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Resumo. Palavras chave: Valor Justo, Ativos Biológicos, Concentração acionária. 1 INTRODUÇÃO

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Análise da Relação entre a Variação do Valor Justo dos Ativos Biológicos e a Concentração de Acionária das Empresas Brasileiras que Exploram Ativos Biológicos

WHILNÁGILLIO SANTOS FERREIRA Universidade Federal de Goiás ILIRIO JOSÉ RECH Universidade Federal de Goiás IVONE VIEIRA PEREIRA Universidade de Rio Verde Resumo

Pela influencia que os acionistas controladores podem exercer sobre a gestão, empresas com maior concentração acionária apresentam maior facilidade de gerenciar o resultado para atender os interesses dos majoritários. Nesse contexto, torna-se oportuno verificar se as empresas que exploram ativos biológicos utilizam a variação do valor justo em benefício dos acionistas controladores. Esta pesquisa tem por objetivo analisar se existe relação entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e o grau de concentração acionária de empresas brasileiras que exploram ativos biológicos. A amostra foi composta por 24 empresas brasileiras abertas que exploraram ativos biológicos entre 2010 e 2016. A variável dependente foi a variação do valor justo dos ativos biológicos obtida nas notas explicativas e na demonstração do resultado do exercício das empresas. Como variável independente adotou-se o percentual de ações dos dez maiores acionistas. Como variáveis de controle foram utilizadas a representatividade dos ativos biológicos em relação ao ativo total, retorno sobre o patrimônio líquido, grau de endividamento e o tamanho da empresa. Com base no modelo para dados em painel verificou-se que existe uma relação negativa entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e o grau de concentração acionária. Entre as variáveis de controle apenas o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) se mostrou estatisticamente significativas para o modelo, apresentando influência negativa na relação das variáveis. A relação inversa entre variação do valor justo e grau de concentração acionária indica que onde há maior concentração acionária, a tendência é de apresentar menor variação nos ganhos/perdas reconhecidas dos ativos biológicos. Esse resultado sugere que, empresas em que o grau de concentração acionária é maior há a probabilidade de os gestores/acionistas controladores usarem a mensuração dos ativos biológicos a valor justo para gerenciar os resultados em direção a satisfação de seus interesses.

Palavras chave: Valor Justo, Ativos Biológicos, Concentração acionária.

1 INTRODUÇÃO

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emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis para elaboração dos seus demonstrativos financeiros. Em especial para as empresas que exploram ativos biológicos está o Pronunciamento Técnico CPC 29 - Ativo Biológico e Produto Agrícola, cujo principal destaque é a mensuração dos ativos biológicos a valor justo, sempre que for possível mensurá-los com confiabilidade.

Conforme demonstrado nos estudos de Silva Filho, Campos, Paulo & Câmara (2012), Barros, Souza, Araújo, Silva & Silva (2012), Einsweiller & Fischer (2013), Silva Filho, Martins & Machado (2013), Silva, Ribeiro & Carmo (2015) a mensuração dos ativos biológicos a valor justo resultou em aumentos significativos no valor dos ativos biológicos, nos lucros e no patrimônio líquido das empresas do agronegócio. De acordo com os estudos, os ativos e os lucros tinham valores subestimados pela contabilidade quando os ativos biológicos eram mensurados pelo custo histórico podendo afetar a política de dividendos.

De acordo com Sarlo Neto e Loss (2003) a política de dividendos passa pela decisão de quanto pagar ao acionista e ou definir os motivos para reter e de quanto reter de lucro na entidade. No entanto a política de retenção de lucros é um dos fatores redutores dos problemas relacionados a conflitos de agência, tanto entre os administradores e acionistas, quanto entre acionistas controladores e minoritários.

No caso do conflito entre controladores e minoritários, pesquisa realizada por Forti, Peixoto & Alves (2015) verificaram que as empresas com menor conflito entre controladores e minoritários apresentam menor propensão a pagar dividendos aos acionistas. Na visão dos autores a política de maior pagamento de dividendos pode ser usada como estratégia para a redução do conflito de interesses. No mesmo sentido Dalmácio & Corrar (2007) verificaram que empresas com controle acionário concentrado tendem a pagar um valor maior de dividendos por ação.

De acordo com Pires, Tortoli, Botelho & Rech (2016) a concentração de propriedade é uma das características verificadas nas empresas do agronegócio. Dada a origem familiar de muitos grupos econômicos rurais, mesmo após a abertura de capital, essas empresas permanecem, em grande parte, no controle da família, como é o caso das empresas JBS, Suzano, Fibria, Cosan, Klabin, entre outras.

Dami, Rogers, Ribeiro & Souza (2006) indicam que empresas com maior nível de concentração de propriedade associado à baixa proteção legal dos acionistas é motivo para que o conflito de agência se dê também entre acionistas minoritários e controladores, além do conflito entre acionistas e gestores, característico de países anglo-saxões. Okimura, Silveira e Rocha (2007) afirmam que o acionista controlador, com o uso do seu poder, pode utilizar recursos da empresa para benefícios próprios à custa dos demais acionistas e ou stakeholders.

O aumento ou redução da distribuição de dividendos, apesar de seguir as regras estabelecidas na lei 6.404/76 e estar definida na politica de distribuição de dividendos pode ser realizado por meio do gerenciamento de resultados. Rech e Oliveira (2011) observaram que um dos possíveis efeitos da subjetividade inserida na mensuração a valor justo adotado pela IAS 41 seria a possibilidade de gerenciamentos de resultados. Essa possibilidade foi constatada por Silva, Nardi e Ribeiro (2015) que verificaram maior gerenciamento de resultados nas empresas que adotaram a mensuração dos ativos biológicos com base no fluxo de caixa descontado.

Essa “estratégia” pode ser adotada, por influência dos acionistas controladores, para aumentar ou diminuir o lucro de um período se o resultado das demais atividades não alcançar a meta de lucro desejada. Dessa forma, empresas com maior concentração acionária apresentam maior facilidade de gerenciar o resultado para alcançar a meta desejada.

Diante desse contexto, torna-se oportuno verificar se as empresas que exploram ativos biológicos utilizam a variação do valor justo dos ativos biológicos em benefício dos acionistas controladores ou para mitigar o conflito de agência. Assim, emerge a seguinte pergunta de

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pesquisa: a variação do valor justo dos ativos biológicos tem relação com o grau de concentração de propriedade das empresas que exploram ativos biológicos? Para responder a tal indagação, a pesquisa tem como objetivo verificar se a variação do valor justo dos ativos biológicos tem relação com o grau de concentração de propriedades das empresas que exploram ativos biológicos.

