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PROGRAMA DES: DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR FRENTE AO COMPROMISSO DA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS

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Academic year: 2021

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ISSN 2176-1396

PROGRAMA DES: DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR FRENTE AO

COMPROMISSO DA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DOS

PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS

Maiza Taques Margraf Althaus1 - UEPGPR

Graciete Tozetto Goes2 - UEPGPR

Deise Rosana Silva Simões3 - UEPGPR

Christiane Philippini Ferreira Borges - UEPGPR Eixo – Formação de Professores Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo

No cenário das universidades públicas brasileiras, é crescente a necessidade de promoção de ações institucionais de formação pedagógica e desenvolvimento profissional da docência universitária em relação à mobilização dos saberes dos professores, tanto em início de carreira quanto os mais experientes. Em que pese o fato de haver múltiplas formas de organização do conhecimento para as práticas pedagógicas nas aulas, a universidade, como instituição formadora de professores para atuação na escola básica, não pode se furtar a fazê-lo com seus próprios docentes. Neste contexto, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Paraná, propôs o Programa DES: Docência no Ensino Superior, que iniciou suas ações no ano de 2015, cujo objetivo central é a promoção de ações contínuas com vistas ao desenvolvimento dos saberes pedagógicos dos professores da UEPG para o exercício do magistério superior. O público-alvo são os referidos docentes, totalizando aproximadamente mil professores. A metodologia de trabalho engloba grupos de estudos, assessorias pedagógicas, mesas de debates, encontros pedagógicos, workshops e minicursos. Todas as atividades privilegiam o estabelecimento de práticas colaborativas entre professores de diferentes setores de conhecimento da UEPG, a fim de que a identidade profissional encontre um subsolo comum da docência universitária: a promoção da formação humana dos novos profissionais por meio do

1Doutora em Educação pela PUCPR. Professora Adjunta do Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual

de Ponta Grossa (UEPG). Coordenadora institucional do Programa DES: Docência no Ensino Superior da UEPG. E-mail: professoramaiza@uol.com.br Site do Programa DES: http://sites.uepg.br/prograd/programa-des/

2Doutoranda em Educação no PPGE da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Professora do

Departamento de Pedagogia da UEPG. Membro do Programa DES: Docência no Ensino Superior da UEPG. E-mail: gtozetto@hotmail.com

3 Doutora em Tecnologia de Alimentos pela UFPR. Professora Associada do Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Membro do Programa DES: Docência no Ensino Superior da UEPG. E-mail: deise.rsimoes@gmail.com

4 Doutora em Química (Físico-Química) pela USP-IQSC. Professora Associada do Departamento de Química da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Membro do Programa DES: Docência no Ensino Superior da UEPG. E-mail: cpfborges@uol.com.br.

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trabalho pedagógico na graduação. Neste particular, a proposição de grupos de estudos e pesquisas sobre os fundamentos e as concepções de ensino, de aprendizagem e de profissionalização são o cerne das propostas do Programa DES. Concomitantemente às propostas já desenvolvidas, a gestão do Programa possui o especial cuidado em fomentar pesquisas permanentes sobre o impacto e possíveis repercussões que estas ações têm proporcionado no contexto da prática pedagógica no ensino dos cursos de graduação.

Palavras-chave: Docência no ensino superior. Desenvolvimento profissional. Formação pedagógica.

Introdução

As tentativas de reversão do quadro atual de secundarização (ALMEIDA, 2012) da docência universitária em relação à pesquisa e à extensão constitui um desafio para os que atuam na gestão destas ações. Parece não haver dúvidas quando se observa a grande valorização da pesquisa e da extensão nas atividades acadêmicas: publicações, projetos, bolsas, resultados. Mas se questionarmos em relação à atividade do ensino nos cursos de formação profissional, os cursos de graduação: qual é a política de incentivo, de apoio ao desenvolvimento da docência nos cursos universitários? Em que condições os professores ensinam? Como ensinam? Quais os valores orientadores das práticas de ensino na graduação? O que se exige do professor universitário para ensinar com mais qualidade? Indubitavelmente, ser professor universitário requer o domínio de conhecimentos que extrapolam o campo epistemológico proveniente da formação acadêmica. Assim compreendido, este Programa institucional de formação pedagógica para a docência envolve docentes de diferentes campos de atuação profissional, o que expressa a pertença a uma categoria mais abrangente: antes das especificidades dos campos epistemológicos, os professores universitários, são, antes de tudo, educadores.

