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NOTA À DÉCIMA EDIÇÃO

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Academic year: 2021

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NOTA À DÉCIMA EDIÇÃO

Nesta edição, incorporamos ao texto a inovação trazida pela Emenda Constitucional 71, de 29.11.2012, que conferiu tratamento pormenorizado à estrutura e aos objetivos do Sistema Nacional de Cultura (SNC), a ser organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa, instituindo um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais (CF, art. 216-A).

Acrescentamos, também, recentes decisões do Supremo Tribunal Federal sobre relevantes matérias, dentre as quais merecem destaque as que declararam a inconstitucionalidade do terceiro mandato consecutivo de prefeito (prefeito itinerante ou prefeito profissional) e da regra legal que proibia, genericamente, a concessão de liberdade provisória a presos.

Os Autores

PONTOS DO LIVRO “DIREITO CONSTITUCIONAL DESCOMPLICADO” QUE FORAM MODIFICADOS NA 10ª EDIÇÃO DA OBRA, EM COMPARAÇÃO COM A 9ª EDIÇÃO.

OS TEXTOS EM VERMELHO REPRESENTAM SUPRESSÕES E OS TEXTOS EM AZUL CORRESPONDEM A INCLUSÕES. OS TEXTOS EM FONTE PRETA NÃO SOFRERAM ALTERAÇÃO E SERVEM APENAS PARA FACILITAR A LOCALIZAÇÃO DOS TRECHOS MODIFICADOS, ACRESCENTADOS OU SUPRIMIDOS.

CAPITULO 3

1) No item 4.18 foi feita, ao final, a substituição abaixo indicada:

4.18. Direito de informação (art. 5.º, XXXIII) ...

O direito de informação não é absoluto: o Poder Público poderá recusar-se a

prestar informações, porém, unicamente, quando o sigilo for imprescindível à

segurança da sociedade e do Estado. Essa ressalva – possibilidade de a

informação não ser prestada quando o “sigilo seja imprescindível à segurança da

sociedade e do Estado” – foi disciplinada na Lei 11.111/2005.

(2)

O direito de informação não é absoluto: o Poder Público pode limitar o acesso a determinadas informações, porém, unicamente, quando o sigilo for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. O exercício do direito de acesso à informação, bem como as hipóteses em que ele pode ser restringido – quando o “sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado” – estão disciplinados na Lei 12.527/2011.

2) No item 4.34 foi feito, ao final, o seguinte acréscimo:

4.34. Princípio da presunção da inocência (art. 5.º, LVII) ...

Ainda com fundamento no postulado da presunção da inocência, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que, no julgamento de matéria criminal, havendo empate na votação, a decisão beneficiará o réu, que restará absolvido. 1

Por fim, nossa Suprema Corte firmou entendimento de que regra legal que proíbe, genericamente, a concessão de liberdade provisória a presos é inconstitucional, por violar, entre outros, os postulados da presunção da inocência e do devido processo legal. Conforme destacou o Ministro Gilmar Mendes, ao afastar a concessão de liberdade provisória de forma genérica, a norma retiraria do juiz competente a oportunidade de, no caso concreto, “analisar os pressupostos da necessidade do cárcere cautelar em inequívoca antecipação de pena, indo de encontro a diversos dispositivos constitucionais”. 2

3) No item 4.44 foi feito o acréscimo abaixo indicado:

4.44. Habeas corpus (art. 5.º, LXVIII) ...

A legitimação ativa no habeas corpus é universal: qualquer do povo, nacional ou estrangeiro, independentemente de capacidade civil, política ou profissional, de idade, de sexo, profissão, estado mental, pode ingressar com habeas corpus, em benefício próprio ou alheio (habeas corpus de terceiro). Não há impedimento algum para que uma pessoa menor de idade, analfabeta, doente mental, mesmo

1

AP 470/MG, rel. Min. Joaquim Barbosa, 23.10.2012.

 

2

HC 104.339/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 10.05.2012. Com base nesse entendimento, o Tribunal declarou a inconstitucionalidade do art. 44 da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), que proibia a concessão de liberdade provisória nos casos de tráfico de entorpecentes.

 

(3)

sem representação ou assistência de terceiro, ingresse com habeas corpus. A jurisprudência admite, inclusive, a impetração de habeas corpus por pessoa jurídica, em favor de pessoa física a ela ligada (um diretor da empresa, por exemplo).

Para o ajuizamento do habeas corpus é irrelevante, também, a nacionalidade do impetrante, podendo qualquer estrangeiro se valer da ação em defesa do seu direito de locomoção em território nacional. Entretanto, exige-se que a ação seja redigida em língua portuguesa, sob pena de não conhecimento pelo Poder Judiciário, por força do art. 13 da Constituição Federal. 3

Não há necessidade de advogado para a impetração de habeas corpus. Não se exige, tampouco, a subscrição de advogado para a interposição de recurso ordinário contra decisão proferida em habeas corpus.

...