O trabalho justifica-se por identificar possíveis práticas de gerenciamento de resultados pelos gestores influenciados pelos controladores das empresas do agronegócio, quando esses utilizam da métrica do valor justo para mensuração dos ativos biológicos. Além disso, o estudo contribui para os investidores tendo em vista que estes, como minoritários podem selecionar seus investimentos nas empresas do setor tendo por base a variação do valor justo dos ativos biológicos e a concentração acionária.

Essa pesquisa contribui para a literatura por relacionar o tema de mensuração de ativos e concentração acionária. Considerando que a atividade do agronegócio tem maior dependência dos ativos biológicos essa relação pode ser utilizada para alcançar os interesses tanto dos gestores como dos acionistas controladores.

Este estudo está estruturado em cinco tópicos. O presente tópico apresenta a introdução, que contempla uma breve contextualização do assunto. O tópico seguinte trata do referencial teórico, que aborda sobre conceitos e principais discussões sobre o assunto. O terceiro tópico trata da metodologia de pesquisa. Em seguida são apresentadas as análises de resultados e por fim, as considerações finais.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Valor justo dos Ativos biológicos e seus efeitos nos números contábeis

Em 2009 o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) emitiu o CPC 29 (Ativo Biológico e Produto Agrícola), decorrente do processo de Convergência às International Financial Reporting Standards (IFRS) em especial a IAS 41 (International Accounting Standard 41 – Agriculture). A principal alteração do pronunciamento em relação ao que era exigido pela lei 6404/76 e NBC-T 10.14 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) foi a de que todos os ativos biológicos deviam ser mensurados a valor justo.

No processo de elaboração da IAS 41, a principal discussão envolveu o uso das metodologias para mensuração dos ativos biológicos a valor justo ou a manutenção da mensuração pelo tradicional custo histórico. A maioria dos participantes das discussões e dos Boards do IASB foram favoráveis ao valor justo sob o argumento de que os efeitos da transformação biológica seriam capturados por esta metodologia e por melhor refletir as mudanças nas expectativas de fluxos de caixa futuros. O modelo de custo histórico foi rejeitado por não refletir a relação entre os custos incorridos e as transformações biológicas (IASB, 2013).

Assim, a mensuração a valor justo foi critério adotado para todas as fases de mudanças biológicas e fisiológicas dos animais e plantas vivas (definição de ativos biológicos). Com isso, durante a fase de crescimento, degeneração, produção e reprodução as empresas que exploram tais ativos passaram a reconhecer, mensurar e evidenciá-los com base no IAS 41/CPC 29.

Destaca-se que a época da edição do IAS 41/CPC 29 não havia uma norma especifica que definisse valor justo, como ocorreu após a edição da IFRS 13/CPC 46 – Mensuração a valor justo. Apesar de as normas relacionadas a ativos biológicos definir valor justo como um preço de saída, que seria recebido pela venda de um ativo, as mesmas inovaram por permitir a dedução das despesas incorridas para vender ou colocar os ativos a venda. Os normativos destacam que o ativo biológico deve ser mensurado a valor justo no local e condições que se encontra. Assim, as despesas de venda e os gastos para colocar os ativos em condições de

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vendê-los são deduzidos para seu reconhecimento na data do balanço.

Rech (2012) destaca que o principal atributo de um ativo biológico é o interesse de seu uso ou consumo nas atividades de empresas ou pessoas, seja pela escassez ou pela capacidade de gerar satisfação pelo uso ou consumo. Considerando que todos os ativos da empresa são possuídos com fins comerciais, seja para obter lucro pela venda ou pelo uso, e que, a maioria dos ativos biológicos pode ser mensurada em todas as suas fases, a norma estabeleceu como benchmarking a mensuração a valor justo. No entanto, quando o valor justo não puder ser estimado confiavelmente, como método alternativo as empresas podem mensurar os ativos pelo custo histórico.

Após a edição das normas IAS 41/CPC 29 todas as empresas abertas que exploravam ativos biológicos passaram a contabilizar esses ativos com base nesses normativos. No entanto, no Brasil, como na maioria dos países que adotaram as IFRS, a adoção do CPC 29 não afetou só a prática contábil. As pesquisas na área da contabilidade aplicada ao agronegócio, até então pouco existentes, passaram a investigar as práticas e métodos usados pelas empresas para a mensuração e reconhecimento dos ativos biológicos.

De acordo com Rech e Oliveira (2013) as companhias enfrentaram dificuldades para mensurar os ativos biológicos a valor justo devido às peculiaridades da mensuração de tais ativos, como a utilização de técnicas estatísticas e dados subjetivos, servindo de justificativa para o setor não mensurar ativos biológicos a valor justo. Elad e Herbohn (2011) destacam que há certa “resistência” a adoção da mensuração a valor justo, haja vista, que alguns profissionais do setor manifestaram publicamente a intenção descumprir a IAS 41, sob o argumento de que os custos de aplicação da metodologia superam os benefícios, levando a maior volatilidade nos resultados.

A “resistência” a mensuração de todos os ativos biológicos com base na metodologia do valor justo resultou na Amendments to IAS 16 and IAS 41 – Agriculture: Beare Plants, cujo principal alteração foi a transferência das plantas portadoras para o escopo da IAS 16, passando a usar os mesmos critérios aplicados aos ativos imobilizados (custo histórico). Essa alteração, controvérsias a parte, vai ao encontro da ideia de que o custo histórico é mais adequado para a mensuração das plantas portadoras, enquanto que a mensuração a valor justo é mais adequada para animais vivos (SVOBODA & BOHUŠOVÁ, 2017).

As alterações na IAS 41/CPC 29 não afetaram o setor de silvicultura, cujo critério de mensuração para as plantas que não se enquadram no conceito de “portadoras” continuaram a ser mensuradas a valor justo. No entanto, pesquisa realizada por Rech e Oliveira (2013) nesse setor, verificou que o critério de mensuração a valor justo é utilizado apenas do ponto de vista teórico, uma vez que, em sua maioria, as empresas não detalham as informações, provocando perda de utilidade da metodologia de mensuração a valor justo. Destaca-se, contudo, que esses resultados não são generalizáveis. Pesquisa de Pires e Nogueira (2017) demonstraram que empresas onde os ativos biológicos tem maior representatividade no volume de ativos investidos, a evidenciação de ativos biológicos tende a apresentar um volume maior de informações aos stakeholders.

