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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

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Academic year: 2021

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Escola Secundária com 3.º Ciclo

do Ensino Básico da Ramada

O

DIVELAS

Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo da IGE

Avaliação Externa das Escolas

Relatório de escola

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I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa.

Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da

Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico da Ramada - Odivelas, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada nos dias 20 e 23 de Novembro de 2009.

Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento,

Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos

fundamentais da Escola, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os

pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoa-mento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa indi-viduais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE –Os pontos fortes e os

pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos

sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos. O texto integral deste relatório está disponível

no sítio da IGE na área

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II – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico da Ramada está localizada na freguesia com o mesmo nome, no concelho de Odivelas. Iniciou a sua actividade em 1980 e tem como símbolo o Moinho das Covas, moinho de vento recuperado que se situa no seu perímetro e constitui um ex-líbris do concelho. A Escola insere--se numa área suburbana que tem apresentado, nos últimos anos, um grande crescimento habitacional e populacional na sequência da melhoria das acessibilidades, encontrando-se a freguesia em franco progresso e desenvolvimento. Serve uma população com origem socioeconómica heterogénea, fruto sobretudo da proveniência de diferentes bairros (núcleos habitacionais antigos, bairros e urbanizações recentemente construídas). Frequentam a Escola 1284 alunos, dos quais 534 no 3.º Ciclo do Ensino Básico e 750 no Ensino Secundário (655 em cursos científico-humanísticos, 40 em cursos tecnológicos e 55 nos cursos profissionais). No âmbito da Acção Social Escolar, 205 alunos (16%) beneficiam de auxílios económicos numa distribuição equitativa entre os escalões A e B. Do total de alunos, 70% têm computador e internet em casa, 9% têm computador sem acesso à internet, 1% não têm computador mas têm acesso à internet e 20% não possuem esses recursos. Quanto à formação académica dos pais e encarregados de educação, 13% têm formação superior, 26%, o ensino secundário e 61% a escolaridade básica. As categorias socioprofissionais destes situam-se, essencialmente, no sector terciário, representando a área dos serviços 62%. Exercem funções na Escola 133 docentes, dos quais 105 (79%) pertencem ao Quadro e 28 (21%) são contratados. A faixa etária dos docentes entre os 41 e os 50 anos (40%) é a mais representativa. Quanto ao pessoal não docente, que inclui as carreiras de assistentes operacionais e de assistentes técnicos, é constituído por 39 trabalhadores: 29 (74%) pertencem ao Quadro e 10 (26%) são contratados. Na Escola desenvolve ainda a sua actividade profissional uma psicóloga contratada para exercer funções a tempo inteiro.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. Resultados

BOM

A Escola desenvolve alguma análise e reflexão sobre os resultados académicos dos alunos, incluindo a sua evolução e a comparação com outras escolas do concelho e com as médias nacionais. Os factores de sucesso mais apontados são, por exemplo, o Projecto Mais Sucesso como estratégia de promoção da diferenciação pedagógica em sala de aula e o Projecto de Educação para a Saúde traduzido no envolvimento de várias estruturas em diferentes iniciativas ligadas à saúde e à cidadania. A análise dos resultados escolares referentes ao triénio 2006-2009 mostra que as taxas de sucesso global se situam, no 3.º Ciclo, sempre abaixo da média nacional e, no Ensino Secundário, acima da média nacional nos dois últimos anos lectivos. Apesar da evolução das taxas de sucesso global, as estruturas intermédias revelam dificuldade em identificar os factores determinantes de alguns resultados, em consequência do menor envolvimento na sua reflexão. A Escola tem promovido a participação e o desenvolvimento cívico dos alunos. Estes são envolvidos em diversas actividades, nomeadamente, no âmbito do curso Científico - Humanístico de Artes, da Área de Projecto do 12.º ano, do Clube de Teatro e do Desporto Escolar com reconhecimento interno e externo, e na conservação, aproveitamento e aprazibilidade das instalações e dos espaços exteriores, no sentido de promover o gosto e o respeito pela Escola. Os alunos têm, de uma maneira geral, um comportamento disciplinado. Os casos mais problemáticos são acompanhados pelo Gabinete de Apoio Disciplinar não existindo, contudo, uma estratégia global que permita uma maior prevenção das referidas situações. Existe um bom relacionamento entre alunos, professores e pessoal não docente e um ambiente de partilha e atenção mútuos. O esforço e o empenho dos docentes têm contribuído para uma valorização gradual da Escola. As famílias reconhecem e valorizam a Escola como uma referência, destacando a qualidade do trabalho docente, a segurança e a oferta de boas condições.

2. Prestação do serviço educativo

BOM

Estão criadas dinâmicas de articulação e transversalidade curricular, sendo de salientar, a este nível, o trabalho conjunto que decorre da realização de actividades constantes do Plano Anual de Actividades e de projectos, designadamente na área da educação para a saúde. O Projecto Curricular de Escola não evidencia a contextualização do currículo nacional condicionando uma gestão mais eficaz deste. É desenvolvido algum

