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Racismo, Preconceito e Discriminação. Por Magna Araújo Amorim Colégio de Campos, Viana do Castelo. Tudo começou com. Algum tempo depois

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Academic year: 2021

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Racismo, Preconceito e Discriminação.

Por Magna Araújo Amorim

Colégio de Campos, Viana do Castelo

O tema deste ano: Racismo, Preconceito e Discriminação, uma questão com o qual o mundo tem lidado e que tem dado origem a vários problemas. A nossa função?

Combater o Racismo, o Preconceito e a Discriminação em Portugal.

O Parlamento dos Jovens, um programa fundado em 1994 onde jovens do 2º e 3º ciclo e secundário têm o privilégio de poder mudar a ideia que se tem sobre a política, valorizando a educação para a cidadania.

Tudo começou com…

Tudo começou com duas listas com 10 membros cada: a lista A e a lista B, cada uma com alunos dos diversos anos do 3ºciclo; eu fazia parte da lista A que ganhou as eleições com a maioria dos votos.

Nada podia correr melhor, até ao dia da sessão escolar onde decidimos quem iria à sessão distrital, foram eleitos os deputados efetivos Artur Santos, Diogo Costa e o deputado suplente João Monteiro. O deputado Diogo Costa foi eleito para secretário da mesa da assembleia, daí a possibilidade de assumir o meu lugar de deputada suplente.

A nossa função era escolher as medidas que iríamos levar até Viana do Castelo para representar a nossa escola.

Algum tempo depois…

No dia 1 de março, fomos os quatro até à Escola de Monserrate.

Quando chegámos, a maioria das pessoas já tinha chegado, mas conseguimos criar alguns laços e amizades antes da Sessão Distrital começar.

A primeira fase da Sessão foi a fase das perguntas ao deputado Carlos Abreu Amorim (PSD). Cada deputado colocou a sua questão e muitos ficaram satisfeitos pela resposta, outros nem tanto, queriam algo mais explícito.

A seguir à fase das perguntas deu-se a fase de debate onde cada um pediu esclarecimento aos deputados das outras escolas, mas também teve oportunidade de fazer uma apreciação geral.

Cada escola teve três minutos para colocar e responder às questões feitas por outras escolas e/ou fazer a sua apreciação geral. A nossa escola conseguiu responder a diversas questões e fazer perguntas utilizando todo o tempo. Na fase de votação onde só deputados efetivos podiam votar para escolher o projeto de recomendação, o vencedor foi o Projeto de Recomendação da Escola EB 2/3 Diogo Bernardes.

Após as votações reunimo-nos em vários grupos onde discutimos se devíamos retirar alguma medida, adicionar uma no lugar dessa ou alterar a redação. Foi na fase de grupos que os nossos deputados se destacaram, mostrando aos outros as nossas opiniões e ideias que todos aceitaram com agrado.

O almoço foi servido depois de todos os grupos de trabalho terem terminado as suas reuniões. Um almoço delicioso por sinal, que nos deu tempo de visitar e conhecer um pouco da Escola de Monserrate que tem ótimas instalações.

Passado o almoço e a hora do intervalo retornámos ao Auditório para a fase de votações onde o trabalho dos deputados suplentes tinha acabado pois não podiam votar.

Com as votações à alteração do projeto de recomendação terminadas, passámos às votações das escolas que iriam até Lisboa representar o círculo de Viana do Castelo. Passaram as escolas Diogo Bernardes, Barroselas e Colégio de Campos, foi um sentimento de felicidade enorme, pois foi a primeira vez que o Colégio levava deputados a Lisboa e era a primeira vez que todos nós participávamos neste projeto.

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E finalmente a votação final, votação para escolher o ou a porta-voz. A escolhida foi a deputada Sara Arezes, da escola Diogo Bernardes

O dia mais esperado…

O dia mais esperado chegara, acordámos às 05:30 da manhã, o dia em que iríamos partir para Lisboa, dirigimo-nos ao autocarro e seguimos para Lisboa, recolhemos deputados e jornalistas de Viana do Castelo, Aveiro e Santa Maria da Feira. Durante as seis horas de viajem seguintes, conversámos, criámos laços, partilhamos contactos e redes sociais e falamos sobre tudo, coisas banais e coisas mais sérias.