O Programa DES cumpre seu papel na criação de múltiplos espaços para o estabelecimento de uma cultura pedagógica universitária (ALTHAUS, 2016). Tomar a dimensão do ensino na perspectiva da profissionalização da ação docente requer saberes e reflexão mais ampla sobre a pedagogia universitária, e para isto, os programas institucionais são uma exigência indispensável.

O presente texto tem por objetivo apresentar o Programa e os resultados de suas ações por meio de avaliação realizada ao longo de sua execução. O trabalho está organizado inicialmente com a apresentação do Programa e seus objetivos, seguida do referencial teórico que fundamenta suas ações, a metodologia desenvolvida, os principais resultados e discussões e, por fim, as considerações finais.

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O Programa DES e suas características

O Programa DES: Docência no Ensino Superior caracteriza-se por ser um Programa Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão, modalidade presente na Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, com registro na Pró-Reitoria de Graduação.

No Programa DES, há dois projetos articulados entre si:

a) Projeto de Formação para o Professor Iniciante na UEPG: as ações são conjuntas com as demais Pró-Reitorias e demais órgãos da UEPG – como a Comissão Própria de Avaliação - CPA, o Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta a Distância – NUTEAD, a Biblioteca e outros –, objetivando propor oficinas, palestras, assessorias, minicursos, para que o professor iniciante possa ter um amplo conhecimento da estrutura e organização da instituição em que atuará como professor. Além disto, são organizadas ações de natureza pedagógica, no que respeita à mobilização sobre os saberes da docência, bem como os conhecimentos considerados fundamentais para a inserção na prática pedagógica universitária –como estudos sobre a Universidade Brasileira, papel da Educação Superior, dimensões da prática do Planejamento Pedagógico para o ensino de graduação, questões sobre a Avaliação da Aprendizagem do estudante universitário, Metodologias de Ensino, entre outros temas.

b) Projeto de Formação Continuada para a Docência Universitária: as ações são direcionadas para promover iniciativas de acordo com as necessidades formativas do corpo docente da Universidade. As temáticas aqui empreendidas voltam-se para o campo da Pedagogia e da Didática Universitária, em especial com estudos sobre os processos de ensino e aprendizagem no magistério superior, bem como o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras, presenciais e em ambientes virtuais. Também são realizados círculos de estudos, seminários, oficinas, minicursos, palestras, assessorias e demais modalidades que apresentar-se-ão no decorrer do projeto. As ações têm um caráter contínuo, não restritas, portanto, a momentos isolados.

O público-alvo do Programa DES são os professores atuantes na UEPG, além dos alunos dos cursos de pós-graduação (stricto sensu) que serão os futuros professores universitários.

São objetivos do Programa DES (UEPG):

– Mobilizar os docentes do Ensino Superior, os discentes e egressos dos Programas de Pós-Graduação para a importância do desenvolvimento profissional da docência universitária, objetivando a promoção da qualidade do ensino de graduação.

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– Oportunizar aos participantes a experiência da construção da profissionalização docente para o magistério superior, por meio de ações colaborativas e interdisciplinares, tais como círculos de estudos, seminários, oficinas, minicursos, palestras, assessorias, dentre outros.

– Investigar práticas pedagógicas inovadoras desenvolvidas no ensino de graduação na UEPG, por meio da proposição de pesquisas envolvendo professores e alunos da graduação e pós-graduação.

– Socializar os resultados dos estudos e das práticas desenvolvidas sobre a docência universitária.

