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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA HANSIENÍESE NO MUNICÍPIO DE TERESINA, CONSIDERANDO A RENDA MÉDIA POR BAIRROS E A DENSIDADE POPULACIONAL.

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Academic year: 2021

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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA HANSIENÍESE NO MUNICÍPIO DE

TERESINA, CONSIDERANDO A RENDA MÉDIA POR BAIRROS E A

DENSIDADE POPULACIONAL.

SPATIAL DISTRIBUTION OF HANSIENÍESE IN TERESINA,

CONSIDERING THE AVERAGE INCOME IN THE NEIGHBORHOODS

AND POPULATION DENSITY.

Raimundo da Silva Ramos

1

Natanael de Araújo Silva

2

1

Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia do Piauí

Departamento de Informação, Ambiente, Saúde e Produção Alimentícia

Campus Teresina-Central diaspa@ifpi.edu.br

2

Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia do Piauí

Departamento de Informação, Ambiente, Saúde e Produção Alimentícia

Campus Teresina-Central diaspa@ifpi.edu.br

RESUMO

O objetivo do presente estudo é analisar e georreferenciar dados clínicos e epidemiológicos da hanseníase na cidade de Teresina-PI e aplicá-los em um sistema de geoprocessamento a fim de monitorar as áreas e identificar locais de maior prevalência e os possíveis fatores de riscos. Trata-se de estudo retrospectivo, com análise de dados de todos os pacientes diagnosticados com hanseníase, conforme classificação da OMS (ou Madri), bem como analise espacial dos dados de Hanseníase no Município de Teresina nos anos de 2000 a 2010 observando os casos totais da doença neste período e fazendo um comparativo dos estudos com os dados de população e renda média mensal extraída dos censos 2000 e 2010 e distribuídos por bairros da cidade. Foram utilizados dados da Fundação Municipal de Saúde(FMS), banco de dados oficial do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, dados do IBGE. Estes foram geocodificados, no programa Arcgis9.x.

Palavras chaves: Hanseníase, Análise espacial, Renda média.

ABSTRACT

The aim of this study is to analyze and georeference clinical and epidemiological data of leprosy in the city of Teresina-PI and apply them in a GIS system to monitor areas and identify locations of greatest prevalence and possible risk factors. This is a retrospective study, analyzing data from all patients diagnosed with leprosy, according to the WHO classification (or Madrid) and spatial data analysis of leprosy in the city of Teresina in the years 2000-2010 observing the total cases disease in this period and doing a comparative studies with population data and average monthly income drawn from censuses 2000 and 2010 and distributed by neighborhoods. We used data from the Municipal Health Foundation (FMS), official database of the Information System for Notifiable Diseases, IBGE data. These were geocoded in Arcgis9.x program.

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1. INTRODUÇÃO

A hanseníase é uma doença crônica, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae – bacilo de Hansen – caracterizada pelo aparecimento de manchas anestésicas na pele e espessamento nos nervos periféricos. O comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença, dando-lhe um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para deformidades (GUEDES et al., 2000).

A hanseníase é endêmica na América do Sul e particularmente, no Brasil, devido a sua endemicidade constitui importante problema de Saúde Pública. Ainda não está claro o porquê da distribuição geográfica desigual nos países endêmicos como o Brasil. O Ministério da Saúde estabelece que a pessoa que apresente uma ou mais de uma das seguintes características requer poliquimioterapia: lesões de pele, com alteração de sensibilidade; acometimento de nervo(s) com espessamento neural; baciloscopia positiva define um caso de hanseníase a (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1999). A forma direta do contágio ocorre quando a pessoa infectada elimina o bacilo pela as vias respiratórias, estando em ambientes como domicílios, escolas e entre outros (GUEDES et al., 2000).

Esse estudo busca contribuir para o conhecimento epidemiológico das áreas hiperendêmicas de cidades endêmicas como Teresina-PI, utilizando técnicas de geoprocessamento no software Arcgis9.x., a analise espacial dos dados obtidos junto a Fundação Municipal de Teresina (FMS), nos anos de 2000 a 2010 e dados de Renda Média do IBGE no mesmo período de tempo.

Os resultados mostram a maior ocorrência de casos em locais com a população de baixa renda, relacionando-se também com clasrelacionando-ses sociais mais baixas, e relacionando-sem acesso a sistema de saúde da capital Piauienrelacionando-se relacionando-sendo indicados possíveis e futuras intervenções de saúde.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Os métodos para análise espacial foram assim divididos:

- Visualização: onde o mapeamento de eventos de saúde é a ferramenta primária, variando desde a distribuição pontual de eventos até superposições complexas de mapas de incidência de doença os quais descrevem a distribuição de determinadas variáveis de interesse.

- Análise exploratória de dados: utilizada para descrever padrões espaciais e relação entre mapas. Algumas técnicas exploratórias terão a forma de gráficos (histogramas, scatterplots entre outros) enquanto outras serão de natureza cartográfica.

- Modelagem: utilizada quando se pretende testar formalmente uma hipótese ou estimar relações, como, por exemplo, entre a incidência de uma determinada doença e variáveis ambientais (HINO et al., 2006).

A análise espacial foi feita a partir do banco de dados dos casos novos e da malha municipal, considerando os eventos com representação por área. Foi utilizado o programa Arcgis 9.x onde foram feitas as analises espaciais por área e por ponto.

No presente estudo, foram avaliadas informações presentes no banco de dados oficial do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), da Fundação Municipal de Saúde (FMS) do Município de Teresina. Os indicadores foram construídos com dados populacionais determinados pelo Censo Demográfico 2000 – 2010 e de estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram processados com o software Excel do Windows na construção de tabelas. Para a avaliação dos indicadores epidemiológicos no período em estudo, consideraram-se os dados por faixa etária de 0 a 14 anos e 15 ou mais.

