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Princesa do Caribe Piratinhas

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Academic year: 2022

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Texto

(1)

Piratinhas

e a

Princesa do Caribe

De

Dinho Valladares

(2)

© Dinho Valladares

Este livro ou qualquer parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorização escrita do Editor.

Registrado na biblioteca nacional sob o n.- 684.252 Livro: 1.320 Folha: 200

Contato para liberação de montagem:

Cia. de Teatro Contemporâneo

Rua Conde de Irajá 253 – Botafogo – Rio de Janeiro/RJ Cep: 22271-020

teatro.secretaria@gmail.com

www.ciadeteatrocontemporaneo.com.br

+55 (21) 984141965

(3)

Essa peça eu escrevi para o meu filho Pedro, um cara muito legal, que eu sempre procurei dar o máximo do meu tempo, mas sempre achei pouco para o que ele merece, ficando sempre com a sensação que ele

estava me esperando na minha ausência. Te amo meu filho!

Dinho Valladares

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O autor

Dinho Valladares, nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

Ator, autor, diretor e produtor. Montou a Cia. de Teatro Contemporâneo e tem representado o Brasil em vários encontros internacionais tais como Chicago (Chicago Improv Festival – Maior Festival de Improvisação do Mundo), Buenos Aires/AR, Córdoba/AR, Mendoza/AR, Santiago/CH, Cundinamarca/CO onde ganhou com a Cia. o título de primeiro lugar no festival sul-americano.

Como formação fez Pós-Graduação em Teatro Musicado na Uni-Rio Universidade Federal do Rio de Janeiro e Mestrado em Teatro na mesma universidade alcançando conceito em sua tese final de Excelente com indicação para publicação. Como Diretor montou a Cia de Teatro Contemporâneo, que ganhou o título da prefeitura do Rio de Janeiro/BR de “Entidade de Utilidade Pública”, a qual dirige até hoje, uma das mais respeitadas do Rio de Janeiro. Como autor já escreveu 10 (dez) peças sendo que 7(sete) já foram a cena, além de adaptar três textos de Shakespeare. Como ator participou de mais de 30 (trinta) peças entre as quais se destacam “Jango, uma Tragédya”, de Glauber Rocha, com Cláudio Marzo e “Uma Rosa para Hitler” de Roberto Vignati com Francisco Milani, além de Adorável Hamlet e Adoráveis Romeu e Julieta, foi indicado como MELHOR ATOR no prêmio Mambembe em 1993. Como professor de teatro já deu aula na UFF - Universidade Federal Fluminense neste período organizou o Seminário de Produção Cultural no Centro Cultural do Banco do Brasil, e foi um dos fundadores do PURO- Nucleo da UFF em Rio das Ostras, além de lecionar por mais de vinte anos dentro da Cia. de Teatro Contemporâneo é também o Coordenador do Curso Profissionalizante de Ator da Cia. que é reconhecido pelo Ministério da Educação do Brasil pela sua qualidade de ensino. Curso que conta com convênios de escolas de vários países do mundo.

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Sinopse

É a história de uma princesa que está indo com o pai para as Índias e no meio do caminho são abordados por piratas. A responsabilidade de tomar conta da princesa é dada ao marujo Pedro e estes acabam ficando amigos. Pedro passa a ajudar a princesa e seu pai a se livrarem dos maldosos piratas.

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Sobre:

Essa peça trata do amor entre pai e filho e a difícil relação num mundo cheio de afazeres. A primeira montagem estreou em 2016, na Sede da Cia. de Teatro Contemporâneo com um elenco de alunos formados no Curso Profissionalizante de Ator da Cia. de Teatro Contemporâneo. O elenco era formado por Bruno Oliveira, Bruno Gaspar, Andrea Lacassy, Eric Polly e Lucas Lobato. O figurinos foram de responsabilidade de Luiza Valente e o cenário de Eduardo Carvalho.

Temporada de 05 de março a 30 de outubro de 2016.