Referencial teórico

As oportunidades de desenvolvimento profissional devem proporcionar uma variedade de experiências de aprendizagem que possam encorajar os professores à reflexão e investigação de seu pensamento e de suas práticas, por meio da interação entre suas experiências e a de outros professores (DAY, 2001). Porém, uma das maiores dificuldades enfrentadas no cotidiano das práticas pedagógicas universitárias tem sido o equilíbrio entre a atuação docente no ensino, na pesquisa e na extensão. Nas palavras de Almeida (2012, p.62), "nas universidades públicas a preocupação com o ensino fica relegada a segundo plano e não raro os docentes buscam liberar-se desse encargo para realizar outras atividades que se mostrem mais atrativas e valorizadas ou menos desgastantes".

Os docentes para o ensino superior continuam sendo contratados considerando-se principalmente a titulação e suas características de pesquisador. Pouco se observa as características necessárias para que possa desempenhar sua função de professor naquilo que efetivamente o caracteriza, conforme definição apresentada por Therrien, Dias e Leitinho (2016, p. 23):

O professor é aquele que transforma e articula os saberes dos educandos com os saberes produzidos social e culturalmente pela humanidade, para que eles se desenvolvam no mundo do trabalho, enfrentando as múltiplas demandas e transformações sociais. O trabalho do professor é fundamental enquanto mediador do processo de ensino e do processo de aprendizagem de seus educandos.

Somente alguns poucos programas de pós-graduação apresentam a preocupação em ofertar disciplinas voltadas à formação para a docência, e mesmo assim, geralmente são ofertadas como opcionais. Há, portanto, uma lacuna na definição do local da formação do

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professor para a docência no ensino superior. A expressão de Almeida e Pimenta (2014, p. 12) confirma esse posicionamento:

O que se constata [...] é que o professor universitário não tem uma formação voltada para os processos de ensino e aprendizagem pelos quais é responsável quando inicia sua vida acadêmica. Os elementos constitutivos de sua atuação docente, como relação da disciplina com o projeto do curso, planejamento, organização da aula, metodologias e estratégias didáticas, avaliação, peculiaridades da interação professor-aluno, lhe são desconhecidos, bem como a compreensão do sentido e do significado de sua área específica na formação dos estudantes como sujeitos e cidadãos, questões essas determinantes do que se ensina, do para que se ensina e dos modos como se ensina e que são próprias da atividade educativa de ensinar.

A formação pedagógica do professor universitário constitui um processo de extrema importância, pois é através dela que o docente, ou futuro docente, se qualifica para o exercício do magistério. Observa-se a preocupação crescente com a formação e o desenvolvimento profissional de professores universitários, bem como com processos de inovação para sua atuação didática.

As ações do Programa DES buscam contribuir para uma concepção de ensino que não esteja centrada tão somente via transmissão de conhecimentos e envolva uma prática pedagógica voltada a criar ambiente para uma aprendizagem crítica, com a participação ativa dos estudantes, experiências diversificadas de aprendizagem, que colaborem para o processo de aprender dentro e fora da sala de aula.

Trata-se, portanto, de propiciar condições formativas para que se desenvolva uma mudança de paradigma orientador desse processo, o que requer a definição de organizações curriculares baseadas em lógicas interdisciplinares, reorientação nos objetivos, na metodologia docente, nas estratégias de ensino-aprendizagem, nos sistemas de avaliação, na organização dos recursos e nos espaços de trabalho. Nesse redesenho nos planos de estudos, a literatura na área aponta novas capacidades para os docentes, de modo a favorecer o desenvolvimento de outras dimensões na formação dos alunos. Trata-se, portanto, da necessidade de constituição de um novo paradigma de docência universitária (ALMEIDA; PIMENTA, 2014, p. 12)

Metodologia do Programa DES

Tendo como desafio a superação deste quadro, a metodologia de trabalho do Programa DES centra-se, de modo especial, em ações formativas diversificadas, tais como grupos de estudos, assessorias pedagógicas, mesas de debates, palestras, encontros pedagógicos, workshops e minicursos.

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Em outubro de 2015, foi realizada a acolhida aos novos professores concursados da UEPG, com apresentação do Programa DES e convite para o questionário de sondagem de interesses, que foi aplicado aos professores iniciantes.

