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A manifestação de Jesus a toda a humanidade

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Academic year: 2021

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Conferência

Episcopal vai ser recebida pelo Papa

CONFERÊNCIA|Págs. 18 e 19

As festas

religiosas que há em janeiro

ÚLTIMA|Pág. 22

Fé e Missão

SEMANÁRIO MADEIRENSE DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

N.º 9 2 JANEIRO 2021

PUBLICADO AOS SÁBADOS

A manifestação de Jesus a toda

a humanidade

Refletir e vislumbrar o futuro

EM DESTAQUE

No início do novo ano temos a oportunidade de refletir e vislumbrar o futuro.

Vislumbrar é uma palavra bastante repre- sentativa já que indica uma luz que começa a surgir ou uma luz fraca. De facto, ao co- meçar mais um novo ano não temos a cer- teza de como ele será. Somente com o desenrolar dos meses, das ações que to- marmos, dos planos que tirarmos do papel, é que ele começará a surgir.

É saudável ter metas pessoais para um novo ano. Podemos e devemos amadurecer e crescer na nossa caminhada de fé, no amor, na nossa profissão, nos relaciona- mentos, em escolhas saudáveis e equilibra- das, enfim, dar espaço para realizar o que nos dá gosto em viver.

É certo que nem sempre acertaremos, con- seguiremos dar conta do recado, mas isso não deve nos desanimar.

Os santos foram pessoas que souberam en- frentar as dores e sofrimentos dessa vida, as desilusões, as tristezas, a infelicidade, e mesmo assim, permaneceram fiéis a Deus e aos seus propósitos. Por outro lado, foram pessoas totalmente realizadas, porque sa- biam que a sua vida pertencia a Deus e a confiavam a Ele.

Entregar-se à providência divina é saber que tudo podemos com a graça de Deus. É como se esperássemos que tudo depende Dele, mas agir como se tudo dependesse

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REFLEXÃO

A liturgia do domingo, 3 de janeiro de 2021, celebra a manifestação de Jesus a todos os homens… Ele é uma “luz” que se acende na noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra. Cumprindo o projecto libertador que o Pai nos queria

oferecer, essa “luz” incarnou na nossa história, iluminou os caminhos dos homens, conduziu-os ao encontro da salvação, da vida definitiva.

A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadora de Jahwéh, que transfigurará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo.

No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os “magos” do oriente,

representantes de todos os povos da terra… Atentos aos sinais da chegada do Messias, procuram-n’O com esperança até O encontrar, reconhecem n’Ele a

“salvação de Deus” e aceitam-n’O como

“o Senhor”. A salvação rejeitada pelos habitantes de Jerusalém torna-se agora um dom que Deus oferece a todos os homens, sem excepção.

A segunda leitura apresenta o projecto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos – a comunidade de Jesus.

No Evangelho o episódio da visita dos magos ao menino de Belém é um

episódio simpático e terno que, ao longo dos séculos, tem provocado um impacto considerável nos sonhos e nas fantasias

dos cristãos… No entanto, convém recordar que estamos, ainda, no âmbito do “Evangelho da Infância”; e que os factos narrados nesta secção não são a descrição exacta de acontecimentos históricos, mas uma catequese sobre Jesus e a sua missão… Por outras palavras: Mateus não está, aqui, interessado em apresentar uma reportagem jornalística que conte a visita oficial de três chefes de estado estrangeiros à gruta de Belém; mas está interessado, recorrendo a símbolos e imagens bem expressivos para os primeiros cristãos, em apresentar Jesus como o enviado de Deus Pai, que vem oferecer a salvação de Deus aos homens de toda a terra.

Há a considerar as seguintes questões:

— Em primeiro lugar, meditemos nas atitudes das várias personagens que Mateus nos apresenta em confronto com Jesus: os “magos”, Herodes, os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo…

Diante de Jesus, o libertador enviado por Deus, estes distintos personagens

assumem atitudes diversas, que vão desde a adoração (os “magos”), até à rejeição total (Herodes), passando pela indiferença (os sacerdotes e os escribas:

nenhum deles se preocupou em ir ao encontro desse Messias que eles conheciam bem dos textos sagrados).

