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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ HENRY WILLIAM DE OLIVEIRA ROSA CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM ESTRAGÉGIA: UMA ANÁLISE BIBLIOMETRICA CURITIBA 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

HENRY WILLIAM DE OLIVEIRA ROSA

CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM ESTRAGÉGIA: UMA ANÁLISE BIBLIOMETRICA

CURITIBA

2016

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HENRY WILLIAM DE OLIVEIRA ROSA

CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM ESTRAGÉGIA NO BRASIL:

UMA ANÁLISE BIBLIOMETRICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Gestão da Informação da Universidade Federal do Paraná como requisito à obtenção do título de obtenção do grau de Bacharel em Gestão da Informação.

Orientador: Prof. Dr. Edson Ronaldo Guarido Filho.

CURITIBA

2016

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo caracterizar a produção científica em Estratégia no Brasil, tema de bastante notoriedade, que vem gerando constantes questionamentos no meio acadêmico, principalmente na área de Administração. Abordou-se de forma longitudinal as publicações do Encontro da Anpad (EnANPAD) e do Encontro de Estudos em Estratégia (3Es), entre os anos de 2003 a 2015. Foi realizada uma análise descritiva que contempla a organização social dos pesquisadores, sua produtividade e a organização intelectual dos trabalhos, com o intuito de identificar padrões e tendências nesta área de conhecimento. Os dados foram coletados e avaliados de forma sistemática por meio de métodos matemáticos, quando necessário. As análises foram norteadas pelos conceitos bibliométrico e cientométrico, bem como, técnicas específicas e suas leis que contribuem para uma análise mais aprofundada. Outros elementos de interesse desta pesquisa foram:

análise das estruturas de relacionamento e cooperação entre pesquisadores, concentração e/ou dispersão das publicações, regularidade de produção e análise intelectual da área, com base nas temáticas e metodologias presentes nos trabalhos em Estratégia. Este estudo colaborou para avaliar as instituições que mais contribuíram na geração do conhecimento científico, os autores com o maior número de publicações, os termos mais mencionados em títulos e resumos, os métodos mais comuns e as metodologias de pesquisa. Mostrando que de modo geral a produção científica, passa por uma redução últimos anos, tanto na quantidade, quanto no número de autores, fato preocupante para a produção e disseminação do conhecimento científico, principalmente se considerar a importância do tema para a sobrevivência das organizações.

Palavras-chave: Estratégia, produção científica, cooperação, redes sociais,

cientometria.

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ABSTRACT

It was approached longitudinally as the publications of the Meeting of Anpad (EnANPAD) and the Meeting of Studies in Strategy (3Es), between the years 2003 to 2015. Where a descriptive analysis was made that contemplates a social organization of the researchers, Its Productivity and intellectual organization of the works, with the purpose of identifying patterns and tendencies in the area of knowledge. Data were collected and evaluated systematically and using mathematical methods when necessary. The analyzes were guided by bibliometric and scientometric concepts, as well as specific techniques and laws that contribute to a more in-depth analysis. Other elements of interest of this research: analysis of the structures of relationship and cooperation between researchers, concentration and / or dispersion of publications, regularity of production and analysis of the area, based on the themes and methodologies present in the works in Strategy. This study contributed to evaluate how the institutions that contribute the most to the generation of scientific knowledge, the most participative authors, the most common methods and the research methodologies. In general, scientific production has undergone a reduction in both quantity and number of authors, which is a worrying factor for the production and dissemination of scientific knowledge, especially considering the importance of the topic for the survival of organizations.

Keywords: Strategy, scientific, cooperation , social networks, scientometrics

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SUMÁRIO

RESUMO ... 9

ABSTRACT ... 10

1 INTRODUÇÃO ... 7

1.1. PROBLEMA DE PESQUISA ... 8

1.2. OBJETIVO GERAL ... 8

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 9

1.4. JUSTIFICATIVA ... 9

1.5. ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA ... 10

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 11

2.1. BIBLIOMETRIA E CIENTOMETRIA ... 11

2.2. PRODUÇÃO CIENTÍFICA ... 16

2.2.1. ANÁLISE DESCRITIVA ... 16

2.2.2. ANÁLISE DE PRODUTIVIDADE ... 17

2.2.3. ANÁLISE DE COOPERAÇÃO ... 18

2.2.4. ANÁLISE DE CONTEÚDO ... 22

2.3. REVISÃO DOS ESTUDOS EM ESTRATÉGIA ... 23

3. METODOLOGIA DA PESQUISA ... 26

3.1. ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA ... 26

3.1.1. PERGUNTAS DE PESQUISA ... 26

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 27

3.3. DELINEAMENTO E ETAPAS DA PESQUISA ... 29

3.4. COLETA E TRATAMENTO DE DADOS ... 30

3.5. PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ... 32

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ... 36

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 52

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 53

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1 INTRODUÇÃO

As pesquisas em administração têm crescido consideravelmente nos últimos anos. Neste contexto, a produção científica vem abordando diferentes temas, dentre os quais podemos destacar a importância do estudo em estratégia. A origem da palavra, de raiz grega, significa a “arte do general” e inspira impérios a se organizarem de forma a vencer um inimigo ou batalha (MINTZBERG et al., 2003).

Termo que pode ser inserido perfeitamente no contexto da sociedade atual, considerando as dificuldades financeiras enfrentadas pela sociedade brasileira e a competitividade entre as organizações que se mostra cada vez mais acirrada.

Sendo assim, analisar, comparar e entender como vem se formando o conhecimento científico na área é muito importante para a compreensão do passado, dos investimentos científicos que estão em desenvolvimento, mas principalmente para apontar os rumos daqui para frente, representar os diferentes recortes do conhecimento científico da área pode permitir ainda, contribuir com os próximos passos e investimentos que os autores devem realizar.

Como tem aumentado o número de pesquisas em administração nos últimos anos, tornou-se necessário analisar toda esta produção, quantificar e mapear as relações existentes, identificar as principais vertentes e ainda acompanhar para onde estão caminhando os estudos de estratégia no Brasil.

Para isso os conceitos acerca da bibliometria e cientometria, suas técnicas, leis e metodologias, podem auxiliar no embasamento teórico para condução das análises, assim como, o comparativo com outros trabalhos acadêmicos que abordaram a estratégia como tema central.

Dando sequência a alguns trabalhos que analisam a produção científica,

este estudo analisou de forma longitudinal as publicações na área de Estratégia, de

todos os trabalhos científicos apresentados em dois dos principais congressos

nacionais em administração, o Encontro da Associação Nacional de Pós Graduação

em Administração (Enanpad) e o Encontro de Estudos em Estratégia (3Es), trazendo

todos os 13 encontros anuais realizados pela Enanpad, entre os anos de 2003 a

2015, e todos os 6 encontros bienais da 3Es, entre os anos de 2005 a 2015.

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Analisou esta produção e seus aspectos quantitativos, sua produção ao longo dos anos, descrição das características, produtividade, cooperação acadêmica, redes de relacionamento e análise de conteúdo dos trabalhos publicados nos encontros, usando modelos matemáticos e sistemáticas apropriadas.

Também foi realizada uma análise de conteúdo, abordando a metodologia, teoria, aplicação do tema central, tipo de pesquisa entre outros, buscando apresentar a qualidade das produções científicas, o engajamento dos autores.

As técnicas aqui apresentadas permitem explorar de forma efetiva os dados, com maior clareza e possibilitam melhor interpretação dos conteúdos publicados nos encontros, com intuito de auxiliar a tomada de decisões acerca da produção científica no país e abrindo novos horizontes para futuros pesquisadores.

