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PERCEPÇÃO DA VARIAÇÃO DA INTENSIDADE DE UMA AULA DE AERO BOXE.

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PIVOTO, Elisangela 1

BAGNARA, Ivan Carlos 2

elis_pivoto@hotmail.com

RESUMO

O objetivo do presente estudo é verificar a percepção da intensidade de uma aula de Aero Boxe mesurada através da Frequência Cardíaca e da Escala Subjetiva de BORG em mulheres que praticam a modalidade na cidade de Getúlio Vargas, RS. Participaram da pesquisa 6 mulheres com idades de 23 a 49 anos (média de 30,6 anos de idade). A mensuração da frequência cardíaca em batimentos por minuto (BPM) foi mensurada durante as sessões de Aero Boxe em tempo real, utilizando-se um monitor cardíaco portátil da marca Polar FT1, e uma tabela com as variáveis da Escala Subjetiva de BORG. Para a análise dos dados foi utilizado da estatística simples e descritiva, com a utilização de gráficos e tabelas para melhor compreensão. Sendo assim os resultados encontrados foram que a intensidade da aula de Aero Boxe atingiu índices maiores do que são propostos pela ASCM (2010), caracterizando a aula como muito intensa, de alto impacto, trabalhando dentro da Zona de esforço máximo, com intensidade superior à 90% da FCM das participantes.

Palavras- Chaves: Frequência Cardíaca, Escala Subjetiva de Borg, Intensidade de trabalho, Aula de Aero Boxe.

ABSTRACT

The aim of this study is to assess the perceived intensity of a class Aero Boxing gauged by Heart Rate and Subjective Scale BORG practitioners women in the city of Getúlio Vargas / RS. Participated in the study 6 women aged 23 to 49 years (mean 30.6 years). The measurement of heart rate in beats per minute (BPM) will be measured during the sessions of Aero Boxing in real time, using a portable heart monitor brand Polar FT1, and a table with the variables of Subjective Scale BORG. To analyze the data we used the simple, descriptive statistics, with the use of graphs and tables for better understanding. Therefore the results were that the intensity of certain class Aero Boxing reached higher levels than are proposed by the ASCM (2010), featuring the class as very intense, high-impact, working within the maximum effort area, with about 90% of the FCM of the participants.

Key words: Heart rate , Borg Subjective scale , intensity of work , aero Class Boxing

.

1 INTRODUÇÃO

O Aero Boxe é uma modalidade que tem ganhado espaço nas academias. É uma aula predominantemente aeróbica. Simulando golpes de Muay Thai (Boxe Tailandês), a perda de

1 Licenciada em Educação Física. Especialização em Fisiologia do Exercício. Acadêmica do curso de

Especialização em Educação Infantil, pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai-Faculdade IDEAU. E Acadêmica do Curso de Pedagogia pelo Instituto Anglicano Barão do Rio Branco de Erechim.

2 Orientador. Doutorando em Educação nas Ciências – UNIJUI. Mestre em Educação – UPF. Professor dos

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calorias é feita em sala de ginástica e não no ringue. A diferença entre o exercício aeróbico e a luta é justamente o fato de no Aero Boxe não haver contato físico, pois o objetivo é fazer o praticante suar e entrar em forma, melhorando a aptidão cardiorrespiratória. Assim como em outras aulas aeróbicas, a maioria é formada por mulheres, que repetem variados tipos de socos (jab’s, diretos e cruzados), esquivos, proteções, além de chutes frontais, laterais e joelhadas, sempre acompanhado de músicas e incentivo verbal do instrutor (a).

Entre os seus benefícios estão o alívio do estresse, a elevação da auto- estima, definição muscular, resistência cardiovascular e respiratória, aceleração do metabolismo, flexibilidade, coordenação motora e reflexos apurados. Obviamente, tais benefícios quando combinados com outros fatores como alimentação adequada e potencial genético são potencializados.

Mas para que estes objetivos sejam alcançados, é preciso elaborar um programa de exercícios em que os componentes essenciais para a prescrição sejam observados. Os componentes essenciais incluem a seleção da modalidade, a intensidade do esforço, a duração da atividade e a frequência semanal em que a mesma é conduzida. Esses componentes são aplicados ao desenvolver prescrições para indivíduos de diferentes idades e capacidades funcionais, independentemente da existência ou ausência de fatores de risco e doença (ACSM, 2010).