Nesse sentido, Rech e Oliveira (2013) constataram que o grau de aderência, das empresas que exploram ativos biológicos, aos quesitos de mensuração e evidenciação recomendados pela norma foi de apenas 51%. De acordo com a pesquisa as empresas deixam de divulgar informações importantes para os usuários da contabilidade, tais como as bases para a estimativa do valor justo e ou até mesmo o valor justo.

Tais resultados corroboram os estudos de Herbohn (2008), Fisher, Mortensen e Webber (2010) Rech e Oliveira (2011) que verificaram que as empresas não apresentam informações suficientes para os usuários compreenderem as informações. Rech e Oliveira (2011), por exemplo, constataram que quando as empresas adotam o modelo de fluxo de caixa descontado, as informações apresentadas são insuficientes para a compreensão da capacidade

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de geração de caixa futura desses ativos.

Essa constatação torna-se mais preocupante se observados os achados de Oliveira, Cruz e Pinheiro (2014) que constataram que, no Brasil, 50% das empresas estudadas aplicam o fluxo de caixa descontado como metodologia de mensuração dos ativos biológicos. Elad e Herbohn (2011) afirmam que a variedade de métodos disponíveis para estimar o valor justo contribuiu para que as normas não melhorassem a comparabilidade das informações contábeis no setor agrícola. Com isso, a informação contábil perde sua utilidade como foi constatado por Silva Filho, Machado & Machado (2012) que identificaram que a mensuração a valor justo não se mostrou relevante para os usuários das informações contábeis.

A falta de relevância das informações sobre os ativos biológicos não pode ser atribuída às variações que a mensuração a valor justo insere nos valor desses ativos e números contábeis. Pesquisas que analisaram a variação nos resultados e nos números contábeis das empresas constataram que elas podem ser significativas. Silva Filho et al. (2012), examinando a sensibilidade do patrimônio líquido na mensuração dos ativos biológicos a valor justo, nos períodos 2008 e 2009 verificaram que a adoção do valor justo proporcionou um aumento de R$ 4,3 bilhões no patrimônio líquido das empresas analisadas, sendo que as variações ocorridas no patrimônio líquido, foram de 37% e 39,5%, em cada período, respectivamente.

Resultado semelhante foi obtido no estudo de, Silva Filho, Martins e Machado (2013) analisando os impactos do valor justo dos ativos biológicos sobre o patrimônio líquido das empresas do agronegócio. De acordo com os resultados a mensuração a valor justo resultou em mudanças significativas, sendo responsável por 38,9% das variações ocorridas no patrimônio líquido das empresas.

Tais variações foram objeto de pesquisa de Silva, Nardi & Ribeiro (2015) considerando os aspectos de gerenciamento de resultados. De acordo com os achados da pesquisa há indícios de que as empresas que usam fluxo de caixa descontado para mensurar o valor justo dos ativos biológicos tendem a gerenciar os resultados. Tais resultados podem ser uma explicação para o achado da pesquisa de Silva e Nardi (2017) que constataram que a variação do valor justo dos ativos biológicos é irrelevante para os investidores.

2.2 Concentração acionária

A concentração acionária é uma forma de os proprietários/investidores manterem o controle da empresa em uma pessoa ou grupo reduzido de pessoas. No setor de agronegócios é comum as empresas familiares abrirem o capital, mas manterem grande parte das ações no controle do “antigo dono” ou grupo familiar. De acordo com Demsetz e Lehn (1985) esse fator pode ser explicado, em parte, pelo aumento do potencial de controle da propriedade da terra durante os períodos de crescimento populacional e aumento dos preços dos produtos agrícolas e de propriedades rurais.

Para Demsetz e Lehn (1985) entre os fatores que afetam a estrutura acionaria estão o tamanho da empresa, a instabilidade da taxa de retorno lucro, ambiente de instituições financeiras ou empresas reguladas. Como destaque da pesquisa, os autores não verificaram relação entre a concentração acionária e desempenho medido por meio do lucro contábil. Para as empresas brasileiras essa ausência de relação foi constatada por Dami et al. (2006) confirmando que não existe relação entre estrutura de propriedade e desempenho financeiro

Por outro lado, Marques Guimarães & Peixoto (2015) verificaram que existe relação negativa estatisticamente significativa entre concentração acionária e valor de mercado. Em relação ao desempenho os autores corroboraram os achados de Dami et al. (2006) e incluíram a relação entre risco e concentração acionária como sem significância estatística.

Por outro lado Leal, Silva & Valadares (2002) verificaram elevado grau de concentração de capital votante nas empresas brasileiras. Os autores constataram, também, que nos casos em que não há um acionista controlador, o maior acionista tem uma participação significativa

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sobre o capital votante, fazendo com que, na maioria das vezes, a empresa seja controlada pelos três maiores acionistas.

Nesse mesmo contexto, Okimura, Silveira e Rocha (2004), analisaram a relação entre a estrutura de propriedade, concentração acionária, o valor e desempenho das companhias brasileiras abertas sem a participação do governo. De acordo com os resultados, existe influência negativa do excesso de votos sobre o valor da empresa, resultado que foi corroborado pelo estudo de Marques, Guimarães & Peixoto (2015).

Silveira et al. (2004) analisaram se existe relação significativa entre a diferença de direitos de controle e direitos sobre o fluxo de caixa em poder dos acionistas controladores e o valor de mercado das companhias brasileiras abertas. Segundo os resultados, existe uma relação negativa não significativa estatisticamente entre a diferença do direito de controle e do direito sobre o fluxo de caixa em posse dos acionistas controladores e o valor de mercado das empresas.

Embora os resultados de Silveira et al. (2004) não tenha demonstrado significância estatística entre controle e fluxos de caixa, Aldrighi e Mazzer Neto (2005) verificaram desvios entre direitos de controle e de fluxo de caixa do acionista com maior porcentagem de capital votante das empresas brasileiras de capital aberto. De acordo com resultados da pesquisa, os desvios entre direitos de voto e direitos de fluxo de caixa do acionista majoritário estão presentes em 80,56% das companhias.