Desta forma almejou-se caracterizar a trajetória da produção científica na área de Estratégia no Brasil, considerando a organização social dos pesquisadores, sua produtividade e a organização intelectual dos trabalhos publicados no período abordado.

1.1. PROBLEMA DE PESQUISA

Como se caracterizou a trajetória da produção científica da área de Estratégia em Organizações no Brasil, considerando a disposição social dos pesquisadores, sua produtividade e organização intelectual no período de 2003 a 2015?

1.2. OBJETIVO GERAL

Dos trabalhos publicados no período de 2003 a 2015 nos anais do Encontro

da Anpad (EnANPAD) e do Encontro de Estudos em Estratégia (3Es), analisar como

se caracteriza a trajetória da produção científica da área de Estratégia no Brasil.

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1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Caracterizar longitudinalmente o volume de produção da área no período de 2003 a 2015;

 Caracterizar longitudinalmente a distribuição da produção da área, em termos da concentração/dispersão das publicações em torno de pesquisadores no período de 2003 a 2015;

 Classificar os pesquisadores da área em termos da regularidade de sua produção no período 2003 a 2015;

 Descrever como se configuraram, ao longo do tempo, as estruturas de relacionamento de cooperação entre pesquisadores da área no período de 2003 a 2015;

 Caracterizar a organização intelectual da área com base nas temáticas e metodologias presentes nos trabalhos no período de 2003 a 2015.

1.4. JUSTIFICATIVA

A produção científica é uma das principais maneiras de se transmitir o conhecimento, uma forma efetiva de disseminar seus pensamentos e descobertas, seja qual for a área de atuação. É um elo entre acadêmicos e profissionais, levando o conhecimento adquirido para todos os grupos de interesse. Desta forma, optou-se por esta temática.

O conhecimento de uma área específica, como o da estratégia, pode

apontar quais os pontos centrais de interesse que precisam ou podem ser

aprofundados, bem como suas lacunas, servindo para fomentar novos temas e

abordagens em futuras pesquisas na área. A ciência em estratégia traz

conhecimentos sistematizados resultantes do aprofundamento teórico deste tema,

os quais precisam ser observados em diferentes aspectos, para que seja possível

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analisar se realmente refletem às necessidades das organizações atuais e para quais direções estão caminhando.

Quanto mais ampla a pesquisa, menos tendenciosa e mais precisa será.

Diante disso este estudo consiste numa aplicação longitudinal de indicadores bibliométricos com intenção de ser um estudo cientométrico.

Contribuir para a percepção contextual deste cenário e garantir que os investimentos sejam feitos de forma adequada, impulsionar a troca de informações cientificas e contribuir com a sociedade científica em geral, foram algumas das intenções desta pesquisa.

1.5. ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA

Foi apresentado a estruturação do conhecimento científico mais relevante ao contexto da pesquisa, observando os estudos em estratégia, para elucidar os fundamentos envolvidos ao tema.

Para aprimorar a exibição dos assuntos bibliométricos, decidiu-se por discutir inicialmente os temas de maior amplitude, seguido de alguns assuntos mais específicos, suas subdivisões e/ou relacionados, buscando facilitar a reflexão.

Foi realizada a revisão da literatura acerca das principais perspectivas dos estudos ligados a estratégia no Brasil, para apuração dos problemas de pesquisa e discernimento.

Por fim, será apresentado os resultados dos diferentes recortes, buscando

responder as perguntas de pesquisa, buscando elucidar questões mais diversas da

área, buscando o entendimento dos padrões e características desta área de

conhecimento que é bastante ampla.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para promover uma sustentação adequada ao presente trabalho, foi realizada uma revisão teórica acerca dos temas relacionados e apontados como minimamente necessários, para subsidiar os esclarecimentos adequados à compreensão das abordagens desta pesquisa.

Primeiramente será abordado as definições sobre a bibliometria, seguido dos principais conceitos de Leis bibliométricas. Posteriormente, avançaremos para as definições de cientometria e sua relação com a bibliometria.

Analisaremos também a produção científica, sua produção ao longo dos anos, uma descrição das suas características, cooperação acadêmica, redes de relacionamento e análise de conteúdo dos trabalhos publicados nos encontros.

E por último, uma revisão dos estudos em estratégia, apresentando diversos estudos na área, sendo alguns com abordagens próximas aos desta pesquisa, mas todos retificando a importância dos estudos em Estratégia no país.

2.1. BIBLIOMETRIA E CIENTOMETRIA

A bibliometria é “o estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada. A bibliometria desenvolve padrões e modelos matemáticos para medir esses processos, usando seus resultados para elaborar previsões e apoiar tomadas de decisões” (PRITCHARD, 1969), o mesmo autor complementa definindo como “[...] a aplicação da matemática e métodos estatísticos para livros e outros meios de comunicação”.

Ao longo de sua evolução, a bibliometria se desprendeu dos conceitos matemáticos e acabou se apropriando do conceito para a análise de autores, também abordado na presente pesquisa, também correlacionando índices absolutos de citação à quantidade de trabalhos citados (ARAÚJO, 2006).

Em relação à distribuição ao longo do tempo pode se afirmar que os estudos

bibliométricos, combinado a outros indicadores, podem ajudar tanto na avaliação do

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estudo atual da ciência como na tomada de decisões e no gerenciamento da pesquisa (MACIAS-CHAPULA, 1998), exatamente um dos recortes realizados pela pesquisa em questão.

Ainda, a bibliometria faz uso de métodos e técnicas específicas para permitir uma análise de produtividade mais aprofundada. Neste contexto, é possível perceber que muitos dos estudos de bibliometria pautam-se em três leis clássicas, são elas: a Lei de Lotka, Lei de Bradford e Lei de Zipf, que podem ser utilizadas individualmente ou ainda combinadas (MACHADO-JULIOR, SOUZA, PARISOTTO E PALMISANO, 2016).

Cada uma destas leis bibliométricas possui uma abordagem específica. De forma resumida, a primeira analisa a produtividade científica de autores, a segunda, analisa a produtividade de periódicos, e a terceira, analisa a frequência de palavras contidas nos trabalhos. Observaremos a seguir alguns conceitos para aprofundar o entendimento sobre estas leis.

A Lei de Lotka, que visa analisar a produtividade de determinados atores, considera que alguns pesquisadores, supostamente de maior prestígio em uma determinada área do conhecimento, produzem muito e muitos pesquisadores, supostamente de menor prestígio, produzem pouco (GUEDES e BORSCHIVER, 2005, p. 03).

Podemos representar ainda que, existe uma relação entre o número de autores e o número de artigos publicados por esses, seguindo a lei do Inverso do Quadrado (1/n²). Ou seja, enquanto em um de terminado período de tempo, analisando um número "n" de artigos, o número de cientistas que escrevem dois artigos seria igual a 1/4 do número de cientistas que escrevem um único trabalho, o número de cientistas que escrevem três artigos seria de 1/9 e assim sucessivamente.

Aproximadamente 60% dos autores de um campo produz somente um artigo em toda a sua vida acadêmica (CHUNG; COX, 1990, ALVARADO, 2002).

Baseando-se pela Lei de Lotka será possível analisar a produtividade científica dos

autores no campo de Estratégia no Brasil, tema central desta pesquisa.

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A segunda Lei, a de Bradford, que analisa a produtividade de periódicos, define que a ordenação decrescente de produtividade de artigos de determinado assunto nos periódicos científicos possibilitar o estabelecimento de agrupamentos divididos de forma exponencial (JUNIOR, SOUZA, PARISOTTO, PALMISANO, 2016).