Identificamo-nos com algum destes grupos? Não é fácil “conhecer as Escrituras”, como profissionais da religião e, depois, deixar que as propostas e os valores de Jesus nos passem ao lado?

— Os “magos” são apresentados como os “homens dos sinais”, que sabem ver na “estrela” o sinal da

chegada da libertação… Somos pessoas atentas aos “sinais” – isto é, somos capazes de ler os acontecimentos da nossa história e da nossa vida à luz de Deus? Procuramos perceber nos “sinais”

que aparecem no nosso caminho a vontade de Deus?

— Impressiona também, no relato de Mateus, a “desinstalação” dos magos”:

viram a “estrela”, deixaram tudo,

arriscaram tudo e vieram procurar Jesus.

Somos capazes da mesma atitude de desinstalação, ou estamos demasiado agarrados ao nosso sofá, ao nosso colchão especial, à nossa televisão, à nossa aparelhagem? Somos capazes de deixar tudo para responder aos apelos que Jesus nos faz através dos irmãos?

— Os “magos” representam os homens de todo o mundo que vão ao encontro de Cristo, que acolhem a proposta libertadora que Ele traz e que se prostram diante d’Ele. É a imagem da Igreja – essa família de irmãos,

constituída por gente de muitas cores e raças, que aderem a Jesus e que O reconhecem como o seu Senhor.

(Portal dos Dehonianos)

Tema do Domingo da Epifania

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N o dia 6 de janeiro

comemora-se o dia dos Reis Magos. Esses três

personagens a quem

costumam chamar de “reis”

e a Palavra de Deus os chamam de

“magos”, vieram ao encontro do Senhor guiados por uma estrela. Eles

representam a humanidade que vai ao encontro do Messias. Eles vieram do Oriente e atravessam fronteiras, passam por dificuldades, superam as

desinformações, os desencontros e não tiram o olhar daquela estrela que quer conduzi-los ao único Rei da

humanidade.

Os magos do Oriente representam os corações, os homens de todos os

tempos, que estão em busca da verdade, de um sentido, de uma luz e de uma razão para a vida. A estrela que os guia é a graça de Deus que quer conduzir a história da humanidade para os pés d’Aquele que é o único Senhor de todo o Universo. É difícil, para muitos, encontrarem o Senhor; é difícil para muitas pessoas, nos dias de hoje, irmos ao encontro d’Aquele que é o Nosso Deus.

Primeiramente, porque Deus não se faz grande e, sim, pequeno; nasce em um lugar insignificante em um

pequeno vilarejo, na pequena Belém, nasce na fragilidade, nasce na

humildade de uma estrebaria na pequena cidade de Belém.

Se querem encontrar Deus, se querem encontrar o único e verdadeiro Deus, primeiramente precisam-se deixar ser

guiados por Ele, por essa luz que vem do alto, a luz do Espírito, a graça de Deus, e Ele vai conduzi-los para as coisas pequenas e não para as grandes.

Deus vai conduzi-los pelos caminhos da humildade e da simplicidade.

Quanto mais humildes, quanto mais

simples, quanto mais despojados forem, tanto mais o coração irá encontrar-se com o Senhor! E indo ao encontro d’Ele, quando O encontrarem despojará daquilo que és. Despojar-se de si mesmo significa prostrar-se diante daquilo que reconhece maior do que si

mesmo, por isso os magos O adoraram.

Tiramos de nossa pobreza e de nossa riqueza para colocar aos Seus pés.

Ouro, incenso e mirra representam a vida, a humanidade, o culto e a

adoração que queremos dar a Jesus, o nosso único Rei e nosso único Senhor!

Que a estrela de Belém, a luz do Espírito, ilumine e acenda os corações para que nos despojemos de nós mesmos a fim de que nos façamos pequenos, simples e humildes para encontrarmos Aquele que é o Senhor da nossa vida.

