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FILOSOFIA NA ESCOLA, POR QUE NÃO?

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Academic year: 2021

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FILOSOFIA NA ESCOLA, POR QUE NÃO?

Bruna Jéssica da Silva Josélia dos Santos Medeiros

José Teixeira Neto (UERN)

Resumo:

A filosofia, amor pela sabedoria, enquanto componente curricular do Ensino Médio busca, com os outros componentes curriculares dessa fase de ensino e de acordo com a legislação educacional vigente, formar “para a cidadania” e preparar os jovens para o mundo do trabalho. Contudo, podemos afirmar que a filosofia tem uma especificidade que a diferencia de todos os outros componentes curriculares, pois pode levar o aluno o “pensar por si próprio”. A filosofia faz com que o aluno vá além do seu cotidiano, do senso comum pesquisando e buscando a sua própria compreensão sobre o mundo que o circunda. A filosofia, pela sua própria especificidade, pode levar o jovem a entender e avaliar argumentativamente, reconhecendo contradições e identificando problemas. Tendo em vista essa especificidade da filosofia, então perguntamos: “Filosofia na escola, por que não?”. A atividade filosófica no Ensino Médio é como uma espécie de exercício de ensino do pensamento, um trabalho de fazer pensar sobre si mesmo, que faz com que cresçamos e nos modifiquemos como pessoas. Os professores de filosofia têm como principal objetivo lapidar o pensamento crítico de seus alunos e devem ensinar a pensar por si próprios. Assim, uma maneira para ensinar filosofia é gerar um ensino ativo em que os estudantes sejam encorajados a pensar e a desenvolver suas próprias experiências de pensamento. O ensino de filosofia, mesmo nessa fase da educação básica, deve ser baseado nas leituras de textos filosóficos e na compreensão que desperta levando os alunos a sustentarem suas ideias demonstrando seu raciocínio lógico, capacidade para responder com um olhar analítico e investigativo às questões impostas pelo seu cotidiano.

Palavras-chaves: Especificidade da Filosofia. Ensino Médio. Autonomia intelectual.

Filosofia na Escola

A filosofia surge aproximadamente entre o final do século VII e começo do século VI a.C na cidade de Mileto atual Turquia, pelo então primeiro filósofo Tales de Mileto. A mesma tem como finalidade gerar no seu público uma vontade de pensar, em outras palavras, a filosofia instiga o raciocínio tornando-o capaz de entender verdadeiramente o que está diante dos olhos.

Para que isso aconteça Sócrates utiliza o seguinte método: através de perguntas/respostas pretende devolver argumentos entre interlocutores através de um discurso curto e preciso cujo objetivo era a procura da verdade. Sócrates queria demonstrar que o seu interlocutor já possuía o conhecimento prévio de determinados

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assuntos, só que não eram feitas as perguntas devidas para que pudesse evidenciar tal saber.

No Brasil, a filosofia é introduzida na sociedade como uma disciplina obrigatória no ensino médio, mas tendo em vista suas reais especificidades a mesma foi lentamente afastada e durante a ditadura militar foi banida da grade curricular, talvez por que a filosofia tornava os cidadãos mais críticos e conscientes. Porém, a Lei de Diretrizes e Bases-LDB, lei de N° 9.394/96, no artigo 36, inciso III, § 1º considerou que os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação deveriam ser organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstrasse domínio dos conhecimentos de filosofia e de sociologia, necessário ao exercício da cidadania. (BRASIL, 2002, p. 41). Porém, filosofia e sociologia ainda não foram consideradas como disciplinas obrigatórias devendo-se esperar a promulgação da lei 11.684/2008 que modificou os artigos da LDB que tratavam do ensino de filosofia e sociologia.

Após o retorno da filosofia, contudo, surge o problema de se encontrar professores capacitados para leciona-la. Uma das saídas foi direcionar professores de áreas diferentes para ministrarem aulas de filosofia. Mas, por não possuírem a devida capacidade, os professores “inexperientes” introduziram para os alunos uma forma inadequada ou até mesmo tola da filosofia, gerando assim um impacto negativo nos alunos, dificultando cada vez mais a aprendizagem e a permanência da filosofia na grade curricular do ensino médio. Como mostrar para os alunos a real importância da filosofia no ensino médio?