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Personagens:

Princesa Marujo Pedro

Bolota

Almirante Fernando Capitão Calico Jack

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Os Piratinhas e a Princesa do Caribe

Tarde no oceano Atlântico. Dia lindo de sol. O convés de uma caravela – barulho do mar.

Almirante - Minha filha, estamos a caminho das Índias. Nossa caravela é um dos navios mais fortes que já navegou nesse oceano! Nenhum pirata jamais ousaria sequer chegar perto! Vamos vender nossas especiarias e ficarmos muito ricos. Lá te espera o Califa Ali Babá Terceiro! Terceiro filho do saudoso Ali Babá. Um belo e forte príncipe que quer conhecê-la para quem sabe! Se você se interessar! Se tornar seu pretendente ou não!

Princesa – Pai, estou adorando essa viagem! Não sabia que o oceano era tão bonito! Tão grande! Ele parece que nunca acaba! Mas eu tenho uma dúvida, papai. Lá no canto do oceano a água não derrama?

Ela deveria cair e esvaziar todo o oceano.

Almirante – Não, minha filha! O mar não tem fim, porque a terra é redonda! Ele começa aonde acaba.

Assim, a água nunca cai.

Princesa - Não entendi.

Almirante - Isso é um longo papo! Limite-se por enquanto a apreciar o que seus olhos podem ver! O brilho das águas, as ondas, os peixes pulando! Isso é a vida, minha princesa!

Princesa – Nossa! é muito bonito o mar! Quando voltarmos à Inglaterra vou contar para mamãe como o mar é bonito.

Almirante – Conte sim, minha filha. Se essa beleza toda você conseguir exprimir em palavras, sua mãe vai adorar e você será uma grande escritora!

(Gritos lá de dentro)

- Excelência, por favor venha ao comando!!!

Almirante - Com licença, minha filha, vou ver o que é!

Princesa – Nossa como é lindo o mar! Eu um dia vou querer viajar o mundo. Conhecer a Ásia, a Nova Zelândia, as Filipinas, as ilhas de Bora-Bora, o Brasil, o Rio de Janeiro! Que lindo!

Nossa, mas o que é aquilo ali? Parecem vários navios! Grandes esses navios! Estão chegando perto rapidamente! (faz um movimento como se o navio em que está estivesse mudando de direção e acelerando). Ai! O que

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está acontecendo? Eles estão muito perto! Aquela bandeira é diferente, não é uma bandeira inglesa ou francesa!? Oh! São piratas! Estão vindo para cá! Tenho que avisa meu pai!

(Nesse momento entram piratas por todos os lados do barco. Atores devem descer de cordas do teto do teatro, pelo alçapão e pelos lados. O pai tenta proteger a princesinha. Ocorre um grande duelo entre o pai e os piratas. Depois de resistir bravamente, o pai é capturado e ele e a princesinha feitos prisioneiros.)

Capitão dos Piratas – Ah! Finalmente consegui! Capturei o famoso Almirante Fernando! Hum, como você está velho.

Papagaio – Velho!!!

Capitão – Cale a boca, imbecil! (para o Almirante) Finalmente nos reencontramos, Almirante Villegagnon. Depois de muitos anos! Você está mais velho, mas com a mesma cara de sempre. Quer dizer que se casou e teve uma filha, não é?! Bonita ela! Será que sabe do passado do pai? Será que ela sabe que seu pai foi um pirata também?

Almirante (Pai) – Eu nunca fui pirata!

Capitão – Ok! Pirata ou Corsário. É tudo a mesma coisa! Você saqueava os mares assim como eu!

Almirante – Eu estava sempre a serviço da Rainha!

Capitão – (debochando) A serviço da Rainha! Mamãe mandou é?!! O filhinho obedece! Que filhinho obediente né?! Veja só. Desde que fizemos juntos a escola de navegação, você é esse engomadinho que obedece a mamãe.

Almirante – E você continua o ser desprezível de sempre!

Capitão – Desprezível sim, mas o capitão dos sete mares! O pirata Calico Jack!!

A caminho do rio de Janeiro para fundar a França Antártica e levar muito pau-brasil para a França para tirar o seu sumo e fazer todas as pinturas em tecido nas roupas das senhoras da corte e assim ficar milionários! AH AH AH!!!