EPIFANIA

Como os Reis Magos, sigamos a estrela que nos leva a Jesus

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LITURGIA

O s dias e semanas após a Epifania tinham tradicionalmente o seu próprio ciclo. Por muitos séculos, a Igreja Católica celebrou o “ciclo de Natal” que tipicamente começava no final de novembro e estendia-se até ao final de janeiro. Dentro deste ciclo litúrgico, existiam três tempos distintos.

O primeiro era o Advento, que continua a ser celebrado como sempre foi. O segunda era o tempo de Natal, que ia 25 de dezembro a 6 de janeiro. No dia 6 de janeiro, festa da Epifania, começava o tempo da Epifania, um terceiro ciclo que continuava até ao início da liturgia pré- quaresmal.

Os católicos que participam na Forma Extraordinária do Rito Romano estão

familiarizados com este ciclo e continuam a observá-lo hoje.

Da mesma forma, o Ordinariato Anglicano (católicos romanos que observam certas tradições anglicanas) mantém um tempo da Epifania que dura até a

Quarta-feira de Cinzas.

Atualmente, a maioria dos católicos romanos segue o calendário geral que inclui uma breve “temporada” da Epifania entre o domingo da Epifania e a Festa do Batismo do Senhor. Depois disso, a Igreja muda de marcha e começa uma nova temporada,

chamada “Tempo Comum”.

Em latim, este período de tempo é chamado de “Tempus Per Annum”, mais literalmente traduzido como “tempo durante o ano”. É uma época em que a Igreja concentra-se na vida de Cristo e seu ministério público.

Curiosamente, a cor para ambas as estações (Tempo

Comum e Epifania) é o verde, com exceção em certos dias festivos (Epifania e Festa da Apresentação, por exemplo). Tal cor simboliza uma época de regeneração e renovação, temas ligados tanto à infância de Jesus como ao seu ministério público.

Uma das caraterísticas do tempo da Epifania é o

prolongamento de vários temas espirituais do Natal. O ciclo natalício continua a ser um dos períodos mais curtos do ano litúrgico, e pode ser benéfico meditar um pouco mais sobre a beleza da encarnação e o seu significado nas nossas vidas.

No entanto, o Tempo Comum não nos proíbe de manter esse

espírito durante estes dias, mas encoraja-nos a fazer a transição lenta de nossos pensamentos partindo da infância de Jesus para seu ministério público.

Isso ajuda a preparar os nossos corações para a Quaresma, quando a dura realidade do sacrifício de Jesus na cruz é trazida diante de nós.

A estação esquecida da Epifania

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CURIOSIDADES

Dez coisas acerca dos Reis Magos

1 A Festa da Epifania era tradicionalmente celebrada no dia 6 de janeiro, ou seja, 12 dias após o Natal. A partir da

reforma do calendário litúrgico, em 1969, ela passou a ser comemorada ou nessa mesma data ou então no domingo entre os dias 2 e 8 de janeiro (no caso dos países em que a Epifania não é uma festividade civil).

2 A festa da Epifania reúne três eventos da vida de Cristo em que a Sua divindade brilha através da sua humanidade: a adoração dos Reis Magos, o batismo no Rio Jordão e o primeiro milagre, realizado nas bodas de Caná.

3 Em vários países, existe o costume de substituir as imagens dos pastores, no

presépio, pelas imagens dos três Reis Magos com seus presentes para o Menino Jesus.

4 Há países em que as crianças não recebem presentes no dia de Natal e sim no “Dia dos Reis Magos”, a exemplo do próprio Menino Jesus, para quem os reis trouxeram ouro, incenso e mirra.

Desta forma, na manhã da festa da Epifania, as crianças desses países acordam ansiosas para ver os presentes deixados pelos Reis Magos!

5 Variando conforme as diversas tradições locais, a missa da Epifania pode incluir uma bênção de ouro, incenso, mirra e água. Depois da comunhão, também há, nalgumas comunidades, uma bênção de pedaços de giz.