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trabalho cooperativo entre docentes, evidente na construção de instrumentos de avaliação dos alunos com base em matrizes comuns. Este permite alguma aferição da avaliação, dado que o grau de confiança interna nos resultados não está inteiramente assegurado. Os factores de ponderação dos domínios a avaliar (cognitivo-motor e social) estão explícitos no Projecto Curricular de Escola, contudo, não constam neste documento os critérios gerais de avaliação. A Escola dispõe de uma psicóloga e de um docente da Educação Especial que em articulação com os directores de turma e com entidades locais prestam apoio e acompanhamento a alunos com necessidades educativas especiais. Aos alunos com dificuldades de aprendizagem são facultados apoio pedagógico e actividades de apoio às aprendizagens, nomeadamente as disponibilizadas na plataforma Moodle. No sentido de incrementar a diferenciação pedagógica em sala de aula está a ser realizada formação para os docentes, a par do desenvolvimento do Projecto Mais Sucesso. A oferta educativa e as actividades de enriquecimento curricular são diversificadas, respondem às necessidades e características da população escolar e valorizam o conhecimento. A Área de Projecto, de natureza transversal e integradora, tem um papel central na formação global dos alunos, nomeadamente na assunção de responsabilidades e na adopção de critérios de auto-exigência e de obrigação de prestar contas.

3. Organização e gestão escolar

BOM

O Projecto Educativo tem como finalidade a promoção do sucesso escolar, assentando em cinco objectivos gerais e na definição de planos de acção de melhoria. Contudo, não foram delineadas as suas formas de operacionalização nem a respectiva calendarização, limitando a sua monitorização e avaliação final. O desenvolvimento da organização escolar e dos seus profissionais, como forma de melhorar os resultados educativos e enquanto meta do Projecto Educativo, é parcialmente garantido pelo previsto nos documentos orientadores, como o Plano Anual de Actividades e o Plano de Formação. É de destacar o contributo positivo do Conselho Geral para o funcionamento da Escola ao nível da discussão e elaboração dos documentos orientadores. A gestão dos recursos humanos é adequada, salientando-se o bom ambiente que se vive na Escola a par da disponibilidade do Director. É de sublinhar, por um lado, o investimento do Director e de toda a comunidade educativa na conservação, aproveitamento e aprazibilidade das instalações e dos espaços exteriores e, por outro, a aposta que tem sido feita no equipamento informático. Verificam-se algumas dificuldades face à elevada taxa de ocupação e à escassez de espaços para o desenvolvimento das actividades de enriquecimento curricular. Os alunos e os pais e encarregados de educação, com especial destaque para as respectivas associações, apresentam uma atitude activa e empenhada nas dinâmicas da Escola, traduzida numa participação e responsabilização no desenvolvimento do Projecto Educativo. A Escola rege-se por princípios de equidade e justiça, o que é evidenciado pelo empenho e a disponibilidade do Director, do pessoal docente e não docente no apoio aos alunos.

4. Liderança

BOM

A liderança do Director é reconhecida como determinada, disponível e com espírito de abertura propiciando a emergência de lideranças participativas dos diferentes órgãos de gestão intermédia. Os diversos intervenientes estão motivados e empenhados na tarefa educativa e mobilizados para o processo de tomada de decisão, sobretudo ao nível dos Conselhos de Turma. Contudo, a inexistência de uma estratégia global, concertada e integradora, não tem permitido a promoção de maiores níveis de qualidade e de exigência no processo de ensino e de aprendizagem, tendo em vista um melhor desempenho da Escola. Existe um clima educativo e de relações interpessoais positivas facilitadoras da aprendizagem, alicerçados no empenho e na capacidade de trabalho de docentes e não docentes. Na actuação do Director transparece uma clara aposta na inovação, visível, sobretudo, no domínio das Tecnologias da Informação e da Comunicação enquanto instrumento de aprendizagem e de desenvolvimento. Esta aposta é sustentada por um grande investimento em equipamento informático e audiovisual, já com alguma repercussão nas aprendizagens dos alunos e na comunidade. As parcerias estabelecidas revelam-se um contributo válido no desenvolvimento dos objectivos do Projecto Educativo, apesar da interacção com a Câmara Municipal e com a Junta de Freguesia não estar totalmente aproveitada, bem como o estabelecimento de conexões com diversas entidades externas. A Escola considera útil a criação de uma rede concelhia de escolas para reflexão conjunta e partilha de boas práticas. De salientar, o desenvolvimento de projectos nacionais já com impacto vísivel na Escola e a potencialidade do Moinho das Covas como pólo de desenvolvimento de actividades culturais, para toda a comunidade.

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5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola

BOM

A auto-avaliação da Escola tem, nos últimos anos, incidido em áreas importantes e nucleares como os resultados, os factores contextuais e a gestão, com algumas implicações no processo de ensino e de aprendizagem. O Director, o Conselho Pedagógico, os departamentos e, desde o ano lectivo anterior, a equipa de auto-avaliação, relançaram a dinâmica da auto-avaliação com o levantamento das prioridades de desenvolvimento centrado nos alunos, cujo documento pode constituir uma orientação para um plano de acção de melhoria da Escola. Este trabalho permitiu não só a identificação de pontos fortes e fracos e de oportunidades e constrangimentos, como superar já alguns desses pontos fracos e consolidar alguns fortes como alavanca de desenvolvimento. Reconhece-se que a motivação e o empenho da equipa de auto-avaliação e o acompanhamento dos diferentes órgãos de direcção, gestão e administração, nomeadamente do Conselho Geral, conjugados com a participação de toda a comunidade educativa, particularmente dos alunos, poderão ser considerados como indicadores de que a auto-avaliação será orientada, de modo a permitir uma progressiva sustentabilidade da acção e do progresso.

