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PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA EM FORÇAS DE PAZ: EVOLUÇÃO HISTÓRICA E PERSPECTIVAS FUTURAS--UMA INSERÇÃO POSITIVA DO BRASIL NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

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PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA EM FORÇAS DE PAZ:

EVOLUÇÃO HISTÓRICA E PERSPECTIVAS

FUTURAS--UMA INSERÇÃO POSITIVA DO BRASIL

NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Prof. Dr. Kai Michael Kenkel IRI/PUC-Rio XIII Ciclo de Estudos Estratégicos Escola de Comando e Estado Maior do Exército 03 de junho de 2014

(2)

Estrutura

Evolução histórica da participação brasileira em OPs

• Benefícios para o Brasil

• Benefícios para a comunidade internacional da participação do Brasil

Evolução e perspectivas das OPs

• Gerações

• Normas e áreas

(3)

O hard power do Brasil

• Forças armadas relativamente grandes, duas vezes o tamanho das

dos maiores países europeus—395,000

• Gastos muito limitados com defesa em termos de PIB (ca. 1,6%) • Alto nível de profissionalismo; porcentagem alta de gastos é

pessoal e aposentadorias; equipamento razoavelmente moderno

• Contingentes de OPs bem treinados, CCOPAB tem nível

internacional

• Projeção de poder: força expedicionária e centro de treinamento de

alta qualidade mas pequenos; falta heavy lift e projeção naval

• Não possui armas nucleares

• Entraves históricas ao uso da força, intervenção humanitária, e

assim à assunção de responsabilidade no quadro atual através das OPs: trunfos permanecem fora da área militar apesar da sua

(4)

Participação do Brasil em OPs

Dois períodos claros: 1956-2004 e 2004-presente

Comprometimento com o multilateralismo; participaçao na

resolução de conflitos e na segurança coletiva começa cedo

(UNSCOB 1947) (UNEF: Freitas e o “Cap. 6 ½”)

Padrão geral: contribuições simbólicas de indivíduos, com 4

exceções maiores seguindo orientações de política externa:

• UNEF (ca. 600) • UNOMOZ (ca. 260) • UNAVEMs (800-1000)

(5)

Divisor de águas:

O Brasil na MINUSTAH

• 2004: convite para assumir papel de liderança no Haiti; motivações de projeção global

• Maior contingente (2,200/1,300) e Force Commander

• Área de responssabilidade (AoR): Port-au-Prince, 1,5 milhão de haitianos • Mudança das ambições de regional para global: tensões em torno ao Cap. VII • Gastos totais 2004-2014: USD 1,1 bilhão (inclui fora da UNO)

• Forças armadas se integram em um esforço conjunto de “campanha de imagem” e integração com ajuda bilateral e do IBAS; desejo de construir um paradigma de peacebuilding diferente do modelo dos países do Norte (a “paz liberal”)

• Haiti como “laboratório latinoamericano”: mais que 50% das tropas e novos mecanismos de coordenação que vão ter reflexos na região (CSD, 2x9)

(6)

Evolução histórica das participação do

Brasil em operações de paz da ONU

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 A pr -01 A ug -01 D ec -01 A pr -02 A ug -02 D ec -02 A pr -03 A ug -03 D ec -03 A pr -04 A ug -04 D ec -04 A pr -05 A ug -05 D ec -05 A pr -06 A ug -06 D ec -06 A pr -07 A ug -07 D ec -07 A pr -08 A ug -08 D ec -08 A pr -09 A ug -09 D ec -09 A pr -10 A ug -10 D ec -10 A pr -11 A ug -11 D ec -11 A pr -12 A ug -12 D ec -12 A pr -13 A ug -13 D ec -13 A pr -14 Brazil Brazil

(7)

Benefícios para o Brasil:

ligando segurança e desenvolvimento no peacebuilding

• O nicho diplomático mais importante do Brasil, que lhe permitirá de

ligar seu hard power militar ao seu soft power para ter influência na segurança, é a participação no peacebuilding OPs da ONU, como na MINUSTAH

Essas operações permitem de combinar pontos fortes do soft power

brasileiro como políticas socioeconômicas com seu hard power limitado

• Também permite ao Brasil de usar seus meios ”duros” de segurança

para exercer responsabilidade internacional, enquanto ainda mantém um certo excepcionalismo