Considerando as dificuldades desses professores com o sistema de registro no “Diário On-line" no portal da UEPG, foi elaborado um tutorial disponibilizado na tela de acesso do sistema “Professor On-line”, com orientações para o correto preenchimento do sistema sob o ponto de vista acadêmico, administrativo e de atendimento às resoluções atuais. O tutorial foi desenvolvido em três unidades para facilitar a alocação dos conteúdos e a busca por informações: Unidade 1: Diário de Classe: um documento a ser cuidadosamente preenchido – aspectos jurídicos que envolvem o diário de classe; Unidade 2: Resoluções que normatizam o tema; e Unidade 3: preenchimento do Diário de Classe.

Em junho de 2016, foi criado um Podcast do Programa DES, com a apresentação dos coordenadores, da importância e dos objetivos do Programa. O bate-papo foi disponibilizado On-line na página do NUTEAD. Nesse podcast, os professores coordenadores do DES falaram sobre a importância de um programa de capacitação continuada e permanente para o corpo docente da instituição e também sobre os desafios e a necessidade de se formar uma cultura e uma comunidade de professores em busca de aperfeiçoamento constante, finalidade que o Programa DES busca incentivar.

Foi criado o e-mail e mantido pela coordenação do Programa DES para a comunicação oficial relacionada às diversas atividades desenvolvidas, contato com palestrantes, avisos gerais, convites à comunidade, envio de materiais dos cursos ofertados, etc. O e-mail institucional permite uma comunicação direta ao corpo docente e técnico da UEPG, devido ao acesso às listas de e-mails do sistema.

O site do Programa reúne diversas informações e materiais, como: informações gerais sobre o Programa, sobre os projetos de formação para o professor iniciante e de formação permanente; vídeo de apresentação do Programa (desenvolvido pelo NUTEAD); programação das atividades; espaço para compartilhamento de relatos de experiência; acervo digital de vídeos, links para materiais recomendados e links de acesso aos materiais e cursos realizados; e, finalmente, uma aba com todas as páginas e canais de comunicação mantidos pelo Programa. Link do site: http://sites.uepg.br/prograd/programa-des/

A página no Facebook foi criada para auxiliar na divulgação das atividades do Programa e aproximar-se da comunidade universitária por meio de publicações constantes de convites e sobre as atividades desenvolvidas. Diversas imagens e vídeos produzidos durante as atividades

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do Programa estão disponíveis por meio da página. Link da página: https://www.facebook.com/programades/

Foi criado um canal de vídeos no Youtube para disponibilizar ao público em geral materiais das atividades realizadas, depoimentos, filmagem das palestras e encontros, produção de participantes, recomendações de vídeos e experiências compartilhadas. Link do canal: https://www.youtube.com/channel/UCvgiMynQG-9-9p70akq0DHw

No ano de 2016, foram realizados encontros e palestras sobre diversas temáticas. No mês de março foi ministrada a palestra “A complexidade na docência do ensino superior: urgências do século XXI”. Este encontro foi muito interativo e reflexivo para os professores da UEPG, alunos (da graduação e pós-graduação) e também agentes universitários que prestigiaram o evento.

Em abril, o tema foram os “Desafios da docência universitária”.

Em maio, foi ministrada a palestra “Metodologias ativas no ensino de graduação: Flipped Classroom (sala de aula invertida)”. O evento foi muito bem recebido, tendo obtido significativa participação de docentes dos cursos de graduação e alunos dos cursos de pós-graduação.

No mês de junho, a palestra abordou o tema “Mapas Conceituais”, e em outubro de 2016 o tema proposto foi “PBL: Problem Based Learning”, ou aprendizagem baseada em problemas. Registra-se também o desenvolvimento do curso “Tecnologias no Ensino de Graduação”, que contemplou as seguintes temáticas: Importância da tecnologia na educação e Recursos tecnológicos para ensinar e aprender (Objetos digitais de aprendizagem; Utilização de jogos, animações, simuladores e videoaulas; Plataformas Moodle e Moocs gratuitos; Ambientes virtuais, como Laboratório Virtual, Museu Virtual e Realidade aumentada; Ferramentas de comunicação/Redes sociais na sala de aula universitária; e Ferramentas de trabalho/Google Apps for Education).