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

A Escola recolhe, há alguns anos, informação sobre os resultados académicos dos alunos (taxas de sucesso global por ano e disciplina e em exames nacionais), de forma intencional e sistemática, desenvolvendo alguma análise e reflexão, principalmente em sede do Conselho Pedagógico. Este trabalho inclui a evolução dos resultados escolares e a sua comparação com outras escolas do concelho e com as médias nacionais. Nos últimos anos, as causas de insucesso identificadas têm sido, entre outras, alguma falta de pré-requisitos dos alunos, o fraco acompanhamento escolar dos educandos pelas famílias, o menor investimento na diferenciação pedagógica em sala de aula e o insuficiente trabalho cooperativo entre professores. Os factores de sucesso mais apontados são, por exemplo o Projecto Mais Sucesso, como estratégia de promoção da diferenciação pedagógica em sala de aula, e o Projecto de Educação para a Saúde, traduzido no envolvimento de várias estruturas em diferentes iniciativas ligadas à saúde e à cidadania. No mesmo sentido estão a concepção e a aplicação de estratégias de melhoria em algumas áreas da organização escolar, como a utilização progressiva das plataformas virtuais, podendo influenciar de forma indirecta os resultados.

Da análise dos resultados escolares referentes ao triénio 2006-2009, disponibilizados pela Escola, resulta que as taxas de sucesso global (transição/conclusão) se situam, no 3.º Ciclo (74,9%; 79,7%; 79,2%), sempre abaixo da média nacional e, no Ensino Secundário (74,9%; 81,0%; 78,5%), acima da média nacional nos dois últimos anos lectivos. Apesar da evolução das taxas de sucesso global, ao comparar-se o primeiro com o último ano do triénio, as estruturas intermédias revelam dificuldade em identificar os factores determinantes de alguns resultados, em consequência do menor envolvimento na sua reflexão. O mesmo acontece com os resultados dos alunos dos cursos tecnológicos que, em 2008-2009, atingiram apenas 53,9% de sucesso.

Os resultados dos exames nacionais do 9.º ano em Língua Portuguesa apresentam uma involução no triénio em análise, sendo ligeiramente superiores à média nacional, em 2007 (+0,2) e 2008 (+0,1), e abaixo em 2009 (-0,2). Em Matemática os resultados são flutuantes, tendo sido ligeiramente superiores aos nacionais em 2007 (+0,1), iguais em 2008 e inferiores em 2006 (-0,5). Esta constatação pode indiciar por um lado, a existência de factores determinantes dos resultados que ainda não são controlados e por outro, que o desenvolvimento do Plano de Acção para a Matemática se mostrou útil, mas não suficiente. No que se refere às diferenças entre as médias das classificações internas e as de exame, nestas disciplinas e no referido triénio, os resultados apresentam uma variação entre -0,8 e +0,2. No 12.º ano, a análise dos resultados obtidos no último triénio, nos exames nacionais de Português e de Matemática, mostra que as médias das classificações se mantiveram. Assim, na disciplina de Português posicionaram-se acima da média nacional em 2007 e 2009, enquanto na disciplina de Matemática ficaram abaixo nos três anos. A diferença entre as médias das classificações internas e as de exame, nestas disciplinas, merecem atenção, tendo em conta o desvio que apresentam, cuja variação

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se situa entre -4,0 e +1,4 valores. Assim, a análise destes valores indiciam que os critérios internos de avaliação poderão não estar bem calibrados e não oferecer, globalmente, confiança. A análise dos valores percentuais do abandono escolar no 3.º Ciclo (8,30%; 4,10%; 1,40%) mostra uma descida muito significativa, reflectindo, no último ano lectivo, um trabalho profícuo na redução do abandono, para o que poderá ter contribuído o maior envolvimento dos alunos, por exemplo, em actividades de enriquecimento curricular. A análise das taxas de desistência para o Ensino Secundário (2,90%; 4,60%; 4,50%) revela uma subida, com algum significado, nos dois últimos anos, sendo ainda uma questão não resolvida.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

A Escola tem promovido a participação e o desenvolvimento cívico dos alunos, como uma das suas principais áreas de actuação. Os alunos participam, não só na Associação de Estudantes e no Conselho Geral, mas também nos conselhos de delegados e nas suas turmas com os directores de turma. Contudo, o seu sentido crítico leva-os a considerarem-se ainda insatisfeitos, entendendo que deveriam existir mais acções de motivação para os valores e para os seus próprios deveres. Esta consciência tem estimulado, de diferentes maneiras, o espírito de solidariedade, a responsabilidade, a convivência democrática e os sentimentos de pertença e de identificação com a Escola. Na verdade, actividades como a distribuição de maçãs pelo grupo de teatro a toda a Escola, numa parceria com a Área de Projecto, foi apontada como importante para fomentar uma alimentação mais saudável. De salientar, o trabalho desenvolvido no âmbito do curso Científico - Humanístico de Artes, da Área de Projecto do 12.º ano, do Clube de Teatro e do Desporto Escolar, com reconhecimento interno e externo, como estratégia de envolvimento dos alunos.

O Director, os alunos e os professores têm investido na conservação, aproveitamento e aprazibilidade das instalações e dos espaços exteriores, no sentido de promover o gosto e o respeito pela Escola. De igual modo, o pessoal não docente tem contribuído, como participante activo, na educação e na implementação de valores e do sentido de responsabilidade nos alunos. A participação e o envolvimento dos alunos em actividades desportivas como a organização de saraus ou na concepção de projectos, como os painéis solares para a Escola, dando visibilidade aos êxitos alcançados pelos mesmos a toda a comunidade, têm sido as formas encontradas, para estimular e valorizar os seus pequenos e grandes sucessos individuais.