Esta é uma questão que ainda atormenta boa parte dos professores licenciados de filosofia, pois lecionar filosofia no ensino médio pode ser complicado quando não se está atento às metodologias adequadas. Não é fácil escolher a melhor maneira de chamar a atenção dos discentes por se tratar de uma disciplina pouco conhecida e mal retratada. Portanto, é necessária uma formação adequada dos docentes para:

- Buscar sempre inovações pedagógicas para cativar os alunos e mostrar a eles a importância da filosofia para os dias atuais;

- Levar para sala de aula sempre um plano alternativo, tendo em vista os imprevistos que podem acontecer;

- Reconhecer os avanços da turma com relação aos temas e problemas tratados; - Apresentar aos discentes textos de estruturas diferentes e prepara-los para leituras mais complexas;

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- Tentar introduzir de forma a história da filosofia, salientando relação com o cotidiano;

- Produzir relatos de debates, por exemplo, pode ser uma ótima maneira de exercitar a disciplina, pois além de treinar a escrita o aluno instiga o pensar. Os relatos podem ser utilizados para as avaliações trazendo, assim, para a disciplina uma maneira diferente de ensinar e de avaliar;

- Avaliar o aluno constantemente e considerar todos os avanços dados pelos mesmos.

Uma boa maneira para ensinar filosofia é gerar um ensino ativo no qual os estudantes sejam encorajados a pensar e a desenvolver suas próprias experiências de pensamentos. Essas experiências deverão ser fruto das leituras de textos filosóficos e da compreensão que despertam. Tendo em vista que a filosofia pode ajudar na consolidação do ser humano e considerando a adolescência também como um momento de construção, o professor pode tentar resgatar e repassar para os seus educandos o real significado da filosofia, o amor à sabedoria. A filosofia, enquanto disciplina e juntamente com as demais disciplinas do ensino médio, pode ajudar desde o início no aprendizado do aluno, mas a mesma tem um potencial que a diferencia de todas as outras. Ela produz no aluno o “pensar por si próprio”, faz com que o aluno vá além das suas capacidades e necessidades intelectuais, pesquisando e buscando o seu próprio entendimento sobre aquele respectivo assunto, tema ou até mesmo um dilema vivenciado.

Utilidade da filosofia e sua permanência no ensino médio

Após considerarmos a importância da filosofia, enquanto componente curricular no ensino médio, perguntamos: é possível ainda questionar a necessidade de sua permanência nesse nível de ensino? Como a filosofia pode proporcionar aos alunos um pensamento próprio, a atividade filosófica no ensino médio pode ser pensada como uma espécie de atividade de exercício de ensino de pensamento, um trabalho de pensar sobre si mesmo que faz com quê cresçamos e nos modifiquemos como pessoa. Assim, além do seu aspecto mais geral de amor pela sabedoria, a filosofia pode oferecer aos alunos do ensino médio alguns instrumentos importantes para o aprimoramento de algumas competências e habilidades: a metodologia e a argumentação para saber entender e

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avaliar argumentativamente reconhecendo contradições e identificando problemas. Além disso, a filosofia também se relaciona com todas as outras áreas do saber.

Podemos dizer que caberia aos professores de filosofia ensinar a seus alunos a pensar e não simplesmente a repetir conteúdos. Assim, o professor ensina a pensar criticamente e reflexivamente. Por isso, podemos suspeitar que retiraram a filosofia do ensino médio, pois esta possibilita que os alunos possam ter outra visão da realidade. Daí as discussões, pois os alunos não ficariam mais sujeitos às classes que detêm o poder, pois os jovens possuem uma reflexão crítica das coisas e é a filosofia que ensina a argumentar e a demonstrar a sua argumentação baseada em raciocínio lógico.

A filosofia pode trazer para os jovens a reflexão, fazendo que estes sejam capazes de perguntarem e contestarem o senso comum, pois a filosofia ensina os jovens a pensarem por si mesmo. Para tanto, é necessário que os jovens saibam dissecar os textos, que aprendam a interpretar e a escrever os seus próprios textos a partir do seu cotidiano. Portanto, a filosofia oportuniza ao aluno do ensino médio desenvolver o pensamento crítico e independente, expressando sua própria opinião.