Esses desvios entre o controle e os fluxos de caixa podem sugerir a existência de gerenciamento de resultados no sentido de beneficiar os interesses do acionista ou grupo de acionistas controladores. Nesse sentido Torres et al. (2010) analisaram a associação entre o gerenciamento de resultados e a estrutura de propriedade, controle e a origem do capital. Segundo esses autores, quanto mais concentrada a estrutura de propriedade e controle, maiores são as chances de gerenciamento de resultados. Os resultados também mostraram que as empresas com estrutura de propriedade e controle mais concentradas podem estar gerenciamento de resultados com o propósito de proteger os acionistas controladores.

2.3 Gerenciamento de resultados

As pesquisas sobre o tema de gerenciamento de resultados tornaram-se possíveis após o desenvolvimento da metodologia positivista de produção pesquisas contábeis. No entanto, a expressão “gerenciamento de resultados” tem origem no termo “creative Accounting” e foi primeiramente utilizada no mundo jornalístico. Após a evolução das discussões no meio jornalístico que a academia converteu em “earning management” (MARTINEZ, 2001).

Como pesquisa seminal no Brasil, destaca-se Martinez (2001) que verificou que entre as motivações para o gerenciamento de resultados estão as questões contratuais, onde se enquadra a questão da concentração de propriedade. Nesta visão a contabilidade serve de meio para monitorar e regular os contratos entre a empresa e os stakeholders, fazendo com que o gerenciamento de resultados gere benéficos econômicos contratuais (MARTINEZ, 2001).

Conforme destacado por Torres et al. (2010) a relação entre concentração de propriedade e o gerenciamento de resultados tem seus fundamentos na preocupação de apresentar resultados contábeis que atendam aos interesses contratuais do acionista controlador ou grupo de controle.

Segundo Kraemer (2005) os motivos que levam ao gerenciamento de resultados são: manutenção de um fluxo constante de receitas; manter em alta o preço das ações; benefícios aos investidores que tenham acesso a informações privilegiadas; mascarar o desempenho governamental.

No entanto, Scott (2009) destaca que, apesar dos mais variados motivos para o gerenciamento de resultados, o gestou ou controlador não pode ignorar a “regra de ouro” de

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conservação do lucro. Isso significa que o lucro ao longo de toda a vida de uma empresa não se altera por mudanças de métodos/critérios contábeis com o propósito de elaboração de relatórios financeiros. Isso se dá em função de que as mudanças não têm efeitos nos fluxos de caixa, apenas transferem o lucro de um período para o outro, sem alterar o total que será reconhecido ao longo de toda a existência da firma.

Nesse Caso, o gestor ou o acionista controlador não pode ser “tolo” de reportar mais ganhos do que pode ser mantido ao longo do tempo. Desse modo, os ganhos devem ser reportados para um montante que o gestor/acionista controlador espera seja persistente e suportável.

Matsumoto e Parreira (2009) destacam que a principal razão da existência do gerenciamento de resultados contábeis reside no objetivo de alterar ou distorcer a informação contábil, com efeito, principalmente, no valor das empresas. Como consequências os autores destacam os efeitos gerados nos agentes e transações econômicas, levando a assimetria de informação, custos de transação, interpretações errôneas, com impactos em todas as estruturas que tem por base o sistema empresarial.

Formigoni, Paulo e Pereira (2007) e Coelho e Lima (2007) verificaram que o gerenciamento de resultados contábeis é significativamente diferente entre as sociedades anônimas abertas e fechadas. Ambos os tipos de sociedades apresentam evidências de gerenciamento de resultados, no entanto, as sociedades abertas gerenciam seus resultados com maior frequência.

Como regra geral nas pesquisas apresentadas até esse ponto da revisão não discutiram a questão de gerenciamento de resultados em um setor específico. De interesse especial para essa pesquisa destaca-se àquelas que estejam relacionadas com o setor do agronegócio. Pesquisa realizada por Ribeiro, Freitag, Ott & Schuh (2017) utilizam-se de gerenciamento de resultado por meio de ações discricionárias gerando ativos fiscais diferidos como forma de melhorar os seus indicadores econômicos.

Kreuzberg, Hall, Manfroi & Toledo Filho (2015) analisando a relação entre o custo da dívida e o gerenciamento de resultados nas empresas do segmento de agribusiness listadas na BM&FBovespa, constataram que essa relação só foi verificada no ano de 2009, tendo o gerenciamento de resultados impactando negativamente o custo da dívida. Nos demais períodos não foram identificados significância estatística para a relação.

No que diz respeito ao uso dos ativos biológicos como elemento central para o gerenciamento de resultado, Silva, Nardi e Ribeiro (2015) investigaram possíveis práticas de gerenciamento de resultados das empresas do agronegócio por meio do uso do fluxo de caixa descontado. Considerado como um item de maior nível de accruals discricionários que pode ser usado pelas as empresas em detrimento de outros métodos mais objetivos para mensuração do ativo biológico. De acordo com a pesquisa as empresas que adotaram o método do fluxo de caixa descontado apresentaram um maior nível de gerenciamento de resultados do que as empresas que utilizaram outros métodos para avaliação dos ativos biológicos.

2.4 Hipóteses do estudo

Rech e Oliveira (2013) consideraram a possibilidade do uso da subjetividade na mensuração a valor justo dos ativos biológicos para o gerenciamento de resultados. Silva, Nardi e Ribeiro (2015) verificaram haver indícios de maior gerenciamento de resultados nas empresas que mensuram os ativos biológicos com base no fluxo de caixa descontado. Por outro lado Torres et al. (2010) afirmam que os fundamentos para o gerenciamento de resultados na presença de concentração de propriedade está na preocupação de atender aos interesses do acionista controlador ou grupo de controle.

Diante desse contexto, a hipótese central da presente pesquisa considera que os acionistas controladores das empresas do agronegócio, valendo-se da influência na gestão,

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utilizam a variação do valor justo dos ativos biológicos para mitigar o conflito de agência em benefício próprio. Assim, emerge a seguinte hipótese de pesquisa:

H1: Existe relação entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e o grau de concentração acionária das empresas que exploram ativos biológicos.

A partir da hipótese geral do estudo se delineia as hipóteses secundárias levando em consideração algumas variáveis que possam interferir na relação entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e a concentração acionária das empresas. A primeira variável a ser usada para formular uma hipótese “subjacente” é o tamanho das empresas. De acordo com Demsetz e Lehn (1985) o tamanho da empresa é um dos fatores que afetam a estrutura acionaria das empresas.