Desta forma, a lei de Bradford, também conhecida como a Lei da Dispersão, permite estimar o grau de relevância de periódicos em uma área do conhecimento, confirmando que os periódicos que produzem maior número de artigos sobre o assunto formam um núcleo de periódicos, supostamente de maior qualidade ou relevância para aquela área (GUEDES, 2012).

Guedes (2012) ressalta ainda que a Lei de Bradford é de "grande importância para o estabelecimento de políticas de desenvolvimento de coleções, sobretudo para a aquisição e descarte de títulos de periódicos. Sua aplicação possibilita estimar a magnitude de determinada área do conhecimento e o custo de toda e qualquer fração específica da bibliografia.

A prática consiste na definição de que, se periódicos científicos forem ordenados em ordem decrescente de produtividade de artigos sobre determinado assunto, poderão ser divididos em um núcleo de periódicos mais particularmente dedicados ao assunto e em vários grupos ou zonas, contendo o mesmo número de artigos que o núcleo. O número de periódicos (n), no núcleo e zonas subsequentes, variará na proporção (1 : n : n²) (BROOKES, 1969, p. 953). Apesar de importante, a Lei de Bradford não será observado nesta análise, já que contaremos com apenas dois congressos, e não uma relação de artigos e periódicos como sugere a análise.

A terceira e última, a Lei de Zipf analisa a frequência de palavras, ou seja, é

um modelo de distribuição e frequência de palavras num texto, a relação entre

palavras num determinado texto suficientemente grande e a ordem de série destas

palavras (contagem de palavras em largas amostragens) [...], correlação entre o

número de palavras diferentes e a frequência de seu uso e [...] regularidade

fundamental na seleção e uso das palavras e que um pequeno número de palavras

é usado muito mais frequentemente (ARAUJO, 2006, p. 16), ou ainda, consiste em

medir a frequência do aparecimento das palavras em vários textos, gerando uma

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lista ordenada de termos de uma determinada disciplina ou assunto (MACHADO- JULIOR, SOUZA, PARISOTTO E PALMISANO, 2016).

A Lei de Zipf, também conhecida como a Lei do Mínimo Esforço (GUEDES BORSCHIVER, 2005), permite delimitar a região de concentração de termos de indexação, que um pequeno grupo de palavras ocorre muitas vezes e um grande número de palavras é de pequena frequência (GUEDES, 2012). Ainda o mesmo autor, descreve que:

Num texto suficientemente longo, existia uma relação entre a frequência que uma palavra ocorria e sua posição na lista de palavras ordenadas segundo sua frequência de ocorrência. Essa lista era confeccionada, levando-se em conta a frequência decrescente de ocorrências. À posição nesta lista dá-se o nome de ordem de série (rank). Assim, a palavra de maior frequência de ocorrência tem ordem de série 1, a de segunda maior frequência, ordem de série 2 e, assim, sucessivamente. (GUEDES, 2012, p. 85)

O princípio de menor esforço se designa da seguinte forma:

Existe uma economia do uso de palavras, e se a tendência é usar o mínimo significa que elas não vão se dispersar, pelo contrário, uma mesma palavra vai ser usada muitas vezes; as palavras mais usadas indicam o assunto do documento. Se a tendência dos autores dos documentos fosse de variar muito, usar palavras diferentes, a lei não serviria. (ARAUJO, 2006, p. 17).

Duas das três Leis Bibliométricas citadas acima – Lei de Zipf e Lei de Lotka - podem ser utilizadas nesta pesquisa. A aplicação destas análises permitirá os resultados desejados e servirá como referência na mensuração de produtividade e caracterização dos estudos na área em Estratégia, no ramo da Administração no Brasil. As Leis da bibliometria apresentam um conjunto de coeficientes que possibilitam realizar uma interpretação do desempenho dos pesquisadores em determinado campo de pesquisa. (MACHADO-JULIOR, SOUZA, PARISOTTO E PALMISANO, 2016).

Podemos afirmar que a aplicação das leis e princípios bibliométricos

possibilita a produção de diferentes indicadores de grande relevância para o

tratamento e a gestão da informação e do conhecimento, especialmente em

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sistemas de recuperação da informação, de comunicação e de avaliação científica (GUEDES, 2012, p. 101).

Outro conceito importante que será abordado é a da cientometria. Apesar de quase sempre ser citado junto à bibliometria, a cientometria possui caracterizações e definições específicas. Enquanto a bibliometria se relaciona ao dimensionamento das fontes bibliográficas, a cienciometria se expande para além dessa concepção, analisando o desenvolvimento e a política científica dentro de contexto econômico e social (MACHADO-JUNIOR, SOUZA, PARISOTTO e PALMISANO, 2016).

A cientometria, também conhecida como cienciometria, pode ser condensada como uma ciência que mede a produção científica, permitindo identificar e traçar projeções ao que se refere à produção científica. É “o estudo dos aspectos quantitativos da ciência enquanto uma disciplina ou atividade econômica. A cienciometria é um segmento da sociologia da ciência, sendo aplicada no desenvolvimento de políticas científicas. Envolve estudos quantitativos das atividades científicas, incluindo a publicação e, portanto, sobrepondo-se à bibliometria” (MACIAS-CHAPULA, 1998, p. 134).

O uso da cientometria neste estudo visa analisar a produção científica atual, das publicações da Enanpad e a 3Es entre os anos 2003 e 2015, mas desejamos ir além, de forma singela, permitir observar o futuro da produção científica nacional.

De acordo com Barata (2010), a cientometria aborda o crescimento das colaborações de pesquisa e, consequentemente, das co-autorias em artigos científicos, além de trazer os dados mais frequentes hoje utilizados pela cientometria para descrever o cenário de produção científica.

Para os estudos futuros, tem funcionado como uma pressão para a mudança das estratégias de escolhas de artigos a serem publicados, como um motivador para que os periódicos melhorem seus índices e, com isso, sua credibilidade na academia internacional e visibilidade no processo de construção da ciência.

O estudo cientométrico da produção científica, em diferentes áreas do

conhecimento, pode ser capaz de impulsionar mudanças sociais, tais como políticas

públicas educacionais e de pesquisa e desenvolvimento (P&D), assim como os

investimentos atribuídos a elas, podendo ainda causar impactos políticos e sociais

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potencializados pelas relações com a mídia e pelos estilos midiáticos (BARATA, 2010, p.13).

A cientometria pode ser definida como o estudo da comunicação científica, apoiado, não exclusivamente, mas predominantemente, sobre a aplicação de procedimentos quantitativos sobre a literatura científica, em especial bibliométricos, para analisar e avaliar Inter comparações da atividade científica, produtividade e o avanço do conhecimento no desenvolvimento da ciência e tecnologia (BORNER, CHEN; BOYACK, 2003).

2.2. PRODUÇÃO CIENTÍFICA

A produção científica sempre se mostrou importante para sociedade e é possível acompanhar o crescimento desta produção em nosso país, principalmente nos dias atuais, nas últimas décadas a produção brasileira de periódicos vem crescendo ano a ano (DIGIAMPIETRI et al., 2012).

É possível acompanhar este crescimento também ao analisar a produção científica mundial. Em 2008 foi possível alcançar o equivalente a 2,12% da produção mundial, em termos quantitativos, localizando-se em 13º lugar (BARATA, 2010), resultado expressivo, ainda mais para um pais em desenvolvimento.