1.3 Comportamento e disciplina

Os alunos têm um comportamento disciplinado e, de uma forma geral, conhecem e cumprem as regras de funcionamento da Escola. Existe um bom relacionamento entre alunos, professores e pessoal não docente, com o envolvimento e o empenho do Director e da Associação de Estudantes na promoção de um ambiente de partilha e atenção mútuos. A análise dos valores, disponibilizados pela Escola, respeitantes ao conjunto das medidas disciplinares aplicadas, mostra que existem algumas situações a resolver.

No ano lectivo 2006-2007, 28 alunos (24 do 3.º Ciclo) foram punidos com pena de suspensão (total de 75 dias), 17 alunos com repreensão registada e sete alunos realizaram actividades de integração na escola; no ano lectivo 2007-2008, 17 alunos (9 do 3.º Ciclo) foram punidos com pena de suspensão (total de 63 dias), 25 alunos com repreensão registada e 12 alunos realizaram actividades de integração na escola; no ano lectivo 2008-2009, 13 alunos (7 do 3.º Ciclo) foram punidos com pena de suspensão (total de 51 dias), 1 aluno com repreensão registada e 16 alunos realizaram actividades de integração a favor da comunidade. Não obstante, a celeridade com que estes casos têm sido tratados e o trabalho desenvolvido no Gabinete de Apoio Disciplinar, não existe uma estratégia global que, associada às actividades de promoção da participação e do desenvolvimento cívico dos alunos permita uma maior prevenção das situações mais problemáticas.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

As aprendizagens têm sido privilegiadas nas práticas da Escola, como um serviço a prestar a todos os alunos, de forma a diminuir o insucesso e o abandono escolares. O esforço e o empenho dos docentes têm contribuído para uma valorização gradual da Escola, tanto por parte dos alunos como dos pais e encarregados de educação. Neste sentido, têm sido oferecidos percursos educativos ajustados às necessidades dos alunos de que são exemplo, os cursos de educação e formação (nos últimos três anos lectivos) e a abertura de cursos profissionais de nível três. De referir ainda a oferta de escola na área artística e tecnológica com as opções de Teatro, Artweb

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e Robótica. As plataformas virtuais e o sumário digital, tal como o fórum, o chat e a Wiki - Ramada na Web têm contribuído, de algum modo, para uma maior aproximação ao meio envolvente e para dar resposta às diferentes expectativas dos alunos e das famílias. Estas reconhecem e valorizam a Escola como uma referência, destacando a qualidade do trabalho docente, a segurança e a oferta de boas condições. A comunidade responde às solicitações da Escola, como acontece com as empresas que participam em projectos e recebem os alunos dos cursos profissionais.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

O planeamento da actividade lectiva, a médio prazo, é realizado em grupo disciplinar. O Projecto Curricular de Turma é elaborado a partir de um modelo pré-definido, assumindo particular importância no trabalho a desenvolver com cada turma, face à centralidade pedagógica que é atribuída ao Conselho de Turma pelo Projecto Curricular de Escola. Este não evidencia a contextualização do currículo nacional condicionando uma gestão mais eficaz do currículo. É assumida pelo corpo docente, alguma dificuldade na comunicação e cooperação entre as estruturas intermédias, o que conduz a um processo de análise e reflexão menos expressivo sobre os aspectos didácticos e científicos do currículo. Todavia, realiza-se algum trabalho conjunto no âmbito de actividades constantes do Plano Anual de Actividades e de projectos, designadamente na área da educação para a saúde, onde estão criadas dinâmicas de articulação e transversalidade curricular.

As práticas de gestão curricular, evidenciadas no 3.º Ciclo, estão focalizadas na articulação horizontal e vertical dos conteúdos programáticos e acontecem nos departamentos e nos conselhos de turma. A continuidade pedagógica no 3.º ciclo e no ensino secundário é garantida, sempre que possível, pelas mesmas equipas pedagógicas. O bom relacionamento entre o Director e as Escolas Básicas com 2.º e 3.º Ciclos do concelho permitem a divulgação da oferta educativa, potenciando o trabalho de orientação vocacional realizado pela psicóloga, com vista à optimização do percurso escolar dos alunos.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

A supervisão e o acompanhamento da actividade lectiva, em contexto de sala de aula, estão apenas instituídos, em caso de necessidade, constituindo medidas de apoio para os professores que revelem dificuldades na prática pedagógica. A monitorização do processo de ensino e de aprendizagem é feita nos conselhos de turma e nos grupos disciplinares. No início de cada ano são realizados testes diagnósticos em todas as disciplinas. Ao longo do ano, em algumas disciplinas, são construídos testes de avaliação com base em matrizes comuns. Este trabalho permite alguma aferição da avaliação dos alunos, dado que o grau de confiança interna nos resultados não está inteiramente assegurado. Os factores de ponderação dos domínios a avaliar (cognitivo-motor e social) estão explícitos no Projecto Curricular de Escola, contudo neste não constam os critérios gerais de avaliação. Os critérios específicos de avaliação são definidos por disciplina em sede dos respectivos departamentos. Os conselhos de turma do 3.º Ciclo decidem sobre a aprovação/retenção/conclusão dos alunos, sem estarem definidos critérios, por parte do Director e do Conselho Pedagógico.

