica e ao processamento radiográfico dos filmes intra e extrabucais (LINO et al., 2002).

A aplicação dos princípios de biossegurança é uma obrigatoriedade. Deve ser realizada com o intuito de evitar a contaminação do aparelho, do operador e do paciente. Uma vez o profissional trazendo consigo microorganismos ocorrerá a contaminação de todas as superficies por ele tocadas (LINO et al., 2002).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Ministério da Saúde, através da portaria MS/SVS nr. 453 de 01.06.1998 aprovaram um Regulamento Técnico estabelecendo as diretrizes básicas da proteção nos radiodiagnósticos odontológicos e sobre a utilização de aparelhos de Raios X em todo o território nacional, conforme a seguir:

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico "Diretrizes de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico", parte integrante desta Portaria, que estabelece os requisitos básicos de proteção radiológica em radiodiagnóstico e disciplina a prática com os raios-x para fins diagnósticos e intervencionistas, visando a defesa da saúde dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do público em geral.

Art. 2º Este Regulamento deve ser adotado em todo território nacional e observado pelas pessoas físicas e jurídicas, de direito privado e público, envolvidas com a utilização dos raios-x diagnósticos.

Art. 3º Compete aos órgãos de Vigilância Sanitária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios o licenciamento dos estabelecimentos que empregam os raios-x diagnósticos, assim como a fiscalização do cumprimento deste Regulamento, sem prejuízo da observância de outros regulamentos federais, estaduais e municipais supletivos sobre a matéria.

Art. 4º A inobservância dos requisitos deste Regulamento constitui infração de natureza sanitária nos termos da Lei 6.437, de 25 de agosto de 1977, ou outro instrumento legal que venha a substituí-la,

(22)

20

sujeitando o infrator ao processo e penalidades previstas, sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis.

Art. 5º As Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal devem implementar os mecanismos necessários para adoção desta Portaria, podendo estabelecer regulamentos de caráter suplementar a fim de atender às especificidades locais.

Parágrafo único. Os regulamentos estaduais e/ou municipais sobre esta matéria devem ser compatibilizados de forma a observar os requisitos do Regulamento aprovado por esta Portaria.

Art. 6º Todos os serviços de radiodiagnóstico devem manter um exemplar deste Regulamento nos seus diversos setores que empregam os raios-x diagnósticos.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor a partir da data de sua publicação, revogando as disposições em contrário.

Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a maior responsabilidade sobre o controle de agentes perigosos é do profissional, que entende os riscos e conhece os mecanismos de controle, como foi citado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2003).

As precauções universais são normas que visam o controle de infecções e também proteger os trabalhadores da exposição à doenças que podem ser contraídas a partir do contato com o sangue e fluidos corpóreos. É sabido que todo sangue e saliva humanos são considerados como infectados por vírus, como o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e o vírus da Hepatite B (WHITE, 2007).

Assim, todos os indivíduos devem ser protegidos e estarem sujeitos aos métodos para proteção contra contaminação cruzada (Quadro 1). A divulgação do uso das precauções universais pela American Dental Association e os Centers for Disease Control and Prevention ocorre devido ao fato de que muitos pacientes desconhecem serem portadores de doenças infecciosas ou muitas vezes não revelam esta condição ao fazerem exames radiográficos (WHITE, 2007).

(23)

21

PONTOS ESSENCIAIS PARA CONTROLE DE INFECCÇÃO RADIOGRÁFICO

1) Usar luvas durante os procedimentos radiográficos 2) Desinfetar e cobrir o aparelho de Raios X, superfícies de trabalho, cadeira e avental

3) Esterilizar instrumentos não descartáveis

4) Usar barreiras protetoras para filmes (sensores) ou recipiente descartável

5) Prevenir contaminação do equipamento de processamento

Quadro 1 – Controle de Infecção Fonte: WHITE (2007, p. 116)

A biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental importância em serviços de saúde. Existe a necessidade de proteção tanto de pacientes, profissionais e da equipe de trabalho, há a necessidade de observar o conhecimento de acadêmicos de Odontologia para melhor definir diretrizes de biossegurança em ambiente radiológico, a fim de evitar exposições excessivas aos raios-x e, também, coibir infecções cruzadas (DINIZ et al., 2009).

Em um estudo executado por Diniz et al. (2009) observaram que 90% dos acadêmicos são preocupados com a biossegurança, dos quais 55% admitiram desconhecer o tipo de desinfetante utilizado para controle de infecção. Os resultados da investigação em relação à proteção radiológica, mostraram que 94% dos acadêmicos estavam preocupados com os efeitos da radiação ionizante, 76% tinham conhecimento quanto à necessidade de modificar tempo de exposição, segundo área e idade do paciente, porém 59% não sabiam que filme utilizar. Concluíram que protocolos acadêmicos tanto de controle de infecção como de radioproteção são sugeridos a fim de minimizar os riscos a que estão expostos os profissionais e pacientes.