“Mapas conceituais: seus fundamentos teóricos e aplicações” foi outra temática desenvolvida pelo Programa DES, em três encontros de 3 horas de duração, com os seguintes conteúdos: A essência dos mapas conceituais; Introdução; Fundamentos psicológicos de mapas conceituais; Fundamentos epistemológicos de mapas conceituais; Construção de mapas de bom conceito; Um novo modelo de educação; Mapas conceituais para avaliação; Captura e arquivamento de conhecimento especializado; Ferramentas de mapeamento conceitual; MindMeister; Draw.Io; CmapTools, além de atividades de aprendizagem efetiva que usam mapas conceituais.

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No mês de setembro, houve a oportunidade de um encontro pedagógico com o professor dr. Sergio Leite (Coordenador do Programa de Formação Pedagógica da UNICAMP, o EA2), para que os professores coordenadores de cursos de graduação da UEPG pudessem compreender a dimensão dos programas de apoio ao ensino, em desenvolvimento por outras universidades.

O ano de 2016 foi bastante produtivo e os eventos e atividades desenvolvidos tiveram a participação de 550 pessoas da comunidade universitária.

Neste ano de 2017, uma atividade muito importante para o Programa foi a disponibilização de vagas na disciplina de Didática para os professores da UEPG que manifestaram interesse. Segundo relato das ministrantes, essa atividade está sendo muito significativa, devido às discussões colaborativas a partir do relato de experiências dos professores com suas práticas pedagógicas, proporcionando também o enriquecimento na formação dos alunos das Licenciaturas que ainda não começaram suas atividades na sala de aula. Um entrelaçamento dos saberes da docência tem sido a marca desta iniciativa.

Outra atividade realizada foi o minicurso "Uso da PBL (Aprendizagem baseada na resolução de problemas) como recurso didático nas Engenharias”, que oportunizou o conhecimento desta metodologia e permitiu aos professores uma visão mais abrangente do processo de ensino-aprendizagem em disciplinas da área de Ciências Exatas.

Registra-se também, como experiência da equipe gestora do Programa DES em 2017, a participação no I RADES: Rede de apoio à docência no ensino superior, realizado na UNICAMP. Este evento contou com professores que coordenam programas de apoio à formação pedagógica para a docência no ensino superior de diferentes universidades brasileiras. A RADES tem como propósito ser um espaço de troca de experiências, discussão de temas e de pesquisas relacionadas com a docência no ensino superior. A Unicamp lidera a gestão da RADES juntamente com o Cenepp (Centro de Estudos e Práticas Pedagógicas), da UNESP.

Na sequência, o programa promoveu, em 2017, o encontro pedagógico “Avaliação na Prática Pedagógica Universitária: fundamentos teóricos”, em que foram abordados temas referentes aos principais conceitos e bases teóricas da avaliação educacional.

O tema da avaliação educacional e, em especial, das práticas de avaliação no contexto da sala de aula universitária são muito solicitados pelos docentes. Assim, realizou-se também o encontro temático intitulado “Práticas avaliativas no ensino de graduação”.

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Resultados e discussões

As atividades promovidas pelo Programa DES procuraram utilizar ambientes diferentes (auditório do PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional, auditório do Observatório Astronômico, auditório do Bloco E, Biblioteca Central, NUTEAD), gerando a integração entre os diversos setores e espaços da UEPG.

O Programa DES também tem a preocupação da avaliação das ações em desenvolvimento. Deste modo, priorizamos o feedback dos professores participantes, por meio de autoavaliações no desenvolvimento dos cursos, palestras, oficinas ministradas, além de oportunizar também aos alunos dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu a oportunidade de aproximação às práticas pedagógicas no ensino superior, uma vez que o Programa possibilita espaços para a participação discente. O registro também tem sido feito por meio da gravação de áudios com depoimentos que expressam a avaliação dos participantes.

