UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
HIDROGRAFIA FLG - 1550 PROGRAMA de 2014
Noturno- Quintas (A) Diurno – Sextas (B) Prof.ª Dr.ª CLEIDE RODRIGUES Prof. Dr. FERNANDO NADAL J. VILLELA
OBJETIVOS DO CURSO
1. Promover a aquisição de bases metodológicas, conceituais e técnicas para o estudo da hidrosfera e de seus ciclos, balanços, dinâmica e sistemas na escala planetária e em escalas de maior detalhe.
2. Aprofundar a compreensão da água enquanto recurso natural desigualmente distribuído no mundo e no Brasil e a competência do aluno para discutir a história da apropriação do recurso, considerando-o como conteúdo geográfico de grande interesse geopolítico e para a gestão territorial.
3. Dar acesso às principais referências metodológicas, conceituais e técnicas para o estudo das águas continentais com destaque para sistemas geomorfológicos como: bacias hidrográficas, cursos fluviais, planícies de inundação e vertentes no meio tropical úmido.
4. Consolidar o uso de terminologia, conceitos e categorias fundamentais em geomorfologia fluvial. 5. Promover o treino na utilização de técnicas de levantamento e/ou análise de dados
geomorfológicos, hidrológicos e hidro-sedimentológicos voltados ao estudo de bacias hidrográficas, canais fluviais e planícies fluviais em áreas preservadas e antropizadas.
6. Promover o acesso às principais fontes de informação para o estudo de bacias hidrográficas e cursos fluviais.
7. Prover o aluno de instrumental básico para o estudo da sociedade atual enquanto agente de mudanças em sistemas geomorfológicos, em especial os hidromorfológicos.
8. Prover o aluno de instrumental para introduzi-lo na discussão dos principais conflitos que envolvem o uso, a apropriação e gestão de recursos hídricos no Brasil, com ênfase em sua capacitação conceitual, técnica e crítica para as análises geográficas.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. A hidrosfera/evolução. Ciclo global da água. Ciclos, balanços, sistemas. Tipos de reservatórios globais e sua dinâmica. Tempo de residência e renovação. Recursos hídricos no mundo e no Brasil.(C e M) 2. Sistemas geomorfológicos/hidromorfológicos: bacia hidrográfica, rede de drenagem, vertentes, planícies fluviais, canais fluviais, lagos, águas subterrâneas/ lençol freático. (C)
3. Ciclo hidrológico I e II. Interceptação, infiltração, estocagens, escoamento superficial, escoamento basal, escoamento fluvial. (C e T)
4. Dinâmica hídrica do sistema vertente por tipos de fluxos hídricos, localização preferencial e forças atuantes: tipos de fluxos superficiais e ação morfogenética, infiltração, estocagens e circulação no nível da vegetação, do solo e da rocha. Exemplos de monitoramento de fluxos e estocagens na vertente. (C e T)
5. Análise de bacias hidrográficas I: Delimitação de bacias hidrográficas em cartas topográficas ou cartas digitalizadas e georreferenciadas. Hierarquia da rede de drenagem. Delimitação de sub-bacias. Métodos de levantamento de área e perímetro. Identificação de padrões de drenagem. Aplicação.
