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Em que Há o Perigo de Querer Ler ou Ouvir Somente o que nos Agrada?

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Em que Há o Perigo de Querer Ler ou Ouvir Somente o que nos

Agrada?

Por Silvio Dutra

Dez/2019

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A474

Alves, Silvio Dutra

Em que Há o Perigo de Querer Ler ou Ouvir Somente o que nos Agrada?

Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019.

56p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé 4. Graça.

I. Título.

CDD 252

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Quando os parâmetros pelos quais somos guiados não são aqueles emanados da revelação da verdade divina quanto à nossa real condição, e apreciamos ler, ouvir ou fazer somente aquilo que nos agrade, corremos o risco de nos acharmos sob uma condição muito ruim e até mesmo de morte e condenação eternas.

Quando a verdade nos desagrada não podemos ser libertados por ela, e jamais nos disporemos a chegar ao seu conhecimento, e poderemos nos dar por aprovados, quando aos olhos de Deus somos reprovados.

Não é sem motivo que nosso Senhor Jesus Cristo disse que caso não nos neguemos e não tomemos diariamente a nossa cruz, pela qual o nosso ego carnal deve ser crucificado continuamente, não podemos de modo nenhum seguir os Seus passos, sendo Seus discípulos.

Para o nosso próprio bem a Bíblia está repleta de exortações e repreensões relativas ao nosso dever de contrariarmos os nossos gostos e inclinações pessoais, quando estes colidem com a vontade divina, e buscarmos viver de acordo com aquilo que nos é ordenado por Deus.

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Quando dizemos em contrariarmos a nossa própria vontade isto não significa que não encontraremos prazer na vontade de Deus. Ao contrário, pois é somente quando deixamos de ser guiados por nossa vontade carnal para sermos guiados pela de Deus, que podemos entender quão infinitamente melhor e maior é o prazer que encontramos na boa, perfeita e agradável vontade divina.

“5 Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;

6 vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êxodo 19.5,6).

“20 Eis que eu envio um Anjo adiante de ti, para que te guarde pelo caminho e te leve ao lugar que tenho preparado.

21 Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não te rebeles contra ele, porque não perdoará a vossa transgressão; pois nele está o meu nome.

22 Mas, se diligentemente lhe ouvires a voz e fizeres tudo o que eu disser, então, serei inimigo

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dos teus inimigos e adversário dos teus adversários.” (Êxodo 23.20-22).

“18 Se ainda assim com isto não me ouvirdes, tornarei a castigar-vos sete vezes mais por causa dos vossos pecados.

19 Quebrantarei a soberba da vossa força e vos farei que os céus sejam como ferro e a vossa terra, como bronze.

20 Debalde se gastará a vossa força; a vossa terra não dará a sua messe, e as árvores da terra não darão o seu fruto.

21 E, se andardes contrariamente para comigo e não me quiserdes ouvir, trarei sobre vós pragas sete vezes mais, segundo os vossos pecados.

22 Porque enviarei para o meio de vós as feras do campo, as quais vos desfilharão, e acabarão com o vosso gado, e vos reduzirão a poucos; e os vossos caminhos se tornarão desertos.

23 Se ainda com isto não vos corrigirdes para volverdes a mim, porém andardes contrariamente comigo,

24 eu também serei contrário a vós outros e eu mesmo vos ferirei sete vezes mais por causa dos vossos pecados.” (Levítico 26.18-24).

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“26 Porque quem há, de toda carne, que tenha ouvido a voz do Deus vivo falar do meio do fogo, como nós ouvimos, e permanecido vivo?

27 Chega-te, e ouve tudo o que disser o SENHOR, nosso Deus; e tu nos dirás tudo o que te disser o SENHOR, nosso Deus, e o ouviremos, e o cumpriremos.

28 Ouvindo, pois, o SENHOR as vossas palavras, quando me faláveis a mim, o SENHOR me disse:

Eu ouvi as palavras deste povo, as quais te disseram; em tudo falaram eles bem.

29 Quem dera que eles tivessem tal coração, que me temessem e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para sempre!”

(Deuteronômio 5.26-29).

“1 Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, 2 e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, 3 não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso

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Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma.

4 Andareis após o SENHOR, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis.” (Deuteronômio 13.1-4).

“15 O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás,

16 segundo tudo o que pediste ao SENHOR, teu Deus, em Horebe, quando reunido o povo: Não ouvirei mais a voz do SENHOR, meu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra.

17 Então, o SENHOR me disse: Falaram bem aquilo que disseram.

18 Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.

19 De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas.

20 Porém o profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não

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mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto.”

(Deuteronômio 18.15-20).

“1 Se atentamente ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o SENHOR, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra.

2 Se ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos:”

(Deuteronômio 28.1,2).