Almirante - Você nunca vai conseguir isso!

Capitão – Isso é uma maldição, Almirante?

Almirante – Você não passa de um piratinha de meia tigela! Sempre tirou nota baixa no colégio!

Capitão – E você sempre foi o mais certinho! O mais bobo da turma! Mas isso não importa, o que importa é que vamos para o rio de Janeiro e você vai me ajudar nisso!

Almirante – Jamais ajudarei você em qualquer coisa que seja.

Capitão – Vai ajudar sim! Vai ajudar sem nem saber! AH AH AH AH!

Almirante – Como?

Capitão – Sei que se casou com a Rainha e que sua filha é a princesa regente.

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Almirante – Seu canalha!

Capitão – Vamos pedir uma pequena quantia em dinheiro para devolvê-los sãos e salvos para a coroa!

Almirante - Você vai se arrepender de estar fazendo isso conosco.

Capitão - E assim vamos para o Brasil, para o rio de Janeiro, fundar a França Antártica!

Agora chega dessa conversa tola! Assistente!!!

Bolota – Sim, Capitão!

Capitão – Deixe-os bem amarrados aí enquanto vou para o meu quarto tirar uma soneca!

Bolota vai até os dois que estão amarrados, conferir as cordas.

Bolota – Marujo Pedro! (vem um menino) Você ultimamente tem se mostrado muito pouco colaborativo.

Assim, a partir de agora vai aqui tomando conta dos prisioneiros.

Pedro – Sim senhor, meu comandante, pode contar comigo. Eu serei o mais vigilante de todos os vigilantes que já apareceram. Serei mais perigoso que o pirata Barba Azul, mais corajoso que o Sr.

Francis Drake, mais famoso que o Capitão Kidd.

(Nesse momento Bolota tampa a boca do marujo)

Bolota – Por enquanto limite-se a ser vigilante e não deixar os prisioneiros fugirem! Eu vou comer alguma coisa na cozinha. Estou morrendo de fome.

Sobe aquele silêncio, os prisioneiros amarrados com ataduras nas bocas e Pedro olhando para eles.

Pedro fica em várias posições: começa sentado, depois encostado, na mureta, depois encostado na porta, depois deitado, depois andando em círculos. Até que a princesa resmunga alguma coisa.

Pedro - O que? O que você disse?

Princesa – Ahnhnhnhnh ...

Pedro – O que?

Princesa – Anhnhnhnh ...

Pedro – O que?

Princesa - Anhnhnhnh ...

Pedro – Não entendi Princesa - Anhnhnhnh ...

Pedro – Está com fome?

Princesa - Anhnhnhnh ...

(11)

Pedro – Quer fazer xixi?

Princesa - Anhnhnhnh ...

Pedro – Número 2?

Princesa - Anhnhnhnh ...

Pedro – Quer..

Princesa - Anhnhnhnh ...

Pedro – Não estou entendendo.

Princesa - Anhnhnhnh ...

Pedro – Quer nadar?

Princesa - Anhnhnhnh ...

Pedro – Quer ler um livro?

Princesa - Anhnhnhnh ...

Pedro – Quer saber as horas?

Princesa - Anhnhnhnh ...

Pedro – Ok! Vou tirar sua mordaça, mas você não vai gritar, combinado?

Princesa - Anhnhnhnh ...

Pedro – Ok (tira a mordaça)

Princesa – (grita) aaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh!!!

(Pedro tampa a boca dela)

Pedro – Se você gritar de novo vou te por a mordaça.

Princesa - Anhnhnhnh ...

(Pedro tira a mão da boca dela) (Princesa respira ofegante)

Princesa – Ufffa!!!! Estou com uma coceira horrível na ponta do nariz!! Pelo amor de Deus, você não poderia dar uma coçadinha?

Pedro – Claro!

Princesa – Você é meio burro né?! Meia hora com o nariz coçando e você nada!

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Pedro – Desculpe, Princesa!!!

Princesa – Tudo bem , mas presta atenção! Você sabe para onde estamos indo?!