Graef e Kruel (2006) advogam que diversos indicadores fisiológicos podem ser usados para quantificar a intensidade do esforço de uma aula de ginástica aeróbica como de qualquer outra. Entre eles pode-se citar a frequência cardíaca (FC), o consumo de oxigênio (VO2), a percepção subjetiva do esforço (PSE) e os limiares ventilatório e de lactato. Dentre estes indicadores de intensidade do esforço, a FC e a PSE são os mais práticos e de baixo custo. Talvez, por esse motivo, eles sejam mais utilizados pelos profissionais que prescrevem exercícios.

Sabendo que a intensidade constitui um aspecto fundamental na elaboração e no controle de qualquer programa de exercício físico, o presente estudo tem como problema central a seguinte questão: qual a variação da intensidade de uma aula de Aero Boxe?

A prática de exercícios físicos está sendo altamente valorizada nos dias atuais em diversos setores da sociedade. Seus benefícios vêm contribuir para uma vida mais saudável e equilibrada e a sua prática contínua ajuda a prevenir diversas doenças.

Nesta perspectiva a procura para realizar exercícios físicos aumentou e com elas novas academias surgiram para dar suporte para esta nova demanda, sendo assim estas estão tendo que inovar para chamar a atenção de seu público alvo, oferecendo um leque de novos

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empreendimentos, apostando em novas tendências, e uma tendência que está em alta no mercado são as aulas que envolvem movimentos de luta, como é o caso do Aero Boxe.

O Aero Boxe é uma aula predominantemente programada através de músicas onde são realizados sequência de movimentos como socos, chutes, esquivos e proteção, além de corridas saltos e giros, uma aula bem dinâmica que tem como foco a perda de calorias.

Mas para obter adaptações no organismo, o controle da intensidade da aula é de suma importância, até mesmo para atingir os objetivos propostos pelos participantes. A intensidade do exercício é refletida através da necessidade de energia a ser utilizada, a quantidade de oxigênio consumido e a quantidade de calorias gastas (GROSSL, et al. 2012).

Quando se avalia uma determinada modalidade de exercício físico, faz-se necessário num primeiro momento, identificar a intensidade de realização desta, para que então possamos estabelecer a via metabólica prioritariamente utilizada (TOSCANO; OLIVEIRA, 2004). Neste sentido, o controle da intensidade do esforço, bem como uma programação progressiva de atividade muscular durante um período de realização de exercícios físicos, vem contribuir para respostas positivas da aptidão física em seus praticantes.

Para a prescrição da intensidade do exercício, podem ser empregados vários parâmetros, sendo que reiteramos, a determinação pela FC é uma das mais utilizadas, principalmente por ser um método não invasivo, de fácil aplicabilidade e de baixo custo operacional (AMORIM, 2002).

Outro método muito utilizado para se verificar a intensidade das aulas é a Escala Subjetiva de Borg, está que também é de fácil aplicabilidade e baixo custo operacional, pois ajuda a controlar a intensidade da atividade sem praticar excessos. Assim como afirmam Neves e Doimo (2007) a utilização da escala baseia-se no pressuposto de que os ajustes fisiológicos, decorrentes do estresse físico, produzem sinais sensoriais aferentes capazes de alterar a percepção subjetiva do esforço. Acredita-se que o processamento do esforço percebido decorre da interação de múltiplos sinais aferentes, oriundos dos sistemas cardiorrespiratório e neuromuscular.

Desta forma estes dois parâmetros foram empregados para verificar a intensidade da aula de aero Boxe, e se a intensidade está de acordo com os objetivos individuais das avaliadas e se está de acordo com as Zonas de Treinamento proposto pela ACSM, 2010.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo é de caráter quantitativo descritivo. É quantitativo visto que considera que os dados coletados podem ser traduzidos em números, opiniões e informações para classificação e análise. E, com dados quantitativos temos como objetivo “garantir resultados e evitar distorções de análise e de interpretação, possibilitando uma margem de segurança maior quanto às inferências” (DIEHL; TATIM, 2006, p. 51).