Mas é preciso ir além, é necessário observar historicamente a produção científica nacional e o cenário para o qual está se formando, não só em termos de números absolutos do volume, mas também suas tendências, suas características, suas relações e se esta ampliação também corresponde em qualidade na pesquisa, na formação de grupos de pesquisa, disseminação do conhecimento, entre outras características.

2.2.1. ANÁLISE DESCRITIVA

Definido por Andrés (2009, p.13) como “a maneira mais fácil de começar um

estudo bibliométrico é através da análise descritiva das principais características dos

estudos que serão incluídos. Estes irão oferecer uma impressão rápida e até mesmo

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visual de certos aspectos relacionada com a produtividade no campo dado de estudo”, será o nosso ponto de partida.

O mesmo autor ressalta que “uma vez que todos os documentos que farão parte do estudo ter sido coletado é então possível analisar como eles evoluíram ao longo do tempo”, desta forma, a produção anual será analisada para calcular a frequência em que as publicações ocorreram.

Andrés (2009, p.17) define que outra forma interessante de se realizar uma análise descritiva, identificando o número de autores contribuindo para cada publicação, desta forma, possibilita apontar o grau de colaboração entre autores.

Outra opção para uma análise descritiva, e que tem sido, comumente utilizada em estudos bibliométricos, diz respeito aos autores mais produtivos, que nada mais é que uma lista dos autores mais produtivos.

2.2.2. ANÁLISE DE PRODUTIVIDADE

Além de acompanhar o número de publicações ao longo do ano, também é oportuno avaliar quantas publicações os autores, ou os principais autores, publicam ao longo dos anos, assim como a média de autores relacionados a cada publicação, permitindo uma análise quantitativa e ainda nos condiciona a analisar questões que envolve a cooperação científica, coautoria entre outros.

Podendo estas análises de produtividade serem realizadas de várias formas.

Uma forma é identificar os autores altamente produtivos em uma determinada área de investigação, para isso é utilizando a clássica lei bibliométrica, em específico a lei de Lotka, uma abordagem mais específica de produtividade dos autores, como é destacado por Andrés (2009, p.23).

Também é interesse desta pesquisa analisar os temas mais recorrentes,

realizar alguns recortes e tentar identificar se os temas mais repetidos pelos autores,

em seus trabalhos, são os mesmos ao longo dos anos, se há algum movimento,

uma tendência, que caracteriza de uma forma ou outra a pesquisa em Estratégia no

Brasil.

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Similarmente pretende-se realizar uma análise qualitativa da relação de trabalhos selecionados para o presente trabalho, é preciso aprofundar as observações, imergir de forma a apresentar análises que vão além das informações prontamente observáveis e classificadas nas publicações.

Bertero, Vasconcelos e Binder (2003) aplicou aos casos possíveis, uma classificação aos artigos, contemplando 202 dos 303 artigos, com base em sua perspectiva teórica, temáticas propostas pelos autores, metodologia empregada no artigo, artigos produzidos por universidade / faculdade, número de autores por artigo, e autores mais prolíficos no campo, para permitir uma análise, destacando assim os fatores relevantes em cada observação. Deseja-se também neste trabalho, realizar algumas classificações para que seja feita uma análise de conteúdo, tais como as metodologias da produção científica utilizada, instituições de ensino superior aos quais pertencem, a distribuição da produção cientifica por autores utilizadas pelos autores.

Algumas considerações importantes foram notadas nas classificações citadas acima, onde a metodologia empírica se destaca diante dos demais com uma representatividade de 66,3%, as instituições que mais produzem estão localizadas no centro-oeste e sul do Brasil e as produções com apenas um autor correspondem a 43,9% do total de publicações, é um desafio observar se estes mesmos fenômenos ocorrem no recorte realizado por esta pesquisa.

2.2.3. ANÁLISE DE COOPERAÇÃO

O caráter social da ciência é sempre importante estar em uma posição de destaque. A colaboração entre autores é de grande valia na produção científica, quanto mais houver movimentos sociais mais representativo pode ser considerado.

Característica esta que não é privativa a uma área especifica, pelo contrário, em muitas áreas do conhecimento a colaboração em pesquisas e publicações é cada vez mais comum segundo Li-Chun et al (2006).

A cooperação acadêmica vem ganhando destaque no entendimento de

mecanismos que favorecem o desenvolvimento científico, reconhecendo a coesão e

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proximidade como um recurso para a construção do conhecimento (BARABASI, 2005; LEE & BOZEMAN, 2005).

O estudo de Vesco, Santos e Scarpin (2015), afirma que a relação entre pesquisadores não só aumenta em frequência, mas também em números de colaboradores. A construção do conhecimento não é mais individual. O que mais é possível identificar destas relações de cooperação? São algumas das indagações que pretendemos decifrar no que tange a cooperação acadêmica.

Identificar a cooperação entre as instituições recebe espaço de grande importância, Rossoni e Guarido (2007) citam que a relações entre instituições são condicionadas significativamente pela sua localização, pois se constatou tendência de relacionamento mais frequentes entre instituições pertencentes à mesma unidade federativa, a instituições com menor produção tendem a relacionar-se mais intensamente com as de maior produção.

Pretende-se desenvolver e analisar uma estrutura de relacionamento entre os pesquisadores em estratégia no Brasil, denominado na literatura como rede social - grupo de pessoas, de organizações ou de outros relacionamentos, conectados por um conjunto de relações sociais, o trabalho em conjunto ou simples troca de informações (BRAGA, GOMES E RUEDIGER, 2008) ou ainda compartilhamento de ideias e técnicas de pesquisa, além da influência entre os autores (MOODY, 2004 Apud GUARIDO, 2008).

Martins e Ferreira (2013, p. 187), destacam que nos últimos anos, alguns trabalhos apontam a análise de redes sociais como método de estudo na colaboração científica, e com ela o uso de métricas “para explicar possíveis causas que determinam o desempenho de pesquisadores e instituições em seus modos de produção científica”

Deseja-se obter o número e a densidade destes nós, permitindo assim,

identificar o grau de cooperação entre os autores da área, permitindo assim

identificar as características destas relações, os benefícios e malefícios que tais

características podem apontar.

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Uma das principais formas de se analisar as redes sociais é identificando os autores mais relevantes em uma rede social, quanto mais o autor ocupa uma posição central, mais ele é relevante em uma rede (ROSSONI e GUARIDO, 2007).

A colaboração científica também emerge como um fator para aumentar o fator de impacto das produções intelectuais, colaboração científica entre docentes e discentes é de suma importância para aumentar o impacto das produções intelectuais (WEISZ; ROCO, 1996; BALANCIERI et al., (2005), a colaboração científica é de suma importância para romper as barreiras disciplinares bem como aumentar o impacto das produções intelectuais CAPES (2013).

A colaboratividade é uma prática que ganha espaço a cada ano, seja nas organizações, na sociedade, nas mídias sociais e não poderia ser diferente nas áreas do saber, a colaboração cientifica, tanto formal como informal, é uma das características que definem a ciência moderna (MILOJEVIC, 2010),

Os benefícios da colaboração científica são vastos, seja pelo compartilhamento de conhecimentos, habilidades e técnicas inerentes a essa prática; a transferência de conhecimentos, principalmente o conhecimento tácito;

seja pelo fato da colaboração trazer novos enfoques com relação a fertilização de ideias, que por sua vez pode gerar novas perspectivas em relação a pesquisadores que trabalham individualmente (KATZ e MARTIN, 1997)

FERNANDES, GAMA e BARROS (2014), o estabelecimento de redes de colaboração científica promove a partilha de informação, experiências e conhecimento, a leitura das redes de colaboração científica permite detectar os espaços e os fluxos do conhecimento, da aprendizagem e da inovação

Ainda os mesmos autores, afirmam que a leitura das redes de colaboração científica constitui um excelente indicador para o delinear das políticas públicas, no sentido de reconhecer importância às redes existentes e fomentar o aparecimento de novas redes

Neste contexto é propício realizar uma análise mais aprofundada do conceito

de centralidade, medida em que, quanto mais o autor estiver envolvido em vínculos,

mais elos possuir, maior é a sua representatividade, mais significativo e

consequentemente maior é o seu prestigio na área. Um autor central é aquele que

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possui maiores condições de interagir rapidamente com todos os outros (HANNEMAN & RIDDLE, 2005).