“2 Chamou Moisés a todo o Israel e disse-lhe:

Tendes visto tudo quanto o SENHOR fez na terra do Egito, perante vós, a Faraó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra;

3 as grandes provas que os vossos olhos viram, os sinais e grandes maravilhas;

4 porém o SENHOR não vos deu coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje.” (Deuteronômio 29.2- 4).

Este preceito é muito importante porque revela claramente que para se ouvir a Deus é necessário que Ele abra primeiro o nosso coração e o nosso ouvido para que possamos

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entender a Sua vontade. Caso não nos disponhamos a buscar ouvi-lo e obedecê-lo, permanecendo numa atitude de rebeldia ou indiferença em relação a Ele, é quase certo que não nos abrirá o coração pelo Seu poder, a menos que sejamos do número dos Seus eleitos, quando, por todos os meios ao Seu alcance, operará para remover o nosso endurecimento e surdez.

“11 Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem está longe de ti.

12 Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos?

13 Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos?

14 Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires.”

(Deuteronômio 30.11-14).

Estas palavras são usadas pelo apóstolo Paulo no décimo capitulo de Romanos, para demonstrar que realmente a Palavra de Deus foi revelada e dada a nós para que nela creiamos, e que está ao

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alcance de nossa boca e coração, de modo que a possamos cumprir pela ajuda da graça de Jesus.

Isto era verdadeiro quanto à Lei, tanto quanto é para o Evangelho.

Mas quando não nos interessamos pelo estudo reverente da Bíblia, e nos afastamos de tudo o que se refira às coisas reveladas que são espirituais, celestiais e divinas, dificilmente, cumprir-se-á em nós esta verdade da proximidade da Palavra da nossa boca e coração para que possamos cumpri-la.

Somente aquele que busca, acha, conforme afirmado pelo próprio Senhor Jesus Cristo.

É somente quando buscamos a Deus, através das Escrituras, de todo o nosso coração, com um coração contrito e reverente, que Ele se deixará ser achado por nós.

“11 O rei da Assíria transportou a Israel para a Assíria e o fez habitar em Hala, junto a Habor e ao rio Gozã, e nas cidades dos medos;

12 porquanto não obedeceram à voz do SENHOR, seu Deus; antes, violaram a sua aliança e tudo quanto Moisés, servo do SENHOR, tinha ordenado; não o ouviram, nem o fizeram.” (II Reis 18

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“6 Vinde, adoremos e prostremo-nos;

ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou.

7 Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas de sua mão. Hoje, se ouvirdes a sua voz, 8 não endureçais o coração, como em Meribá, como no dia de Massá, no deserto,

9 quando vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, não obstante terem visto as minhas obras.” (Salmo 95.6-9).

“6 Vinde, adoremos e prostremo-nos;

ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou.

7 Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas de sua mão. Hoje, se ouvirdes a sua voz, 8 não endureçais o coração, como em Meribá, como no dia de Massá, no deserto,

9 quando vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, não obstante terem visto as minhas obras.

“Filho meu, se deixas de ouvir a instrução, desviar-te-ás das palavras do conhecimento.”

(Provérbios 19.27).

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“O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” (Provérbios 28.19).

“Porque povo rebelde é este, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei do SENHOR.”

(Isaías 30.9).

“8 Aceita a disciplina, ó Jerusalém, para que eu não me aparte de ti; para que eu não te torne em assolação e terra não habitada.

9 Assim diz o SENHOR dos Exércitos:

Diligentemente se rebuscarão os resíduos de Israel como uma vinha; vai metendo a mão, como o vindimador, por entre os sarmentos.

10 A quem falarei e testemunharei, para que ouçam? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir; eis que a palavra do SENHOR é para eles coisa vergonhosa; não gostam dela.

11 Pelo que estou cheio da ira do SENHOR; estou cansado de a conter. Derramá-la-ei sobre as crianças pelas ruas e nas reuniões de todos os jovens; porque até o marido com a mulher serão presos, e o velho, com o decrépito.

12 As suas casas passarão a outrem, os campos e também as mulheres, porque estenderei a mão contra os habitantes desta terra, diz o SENHOR,

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13 porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade.

14 Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.

15 Serão envergonhados, porque cometem abominação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tropeçarão, diz o SENHOR.

16 Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos.

17 Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas eles dizem:

Não escutaremos.

18 Portanto, ouvi, ó nações, e informa-te, ó congregação, do que se fará entre eles!

19 Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras e rejeitam a minha lei.” (Isaías 6.8-19).

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“7 Tornou-me o SENHOR: Apregoa todas estas palavras nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, dizendo: Ouvi as palavras desta aliança e cumpri-as.

7 Porque, deveras, adverti a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, até ao dia de hoje, testemunhando desde cedo cada dia, dizendo: dai ouvidos à minha voz.

