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Movimento dos Atingidos pela Anglo American em Conceição do Mato Dentro REAJA

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Academic year: 2021

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Os Atingidos pelo Projeto Minas-Rio vêm a público manifestar, mais uma vez, o seu veemente repúdio à forma desrespeitosa e parcial como vem sendo conduzido o processo de licenciamento ambiental do Projeto Minas-Rio.

As irregularidades e ilegalidades do procedimento ambiental tem sido constante desde a sorrateira e disfarçada chegada da MMX à região, em 2007, sucedida pela Anglo American em 2008.

O artifício vergonhoso da fragmentação da Licença de Instalação em LI fase I e LI fase II é um exemplo da irregularidade uma vez que não existe nenhuma normatização ou resolução do CONAMA que prevê este tipo de licenciamento.

Na opinião de Paulo Affonso Leme Machado: “a interpretação de que o Licenciamento ambiental deve abranger a obra como um todo, não devendo ser fragmentado, decorre da lógica do próprio licenciamento. O licenciamento só existe porque a atividade ou a obra podem oferecer potencial ou efetiva degradação ao meio ambiente. As fases de Licença Prévia e Licença de Instalação são antecedentes à Licença de Operação, já que esta depende do que foi deferido nas fases anteriores e só será obtida se preenchidas todas as exigências constantes naquelas que a antecederam.

Isso sem mencionar no também vergonhoso financiamento pelo BNDES para construção do mineroduto ANTES de concedida a licença prévia da Minas. Todos estes fatos demonstram que o licenciamento ambiental do Projeto Minas-Rio está sofrendo diversas intervenções políticas e econômicas atendendo os pareceres a estes fins.

Novamente, destacamos a falta de pudor ou preocupação com o princípio da moralidade e da publicidade que rege os atos administrativos.

Impressiona ainda mais o fato de que em recente reunião realizada em maio de 2013 com os membros das comunidades atingidas e representantes do Ministério Público de Minas Gerais em Diamantina, representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, reconheceram que não têm capacidade técnica e pessoal para acompanhar os desmandos da Anglo American, permitidos pelo próprio Estado, e que há diversas condicionantes do empreendimento Projeto Minas-Rio não cumpridas e, pior, sem nenhum controle por parte do governo que tem a obrigação de cobrar os compromissos assumidos pela Anglo American perante o Conselho Estadual e Política Ambiental.

A ata da 81ª Reunião Ordinária da URC - Unidade Regional Colegiada 3 Jequitinhonha realizada no dia 27 de março de 2014 a funcionária de carreira do SISEMA, Sra Flávia, fez a leitura de um manifesto, conforme extrai-se do registro contido na ATA:

Flávia – SISEMA: Faz a leitura de um manifesto denunciando 35 algumas dificuldades que os servidores do SISEMA vem enfrentando a algum tempo, tais 36 como salários baixos, número insuficiente de profissionais, os equipamentos como carros, 37 máquinas fotográficas, GPS e computadores encontram-se sucateados, faltam 38 equipamentos de

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segurança e treinamentos e cursos adequados, o Sistema Integrado de 39 Informações Ambientais (SIAM) não funciona adequadamente, entre outros.

Em idos de janeiro de 2012 foi lavrado boletim de ocorrência pela polícia ambiental de Conceição do Mato Dento, sendo o mesmo encaminhado `a URC Jequitinhonha para as providências necessárias sendo solicitado pela polícia ambiental a vistoria. Em seguida, as correspondências eletrônicas solicitando a vistoria do local que foi adiada inúmeras vezes sobre a alegação de execução orçamentária inexistente.

Vejamos:

De: Raimundo Nonato Rodrigues Nonato <gpmamb_cmd@yahoo.com.br>

Assunto: Re: RES: Denuncia de poluição e degradação dos Corregos Pereira e Passa Sete Para: "Eliana Piedade Alves Machado" <eliana.machado@meioambiente.mg.gov.br>, "Ivanete Pereira Goncalves Correia" <ivanete.correia@meioambiente.mg.gov.br>, "MARCIO ALMEIDA IEF DIAMANTINA" <marcio.almeida@meioambiente.mg.gov.br>, "8 CIA IND MAT 8 CIA IND MAT GOV VALADARES" <8ciaindmat@pmmg.mg.gov.br>, "P5 8 CIA MAT CB RINALDO" <cbrinaldo@yahoo.com.br>

Cc: "patricia generoso" <patriciagtg@yahoo.com.br> Data: Terça-feira, 24 de Janeiro de 2012, 12:26

Bom dia,

Sabemos das dificuldades do estado, mas a situação que encontra os córregos e a população ribeirinha que necessita de usar a água dos córregos está muito mais muito dificil e complicada. Estamos preocupados também se ocorrer mais chuvas que poderá trazer mais transtornos e prejuizos para a população ribeirinha.