Passaram seis horas de viagem e finalmente chegámos a Lisboa, uma cidade magnífica, digna de se considerar a capital do nosso país. Fomos diretos à Assembleia da República (um à parte: nunca pensei que fosse um edifício tão grande!). A primeira fase dos trabalhos concentrou-se nas reuniões das comissões:

- 1ªComissão, círculos dos Açores, Aveiro, Castelo Branco, Europa, Fora da Europa, Leiria, Porto e Santarém;

- 2ª Comissão, círculos de Bragança, Coimbra, Évora, Leiria, Portalegre, Porto, Vila Real e Viseu; - 3ª Comissão, círculos de Aveiro, Braga, Faro, Lisboa, Madeira e Viana do Castelo;

- 4ª Comissão, círculos dos Açores, Beja, Braga, Coimbra, Guarda, Lisboa, Setúbal e Viseu.

Apesar de os jornalistas não terem podido assistir a todas as reuniões, a visita guiada foi bastante produtiva, pois pudemos aprender um pouco da história da Assembleia da República: o Palácio de São Bento é um palácio de estilo neoclássico situado em Lisboa, sendo a sede do Parlamento de Portugal desde 1834. Foi construído em finais do século XVI como mosteiro beneditino (Mosteiro de S. Bento da Saúde) por traça de Baltazar Álvares. Com a extinção das ordens religiosas em Portugal, passou a ser propriedade do Estado. No século XVII, foram construídas as criptas dos marqueses de Castelo Rodrigo.

Visitámos a Sala dos Passos Perdidos, deu-se este nome, porque antigamente quando se queria uma reunião com o Presidente, como não havia qualquer meio de comunicação, a pessoa teria de aguardar naquela sala. Como muitas vezes se esperava mais de uma ou duas horas, as pessoas começavam a dar passos para passar o tempo, por isso o nome da sala ser Sala dos Passos Perdidos.

Finalizámos este dia com o jantar. O jantar era self-service, e havia alguma variedade de pratos de carne e peixe e claro, a sobremesa. Saciados, abandonámos a Assembleia da República em direção à Inatel de Oeiras.

Os quartos eram razoáveis e as vistas fantásticas! Adormecer era complicado, no dia seguinte iríamos à Sala do Plenário, onde os nossos colegas deputados iriam apresentar e debater as suas ideias e opiniões a fim de chegar a um consenso.

A sessão nacional…

A sessão nacional aproximava-se, faltavam meras horas para estarmos sentados na Sala do Plenário a assistir e a captar todos À entrada da Assembleia da República, deputados e jornalista do Colégio de Campos.

Deputado João Paulo Monteiro (à esquerda) e o Deputado Artur Santos (à direita), Viana do Castelo

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os momentos. Também só faltavam meras horas para a entrevista com o Presidente da Comissão da Educação e da Ciência, Alexandre Quintanilha.

Tomámos um pequeno almoço (saborosíssimo) e seguimos para a Assembleia da República no autocarro, uma nova viagem cheia de canções e brincadeiras que fizeram com que o tempo em que ficámos presos no trânsito passasse mais rápido.

Chegámos atrasados, mas com tempo suficiente para nos sentarmos e tirar algumas fotos da Sala do Plenário e ouvir alguns deputados da Assembleia a fazer os seus ilustres discursos; seguindo-se um momento de perguntas e respostas. Os jornalistas, infelizmente, tiveram de abandonar a Sala do Plenário para poderem entrevistar os deputados da Assembleia que tiveram também de abandonar a sessão nacional.

Na Conferência de Imprensa…

Entrevistei vários deputados, fazendo sempre a mesma pergunta, e recebi diversas respostas:

Deputada Rita Rato – “Eu acho que as escolas deviam deixar de trabalhar para os exames e começar a trabalhar na aprendizagem. A principal preocupação deviam ser os alunos, as suas dificuldades e necessidades e não o exame e o que vai sair no exame. Parar com essa lógica de ser obcecado com os exames. Mais importante do que isso é conhecer o aluno, como ele é, de que família vem, de que apoios precisa. A partir de aí criar um processo pedagógico para esse aluno. Para isso é preciso haver menos alunos por turma, os professores terem menos turmas do que têm e é preciso tempo para os professores estarem focados nas questões pedagógicas e não nas questões burocráticas, é preciso valorizar a avaliação contínua, é preciso que as turmas tenham tempo para abordar temas que gostem e se motivem no estudo. São precisos mais psicólogos nas escolas para perceber também os problemas de cada escola, portanto são precisas várias medidas, mas a principal, no meu entendimento, é organizar a escola não em função do exame, mas sim em função das aprendizagens.”