8 Mas não atenderam, nem inclinaram o seu ouvido; antes, andaram, cada um, segundo a dureza do seu coração maligno; pelo que fiz cair sobre eles todas as ameaças desta aliança, a qual lhes ordenei que cumprissem, mas não cumpriram.

9 Disse-me ainda o SENHOR: Uma conspiração se achou entre os homens de Judá, entre os habitantes de Jerusalém.

10 Tornaram às maldades de seus primeiros pais, que recusaram ouvir as minhas palavras;

andaram eles após outros deuses para os servir;

a casa de Israel e a casa de Judá violaram a minha aliança, que eu fizera com seus pais.

11 Portanto, assim diz o SENHOR: Eis que trarei mal sobre eles, de que não poderão escapar;

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clamarão a mim, porém não os ouvirei.”

(Jeremias 11.7-11).

“14 Assim diz o SENHOR acerca de todos os meus maus vizinhos, que se apoderam da minha herança, que deixei ao meu povo de Israel: Eis que os arrancarei da sua terra e a casa de Judá arrancarei do meio deles.

15 E será que, depois de os haver arrancado, tornarei a compadecer-me deles e os farei voltar, cada um à sua herança, cada um à sua terra.

16 Se diligentemente aprenderem os caminhos do meu povo, jurando pelo meu nome: Tão certo como vive o SENHOR, como ensinaram o meu povo a jurar por Baal, então, serão edificados no meio do meu povo.

17 Mas, se não quiserem ouvir, arrancarei tal nação, arrancá-la-ei e a farei perecer, diz o SENHOR.” (Jeremias 12.14-17).

“8 Então, me veio a palavra do SENHOR, dizendo:

9 Assim diz o SENHOR: Deste modo farei também apodrecer a soberba de Judá e a muita soberba de Jerusalém.

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10 Este povo maligno, que se recusa a ouvir as minhas palavras, que caminha segundo a dureza do seu coração e anda após outros deuses para os servir e adorar, será tal como este cinto, que para nada presta.

11 Porque, como o cinto se apega aos lombos do homem, assim eu fiz apegar-se a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Judá, diz o SENHOR, para me serem por povo, e nome, e louvor, e glória; mas não deram ouvidos.”

(Jeremias 13.8-11).

“21 Não mandei esses profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; contudo, profetizaram.

22 Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito ouvir as minhas palavras ao meu povo e o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.”

(Jeremias 23.21,22).

“4 Os filhos são de duro semblante e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o SENHOR Deus.

5 Eles, quer ouçam quer deixem de ouvir, porque são casa rebelde, hão de saber que esteve no meio deles um profeta.

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6 Tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras, ainda que haja sarças e espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões; não temas as suas palavras, nem te assustes com o rosto deles, porque são casa rebelde.

7 Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.”

(Ezequiel 2.4-7).

“1 Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

2 Filho do homem, tu habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, tem ouvidos para ouvir e não ouve, porque é casa rebelde.” (Ezequiel 12.1,2).

“6 Naquele dia, levantei-lhes a mão e jurei tirá- los da terra do Egito para uma terra que lhes tinha previsto, a qual mana leite e mel, coroa de todas as terras.

7 Então, lhes disse: Cada um lance de si as abominações de que se agradam os seus olhos, e não vos contamineis com os ídolos do Egito; eu sou o SENHOR, vosso Deus.

8 Mas rebelaram-se contra mim e não me quiseram ouvir; ninguém lançava de si as abominações de que se agradavam os seus

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olhos, nem abandonava os ídolos do Egito.

Então, eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir a minha ira contra eles, no meio da terra do Egito.” (Ezequiel 20.6-8).

“2 O SENHOR se irou em extremo contra vossos pais.

3 Portanto, dize-lhes: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Tornai-vos para mim, diz o SENHOR dos Exércitos, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos.

4 Não sejais como vossos pais, a quem clamavam os primeiros profetas, dizendo:

Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Convertei- vos, agora, dos vossos maus caminhos e das vossas más obras; mas não ouviram, nem me atenderam, diz o SENHOR.

5 Vossos pais, onde estão eles? E os profetas, acaso, vivem para sempre?

6 Contudo, as minhas palavras e os meus estatutos, que eu prescrevi aos profetas, meus servos, não alcançaram a vossos pais? Sim, estes se arrependeram e disseram: Como o SENHOR dos Exércitos fez tenção de nos tratar, segundo os nossos caminhos e segundo as nossas obras, assim ele nos fez.” (Zacarias 1.2-6).

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“9 Assim falara o SENHOR dos Exércitos:

Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e misericórdia, cada um a seu irmão;

10 não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, o mal contra o seu próximo.

11 Eles, porém, não quiseram atender e, rebeldes, me deram as costas e ensurdeceram os ouvidos, para que não ouvissem.

12 Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o SENHOR dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas que nos precederam; daí veio a grande ira do SENHOR dos Exércitos.