O objetivo da filosofia é proporcionar ao aluno um enriquecimento intelectual, um olhar analítico, questionador, reflexivo e investigativo. Pretende também desenvolver no aluno a capacidade para responder, lançando mão do conhecimento adquirido, as questões que são postas. Dessa forma, devemos considerar que a filosofia não se resume apenas a sua denominação de amor à sabedoria, mas é a busca por tal saber, é a busca pelo conhecimento bem fundamentado. Assim, para que o aluno possa filosofar é necessário o conhecimento da história da filosofia, de seus vários filósofos e dos textos clássicos.

Porém, o professor não pode apenas contextualizar um filósofo, ele deve, de acordo com os PCNs (2006, p. 34), seguir os conteúdos sugeridos pelos mesmos levando em consideração todas as suas competências e habilidades, repassando apenas alguns tópicos em sala de aula para que seus alunos busquem, despertando e adquirindo um lado investigativo. Ao tratar da filosofia como disciplina do ensino médio, Gallo (2007, p. 21) afirma que:

A importância da presença da filosofia no ensino médio: ela se constitui numa experiência singular de pensamento, e, se o estudante não se encontrar com ela nesse nível mais abrangente do ensino, talvez jamais o faça.

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Ou seja, é nesta idade que os jovens estão mais preocupados com as questões que a sociedade coloca. Através da filosofia, juntamente com o docente que desperta o estudante para seu próprio saber, derruba as suas afirmações e provocam dúvidas, o adolescente pode tornar-se crítico, respondendo a questões do seu cotidiano.

Especificidade da filosofia

A especificidade da filosofia é a de criação de conceitos, ou seja, de equacionar um problema e de lançar inteligibilidade sobre o mundo, de acordo com Deleuze e Guatarri (apud GALLO, 2007, p. 22-23):

O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte de forma, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. [...] Eles devem ser inventados, fabricados, ou antes, criados, e não seriam nada sem a assinatura daqueles que os criam [...] Que valeria um filosofo do qual se pudesse dizer: ele não criou um conceito, ele não criou seus conceitos?

A forma dos conceitos, para Deleuze e Guattari (apud GALLO 2007, p. 22), é aquela científica. O conceito não é criado historicamente, mais em atualidade crítica, no momento em que o filósofo vive e mergulha na realidade de um problema vivenciado. Com isso, podemos destacar três características principais da filosofia:

- Trata-se de um pensamento conceitual: enquanto saber, ela é sempre produto de pensamento, é uma experiência de pensamento;

- Apresenta um caráter dialógico: ela não se caracteriza como um saber fechado em si mesmo, mas como um saber que se experimenta que se confrontar consigo mesmo e com os outros;

- Possibilita uma postura de crítica radical: a atitude filosófica é a da não conformação, do questionamento constante, da busca das raízes das coisas, não se contentando com respostas prontas e sempre colocando em xeque as posturas dogmáticas. (GALLO, 2007, p.22)

A filosofia, mesmo assim, vai se moldando no passar do tempo, fornecendo para o alunado elementos necessários para mudanças no cotidiano e na teoria vivenciada por

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ele na sociedade atual, onde este aluno é capaz de interrogar e reformular seus pensamentos para transformar a sociedade.

Para que a filosofia se estabeleça na grade curricular como disciplina obrigatória no ensino médio, faz-se necessário que dialogue como outros campos do ensino, já que a filosofia difere das demais por não delimitar seu conteúdo e assunto à determinada séries no ensino, mas ao contexto e divergências que a sociedade vem passando no seu cotidiano. Os professores de filosofia sabem extrair os mais variados temas em questão da vida pessoal de seus alunos e da sociedade para discutir em sala de aula, despertando nos jovens uma visão crítica da sua realidade social.

A filosofia não somente consiste nos assuntos delimitados pela epistemologia do professor ou da organização desta no campo curricular, eles se preocupam com os procedimentos metodológicos e avaliativos compatíveis para o nível de aprendizagem de seu alunado, já que a filosofia tem como objetivo contribuir na construção argumentativa, questionadora e crítica.