6 Após a missa, os fiéis desses lugares levam para casa um pouco do giz, do incenso, da mirra e da água abençoados.

7 Já em casa, eles espargem um pouco da água benta nos quartos e fazem uma oração.

8 Com o giz abençoado, os fiéis escrevem as iniciais dos três Reis Magos, unidas entre si por pequenas cruzes, na parte interior da porta da frente de casa. Em seguida, escrevem o ano, quebrando o número em duas partes, uma logo antes e a outra logo depois das

iniciais. Por exemplo: 20 G+M+B 15. O

"20" representa o milênio e o século, as letras G, M e B são as iniciais dos reis magos Gaspar, Melchior e Baltazar e o

"15" representa a década e o ano (2015, no caso). As inscrições são mantidas na porta até o dia de Pentecostes.

9 Outra tradição popular diz que todo aquele que entra na casa pela primeira vez depois dessa bênção deve pisar com o pé direito.

10 Nas regiões que mantêm vivas essas tradições, também é costume

preparar nessa data o Bolo dos Reis Magos ou a Rosca dos Reis Magos, conforme a receita típica de cada país.

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ARQUEOLOGIA

É possível que os ossos dos reis magos descansem num túmulo dourado na maior catedral gótica da Europa? Uma antiga tradição relata a história de como os corpos dos magos que visitaram o Menino Jesus terminaram a sua viagem encontrando repouso na catedral de Colônia, na Alemanha.

A história está no livro do século XIV, de John of Hildesheim, “Historia Trium Regum” (“História dos três reis”). John afirma que Baltasar, Melchior e Gaspar eram da Índia, Pérsia e Caldeia (atualmente Irã e Iraque).

Iniciaram sua viagem de forma separada, se reuniram em Jerusalém e depois continuaram juntos até Belém. Depois de adorar Jesus, voltaram juntos à Índia, onde construíram uma igreja e, após uma visão que lhes revelou que sua vida terrena estava a ponto de terminar, faleceram ao mesmo tempo e foram enterrados em sua igreja na Índia.

Duzentos anos mais tarde, segundo o autor, Santa Helena,

mãe do imperador Constantino, viajou à Índia e recuperou seus corpos. Depositou-os em um túmulo belíssimo e o colocou na grande igreja de Santa Sofia, em Constantinopla. No final do século VI, o imperador

Maurício transportou as relíquias à cidade italiana de Milão.

No século XII, a cidade de Milão se rebelou contra o imperador e este recorreu ao arcebispo de Colônia, que recuperou Milão para o imperador. Como gesto de gratidão, o imperador transferiu as relíquias ao arcebispo, que as levou para Colónia, onde mais tarde se construiria uma catedral gótica para honrá-los.

Os ossos estão lá atualmente, dentro de um belo relicário de ouro.

Em 1864, o relicário foi aberto e descobriram os esqueletos de três homens. É possível que estes sejam os restos dos três reis magos que adoraram Jesus, ou seriam apenas três

esqueletos anônimos que se fizeram passar pelos magos

no início da Idade Média?

Há algumas pistas intrigantes. Um esqueleto pertence a um homem jovem, outro a um homem de meia- idade e outra a um idoso. Um mosaico do século VI em Ravena, que representa os três magos, mostra precisamos homens com estas

características. Este detalhe coincide, mas o que acontece com o resto da história.

O relato de John of

Hildesheim sobre a origem dos reis magos se baseia em lendas anteriores, dos séculos V e VI.

Ao pesquisar sobre a história

dos reis magos, é possível encontrar abundantes histórias locais e lendas da Idade Média que chegam à Pérsia, Índia e até China. Brent Landau, erudito do Novo Testamento, traduziu um manuscrito sírio do século VIII que ele considera ter sua origem em tradições muito anteriores.

No entanto, a investigação de Landau só destaca a existência de numerosas e diferentes versões da história dos magos no começo da Idade Média.

Cada lenda fala de um lugar de origem e dá um nome diferente aos reis. De todos os

personagens do Novo

Testamento, os mais polêmicos são os reis magos, pelas

histórias, lendas e mitos

milagrosos sobre eles. Todos os antigos cristãos do Paquistão, China, Etiópia, Pérsia e Ásia Central garantem ser

descendentes deles.