13 Visto que eu clamei, e eles não me ouviram, eles também clamaram, e eu não os ouvi, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Zacarias 7.9-13).

“1 Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento.

2 Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as

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tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.

3 Eis que vos reprovarei a descendência, atirarei excremento ao vosso rosto, excremento dos vossos sacrifícios, e para junto deste sereis levados.

4 Então, sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que a minha aliança continue com Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.

5 Minha aliança com ele foi de vida e de paz;

ambas lhe dei eu para que me temesse; com efeito, ele me temeu e tremeu por causa do meu nome.

6 A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injustiça não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e da iniquidade apartou a muitos.

7 Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do SENHOR dos Exércitos.

8 Mas vós vos tendes desviado do caminho e, por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos;

violastes a aliança de Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.

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9 Por isso, também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos e vos mostrastes parciais no aplicardes a lei.” (Malaquias 2.1-9).

“11 E, em qualquer cidade ou povoado em que entrardes, indagai quem neles é digno; e aí ficai até vos retirardes.

12 Ao entrardes na casa, saudai-a;

13 se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz.

14 Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés.

15 Em verdade vos digo que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade.” (Mateus 10.11-15).

“15 Se teu irmão pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão.

16 Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça.

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17 E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.” (Mateus 18.15-17).

Quando é ordenado que importa ouvir a Palavra de Deus e obedecê-la, isto não se limita a um determinado período de tempo ou momento, mas a todo o curso da nossa vida. Podemos ver esta forma de recepção da Palavra, sendo realizada de várias maneiras diferentes, e apenas por um grupo pela maneira pela qual importa ser recebida e cumprida, na Parábola do Semeador:

“5 Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram.

6 Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade.

7 Outra caiu no meio dos espinhos; e estes, ao crescerem com ela, a sufocaram.

8 Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por um. Dizendo isto, clamou:

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

9 E os seus discípulos o interrogaram, dizendo:

Que parábola é esta?

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10 Respondeu-lhes Jesus: A vós outros é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; aos demais, fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam; e, ouvindo, não entendam.

11 Este é o sentido da parábola: a semente é a palavra de Deus.

12 A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos.

13 A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, creem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam.

14 A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer.

15 A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra;

estes frutificam com perseverança.” (Lucas 8.5- 15).

A Parábola aponta claramente as principais causas de a Palavra de Deus não ser obedecida com perseverança, e dentre estas podemos ver

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aqueles que por negligência, permitem que o diabo lhes furte tudo o que ouviram; os que se concentram nos cuidados desta vida, especialmente naqueles relativos a prazeres mundanos; outros que não suportam as provações e perseguições que são decorrentes de se ser fiel à Palavra, e além destas razões apresentadas pelo Senhor, há especialmente esta de não se renunciar ao ego, aos preconceitos contra Deus e a religião etc.

“42 Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar;

porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.

43 Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra.

44 Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.

45 Mas, porque eu digo a verdade, não me credes.” (João 8.42-45).

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“47 Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.

48 Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia.

49 Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar.

50 E sei que o seu mandamento é a vida eterna.

As coisas, pois, que eu falo, como o Pai mo tem dito, assim falo.” (João 12.47-50).

“12 Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.

13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

14 Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10.12-14).

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“1 Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos.

2 Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo,

3 como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;

4 dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade.” (Hebreus 2.1-4).

“1 Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado.

2 Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram.

3 Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso.

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Embora, certamente, as obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo.”

(Hebreus 4.1-3).

“25 Tende cuidado, não recuseis ao que fala.

Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte,

26 aquele, cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas, farei abalar não só a terra, mas também o céu.

27 Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas significa a remoção dessas coisas abaladas, como tinham sido feitas, para que as coisas que não são abaladas permaneçam.

28 Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor;

29 porque o nosso Deus é fogo consumidor.”

(Hebreus 12.25-29).

“19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.

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20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.

21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.

22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 3.19-22).

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APÊNDICE:

É somente pelo convencimento e instrução do Espírito Santo que podemos compreender adequadamente qual seja o significado do pecado.

Sem esta operação do Espírito Santo, ou quando ainda nos encontramos a caminho de ser melhor esclarecidos por Ele, é muito comum até mesmo negar-se a existência do pecado, ou classificá-lo das mais variadas formas possíveis que em pouco ou nada correspondem ao seu verdadeiro e pleno significado.

De modo que quando se diz que Jesus carregou sobre si os nossos pecados (I Pedro 2.24) e que Ele se manifestou para tirar o pecado, não é dada a devida importância a este maravilhoso fato, que é a resposta à única e principal necessidade do ser humano relativa à vida, pois sem a solução do problema do pecado que a todos atinge, não é possível ter a vida eterna de Deus.

Então, não se deve pensar em Jesus em alguém que veio ao mundo para que pudéssemos errar menos, ou ainda que melhorássemos nossas ações morais, pois a obra de expiação e remoção do pecado está relacionada a uma questão de

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vida, caso concluída, ou de morte eterna, em caso contrário.