Segundo Wasserman e Faust (1994) três medidas de centralidade são normalmente utilizadas para a análise das redes sociais: Centralidade de grau, centralidade de intermediação e centralidade de proximidade.

A centralidade de grau, ou degree, é medida pelo número de laços que um ator possui com outros atores em uma rede, o número de ligações que um ator tem e pode se distinguir pelos graus de conectividade de entrada (indegree) e de saída (outdegree) (WASSERMAN e FAUST, 1994). Scott (2000) descreve que para saber o grau de centralidade de um ator basta dividir seu número de laços pelo número de laços possíveis na rede, indicador este que será utilizado nesta análise.

Já a centralidade de proximidade, ou closeness, baseia-se na proximidade ou distância de um ator em relação aos outros autores em uma rede, obtida através da soma das distâncias entre todos os outros atores (HANNEMAN, 2001). Segundo Scott (2000), a medida de centralidade de proximidade é indicada para conhecer a centralidade global dos atores.

E por último, a centralidade de intermediação, ou betweenness, ocorre quando o autor permite a outros atores uma relação indireta de interação, um ator é um intermediário se ele liga vários outros atores que não se conectam diretamente (Freeman, 1979; WASSERMAN e FAUST, 1994). A interação dos atores não adjacentes pode depender de outros atores, que podem potencialmente ter algum controle sobre as interações dos dois atores não adjacentes (ROSSONI, 2006)

Na prática, as medidas de centralidade serão obtidas através do uso de um software específico, utilizado para análise de dados em rede social, o UCINET, a representação desta rede é que permitirá esta caracterização, que será aplicado a todos os atores, com ao menos uma relação da coautoria, indivíduos isolados não serão contemplados, como resultado identificaremos os autores mais relevantes nesta área do conhecimento.

Entre tantas técnicas e métodos, que são instrumentos de estudos da

bibliometria, estão os de coautoria, que buscam entender a produção científica por

meio da análise da colaboração entre pesquisadores (PEREIRA, SILVA, MATHEUS

(21)

e BRANDÃO, 2006). Este indicador é apenas uma das muitas formas existentes de medir a produção científica entre os pesquisadores, mas permite observar com precisão o número de autores por artigo e consequentemente identificar os trabalhos com autoria única, autores transientes (autores com um único artigo), relações (características da coautoria) entre outras características.

Segundo Abbasi, Altmann e Hwang (2010), no meio acadêmico a coautoria é o mais visível e acessível indicador de colaboração científica e tem sido usados frequentemente para medir a atividade colaborativa especialmente em estudos bibliométricos (GLÄNZEL; SCHUBERT, 2004) e estudos de análise de rede social (MILOJEVIC, 2010; NEWMAN, 2001).

2.2.4. ANÁLISE DE CONTEÚDO

Uma maneira bastante corriqueira de analisar as produções científicas de uma determinada área, é a análise de conteúdo, para Carvalho, Fontes e Araújo (2012), “é hoje das técnicas ou métodos mais comuns na investigação empírica realizada pelas diferentes ciências humanas e sociais. É uma técnica de investigação para a descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo”.

Esta abordagem é bastante simples, mas pode ser trabalhoso, consiste na coleta manual destes dados, ou seja, é necessário a leitura seletiva de cada uma das publicações que fazem parte da amostra desta pesquisa.

Esta técnica é ainda mais interessante por ser bastante flexível, segundo Rossoni (2006), esta análise possibilita a intercalação do conteúdo qualitativo dos artigos de forma categorizada, possibilitando a análise quantitativa e qualitativa desse conteúdo científico.

Francisconi (2008, p.83) considera como um conjunto de técnicas de análise

de comunicação que possibilita a inferência de conhecimentos relativos ao conteúdo

qualitativo dos artigos de forma categorizada, recorrendo a indicadores quantitativos

deste conteúdo.

(22)

2.3. REVISÃO DOS ESTUDOS EM ESTRATÉGIA

Tema de bastante relevância da área de Administração, a temática

“Estratégia” se mostra presente em diversos trabalhos que analisam a produção científica nacional (PEGINO, 2005), desta forma é pretensão deste trabalho realizar um enfoque e observar o volume e as característica da produção científica em Estratégia no Brasil.

Rossoni, Guarido Filho, Franscisconi, Albuquerque (2007), identificaram em pesquisa similar que a produção científica Enenpad e 3Es de 2001 a 2006, apresenta crescimento da área de Estratégia, tanto com relação à quantidade de publicações, autores e instituições atuando na produção de trabalhos. Identificar se os resultados obtidos na pesquisa acima ainda são uma verdade, é um ponto importante de se observar.

Para alguns, de forma negativa, o ”estado da arte” da pesquisa em estratégia no Brasil tem se revelado ainda carente de contribuição teórica (PEGINO, 2005).

O recorte que pretendemos aplicamos contempla os trabalhos apresentados na Enenpad e 3Es entre os anos 2003 e 2015, por se tratar de uma análise longitudinal que abrange um período bastante considerável, principalmente se compararmos outras pesquisas similares, se faz importante também observar a regularidade em que os trabalhos foram publicados.

Machado-da-Silva e Rossoni (2007) investigaram a construção do conhecimento científico entre os pesquisadores da área de Estratégia no Brasil, para tanto, foram analisados 2332 artigos publicados em periódico científicos entre 1997 e 2005. Algumas características foram identificadas, tais como o aumento significativo do número de trabalhos no campo da Estratégia, homogeneidade dentro dos agrupamentos, ocorrência de heterogeneidade de temas de pesquisa, grupos que normalmente não cooperam direta ou indiretamente entre si.

Oliveira, Walter e Bach (2012) analisaram os critérios de validade utilizados

em estudos científicos da área de estratégia publicados nos anais do EnAnpad entre

1997 e 2010. Chegando à conclusão de que as validades convergente,

(23)

discriminante, de conteúdo e de construto foram os critérios de validade mais emprestados, a um número restrito de artigos, apontamento que merece atenção.

Bignetti e Paiva (2002) analisaram as linhas de pensamento predominantes nos estudos em estratégia, do clássico ao mais recente dos artigos publicados na Enanpad. Observam uma visão determinística do ambiente, em que Porter é o autor mais citado, a visão indeterminista do ambiente atrai poucos pesquisadores e a diminuição das citações de autores nacionais, o que reflete a limitação da pesquisa acadêmica nacional nesta área do conhecimento.

Os estudos em Estratégia vêm crescendo com o passar dos anos, utilizando-se de diversas formas de pesquisa para compreender os fenômenos da produção científica no país. Entre os diversos formatos, a análise de redes vem ganhando força como um importante modelo de pesquisa social (WELLMAN, 1998).

As produções científicas em Estratégia não podem ser consideradas uma teoria formal ou unitária apenas, é uma ampla estratégia de investigação de estruturas sociais, encarregado a explicar o comportamento ou processo social (EMIRBAYER e GOODWIN, 1994) na qual ela está inserida.