Não temos praticamente nenhuma evidência específica arqueológica ou textual que explique quem eram os reis magos nem de onde eles vinham. O Evangelho de Mateus narra somente que

“chegaram do Oriente”, enquanto os primeiros críticos

das Escrituras diferem. Alguns sugerem que os magos vinham da Pérsia, outros dizem que eram judeus do Iêmen, e alguns ainda afirmam que os magos eram da Arábia.

Então, o túmulo da catedral de Colônia tem ou não tem os ossos dos três reis magos? É quase certo que não. No entanto, esses esqueletos nos conectam, sim, com o remoto século VI, e com o intrincado tapete de histórias medievais sobre as mais misteriosas figuras do Novo Testamento.

Moral da história:o relicário e a catedral de Colónia

permanecem como um enriquecedor testemunho do poder e da inspiração da história de três misteriosos reis magos que abandonaram tudo para embarcar em uma longa e árdua viagem para encontrar Jesus Cristo. E, se eles se aventuraram de tal maneira para descobrir a luz do mundo, nós faríamos muito bem em seguir seu exemplo.

(Agência Aleteia)

Onde estão as relíquias dos três reis magos?

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MEDITAÇÃO

E ntre as reflexões de 2020, este foi um ano de extrema

aprendizagem, em que sentimos muita dor e muitas alegrias.

Talvez o seu coração tenha sido quebrado em mil pedaços. Mas, mesmo assim irá ser restaurado de uma forma linda, e já está pronto para receber Jesus mais uma vez.

Com todos os acontecimentos, nós crescemos. Crescemos no sentido de visar aquilo que será melhor para nós mesmos.

Andamos mais maduros, levamos as coisas mais a sério e cuidamos mais de nós e do que realmente importa.

Percebemos em 2020 que é

imperdoável depositarmos todas as nossas esperanças, todos os nossos sonhos e todo o nosso amor em apenas numa pessoa.

Além disso, relembramos pela que seres humanos são imperfeitos, e que foi um erro projetar toda a nossa felicidade em cima do outro humano. Quando fazemos isso, a deceção é uma mera consequência.

Talvez tenhamos aprendido a nos valorizar mais, a nos amarmos mais. Será que essa aprendizagem doeu? Claro que doeu! Mas depois de termos aprendido, percebemos o quão valioso e essencial ele foi. Percebemos que as coisas que não andaram conforme a nossa vontade também são bênçãos. Talvez tenha sido através através delas que finalmente pudemos perceber que Deus fala através de acontecimentos. Foi necessário que fôssemos derrubados do pedestal no qual

estávamos, a fim de nos colocarmos no lugar que Deus gostaria para nós.

Pela primeira vez em muito tempo, tivemos a difícil e poderosa tarefa de convivermos com nós mesmos. Tivemos que aprender a amar quem é mais difícil de amar: nós mesmos. Precisamos conviver com nossos próprios defeitos, com nossas dúvidas e dores. Foi e ainda é um momento de autoconhecimento. Cada vez que somos obrigados a passar um tempo com nós mesmos, nos

surpreendemos de formas diferentes.

Aprendemos que a gente pode ser feliz em meio à dor e a tudo aquilo que foge do nosso controle. Além disso, aprendemos que a felicidade e a alegria só dependem daquilo que trazemos no nosso coração.

O ano de 2021 chega e traz consigo uma boa parte de nós, do que nós somos e de uma parte ainda a ser definida, criada e descoberta. 2021 trará ainda mais de Deus para as nossas vidas – se assim

permitirmos. Se permitimos, como consequência, virão juntos o amor, a lealdade e nossa fé inabalável na vida, mesmo diante de perdas e de cílios encerrados.

Que possamos, portanto, consagrar a Deus as nossas vidas. Consagremos a Ele, o livro das nossas vidas.

E que, neste novo capítulo que se inicia no nosso livro da vida, os autores não sejam mais nós. Que o autor, seja Deus.

Deus é amor, é bondade, é calma e raridade!