Então é preciso saber qual é a origem e a natureza do pecado e a sua forma de agir na humanidade para que o vencendo possamos atingir ao propósito de Deus na nossa criação e viver de modo agradável a Ele.

Ora, se o pecado é o que se opõe à possibilidade de se ter vida eterna, então, necessitamos refletir mais cuidadosamente sobre a relação que há entre pecado e morte, e santidade e vida.

Então, é muito importante que tenhamos uma compreensão adequada do significado de vida eterna, para que não nos enganemos quanto a se temos alcançado ou não o propósito de Deus quanto a isto.

Antes de tudo, vida em seu sentido geral é muito mais do que simples existência, porque os corpos inanimados existem e no entanto, não possuem vida.

Ainda que alguns seres espirituais existam eternamente, pois espíritos não podem ser aniquilados, todavia não se pode dizer deles que possuem vida eterna, e a par da existência consciente deles são classificados como mortos espiritual e eternamente, tal é o caso de Satanás, dos demônios e de todos os seres humanos que

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morreram sob a condenação do pecado, estando desligados de Deus.

Deus é a fonte e o padrão da verdadeira vida.

É pelo que existe em sua natureza, portanto, que se define o que é e o que não é participante da vida eterna.

A vida eterna é perfeita e completa em Deus, mas nas criaturas (anjos eleitos e santos) que alcançam a participação nesta vida, estão sujeitos a crescimento na mesma rumo à perfeição divina, que sendo infinita, será para eles sempre um alvo a ser buscado.

Daí se dizer que quando alguém nasce de novo do Espírito Santo, que ele é um bebê espiritual em Cristo. Ele deve crescer na graça e no conhecimento do Senhor, e isto será feito neles pela operação do Espírito Santo, até contemplar neles a maturidade espiritual que é chamada de perfeição, mas não sendo ainda aquela perfeição total como ela se encontra somente em Deus.

Não devemos ficar, portanto, satisfeitos somente com a conversão inicial a Cristo, pela qual fomos tornados filhos de Deus e novas criaturas, mas devemos prosseguir em busca daquela santificação que nos tornará cada vez mais à imagem e semelhança de Jesus.

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O grande indicador do progresso neste crescimento na vida eterna, é o de aumento de graus em santificação. Este aperfeiçoamento em santificação é a vontade de Deus quanto ao seu propósito em nos ter tornado seus filhos. (I Tessalonicenses 4.3, 5.23).

Esta é a vida em abundância que Jesus veio dar àqueles que se tornariam filhos de Deus por meio da fé nele.

Podemos entender melhor isto quando fazemos um contraste com o pecado, pois se o pecado é o que produz morte, a santidade é o que produz vida.

Concluímos que somente aqueles que forem santificados têm acesso à vida eterna. Daí se dizer que sem santificação ninguém verá o Senhor.

É fácil entendermos esta verdade quando refletimos que de fato não se pode dizer que há a vida de Deus onde domina o orgulho, a impureza, a malícia, a cobiça, o adultério, o ódio, o roubo, a corrupção, a inveja, e todas as obras da carne que operam segundo o pecado.

Mas, onde o que prevalece é a fé, a humildade, o amor, a bondade, a misericórdia, a

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longanimidade, a reverência, o louvor, a adoração ao Senhor, a obediência aos Seus mandamentos e tudo o mais que compõe o fruto do Espírito Santo, pode-se dizer que temos em tudo isto indícios ou evidências onde há vida eterna.

Os que afirmam andar na luz e pertencerem a Jesus, quando na verdade caminham nas trevas, são chamados pelo apóstolo João de mentirosos, e que não têm de fato a vida eterna que eles alegam possuir, porque onde ela foi semeada por Jesus, não produz os frutos venenosos do pecado e da justiça própria, senão os que são provenientes da santidade e da justiça de Jesus atuando em nós.

Como o conhecimento verdadeiro de Deus, consiste em termos um conhecimento pessoal de Seu caráter, virtude, obras e atributos, e isto, por uma revelação que recebamos da parte dEle em Espírito, e para tanto temos recebido o dom da fé, então, não somos apenas justificados por este conhecimento, como também acessamos à vida eterna, alcançando que sejam implantadas em nós as mesmas virtudes e caráter de Cristo.

É este conhecimento real, espiritual e pessoal de quem seja de fato Deus, o que promove a nossa santificação e aumentos em graus na

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posse da vida eterna, ou melhor dizendo, para que a vida eterna se aposse em maiores graus de nós.

Quando nos falta este viver piedoso na verdade, ainda que sejamos crentes, Deus nos vê como mortos e não como vivos, e por isso somos chamados ao arrependimento e à prática das primeiras obras, para que tenhamos o necessário reavivamento espiritual. (Apocalipse 3.1-3,17-19).