Conforme Silva et al. (2003), a transmissão de doenças infecciosas ocorre na radiologia odontológica devido a contaminação dos equipamentos radiográficos e do material para tomada e processamento das radiografias intrabucais que, a todo momento, podem contaminar as mãos do operador e os locais por ele tocados.

(24)

22

Em seu estudo, Silva et al. (2003) verificaram a contaminação nas áreas de maior contato entre operadores e equipamentos radiográficos. Trezentos e vinte e cinco amostras de locais diferentes de dezessete equipamentos foram coletadas após procedimentos rotineiros de atendimento a pacientes na clínica, com o objetivo de identificar diferentes microrganismos. Os resultados comprovaram que os equipamentos radiográficos são igualmente contaminados, apresentando índices de 50%, em média, de contaminação microbiológica, e que a contaminação foi diferente entre os grupos de microrganismos. O maior índice de contaminação foi por Staphylococcus (50%), o menor índice por Bacilos Gram negativos (6%). Leveduras do gênero Candida e Estreptococos do grupo mutans apresentaram contaminações equivalentes (30%).

4.3 PROTOCOLOS CLÍNICOS

O Ministério da Saúde recomenda a higienização prévia da boca do paciente, através de escovação ou bochecho, citando a redução de contaminação em no mínimo 50% (BRASIL, 1996).

Carvalho e Papaiz (1999) estudando a redução e eliminação de microorganismos presentes durante as tomadas radiográficas, destacaram que a prevenção da transmissão de doenças é responsabilidade do operador, assim como manter a assepsia durante todas as tomadas radiográficas e o processamento radiográfico. Concluiram que se utilizando de técnicas apropriadas de esterilização e ou desinfecção, métodos protetores e medidas protetoras para o operador, pode-se garantir um ambiente seguro para ambos.

Galvão (1999) afirmou que o não cumprimento das regras de biossegurança pode gerar riscos evitáveis de contaminação e conseqüentes repercussões éticas, administrativas, legais e civis. Visando-se evitar estas situações, a equipe deve estar treinada, ser supervisionada, além de utilizar a técnica e equipamentos adequados de forma correta. Todos os membros da equipe devem conhecer as regras de biossegurança e promover reciclagem destes conhecimentos em cursos e palestras. As rotinas estabelecidas tais como os ciclos de esterilização e de processamento do

(25)

23

lixo contaminado devem ser padronizadas. Alertaram para o fato que todas as notas fiscais de equipamentos e materiais de consumo voltados para biossegurança devem ser arquivadas.

O Manual de condutas, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2000) recomendou a higienização prévia da boca do paciente mediante escovação ou bochecho com digluconato de clorexidina a 0,12% ou água oxigenada 10 volumes (v) diluída na proporção 1:2, reduzindo a contaminação em no mínimo 50%.

Segundo recomendação de Jorge (2002), bochechos com antissépticos antes do atendimento do paciente representa medida eficaz para diminuir a quantidade de microorganismos da cavidade bucal, podendo reduzir de 50 a 75%. Para esse procedimento o autor sugeriu gluconato de clorexidina (0,12% a 0,2%) e água oxigenada a 10 v.

Segundo Costa (2002), os “EPIs”, são equipamentos de uso estritamente pessoal. Utilizados para prevenir e / ou minimizar acidentes. São regulamentados pela portaria nº 3.214/78 NR6, do Ministério do Trabalho que provê distribuição gratuita desses equipamentos cabendo ao trabalhador usá-los e conservá-los. Esses equipamentos são avental não cirúrgico, gorro, máscara, óculos, sapatilhas ou sapato próprio do consultório, luvas, avental cirúrgico, isolamento absoluto e campos para o individuo.

Segundo Mocellin (2002), biossegurança é um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino e desenvolvimento tecnológico e prestação de serviço, riscos que podem comprometer a saúde do homem animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

Silva et al. (2003) submeteram à análise microbiológica 325 amostras das superfícies de 17 aparelhos de Raios X utilizados nas clínicas do Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté /SP após o atendimento aos pacientes. Em média, 50% dos equipamentos apresentaram contaminação por algum microorganismo, sendo estafilococos (50%), estreptococos bucais e as leveduras do gênero Cândida (30%), evidenciando a presença de microorganismos da cavidade bucal, uma vez que estes estão frequentemente presentes na boca e na saliva. Os bacilos gram-negativos (coliformes) foram os microorganismos menos encontrados (6%). Observaram que algumas áreas têm um maior potencial de infecção cruzada, sendo consideradas essas áreas aquelas de maior contato entre o operador e os

(26)

24

equipamentos, tais como o cabeçote do aparelho de Raios X, o cilindro localizador, painel de controle, botão disparador, câmara escura, soluções de processamento radiográfico e aventais de proteção.