6. Análise de bacias hidrográficas II. Cálculo da densidade de drenagem e índice de bifurcação. Rio principal e perfil longitudinal. Limiares morfológicos na bacia e no perfil. Gradiente hidráulico.Aplicação da análise morfométrica de bacias hidrográficas para interpretações morfogenéticas e para o planejamento territorial. Entre o digital e o analógico.(C, M e T)
7. Dinâmica hídrica e sedimentológica em sistemas fluviais. I Vales. Canais e Padrões. Tipos e composições de leitos fluviais. Fundamentos de Geometria Hidráulica. Tipos de fluxos hídricos fluviais. Trabalho fluvial: erosão, transporte e deposição A conexão planície-canal fluvial.(CG)
8. Dinâmica hídrica e sedimentológica em sistemas fluviais II. Padrões fluviais: hidrodinâmica, arquitetura deposicional e morfologia. Sistemas Meândricos, Anastomosados, Anabranching e Entrelaçados. Terraços. Planícies de inundação. Leques aluviais. Deltas. Brasil no contexto. (CG)
9. Análise de bacias hidrográficas III: Modelos hidrológicos. Cálculo da entrada de água. Cálculo de Vazão/disponibilidade hídrica. Redes fluviométricas, sedimentométricas e de qualidade de água.(TM) 10. Técnicas para levantamento de seção transversal. O uso do molinete. Uso de flutuadores. Cálculo de vazão. Curva-chave.(TMC)
11. Intervenções antrópicas e seus efeitos em sistemas fluviais. As Mudanças Climáticas. Análise de riscos em sistemas fluviais. São Paulo como exemplo. (MG)
12. A questão do abastecimento e da qualidade de água em São Paulo. (G) METODOLOGIA
O curso será desenvolvido por diversas estratégias, constituídas basicamente por: -aulas expositivas com leituras prévias obrigatórias para acompanhamento - elaboração de exercícios em sala de aula (P 1)
-trabalho prático individual de análise de bacias hidrográficas em cartas topográficas e outras fontes (P 6) - trabalho de campo (obrigatório) (P 1)
-prova (P 2)
A avaliação do desempenho do aluno será realizada por meio da análise da qualidade desses trabalhos práticos e prova. Também será levada em consideração sua capacidade em atender as solicitações em tempo compatível com o processo pedagógico. As atividades individuais terão peso relativamente maior para efeito do cálculo da média final.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
(demais referências serão fornecidas ao longo do curso)
ABREU, A. A. Surell e as Leis da Morfologia Fluvial. Craton & Intracraton, São José do Rio Preto, p. 1 – 12, 1980.
AB´SABER, A. N. (1978). A planície do Tietê no Planalto Paulistano. Geomorfologia n.57. IGEOG/USP. ALMEIDA, R. D. (Org.). O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 2001. ALVES, N. Mapeamento hidromorfodinâmico do Complexo Fluvial de Anavilhanas: contribuição aos estudos de Geomorfologia Fluvial de rios Amazônicos. São Paulo. FFLCH USP. Tese de Doutorado, 2013.
BIGARELLA, J. J. & SUGUIO, K. (1976). Ambientes fluviais. Curitiba, UFPar. BRASIL/DNAEE. (1983). Glossário Hidrológico Internacional. Brasília, DCRH.
CANHOLI, A.P. (2005). Drenagem urbana e controle de enchentes. São Paulo, Oficina de Textos.
CARNEIRO, P. R. F. & MIGUEZ, M. G. Controle de Inundações em Bacias Hidrográficas Metropolitanas. São Paulo, Anablume. 2011.
CHRISTOFOLETTI, A. (1974). Geomorfologia. São Paulo, Edgard Blücher. CHRISTOFOLETTI, A. (1981). Geomorfologia Fluvial. São Paulo, Edgard Blücher.
CHORLEY, R. J. (1996). The hillslope hydrological cycle. In: KIRKBY,M. J. (1996). Hillslope Hidrology. Chichester, John, Wiley & Sons.
EARTH SCIENCE CURRICULUM PROJECT. (1978). Investigando a Terra (versão brasileira). São Paulo, FUNBEC/Mac Graw Hill.
GUERRA, A. T. & CUNHA, S. B. (1994). Geomorfologia: Uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil.
______________ (1996). Geomorfologia. Exercícios, Técnicas e aplicações. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil.
GREGORY, K. J. & WALLING. D. E. (1973). Drainage Basin, Form and Processes. London, Edward Arnold.
HACK, J. T. Stream-profile analysis and stream-gradient index. Journal Research, U.S. Geological Survey. Vol. 1 , N. 4, 1973, p. 421-429.