Enganam-se todos aqueles que por julgarem estarem cheios de energia, e envolvidos na realização de muitas obras, que isto é um sinal evidente de vida abundante neles, quando toda esta energia é carnal e não acompanhada por um viver realmente piedoso que seja operado neles pelo Espírito Santo, pela aplicação da Palavra de Deus às suas vidas.

É na medida em que as obras da carne são mortificadas que mais se manifesta em nós a vida eterna que há em Cristo.

Se não houver a crucificação do ego carnal, a mortificação do pecado, a vida ressurreta de Cristo não se manifestará.

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A verdadeira santidade que conduz à vida é dependente das operações sobrenaturais do Espírito Santo, mediante a obra realizada por Jesus Cristo em nosso favor. A mera prática da moralidade não pode produzir esta santidade necessária à vida eterna. A simples religiosidade carnal na busca de cumprimento dos mandamentos de Deus, segundo a nossa própria justiça, também não pode produzir esta santidade. O jovem rico enganou-se quanto a isto, e por não se sujeitar à justiça que vem de Cristo, não alcançou a vida eterna.

Há necessidade de convencimento do pecado pelo Espírito Santo, de que Ele nos convença de nossa completa miserabilidade diante de Deus, e de nossa total dependência da sua misericórdia, graça e bondade, para que nos salve, mediante a confiança que temos colocado em Jesus e na obra que Ele realizou em nosso favor. Sem isto, não pode haver salvação, e por conseguinte vida eterna, porque Deus não pode operar santidade em um coração que se rebela contra Ele e Sua vontade.

Deus não contempla nossos meros desejos e palavras. Ele olha o nosso coração. Ele opera somente segundo a verdade, e não segundo nossas emoções, sentimentos, vontades, pois podem não estar conformados à verdade da Sua

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Palavra revelada na Bíblia, e assim não podendo chegar a um verdadeiro arrependimento, torna- se impossível sermos contemplados com uma salvação cujo fim é a nossa santificação.

Para o nosso presente propósito, não basta ir ao relato de como o pecado entrou no mundo através do primeiro casal criado, atendo-nos apenas aos fatos relacionados à narrativa da Queda, sobretudo quanto à maneira desta entrada mediante tentação vindo do exterior da parte de Satanás sobre a mulher. É preciso entender o mecanismo de operação desta tentação naquela ocasião, uma vez que ela ocorreu quando a mulher era inocente, não conhecia nem bem e nem mal, não sendo portanto ainda uma pecadora, e no entanto, pela tentação, teve o desejo de praticar algo que lhe havia sido proibido por Deus.

Poderia este desejo, sem a consumação do ato, ser considerado como sendo a própria entrada do pecado? Em caso contrário, o que seria necessário haver também para que assim fosse considerado?

Por que desde aquele primeiro pecado, toda a descendência de Adão ficou encerrada no pecado? Por que o pecado permanece ligado à

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natureza dos próprios crentes, mesmo depois da conversão deles?

Por que o pecado desagrada tanto a Deus que como consequência produz a morte?

Estas e outras perguntas, procuraremos responder nas linhas a seguir.

Antes de apresentar qualquer consideração específica ao caso, é importante destacar que o único ser que possui vontade absoluta, gerada em si mesmo, e sempre perfeita e aprovada, é Deus, cuja vontade é o modelo de toda vontade também aprovada. Esta é a razão de Ele não poder ser tentado ao mal, e a ninguém tentar.

Sua vontade é santíssima e perfeitamente justa.

Mas no caso dos homens e até mesmo dos anjos, cuja vontade é a de uma criatura, sendo dotados de vontade livre, estão contingenciados a submeterem suas vontades à de Deus naqueles pontos em que o exercício da própria vontade deles colidisse com esta vontade divina. Eles são livres para pensar, imaginar, agir, criar, mas tudo dentro de uma esfera que não ultrapasse os limites que lhes são determinados por Deus, quer na lei natural impressa em suas consciências, quer na lei moral revelada em Sua Palavra, a qual é também impressa nas mentes e corações dos crentes.

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Temos assim, desde o início da criação, um campo aberto para um possível conflito de vontades. Deus por um lado agindo pelo Espírito Santo buscando nos mover à negação do ego para fazer não a nossa, mas a Sua vontade, e o nosso ego querendo fazer algo que possa ser eventualmente diferente daquilo que Deus determina para que façamos ou deixemos de fazer.

Neste ponto, podemos entender que a proposta de Satanás para Eva no paraíso, buscava estimular e despertar desejos e sentimentos em Eva para que a sua vontade fosse conduzida pela do diabo, e não pela de Deus.