2.3 Diferenciação e apoios

A Escola dispõe de uma psicóloga que desenvolve actividades de aconselhamento e apoio e faz avaliação psicológica. Este trabalho é realizado em articulação com entidades locais, nomeadamente a Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados do Centro de Saúde de Odivelas com ligação funcional aos serviços hospitalares. Esta equipa multiprofissional articula com a Escola e com o médico de família, no apoio a alunos com diferentes problemáticas. A Escola dispõe ainda de um docente de Educação Especial que trabalha em colaboração com a psicóloga e com os directores de turma no processo de identificação e acompanhamento dos alunos com necessidades educativas especiais. Aos alunos com dificuldades de aprendizagem são facultados apoio pedagógico e actividades de apoio às aprendizagens, nomeadamente as disponibilizadas na plataforma Moodle.

Para ilustrar a eficácia dos apoios prestados aos alunos com planos de recuperação e de acompanhamento é de referir a taxa de sucesso de 70,8%, em 2008-2009. A análise das taxas de sucesso dos alunos com planos

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de acompanhamento mostra uma evolução (48,7%, 80,3%; 78,0%) no triénio 2006-2008. A Escola tem investido na figura do professor tutor que proporciona apoio individualizado e diferenciado a alunos do 3.º Ciclo, em risco de insucesso e abandono escolares. O programa de tutoria em funcionamento há três anos tem tido impacto positivo, na medida em que os alunos o consideram como contributo válido, para a melhoria dos seus métodos de estudo e da sua autonomia. No sentido de incrementar a diferenciação pedagógica em sala de aula está a ser realizada formação para os docentes, a par do desenvolvimento do Projecto Mais Sucesso. O alargamento e a adaptação das boas práticas desenvolvidas no âmbito deste projecto, a todos os anos de escolaridade, foram considerados, por alguns docentes envolvidos, importantes, no que concerne à diferenciação pedagógica.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

A oferta educativa procura dar resposta às necessidades e características da população escolar, como se comprova com o sucesso das disciplinas opcionais de Teatro, ArtWeb e Robótica no 3.º Ciclo. As actividades de enriquecimento curricular são diversificadas como o demonstram os projectos e clubes, nomeadamente o Clube de Fotografia, o Jornal da Escola e os projectos eTwinning, bem como as várias modalidades do Desporto Escolar que têm melhorado a cultura desportiva. As actividades desenvolvidas respondem às necessidades de formação integral dos alunos. A Escola promove a valorização do conhecimento, sobretudo no âmbito da Área de Projecto, de natureza transversal e integradora, através de projectos temáticos como “Educação para a Saúde” em desenvolvimento no presente ano lectivo. Estes projectos implementados constituem também formas de levar os alunos a assumir responsabilidades e a adoptar critérios de auto-exigência e de obrigação de prestar contas. Atendendo aos equipamentos e às condições existentes, a Escola considera que poderia dar maior relevo à componente experimental e de incentivo a uma prática activa na aprendizagem das Ciências no 3.º Ciclo, se a sua atenção organizacional não estivesse tão centrada no Ensino Secundário.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O actual Projecto Educativo foi elaborado em 2006, a partir de inquéritos aplicados a uma amostra da comunidade educativa, tendo sido reformulado em 2008. Este documento tem como finalidade, a promoção do sucesso escolar assentando em cinco objectivos gerais, nomeadamente, a adequação dos processos pedagógicos às necessidades dos alunos e a diminuição da indisciplina, definindo para cada um, planos de acção de melhoria. Contudo, não foram delineadas as suas formas de operacionalização nem a respectiva calendarização, limitando a sua monitorização e avaliação final. O Plano Anual de Actividades para 2009-2010 constitui-se como o elenco das actividades propostas pelos departamentos e por outras estruturas da Escola, não transparecendo uma intencionalidade em torno de um eixo comum. A articulação com o Projecto Educativo fica apenas evidente na referência à relação com os objectivos deste. O Projecto Curricular de Escola não se configura como um documento contextualizador do currículo, remetendo para outros documentos os aspectos que deveriam constituir a sua essência, como a referência às competências e a respectiva priorização no ciclo. É de destacar o contributo positivo do Conselho Geral para o funcionamento da Escola. Este contributo manifesta-se na reflexão e nas sugestões daí resultantes para a elaboração dos documentos orientadores, sobretudo no que diz respeito a formas de participação dos encarregados de educação na vida da Escola. No que concerne às áreas curriculares não disciplinares, não estão definidos critérios para a sua leccionação assumindo-se estas como áreas de natureza transversal e integradora. Na Área de Estudo Acompanhado são reforçadas as competências no âmbito da Língua Portuguesa e da Matemática.

3.2 Gestão dos recursos humanos

O Director tem em conta as competências pessoais e profissionais na gestão dos recursos humanos. A distribuição de serviço docente assenta sempre que possível, no critério da continuidade pedagógica, com vista a um desempenho adequado às características das turmas, aplicado igualmente na atribuição das direcções de turma. A recepção aos novos docentes, bem como o apoio aos que possam apresentar dificuldades no seu desempenho, são assegurados pelo Director e pelos respectivos coordenadores de departamento, passando, por exemplo, em alguns casos, por um trabalho colaborativo em sala de aula. A distribuição de serviço do

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pessoal não docente é feita pelos respectivos coordenadores em articulação com o Director. Os Serviços de Administração Escolar, organizados em áreas funcionais, dão uma resposta adequada às necessidades da Escola. A rotatividade de funções entre os assistentes técnicos reduz os constrangimentos provocados por ausências imprevistas. A dimensão educativa da função dos assistentes operacionais e dos assistentes técnicos é valorizada pela comunidade e pelos próprios, no desenvolvimento das suas funções enquanto participantes activos na educação e na promoção de valores nos alunos.

