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Comissão de juristas pode apresentar dois anteprojetos: um sobre arbitragem e outro sobre mediação

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ASSESSORIA PARLAMENTAR

INFORMATIVO

26 de SETEMBRO de 2013

SENADO FEDERAL

Comissão de juristas pode apresentar dois

anteprojetos: um sobre arbitragem e outro sobre

mediação

Em vez de um, a comissão de juristas presidida por Luis Felipe Salomão, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pode entregar ao Senado dois anteprojetos: um destinado à arbitragem, que já possui um marco legal, e outro à mediação, que não o possui. A decisão será confirmada nos próximos dias, quando o grupo apresentar seu relatório final, após cinco meses de trabalho.

– Já estamos com o texto bastante avançado. Acredito que finalizaremos as discussões entre hoje e amanhã – disse Salomão nesta quinta-feira (26), lembrando que a previsão inicial é que o relatório seja entregue ao presidente do Senado, Renan Calheiros, na semana que vem.

Salomão tem reiterado desde o início dos trabalhos que a arbitragem e a mediação são alternativas necessárias para "desafogar" o Judiciário e dar mais agilidade aos processos.

Ao esclarecer para o público leigo a diferença entre arbitragem e mediação, ele destaca que na arbitragem as partes em conflito escolhem, de comum acordo, um juiz privado para tomar a decisão. Já na mediação não há um juiz, mas um mediador que, em vez de tomar uma decisão, estimula as partes em conflito a encontrar, elas próprias, uma solução consensual.

O ministro do STJ explicou que a mediação tende a ser mais utilizada para demandas de massa, "pois tem potencial para chegar a um maior número de pessoas", enquanto a arbitragem tende a se concentrar em questões de maior porte, por envolver valores maiores.

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[2] Mediação para reduzir litígios

Ao ressaltar a importância da mediação para as demandas de massa, ele observou que o Brasil registra cerca de 90 milhões de novas demandas judiciais por ano, "o que faz do país um dos mais litigantes do mundo".

– Isso equivale a um litígio para cada dois habitantes do Brasil. Na Austrália, por exemplo, há um litígio para cada 16 mil habitantes – comparou ele.

O ministro do STJ salientou que o objetivo da comissão é propor um marco legal para a mediação (no caso da arbitragem, isso já existe: a Lei 9.307/1996, que se pretende reformar). Para elaborar esse marco legal, o grupo terá a contribuição de uma outra comissão, formada pelo Ministério da Justiça, que já elaborou um texto com propostas para uma lei sobre mediação – esse texto foi entregue à comissão do Senado nesta quinta-feira.

Salomão disse que "a ideia é somar esforços, chegar a um acordo e apresentar um texto comum às duas comissões".

Arbitragem: atrativo para investimentos

Outro ponto no qual Salomão tem insistido é que o fortalecimento da arbitragem seria um atrativo para os investimentos estrangeiros no país. Ele argumenta que determinados contratos (como os relacionados à exploração de petróleo do pré-sal e às obras da Copa do Mundo e da Olimpíada) atraem mais investidores quando há a certeza de que certos problemas poderão ser resolvidos por meio da arbitragem.

– Por isso, vamos tratar da arbitragem nos contratos de natureza pública, mas sempre com cautela – reiterou.

Assim que o anteprojeto – ou os dois anteprojetos: um para a arbitragem e outro para a mediação – for apresentado ao Senado, Renan Calheiros poderá dar início à tramitação do texto, sob a forma de projeto de lei.

Juristas esperam equilíbrio na reforma da Lei de

Execução Penal

A necessidade de ouvir as demandas da sociedade dominou, nesta quinta-feira (26), o debate entre os membros da comissão de notáveis destinada a atualizar a Lei de Execução Penal (LEP). Além de opinarem sobre a linha de pensamento que deve conduzir os trabalhos, os juristas relataram o resultado das audiências realizadas em vários estados e ouviram da relatora da comissão, Maria Tereza Uille Gomes, um resumo das propostas coletadas - entre as quais, a garantia de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) à população carcerária e um prazo para emissão de documentos aos presos.