O potencial para contaminação cruzada em radiografias bucais é muito alto, mas usando práticas de controle de infecção efetiva pode-se proteger a equipe e o paciente. De acordo com os autores os microorganismos encontrados em equipamentos que envolvem processos radiográficos permanecem viáveis, no mínimo, por 48 horas (BATOLONI et al., 2003).

Danda et al. (2006) mostraram que medidas para proteção da equipe de trabalho devem ser tomadas com o intuito de aumentar a resistência da mesma e decrescer o número de microorganismos. No entanto, avaliando as medidas para o controle de infecção, verificaram que em 40 % das clínicas estudadas de radiologia odontológica, as papeletas que acompanhavam os pacientes com seus dados pessoais e identificação eram manuseadas com luvas contaminadas pelos operadores durante os procedimentos, implicando em uma possível disseminação coletiva e, por conseguinte, dos respectivos familiares.

Conforme White (2007), os serviços odontológicos devem possuir uma política por escrito (protocolo) onde as práticas de controle da infecção sejam descritas, sendo importante que uma pessoa ligada ao serviço seja responsável em implementar os procedimentos definidos e elencar treinamento e educação para os demais membros da equipe.

Ainda de acordo com White (2007), são explicados os itens essenciais para controle da infecção radiográfica, conforme a seguir:

a) Usar luvas durante os procedimentos radiográficos

As luvas devem ser colocadas após a acomodação do paciente e após a lavagem das mãos. É um procedimento que deve ser feito, a medida do possível, na frente do paciente e as luvas devem ser descartáveis. As cartelas de luvas devem ser mantidas distantes de fontes de contaminação e não serem manuseadas durante o procedimento do exame radiográfico.

(27)

25

Figura 1 – Operador devidamente paramentado Fonte: SHIMURA, 2007, p. 52

b) Desinfetar e cobrir o aparelho de Raios X, superfícies de trabalho, cadeira e avental

A prevenção da contaminação cruzada pode ser alcançada através da desinfecção de todas as superfícies e por coberturas protetoras suficientemente capazes de isolar os equipamentos do contato direto. Apesar das coberturas protetoras contribuirem muito no controle da contaminação, é necessário que seja feita a limpeza e desinfecção efetiva das superfícies. Havendo falha na superfície protetora o operador pode ficar tranquilo, uma vez que as superfícies acidentalmente expostas estão limpas e desinfectadas (WHITE, 2007).

Figura 2 – Recobrimento das superfícies de apoio Fonte: SHIMURA, 2007, p. 57

(28)

26

Figura 3 Raio-X

Fonte: SHIMURA, 2007, p. 54

) Esterilizar instrumentos não descartáveis

tetores e somente serem daí retirados imediatamente antes do uso (WHITE, 2007).

) Usar barreiras protetoras para filmes (sensores) ou recipiente descartável

vem ser separados e não serem manuseados por alguém com luvas contaminadas.

– Recobrimento do aparelho de

c

Os posicionadores devem ser esterilizados a vapor sob pressão em uma autoclave ou por exposição com gás óxido de etileno. Os instrumentos plásticos devem ser lavados com água e sabão e bem enxaguados antes da esterilização. Os blocos de mordida devem ser descartados. Após a esterilização devem ser colocados em sacos pro

d

É importante separar a quantidade de filmes necessários para o procedimento, evitando a contaminação de todos os filmes da embalagem. Estes filmes descontaminados de

(29)

27

Figura 4 – Recobrimento dos filmes Fonte: SHIMURA, 2007, p. 58

e) Prevenir contaminação do equipamento de processamento

Após a realização de todas as exposições, os filmes descontaminados devem ser levados para a câmara escura, quebrando assim a cadeia de infecção, uma vez que somente filmes limpos serão colocados nas soluções de processamento (WHITE, 2007).