Se ao sentir-se inclinada à desobediência ela tivesse recorrido à graça divina, clamando por ajuda para rejeitar a tentação e permanecer obediente, a fé teria triunfado em sua confiança no Senhor e sujeição a ele, e em vez de um ato pecaminoso, haveria um motivo para Deus ser glorificado. E isto ocorreria todas as vezes em que ao ser tentado a fazer algo diferente do que havia sido determinado por Deus, o homem escolhesse obedecer à Sua Palavra, e não aos desejos criados em seus pensamentos e imaginação.

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Podemos tirar assim a primeira grande conclusão em ralação ao que seja o pecado, de que não se trata de algo corpóreo, ainda que invisível, com existência própria e poder inteligente para nos influenciar, mas é algo decorrente de nossas próprias inclinações, desejos e más escolhas, especialmente quando não nos permitimos ser dirigidos e instruídos por Deus, e não nos exercitamos em sujeitar todas as nossas faculdades a Ele para agir conforme a Sua santa, boa, perfeita e agradável vontade.

É pelo desconhecimento desta verdade que muitos crentes caminham de forma desordenada, uma vez que tendo aprendido que a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, e que são salvos exclusivamente por meio da fé, que então não importa como vivam uma vez que já se encontram salvos das consequências mortais do pecado.

Ainda que isto seja verdadeiro, é apenas uma das faces da moeda da salvação, que nos trazendo justificação e regeneração instantaneamente pela graça, mediante a fé, no momento mesmo da nossa conversão inicial, todavia, possui uma outra face que é a relativa ao propósito da nossa justificação e regeneração, a saber, para sermos santificados pelo Espírito

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Santo, mediante implantação da Palavra em nosso caráter. Isto tem a ver com a mortificação diária do pecado, e o despojamento do velho homem, por um andar no Espírito, pois de outra forma, não é possível que Deus seja glorificado através de nós e por nós. Não há vida cristã vitoriosa sem santificação, uma vez que Cristo nos foi dado para o propósito mesmo de se vencer o pecado, por meio de um viver santificado.

O homem, tendo sido criado em um estado tão santo e glorioso, foi colocado no Paraíso, que era sua residência.

No meio deste Jardim do Éden estava a árvore da vida, que não consideramos pertencer a uma certa espécie, mas era uma árvore singular na natureza. “E do chão fez o Senhor Deus crescer todas as árvores ... a árvore da vida também no meio do jardim ”(Gênesis 2: 9). Portanto, essa árvore não foi encontrada em outros locais.

No Paraíso, havia também a árvore do conhecimento do bem e do mal. “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás” (Gn 2:17; 3: 3). Como lá havia apenas uma árvore da vida; portanto, havia apenas uma árvore do conhecimento do bem e do mal. Não se afirma que isto se refere ao tipo de árvore,

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mas ao número. É simplesmente referido como

"a árvore". A razão para esse nome pode ser deduzido do próprio nome.

(1) Era uma árvore probatória pela qual Deus desejava provar ao homem se ele perseveraria em fazer o bem ou se ele cairia no mal, como se encontra em 2 Crônicas 32:31: “... Deus o deixou, para julgá-lo, para que ele pudesse saber tudo que estava em seu coração."

(2) O homem, ao comer desta árvore, saberia em que condição pecaminosa e triste ele tinha trazido a si mesmo.

O Senhor colocou Adão e Eva neste jardim para cultivá-lo e guardá-lo (Gn 2:15).

O sábado era a exceção, pois então ele era obrigado a descansar e a se abster de trabalhar de acordo com o exemplo que seu Criador lhe dera e ordenara que ele imitasse.

Assim, Adão tinha todas as coisas em perfeição e para deleite do corpo e da alma. Se ele tivesse perseverado perfeitamente durante seu período de estágio, ele, sem ver nenhuma morte, teria sido conduzido ao terceiro céu, para a glória eterna. Embora o corpo tivesse sido construído a partir de elementos materiais, sua condição

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era tal que era capaz de estar em união essencial com a alma imortal e capaz de existir sem nunca estar sujeito a doença ou morte.

Se ele não tivesse pecado, o homem não teria morrido, mas teria subido ao céu com corpo e alma. Isso pode ser facilmente deduzido do fato de que Enoque, mesmo depois da entrada do pecado no mundo, foi arrebatado ao terceiro céu, sem passar pela morte, em razão de ter andado com Deus.

Sendo este o desígnio de Deus na criação do homem, a saber, que ele andasse em santidade de vida na Sua presença, então não é difícil concluir quão enganados se encontram aqueles que apesar de terem muita prosperidade material e facilidades no mundo, e que todavia não estão santificados pela Palavra de Deus, aplicada pelo Espírito Santo, em razão da fé em Jesus, e que os tais encontram-se mortos à vista de Deus em delitos e pecados, permanecendo debaixo de uma maldição e condenação eternas, enquanto permanecerem na citada condição sem arrependimento e conversão.