Pedro – Claro que sei! O capitão me conta tudo! Se ele vai almoçar, ele me conta. Eu sou o marujo mais importante do navio! Imagina se uma decisão como essa ele não ia me contar! Claro que contou!

Saiba que certa vez, quando o capitão ia invadir uma ilha cheia de ouro, ele em dúvida de que decisão tomar, me perguntou: “Marujo Pedro, só você pode me ajudar. Você acha que devo invadir a ilha?” Eu respondi: “Claro, Capitão!” E aí ele resolveu invadir!

Princesa – Nossa!! Você é realmente corajoso! E vocês conquistaram a ilha?

Pedro – Bem, não exatamente.

Princesa - E o ouro? Onde está? Vocês ficaram ricos?

Pedro – Não exatamente.

Princesa – O que houve então?

Pedro – Bem, havia muitos índios na ilha, sabe?!

Princesa – Sei.

Pedro – Mas voltando ao que interessa! O importante é que o capitão não faz nada sem me consultar.

Princesa – Então para onde estamos indo?

Pedro – Bem, o capitão tem andado muito cansado e não temos tempo para conversar muito.

Princesa – Entendi. Meu pai está dormindo?

Pedro - Sim. Acho que ele estava cansado.

Princesa – Sim, estamos viajando há muitos dias.

Pedro – Sei.

Princesa – O que disse?

Pedro – Eu disse “sei”.

Princesa – Entendi (Pausa)

Pedro – Você sempre viveu ao lado do seu pai?

Princesa – Sempre! Meu pai é muito legal! Eu e ele conversamos muito.

Pedro – Sei.

Princesa – E o seu pai?

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Pedro – Meu pai? Bem,... meu pai... ele....ele....ele...é um pirata muito valente! Ele já conquistou várias ilhas do caribe! Ele é o pirata mais forte e corajoso de todos os mares!

Princesa – Você conversa com ele?

Pedro – Não exatamente.

Princesa – Como “não exatamente”?

Pedro – Uai! Não exatamente!

Princesa – Conversa ou não conversa?

Pedro – Não exatamente.

Princesa – E o que é “não exatamente”?

Pedro – É que não nos encontramos. Ele é muito ocupado. Ele tem que conquistar muitas ilhas ainda!

Ele trabalha duro!

Princesa – E como vocês conversam?

Pedro – Através de cartas! Eu mando uma carta por semana pra ele.

Princesa – E ele responde?

Pedro – Não exatamente.

Princesa – Responde ou não responde?

Pedro – Ele é muito ocupado! Não tem tempo pra escrever.

Princesa – Entendi.

(Entra o Bolota)

Bolota – Muito bem, não é Sr. Pedro?! Quer dizer que tirou a mordaça da princesa né?

Pedro – Não! Sabe o que aconteceu, Bolota?! É que ela ficou falando: “ahnnnn” e começou a ficar sem ar e a ficar azul, verde e amarela. Eu achei que ela ia ter um troço e resolvi tirar a mordaça dela. Afinal, o capitão não ia querer uma princesa morta não é?

Bolota - Bem, nesse ponto tem razão.

Pedro – Pois é! Então eu acho...

Bolota – Você não acha nada! O capitão resolveu acabar com a sua boa vida e quer que você lave todo o navio. Tome o balde e o rodo e pode começar por aqui mesmo. E preste atenção, marujo! O capitão quer tudo limpinho!

Pedro – Sim, Comandante!

(Bolota sai. Pedro começa a limpar o navio)

Princesa – Nunca vi o primeiro assistente do capitão lavar convés!

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Pedro – É que aqui no navio tudo é muito democrático. Tem dia que até o próprio capitão vem lavar o navio. Aqui não tem frescura não. Nós somos todos parceiros e nos ajudamos, sabe?!

Princesa – Nunca vi um navio assim!

(Pausa)

Pedro – Princesa, sabe o que é? Bem, eu vou te contar a verdade! Eu não sou o primeiro assistente do capitão! Eu sou o marujo Pedro.