A pesquisa descritiva;

Compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados. Tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre indicador e indicado, entre teoria e dados entre contexto e ação (NEVES, 1996, p.1).

Foram convidadas a participar do estudo seis alunas de ginástica aeróbica Aero Boxe, que possuam idades entre 23 e 49 anos que estavam regularmente matriculadas na academia há pelo menos três meses, frequentando o mínimo duas aulas semanais. A participação no estudo foi voluntária e condicionada à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Todos os procedimentos do estudo atenderam as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resolução196/96 do Conselho Nacional de Saúde).

Os dados foram coletados no período fevereiro a abril de 2014, através da mensuração da Frequência Cardíaca (FC) das alunas antes do início da aula, após o final do aquecimento, após o final da parte principal e após o final da aula. Estes foram mensurados através de um monitor cardíaco da marca Polar FT1. É valido ressaltar que este parâmetro simples fornece mais informações cardiovasculares, que nos permite perceber o esforço realizado pelos participantes durante o exercício físico.

As aferições foram realizadas em repouso e ao final das músicas 4, 6 e 7, através do monitor Polar FT1. Para a mensuração da FC de repouso foi respeitado um descanso de 10 minutos, com a avaliada permanecendo sentada neste período, antes de iniciar a aula de ginástica. Para cálculo da frequência cardíaca máxima individual, utilizou-se a fórmula proposta por Karvonen (1957) idade- 220.

O quadro abaixo exemplifica a zona de treinamento utilizada para prescrição de exercício através da FC, com também pelo VO2 máx., com a duração do exercício e com o

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seu sistema de trabalho. Faz-se necessário destacar que apesar do referido quadro indicar valores para VO2 máx. estes não foram levados em consideração no desenvolvimento do estudo.

Quadro 1: Zonas de Treinamento.

Zona de Treinamento FCM VO2 máx. Duração Sistema de trabalho

Atividade Regenerativa

(reabilitação) 40-60% Até 40% Aprox. 20’

Reabilitação cardiorrespiratória ou osteomuscular

Zona de atividade

moderada 50-60% Até 50% + de 30’ Queima metabólica

Zona de controle de Peso 60-70% 50 a 60% + de 60’ Cardiorrespiratória

Zona aeróbia 70-80% 60% a 75% 8-30’ Aeróbica

Zona de limiar anaeróbio 80-90% 75% a 85% 5-6’ Absorção de lactato

Zona de esforço máximo 90-100% 85% a 100% 1-5’ Anaeróbio

Fonte: ACSM, 2010.

Juntamente em cada uma das mensurações dos batimentos cardíacos, as participantes assinalaram na escala de Borg o nível de esforço percebido para o momento, pois este facilita a compreensão da alteração cardíaca através de nossa própria percepção corporal durante a prática do exercício ou atividade física. Podendo ser utilizado em qualquer atividade aeróbica, sendo recomendada como uma opção prática na observação da intensidade de esforço.

Antes de se iniciar o treinamento com a utilização da escala perceptiva de esforço, deve-se explicar a tabela aos alunos, e explica-la detalhadamente, sendo que seis é o valor mínimo, como se estivesse parado. Nove corresponde a algo leve; treze algo difícil; dezessete referencia grande esforço, e dezenove é um nível extremamente pesado. Assim os números de 6-20 são baseados na frequência cardíaca de 60-200 Batimentos por Minutos (BPMs). Sendo que o número 12 corresponde a aproximadamente 55% da intensidade e o 16 a 85 % da Frequência Cardíaca.

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Tabela 1: Escala de Borg de percepção subjetiva de esforço (6 a 20). BPM Esforço % FC máx 6 7 extremamente leve 8 <35% 9 muito leve 10 Leve 35% -54% 11 12 algo difícil 55%-69% 13 14 15 Pesado 70- 89% 16 17 muito pesado > 89% 18 19 extremamente pesado 20 esforço máximo 100%

Fonte: Ciolac e Guimarães (2004).