A seguir é apresentado o Protocolo sugerido por Shimura (2007):

Para início dos trabalhos o operador deve estar paramentado com equipamento de proteção individual (EPI):

¾ Touca

¾ Luva de procedimento descartável ¾ Máscara descartável

¾ Avental

Para o Controle de infecção cruzada a cada paciente a ser atendido devem ser seguidas as seguintes orientações:

¾ Todas as superfícies tocáveis são limpas e descontaminadas com álcool 70% antes de iniciar os atendimentos do dia;

(30)

28

¾ O aparelho de raios-x intra-oral deve ser recoberto com saco plástico de tamanho adequado ao aparelho. As outras superfícies tocáveis do aparelho devem ser recobertas com filme de PVC;

¾ Recobrir apoio de braço e encosto de cabeça com saco plástico ou touca descartável;

¾ Recobrir com saco plástico de tamanho adequado o botão acionador; ¾ O bloco de mordida deverá ser limpo e descontaminado com álcool

70% antes do início do atendimento e recoberto com barreira plástica que deverá ser trocado a cada paciente;

¾ O apoio do mento e frontal deverá ser descontaminado com álcool 70% e recobertos com barreiras plásticas;

¾ As olivas do cefalostato deverão ser descontaminadas com álcool 70% e recobertas com PVC;

¾ O avental de chumbo e colarinho de chumbo devem ser descontaminados com álcool 70% sempre que houver necessidade; ¾ Superfícies de apoio devem ser limpas e descontaminadas com álcool

70% antes do início do atendimento;

¾ Recobrir as maçanetas das portas com saquinho plástico de tamanho adequado;

¾ Os filmes ( periapical, interproximal e oclusal) devem ser embalados em saquinhos plásticos e lacrados com auxílio de uma seladora. Após a exposição, o protetor plástico deve ser removido sem encostar a luva contaminada no filme que deve ser colocado em um copo descartável limpo. Sendo assim o filme poderá ser processado sem o uso de luvas; ¾ Sensores de placa de fósforo devem ser recobertos com barreiras que

são fornecidas pelo fabricante;

¾ O teclado do computador, o monitor e CPU se possível, cobrir com filme plástico de PVC e devem ser utilizados sem luvas e com as mão descontaminadas.

O protocolo sugerido por Tavano (2009) tem como objetivo a obtenção de radiografias intrabucais com risco mínimo de contaminação cruzada. Ele propõe o seguinte:

(31)

29

2) Proteger com plástico PVC ou fazer a desinfecção com produtos químicos (álcool 70%) os equipamentos classificados de não críticos, após cada atendimento:

a) Aparelhos de raios X nas seguintes regiões: braço articulado, cabeçote, localizador e controle de exposição;

b) Cadeira odontológica no encosto de cabeça, controles de altura e inclinação;

c) Aventais de borracha plumbífera e protetor de tireóide.

3) O profissional deve lavar as mãos e sem luvas deverá:

a) Ajustar o encosto de cabeça e a cadeira de acordo com a técnica radiográfica;

b) Solicitar ao paciente remover próteses e aparelhos removíveis; c) Colocar o avental de chumbo e o protetor de tireóide;

d) Selecionar o tempo de exposição de acordo com região , técnica , tipo de filme, KVP,m As e distância foco filme;

e) Solicitar que o paciente faça bochecho com Periogard ou solução equivalente por 30 segundos.

4) O profissional (s) deve lavar e secar as mãos de acordo com as normas e deve colocar os equipamentos de proteção individual.

5) Os filmes devem estar embalados com PVC e colocados em local livre de contaminação. Separar a quantidade certa de filmes para o exame a ser realizado. Colocar o filme no posicionador e recobrí-lo com saco plásticos e levá-lo à boca do paciente, posicionar o aparelho de raios X e fazer o disparo;

6) Após a exposição remover o posicionador pela haste e entregá-lo a auxiliar que deverá segurá-lo pelo anel e com uma pinça estéril, retira o filme do posicionador e coloca-lo em superfície estéril e deverá descartar a embalagem em lixo séptico junto com as luvas e barreiras utilizadas nos equipamentos;

(32)

30

7) Não havendo auxiliar, o profissional deve trocar de luvas entre o atendimento e o processamento ou usar 2 pares de luvas, descartando o primeiro após atender o paciente e usando o segundo para o processamento;

8) Nas clínicas que utiliza o sistema digital deve-se fazer o bochecho com periogard ou solução equivalente, utilizar barreiras plásticas nos sensores e no posicionador que devem ser descartados no final . Nos sistemas do tipo placa de fósforo foto-ativada, o sensor passa por um scanner devendo utilizar manobras semelhantes à da caixa de processamento portátil, para evitar a contaminação cruzada no equipamentos de escaneamento;

9) Os materiais utilizados nos exames radiográficos e que são considerados resíduos devem ter seu descarte, tratamento de acordo com protocolo do Programa de Gerenciamento de Resíduos Odontológicos(PGRO) e do Programa de Reciclagem de Resíduos (PRR).