• Apesar de não colocar nelas o enforque principal, requer forças

armadas de alto padrão, elemento amplamento atendido no caso das Forças Armadas brasileiras

(8)

O Brasil e o peacebuilding

• Serve de “nicho funcional” para uma potência emergente: como

combinação de segurança e desenvolvimento, o peacebuilding é uma forma de demonstrar a capacidade de segurança através de meios de segurança

• A presença do Brasil no Haiti e em outros futuros contextos de

reconstrução (como, talvez, Bissau) constitui um incipiente

contra-modelo à “paz liberal” implantada pelo “Ocidente”: com base em CSS, ABC, EMBRAPA, cooperação horizontal, controle da corrupção, etc.

• Vantagens estão em ajustar a abordagem dominante com base

em uma combinação de metas de política externa e políticas internas bem-sucedidas

(9)

O Brasil e o peacebuilding

Características do peacebuilding brasileiro:

• Contingente militar eficiente e com experiência no assunto • Esforço integrado de várias instâncias do governo

Apoio ao ownership local; confere legitimidade visto como grande

fraqueza do modelo “ocidental”

Ênfase política no institution-building, econômica na sustentabilidade • Baseado no contato estreito com a populaçao e em afinidades históricas

e culturais (exportabilidade limitada)

• Permite ao Brasil aplicar sua experiência sem se submeter à definição

(10)

O Brasil e o peacebuilding:

benefícios para a ONU

Paradigma baseado em:

• Contato estreita com a população local;

• Afinidades culturais—facilitam a comunicação (limita a

aplicabilidade)

• Exportação de políticas domésticas como combate à pobreza;

inovação no agropecuário; avanços na saúde básica; treinamento vocacional; redução da violência (ONGs) e o uso do soft power

(futebol e cultura no Haiti);

foco nos aspectos desenvolvmentistas do peacebuilding; tenta

evitar aspectos militares; retórica de CSS; “diplomacia solidária”, “não-indiferença”; estadocéntrico

• CSS: horizontal, bidirecional, segue a demanda, baseada na

paridade e em interesses comun, sem condicionalidade (e em escala pequena); tende a favorecer abordagens locais

(11)

O Brasil e o peacebuilding

Implicações do modelo para os contingentes militares:

Fazer valer experiência domêstica:

• Operações de GLO

• Contato com a população • “Programme delivery”

Estreita cooperação com outras instâncias do governo

Estreita cooperação com outros órgãos da ONU

Treinamento para aplicação gradativa da força cinética até

um alto nível

(12)

O Brasil e o peacebuilding

Percepção de diferenças na abordagem brasileira:

• Sem base na competição para recursos

• Sem relação colonial ou de exploração anterior

• Dirigida pela demanda e no compartilhamento de experiências domésticas • Não segue interesses estratégicos; segue, sim, interesses comerciais

• Abordagem comercial: contribui com o desenvolvimento local (mão-de-obra,

análise de sustentabilidade, medidas contra a corrupção)

• Aversão ao uso da força militar; treinamento para a negociacão

(13)

Evolução das OPs: gerações

Primeira geração: manutenção da paz

tradicional

(interposição militar)

Segunda geração: acréscimo de tarefas civis

Terceira geração: imposição da paz

Quarta geração: construção da paz

(peacebuilding)

(14)

A ONU na Guerra Fria:

a „primeira geração“

Requisitos:

acordo de paz assinado

consenso das grandes potências Princípios:

consentimento imparcialidade

uso mínimo da força Mandato:

estritamente militar; interposição

Santíssima Trindade”:

Consentimento do país anfitrião

Imparcialidade entre as partes

(15)

A ruptura entre as metas e as capacidades

Problema básico:

aumentam-se as expectativas sem que fossem

aumentados poderes da ONU para cumprir os

novos mandatos

• As missões recebem mandatos com componentes

civis

• O envio de tropas acontece antes do cessar-fogo

• Entram em conflitos internos;

MAS:

• O equipamento, as RoE não mudam (nenhum

mandato de imposição da paz)

(16)

Desintegração dos princípios

Consentimento:

superado pela imperativa humanitária;

complicações em situações de conflito interno, violações de direitos humanos

Imparcialidade:

A passividade e inação voltam-se a ação de apoiar a uma parte Solução: proteger as valores da Carta: tomar parte contra as facções que não respeitam os acordos e a autoridade da ONU (spoilers)

uso da força:

(17)

Segunda geração

Mandato da UNTAC (1992)

Sete componentes:

• Militar

• Eleitoral

• Direitos Humanos

• Administração civil

• Polícia civil

• Repatriação

• Rehabilitação

(18)

A terceira geração:

a imposição da paz

Mandatos alargadas aumentam necessidade de uso de força

O Uso da força militar quase sempre faz parte de um mandato complexo que comporta também:

• O Monitoramento de um cessar-fogo (1a geração) • Tarefas civis (2a geração)

• O uso robusto da força (3a geração)

• O exercício da soberania (administração transitória) (4a geração) (menos

frequentemente)

Agenda para a Paz: “promoção da paz (peacemaking) pela força” (Capítulo VII)

(19)

A imposição da paz

Mandatos estabelecidos com base no Capítulo VII:

uso da força para incentivar as partes a negociar

Usa-se contra os “spoilers” e para assegurar a entrega de

assistência humanitária e pôr fim à violações dos direitos

humanos

Afasta-se definitivamente da “Trindade Santa”

Meta: cumprimento do mandato e das “normas existentes”,

não só com consentimento e cessar-fogo

(20)

Quarta geração: Peacebuilding

(Construção da Paz)

Definição na Agenda pela Paz:

„esforços compreensivos para identificar e

apoiar estruturas que consolidarão a paz e

avançarão um sentimento de confiança e

bem-estar nas pessoas“

(21)

Peacebuilding

Núcleo dos mandatos de segunda geração:

Casamento de segurança, desenvolvimento e enfoque

humanitário

Trata-se da „construção de um novo ambiente político”

A premissa básica é uma ponto de vista holístico do

processo de paz: „a paz social é tão importante como a paz

estratégica ou política“

A democracia é a chave para a verdadeira paz e a

estabilidade

(PAZ LIBERAL)

(22)

Peacebuilding

Tarefas:

Desarmamento

Restauração da ordem

Repatriação dos refugiados

Instrução do pessoal no setor de segurança

Monitoramento das eleições

Monitoramento dos direitos humanos

Restabelecimento das instituições governamentais

(23)

Exemplos de tarefas das ATs

• Criar e administrar burocracia de

estado

• Sustentar economia de mercado

• Construir sistema de transporte,

infra-estrutura

• Manter a rede elétrica

• Exercer lei e ordem

• Responsabilidade pela

segurança int/ext

(24)

O Brasil e a evolução das

normas de intervenção

Ambigüidade para com a global governance

• Apoia (publicamente) o multilateralismo como garantia da igualdade • Busca diminuir a dominância das estruturas pelo “Ocidente”/”Norte”

Historicamente, o Brasil não apoia a intervenção

humanitária, passivamente ou ativamente (Ruanda e Haiti

1994)

Os Estados da América do Sul tipicamente apoiam as

operações de paz, mas só mandatos de primeira geração

(Capítulo VI)

MINUSTAH como divisor de águas; debate sobre o Cap. VII e

embate entre interesses globais e regionais

Muito progresso na R2P e tensão quando avança na ONU

RwP e a ponte Norte-Sul

(25)

Desafios para a futura participação das

Forças Armadas brasileiras nas OPs

Fazer valer as vantagens do Brasil, e compensar as áreas

de menos expressão

Aumento de mandatos de PoC e R2P, com uso da força

robusta; alinhamento de capacidades, ambições e

princípios (papel da MINUSTAH)

Desafios logísticos (heavy lift, conexão naval), CCOPAB:

• Atender às finalidades de inserção política internacional implica

realisticamente em desdobrar quase permanentemente contingentes de ca. 7.000-10.000 homens em missões de Cap. VII

(26)

Desafios para a futura participação das

Forças Armadas brasileiras nas OPs

• Missões complexas com muita cooperação entre agências • África no centro das atenções (quase sempre Cap. VII):

sustentabilidade da abordagem baseada em similaridades

• Vontade de criar um papel forte para Sul global, modelo próprio,

que envolve características específicas nacionais

• Contato com o população local: treinamento de língua

• Modelo bem-sucedido de combate ao abuso sexual

• Fazer valer a ferramenta militar em uma abordagem integrada de

política de defesa

• Operações GLO parecem não estar no foco, fora o Haiti; porém a

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