A análise de dados procedeu através da estatística descritiva. A estatística descritiva consiste na apresentação dos dados em forma de gráficos e tabelas, conhecidos como um método da estatística aplicada. Esta por sua vez, inclui que está tudo relacionado com os dados que se projeta para resumir e ou descrever dados, mas sem ir além do que os dados querem dizer (FREUD s/a.).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A expressão “exercício físico” aplica-se a uma variedade de atividades físicas, que diferem largamente quanto à sua intensidade, duração e quanto às capacidades exigidas para a sua prática. No entanto, todas elas consistem de uma série de ações musculares que conduzem a uma alteração do estado basal do organismo. Esta modificação visa o fornecimento de energia ao tecido muscular envolvido e a manutenção da homeostasia local e sistêmica. Estas mudanças constituem adaptações que não têm apenas um carácter imediato (agudo), mas também retardado (crônico) e que tornam possível não só a sobrevivência do organismo

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durante o decorrer do exercício, mas que também o preparam para solicitações posteriores, reparando os tecidos danificados e aumentando a sua capacidade funcional (CARNEIRO, LOPES, PORTO, 2002).

Assim, para suprir a nova demanda metabólica, várias adaptações fisiológicas são necessárias e, dentre elas, as referentes à função cardiovascular durante o exercício físico. As adaptações ao exercício significam as mudanças imediatas que ocorrem no organismo, como por exemplo, o aumento da pressão arterial, da frequência cardíaca e da temperatura corporal (BRUM, FORJAZ, TINUCCI e NEGRÃO, 2004).

Dentro das alterações metabólicas ocorridas durante o exercício físico contínuo, a intensidade no qual o treinamento é realizado, assume importância para sua discussão (ROSSI E TIRAPEGUI, 1999).

A Tabela 2 se refere aos valores da idade média e FC mínima e máxima atingidas pelo grupo geral na aula de Aero Boxe.

Tabela 2: Valores de frequência cardíaca para o grupo.

Média de Idade do Grupo em anos Frequência Cardíaca Mínima ou Repouso Frequência Cardíaca Máxima 30,6 81 189

Fonte: Dados coletados pelos autores, 2014.

Podemos verificar na Tabela 2 que a média de idade das avaliadas é de 30,6 anos, caracterizando-se ainda por ser grupo de mulheres aparentemente saudáveis. A prática de exercícios físicos a partir desta idade vem sendo fundamental, pois como se sabe, a partir de certa idade, com maior ênfase na menopausa, as mulheres começam a ter perdas orgânicas, tais com diminuição da massa óssea aumentando assim o risco de osteoporose e fraturas futuras, aumento na gordura corporal, diminuição do metabolismo e riscos de doenças cardiovasculares, dentre outras questões. Dessa forma, já pode-se inferir a importância de um programa de treinamento físico bem orientado para o público feminino, pois os mesmos ajudam na prevenção dessas perdas, aumentando assim o bem-estar físico e metal.

Rebelatto et al (2006), enfatizam que a

[...] prática regular de exercícios físicos é uma estratégia preventiva primária, atrativa e eficaz, para manter e melhorar o estado de saúde física e psíquica em qualquer idade, tendo efeitos benéficos diretos e indiretos para prevenir e retardar as perdas funcionais do envelhecimento.

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Para a análise dos dados tomaremos como padrão a FC máx do grupo, obtido pela fórmula: 220 - idade média do grupo, o que representa uma FC máx de 189 BPM, que corresponde ao esforço máximo durante a aula, e a FC mínima ou de repouso foi de 81 BPM.

Na Tabela 3, relacionamos a média da FC com a Escala de BORG, e encontramos os seguintes resultados.

Tabela 3: Médias encontradas em relação ao Aquecimento.

BPM BORG

166 (± 10,50) 17 (± 0)

Fonte: Dados coletados pelos autores, 2014.

Devido às alterações fisiológicas que ocorrem no organismo o procedimento de aquecimento tem sido muito preconizado principalmente antes da realização de exercícios aeróbios.