Reflexões sobre 2020 e o novo ano que chegou

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O Papa Francisco incentivou os jovens que participaram no 43.º Encontro Europeu da Comunidade Ecuménica de Taizé a deixarem-se

“habitar” pela “esperança” que dará “a coragem de seguir Cristo, de trabalhar juntos pelos e com os mais

desfavorecidos”.

“Não estejam entre aqueles que semeiam desespero, suscitando constante desconfiança, o que

neutralizaria a força da esperança que nos é oferecida pelo espírito de Cristo ressuscitado”, lê-se na mensagem assinada pelo secretário de Estado do

Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

O Papa convidou os jovens a deixarem-se “habitar por esta

esperança” que lhes dará “a coragem de seguir Cristo, de trabalhar juntos pelos e com os mais desfavorecidos,

especialmente aqueles que lutam para enfrentar as dificuldades do tempo

presente”.

“Que durante este ano continuem a desenvolver uma cultura do encontro e da fraternidade e caminhem juntos neste horizonte de esperança revelado pela ressurreição de Cristo”, incentiva o Papa.

O Encontro Europeu de final do ano

da Comunidade de Taizé começou no dia 27 de dezembro e terminou no dia 1 de janeiro de 2021, na sua 43.ª edição decorre online por causa da pandemia Covid-19.

“O Papa está feliz, também este ano, por unir-se a vocês em pensamento e na oração”, assinala a mensagem, onde Francisco destaca os jovens são “uma prova de criatividade e imaginação”

porque, embora distantes, ligaram-se

“de uma forma nova graças aos novos meios de comunicação”.

O Papa deseja que estes dias de encontro “em que rezam juntos e se apoiam mutuamente na fé e na confiança” ajudem a ‘manter a esperança em tempo propício e fora dele’, como escreveu o prior da comunidade ecuménica de Taizé, o irmão Alois, na sua mensagem para 2021.

Segundo Francisco, os jovens encontrarem-se “ainda que

excecionalmente de forma virtual, já os coloca no caminho da esperança” e cita a sua Encíclica ‘Fratelli Tutti’:

“Ninguém pode enfrentar a vida

isolado. Precisamos de uma comunidade que nos apoie, que nos ajude e na qual nos ajudemos um ao outro a olhar para a frente”.

“Caminhemos na esperança!”, é o convite do Papa aos jovens que estão a participar no Encontro Europeu online de final do ano da Comunidade

monástica de Taizé.

Francisco explica que a esperança é

“ousada, sabe olhar para além da comodidade pessoal, das pequenas seguranças e compensações que estreitam o horizonte, para se abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna”.

JOVENS

Encontro Europeu da Comunidade de Taizé

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REFLEXÃO

O Natal convida-nos a maravilharmos com o amor de Deus

ONatal é a graça que nos é oferecida para acolher o Verbo feito carne. A verdade do Natal é a Boa Nova anunciada pelos anjos: “Hoje nasce o Salvador”.

E é isso que torna todos os aspetos da festa significativos.

O nosso dia seguinte ao Natal não pode, portanto, assemelhar- se ao dia seguinte de outras festas, tristes ou alegres, mas sempre impregnadas de uma certa nostalgia do que foi e não será. Porque a alegria do Natal não nos foi concedida apenas por algumas horas ou algumas dezenas de minutos, durante a missa de Natal. E a festa da Natividade não é apenas um aniversário que dura apenas o tempo de apagar as velas.

Deixar passar o que Deus nos deu no Natal não é uma questão a se considerar. Podemos explicar às crianças que a sensação é como a de colocar todos os brinquedos novos no armário ou

no lixo. Essa compaixão será muito significativa para eles. No Natal recebemos um presente muito maior e mais bonito do que todos os outros, mas como não o vemos, corremos o risco de esquecê-lo até o próximo ano.

Mas o que o Natal muda verdadeiramente nas nossas vidas?

Deus ama-nos tanto que por nós se fez homem. Aquele que é o criador todo-poderoso nasceu pobre e destituído como todos os bebês que dependem inteiramente de seus pais. Deus se doa a nós e se revela a nós, não em magnificência, riqueza, poder, mas em pequenez e pobreza.