Os produtores de conhecimento científico que estão envolvidos em produção científica com coparticipação em redes, normalmente compartilham ideias, usam técnicas similares e influenciam uns aos outros (MOODY, 1994). A produção cientifica na área de Estratégia é influenciada pelos padrões estruturais de relacionamento (ROSSONI E GUARIDO, 2007).

Assim como se pretende neste trabalho, Bertero, Vasconcelos e Binder (2003) analisaram uma relação de artigos, um total de 303 de diferentes revistas da área de Estratégia, entre os anos de 1991 a 2002 - Revista de Administração de Empresas (RAE), a Revista de Administração da USP (RAUSP), a Revista Organização e Sociedade (O&S), a Revista de Administração Contemporânea (RAC) e os Anais Enenpad.

Lacerda, L. Ensslin e Sandra R. Esslin (2012), também selecionaram 41

artigos entre 2000 e 2010 diante de um referencial bibliográfico, em base de dados

internacional, para analisar bibliograficamente este portifólio e descrever

(24)

estatisticamente os resultados, apontando os artigos mais relevantes, autores que mais publicam e os periódicos que mais publicam sobre o tema estratégia.

Saraiva e Carrieri (2009), selecionaram artigos publicados na 3Es de 2003 a 2005 e artigos da Enanpad de 1997 a 2005, e analisaram mais de 4 mil artigos para analisar o aumento significativo de publicações e também pela cobrança direta e indireta por maior profundidade neste sentido, por órgãos de fomento à pesquisa e instituições de atuações.

Walter, Lanza, Sato, Silva e Bach (2010), analisaram a cooperação entre pesquisadores de diferentes instituições, a internacionalização e a rotatividade de autores na produção científica na área de estratégia no Brasil, para isso foram analisadas as publicações da Enanpad, entre os anos de 1997 e 2009 e da 3Es de 2003 a 2009.

Rocha, Walter, Silva e Gimenez (2011), estudaram o processo de formação de estratégia em pequenas empresas que estão sendo estudados no Enanpad e 3Es. Para isso, um estudo bibliográfico e bibliométrico na base, considerando as publicações entre 1997 a 2008, entre as análises contém a de conteúdo, análise de frequência, redes de relações sociais etc.

Villan e Silva (2013), estudaram a adoção da inovação como estratégia deliberada através de estudos bibliométricos, considerando os artigos publicados na base de dados da Anpad (Enanpad, 3Es e Simpósio), desta forma 1006 artigos publicados foram analisados.

Machado-da-Silva e Rossoni (2007); Rossoni, Guarido-Filho, Francisconi e

Albuquerque-Filho (2007) utilizaram em seu trabalho os artigos publicados pela

Enanpad e 3Es, entre os anos de 2001 e 2006, um total de 765 artigos e analisaram

a produção científica e a cooperação entre instituições em Estratégia no Brasil.

(25)

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

A compreensão da estrutura do conhecimento científico, em especial a produção cientifica em Estratégia no Brasil, não é uma tarefa simples. Diante disso, a abordagem deste estudo foi guiada por referenciais teóricos dos estudos bibliométricos e optou-se por uma descrição metodológica conduzida por diferentes possibilidades, que serão expostas a seguir.

Primeiramente, apresentam-se as perguntas de pesquisa. No segundo momento é definida a população e amostra da pesquisa. Em seguida, são definidos o delineamento e etapas da pesquisa, além da coleta e tratamento dos dados, para finalmente se apresentar a análise dos dados.

3.1. ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA

Com base na revisão da literatura apresentado, pretende-se estruturar e analisar as perspectivas dos estudos em estratégia no país, por meio da investigação da produção científica, em específico, dos trabalhos apresentados nos congressos nacionais da Enanpad e 3Es. Para auxiliar na condução desta pesquisa, foram estruturadas as seguintes perguntas de pesquisa.

3.1.1. PERGUNTAS DE PESQUISA

 Como se caracteriza longitudinalmente a produção científica em Estratégia, em termos de produtividade entre pesquisadores no período de 2003 a 2015?

 Como se caracteriza longitudinalmente a distribuição da produção da área, em termos da concentração / dispersão das publicações em torno de pesquisadores no período de 2003 e 2015?

 Como estão classificados os pesquisadores da área de Estratégia em termos

de regularidade de sua produção no período de 2003 a 2015?

(26)

 Como está configurado, ao longo do tempo, as estruturas de relacionamento de cooperação entre pesquisadores na área no período de 2003 a 2015?

 Como se caracteriza a organização intelectual da área com base nas temáticas e metodologias presentes nos trabalhos no período entre 2003 a 2015?

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA

Idealizando a realização de uma pesquisa longitudinal ampla e significativa em meio à produção científica em Estratégia no Brasil, a população de pesquisa do presente trabalho abrange todos os artigos científicos neste campo que foram apresentados nos congressos Enanpad e 3Es em suas existências, que correspondem ao período entre os anos de 2003 a 2015, ambos realizados pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD).

Rossoni e Guarido Filho (2007) definem que “os artigos apresentados nesses congressos refletem o estado da arte da produção acadêmica brasileira”, também considerado como importante espaço de deliberação. Bignetti e Paiva (2002) apresentam como “o principal fórum nacional de discussões”. Diante destas e de outras afirmações que contextualizam a importância dos congressos em questão optou-se por artigos publicados nestas fontes, devido sua relevância e confiabilidade dos encontros realizados pela ANPAD.

Primeiramente, foram observados a consistência e pertinência do conteúdo dos trabalhos acadêmicos de forma exploratória, limitado aos títulos, resumos, palavras-chaves e introdução. Dentre os artigos publicados na Enanpad foram considerados como critérios de inclusão as estruturas classificadas na Divisão Acadêmica de Estratégia (ESO), incluindo as temáticas de Estratégia em Organizações, Gestão Internacional e Empreendedorismo e Comportamento Empreendedor, enquanto as publicações da 3Es foram consideradas na sua totalidade, pois a natureza do evento é ligada diretamente a Estratégia, sendo este o escopo do evento.

Após definição e seleção dos trabalhos acadêmicos, construiu-se uma base

de dados com informações extraídas destas publicações, e também foi possível a

(27)

utilização de outros arquivos eletrônicos existentes, pois na relação de arquivos que obtivemos da ANPAD, encontramos uma relação de arquivos distintos que contribuíram na consolidação de todos os dados. Em alguns casos foi necessário a observação e coleta de dados individualmente e de forma manual, o que prologou consideravelmente o projeto de pesquisa.

Com a aplicação dos critérios relatados acima, 2236 trabalhos científicos foram selecionados, de cada uma das fontes investigadas, distribuídos ao longo do tempo, como é possível observar na tabela 01, a ENANPAD foi o congresso que mais contribuiu (63,8%) e na tabela 02 observamos que no ano de 2009 foi registrado o maior nível de produção acadêmica dentre os anos analisados (12%).