(33)

31

5. DISCUSSÃO

Conforme Favero e Bond (1991), na radiologia odontológica as superfícies que entram em contato com as mucosas intactas e não penetram em áreas estéreis do corpo são classificadas como semicríticas, estas áreas requerem uma desinfecção de alto nível, sendo melhor esterilizá-las à medida do possível.

Segundo Bartolini et al. (2003), nos procedimentos rotineiros de radiologia oral não se torna necessário o uso de gorros, mangas longas, máscaras ou óculos protetores. Porém, segundo os autores, um dos procedimentos mais importantes para a prevenção da transmissão de doenças é a lavagem das mãos. Os operadores devem lavar as mãos antes e depois do atendimento ao paciente.

De acordo com White (2007), é muito grande o potencial de contaminação cruzada em radiografias odontológicas para os pacientes e profissionais da saúde.

Existe um risco potencial de infecção cruzada na radiologia devido ao contato do operador com os equipamentos. A pressa e a negligencia do operador com a desinfecção do aparelho de Raios X são responsáveis por aumentar este risco (SANTOS, et al., 2011).

Os profissionais da área da saúde, e em especial os cirurgiões dentistas, constituem um grupo de alto risco quando relacionados às enfermidades infecciosas (GRANILLO et al.,1998).

É muito importante o estabelecimento de critérios e métodos de biossegurança destinados ao ambiente odontológico. Os problemas relacionados ao controle de infecções na radiologia odontológica associam-se diretamente a técnica e ao processamento radiográfico dos filmes intra e extrabucais (LINO et al., 2002).

A biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental importância em serviços de saúde. Existe a necessidade de proteção tanto de pacientes, profissionais e da equipe de trabalho, há a necessidade de observar o conhecimento de acadêmicos de Odontologia para melhor definir diretrizes de biossegurança em ambiente radiológico, a fim de evitar exposições excessivas aos raios-x e, também, coibir infecções cruzadas (DINIZ et al., 2009).

Conforme Silva et al. (2003), a transmissão de doenças infecciosas ocorre na radiologia odontológica devido a contaminação dos equipamentos radiográficos e do material para tomada e processamento das radiografias intrabucais que, a todo momento, podem contaminar as mãos do operador e os locais por ele tocados

(34)

32

Segundo recomendação de Jorge (2002), bochechos com antissépticos antes do atendimento do paciente representa medida eficaz para diminuir a quantidade de microorganismos da cavidade bucal.

Danda et al. (2006) mostraram que medidas para proteção da equipe de trabalho devem ser tomadas com o intuito de aumentar a resistência da mesma e decrescer o número de microorganismos.

Conforme White (2007), os serviços odontológicos devem possuir uma política por escrito (protocolo) onde as práticas de controle da infecção sejam descritas. Sendo importante que uma pessoa ligada ao serviço seja responsável em implementar os procedimentos definidos e elencar treinamento e educação para os demais membros da equipe.

Um protocolo realizável seria a proposta desta monografia, sem os excessos de medidas que na prática não se tornam possíveis ou viáveis.

Investir em tecnologia através dos mais modernos equipamentos de obtenção de imagens para diagnóstico,negligenciando portanto medidas de biossegurança seria um retrocesso.Avançar em qualidade e propiciar com o diagnóstico a condução de casos clínicos é o que se deseja realizar, devendo-se também avançar em esforços e aparatos para que profissionais, equipe e pacientes sejam resguardados de contaminações evitáveis para todos.

O uso de equipamento de proteção individual (EPI), seria uma medida simples que muito colabora no atendimento, sobretudo o uso de luvas e seus descarte a cada paciente. É uma medida utilizável e que mostra organização e cuidado da equipe por ela mesma e pelo paciente que a tudo está atento.

A portaria 453 foi citada neste trabalho visando mostrar assim como a Agência de Vigilância Sanitária estabelece diretrizes básicas para o atendimento com Radiações ionizantes, ela também estabelece condutas que venham garantir a defesa da saúde de cada paciente em um estabelecimento de radiodiagnóstico, não somente em relação a radiação em si mas também com relação a disseminação de microorganismos quando da realização dos exames.Assim como ter uma cópia da portaria dentro da clínica não é garantia de seu cumprimento, embora seja uma exigencia da ANVISA, deve partir do senso de responsabilidade pelo outro;assim também se faz necessário quando se refere a biossegurança pois é o que com certeza os usuários esperam de cada profissional ao solicitar seus seviços.