O Plano de Formação prevê alguma formação que se identifica com dificuldades sentidas pelos docentes, nomeadamente a diferenciação pedagógica. Porém, não se configura inteiramente como factor de desenvolvimento da organização escolar e dos profissionais na melhoria dos resultados educativos, meta do Projecto Educativo. No caso do pessoal não docente a formação fica limitada pela escassez da oferta. A gestão dos recursos humanos é facilitada e potenciada pelo empenho de todos e pelo bom ambiente que se vive na Escola, reforçado pela disponibilidade do Director para toda a comunidade educativa.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

A Escola com 29 anos de existência apresenta boas condições físicas para a prática da acção educativa em resultado sobretudo, do investimento do Director e de toda a comunidade educativa, na conservação, manutenção e aprazibilidade das instalações e dos exteriores, destacando-se os espaços verdes. De realçar a existência no seu perímetro do Moinho das Covas, moinho de vento recuperado, em cujo espaço contíguo existe um forno de lenha e funcionará uma sala multiusos em fase de acabamento. Os espaços específicos para a prática das actividades experimentais encontram-se devidamente equipados e organizados, bem como os destinados à formação artística, onde são evidentes o envolvimento e empenho de alunos e professores. O pavilhão gimnodesportivo, apesar da construção recente, não tem uma rede protectora no tecto e apresenta alguns problemas de infiltrações enquanto os campos exteriores, em particular o campo de futebol com relvado sintético, apresentam excelentes condições para a prática desportiva. A Escola faz uma boa gestão dos espaços disponíveis para a prática da Educação Física e do Desporto Escolar, embora o horário de funcionamento do pavilhão limite (tendo em conta a sua utilização por outros elementos da comunidade) a existência de um maior número de grupos - equipa do Desporto Escolar e dos respectivos treinos. Nos últimos anos, tem sido feita uma grande aposta no equipamento informático e audiovisual nas salas de aula e noutros espaços, como a Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos. A Escola transformou a antiga sala de Educação Física num pequeno auditório, como uma das respostas à elevada taxa de ocupação e à escassez de espaços para o desenvolvimento de actividades de enriquecimento curricular. Ao nível da segurança, existe um plano de prevenção e emergência estando prevista a realização de simulacros. A Escola revela iniciativa e boa capacidade de gerar receitas próprias através, por exemplo, de projectos. Em toda a Escola é possível perceber os contributos que alunos e professores têm dado para a conservação e melhoria das instalações, sendo o pavilhão das artes o expoente desse envolvimento e empenho, evidenciado pela decoração dos armários, portas e cacifos.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

A Associação de Pais e Encarregados de Educação apresenta uma atitude activa e empenhada nas dinâmicas da Escola traduzida na participação e responsabilização ao nível do desenvolvimento do Projecto Educativo. Neste sentido elaborou o seu Plano de Actividades que apresentou ao Director e ao Conselho Pedagógico e que integrará o Plano Anual de Actividades da Escola. Esta integração revela por um lado, uma grande abertura do Director às propostas apresentadas em termos de actividades e apoio por parte dos professores e por outro, uma boa articulação e intersecção com os projectos em curso na Escola, nas áreas da educação para a saúde e do desporto. Os pais e encarregados de educação estão representados nos órgãos de gestão escolar e têm conhecimento dos diferentes documentos orientadores da Escola. É de realçar a opinião que os pais têm da Escola, ou seja, que os professores se preocupam com os alunos e que os directores de turma facilitam a comunicação, disponibilizando os seus contactos pessoais. É também referido que estes promovem a participação dos pais, por exemplo, para colaborar na resolução de questões relacionadas com o funcionamento das turmas. A Escola faculta meios de comunicação e informação à comunidade educativa em geral, como a página Web e a plataforma Moodle e aos pais em particular, através do programa Prodesis, permitindo-lhes o acesso em tempo útil a informações sobre os seus educandos como a assiduidade e os sumários das aulas.

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Apesar da disponibilidade dos directores de turma e do empenho da Associação de Pais, o nível global de participação dos pais não é ainda o desejável revelando uma estratégia da Escola pouco eficaz na busca de formas diferenciadas de promoção da sua participação. De salientar a estreita articulação com a Junta de Freguesia e com a Câmara Municipal bem como com instituições locais, enquanto parceiros no investimento na manutenção e conservação dos espaços e no apoio a projectos.