Tabela 01 – Volume de Artigos por Fonte e por Ano

CONGRESSO ARTIGOS %

3ES 810 36,2%

ENANPAD 1426 63,8%

TOTAL 2236 100,0%

Fonte: Elaborado pelo autor com base no levantamento de dados junto às fontes de pesquisa

Tabela 02 – Volume de Artigos por Ano

ANO TOTAL %

2003 144 6,4%

2004 52 2,3%

2005 218 9,7%

2006 110 4,9%

2007 229 10,2%

2008 110 4,9%

2009 269 12,0%

2010 106 4,7%

2011 258 11,5%

2012 126 5,6%

2013 227 10,2%

2014 134 6,0%

2015 253 11,3%

TOTAL 2236 100,0%

Fonte: Elaborado pelo autor com base no levantamento de dados junto às fontes de pesquisa

(28)

3.3. DELINEAMENTO E ETAPAS DA PESQUISA

Por ser uma pesquisa longitudinal, com uma abordagem histórica significativamente longa - quando comparado a outras pesquisas similares - teve um propósito metodológico descritivo e de viés quantitativo, voltado a uma abordagem de indicadores, baseado em análise de documentos, as produções científicas em Estratégia no Brasil.

A fim de obter um mapeamento bastante completo das publicações dos congressos que são referência na área de estratégia, optou-se por comtemplar um longo período, abrangendo como um todo essas publicações sem que haja uma delimitação ou recorte, os quais podem muitas vezes comprometer uma análise, tendenciando os resultados da pesquisa, mesmo que indeliberadamente.

Os processos metodológicos deste trabalho consistiram em três etapas de pesquisa. A primeira corresponde à análise descritiva da produção, que consistiu na caracterização longitudinal da produtividade por período, avaliando historicamente a produção científica na tentativa de alcançar afirmativas, utilizando padrões matemáticos e gráficos para melhor representação.

A segunda etapa da pesquisa consistiu na análise de produtividade e colaboração. Esta etapa almejou identificar a distribuição da produção na área, a concentração e/ou dispersão das publicações me torno de pesquisadores e a existência de autores centrais e de representatividade na área. Também nesta etapa, foi observada a regularidade das produções dos autores da área e as estruturas de relacionamento de cooperação entre pesquisadores.

Por fim, a última etapa constituiu em caracterizar a organização da

intelectualidade da área, com base nas temáticas e metodologias presentes nos

trabalhos, tabulando de forma manual cada uma das produções científicas do

período.

(29)

3.4. COLETA E TRATAMENTO DE DADOS

Após seleção dos artigos que fizeram parte desta investigação e antes da realização de cada uma das etapas deste trabalho, foi necessário extrair as informações importantes de cada uma das publicações. Porém, antes de iniciar a coleta manual dos dados das publicações já selecionadas, optou-se por analisar a relação de arquivos disponibilizadas pela ANPAD.

Entramos em contato com a instituição que promovem os eventos da ENANPAD e 3Es, solicitamos as bases e arquivos relacionados aos eventos desejados. Conseguimos desta forma, obter uma relação de arquivos, organizados por ano e temas relacionados, alguns com mais outros com menos organização, ou até mesmo ausentes, se faz necessário e importante o processo de levantamento, verificação e interpretação de documentos (Moreira, 2005).

Dos mais de 32 mil arquivos recebidos, totalizando quase 5 Gb, destacam- se os arquivos no formato PDF (Portable Document Format), pois são estes os trabalhos publicados; dos arquivos no formato DOC (do inglês “document”), contendo a descrição dos trabalhos científicos; e dos arquivos no formato XML contendo o conteúdo dos trabalhos e que estão preparados para serem indexados em páginas de websites e softwares.

Após a descoberta da existência de arquivos no formato DOC e XML, realizou-se a conversão de formato, e os arquivos passaram do seu formato original para o formato XLS, com uso do Excel, utilizando a opção "obter dados externos" na aba "dados". Desta forma conseguimos construir pequenas bases contendo as publicações do ano referenciado, o que facilitou a coleta de dados, pois os mesmos foram consolidados em um único formato, permitindo maior flexibilidade no manejo dos dados.

Em alguns casos, os passos de conversão de arquivos citados acima

apresentaram erro. As duas principais causas desta ocorrência foram: i) arquivos

corrompidos, ou seja, não permitiram reverter este estado ou ii) arquivos eletrônicos

ausentes. Em ambos os casos não foi possível a extração automática, sendo assim,

realizamos a coleta manual dos dados, visitando os trabalhos científicos um a um

(30)

para análise do conteúdo, posteriormente utilizados para preencher as tabelas incompletas.

Cada um destes arquivos, devidamente convertidos ou elaborados, foi explorado para avaliar sua integridade e legitimidade. Como cada arquivo deste corresponde aos dados das publicações do ano em questão, foram todos confrontados para permitir a percepção de padrões entre si, contribuindo na unificação destas pequenas bases em uma base única de dados. Esta etapa foi crucial para perceber o quão abrangente é esta pesquisa, pois os dados não possuíam padrões definidos entre si e foi possível aqui, definir se haverá tempo suficiente para elaborar determinadas abordagens ou não, delimitando a abrangência do estudo.

Como a cada ano de publicação e a cada congresso os dados possuem diferentes formatos de apresentação e estruturação de dados, obrigou-se a padronizar os dados, eliminando as diferenças existentes entre as entradas. As diferentes formatações utilizadas pelas instituições e pelos autores fizeram necessária a padronização dos dados de entrada e unificando as nomenclaturas quando estas tratavam do mesmo objeto de estudo.

A escolha dos termos passou por alguns critérios, tais como: viabilidade, necessidade de distinção entre os trabalhos, corresponderem às análises propostas na pesquisa, entre outros motivos. Podemos citar estes termos como os que foram extraídos das bases (seja manualmente ou de forma automática) e os que foram elaborados a fim de permitir a análise desejada.

Entre os arquivos extraídos na íntegra, podemos destacar os metadados:

Congresso, Ano de publicação, ID atribuída pelos congressos, Autor, Título, Resumo, Resumo dos autores (Autor + Instituição + E-mail) e Tema. Entre os que foram desenvolvidos para permitir a identificação única dos trabalhos, reduzir duplicidades, correção e/ou melhorias ortográficas, e outros motivos, podemos destacar os metadados: ID única, Título corrigido, Autor, Autor Corrigido, Código do Autor, Instituição, Estado e Idioma.

Após seleção de todos os elementos, os dados passaram por um

tratamento, refinando a qualidade dos resultados, com o objetivo de facilitar a

(31)

recuperação posterior das informações e minimizar ao máximo possíveis erros, principalmente devido ao volume de dados envolvidos no presente estudo.

O tratamento dos dados foi realizado com o propósito de obter informações precisas, completas e confiáveis. No atributo dos autores, por exemplo, foram eliminadas as abreviações (apenas as que se repetiram no formato completo, ex:

Jr.) e sempre que necessário foi realizada também a consulta no curriculum Lattes para redução das dúvidas existentes. Também foi realizada a remoção de acentuação (hora era escrito com, hora era escrito sem acento, ex: José e Jose), remoção dos caracteres especiais (alguns dados convertidos carregavam linguagem de programação, ex: <br>), entre outros tratamentos, minimizando problemas que poderiam atrapalhar na unificação dos dados.

3.5. PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

O estudo foi realizado em etapas, iniciando-se pela análise descritiva da produção, que consiste na caracterização longitudinal da produtividade no período.

Consideramos a contabilização do número absoluto das produções cientificas de cada um dos congressos, observando a evolução quantitativa da produção em cada ano, assim como a somatória destas produções, também ano a ano - conceito já abordado por diversos autores, entendido como facilitador na compreensão da dinâmica das redes de relacionamento e que permite acompanhar esse processo ao longo dos anos (ROSSONI; MACHADO-DA-SILVA, 2008; GUARIDO; MACHADO- DA-SILVA, 2009).

