Gestão ambiental de resíduos da
construção civil
Brasileiro produz por ano meia tonelada de resíduos de construção civil
• De pequenas reformas domiciliares a grandes
obras, cada brasileiro produz por ano cerca de
meia tonelada de resíduo de construção civil,
segundo o Instituto Nova Ágora de Cidadania
(Inac)
• Ainda distante da cultura de reciclagem desse
tipo de resíduos sólidos, os materiais
terminam espalhados pelas cidades, entopem
bueiros, causam assoreamento e
envenenamento dos rios e inclusive
enchentes.
• Hewerton Bartoli, vice-presidente da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), estima que o Brasil desperdiça cerca de R$ 8 bilhões ao ano por não reciclar materiais de construção.
• Para se ter uma ideia do tamanho do
desperdício, os resíduos de construção civil e
demolições são responsáveis por 60% de todo
o lixo sólido urbano e tem reaproveitamento
de 70%, informa o especialista.
• O maior problema está no descarte irresponsável dos milhares de pequenos geradores, entre eles, as pessoas que reformam suas casas e contratam caçambas que não dão destino adequado aos materiais ou ainda utilizam o próprio carro para
jogar os resíduos em terrenos baldios
• Práticas mais sustentáveis já são comuns em
grandes empresas de construção civil. Elas
trabalham com planos de resíduos sólidos e
separam materiais.
• A destinação adequada dos resíduos é a reutilização.
• O recondicionamento dos resíduos dá origem
a produtos como areia, pedrisco, brita, rachão
e bica corrida, e podem ser utilizados para
produzir blocos, tijolos e telhas. Os materiais
podem ser utilizados em novas construções e
coberturas asfálticas, por exemplo.
• A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada por meio da Lei 12.305, de 2010, deve quebrar o preconceito do setor produtivo com materiais recicláveis na construção civil.
• A nova legislação deve dinamizar o mercado e criar oportunidades para as recicladoras.
• Atualmente o país tem 130 usinas de
reciclagem de entulho, a maioria na região
Sudeste. O ideal a curto prazo seria chegar a
mil
• Atualmente, dispomos de um arcabouço
legislativo e de marcos regulatórios por meio
da Política Nacional de Resíduos Sólidos, da
Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama) e da Política Nacional de
Saneamento Básico, que colocam o setor no
tema com alguma maturidade.
• Em vigor desde 2003, a Resolução 307 do Conama estabelece uma regra simples e óbvia: quem gera entulho deve se responsabilizar pelo transporte e destinação adequada desses materiais.
• Ou seja, entulho jogado em áreas públicas ou
despejado em terrenos particulares pode
gerar multas ou ainda o responsável pode
responder uma ação na justiça.
• Inúmeras pesquisas em universidades apontam caminhos para o reaproveitamento desses resíduos.
• Em usinas de beneficiamento, o entulho vermelho (restos de tijolos, telhas, blocos cerâmicos e terra) se transforma em um agregado reciclado que pode ser utilizado como base e sub- base na pavimentação de ruas, por exemplo.
• Já o entulho cinza, composto por restos de
concreto, vira areia reciclada (ideal para
argamassa de assentamento) e brita de diversas
granulometrias.
• Em Almirante Tamandaré (PR), foi inaugurada
em maio de 2011 uma usina de reciclagem de
materiais de construção – a Usipar.
Tritura
cerâmica concreto argamassa
Pedra-brita Areia
Pedrisco rachão
RECOLHE
25% MAIS BARATO
• O setor de construção civil enfrenta três principais desafios em relação à gestão de resíduos:
• a difusão da resolução Conama 307 em pequenos municípios, de forma a eliminar o descarte ilegal;
• a introdução de práticas de redução da geração de resíduos para geradores informais
• e a disseminação de tecnologias apropriadas de reciclagem e práticas de controle de qualidade deste material que permitam reverter os
indicadores de reciclagem nacionais.
• No Paraná, a empresa Kürten lançou
recentemente, em parceria com grupo de
empresas alemãs, a primeira franquia nacional de casas pré-fabricadas em wood frame.
• sistema construtivo que agiliza processos e reduz o impacto ambiental na construção civil.
• As estruturas das moradias são feitas em
ambiente industrial, com sistemas totalmente
automatizados e com alto controle de qualidade.
• Além da rapidez, é possível ter uma "obra seca e
limpa", que dispensa o uso de cimento, tijolos e
armações convencionais. Por ser planejada de
forma racional, praticamente não há desperdício
de materiais.
• Outro exemplo de sustentabilidade na construção civil refere-se à demolição do antigo pavilhão do Parque Barigui, em Curitiba – que dará lugar a um moderno centro de eventos.
• Cerca de 500 toneladas de ferragens, madeira, telhas, peças de granito, globos de luz, divisórias, pias e
torneiras serão reutilizadas pelo município em diferentes equipamentos urbanos.
• O plano do consórcio de empresas, responsável pela construção e operação da obra, é a utilização integral de todo o material gerado pelo trabalho.
• O que não puder ser destinado à reciclagem será utilizado na própria construção do novo centro. A estimativa é que 200 toneladas de resíduos sejam utilizadas na própria obra.