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3.RESULTADOS

As análises têm como parâmetro inicial, descobrir a incidência de casos de Hanseníase na zona urbana de Teresina e aliar ao quesito renda média e densidade populacional da capital piauiense, utilizando análise de superfície no software Arcgis/ArcScene dando uma graduação de cores para valores de quantidade de população sobre a elevação de casos ocorridos na cidade no período de 2000 a 2010.

A contagem do Censo do IBGE (2000 a 2010) apresenta os bairros mais populosos de Teresina, um dos fatores muito importante para a realização da pesquisa e seu desenvolvimento. (Fig.1)

Fig. 1 Densidade Populacional 2000 a 2010. Fonte: Autores, 2013.

A partir dessa classificação podemos observar que os bairros mais populosos estão localizados nas Zonas Norte, Sul e Sudeste, utilizando Modelagem 3D no ArcScene. Em 2000 os bairros mais populosos eram Parque Itararé (Zona Sudeste) e Mocambinho (Zona Norte), e em 2010 os mesmos bairros, acrescentados de outros como Angelim, Promorar e Santo Antonio (Zona Sul).

Depois de classificar os bairros mais populosos, procurou-se agregar a renda media aos casos de Hanseníase no decorrer de 2000 a 2010. Observa-se que os maiores casos registrados da doença são nos bairros onde a renda media é mais baixa, posteriormente bairros considerados periféricos na capital, como mostra a Fig. 2.

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A tendência estimada para o ano de 2000 de acordo com a análise feita confirma os fatos (Fig. 2), os bairros da Zona Sudeste especificadamente o Parque Itararé, Zona Sul e Norte respectivamente os bairros Santo Antonio, Promorar, Angelim, Bueno Aires, Mocambinho e Água Mineral, mostra um elevado índice de casos de Hanseníase, posteriormente são bairros que apresenta uma renda media baixa.

Da mesma forma no ano de 2010 (Fig. 2) a tendência continua a mesma, com poucas mudanças e com o surgimento de novos casos na Zona Leste, precisamente no Bairro Satélite, que mostra o mesmo estando em uma zona considerada “nobre”, apresenta um alto índice de casos da doença. Mesmo assim os bairros com maior renda media estão nessa zona, é possui os menores casos, são eles Jóquei, Ininga, Nossa Senhora de Fátima, São Cristóvão, Horto Florestal,mostrando dessa forma uma discrepância, pois são bairros de classe alta, com pessoas que possui boas condições financeiras, bom acesso ao sistema de saúde, saneamento e posteriormente são mais informadas.

Foi feita também um mapa de Kringagem (Fig. 3) ou Modelos estatísticos de efeitos locais e globais onde cada ponto da superfície é estimado apenas a partir da interpolação das amostras mais próximas, utilizando um estimador estatístico. Esses estimadores apresentam propriedades de não ser tendenciosos e de procurar minimizar os erros inferenciais e confirmando a localização dos bairros com maiores índices de casos de Hanseníase, localizados nas zonas Norte, Sul e Sudeste de Teresina, como mostra a figura a seguir.

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4.CONCLUSÃO

O estudo da distribuição espacial da hanseníase no Município de Teresina utilizando o SIG mostrou-se passível de uso e eficaz no entendimento epidemiológico e na ordenação de ações com objetivo de bloquear a expansão da doença.

A visualização espacial da endemia elucidou a priori dúvidas quanto à localização real dos casos, mostrando que a doença, no município, está mais concentrada em bolsões localizados em áreas periféricas, onde reside a população com baixo padrão socioeconômico, conforme constatações feitas através de cruzamentos de dados de caráter socioeconômicos e dados censitários.

A pesquisa utilizando o SIG trouxe resultados duráveis no que tange à descoberta dos focos da hanseníase que deverão ser trabalhados a partir de políticas de controle, bem como, criou subsídios e dados concretos para um estudo epidemiológico, que irá ajudar no entendimento da instalação da doença no município e na quebra da corrente de transmissão.

Outro fator importante é que os dados levantados serão mantidos num banco de dados que poderá ser analisado em qualquer tempo, mudando apenas as variáveis a serem estudadas. A utilização do georreferenciamento galgado na identificação caso a caso mostrou-se de extrema resolutividade, haja vista que traz informações claras e precisas aos técnicos envolvidos nas ações de eliminação, sobre as áreas em que a doença está efetivamente instalada – representando ferramenta importante para a implantação de políticas adequadas e para o direcionamento de campanhas e ações sociais, que possam interferir de forma significativa, no controle da hanseníase no Município de Teresina.

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Mestre Hamifrancy Menesses pela sua dedicação e esforço na profissão que exerce.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FMS. Fundação Municipal de Saúde (FMS). Teresina, 2013.

GUEDES in TONELLI, E; LINCON, M., S.; F. Doenças infecciosas na infância e na adolescência. 2. ed. RIO DE JANEIRO: MEDSI, 2000;

HINO, Paula et al. Geoprocessing in health area. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2006, vol.14, n.6, pp. 939-943. ISSN 0104-1169. doi: 10.1590/S0104-11692006000600016;

IBGE. Censo 2010. Disponível em: <http//:www.ibge.gov.br/ Censo 2010>Acesso em: Novembro de 2013.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Gestão de Políticas Estratégicas. Relatório De Atividades Da Área Técnica De Dermatologia Sanitária Ano De 1999. Brasília, 1999.

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