Princesa – Eu já sabia, Pedro. Desde o momento que o Bolota te chamou pela primeira vez eu percebi que você não mandava muito por aqui.

Pedro – Desculpe ter mentido.

Princesa – Não importa! Você é um menino legal, você é engraçado, é inteligente. Eu acho você muito legal!

Pedro – (longa pausa) ... Sei...

Princesa – Sério! Eu nunca vi um menino tão legal como você!

Pedro – Sério?

Princesa – Uhum!

Princesa – Sim!

Pedro – Pensando bem eu também acho. Sabe que certa vez eu estava numa ilha cheia de índios e...

Princesa – Hahaha ... Você conta histórias muito engraçadas!

Pedro – Desculpe! Você também é a menina mais simpática que eu conheço!

Princesa – Jura?????????

Pedro – Juro! Você tem um sorriso que estimula a gente a ficar falando. Acho que eu poderia te contar muitas histórias sobre os mares.

Princesa – E eu poderia ouvir ainda muitas histórias do marujo mais corajoso que conheço: o marujo Pedro!

(começam a rir. Aparece o Bolota)

Bolota - O que está acontecendo aqui?

(Pedro e a Princesa tomam um susto)

Pedro – Bolota, você poderia entrar mais delicadamente!

Bolota – Eu entro como quiser!! Um marujinho vagabundo querendo dar ordens! Onde já se viu?!

Ponha –se no seu lugar seu marujinho mequetrefe!

(começa a trovoar e chover. Bolota entra em desespero)

(15)

Bolota – Meu Deus! Vai cair uma tempestade! Vai ser o fim! O vai afundar pelo amor de Deus! Eu não sei nadar! Eu não quero morrer no mar! Meu pai, eu sei que você morreu no mar, mas eu tenho medo de ficar sem ar! Eu não quero morrer afogado!

(A tempestade aumenta)

Pedro – Fiquem tranquilos que eu vou amarrar as velas para podemos sair da tempestade!

Princesa- Socorro!!!!

(Bolota fica chorando no meio do palco) Bolota – Eu não quero morrer!

(Pedro corre para um lado, corre para o outro e amarra as velas. A tempestade vai parando. Entra o capitão) Capitão - Essa tempestade quase acabou com o navio!

(Bolota se levanta rapidamente)

Bolota – Capitão! Bem, Capitão, estava aqui e essa tempestade me pegou desprevenido e quando fui tomar uma atitude...

Capitão - As velas foram amarradas?

Bolota – Velas? Que velas?

Capitão – As do mastro central.

Pedro – Foram sim senhor!

Bolota – (para Pedro) Quem te mandou falar alguma coisa?

Pedro – Desculpe!

Bolota – (Para o Capitão) Foram sim senhor!

Capitão – Parabéns, Bolota! Você é um subalterno muito eficiente. Eu estava dormindo e quando vi a tempestade já estava instalada.

Bolota – Ora, não foi nada capitão! Fiz isso com o “pé nas costas”. O senhor sabe que pode contar comigo. Eu estou sempre à disposição. Um marinheiro como eu não se encontra em qualquer lugar não.

Capitão – Parabéns, Bolota! Vamos então para a minha cabine tomar um copo de run.

Bolota – Perfeitamente, Capitão!

(Saem)

Princesa – E ele ficou com todos os louros da tempestade.

Pedro – Não importa.

Princesa – Foi você que amarrou as velas!

(16)

Pedro – Eu sei

Princesa – Isso não é justo!

Pedro - O Bolota sempre faz isso. Eu trabalho e ele ganha.

Princesa – Não deveria ser assim!

Pedro – Eu sei! Mas quando eu encontrar o meu pai, nós vamos navegar juntos por mares nunca antes navegados.Vamos ao Rio de Janeiro!

Princesa – E onde fica o Rio de Janeiro?

Pedro – Fica no Brasil!

Princesa- Entendi. Você poderia me dar um copo com água? Acho que não estou me sentindo muito bem.

Pedro - Vou providenciar!

Princesa – Rápido! Eu não estou me sentindo bem.