3.5 Equidade e justiça

O empenho e a disponibilidade do Director, do pessoal docente e não docente no apoio aos alunos, demonstram que a Escola se rege por princípios de equidade e justiça. Constituem evidências destes princípios, por exemplo, a atenção e o apoio prestados a alguns alunos mais carenciados ao nível da alimentação e a oferta formativa como forma de combater o abandono escolar. Os alunos consideram que a Escola se rege por princípios de justiça sobretudo na forma como são acompanhados e apoiados, opinião que é corroborada pelos pais e encarregados de educação. A participação activa e empenhada da psicóloga e da coordenadora do projecto de Educação para a Saúde, no trabalho desenvolvido no âmbito da Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados do Centro de Saúde de Odivelas, constitui igualmente uma evidência dos mesmos princípios. Contudo, verificam-se algumas situações que podem pôr em causa estes princípios de que é exemplo, a menor oportunidade de frequência dos diferentes clubes, pelos alunos que têm aulas maioritariamente no turno da tarde, face à incompatibilidade de horários. É ainda referida pelos alunos a inexistência, em algumas situações, de critérios equitativos na avaliação.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

A liderança do Director é reconhecida como determinada e com espírito de abertura para as diferentes situações apresentadas pelos vários órgãos e elementos da comunidade educativa. Este estilo de liderança tem permitido a emergência de lideranças participativas em diferentes órgãos de gestão intermédia. Neste sentido, transparece alguma visão de futuro, por exemplo, na oferta de um curso profissional na área das energias alternativas, ao mesmo tempo que está previsto e concebido pelos alunos, um projecto de instalação de painéis fotovoltaicos para aquecimento de águas. Este assume particular relevância do ponto de vista ecológico e poderá representar uma redução de despesas para a Escola. Na mesma linha de actuação situa-se o grande investimento em material informático e audiovisual, configurando uma aposta numa perspectiva de escola de vanguarda e no seu porvir. De assinalar o empenho dos docentes, a coordenação ao nível dos departamentos e o trabalho desenvolvido nos conselhos de turma, contudo a inexistência de uma estratégia global, concertada e integradora não tem permitido a promoção de maiores níveis de qualidade e de exigência no processo de ensino e de aprendizagem, tendo em vista um melhor desempenho da Escola.

4.2 Motivação e empenho

De uma forma geral, os diferentes órgãos e estruturas conhecem as suas áreas de intervenção e participam com determinação na acção educativa e na definição e desenvolvimento de estratégias para a melhoria do serviço educativo. O Director, associado a uma imagem de grande disponibilidade para toda a comunidade educativa, apoia as iniciativas que promovam qualidade, imprimindo responsabilidade e reconhecendo o princípio da subsidiariedade. Os profissionais, docentes e não docentes, estão motivados nas suas funções. A Escola vive um ambiente que reflecte não só um bom relacionamento e cooperação, como também a existência de um clima educativo e de relações interpessoais positivas facilitadoras da aprendizagem, alicerçados no empenho e na capacidade de trabalho de docentes e não docentes. O pessoal não docente participa nessa concepção de empenho, estabelecendo-se uma grande proximidade e afectividade entre este e os alunos. O absentismo de docentes e não docentes tem pouca expressão, sendo as situações devidamente resolvidas pelo Director.

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4.3 Abertura à inovação

A Escola demonstra uma atitude inovadora no domínio das Tecnologias da Informação e Comunicação, não só pela aposta no equipamento informático e audiovisual como pela sua utilização como instrumento de aprendizagem e de desenvolvimento. A criação da plataforma Moodle, da página Web da Escola, o sumário digital e a informação online disponibilizada em tempo útil aos encarregados de educação indiciam um percurso de inovação já com impacto junto da comunidade. Da mesma forma transparece alguma inovação na oferta formativa, sobretudo no que diz respeito aos cursos profissionais em áreas consideradas de futuro como a electrónica, automação e computadores e as energias renováveis e na sua aplicabilidade em projectos da Escola.

De realçar ainda a forma inovadora como está a ser abordada a Educação Sexual, pelo envolvimento de todas as turmas e pela capacidade de motivação para as temáticas específicas e para a transversalidade das mesmas. Na mesma lógica de envolvimento e motivação está o desafio lançado pelos docentes de Educação Física “Pôr a escola a dançar” que será desenvolvido ao longo do ano lectivo, culminando numa apresentação no sarau de encerramento do ano, numa estratégia de consolidação da identificação com a Escola.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

As parcerias estabelecidas, nomeadamente com as entidades do poder local, empresas e associações são consistentes, constituindo-se como uma mais-valia no desenvolvimento dos objectivos do Projecto Educativo. Contudo, é manifesto que a interacção com a Câmara Municipal de Odivelas e com a Junta de Freguesia da Ramada não está totalmente aproveitada, nomeadamente na área do ambiente, tal como o estabelecimento de conexões com diversas entidades externas, no sentido de favorecer e reforçar o trabalho em rede. Apesar das diferentes estruturas educativas admitirem que seria útil a criação de uma rede concelhia de escolas para reflexão conjunta e partilha de boas práticas, a Escola desenvolve já alguma actividade de cooperação com outras escolas. Neste sentido, os alunos de escolas do 1.º Ciclo visitam, muitas vezes, o Moinho das Covas para participarem em actividades, como a moagem do trigo e o ciclo do pão. Este moinho, enquanto património municipal, tem potencialidades para constituir um pólo de desenvolvimento de actividades culturais, para toda a comunidade educativa.