Na análise de produtividade levou-se em consideração a relação entre o

número de autorias e o número de autores. Quanto maior for a produtividade total,

maior o envolvimento dos autores na elaboração dos trabalhos científicos. A

produtividade média dos autores foi representada pela divisão entre o número de

artigos pelo número de autores, permitindo a comparação individual dos autores em

relação à média total da produção científica nesta área do conhecimento. No que

tange à cooperação entre autores foi considerado o resultado da divisão entre o

número de autores em relação ao número de publicações realizadas, desse modo,

(32)

quanto maior a taxa resultante, maior o número médio de autores por artigo (GUARIDO, 2008).

Na rede social, etapa que consiste em identificar a distribuição da produção científica, uma análise relacional e categórica em relação à autoria dos artigos, representar a concentração e/ou dispersão das publicações em torno de pesquisadores, listando o número de publicações que os autores realizaram no período, identificando os mais produtivos e as suas regularidades, para tanto, apropriou-se de duas das clássicas leis bibliométricas, a lei de Lotka e de Zipf.

Para destacar os autores mais produtivos, os dados obtidos neste trabalho foram confrontados com a reprodução da Lei de Lotka, formulada em 1926, considera que alguns pesquisadores, supostamente de maior prestígio, em uma área do conhecimento, produzem muito e muitos pesquisadores, supostamente de menor prestígio, produzem pouco (Guedes, 2013). Em síntese, o número de autores que contribuem n vezes, em determinada área do conhecimento, é aproximadamente 1/n² do número de autores que publicaram n - 1.

Na análise de regularidade, entre as diferentes abordagens realizadas e a possibilidade de criar um formato de atribuir limites, adotou-se o modelo de distribuição de pesquisadores segundo categorias de produção e continuidade elaborado por Guarido Filho (2008), aplicável integralmente neste trabalho, onde considera como: (a) continuantes: autores que tiveram mais de uma publicação em 5 ou mais anos e ao menos uma publicação nos últimos 3 anos; (b) Transientes:

autores que tiveram mais de uma publicação em até 4 anos diferentes e que ao menos um nos últimos 3 anos; (c) One-Timers: autores que tiveram uma única publicação; (d) entrantes: autores que tiveram mais de uma publicação em um ou mais anos diferentes nos últimos 3 anos (exclusivamente) e (e) Retirantes: autores que tiveram mais de uma publicação em um ou mais anos diferentes e sem publicações nos últimos 3 anos.

Faremos também algumas apresentações das redes sociais resultantes

desta massa de dados, segundo Moody (2004), importante para reconhecer a

interação social do conhecimento científico, para reconhecer padrões e estruturas de

ideias, influencias e consensos entre autores. Para isso fizemos o uso do software

UCINET 6, apresentamos uma relação de imagens destas redes sociais, uma mais

(33)

abrangente e demais genéricas, contendo mais atores, outros menos abrangente e mais específica, um recorte da representação maior, contendo menos atores, permitindo maior especificidade na análise.

Para representar a frequência de ocorrência de palavras utilizadas pelos autores, utilizou-se a Lei de Zipf, formulada em 1949, considera que num texto suficientemente longo, existe uma relação entre a frequência de uma determinada palavra e sua posição de classificação, em ordenação decrescente de ocorrências (Guedes, 2012)

Ainda na análise de palavras, consolidaremos todos os resumos das publicações e com o auxílio do Tagul Word Clouds, aplicação web utilizado para gerar nuvens de palavras. Faremos uma representação das palavras mais significativas em cada recorte. Destacando, ainda em tabela, as 20 palavras mais frequentes, facilitando a análise e discussão em relação a estas palavras.

A análise da organização intelectual consiste em caracterizar a intelectualidade da área, com base nas temáticas e metodologias presentes nos trabalhos, mesmo que para isso seja necessário a catalogação manual dos trabalhos para extrair os dados.

Desta forma, analisando e interpretando os resultados dos registros, buscando obter padrões e estruturando os resultados, e não menos importante, causar reflexões diante deste tema tão complexo que a produção científica em Estratégia no país, sempre se apropriando do conhecimento envolto aos estudos bibliométricos e suas aplicações práticas.

Consideramos a apresentação dos dados que foram coletados e manipulados, preocupados em como serão apresentados. Serão considerados principalmente os dados quantificados, mensuradas objetivamente e apresentadas, em grande medida, sob a forma de resultados quantificáveis (NEUMAN, 1997;

SELLTIZ et al, 1974), em valores absolutos e percentuais quando necessário, para facilitar a interpretação dos dados.

A apresentação das análises de produtividade será por meio de tabelas,

gráficos de coluna e gráficos de linha. Quando necessário, será feito um recorte

proposital, ressaltando as observações mais importante para cada análise.

(34)

As diferentes análises procuraram descrever as categorias mencionadas e

buscar por padrões que possam explicar determinados comportamentos ao longo de

diferentes períodos, tanto na relação de produtividade e cooperação quanto nos

traços desta.

(35)

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Os resultados obtidos neste estudo foram estruturados para atender às perguntas de pesquisa, que foram previamente enunciadas, e respeitando os delineamentos metodológicos das seções anteriores.

Iniciamos a análise bibliométrica identificando que o universo pesquisado, a respeito dos trabalhos em estratégia apresentados nos congressos Enanpad e 3Es, entre os anos 2003 e 2015, resultou em um total de 2236 trabalhos científicos, uma média de 172 artigos por ano, envolveu um total de 2981 autores distintos, uma média de 229 autores por ano.

Os trabalhos científicos foram apresentados ao longo destes 13 anos com uma notável oscilação, não só caracterizado pela periodicidade dos seminários da 3Es, que ocorre bienalmente, nos anos ímpares, conforme pode ser observado na tabela 03.

Também foi percebido que após o crescimento no número de publicações

em 2009, onde foi registrado o ápice na produção científica, totalizando 269

publicações. Alguns registros de queda na produção científica, mesmo que modesta,

vem se apresentando, podendo este ser motivado pelo aumento no percentual do

todo, de autores que publicam poucas vezes ou até mesmo uma única vez, não

mantendo uma regularidade e envolvimento mais aprofundado.

(36)

Tabela 03 – Volume de Artigos por Congresso ao Longo do tempo

ANO 3ES ENANPAD TOTAL

2003 96 48 144

2004 52 52

2005 100 118 218

2006 110 110

2007 126 103 229

2008 110 110

2009 136 133 269

2010 106 106

2011 123 135 258

2012 126 126

2013 120 107 227

2014 134 134

2015 109 144 253

TOTAL 810 1426 2236

Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

Analisando individualmente os congressos é possível perceber que a ENANPAD iniciou seus encontros com uma relação mais discreta de 48 trabalhos, e ao longo do período chegou a atingir a marca de 144 trabalhos em 2015, enquanto a 3Es iniciou com uma relação de 96 trabalhos e ao longo do período chegou a atingir a marca de 136 trabalhos em 2009, mas que atualmente registra uma redução, atingindo em 2015 apenas 109 trabalhos, conforme é possível comparar na figura 01.

Enquanto o congresso da ENANPAD apresenta crescimento, o congresso da 3Es, essencialmente voltado ao âmbito da estratégia, apresenta redução, podendo caracterizar mais uma vez que haja uma dispersão dos autores em colaborar com a produção de conteúdos científicos na área de estratégia, podendo estes estarem migrando a outras temáticas da área da administração.

Devido à periodicidade distinta de apresentação dos trabalhos científicos dos

congressos estudados, decidiu-se apresentar de forma separada e adicionando ao

gráfico uma linha de tendência linear, permitindo assim perceber a evolução do

número de publicações ao longo do ano com maior clareza, conforme figura 01.

Referências

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