HORTON, R. E. Erosional development of streams and their drainage basins; hydrophysical approach to quantitative morphology. Bulletin of the Geological Society of America, Vol. 56, p. 275-370, 1945.
HOWARD, A.D., 1967, Drainage analysis in geologic interpretation: a summation. The Amer. Assoc. of Petr. Geol., v. 51, n. 11, p. 2246-2259.
KONDOLF,G. M.& PIÉGAY, H. (2003). Tools in fluvial geomorphology. Chichester, John Wiley & Sons. LEOPOLD,L. B. et al. (1964). Fluvial Processes in Geomorphology. San Francisco, Freeman.
LUZ, R. (2010). Geomorfologia da planície fluvial do rio Pinheiros entre os bairros de Pinheiros, Butantã e Cidade Jardim, São Paulo (SP). São Paulo, FFLCH USP. Dissertação de Mestrado.
MOROZ CACCIA-GOUVEIA, I. C. (2010). Da originalidade do sítio urbano às formas antrópicas: aplicação da abordagem da geomorfologia antropogênica na bacia hidrográfica do rio Tamanduateí - Região Metropolitana de São Paulo. FFLCH-USP. Tese de Doutorado, 2010.
McNIGHT,T. ( 1996) The hidrosphere. In: Physical Geography. A landscape apreciation. New Jersey, Prentice Hall.
PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2006, 656p.
REBOUÇAS, A. & TUNDISI, J. G. (1999). Águas doces no Brasil. Capital Ecológico, Uso e Conservação. São Paulo, IEA/Escrituras.
RICCOMINI, C.; COIMBRA, A. M. (1993). Sedimentação em rios entrelaçados e anastomosados. Boletim IG-USP: Série Didática, v. 6. Disponível em: http://ppegeo-local.igc.usp.br/pdf/bigsd/n6/01.pdf
RIBEIRO, W. C. (2006). Geografia política da água. São Paulo, Anablume.
RODRIGUES, C. (2010). Avaliação do impacto da urbanização em sistemas hidro-geomorfológicos. Desenvolvimento e aplicação de metodologia na Grande São Paulo. Revista do Departamento de Geografia 20. FFLCH/USP.
ROSGEN, D. L. A classification of natural rivers. CATENA, Volume 22, Issue 3, p. 169-199, 1994.
SISTEMA INTEGRADO DE GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS. (2001) Plano da bacia do Alto Tietê. São Paulo (SIGRH). Disponível em: http://www.sigrh.sp.gov.br/cgi-bin/sigrh_home_colegiado.exe?TEMA=RELATORIO&COLEGIADO=CRH/CBH-AT&lwgactw=531837 _______________ (2011). Relatório de situação de recursos hídricos – ano base 2009. São Paulo,
(SMA/CRH/SIGRH). Disponível em:
http://www.sigrh.sp.gov.br/sigrh/basecon/RelatorioSituacao2011/Relatorio_Situacao_2011.pdf
_______________ (2011). Plano estadual de recursos hídricos – ano base 20011-2015. São Paulo, (SMA/CRH/SIGRH). Disponível em: http://www.sigrh.sp.gov.br/cgi-bin/sigrh_carrega.exe?f=/index/index.html
_______________ (2012). Banco de dados hidrometeorológicos. São Paulo, (SMA/CRH/SIGRH).
Disponível em:
http://www.sigrh.sp.gov.br/cgi-bin/sigrh_carrega.exe?f=/index/informe_files/dados_daee.html
RODRIGUES,C. & ADAMI,S. (2011) Técnicas de hidrografia. In: BITTAR, L.A. Geografia, Técnicas de Campo, Laboratório e Sala de Aula. São Paulo, Editora Sarandi.
SANTANA. C. L. 2008. Geomorfologia da planície fluvial meândrica do Rio Ribeira de Iguape, entre Sete Barras e Eldorado. Tese de Mestrado. São Paulo, DG FFLCH, USP.