4) No item 6.8 foi feito, ao final, o seguinte acréscimo:

6.8. Perda da nacionalidade ...

Em consonância com esse dispositivo constitucional, o STF firmou entendimento de que o ato de naturalização de estrangeiro como brasileiro somente pode ser anulado por via judicial, e não por mero ato administrativo. 4

5) No item 7.6.2.1 foram feitas as substituições abaixo indicadas:

7.6.2.1. Motivos funcionais ...

O motivo dessa vedação é o mesmo, qual seja, a vedação constitucional de exercício de mais de dois mandatos eletivos sucessivos na chefia do Executivo (CF, art. 14, § 5.º).

f) não pode o prefeito que já esteja exercendo o segundo mandato sucessivo candidatar-se novamente ao cargo de prefeito, ainda que, dessa vez, em município diferente;

A jurisprudência do STF não admite terceiro mandato consecutivo de prefeito, ainda que em municípios distintos. Assim, um prefeito que já foi reeleito – isto é, já está no seu segundo mandato consecutivo – em determinado município (Município “A”), não pode transferir seu domicílio eleitoral e concorrer ao cargo de prefeito em município diverso (Município “B”), a fim de exercer um

3

STF, HC-QO 7.2391/DF, rel. Min. Celso de Mello, 07.03.1995.

4

RMS 27.840/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 07.02.2013.

(4)

terceiro mandato consecutivo. Para o Tribunal, a inelegibilidade prevista no art. 14,

§ 5º, da Constituição Federal impede essa hipótese – proíbe o assim chamado prefeito itinerante ou prefeito profissional. 5

f) na hipótese de ocorrer a vacância definitiva do cargo de Presidente da República, Governador ou Prefeito, o vice assumirá efetiva e definitivamente o exercício da chefia do Executivo, e somente poderá candidatar-se a um único período subsequente.

g) na hipótese de ocorrer a vacância definitiva do cargo de Presidente da República, Governador ou Prefeito, o vice assumirá efetiva e definitivamente o exercício da chefia do Executivo, e somente poderá candidatar-se a um único período subsequente.

Na hipótese de o vice exercer efetiva e definitivamente a chefia do Executivo, em função de vacância definitiva, esse mandato (decorrente da substituição) deverá ser considerado como o primeiro, para fins de reeleição, permitindo-se somente a candidatura a um único período subsequente, sob pena de infringir a vedação do art. 14, § 5.º, da Lei Maior.

...

CAPÍTULO 4

1) No item 6.6 foi feito, ao final, o seguinte acréscimo:

6.6. Formação dos estados ...

Em decorrência da criação do novo Estado, é vedado à União, direta ou indiretamente, assumir encargos referentes a despesas com pessoal inativo e com encargos e amortizações da dívida interna ou externa da administração pública, inclusive da indireta (CF, art. 234).

Em complemento às disposições anteriormente expostas, o art. 235 da Constituição Federal estabelece, ainda, importantes regras que deverão ser observadas pelo novo ente federado nos dez primeiros anos da sua criação, como, por exemplo, a de que a Assembleia Legislativa será composta de dezessete deputados se a população do estado for inferior a seiscentos mil habitantes.

5

RE 637.485/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 01.08.2012.

(5)

CAPÍTULO 10

1) No item 5 foi feita a substituição abaixo indicada:

5. ATRIBUIÇÕES ...

Ainda a respeito da primeira parte do inciso XXV do art. 84 (prover cargos públicos federais), é importante destacar que a competência para o provimento contempla, também, o desprovimento. Portanto, o Presidente da República pode delegar não só a competência para prover cargos públicos federais, mas também a competência para desprovê-los (assim, Ministro de Estado pode, por delegação do Presidente da República, demitir servidor público federal).

Ainda a respeito da primeira parte do inciso XXV do art. 84 (prover cargos públicos federais), é importante destacar que o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que a autorização para delegação a Ministro de Estado da competência do Chefe do Executivo federal para o provimento contempla, também, a delegação para o desprovimento, isto é, para a aplicação da pena de demissão a servidores públicos federais. 6 Portanto, o Presidente da República pode delegar não só a competência para prover cargos públicos federais, mas também a competência para desprovê-los (isto é, Ministro de Estado pode, por delegação do Presidente da República, demitir servidor público federal).

CAPÍTULO 12

1) No item 2.11, ao final, foi feita a substituição abaixo indicada:

2.11. Prerrogativa de foro ...

Os membros do Ministério Público da União que atuam perante os Tribunais do Poder Judiciário e, também, os membros dos Ministérios Públicos estaduais que atuam perante os Tribunais de Justiça são processados e julgados pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ.

6

ARE-AgR 680.964/GO, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.06.2012.

(6)

Os membros do Ministério Público da União – inclusive os membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, ramo do Ministério Público da União – que atuam perante os juízos de primeiro grau são julgados pelo respectivo Tribunal Regional Federal – TRF.

Os membros dos Ministérios Públicos estaduais que atuam perante os juízos de primeiro grau são julgados pelo respectivo Tribunal de Justiça – TJ.

Os membros do Ministério Público da União que atuam perante os Tribunais do Poder Judiciário são processados e julgados pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ (CF, art. 105, I, “a”).