Resposta complexa para uma simples pergunta que poderia demorar uma semana a responder, tal como disse Alexandre Quintanilha quando lhe fiz a mesma pergunta que fiz aos deputados:

“- Como acha que podemos melhorar o sistema educativo de Portugal?” A resposta foi a seguinte:

“- Na minha opinião, quando chegarem à minha idade vão se lembrar de uma meia dúzia de pessoas importantes para vocês e vocês vão-se ter que se apaixonar por alguma coisa, alguma área, no momento em que se apaixonarem pela mesma, vão ser bons

naquilo independente da vossa escolha. Eu acho que todos os professores, espero eu, querem ser os melhores naquilo que fazem e como vos disse, vocês são todos diferentes e alguns professores atraem-vos, mas não atraem os outros. Isso é bom, porque cada um se apaixona por coisas diferentes e o sistema educativo é dinâmico, precisa do vosso input, vocês têm de exigir de vocês próprios e é do que o sistema necessita. Eu sei que nenhum sistema é perfeito, ele evolui e altera-se.”

A conferência termina e retornámos à Sessão Nacional que está prestes a terminar a sua primeira parte. Vamos almoçar e conviver, tal como antes, tirámos algumas fotos e falámos, embora tenhamos de voltar para a Sala do Plenário para retomar a sessão.

Retomada a sessão, começamos a

O Presidente da Comissão da Educação e da Ciência, Alexandre Quintanilha.

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parte da votação às medidas para o projeto final. Depois de discursos de um minuto e de braços a levantar, o projeto final estava concluído e ficou desta forma:

1- Implementar projetos específicos de integração, de alunos para alunos, aproveitando as competências e a boa vontade de alunos com perfil para ajudar e acolher outros colegas.

2- Criar uma equipa multidisciplinar, “beat rápido”, capaz de promover temas de discriminação, racismo e preconceito, através de campanhas de sensibilização, encontros interescolares distritais anuais, bem como de implementar sessões de debate nas escolas, de forma a evitar atos discriminatórios. Esta equipa, através da execução de um plano de intervenção, dará apoio imediato às vítimas e familiares.

3- Festejar a diversidade cultural, educando os alunos para a diferença, através do incentivo para a partilha e o diálogo multicultural, integrando a atividade “penpal” nas disciplinas de línguas.

4- Integrar pessoas com deficiência e sensibilizar a população para a integração, através de cursos de língua gestual e braille, e inclusão deste último nos boletins de voto, e promoção de ações de divulgação dos direitos das pessoas com deficiência.

5- Investir na introdução de temas como os direitos humanos, o racismo, o preconceito e a discriminação, nos currículos ao longo do percurso escolar obrigatório, de forma dinâmica e adequada à idade e maturidade dos alunos, com especial ênfase na interação entre disciplinas do 3.º ciclo.

6- Iniciar a educação para a diferença o mais precocemente possível, com conteúdos, metodologias e práticas e contacto com grupos desfavorecidos ou minoritários.

7- Estabelecer parcerias entre cada uma das escolas portuguesas e uma escola dos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e dinamizar intercâmbio de estudantes e trocas de correspondência.

8- Incrementar atividades concretas que promovam a inter-relação entre culturas distintas e que devem estar bem definidas nos planos anuais de atividades das escolas, desde o primeiro ciclo ao ensino secundário, sendo implementadas nas disciplinas de Estudo do Meio e de Educação para a Cidadania, respetivamente.

9- Sensibilizar os meios de comunicação social no sentido de promover o “Jornalismo pela Tolerância” e de dar especial destaque a programas infantis/programas informáticos (jogos/aplicações), a implementar nas escolas até ao 1.º ciclo.

10- Criar uma instituição que preste apoio psicológico à vítima, de forma a ajudá-la a lidar com a situação de discriminação, e ao agressor, de forma a instrui-lo para a compreensão e respeito dos outros e a reabilitá-lo de modo a integrá-lo na sociedade.

A sessão nacional terminou e ofereceram-nos um lanche, foi a nossa última refeição naquele imponente edifício a que chamámos Assembleia da República!

A viagem de autocarro foi passada a recontar os episódios daqueles dois dias fantásticos! E quanto mais nos aproximávamos do nosso destino mais dificuldade tínhamos de nos despedir dos nossos amigos, momentos de grande tristeza!

Os Deputados e Jornalistas da Sessão Nacional.

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Nota da autora...

Quero agradecer à organização, aos meus professores, colegas e a todos que me ajudaram nestes dias fantásticos! Quero agradecer pelos amigos que fiz e que espero manter para sempre. Aprendi mais nestes dias do que em qualquer outro momento na minha vida.

O Parlamento de Jovens fez-me perceber o quão a política é importante na nossa vida e quão devemos mantê-la presente na nossa vida pois, nós como cidadãos dependemos disso.

Sou uma cidadã feliz e espero repetir estes dias na minha vida! E mantê-los presentes na minha memória como os dias em que fizemos a diferença na República Portuguesa.

Magna Araújo Amorim Colégio de Campos, Viana do Castelo

Maio 2016 O regresso a casa!

Referências

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