No caso brasileiro, Siqueira (1998) afirma que existe um efeito positivo entre o tamanho da empresa e o grau de concentração acionária. Dessa forma, se o tamanho afeta a concentração acionaria por consequência suscita-se a possibilidade de o tamanho das empresas afetar a relação entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e a concentração acionária. Com base nesse pressuposto têm-se a seguinte hipótese secundária de pesquisa:

H2: O tamanho das empresas influencia na relação entre variação dos ativos biológicos e o grau de concentração acionária das empresas que exploram ativos biológicos.

A segunda variável a ser inclusa como fator que pode influenciar a relação entre variação do valor justo dos ativos biológicos e a concentração acionária é a proporção entre ativos biológicos sobre o Ativo Total. De acordo com o IASB (2013) a inclusão de um índice que relativize os itens sujeitos à transformação biológica, e, consequente mensuração a valor justo, permite melhor visualização dos efeitos desse item.

Pires et al. (2016) verificaram que a relação entre ativos biológicas/ativo total apresentou-se como variável que influenciou no nível de evidenciação dos ativos biológicos. De acordo com os autores, empresas intensivas nesse tipo de ativo desenvolvem maior especialidade nas metodologias de mensuração e controle, facilitando a mensuração e reconhecimento de tais ativos a valor justo.

No caso das empresas com concentração de propriedade uma proporção maior de ativos biológicos em relação aos ativos totais pode representar a possibilidade de gerenciar o resultado com maior facilidade, haja vista a subjetividade envolvida nos métodos de mensuração a valor justo. Essas considerações suscitaram a definição da seguinte hipótese secundária de pesquisa:

H3: A relação entre ativos biológicos e ativos totais das empresas influencia na relação entre variação dos ativos biológicos e o grau de concentração acionária das empresas que exploram ativos biológicos.

A terceira variável inserida no modelo diz respeito ao nível de endividamento das empresas. De acordo com Bressan, Lima, Bressan & Braga (2009) a tangibilidade dos ativos, como é o caso dos ativos biológicos é um dos fatores que influenciam no endividamento das empresas do agronegócio. Por outro lado Crisóstomo e Pinheiro (2016) afirmam que existe relação positiva entre a concentração de propriedade e o endividamento das empresas, sugerindo que empresas com maior concentração acionária recorrem a dividas como forma de financiar seus investimentos.

Com base nessa relação entre tangibilidade dos ativos, endividamento e concentração de propriedade sugere-se que quando há menor dispersão do controle acionário, como é o caso do agronegócio, as empresas apresentam maior facilidade de tomar dívidas para financiar seus

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ativos biológicos. Com isso, para reduzir o nível de endividamento haveria a tendência de gerenciar os resultados dos ativos biológicos elevando a variação do valor justo destes. Com base nesses pressupostos surge a seguinte hipótese secundária de pesquisa:

H4: O nível de endividamento das empresas influencia na relação entre variação dos ativos biológicos e o grau de concentração acionária das empresas que exploram ativos biológicos.

Por fim, Araújo e Santos (2016) verificaram que a instabilidade da rentabilidade esta negativamente correlacionada com a concentração acionária das empresas. No entanto pesquisas de Demsetz e Lehn (1985), Siqueira (1998), Dami, Rogers e Ribeiro (2007) não encontrarem relação entre desempenho/rentabilidade e a concentração de propriedade.

Destaca-se que o CPC 29 exige que resultado da mensuração a valor justo dos ativos biológicos seja reconhecido no resultado do exercício de cada período. Com isso, caso os ganhos e perdas da mensuração sejam significativos essa variação pode afetar a rentabilidade do patrimônio líquido das empresas. Tendo em vista a falta de consenso entre as pesquisas e as exigências do CPC optou-se por inserir como variável de estudo o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). Com base nessas conjecturas surge a seguinte hipótese secundária de pesquisa:

H5: O retorno sobre o patrimônio líquido das empresas influencia na relação entre variação dos ativos biológicos e o grau de concentração acionária das empresas que exploram ativos biológicos.

3 METODOLOGIA DE PESQUISA 3.1 Coleta de dados, população e amostra

A população da pesquisa é composta por companhias brasileiras listadas na Brasil, Bolsa e Balcão (B3). Por meio da base de dados da Economática® foram identificadas àquelas que tinham saldo de ativos biológicos em seus demonstrativos contábeis no período de 2010 a 2016. Com base nesse critério foram identificadas 25 companhias que apresentavam linhas de ativos biológicos.

A partir da lista procedeu-se a coleta dos demonstrativos contábeis (balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício) e notas explicativas. Da população encontrada (25 empresas) foi excluída a empresa Grazziotin, visto que a mesma não apresentou notas explicativas referentes aos ativos biológicos. Assim, a amostra da pesquisa é composta pelas seguintes empresas: Battistella, Celulose Irani, Fibria, Klabin, São Martinho, Trevisa, Biosev, Cosan, Itausa, Marfrig, SLC Agrícola, Terra Santa Agro, Brasilagro, Duratex, JBS, Minerva, Suzano, Wembley, BRF, Ferbasa, Karsten, Randon, Tereos, Wlm Ind. pertencentes aos mais diversos setores e segmentos da B3.

O setor de atuação das empresas demonstra que algumas têm os ativos biológicos como elemento básico para suas atividades como é o caso de papel e celulose, agricultura, açúcar e álcool. Outras, como as companhias de carne derivados, apesar de ter usa atividade afetada pelos ativos biológicos, as mesma não possuem entre sua atividade a produção de ativos biológicos. Outros, ainda, como é o caso da Itausa, Ferbasa, Battistela e Randon possuem ativos biológicos por questões relativas às atividades de suas controladas, com pouca representação no percentual dos ativos totais, sem serem afetadas de modo significativo pelos critérios de mensuração e reconhecimento dos ativos biológicos.

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3.2 Variáveis e Modelo do estudo

As variáveis consideradas na pesquisa estão representadas na Tabela 1, a seguir.

Tabela 1 - Variáveis do estudo

Descrição Sigla Fórmula de cálculo Autores esperadaRelação Hipótese Variação do

valor justo dos ativos biológicos

ΔVJAB

Demonstração do Resultado do Exercício e Notas Explicativas.