De salientar a implementação do Projecto de Educação para a Saúde e a candidatura e o desenvolvimento do Projecto Mais Sucesso, tendo em conta que, neste último, o número de escolas secundárias seleccionado a nível nacional foi limitado. A Escola tem participado ainda noutros projectos e também em programas nacionais, de que são exemplo, o Plano de Acção para a Matemática, o Plano Nacional de Leitura, o Desporto Escolar e o Programa Rede de Bibliotecas Escolares. Ao nível internacional, ressalta o eTwinning que integra dois projectos, um sobre Alimentação e outro sobre Matemática.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola

5.1 Auto-avaliação

A auto-avaliação da Escola, nos últimos anos, tem incidido na análise e reflexão dos resultados escolares dos alunos e dos relatórios de actividades. A outro nível, muitas acções no âmbito dos factores contextuais e da gestão, com algumas implicações no processo de ensino e de aprendizagem, têm sido consequência de uma reflexão mais centrada no órgão de gestão. No ano de 2009, a Escola, aproveitando as alterações decorrentes do novo regime de autonomia, administração e gestão e a Avaliação Externa das Escolas, relançou a dinâmica da sua auto-avaliação. Neste sentido, constituiu uma equipa de trabalho representativa das diferentes estruturas, composta por 12 elementos organizados em subgrupos. O trabalho já realizado por estes consistiu na aplicação e tratamento de inquéritos por questionário a uma amostra da comunidade, permitindo um levantamento das prioridades de desenvolvimento centrado nos alunos.

As evidências constantes do documento de auto-avaliação elaborado, além de poderem constituir as bases do Projecto Educativo são uma referência para a gestão educativa e uma orientação para um plano de acção de melhoria da Escola. É de salientar a importância que todo este trabalho teve e, continua a ter, para a criação de rotinas de autoquestionamento.

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5.2 Sustentabilidade do progresso

A auto-avaliação desenvolvida pela Escola produziu informação muito útil e permitiu não só a identificação de pontos fortes e fracos e de oportunidades e constrangimentos, como superar alguns desses pontos fracos e consolidar alguns fortes como alavanca de desenvolvimento. Neste sentido foram já implementadas algumas estratégias de melhoria, como a reformulação do plano de ocupação plena dos tempos escolares que vai ao encontro dos interesses identificados, sobretudo pelos alunos, e a concepção, por estes, de um projecto de painéis fotovoltaicos a funcionar na Escola, associado à criação de um curso profissional na área das energias alternativas. Constitui ainda exemplo, a gestão de informação através da criação de plataformas informáticas permitindo uma utilização de grande abrangência, com implicações no processo de ensino e de aprendizagem. Reconhece-se que a motivação e o empenho da equipa de auto-avaliação e o acompanhamento dos diferentes órgãos de direcção, gestão e administração, nomeadamente do Conselho Geral, conjugados com a participação de toda a comunidade educativa, particularmente dos alunos, poderão ser considerados como indicadores de que a auto-avaliação será orientada, de modo a permitir uma progressiva sustentabilidade da acção e do progresso.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos da Escola Secundária com 3.º Ciclo da Ramada

(pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam a Escola e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por:

• Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;

• Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;

• Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos;

• Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

Implementação e desenvolvimento do Projecto de Educação Para a Saúde, traduzido no envolvimento de várias estruturas em diferentes iniciativas e no dinamismo para a promoção da saúde e da cidadania na Escola;

Candidatura e desenvolvimento do Projecto “Mais Sucesso” como estratégia de promoção do sucesso educativo;

Trabalho desenvolvido no âmbito do Curso Científico - Humanístico de Artes, da Área de Projecto do 12.º ano, do Clube de Teatro e do Desporto Escolar, com reconhecimento interno e externo, como estratégia de envolvimento dos alunos e como contributo para o sentimento de pertença e de identidade da Escola;

Investimento na conservação, aproveitamento e aprazibilidade das instalações e dos espaços exteriores, no sentido de promover o gosto e o respeito pela Escola;

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Participação e responsabilização da Associação de Pais e Encarregados de Educação no desenvolvimento do Projecto Educativo;

Disponibilidade do Director para toda a comunidade educativa e apoio a iniciativas que promovam qualidade;

Existência de um clima educativo e de relações interpessoais positivas facilitadoras da aprendizagem, alicerçados no empenho e na capacidade de trabalho de docentes e não docentes;

Aposta no equipamento e utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação como instrumento de aprendizagem e de desenvolvimento, numa perspectiva de escola de vanguarda;

Liderança determinada do Director que permite a emergência de lideranças participativas dos diferentes órgãos de gestão intermédia.

Pontos fracos

Pouco envolvimento na reflexão, por parte das estruturas intermédias, sobre os resultados académicos que tem dificultado a identificação dos factores determinantes dos mesmos;

Incipiente contextualização do currículo nacional condicionando uma gestão mais eficaz do currículo da Escola;

Inexistência de critérios gerais de avaliação dos alunos com vista ao aumento do grau de confiança interna nos resultados;

Inexistência de formas de operacionalização e respectiva calendarização dos planos de melhoria previstos no Projecto Educativo, limitando a sua monitorização e avaliação final;

Inexistência de uma estratégia global, concertada e integradora que promova maiores níveis de qualidade e de exigência no processo de ensino e de aprendizagem, tendo em vista um melhor desempenho da Escola.

Oportunidades

Reforço da interacção com a Câmara Municipal de Odivelas e com a Junta de Freguesia da Ramada, sobretudo na área do ambiente, por exemplo, ao nível da participação nas campanhas promovidas por esta;

Estabelecimento de conexões com diversas entidades externas, nomeadamente empresas e associações, no sentido de favorecer e reforçar o trabalho em rede;

Criação de uma rede concelhia de escolas para reflexão conjunta e partilha de boas práticas;

Proximidade do Moinho das Covas como património municipal, podendo constituir um pólo de desenvolvimento de actividades culturais para a comunidade educativa.

Constrangimento

Insuficiência de instalações, nomeadamente espaços para o desenvolvimento de actividades de enriquecimento curricular.

Referências

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