Weineck (2003) indica que o objetivo central do aquecimento geral ativo é obter aumento da temperatura corporal e da musculatura, bem como preparar o sistema cardiovascular e pulmonar para a atividade e para o desempenho motor. Atividades de aquecimento são necessárias para preparar o corpo para a atividade física vigorosa porque aumentam o desempenho e diminuem o risco de lesão muscular.

Corroborando com a ideia de Weineck (2003) Robergs e Roberts (2002) enfatizam que os aquecimentos gerais, tais como alongamentos e exercícios que envolvem a totalidade do corpo podem apresentar alguns benefícios.

Na Tabela 3 encontramos as variáveis mensuradas ao final do aquecimento, em que a FC máx do aquecimento encontra-se em 166 BPM (± 10,50). Podemos verificar que a aula neste determinado momento se encontra a 87% da intensidade, utilizando a zona de limiar anaeróbico, que se caracteriza pela absorção do lactato, ou seja, a atividade está num patamar anaeróbico, e, invariavelmente, dentro de algum tempo, o organismo não dará conta de suprir os músculos em atividade, e, continuando com tal intensidade, os riscos para a saúde aumentam, sem contar que o processo de fadiga se instala mais rapidamente.

Um fator preocupante, é que tal intensidade foi mensurada ao final do aquecimento, ou seja, as avaliadas sequer estão na parte principal da aula e a intensidade está acima do recomendado pela ACSM. Alencar e Matias (2010) afirmam que o aquecimento geral deve ser ativo, não muito intenso envolvendo principalmente os músculos que serão utilizados

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durante a execução do exercício. E, no que concerne à intensidade, pelos dados avaliados, percebe-se, que a intensidade está acima do recomendado.

Relacionando com os dados coletados através da escala de Borg percebemos que a média para esse momento (final do aquecimento) foi de 17 pontos na escala, que se caracteriza por estar muito pesado. Sendo assim, reiteramos que o aquecimento foi realizada em níveis altos da FC e de esforço elevado com alta intensidade e, o recomendado para este momento é a execução de movimentos que envolvam toda a musculatura com movimentos não tão intensos.

A Tabela 4, apresenta os dados relacionados à parte principal da aula de Aero Boxe

Tabela 4: Médias encontradas em relação à Parte Principal

BPM PP BORG

178(± 12,18) 17(± 2,58)

Fonte: Dados coletados pelos autores, 2014.

Na Tabela 4, percebemos que a FC média das participantes alcançou índices numéricos de 178BPM (± 12,18), onde podemos perceber que houve pouca variação do aquecimento para a parte principal, o que indica que a aula de aero boxe é uma aula de alta intensidade, e de longa duração o que provoca maior desgaste nos participantes. E quando perguntadas sobre o nível de esforço que estavam sendo realizadas as mesmas apontaram ao ponto 17 (± 2,58), caracterizando como muito pesado, o que nos leva a perceber da importância de um aquecimento adequado dentro dos níveis indicados, para que na parte principal da aula, quando a demanda de energia é maior, as participantes possam realizar sem um desgaste físico significativo e com menores riscos para a saúde. Ou seja, pela percepção do esforço subjetivo, com pequena variação indicada pelo desvio padrão, a parte principal da aula, praticamente foi desenvolvida na mesma intensidade do aquecimento, o que caracteriza um equívoco.

Aqui, os valores encontrados para a intensidade da aula representam 93% da FC máx., caracterizando-se como zona de esforço máximo. Segundo a ACSM (2010), esta zona de treinamento somente é indicada apenas para atletas de esportes de velocidade ou de potência. Ainda, sugere que esta intensidade, mesmo para atletas de alto nível, deve ser buscada apenas uma ou duas vezes por semana, evitando os riscos de lesões musculares e articulares. E, quando estamos falando de pessoas normais, que não buscam rendimentos atléticos, os riscos de se

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praticar exercícios numa intensidade tão elevada não ser resumem somente ao risco de lesões, mas também a riscos mais sérios para a saúde.

Na Tabela 5, estão expostos os valores numéricos referentes à parte final da aula.

Tabela 5: Médias encontradas em relação à parte Final.

BPM PF: BORG:

105 (± 7,28) 9 (±1,03)

Fonte: Dados coletados pelos autores, 2014.

