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O ensino híbrido nas aulas de língua portuguesa : uma proposta de sequência didática para o fundamental II

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Academic year: 2023

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O ENSINO HÍBRIDO NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O FUNDAMENTAL II1

HYBRID TEACHING IN PORTUGUESE LANGUAGE CLASSES: A PROPOSAL OF DIDACTIC SEQUENCE FOR THE FUNDAMENTAL II

Rosimeri Piantavinha Roveta2 Simone Oliveira Thompson de Vasconcelos3

Resumo: O presente trabalho apresenta reflexões sobre o ensino híbrido nas aulas de língua portuguesa e como objetivo principal uma proposta de sequência didática com o gênero canção para o 9º ano do ensino fundamental II. A partir desse tema, pretende-se abordar a inclusão das Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC’s) no ensino regular básico para mostrar como a influência desses recursos é importante para o aprendizado, apontando os diferentes desafios do ensino híbrido lançados aos docentes no período restritivo devido à pandemia da Covid-19. Partindo dessa premissa, esta pesquisa busca também compreender a dinâmica do ensino híbrido e as suas funcionalidades como objetivo específico, a fim de colaborar na aplicação de intervenções pedagógicas que sirvam de planejamento para o ensino de língua portuguesa com o uso de tecnologias.

Palavras-chave: Ensino Híbrido; Tecnologias da Informação e da Comunicação;

Sequência didática.

ABSTRACT: The present work presents reflections on hybrid teaching in Portuguese language classes and, as its main objective, a proposal for a didactic sequence with the song genre for the 9th grade of elementary school II. From this theme, it is intended to address the inclusion of Information and Communication Technologies Digitais (TDICS) in basic regular education to show how the influence of these resources is important for learning, pointing out the different challenges of blended teaching launched to teachers in the period restrictive due to the Covid-19 pandemic.

Based on this premise, this research also seeks to understand the dynamics of hybrid teaching and its functionalities as a specific objective, in order to collaborate in the application of pedagogical interventions that serve as planning for the teaching of the Portuguese language with the use of technologies.

Keywords: Hybrid Teaching; Information and Communication Technologies;

Didactic sequence.

1 Trabalho Final de Curso da Graduação EAD em Letras Português do Ifes – Campus Vitória.

2 Graduanda em Letras/Português pelo Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Vitória. E-mail: petshopcaoamigo@hotmail.com

3 Graduada em Letras Português, Mestre em Educação em Ciências e Matemática, pelo Ifes - Campus Vitória. E-mail: simone.vasconcelos@ifes.edu.br

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho pretende apresentar uma proposta de sequência didática para aplicação no en66bsino de língua portuguesa para estudantes do 9º ano do ensino fundamental II. Tal estudo de caso foi motivado durante a Pandemia da Covid-19. A finalidade é auxiliar o docente em sua práxis pedagógica a partir do uso das Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC's) na educação básica de língua portuguesa. Objetiva- se, ainda, compreender a dinâmica do ensino híbrido, discutir o uso de recursos tecnológicos durante e após a pandemia, apontando os desafios lançados aos docentes nesse período. Vale ressaltar, uma vez que o ensino retornou às atividades presenciais, que a sequência didática proposta é uma metodologia de possível aplicação tanto presencial quanto remotamente Posto isto, vimos que o mundo parou completamente no ano de 2020, devido à pandemia da Covid -19 - uma doença infecciosa transmitida por um vírus que vive em suspensão no ar e ceifou a vida de milhões de pessoas por todo planeta. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) faz considerações sobre a origem e o que o vírus Covid-19 provoca no organismo:

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, República Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos. Uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus. Os coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum. Ao todo, sete coronavírus humanos (CoVs) já foram identificados: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV (que causa síndrome respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente Médio) e o, mais recente, novo coronavírus (que no início foi temporariamente nomeado 2019-nCoV e, em 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de SARS-CoV-2). Esse novo coronavírus é responsável por causar a doença COVID-19. (OPAS, 2021).

Considerando o descrito acima, fomos orientados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a adotar medidas para nos proteger do vírus como: lavar as mãos, usar álcool à 70% para desinfecção, manter o distanciamento social e usar máscaras. Ainda sem um tratamento adequado, a doença que aterrorizou a população mundial nos fez enxergar a vida de maneira

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diferente, aos poucos mudamos nosso comportamento com todos ao nosso redor. Em decorrência desses acontecimentos, constatamos que com a pandemia da Covid-19 surgiu a necessidade de propormos novas formas de ensinar e aprender. A partir da observação do núcleo familiar pode-se notar que o docente teve que se adaptar e adotar posturas para atender indivíduos com necessidades e características diferentes dentro e fora da sala de aula.