O advogado e professor Sérgio Habib levantou a questão sobre o perfil da comissão, que, em sua opinião, deve olhar a segurança da população mas não pode ficar refém dos

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anseios da sociedade por um "regime duro" - a esse respeito, ele lembrou a reação negativa da opinião pública à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de acolher os embargos infringentes no julgamento do mensalão.

O presidente da comissão, Sidnei Beneti, considera que o perfil do colegiado está sendo traçado aos poucos e, avaliando os trabalhos até agora, afirmou que seus membros têm conseguido olhar "com realismo o idealismo".

- Idealismo mesmo, não posição de ingenuidade a respeito das graves questões que cercam a execução penal - ressaltou.

O advogado Maurício Kuehne criticou a falta de vontade política para realizar o que a LEP dispõe atualmente, o que, para ele, conduziu ao cenário "lamentável" de hoje. - Os números ainda registram 40 mil presos em cadeias públicas e um déficit carcerário que ultrapassa 200 mil vagas.

Para Kuehne, a situação é agravada pelo contingenciamento do Fundo Penitenciário Nacional pelo governo federal. Ele espera que a comissão proponha dispositivos que as unidades da Federação não considerem utópicos.

Denis de Oliveira Praça, defensor público, considerou relevante a contribuição de pessoas sem formação jurídica que têm enviado sugestões e críticas à comissão.

- Isso oxigena nossos debates, traz a contribuição de toda a sociedade e permite que se faça um anteprojeto de lei que seja permeável a todas as influências da sociedade brasileira - afirmou.

No mesmo sentido, o promotor Marcelo Ugiette disse esperar que o "sentimento fora da academia" provoque reflexões no colegiado.

Maria Tereza Uille Gomes destacou a importância da proposta que impõe a emissão em 30 dias de "documentos de cidadania" - ela citou RG, CPF, certidão de nascimento e título de eleitor - aos presos que não os tenham: esses documentos deverão ser incluídos no prontuário do preso. Em sua avaliação, esses registros facilitarão a interoperabilidade entre bancos de dados de identificação nos Poderes Executivo e Judiciário. Outro "avanço extraordinário", para ela, é fazer como que o SUS se responsabilize pelos encarcerados.

- Se o acesso à saúde é igualitário para todos, por que discriminar os presos, que também fazem parte da sociedade? Eles também têm direito a esse benefício - argumentou.

O advogado Roberto Charles Dias cobrou a redução do sentimento de impunidade na sociedade, e disse esperar que a LEP faça com que o preso saiba o dia em que sairá da prisão.

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Entidades pedem votação de normas para

apuração de mortes causadas por policiais

Representantes de movimentos sociais da periferia de São Paulo pediram ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que agilize o processo de votação do Projeto de Lei 4471/12, do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que cria regras para a apuração de mortes e lesões corporais decorrentes das ações de agentes do Estado, como policiais. Pela proposta, esses casos deverão ter rito de investigação semelhante ao previsto para os crimes praticados por cidadãos comuns. O texto, que foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) em maio, determina que, sempre que a ação do agente resulte em lesão corporal ou morte, o delegado deverá instaurar imediatamente inquérito para apurar o fato.

Henrique Alves se comprometeu a negociar prioridade para a proposta assim que a pauta do Plenário, trancada por três propostas (PL 3471/12, incluído na Medida Provisória 619/13, aprovada ontem; PL 5740/13; e PL 6053/13) com urgência constitucional, seja liberada. Ele prevê que o 4471/12 possa ser incluído na lista de votações em outubro.

Participaram da reunião o diretor executivo da ONG Educafro, Frei David Santos; Gabriel Medina, representante do secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo; o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira; o diretor da Secretaria de Assuntos Legislativos da mesma pasta, Gabriel de Carvalho Sampaio; e o chefe da Assessoria Parlamentar da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Artur de Araújo, além dos deputados Luiz Alberto (PT-BA), Janete Rocha Pietá (PT-SP), Benedita da Silva (PT-RJ), Vicentinho (PT-SP) e Paulão (PT-AL).

SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA

Presidente Felix Fischer recebe comissão de

reforma da LEP

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Felix Fischer, recebeu, na manhã desta quinta-feira (26), a comissão especial de juristas criada pelo Senado Federal para estudar e propor mudanças na Lei de Execução Penal (LEP), a Lei 7.219/84. Durante o encontro, ele ressaltou a importância do trabalho da comissão presidida pelo ministro do STJ Sidnei Beneti.

“Estou certo de que a capacidade, o conhecimento e o entusiamo dos integrantes desta comissão resultarão em eficientes propostas de modernização da lei”, disse o presidente.

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Para Felix Fischer, não adianta ter um Código Penal moderno se tudo desemboca em um sistema de execução penal “quase medieval”.

Entre os temas analisados pela comissão estão a desburocratização dos procedimentos de execução penal, a dinamização do sistema dentro dos juízos e tribunais, a aplicação de penas alternativas, a garantia dos direitos dos condenados e a reinserção dos presos ao convívio social após o cumprimento da pena.

A comissão de juristas se reuniu previamente no STJ para ajustar as sugestões que seriam apresentadas na reunião desta quinta-feira à tarde, no Senado Federal. Segundo o ministro Sidnei Beneti, o objetivo da LEP é respeitar o ser humano condenado, permitindo sua recuperação pessoal, reinserção e manutenção do convívio em sociedade.

Após a conclusão dos trabalhos dos juristas, as propostas tramitarão no Senado como projeto de lei, passando depois à análise da Câmara dos Deputados.

CONSELHO NACIONAL DE

JUSTIÇA

Grupo estudará mudanças na promoção de

magistrados pelo critério de merecimento

Portaria publicada nesta semana, no Diário de Justiça Eletrônico, institui a criação de um Grupo de Trabalho que terá como finalidade a apresentação de propostas para aperfeiçoar a Resolução nº 106, que dispõe sobre as regras a serem observadas pelos tribunais nas promoções de magistrados pelo critério de merecimento.

O grupo, composto por oito magistrados, será coordenado pelo conselheiro Guilherme Calmon e ficará subordinado à Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas.

Entre as atribuições do grupo estão a de realizar um diagnóstico sobre os principais problemas enfrentados pelos tribunais na aplicação das regras previstas na resolução e analisar os procedimentos de impugnação recebidos pelo CNJ relativos a processos de merecimento, realizados pelos tribunais. Ao final, deverá apresentar propostas de revisão e modificação da Resolução 106, que poderão ser submetidas ao plenário do CNJ.

Além do conselheiro Calmon, farão parte do Grupo de Trabalho o desembargador do TJRS, Diógenes Vicente Hassan Ribeiro, o desembargador do TRF da 2ª Região, Abel Fernandes Gomes, o desembargador do Trabalho da 10ª Região, Alexandre Nery de Oliveira, o juiz do TJSP, Gilson Delgado Miranda, o juiz do TRF da 3ª Região, Décio Gabriel Gimenez, o juiz do TRT da 15ª Região, Guilherme Guimarães Feliciano, e o juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Clenio Schulze.

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De acordo com a Portaria, o grupo terá prazo de 12 meses para apresentar o relatório final e as propostas de alteração à Resolução 106.

PGR indica representante para o CNJ

A procuradora regional da República Luiza Cristina Fonseca Frischeisen foi indicada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para compor o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na vaga de membro do Ministério Público da União (MPU).

Luiza Frischeisen atua na 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul), onde foi procuradora-chefe de 2008 a 2012. Ela foi indicada para compor o Conselho no biênio 2013-2015, na vaga do MPU, antes ocupada pelo procurador regional da República na 5ª Região Wellington Saraiva, cujo mandato terminou no último mês.

Antes de se tornar membro do CNJ, a procuradora ainda será submetida a uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e terá de ter seu nome aprovado pelo Plenário da Casa. O CNJ é formado por 15 conselheiros entre integrantes do Judiciário e do Ministério Público, advogados e cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada. Cliqueaqui para ver a atual composição.

Referências

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