(Pedro volta c/ u copo de água. Princesa bebe)

Princesa – Eu estou piorando. Não estou conseguindo respira\r! Por favor, me desamarre para que eu possa respirar melhor!

Pedro – Mas se o Bolota ou o Capitão aparecerem...

Princesa - Por favor!

(Pedro vacilante desamarra a princesa. A princesa respira aliviada) Princesa – Ah ah! Ufa!!! Achei que ia morrer!

Pedro – Você está melhor?

Princesa - Agora sim. Acho que a corda estava apertando e com o tempo foi piorando.

Pedro – Agora está melhor?

Princesa – Sim!!

(Entra Bolota e a princesa rapidamente se esconde. Bolota sem perceber que ela havia se soltado, com o papagaio) Bolota – Lindo dia hoje não é, Juvenal? O Capitão está cada vez mais feliz comigo! Acho até que vai me dar uma promoção! (Percebe Pedro) Oi! Você está aí no posto! Parabéns, marujo! Estou muito feliz com você!

(Pedro vai entrando na frente de Bolota para que ele não veja que a princesinha esta desamarrada) Pedro – Que bom, Bolota! Você não está cansado e não quer ir tomar um run no convés?

Bolota – No convés tem run?

Pedro – É verdade, não tem! Que confusa boba a minha!

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(Toda vez que Bolota se movimenta, Pedro também se movimenta tampando a visão de Bolota do local onde estava amarrada a princesa, vão fazendo uma movimentação que vai aumentando de velocidade com o avanço da conversa) Pedro – Que tal então dar uma olhada no mar?

Bolota – E o que tem o mar?

Pedro (fazendo cara de desconfiado) – Eu não gostaria de falar diretamente para o capitão, pois acho que você é que merece alertá-lo e ser mais uma vez elogiado pela sua coragem e inteligência!

Bolota – Sim, mas o que tem no mar?

Pedro – Olhe lá no finzinho do mar, está vendo?

Bolota – O que?

Pedro – Presta bastante atenção!

Bolota – Estou prestando.

Pedro – Lá no fundo.

Bolota – O que?

Pedro – Um ponto.

Bolota – Onde, criatura?

Pedro – À esquerda.

Bolota – Estou olhando à esquerda.

Pedro – Não, não...à direita!

Bolota – (Vira-se à direita) Estou olhando, não vejo nada!

Pedro – Voltou à esquerda!

Bolota – (Vira-se à esquerda) Não estou vendo nada.

Pedro – Sumiu.

Bolota – Acho que você está tentando me enganar!

Pedro – Quem sou eu para enganar um marinheiro tão inteligente e perspicaz como o futuro capitão Bolota!

Bolota – Você acha que eu vou ser capitão?

Pedro – Como não?! Você tem jeito de capitão! Tem um rosto de capitão!

Fica olhando para o mar com a cabeça altiva, com o olhar conquistador!

(Bolota faz o que ele pede)

Pedro – Incrível! Nunca vi um marinheiro com tanto perfil de capitão!

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Bolota – Você acha mesmo?

Pedro – Se eu acho? Eu tenho certeza! Você é o marinheiro mais indicado para ser capitão que eu conheço! Você já viu seu futuro?

Bolota – Não.

Pedro – Deixe-me ver sua mão.

Bolota – Você também lê mão?

Pedro – Claro! Quando eu estava na ilha de Bora-Bora encontrei com um grande feiticeiro, o Sangue de Dragão, um feiticeiro conhecido em todo Oceano Atlântico.

Bolota – Mas a ilha de Bora-Bora fica no Pacífico.

Pedro – Exatamente! Falei para ver se estava prestando atenção.

Bolota – Entendi.

(Bolota dá a mão para Pedro) Pedro – Não!!!!

Bolota – O que?

Pedro – Você vai ter um navio muito grande!

Bolota – Como ele é?

Pedro – Azul! Com detalhes dourados.

Bolota – Que lindo!

Pedro – Não!!!!!

Bolota – O que houve?

Pedro – Afundou! Hahahahahahahaha!

Bolota – Seu mentiroso! Querendo me enganar!