Como então poderíamos buscar honras, riquezas e poder quando o próprio Deus nasceu na pobreza e se fez criança? Deus ensina-nos a aceitar profundamente os nossos limites, as nossas

dependências. Jesus não suportou a sua condição de homem: Ele a amou. Saber disso leva-nos a

amar a nossa condição humana, com todas as limitações,

exigências e dependências próprias de cada época.

Jesus não fingiu ser uma

criança, ele realmente foi. Deus está muito perto de nós. Ele é

“todos os outros” e ainda assim se coloca ao nosso alcance. Seu amor busca nos domar com

delicadeza, sem nos assustar.

O Natal convida-nos a

maravilhar-nos com este amor e a nos deixar levar por ele, para nunca esquecer – mesmo o mais

tardar no ano em que faremos outras festas litúrgicas – toda a ternura, a pureza, a simplicidade que são revelados na pequena manjedoura de Belém.

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CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA

Bispos portugueses vão ser recebidos pelo Papa

A presidência da Conferência Episcopal Portuguesa vai ser recebida em audiência pelo Papa Francisco no dia 8 de janeiro de 2021.

O encontro com o Papa, para além de apresentação de cumprimentos, tem por objetivo “abordar alguns assuntos da Igreja em Portugal”, pedindo “orientações do Papa” para a Igreja, nas várias dioceses.

O secretário e porta-voz da CEP disse que

“é normal” que a situação de pandemia seja também referida, assim como a organização da próxima Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, em 2023.

A delegação que vai ser recebida pelo Papa Francisco é constituída pelo

presidente e vice-presidente da Conferência Episcopal, D. José Ornelas e D. Virgílio Antunes, respetivamente, e pelo secretário e porta-voz, padre Manuel Barbosa.

A atual presidência da CEP foi eleita no dia 16 de junho último para o triénio 2020-2023, durante a 198ª Assembleia Plenária do episcopado português.

Na conferência de imprensa, o padre Manuel Barbosa disse também que vão ser

publicadas as

“Diretrizes sobre a proteção de menores e pessoas vulneráveis”, através de um

decreto divulgado na “Revista Lumen”, órgão oficial da Conferência Episcopal

Portuguesa.

“São diretrizes da Conferência Episcopal atendendo ao cuidado, à atenção que devemos ter pelas vítimas, à prevenção e à formação, à transparência e ao rigor com que é preciso abordar estas questões e salientar a

importância das comissões diocesanas de proteção de menores e pessoas vulneráveis”, esclareceu o padre Manuel Barbosa.

O secretário da CEP informou também que, no dia 23 de janeiro de 2021, vai ser realizado um encontro com os membros das comissões de proteção de menores e pessoas vulneráveis das várias dioceses, todas constituídas,

com o padre Hans Zollner, da Comissão de Proteção de Menores do Vaticano.

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VATICANO

OPapa convocou hoje um “ano especial” dedicado a família, a partir de 19 de março de 2021, assinalando o 5.º aniversário da exortação ‘Amoris Laetitia’, resultado de duas assembleias do Sínodo dos Bispos.

“Vai haver um ano de reflexão sobre a Amoris Laetitia. Será uma oportunidade para aprofundar os conteúdos do

documento. Estas reflexões vão ser colocadas à disposição das comunidades eclesiais e das famílias, para os

acompanhar no caminho”, indicou, durante a recitação do ângelus, na biblioteca do Palácio Apostólico do Vaticano.

O anúncio foi feito no dia em que a Igreja Católica celebra a festa litúrgica da

Sagrada Família (primeiro domingo depois do Natal).

Esta celebração, observou Francisco, propõe “o ideal do amor conjugal e familiar, como foi destacado na exortação apostólica Amoris Laetitia, cujo quinto aniversário da sua promulgação acontece no próximo dia 19 de março”.

Este ano especial vai ser inaugurado na próxima solenidade de São José

(19.03.2021) e decorre até à celebração do X Encontro Mundial das Famílias, em Roma (26.06.2022).

O Papa convidou todos a unir-se às iniciativas que vão ser promovidas durante o ano, coordenadas pelo

Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé).