ΔVJAB= ((Anon/Anon-1

)-1)*100 Soma dos 10

maiores

acionistas %P10MA

Calculada pelo Economática® para períodos de doze meses

Siqueira (1998); Dami et al. (2006); Marques, Guimarães

e Peixoto (2015) (-)

H1

Ativo total AT Logaritmo natural do ativo total

Marques, Guimarães e Peixoto (2015); Crisóstomo

e Pinheiro (2016). (-)

H2 Grau de

endividamento END Calculado pelo Economática® Crisóstomo e Pinheiro (2016) (+)

H3 Proporção dos

ativos

biológicos ABAT

(Ativo biológico CP + Ativo

biológico LP) / Ativo Total Pires et al. (2016) (+)

H4 Retorno sobre

o patrimônio líquido

ROE ROE médio calculado pelo Economática® Crisóstomo e Pinheiro Pires et al. (2016); (2016)

(+) H5

Fonte: elaboração própria

Tomou-se como variável dependente do estudo a variação do valor justo dos ativos biológicos (ΔVJAB) ocorrida ano a ano, obtida das notas explicativas e da demonstração do resultado, conforme explicado na Tabela 2. Como variável independente adotou-se o grau de concentração acionária tendo por base o percentual de participação acionária dos dez maiores acionistas das empresas. Para identificar possíveis desvios em função das características idiossincráticas das empresas se utilizou de variáveis de controle. Com base nos estudos anteriores (tabela 2) se adotou as seguintes variáveis: tamanho da empresa tendo por base o ativo total (AT); grau de endividamento (END); representatividade dos ativos biológicos em relação ao ativo total (ABAT) e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE).

Para o tratamento dos dados e análise da relação entre a variável dependente e variáveis independentes, foi utilizado como ferramenta estatística o software Stata® para análise dos dados em painel, uma vez que foram analisados seis anos neste estudo. Fávero e Fávero (2015) afirma que a aplicação de dados em painel nos estudos proporciona uma melhor análise dos dados, já que são observados os cross-sections ano a ano e sua evolução temporal.

A fim de averiguar a relação entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e o grau de concentração acionária e a influencia das características idiossincráticas das empresas na relação das duas variáveis foi formulada a seguinte equação:

ΔVJABi,t = α + β1 * %P10MAi,t + β2 * ABATi,t + β3 * ROEi,t + β4 * ENDi,t +β5 * ATi,t + ɛi,t

(11)

ΔVJABi,t = variável dependente: variação do valor justo dos ativos biológicos;

%P10MAi,t = variável independente: Percentual participação acionária dos dez maiores acionistas;

ABATi,t = variável de controle: representatividade do saldo de ativo biológico em relação ao ativo total;

ROEi,t = variável de controle: retorno sobre o patrimônio líquido; ENDi,t = variável de controle: grau de endividamento;

ATi,t = variável de controle: logaritmo natural do ativo total da empresa; a = intercepto;

= constantes; = erro da regressão. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 Análise descritiva dos dados

A Tabela 2, a seguir, apresenta a estatística descritiva das variáveis dependente e independente e de controle.

Tabela 2 - Estatística descritiva

Variáveis Obs. Média Desvio padrão Min. Máx.

ΔVJAB 137 18.52 603.02 -3491.15 3596.79 %P10MA 149 67.54 16.00 29.20 98.90 ROE 158 0.82 19.68 -94.44 39.86 ABAT 137 9.34 7.60 0.01 45.09 END 172 -33.43 1523.05 -19283.83 2293.13 AT 172 14.94 2.76 2.55 19.71

Fonte: dados da pesquisa

Observa-se que a variação média do valor justo dos ativos biológicos ficou próxima de zero, derivado da combinação de ganhos e perdas das empresas. Esse detalhe demonstra que não há um padrão de comportamento no reconhecimento dos resultados com os ativos biológicos. Teoricamente, se os resultados estão ligados às variações econômicas e edafoclimáticas que envolvem a produção dos ativos biológicos, haveria um comportamento homogêneo, ou quase regular entre as empresas, o que não levaria a anulação do ganho de uma empresa com a perda de outra.

Destaque na amostra foi a Cia Terra Santa Agro que no período 2010/2011 apresentou um variação de 3596,79%. Segundo as informações da companhia esse resultado se deu em função da adoção do valor justo dos ativos biológicos. Em contra partida verifica-se que a Cia São Martinho apresentou variação negativa de -3491,15% no período de 2014/2015. Segundo as informações da companhia esse resultado se deu em função da perda em seu plantio e cultivo da cana-de-açúcar.

Outra questão que se pode verificar da estatística descritiva é a concentração de propriedade onde se verifica empresas onde os 10 maiores acionistas controlam 98,9% das ações. Por outro lado que pode ser considerado como relevante para o setor é a presença de empresas com percentual menor de 30% das ações sob controle dos 10 maiores acionistas, como é o caso da Itausa. Nesse caso verificou-se que a Cia Itausa, de acordo com os dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em 2017, havia 37,8% de ações com direito a votos (ordinárias) o que pode justificar o baixo grau de concentração acionária.

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concentração de propriedade. Nesse caso a Cia Wembley é a empresas que apresentou o maior grau de concentração chegando a 98,9% em todos os períodos. Vale observar que conforme os dados da CVM essa empresa teve seu registro de Cia aberta cancelado em fevereiro de 2017.

4.2 Correlação das variáveis

Para analisar a relação entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e o grau de concentração acionária representada pelo percentual de ações dos dez maiores acionistas utilizou-se a correlação de Pearson. A Tabela 3, a seguir, apresenta os resultados do teste.

Tabela 3 – Dados da Correlação de Pearson da amostra

ΔVJAB %P10MA ROE ABAT END AT

ΔVJAB 1.0000 %P10MA -0.2082 1.0000 p-valor 0.0231** ROE -0.1503 -0.1047 1.0000 p-valor 0.0842*** 0.2269 ABAT -0.0357 0.1477 0.0952 1.0000 p-valor 0.6791 0.0948*** 0.2615 END 0.0252 0.0318 -0.5471 0.1139 1.0000 p-valor 0.7705 0.7008 0.0000* 0.1683 AT -0.0145 -0.2911 0.3775 -0.2356 0.0127 1.0000 p-valor 0.8664 0.0003* 0.0000* 0.0039* 0.8687

Nota: variação do valor justo dos ativos biológicos (ΔVJAB); percentual de participação acionária dos dez maiores acionistas (%P10MA); retorno sobre o patrimônio líquido (ROE); representatividade do saldo de ativo biológico em relação ao ativo total (ABAT); grau de endividamento (END); logaritmo natural do ativo total da empresa (AT). Nível de Significância de 1% (*); Nível de Significância de 5% (**); Nível de Significância de 10% (***).