Pedro – Hahahahahahah!!! Desculpe, mas é que você é muito bobo!

Bolota – Você vai ver quem é bobo aqui.

(Tira a espada. Começa uma luta de espada. Eles lutam. No meio da luta Bolota feri o braço de Pedro. Pedro depois de grande batalha desarma o Bolota)

Pedro – Você me feriu, seu pirata de uma figa!

(Princesa sai do esconderijo)

Princesa – Pedro, tenha piedade do Bolota.

Pedro – Está bem! Você foi salvo por ela!

(19)

Bolota – Ahahahah!!!! Quer dizer que o marujinho soltou a princesinha! Agora eu estou entendendo.

Quer virar o herói da história. Desculpe, marujinho, mas você não tem o menor jeito de herói! Você é um pirralho que não sabe de nada. Quero ver quando o capitão colocar as mãos em você.

Princesa – Pedro, precisamos libertar o meu pai.

Pedro – (para Bolota) Onde está o pai da moça?

Bolota – Você acha que eu vou falar? Está muito enganado!

Pedro – Acho bom você falar porque senão vai conversar com os tubarões!

Bolota – Por favor, com os tubarões não!

Pedro – Então desembucha logo, onde está o Almirante?

Bolota – Está lá embaixo perto do quarto do capitão.

Princesa – Vamos lá, Pedro! Vamos salvar meu pai!

(Eles amarram o bolota e saem)

Bolota – Esses meninos são bobos mesmo né, Lorival!

Juvenal – Eu me chamo Juvenal!!

Bolota – Desculpe! Acharam que você não ia conseguir me desarmar!

Juvenal – Não contavam com a minha astúcia!

(Juvenal vai até a corda e desamarra Bolota)

Bolota – Esses meninos são muito espertos!! Acho melhor avisar ao capitão!

(Capitão entra)

Capitão – O que houve?

Bolota – O marujinho Pedro está promovendo um motim! Eles estão tentando libertar o almirante!

(Entram Almirante, Pedro e Princesinha)

Almirante - Capitão! Da primeira vez você tinha me pego de surpresa, mas agora vai sentir o peso da minha espada!

Capitão – Isso é o que veremos! Bolota, cuide do marujinho!

(Começa uma luta de espadas e o combate vai crescendo até que capitão é furado pela espada do Almirante. Todos param de lutar. O capitão solta uma estrondosa gargalhada.)

Capitão – HAHAHAHAHAHAHAHAHA Todos – Oooooohhhhh!

Capitão - Acharam que iam me pegar! Mas uma espada não é capaz de matar um grande Capitão!

(20)

Almirante (assustado) – Você está vivo!

Capitão – Claro que sim! Todo pirata tem seus segredos! Nós não morremos nunca! Hahahahahahaha Juvenal – Curupaco! Não morrem nunca! A não ser que peguem o anel de rubi da Mongólia!

Almirante – Quer dizer que o anel de rubi da Mongólia dá a vida eterna! O Capitão tem o anel de rubi da Mongólia!!!

Capitão – Seu papagaio fofoqueiro! Você falou o meu segredo!

Bolota - O famoso anel de rubi da Mongólia que garante vida eterna!

(Nesse momento o almirante pula em cima do capitão e começam a rolar pelo chão. De repente o anel rola pelo chão.

Pedro e bolota pulam em cima do anel e começam uma luta) Princesa – Terra à vista!

(Capitão vai até a princesa e a faz de refém)

Capitão - Ninguém se mexa senão a princesinha vai bater um papo com os tubarões!

(Todos param de lutar e se afastam)

Capitão – Estamos chegando no Brasil! Aqui o grande capitão Calico Jack ficará rico para sempre! HA HA HA HA

(De repente a princesinha rouba a espada do capitão e o joga no chão. O capitão cai e pega a espada de bolota e mata o almirante. Todos correm para socorrer o almirante enquanto o capitão e bolota riem)

Capitão – Viva! Agora o almirante irá morrer!

Bolota - Isso mesmo, capitão! O almirante irá morrer!! A menos que coloque o anel ... (percebe que falou demais e tapa a boca).