Confiamos à Sagrada Família de

Nazaré, em particular a São José, marido e pai solícito, este caminho com as famílias de todo o mundo. Que a Virgem Maria, a quem agora recorremos com a oração do ângelus, faça que as famílias de todo o mundo sejam cada vez mais fascinadas pelo ideal evangélico da Santa Família, para se tornarem fermento de uma nova humanidade e de uma solidariedade concreta e universal”.

O Papa publicou a 8 de abril de 2016 a sua exortação apostólica sobre a Família,

‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor), uma reflexão que recolhe as propostas de duas assembleias do Sínodo dos Bispos (2014 e 2015) e dos inquéritos aos católicos de todo o mundo.

Ao longo de nove capítulos, em mais de 300 pontos, Francisco dedica a sua

atenção à situação atual das famílias e os seus numerosos desafios, desde o

fenómeno migratório à “ideologia de género”; da cultura do “provisório” à mentalidade “antinatalidade”, passando pelos dramas do abuso de menores.

A exortação apresenta um olhar positivo sobre a família e o matrimónio, face ao individualismo que se limita a procurar “a satisfação das aspirações pessoais”.

O Papa observa que a apresentação de

“um ideal teológico do matrimónio” não pode estar distante da “situação concreta e das possibilidades efetivas” das famílias

“tais como são”, desejando que o discurso católicos supere a “simples insistência em questões doutrinais, bioéticas e morais”.

Nesse sentido, propõe uma pastoral

“positiva, acolhedora” e defende um caminho de “discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente, sublinhando que não existe uma solução única para estas situações.

Em Portugal, várias dioceses que publicaram documentos sobre a aplicação das propostas para a pastoral familiar, após as duas assembleias sinodais (2014 e 2015) sobre o tema, nomeadamente no que respeita ao capítulo VIII da ‘Amoris Laetitia’.

A Santa Sé preparou, para o ano especial dedicado às famílias, um conjunto de propostas espirituais,

pastorais e culturais, além de 12 percursos de reflexão, partilhados num documento que apresenta os objetivos desta iniciativa do Papa.

Ano especial dedicado à família

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No primeiro mês do ano há a celebração de festas litúrgicas em diversas paróquias da Diocese do Funchal.

Algumas delas marcam o final do tempo de Natal e todas são vividas com muita

interioridade.

No dia de janeiro a Ponta Delgada celebrou o Bom Jesus e a paróquia de Santa Cruz

assinalou São Salvador.

No segundo domingo haverá celebração na paróquia de Santa Cecília (Câmara de Lobos) em honra da Sagrada Família.

Depois no dia 15 as

comunidades do Paul do Mar, Santa Cruz, Ponta do Sol e Fajã do Penedo (Boaventura)

festejam Santo Amaro. É também celebrado na paróquia de Santo Amaro (na freguesia de Santo António) no sábado a seguir ao dia 15.

No domingo a seguir ao dia 17 de janeiro há festas

religiosas em louvor de Santo Antão no Caniço, Seixal, Arco de São Jorge, Prazeres, Fajã do Penedo, Ponta do Pargo, Amparo (Ponta do Pargo), Fajã da Ovelha, Santana,

Encarnação (na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos).

Nesse domingo na igreja de São Jorge são celebrados Santo Antão e São Sebastião.

No domingo a seguir ao dia 20, Câmara de Lobos e Caniçal louvam o seu padroeiro: São Sebastião.

São Vicente é assinalado no dia da sua festa litúrgica a 22 de janeiro na paróquia de São Vicente.

No último domingo deste mês, este ano no dia 31 há festa de Santo Antão na Camacha, Curral das Freiras, Arco da Calheta e Achada de Gaula.

É no mês de janeiro que se celebram as festas litúrgicas de São Gonçalo e de São João

Festas religiosas

na Madeira em janeiro

Fé e Missão

SEMANÁRIO MADEIRENSE DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ 2 JANEIRO 2021

N.º 9

PUBLICADO AOS SÁBADOS

COORDENAÇÃO SÍLVIO MENDES

Referências

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