Aqui percebemos a natureza abominável do pecado, enquanto o homem, sendo dotado de faculdades tão excelentes para estar unido ao

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Seu Criador com tantos laços de amor, partiu dEle, e O desprezou e O rejeitou.

Ele agiu para que o Criador não o dominasse, mas que pudesse ser seu próprio senhor e viver de acordo com a sua própria vontade.

Aqui brilha a incompreensível bondade e sabedoria de Deus, na medida em que reconcilia tais seres humanos maus consigo mesmo novamente através do Mediador Jesus Cristo. Ele fez com que este mediador viesse de Adão como santo, tendo a mesma natureza que pecara, para suportar a punição do pecado do próprio homem e, assim, cumprir toda a justiça. Tais seres humanos, Ele novamente adota como Seus filhos e toma para Si em felicidade eterna. A Ele seja dado eterno louvor e honra por isso. Amém.

Eva foi seduzida a comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ela não foi coagida, mas o fez por vontade própria.

Além disso, Adão não foi o primeiro a ser enganado, nem foi enganado pela serpente, mas como o apóstolo declara em 1 Tim 2:14, por uma Eva enganada - e, portanto, subsequente a ela. Estou convencido de que, se Adão permanecesse de pé, Eva teria suportado o

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castigo sozinha. Como Adão também pecou, no entanto, toda a natureza humana, toda a raça humana, tornou-se culpada, como Paulo disse:

"Portanto, como por um homem o pecado entrou no mundo ..." (Romanos 5:12). Ele não apenas se refere ao pecado de Eva, mas ao pecado de toda a raça humana, que é total e inteiramente encerrada em Adão e Eva, que eram um em virtude de seu casamento. Em vez disso, ele se refere especificamente ao pecado de Adão, que foi o primeiro homem, a primeira e única fonte, tanto de Eva como de toda a raça humana.

Entenda-se este ato de ter sido encerrado por Deus no pecado, não como se Deus tivesse feito a cada um de nós pecadores, ou então que tivesse transferido para nós o pecado praticado por Adão, mas como a consideração e imputação de culpa a toda a humanidade, e sujeição à maldição da condenação pela morte, uma vez que não haveria quem não pecasse, já que o homem revelou desde Adão que de um modo ou de outro faria um uso indevido de sua vontade, opondo-se a Deus. Pois sem a concessão da Graça de Deus é impossível que o homem possa vencer o pecado. E a Graça para tal propósito somente é concedida aos que creem em Jesus.

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O pecado inicial não pode ser encontrado no ato externo, nas emoções, afetos e inclinações, nem na vontade. Em uma natureza perfeita, vontade e emoções estão sujeitos ao intelecto, pois não precedem o intelecto em sua função, mas são uma consequência do mesmo.

O pecado inicial deve ser buscado no intelecto, que por meio de raciocínio enganoso foi levado a concluir que eles não morreriam e que havia um poder inerente àquela árvore para torná-los sábios, uma sabedoria que eles poderiam desejar sem serem culpados de pecado. Essa árvore tinha o nome de conhecimento, que era desejável para eles. Mas também trazia o nome de bem e mal, mesmo que estivesse escondido deles quanto ao que era compreendido na palavra mal. A serpente usa esse nome como se grandes questões estivessem ocultas nessas palavras. Como o intelecto se concentrou mais na conveniência de se tornar sábio quanto a árvore pela qual, como meio ou causa, essa sabedoria poderia ser transmitida a eles, a intensa e viva consciência da proibição de não comer e da ameaça de morte tendem a diminuir. A faculdade de julgamento, sugerindo que seria desejável comer dessa árvore, despertou a inclinação de adquirir sabedoria dessa maneira. Além disso, havia o fato de que

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“... a mulher viu que a árvore era boa para comer, e agradável aos olhos” (Gn 3: 6).

A decepção do intelecto não foi consequência da natureza da árvore e de seus frutos, mas devido às palavras da serpente e as palavras da mulher para Adão. Assim, foi tomada por verdadeira a palavra da serpente, e depois a da mulher, em vez da Palavra de Deus. Portanto, o primeiro pecado foi a fé na serpente, (ainda que não no animal propriamente dito, mas naquele que o usou como seu instrumento, a saber, Satanás.), acreditando que eles não morreriam, mas, em vez disso, adquiririam sabedoria.

O ato implicava uma descrença em Deus que havia ameaçado a morte ao comer dessa árvore. Assim Eva em virtude da incredulidade tornou-se desobediente, estendeu a mão e comeu. Ao fazer isso, ela creu na serpente e foi enganada, este pecado é denominado como tal em 1 Tim 2:14 e 2 Cor 11: 3.

Da mesma maneira, ela seduziu Adão. Portanto, o primeiro pecado não era orgulho, isto é, ser igual a Deus, também não rebelião, desobediência ou apetite injustificado, mas incredulidade.

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