Como este foi um período em que as pessoas e organizações buscavam alternativas para a falta de tempo, a educação a distância se mostrou uma excelente opção, justamente, porque a ideia do ensino à distância é ensinar alunos de todos os lugares do mundo. Conforme Maia e Matar (2007, p.17), a Educação à Distância (EaD) é “uma modalidade de educação em que profes-sores e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação.

Para as escolas do ensino básico regular, o ensino híbrido foi uma alternativa que permitiu, próximo ao retorno das atividades presenciais, a reaproximação da normalidade ao ensino, pois durante a pandemia houve período de suspensão total das atividades, ensino remoto, ensino híbrido e depois retorno presencial mantendo o distanciamento. Apenas algumas faculdades e universidades tinham adotado o ensino híbrido por meio de plataformas como, por exemplo, o Moodle - Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) utilizado para facilitar a vida do estudante trabalhador. Desta forma, o ensino híbrido pareceu uma forma inovadora não só para os docentes, mas também para os discentes do ensino regular básico.

Moran (2019) reflete sobre o significado do ensino híbrido e afirma que sempre houve uma mistura na educação, pois sempre existiu uma combinação entre diversos espaços, atividades, metodologias. Para o autor, a educação “é um ecossistema mais aberto e criativo.” (MORAN, 2019, p.

27). Ou seja, a educação dentro de todas as suas adversidades vem se reconstruindo de forma a dar continuidade ao aprendizado de forma coletiva, mesmo que minimamente/abrangentemente.

Nesse sentido, em Ensino Híbrido, Bacich (2016) esclarece:

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[...] a importância da formação do professor para que ele utilize as TICs em sala de aula. Porém, indicar essa utilização pelos professores sem a formação que possibilite reflexão e adequação às diferentes realidades, pode não ser a melhor estratégia de implementação (BACICH, 2016, p. 4).

Desse modo, percebe-se que além de refletir sobre as transformações que ocorrem na educação também, devemos entender que é importante pensar na formação dos professores para se adequar a essa nova realidade de ensino e para a utilização dos diversos recursos tecnológicos.

Diante disso, devemos lembrar que logo no começo dos anos 2000, o celular, assim como outros tipos de tecnologias, era proibido dentro das escolas, por isso vale destacar três aspectos negativos quanto ao seu uso à época: não tinha uma metodologia aplicável; os professores não eram capacitados para ensinar utilizando recursos tecnológicos; os alunos não prestavam atenção nas aulas devido ao uso inadequado do aparelho.

Antigamente, os professores não eram capacitados para ensinar utilizando recursos tecnológicos e os alunos não prestavam atenção nas aulas devido ao uso inadequado do aparelho. Por esse motivo foi necessário investir em cursos preparatórios para professores durante e após a pandemia visando nos diversos desafios de defasagem escolar.

Na contemporaneidade, a utilização da tecnologia nas escolas é prevista pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), já que o meio digital está arraigado no nosso dia a dia. Sendo assim, é importante utilizar os recursos tecnológicos em favor do aluno, melhorando sua interação com o mundo digital e auxiliando a formar-se com criticidade e responsabilidade.

A BNCC é um dos documentos que regulamentam o currículo escolar e esta deriva da legislação educacional. Nesse contexto, destacamos o papel da tecnologia a partir de uma competência geral da educação básica. O texto da BNCC (2018) fala sobre a utilização da tecnologia no processo de ensino aprendizagem, veja:

Competência 5: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e

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exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (BRASIL, 2018, p.9)

Nota-se no excerto acima um elo da BNCC com a formação do aluno, pois, essas mediações nos estudos auxiliam de forma direta na formação do cidadão como um sujeito crítico, ético e democrático.

Sendo assim, é importante salientar que o principal objetivo da escola, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's), é formar cidadãos.

Além disso, o propósito do documento também é elaborar referências nacionais comuns ao processo educativo brasileiro. Dessa forma, demonstram os objetivos do ensino de língua portuguesa no ensino fundamental, conforme o documento aponta:

O ensino de Língua Portuguesa deve se dar num espaço em que as práticas de uso da linguagem sejam compreendidas em sua dimensão histórica e em que a necessidade de análise e sistematização teórica dos conhecimentos linguísticos decorra dessas mesmas práticas (BRASIL, 1998, p.34).

Portanto, partindo dessa premissa sobre o uso da linguagem, a proposta aqui apresentada é produzir uma sequência didática para o nono ano do ensino fundamental II com a utilização de uma música, a fim de que seja aplicado pelo professor regente de língua portuguesa em suas práticas pedagógicas para proporcionar uma bagagem para a comunidade educacional.

Assim, surgem algumas perguntas que devem ser discutidas e aprofundadas.

Qual é o conceito de ensino híbrido? Quais são as perspectivas e desafios que os docentes de língua portuguesa tiveram com esse modelo de ensino, principalmente durante a pandemia da Covid-19? Por meio dessas questões, esta pesquisa busca compreender a dinâmica do ensino híbrido e as suas funcionalidades como objetivo específico, pretende ainda contextualizar os desafios dessa modalidade para os docentes e discentes, desenvolvendo atividades de Língua Portuguesa e, por fim, elaborar práticas pedagógicas (sequência didática) para o ensino de língua portuguesa através do uso de tecnologias.