SARTORI, M. G. B.; MÜLLER FILHO, I. L. Elementos para Interpretação Geomorfológica de Cartas Topográficas - Contribuição à Análise Ambiental. Editora da Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Geociências, Santa Maria, RS, 1999, 95p.
SILVA, J. P. (2012). Avaliação da diversidade de padrões de canais fluviais e da geodiversidade na Amazônia - aplicação e discussão na bacia hidrográfica do Rio Xingu. São Paulo. FFLCH-USP. Tese de Doutorado. 2012.
SOARES, P. C.; FIORI, A. P. Lógica e Sistemática na Análise e Interpretação de Fotografias Aéreas em Geologia. Notícia Geomorfológica, Campinas, v. 16, n. 32, p. 71-104, 1976.
STRAHLER, A. N. Dynamic Basis of Geomorphology. New York: The Geological Society of America, Department of Geology, Columbia University, V. 63, N. 9, p. 923-938, 1952.
_______________ (1957). Quantitative analysis of watershed geomorphology. New Halen: Transactions: American Geophysical Union 38 (6), p. 913-920, 1957.
_______________ (1966). Physical Geography. New York, John Wiley & Sons. SUGUIO, K. (2006). Água. São Paulo, Holos.
TARDY, Y. (1986). Le cycle de l'eau. Climats, paléoclimats et géochimie globale. Paris, Masson, 338p. fluviaux. Publ. CGA, Univ. de Strasbourg, Strasbourg.
______________ (1966). Os tipos de leitos fluviais. Notícia geomorfológica 11, p. 41-50.
TUCCI, C. E. M. (1993). Hidrologia, Ciência e Aplicação. Porto Alegre, Ed. da Universidade. ABRH/EPUSP. (Col. ABRH de Recursos Hídricos vol.4)
______________ (1998). Modelos Hidrológicos. Porto Alegre, Ed. da Universidade/UFRS/ABRH.
VENTURI, L. A. B. (Org.) (2011). Geografia - práticas de campo, laboratório e sala de aula. 1ª ed. São Paulo - SP: Editora Sarandi.
WATSON, I. & BURNETT, A. (1993) Hydrology, An Environmental Approach. London, Lewis Publishers.
CALENDÁRIO 2014/2015 OUTUBRO - QUINTAS : 23,30 - SEXTAS : 24,31
Aulas expositivas/Aulas Práticas.
NOVEMBRO - QUINTAS : 6,13,20, 27 - SEXTAS: 7,14
Aulas expositivas/ Aulas Práticas. Análise de bacias Hidrográficas. Aulas de Campo (dias 21,22 ou 28,29 de novembro/datas alternativas e fixas).
DEZEMBRO - QUINTAS : 4,11,18 - SEXTAS : 5,12,19
Aulas Expositivas/Aulas Práticas. Análise de Bacias Hidrográficas. PROVA (datas de entrega : 15 e 16 de janeiro)
JANEIRO - QUINTAS : 15,22,29 - SEXTAS : 16,23,30
Aulas Expositivas/Aulas Práticas. Análise de Bacias Hidrográficas.
FEVEREIRO - QUINTAS: 5,12 - SEXTAS : 6,13
dia 02 : Entrega do trabalho prático individual Total : 15 AULAS
Dia 02 de fevereiro entrega do Trabalho Prático Individual de Análise de Bacias Hidrográficas, no Laboratório de Geomorfologia (Tarde) ou na Secretaria de Graduação (Noite).
OBS : Este Programa e demais cadernos de orientação ( Campo e Roteiro) serão colocados no site do Departamento em tempo hábil para auxiliar os alunos.
São Paulo, outubro de 2014
Prof.ª Dr.ª Cleide Rodrigues e Prof. Dr. Fernando Villela
Monitores : Juliana Mantovani, Maria Carolina Villaça Gomes, Lucas Gonzaga Santos, Iury Tadashi e André Mari Vianna