(35)

33

Quanto ao uso de bochechos antes do atendimento, recomendado pelo Ministério da Saúde, e com comprovada eficácia, parece pouco prático em uma clínica de um volume maior de atendimentos tanto com relação ao aumento de despesas quanto por ter um funcionário atento a essa proposta.

A desinfecção dos equipamentos e a cobertura com proteção plástica é uma medida que muito colabora para evitar a infecção cruzada. Porém o uso do PVC é de difícil manipulação sobretudo quando há uma grande demanda de atendimentos, por isso não parece viável a troca a cada paciente quando utilizados nos equipamentos de raios X.

Recobrir com plásticos o avental de chumbo e protetor de tireóide é uma medida desejável mas não realizável, a sugestão seria sua desinfecção quando necessário e evitar tocar com as mãos contaminadas.

A seguir, segue uma proposta de protocolo para atendimento em clínicas que utilizam aparelhos digitais na aquisição de suas imagens, objetivando o controle de infecções entre equipe de profissionais e pacientes através do uso de aparatos e medidas para minimizar a disseminação de microorganismos.

5.1 PROPOSTA DE PROTOCOLO

Protocolo para atendimento em clínicas de radiologia odontológica digital, visando o controle de infecção cruzada e padronização do atendimento junto a toda equipe de profissionais que executam o serviço de radiodiagnóstico protegendo assim paciente e profissionais. É apresentada a parte descritiva do protocolo e logo em seguida fotografias para melhor visualização dos procedimentos.

1. Toda a equipe de profissionais que executam os exames da clinica de radiologia odontológica deve estar devidamente paramentada com Equipamento de Proteção Iindividual (avental, gorro, máscara e luvas no momento de posicionar o paciente).

2. Todos os equipamentos de raios-x (intra bucais e extra-bucais) deverão ser desinfectados com álcool 70% e recobertos com filmes de PVC em todas as superfícies que serão tocadas pelo profissional e pelo paciente,

(36)

34

os posicionadores e os sensores para radiografias intrabucais devem ser recobertos com sacolinhas plásticas de tamanho adequado a ambos. 3. O paciente deve ser cadasdrado na recepção e sua papeleta deve ser

colocada em local visivel ao profissional que executará o exame, evitando tocá-lo quando estiver com luvas.

4. Cumprimentar o paciente e pedir que o mesmo remova objetos metálicos, próteses, óculos, piercing e outros objetos que possam interferir na obtenção de uma radiografia de qualidade.

5. Posicionar o paciente de acordo com o tipo de radiografia, sendo:

Radiografias extrabucais - colocar o paciente próximo ao aparelho e protegê-lo com o avental de chumbo. O profissional deverá lavar as mãos com água e sabão e colocar as luvas posicionado o paciente de acordo com a técnica. Nas radiografias panorâmicas os pacientes devem morder o posicionador envolto em sacola plástica e após o exame o próprio paciente remove a proteção plástica que deve ser colocada em lixeira para material contaminado. Nas telerradiografias o paciente deverá ser posicionado no equipamento já recoberto com as coberturas nos posicionadores auriculares e frontais. O profissional não deverá tocar teclado e mouse com mãos enluvadas,ou outro profissional processa a imagem ou o próprio profissional deverá remover as luvas contaminadas e lavar as mãos para tocar nestes equipamentos.

Radiografias intrabucais - colocar o paciente na cadeira na posição adequada à técnica e colocar o avental de chumbo e protetor de tireíde. O profissional deverá lavar as mãos, calçar as luvas e colocar o posicionador e sensores já previamente recobertos com as coberturas plásticas na cavidade bucal do paciente na região desejada. Disparar os raios-x, retirar o posicionador com o sensor remover todas as coberturas contaminadas e depositá-las em lixeira para material contaminado, remover as luvas e também depositá-las nas lixeiras para material contaminado,lavar as mãos e processar as imagens no computador.Os computadores para processamento das imagens deverão ser tocados sem luvas e com mãos previamente lavadas.Após a aquisição da imagem radiográfica de qualidade desejada, retirar o avental de chumbo e protetor de tireóide e acompanhar o paciente até a recepção.

(37)

35

As coberturas plásticas para sensores, posicionadores devem ser trocados a cada paciente atendido. Quanto às coberturas para as superfícies que serão tocadas como cabeçote e painel de controle a proposta é que depois de tocados com mãos enluvadas deve-se desinfectá-los com alcool 70%, pois trocá-los a cada paciente torna-se inviável pela dificuldade para colocar o PVC, principalmente quando se tem grande quantidade de pacientes a serem atendidos.

A seguir são apresentadas fotografias ilustrando os procedimentos.