Filosoficamente falando, o homem já nasce um ser crítico, e para que possamos aguçar esta criticidade é preciso ensinar conteúdos de filosofia no ensino médio. Porém, visando esta temática, a filosofia tem assuntos específicos do seu ensino, em que o educador trabalha com o intelecto do indivíduo, buscando do aluno uma reformulação das ideias, reorganizando o seu senso comum, tornando cada vez mais críticos.

Cabe à filosofia desmistificar alguns aspectos impostos pela sociedade e retirar as certezas corriqueiras das ilusões do final do milênio, estabelecendo no sujeito a formação de uma identidade autônoma. Assim, podemos afirmar com Cerletti (2009, p. 50) que “Pensar o presente da atividade de ensino do professor de filosofia supõe pensar o porquê das demandas que são formuladas ao sistema educativo e o espaço que ocuparia dentro dele”.

O professor tem papel fundamental no desenvolvimento de seus alunos, já que cabe a este dar condições para que o aluno construa seu conhecimento crítico e de busque sua autonomia pessoal. No entanto, de acordo com a LDB artigo 36, os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliar são organizados conforme o domínio do educando demonstrado do conteúdo, e assim poderá utilizar diversas formas metodológicas para conduzir seu aluno ao real conhecimento. De acordo com artigo 35, inciso III da LDB, a filosofia juntamente com os outros componentes do ensino médio, também contribui para o aprimoramento do educando: “o aprimoramento do educando

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como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”.

Considerações finais

Tendo em vista tudo o que foi visto sobre a filosofia no ensino médio, nota-se que a presença da mesma como disciplina no currículo do ensino médio é uma oportunidade maravilhosa para os jovens estudantes, pois eles poderão desenvolver um pensamento crítico e autônomo visando sempre suas competências e habilidades. Em outras palavras, a filosofia permite que eles experimentem “um pensar por si mesmo”. (ASPIS; GALLO, 2009, p. 43).

Portanto, a filosofia não se resume apenas a sua denominação de amor à sabedoria, mas sim a busca por tal saber, é a busca pelo conhecimento bem fundamentado. Assim, para que o aluno possa filosofar é necessário o conhecimento da história da filosofia, de seus vários filósofos e dos textos clássicos. O professor está sempre se reinventando, fazendo com que seus estudantes se tornem mais participativos e interativos na discussão. Deve ser aquele que põem questões e que faz seu interlocutor pensar e ao mesmo tempo discordar de si mesmo repensando o já pensando. Por isso a importância de reconhecer a filosofia no ensino médio. Os estudantes, nessa fase do ensino, necessitam do conhecimento filosófico, pois já obteriam um posicionamento com relação a sua cidadania e conseguiriam reformular e desconstruir sua opinião. A filosofia, portanto, permitiria indagação, a modificação dos discursos e reformulação das opiniões sustentadas apenas com base no senso comum.

Referências:

ASPIS, Renata Lima; GALLO Silvio. Ensinar Filosofia: Um livro para professor. São Paulo: Alta Média e Educação, 2009.

CERLETTI, Alejandro. O ensino de filosofia como problema filosófico/ trad.; Ingrid Müller Xavier. -belo horizonte: autentica editora, 2009. – (ensino de filosofia).

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BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares para o ensino médio. Volume 3: Ciências humanas e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. - Brasília: MEC; SEMTEC, 2002.

GALLO, Sílvio. A filosofia e seu ensino: conceito e transversalidade. In: SILVEIRA, R.J. Tretin; GOTO, Roberto (Orgs.). Filosofia no ensino médio: temas, problemas e propostas. São Paulo: edições Loyola, 2007. Coleção filosofar é preciso.

Sobre os autores:

Bruna Jéssica da Silva Discente do curso de filosofia da UERN; bolsista do PIBID/Filosofia/Campus Caicó. http://lattes.cnpq.br/4726271497871278. Email: bruna-vascaina@hotmail.com

Josélia dos Santos Medeiros Discente do curso de filosofia da UERN; bolsista do PIBID/ Filosofia/Campus Caicó. http://lattes.cnpq.br/7417858052818358. Email: joselia.uern@hotmail.com

José Teixeira Neto (UERN) - Coordenador de Área do PIBID/UERN/Subprojeto Filosofia, Campus Caicó-CAC. http://lattes.cnpq.br/8672696320833854. Email: josteix@hotmail.com.

Referências

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