Fonte: dados da pesquisa.

Conforme a Tabela 3 se verifica correlação negativa entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e a concentração acionária ao nível de 5% de significância. Esse resultado confirma parcialmente a hipótese H1 o que significa que o grau de concentração acionária influência a variação do valor justo dos ativos biológicos. Os resultados indicam que onde há maior concentração acionária, a tendência é de apresentar variação menor nos ganhos/perdas reconhecidas dos ativos biológicos. Tal correlação sugere que as empresas podem estar gerenciando os resultados por meio dos ativos biológicos.

Além disso, verifica-se que a variação no valor justo dos ativos biológicos também apresenta correlação negativa com o ROE ao nível de 10% de significância. Essa correlação segue a mesma suposição de ser derivada do gerenciamento de resultados, uma vez que o ganho/perda do ativo biológico pode ser usado para “compensar” o resultado das demais atividades das empresas.

No entanto, esse resultado não permite analisar o efeito da variável na relação entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e a concentração de propriedade. As demais variáveis não apresentaram correlação significativa.

4.3 Regressão com dados em painel

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(VIF) para verificar se existe multicolinearidade entre as variáveis. De acordo com Melo, Schwantes, Padrão & Gaspar (2010) existe problema de multicolinearidade, quando os valores estão acima de 10. De acordo com os resultados apresentados na tabela 4, o teste não indicou problemas de multicolinearidade.

Tabela 4 - Teste VIF

VARIÁVEIS VIF 1/VIF

%P10MA 1.12 0.8918 ROE 2.09 0.4796 END 1.90 0.5264 ABAT 1.27 0.7894 AT 1.58 0.6336 Média VIF 1.59

Fonte: dados da pesquisa

Para analisar a homocedasticidade dos resíduos, foi executado o teste de Breusch-Pagan-Godfrey (Tabela 5) cujos dados indicam a não rejeição da hipótese nula indicando a inexistência de Heterocedasticidade dos resíduos sugerindo que a variância dos mesmos é constante. Segundo Melo et al. (2010) quanto maior for o p-valor, melhor, sugerindo que a variância dos resíduos é estatisticamente não significativa.

Para verificar o modelo mais adequado a ser adotado para a regressão foram realizados os testes F de Chow, LM de Breusch-Pagan e Hausman test (MELO et al., 2010; FÁVERO e FÁVERO, 2015). Primeiramente, foi aplicado o teste F de Chow (Tabela 6), que analisa o a relação ente o método de efeitos fixos e o modelo Pooled Ordinary Least Square (POLS). Com base nos resultados foi rejeitada a hipótese nula (H0) de que há igualdade de interceptos e inclinações para todas as companhias sugerindo que o modelo POLS é superior ao de Efeitos Fixos.

Considerando que o modelo POLS pode “camuflar” a heterogeneidade entre as variáveis revelando coeficientes tendenciosos ou inconsistentes (GUJARATI & PORTER, 2012) foi comparado por meio do teste LM de Breusch-Pagan o método POLS e de efeitos aleatórios, que propõe termos de intercepto diferentes para cada observação, porém fixos ao longo do tempo (Tabela 5). De acordo com os resultados do teste não se rejeita hipótese nula (H0) indicando que todos os efeitos das variáveis foram observados.

Em seguida, para verificar o modelo mais adequado entre o modelo de efeitos fixos e efeitos aleatórios, foi aplicado o teste de Hausman (Tabela 6). Este teste sugere não haver significância estatística entre os modelos não rejeitando a hipótese nula (H0). O teste de Hausman revela que, nesse caso, qualquer modelo pode adotado sem erros nos resultados. Dessa forma considerou-se mais adequado para a regressão o modelo POLS, apresentado na Tabela 5, a seguir.

Tabela 5 – Regressão de dados em painel

Variáveis POLS EF EA %P10MA (p-valor) 0.024** 0.000* 0.022** Coeficiente -8.430148 -37.00117 -8.430148 ROE (p-valor) 0.057*** 0.365 0.055*** Coeficiente -7.303538 -4.3614 -7.303538 ABAT (p-valor) 0.794 0.330 0.794 Coeficiente -2.459788 -32.28892 -5.525774 END (p-valor) 0.391 0.702 0.389 Coeficiente -0.271029 0.1462413 -0.271029

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AT (p-valor) 0.821 0.501 0.821 Coeficiente -5.525774 -143.9495 -5.525774 Nº de Obs. 115 115 115 R2 Within 0.1752 0.0918 R2 Between 0.0891 0.1827 R2 Overall 0.0624 0.0901 F de Chow (p-valor) 0.0041 F de Chow (Estatística) 3.74 Hausman (p-valor) 0.0058 Hausman (Estatística) 16.39 Lagrangian (p-valor) 1.0000 Lagrangian (Estatística) 0.00 Breush-Pagan (p-valor) 0.6239 Breush-Pagan (Estatística) 0.24

Nota: variação do valor justo dos ativos biológicos (ΔVJAB); percentual de participação acionária dos dez maiores acionistas (%P10MA); retorno sobre o patrimônio líquido (ROE); representatividade do saldo de ativo biológico em relação ao ativo total (ABAT); grau de endividamento (END); logaritmo natural do ativo total da empresa (AT). Nível de Significância de 1% (*); Nível de Significância de 5% (**); Nível de Significância de 10% (***).

Fonte: dados da pesquisa.

Como podem ser observadas na Tabela 5 as variáveis, participação acionária (%P10MA) e retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), se mostraram estatisticamente significativas para o modelo, sendo a primeira ao nível de 5% e a segunda ao nível de significância de 10%. Já as variáveis, tamanho da empresa (H2), ativo biológico/ativo total H3, grau de endividamento (H4) não se mostraram estatisticamente significativas, levando a rejeição das respectivas hipóteses secundárias.

Destaca-se que as duas variáveis estatisticamente significativas apresentaram coeficiente negativo o que sugere uma relação inversa entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e as variáveis. A relação inversa para a variável participação acionária confirma o pressuposto de que quanto maior a concentração acionária menor e a variação no ganho/perda do valor justo dos ativos biológicos, sugerindo o gerenciamento de resultados.