Att,

Sgt Nonato

De: Eliana Piedade Alves Machado <eliana.machado@meioambiente.mg.gov.br> Para: Raimundo Nonato Rodrigues Nonato <gpmamb_cmd@yahoo.com.br>; Ivanete

Pereira Goncalves Correia <ivanete.correia@meioambiente.mg.gov.br>; Marcio de Fatima Milagres de Almeida <marcio.almeida@meioambiente.mg.gov.br>; patricia generoso <patriciagtg@yahoo.com.br>; rogeria leme <rogeriacrleme@yahoo.com.br>; alexandre supram jequitinhonha alexandre supram jequi

<alexandre.mortimer@meioambiente.mg.gov.br>

Enviadas: Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2012 9:48

Assunto: RES: Denuncia de poluição e degradação dos Corregos Pereira e Passa Sete

Prezado Sgt Nonato,

Tão logo a execuç]ão orçamentária do Estado seja liberada, faremos vistoria no empreendimento. Atenciosamente,

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---Eliana Piedade Alves Machado - Superintendente Superintendência Regional de Regularização Ambiental SUPRAM JEQUITINHONHA

Av. Saudade, 335 - Centro - Diamantina-MG (38) 3531.2650- 3531.3836

eliana.machado@meioambiente.mg.gov.br

De: Raimundo Nonato Rodrigues Nonato [gpmamb_cmd@yahoo.com.br] Enviado: segunda-feira, 23 de janeiro de 2012 7:34

Para: Eliana Piedade Alves Machado; Eliana Piedade Alves Machado; Ivanete Pereira Goncalves Correia; Marcio de Fatima Milagres de Almeida; patricia generoso; rogeria leme; alexandre supram jequitinhonha alexandre supram jequi

Assunto: Denuncia de poluição e degradação dos Corregos Pereira e Passa Sete Bom dia,

Encaminho a vossa senhoria o constante do anexo referente a atendimento de denúncia de degradaçaõ ambiental e Poluição dos Córregos Perreira e Passa sete zona rural de Conceição do Mato Dentro para conhecimento e demais providências.

Att,

Sgt Nonato

A omissão do Estado na fiscalização das denúncias de assoreamento e poluição de recurso hídrico que coloca em risco a vida da comunidade ribeirinha e a concessão de novos adendos às licenças ambientais sem que haja a análise do status das condicionantes e até mesmo com condicionantes descumpridas deve ser considerada como forte indício de negligência ou de fraude e favorecimento ao empreendedor.

O cumprimento das condicionantes é requisito indispensável para concessão de novas licenças. E, embora seja patente o sucateamento das estruturas ambientais, as licenças ambientais continuam sendo concedidas, demonstrando, na pior das hipóteses, que encontram-se fundamentas em pareceres inseguros.

Recentemente, na 82ª Reunião Ordinária da Unidade Regional Colegiada Jequitinhonha realizada no dia 24 de abril de 2014, foi deferido novo Adendo à Licença de Instalação da Anglo American Minério de Ferro Brasil

: “Apresentar protocolo do projeto de compensação ambiental previsto no art. 75 da Lei Estadual n°. 20922, de 2013 junto a GCA do IEF. O empreendedor deverá realizar a compensação nos prazos estabelecidos pelo IEF. A compensação deverá contemplar a área total de supressão de vegetação nativa do empreendimento. Prazo: 90 (noventa) dias após a

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publicação de ato normativo procedimentando a Compensação Ambiental prevista na Lei Estadual n°. 20922, de 2013, em seu art. 75.”.

Mas não é só isso: em denuncia anterior já salientamos que o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (GESTA/UFMG) apresentou documento com inúmeros dados que comprovam que o licenciamento ambiental encontra-se subordinado ao interesse do empreendedor. Dentre os dados destaca-se a denúncia de que o Parecer elaborado pela equipe técnica da URC Jequitinhonha ratifica os argumentos contidos nos estudos da empresa Ferreira Rocha - terceirizada contratada pela Anglo Americam - muito embora, inacreditavelmente, o parecer que recepcionou o estudo da Ferreira Rocha seja datado de um mês antes do estudo da Ferreira Rocha ter sido juntado no processo de licenciamento ambiental.

A relação promíscua que o empreendedor impõe ao licenciamento ambiental já foi objeto de denúncia anterior realizada pelos próprios técnicos do órgão ambiental por meio do sindicato da categoria (vide denúncia ao Ministério Público - Processo COPAM nº. 00472/2007/004/2009, fls. 6764- doc anexo), revelando:

“O constrangimento é absurdo, ao ponto das reuniões técnicas (servidores) com a presença do empreendedores, tentando negociar o que lhes é de direito".

Pedimos a interferência deste MP no sentido de impedir a continuidade da LI , ainda mais nesta circunstância, lembrando que há desrespeito com o grupo técnico, havendo, inclusive, agressão verbal contra os técnicos do SISEMA por parte dos técnicos da empresa de consultoria contratada pela Anglo Ferrous.

"Ressaltamos que 14 condicionantes exigidas pelo SISEMA para concessão de futura licença de instalação referem-se às ações que deveriam balizar, na verdade, a concessão da própria licença prévia, o que evidencia o atropelo e a rapidez para que a exploração ocorra a "toque de caixa" e sem preocupação alguma com os aspectos ambientais.

Os conselheiros, investidos em funções públicas, devem ser submetidos ao regime de integral publicidade. Isso significa que todas as reuniões para as quais os conselheiros forem convocados deverão observar a

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convocação pública não se admitindo as convocações restritas e sem publicidade.

A Carta Constitucional de 1988, em seu artigo 37, caput, estabelece os princípios que devem nortear os atos da Administração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. No intuito de garantir a correta observância dos referidos princípios, o parágrafo 4º, do artigo 37 prevê que "os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, (...)”. Aliás, com vistas a garantir o cumprimento dos Princípios Administrativos Constitucionais, que coíbe a prática de atos de improbidade, promulgou-se em 1992 a Lei n.º 8.429 e, após, a Lei 9.605/98.

Diante de tudo isso, manifestamos o nosso repúdio à reunião às portas fechadas marcada pela Anglo American para apresentação do estudo da Ferreira Rocha exigindo a imediata mudança de postura para atender ao dever ético-jurídico de publicidade e moralidade dos atos administrativos.

Atingidos pelo Projeto Minas-Rio - REAJA

Referências

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