Pode-se dizer que professores e alunos de pós-graduação tiveram excelente participação nas atividades propostas pelo Programa DES, reiterando sua função na promoção de ampla discussão e reflexões sobre a docência universitária e seu papel na sociedade. As ações formativas do Programa permitiram atender, em média, mais de 500 profissionais que trabalham e/ou irão trabalhar na docência universitária, razão pela qual torna-se tão importante seu caráter permanente no plano institucional. Percebe-se que ações dessa natureza são fundamentais para complementar as práticas pedagógicas dos docentes, tanto permanentes quanto colaboradores, em virtude das demandas e propostas que o Programa DES considerou dentro do contexto institucional.

Ainda é frágil a compreensão de que a valorização da docência é um requisito fundamental para que se proporcione sua inserção nos processos de pesquisa, de extensão e de qualificação profissional. Nessa direção, contribuir para uma concepção de ensino que não esteja centrada tão somente na transmissão de conhecimentos e envolva uma prática pedagógica voltada a criar ambiente propício para uma aprendizagem crítica, que envolva a participação ativa dos estudantes, com experiências diversificadas de aprendizagem, que contribuam para o processo de aprender dentro e fora da sala de aula, é o grande desafio da formação a ser oportunizada pelo Programa.

Para tanto, é preciso investir nas condições de infraestrutura e pessoal para o funcionamento do Programa, ou seja, atribuir uma importância institucional a essa formação,

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além dos esforços que precisamos empreender para a valorização na Política Docente da UEPG, quanto à participação dos professores nas ações do Programa DES.

Considerações Finais

A prática pedagógica no ensino superior indica a necessidade de um processo formativo que tenha sentido e relevância, tanto para os professores quanto para a universidade. Mais do que capacitar seu quadro docente, compreende-se que a formação pedagógica de professores universitários precisa ser trabalhada para além do aperfeiçoamento didático, e, sobretudo, para o fortalecimento e a constituição de uma identidade profissional. Daí a pertinência do campo da pedagogia universitária para contribuir neste aspecto (ALTHAUS, 2016).

Nesse sentido, fundamental se faz “a necessidade de haver equipes, nas instituições, que se responsabilizem pelas atividades formativas a serem desenvolvidas, pela continuação delas e por seu grau de organização e sistematização, avaliando-as permanentemente” (ISAIA, 2006, p.78)

Por fim, reafirmamos a necessidade de criar uma cultura de formação para a docência nas universidades, a fim de torná-la uma política institucional que estimule a participação dos docentes, com a devida valorização na política docente. Além disto, entendemos ser necessário o engajamento dos pós-graduandos como um dos caminhos para mudar a cultura institucional em relação a essa formação. Ou seja, a inserção na docência universitária se dá pela via da formação na pós-graduação. Desafios que se fazem urgentes para que o compromisso possa, efetivamente, ser assumido pelas universidades.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Isabel de. Formação do professor do ensino superior: desafios e políticas institucionais. São Paulo: Cortez, 2012.

ALMEIDA, Mariai Isabel de; PIMENTA, Selma Garrido. Pedagogia universitária –

Valorizando o ensino e a docência na universidade. Revista Portuguesa de Educação, v.27, n. 2, p. 7-31, 2014.

ALTHAUS, Maiza Taques Margraf. Docência universitária: saberes e cenários formativos. Ponta Grossa: Todapalavra, 2016.

DAY, Christopher. Desenvolvimento profissional de professores: os desafios da aprendizagem permanente. Porto: Porto Editora, 2001.

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ISAIA, Sílvia Maria de Aguiar. Desafios à docência superior: pressupostos a considerar. Educação Superior em Debate, n.5, p. 63-84, 2006.

THERRIEN, Jacques; DIAS, Ana M.I.; LEITINHO, Meirecele C. Docência universitária. Em Aberto, Brasília, v. 29, n. 97, p. 21-32, set./dez. 2016.

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