Para o processo de recuperação é essencial que a célula regresse ao seu estado basal e aos seus níveis iniciais de metabolitos e a dívida de oxigênio representa a energia dispendida nesse processo. Após o término do exercício, a frequência cardíaca baixa rapidamente, pois cessa a ativação simpática cortical. Não regressa, no entanto imediatamente aos valores basais. A pressão arterial sofre uma mudança no mesmo sentido, mas estabiliza em valores inferiores aos normais durante um breve período. Este fenômeno deve-se à vasodilatação dos territórios musculares previamente ativos, pois ainda permanecem neles os fatores metabólicos e vasoativos (CARNEIRO, LOPES e PORTO, 2002).

Assim com bases nas informações dos autores citados acima, na Tabela 5 podemos encontrar os seguintes resultados: a FC média do grupo foi representada por 105 BPM (± 7,28), o que nos leva a perceber que após o término da aula houve uma significativa baixa nos níveis de FC, ou seja, ela não voltou ao seu nível inicial que era de 81 BPM, mas teve uma baixa acentuada e quando relacionada ao nível de esforço realizado pelas participantes através da Escala de Borg as mesmas pontuaram com a expressão numérica 9 (±1,03), o que corresponde que o esforço realizado por elas neste momento foi muito leve, sendo assim, que o organismo já estava voltando para as suas condições normais.

A parte final da aula de Aero Boxe alcançou índices numéricos de 55% de intensidade, o que significa que neste percentual as participantes já estavam se reabilitando, voltando as suas condições normais, que segundo a ASCM (2010), para se atingir este estágio é preciso se exercitar entre 40 e 60% da FC máx.

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4 CONCLUSÃO

Segundo a ACSM (2010) para que um trabalho se caracterize dentro de uma faixa aeróbia, a zona alvo deve atingir limites que sejam superiores a 70% da FC máx e inferiores a 80% da FC máx. Especificamente relacionado ao estudo, a aula analisada alcançou intensidade de 55% até 94% da FC máx, tendo como base a média de FC máx. do grupo, que era de 189 BPM. Isso indica que o esforço realizado pelas participantes foi intenso, em que a via metabólica mais utilizada para a realização da aula foi anaeróbica. Para a ACSM (2010) para se trabalhar dentro da zona anaeróbica os índices devem variar de de 85 a 100% da FC máx. E, como descrito no corpo do texto, desde o aquecimento até o final da parte principal, a intensidade da aula ficava acima da zona aeróbica.

A faixa ideal para o treinamento aeróbico do grupo seria entre 132 e 151 BPM, que representaria percentualmente entre 70% e 80% da FC máx., para que as mesmas fossem trabalhadas no sistema aeróbico, que dentre outras questões, aumentaria a capacidade pulmonar, e cardíaca.

A literatura (conforme citado no decorrer do estudo) demonstra que o exercício físico mais eficaz para que ocorra uma melhora da condição física é o exercício aeróbio, que é aquele que trabalha os grandes músculos por, no mínimo 20 minutos. O exercício aeróbio aumenta o débito cardíaco e acelera a intensidade do metabolismo. Robergs e Roberts (2002) citam que o exercício tem papel importante, tanto na prevenção de doenças cardiovasculares como na reabilitação de pessoas com problemas cardíacos. Motivos que, sem sombra de dúvidas colocam os exercícios aeróbicos em patamares privilegiados no quesito saúde.

De acordo com o nível de intensidade encontrado na aula de Aero Boxe, ou seja, mais de 90% da FC máx. e relacionando esse achado com os objetivos individuais das participantes, podemos considerar que os objetivos das mesmas não seriam alcançados, pois a aula ultrapassou os níveis indicados pela ASCM (2010).

A aula avaliada foi caracterizada como intensa e de alto impacto, ou seja, além de não atender aos objetivos de quem procurou a aula, ofereceu maiores riscos para a saúde. Sendo assim, é necessário que os objetivos e a intensidade da aula sejam repensados para que futuramente, os pontos aqui levantados sejam aperfeiçoados para uma melhor qualidade da prática do Aero Boxe, além da maior segurança e satisfação dos praticantes.

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Referências

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