Os membros do Ministério Público da União – inclusive os membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, ramo do Ministério Público da União – que atuam perante os juízos de primeiro grau são julgados pelo respectivo Tribunal Regional Federal – TRF, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (crimes eleitorais), hipótese em que são julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral – TRE (CF, art. 108, I, “a”).

Os membros dos Ministérios Públicos estaduais são julgados pelo respectivo Tribunal de Justiça – TJ, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (crimes eleitorais), hipótese em que são julgados pelo respectivo Tribunal Regional Eleitoral – TRE (CF, art. 96, III).

2) No item 5 foi feita a substituição abaixo indicada:

5. DEFENSORIA PÚBLICA ...

A EC 45/2004 trouxe regra de fortalecimento da autonomia das defensorias públicas estaduais, assegurando-lhes autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

7

A EC 69/2012, ao transferir da União para o Distrito Federal as atribuições de organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal, dispôs que se aplicam a esta os mesmos princípios e regras constitucionais que regem as defensorias públicas dos estados (art. 2.º). Com isso, a autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, asseguradas às defensorias públicas dos estados, foram também estendidas à Defensoria Pública do Distrito Federal. Essa ampliação da autonomia administrativa e orçamentária, porém, só foi conferida às defensorias públicas estaduais e do Distrito Federal, não alcançando a Defensoria Pública da União e dos Territórios.

A EC 45/2004 trouxe regra de fortalecimento da autonomia das defensorias públicas estaduais, assegurando-lhes autonomia funcional e administrativa e

7 CF, art. 134, § 2.º, introduzido pela EC 45/2004.

(7)

a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. 8

Posteriormente, a EC 69/2012, ao transferir da União para o Distrito Federal as atribuições de organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal, dispôs que se aplicam a esta os mesmos princípios e regras constitucionais que regem as defensorias públicas dos estados (art. 2º). Com isso, a autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, asseguradas às defensorias públicas dos estados, foram também estendidas à Defensoria Pública do Distrito Federal.

Por força dessa autonomia, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucionais leis que incluíam as defensorias públicas estaduais na estrutura administrativa dos respectivos estados de forma subordinada aos Governadores. 9

Importantíssimo destacar que essa ampliação da autonomia administrativa e orçamentária só foi conferida às defensorias públicas estaduais e do Distrito Federal, não alcançando a Defensoria Pública da União e dos Territórios.

...

CAPÍTULO 13

1) No item 11.6, ao final, foi feito o seguinte acréscimo:

11.6. Recurso extraordinário ...

Por fim, é importante destacar que, segundo a jurisprudência de nossa Corte Suprema, em cada recurso extraordinário interposto, é indispensável a apresentação de preliminar fundamentada sobre a existência de repercussão geral, mesmo que o STF, na análise de outro recurso, já tenha reconhecido a presença de repercussão geral da matéria. 10

8

CF, art. 134, § 2º, introduzido pela EC 45/2004.

9

ADI 3.965/MG, rel. Min. Cármen Lúcia, 07.03.2012; ADI 4.056/MA, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 07.03.2012.

 

10

ARE 663.637/MG, rel. Min. Ayres Britto, 13.09.2012.

 

(8)

2) No item 12.2.17.3 foi acrescentado um parágrafo, conforme abaixo indicado:

12.2.17.3. Efeitos da decisão ...

Deve-se frisar, todavia, que a ausência de vinculação diz respeito exclusivamente à atividade típica, legiferante, do Poder Legislativo, não ao exercício de suas funções administrativas. Vale dizer, os órgãos administrativos do Poder Legislativo, como qualquer outro órgão administrativo, são alcançados pela eficácia vinculante das decisões do Supremo Tribunal Federal proferidas no controle abstrato de normas.

Enfim, quando afirmamos que o efeito vinculante não alcança o Poder Legislativo, estamos nos referindo à atuação típica desse Poder, qual seja, a função legislativa. Quando órgãos desse Poder exercem função atípica administrativa (contratação de pessoal e serviços, por exemplo), tal atuação sujeita-se à força vinculante das decisões do STF. De outro lado, nas situações em que o Poder Executivo desempenha, de modo atípico, função legislativa (edição de medida provisória pelo Chefe do Executivo, por exemplo), essa atuação não é alcançada pelo efeito vinculante das decisões do STF.

A decisão de mérito em ação direta é, também, dotada de efeitos repristinatórios em relação ao direito anterior, que havia sido revogado pela norma declarada inconstitucional. (…)

………

CAPÍTULO 17

1) No item 3, ao final, foi feito o seguinte acréscimo:

3. CULTURA (ARTS. 215 E 216) ...

No intuito de reforçar a participação dos diferentes entes federativos na

promoção da cultura, o texto constitucional passou a dispor sobre o Sistema

Nacional de Cultura (SNC), a ser organizado em regime de colaboração, de

forma descentralizada e participativa, instituindo um processo de gestão e

promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e

permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo

por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com

pleno exercício dos direitos culturais (CF, art. 216-A, incluído pela EC

71/2012).

(9)

FIM

Referências

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