Foto 5 – Aparelho de Raio-X panorâmico recoberto com PVC Fonte: arquivo da autora (2012)

Foto 6 – Aparelho de Raio-X panorâmico com batente de mordida recoberto com saco plástico

(38)

36

Foto 7 – Aparelho recoberto por PVC em região tocada pelo paciente Fonte: arquivo da autora (2012)

Foto 8 – Painel de controle do aparelho recoberto com PVC Fonte: arquivo da autora (2012)

Foto 9 – Instrumentos recobertos com PVC – A) Botão acionador de Raio-X; B) Botão disparador do Aparelho Intrabucal

(39)

37

Foto 10 – Sensores e posicionadores com coberturas plásticas Fonte: arquivo da autora (2012)

Foto 11 – Cabeçote recoberto com PVC Fonte: arquivo da autora (2012)

Foto 12 – Profissional devidamente paramentado Fonte: arquivo da autora (2012)

(40)

38

Foto 13 – Preparação do profissional – A) Lavagem da mãos com água e sabão; B) Secagem das mãos

Fonte: arquivo da autora (2012)

Foto 14 – Paciente posicionada em aparelho panorâmico com coberturas plásticas Fonte: arquivo da autora (2012)

(41)

39

Foto 15 – A própria paciente remove a cobertura do batente de mordida e deposita na lixeira Fonte: arquivo da autora (2012)

Foto 16 – Avental de chumbo e protetor de tireóide manuseado sem luvas Fonte: arquivo da autora (2012)

Foto 17 – Paciente posicionada para radiografia intrabucal Fonte: arquivo da autora (2012)

(42)

40

Foto 18 – Profissional disparando Raios-X A) aparelho intrabucal; B) Panorâmico Fonte: arquivo da autora (2012)

(43)

41

6. CONCLUSÃO

Após a revisão de literatura pode-se concluir que:

A. Nos procedimentos de radiologia odontológica são frequentes os contatos com saliva, respingos de sangue, tecidos ou secreções. Assim sendo, a propagação de doenças infecciosas torna-se possível através de contaminação cruzada;

B. Foram apresentados alguns protocolos importantes para o controle e prevenção de infecção cruzada;

C. Foi proposto um protocolo para controle e prevenção de infecção cruzada em clínicas de radiologia odontológica digital, visando padronizar procedimentos e proteger pacientes e equipe de profissionais, Sugere-se que toda equipe tenha acesso ao protocolo e seja treinada previamente, para que produza no ambiente da clínica o que se propõe: controlar a disseminação de microorganismos entre pacientes e equipe de trabalho.

(44)

42

REFERÊNCIAS

AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. Council on Dental Therapeutics, Council on Prosthetic Services and Dental Laboratory Relations. Guidelines for infection control in the dental office and the commercials tutel laboratory. J. Am. Assoc., v. 100, p. 969-972, jun., 1985.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria MS/SVS, n. 453 de 01 de junho de 1998. Disponível em <http:/www.anvisa.gov.br/legis/portarias>. Acesso em 10 de março de 2012.

BARTOLONI, J.A.; CHARLTON, D.G.; FLINT, D.J. Infection control practices in dental radiology. Gen Dental, v. 51, n. 3, p. 264-71, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos. Brasília: Editora MS, Brasília, DF, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços Odontológicos: prevenção e controle de risco – Fluxo e processamento de artigos, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Controle de infecções e a prática odontológica em tempos de AIDS. Manual de Condutas. Brasilía, p. 57-83, 2000.

BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes de proteção radiológica e radiodiagnóstico médico e odontológico. Portaria 453 de 01 de junho de 1998. Secretaria de Vigilância Sanitária. Brasilia: Ministério da Saúde, 1998.

BRASIL. Ministério da Saúde. Hepatites, AIDS e herpes na prática odontológica. Brasília: Ministério da Saúde, p. 9-34, 1996.

CARVALHO, P.L.; PAPAIZ, E.G. Controle de infecção em Radiologia Odontológica. Revista da APCD, v. 53, n. 3, p. 202-204, 1999.

CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA – CFO. Código de ética odontológica (on line). Rio de Janeiro:2003 [atualizada em 7 de abril de 2006], disponível em http://www.cfo.org.br, acesso em 28 demarfço de 2012.

COSTA, M.A.D. Qualidade em Biossegurança. Rio de Janeiro: Quality, 2000. DANDA, M.M.; TIPPLE, A.F.V.; SILVA, M.A.G.; RIBEIRO, R.R.F.; OLIVEIRA, R.C.G. Avaliação das medidas para o controle de infecção em clínicas de radiologia. ROBRAC, v. 14, n. 38, p. 56-64, 2006.