A suposição de relação inversa e possível gerenciamento de resultado tornam-se mais robustas quando se verifica que a variável da relação entre a proporção de ativos biológicos e ativos totais (ABAT) não se mostrou significativa. A expectativa representada na hipótese de pesquisa H2 era que companhias com uma maior representatividade do saldo de ativo biológico em relação ao ativo total, maior seria a variação do valor justo dos ativos biológicos. Teoricamente toda variação reconhecida no resultado do exercício provoca um aumento/redução nas linhas que representam os ativos biológicos. Como essa relação não se mostrou significativa para explicar a variação do valor justo dos ativos biológicos há evidencias de que, de alguma forma, esses valores possam estar sendo gerenciados.

A hipótese H5, que sugere a influência do retorno sobre o patrimônio líquido na relação entre variação dos ativos biológicos e a concentração acionária pôde ser aceita tendo em vista que a variável se mostrou significativa estatisticamente, ao nível de 10% de significância. No entanto o coeficiente negativo da variável representa que, quanto maior a variação do valor justo dos ativos biológicos, menor é o retorno sobre o patrimônio líquido. Esse resultado contrapõe a lógica contábil, uma vez que, a variação do valor justo dos ativos biológicos afeta o resultado das empresas, que por sua vez, deveria influenciar o ROE das companhias no mesmo sentido.

(15)

No entanto, considerando que a estatística descritiva apresentou média próxima de zero para a variação do valor justo, considera-se que o coeficiente negativo da varável ROE como possível resultado espúrio, necessitando de maior aprofundamento no estudo dessa relação para a amostra.

Outra variável que não foi estatisticamente significativa é o grau de endividamento confirmando os resultados da correlação de Pearson. Com isso rejeita-se a hipótese H4 de que o nível de endividamento das empresas influencia na relação entre variação dos ativos biológicos e a concentração acionária.

Conforme Crisóstomo e Pinheiro (2016), empresas com um elevado grau de concentração de propriedade acionária recorrem à dívida por falta de recursos internos para financiar seus investimentos e maximizar benefícios tributários da dívida. Uma forma de atenuar o efeito do endividamento seria aumentar o valor dos ativos biológicos, por conseguinte, o uso da subjetividade na mensuração dos mesmos. Entretanto, apesar da concentração acionária das empresas deste estudo, o endividamento não se mostrou estatisticamente significativa para explicar a variação do valor justo dos ativos biológicos.

Os resultados da variável endividamento estão em sintonia com os efeitos da variável ABAT, demonstrando que o reconhecimento do valor justo no balanço não afeta os indicadores das empresas. No entanto, considerando que parcela significativa das ações das empresas está sob controle de poucos acionistas, esperava-se que empresas gerenciassem as variações dos ativos biológicos para apresentar um menor grau de endividamento. Esse resultado leva a rejeição da H3, como já destacado. Isso significa que não pode ser constatada a influência da relação entre ativos biológicos e ativos totais das empresas na relação entre variação dos ativos biológicos e a concentração acionária.

Por fim a variável tamanho da empresa não se mostrou estatisticamente significativa para explicar a variação do valor justo dos ativos biológicos confirmando os dados da matriz de correlação de Pearson. Segundo Demsetz e Lehn (1985) e Siqueira (1998) quanto maior a companhia, maior é o grau de concentração acionária. No entanto, pela matriz de correlação de Pearson não foi possível constatar, na presente amostra, tal relação e sugere uma relação inversa entre concentração acionária e tamanho da empresa.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do estudo foi verificar se existe relação entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e a concentração acionaria das empresas do Agronegócio. Para esse fim, usou-se como proxy da variável independente a soma do percentual de ações sob controle dos dez maiores acionistas (%P10MA) e como variável dependente a Variação do valor justo dos ativos biológicos (ΔVJAB). Como variáveis de controle foram selecionadas o Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), Representatividade dos Ativos Biológicos em relação ao Ativo Total (ABAT), Grau de endividamento (END) e o Tamanho da empresa (AT). Foram analisados os dados de 24 empresas que apresentaram ativos biológicos em seus demonstrativos financeiros em pelo menos um dos anos analisados entre 2010 e 2016.

Através do modelo POLS foi verificado que existe uma relação negativa entre a variação do valor justo dos ativos biológicos e o grau de concentração acionária. Esse resultado sugere que nas empresas com maior concentração acionária há menor preocupação em reconhecer resultados positivos da variação do valor justo dos ativos biológicos. Tais resultados confirmam os achados de Silva, Nardi e Ribeiro (2015) de possíveis práticas de gerenciamento de resultados pelas empresas do agronegócio.

Verificou-se que concentração acionária é uma característica das companhias do agronegócio, da mesma forma que nas demais companhias brasileiras. Como exemplo da

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concentração acionária das empresas do agronegócio destaca-se na amostra as companhias Celulose Irani (90,70%), Suzano Holding (95,90%), Wembley (98,90%), e suas respectivas médias de concentração acionária no período. Isso faz com que os acionistas controladores, devido sua influência nas decisões tomadas pela empresa gerenciam os resultados para satisfazer suas necessidades em muitos casos à custa dos acionistas minoritários.

A mensuração dos ativos biológicos torna-se um elemento que pode ser usado pelos acionistas controladores para gerenciar resultados a partir do momento que são selecionadas as premissas para o cálculo do valor justo, como já destacado por Rech e Oliveira (2013) e Silva, Nardi e Ribeiro (2015).

Nesse sentido a presente pesquisa demonstra que é importante que a academia prepare os profissionais no sentido de compreender as formas que podem ser usadas para o gerenciamento de resultados. A discussão de casos de gerenciamento de resultados, dos fatores determinantes da prática, bem como seus efeitos e consequências na academia contribui para que, tanto o investidor quanto o gestor/preparador não seja considerado “tolo” ignorando os efeitos da lei de conservação do lucro (SCOTT, 2009).

Para os investidores cabe verificar o comportamento das empresas, objeto de seus investimentos, partindo do pressuposto que, empresas com maior concentração acionária aumentam a pratica de gerenciamento da variação do valor justo dos ativos biológicos. Resta ao investidor analisar se o gerenciamento está sendo usado para a redução do conflito de interesses entre minoritários e majoritários ou apenas para o beneficio o acionista controlador.

Nesse sentido, sugere-se que pesquisas futuras analisem o comportamento da politica de dividendos das empresas, no sentido de identificar a que objetivos serve o gerenciamento de resultados, nas empresas concentração acionária.

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