Capitão – Seu idiota! Não devia ter falado nada!

(Todos ao ouvir isso caem procurando o anel. Pedro acha o anel) Pedro – Encontrei o anel!

Capitão – Bolota, pule em cima dele!

(Bolota pula em cima dele, erra o pulo e cai no mar).

Capitão – Incompetente! Eu mesmo vou resolver isso!

(Capitão avança em Pedro, eles começam a duelar. Pedro joga o anel para a princesinha, e ela coloca no dedo do pai. Ele melhora. Pedro ganha a luta contra o capitão)

Pedro – Você está preso, capitão, em nome da coroa inglesa!

Capitão – Raios me mordam! Não sabia que você era da coroa inglesa.

Pedro – Nem eu! Mas achei bonito falar isso agora.

(21)

Princesa – Você está bem? (para o seu pai)

Almirante - Estou ótimo. Ainda mais agora que conseguimos pegar o capitão.

Almirante – (para o capitão) Você está preso em nome da coroa real inglesa! Agora temos que navegar de volta à Inglaterra e levar o capitão para a prisão, local que saberá cuidar bem dele.

Princesa – Pedro, você quer ir morar conosco na Inglaterra?

Pedro – Princesinha, eu adoraria, mas eu tenho que encontrar meu pai que me espera no Rio de Janeiro.

Princesa – Papai, não podemos deixar o Pedro ir sozinho para o Rio de Janeiro.

Almirante – Bem, não sei.

Capitão - Já que vocês estão pensando em ir para o rio de Janeiro, gostaria de colaborar e ajudar na expedição. Conheço bem o caminho e posso ajudar para que não acabem chegando no Panamá!

Almirante – Não sei!

Pedro – Almirante, tenho certeza que meu pai terá o maior prazer em recebê-lo.

Princesa – Aceita, papai! Eu gostaria muito. Pela sua filha querida!

Almirante – Com a ajuda do capitão conseguiremos encontra o caminho do Rio de Janeiro, mas precisamos de um marinheiro que fique lá em cima do mastro para ver quando aparecer terra.

Pedro – Eu posso subir.

Capitão – Pedro, agora que você mostrou bravura será o capitão do navio!

(o capitão dá o chapéu a Pedro) Princesa – Quem será então?

(Todos se põem a pensar. De repente surge Bolota, todo molhado e com um tubarão mordendo a sua bunda) Bolota – Alguém poderia me ajudar com esse tubarão aqui?

Todos – Bolota!!!

Almirante – Bolota, você chegou em boa hora!

Princesa – Você topa trabalhar com a gente?

Bolota – Mas o capitão está sem o chapéu.

Capitão – Agora o novo capitão é o capitão Pedro.

Bolota – Capitão Pedro? Você quer dizer marujo Pedro!

Almirante - É capitão Pedro ou você prefere ir para a prisão?

Bolota – Ops! Perfeitamente, capitão Pedro.

(22)

Todos – Viva o Grande Capitão Pedro!!!! Vamos para o Rio de Janeiro!!

(Grande música e coreografia final)

(A cortina fecha e volt a abrir. No centro está Pedro escrevendo uma carta)

Pedro - Querido papai, depois de muito navegar por mares do mundo inteiro, encontrei uma linda princesa. Ela é muito legal e acho que vai ser minha amiga para sempre. Gostaria que a conhecesse, papai. Sei que é muito ocupado, que tem muito trabalho a fazer, mas se encontrar um tempinho no seu trabalho e navegar com seu navio para o rio de Janeiro, tenho certeza que não vai se arrepender. Ela é muito legal e vai gostar de conhecer o senhor. O pai dela também quer te conhecer. Pai, prometo que não vai demorar muito, depois o senhor pode pegar o seu navio e voltar ao trabalho. Eu não quero atrapalhar o senhor. É que eu estou com muitas saudades também. Prometo te dar um beijo bem grande e um abraço daqueles que você adora!! Daquele que muito te ama, seu filho, Pedro.

(A cortina fecha e a música alegre volta para os agradecimentos)

Referências

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