(45)

43

DINIZ, P.M.B.; PEREIRA, M.S.V.; PEREIRA, J.V.; SILVA, D.F.; COSTA, M.R.M.; ALBUQUERQUE, A.C.L. Avaliação do conhecimento sobre biossegurança em radiologiapelos alunos do curso de Odontologia da Universidade Estadual da Paraiba. Arq Ciênc Saúde, v. 16, n. 4, p. 166-9, out./dez., 2009.

FAVERO, M.S.; BOND, W.W. Chemical disifenction of medical and surgical materials. In: BLOCK, S.S. Disifection, sterilization and prevention. 4ª Ed. Philadelphia: Lea & Febiger, cap. 5, p. 617-641, 1991.

GALVÃO, M.F. Biossegurança e suas repercussões legais, 1999. Disponível em http:/www.ibemol.com.br, Acesso em 28 de março de 2012.

GRANILLO, B.A.; VALLADARES, R.E.R.; BENITO DE CARDENAS, I.L. Evaluación del processo de esterilización com indicadores biológicos. Ver. Odontol Unicid, v. 10, n. 1, p. 25-32, 1998.

JORGE, A.O.C. Princípios de Biossegurança em Odontologia. Rev. Biociênc., v. 8, n. 2, p. 73-81, 2002.

LANGLAND, O.E. LANGLAIS, R.P. Procedimentos de controle de infecção radiológica. São Paulo: Ed. Santos, cap. 4, p. 69-84, 2002.

LINO, P.S.; CARVALHO, I.M.M.; RAZUK, C.G.; Controle de infecção em Radiologia Odontológica. Revista da ABRO, v. 3, n. 2, p. 53-58, jul./dez., 2002. MARTONI, S.C.; PINHEIRO, S.L. Avaliação da contaminação microbiana dos procedimentos de radiologia no ambiente odontológico. Anais do XV encontro de Iniciação Científica da PUC-Campinas, 2010.

MOCELLIN, E. Procedimento de Biossegurança em laboratório Forense [Dissertação]. Piracicaba, UNICAMP/FOP, 2002.

PUTTAIAH, R. et al. Infection control in dental radiology. J. Calif. Dent. Assoc., v. 23, n. 5, p. 21-22, may., 1995.

SANTOS, K.O.; MOBIN, M.; BORBA, C.M.; NOLETO, I.M.S. Isolamento de fungos de equipamentos radiológicos odontológicos. RGO – Ver. Gaúcha Odontol., Porto alegre, v. 59, n. 3, p. 411-416, jul./set., 2011.

SHIMURA, E.M. Proposta de protocolo para controle de infecção cruzada em radiologia odontológica [Dissertação]. Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, 2007.

SILVA, F.C.; ANTONIAZZI, M.C.C.; ROSA, L.P.; JORGE, A.O.C. Estudo da contaminação microbiológica em equipamentos radiográficos. Rev. biociênc.,Taubaté, v.9, n.2, p.35-43, abr./jun., 2003.

(46)

44

TAVANO, O. Curso de Radiologia em Odontologia. Parte VII – A biossegurança, o controle de qualidade e os resíduos na radiologia odontológica. 5ª Edição. São Paulo: Editora Santos, p. 249-257, 2009.

WHITE, S.C. Radiologia Oral: Fundamentos e Interpretação. Tradução da 5ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, Capítulo: Imagem Digital, pg. 225 a 245, 2007.

Referências

Documentos relacionados

6 Usou-se como referência para os fatores contextuais, o que foi considerado no SIMAVE, nas Avaliações Contextuais, aplicadas através de questionários aos alunos do

O caso de gestão a ser estudado irá discutir sobre as possibilidades de atuação da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil e Educação Inclusiva (PROAE) da

Em 2008 foram iniciadas na Faculdade de Educação Física e Desportos (FAEFID) as obras para a reestruturação de seu espaço físico. Foram investidos 16 milhões

Partindo dos elementos focais que se apresentam nesse trabalho como, o absenteísmo docente nas escolas da rede municipal de ensino; a falta de controle dessas

Não obstante a reconhecida necessidade desses serviços, tem-se observado graves falhas na gestão dos contratos de fornecimento de mão de obra terceirizada, bem

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

No Brasil, a falta de uma fiscalização mais rigorosa é uma das razões que possibilitam que certas empresas utilizem os estágios como forma de dispor de uma mão-de-obra

O capítulo I apresenta a política implantada pelo Choque de Gestão em Minas Gerais para a gestão do desempenho na Administração Pública estadual, descreve os tipos de