A partir de observações dentro do núcleo familiar desta pesquisadora, bem como por estar ingressando na vida docente, uma vez que este artigo sela a conclusão do Curso de Licenciatura em Letras Português, pelo Instituto

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Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo - Campus Vitória, temos como objetivo principal apresentar proposta de sequência didática para o 9º ano do ensino fundamental II com objetivo de auxiliar o docente em suas práticas pedagógicas no

ensino regular básico de língua portuguesa. O tema da pesquisa é o ensino híbrido nas aulas de Língua Portuguesa, refletindo sobre os pontos positivos e negativos desta modalidade de ensino, visando auxiliar a prática docente no ensino fundamental II.

É importante ressaltar que diante de tanta atrocidade causada pela pandemia, as evoluções que estão acontecendo no contexto educacional é um aspecto positivo. Isso porque o ensino híbrido existe desde 1960, mas como podemos notar, ganhou notoriedade depois do isolamento social no ano de 2020.

Durante a pandemia, o ensino híbrido foi um divisor de águas nesse processo de transformação do presencial para o virtual, pois, mesmo com diversos problemas que os docentes e discentes tiveram com a estrutura e a aprendizagem, o modelo híbrido disponibiliza várias ferramentas que auxiliam na prática pedagógica tornando o aluno protagonista na produção do conhecimento e fazendo com que o professor continue desempenhando o seu papel de mediador.

A experiência histórica, política, cultural e social os homens e das mulheres jamais pode se dar “virgem” do conflito entre 'as forças que obstaculizam a busca da assunção de si por parte dos indivíduos e dos grupos e das forças que trabalham em favor daquela assunção. A formação docente que se julgue superior a essas “intrigas” não faz outra coisa senão trabalhar em favor dos obstáculos. A solidariedade social e política de que precisamos para construir uma sociedade menos feia e menos arestosa, em que podemos ser mais nós mesmos, tem na formação democrática uma prática de real importância. A aprendizagem da assunção do sujeito é incompatível com o treinamento pragmático ou com o elitismo autoritário dos que se pensam donos da verdade e do saber articulado. (FREIRE, 1996 p.18)

Dentro desse contexto, Paulo Freire trata com destreza os desafios enfrentados pela educação, desde o indivíduo buscando o conhecimento até os obstáculos enfrentados por ele pelo elitismo autoritário ainda presente em nossa sociedade. A comunidade precisa visar a solução de problemas emblemáticos pensando numa formação democrática.

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A seguir, discute-se o ensino híbrido e o uso das tecnologias da informação digital e comunicação (TIDC’s) no ensino regular de língua portuguesa a partir dos referenciais teóricos desta pesquisa que são Paulo Freire (pedagogia progressista) e José Moran (ensino híbrido).

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Como informado anteriormente esta pesquisa busca apresentar estudo de caso com uma proposta de sequência didática para aulas de língua portuguesa do nono ano do ensino fundamental. E para alcançar esse objetivo, refletindo sobre o momento atual que passamos, pretende-se aprofundar a leitura sobre o ensino híbrido e o uso das Tecnologias da Informação Digital e Comunicação (TIDC’s) nas aulas de língua portuguesa embasada nos teóricos José Moran e Paulo Freire, discutindo as dificuldades enfrentadas pelos professores e alunos do ensino fundamental II.

2.1 ENSINO HÍBRIDO E SEUS CONCEITOS

Estudado em diferentes academias no mundo, pode-se dizer que o Ensino Híbrido ocorreu inicialmente nos Estados Unidos por meio dos estudos no Instituto Clayton (Clayton Christensen Institute). No Brasil, a discussão sobre o tema chegou um pouco mais tarde, quando dezesseis professores elaboraram propostas de desafios, inspiradas no livro Blended4, de Michael Horn e H. Staker, ensinando turmas da educação básica em escolas públicas e privadas durante oito meses de experimentação. Esse Grupo de Experimentações era formado por representantes

4 HORN, M.B.; STAKER, H. Blended: usando a inovação disruptiva para aprimorar a educação. Prefácio de Clayton M. Christensen. Porto Alegre: Penso, 2015.

do Instituto Península e Fundação Lemann.

O ensino híbrido durante muito tempo foi utilizado principalmente pelo Ensino Superior, mas com o surgimento da pandemia ocasionada pela Covid-19 isso mudou. É importante ressaltar que o ensino híbrido vai além da utilização de

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ferramentas tecnológicas dentro do ambiente escolar. Esse modelo é uma mistura que une perspectivas do ensino presencial e virtual dando oportunidade ao aluno de ser protagonista acadêmico.

O saber que a prática docente espontânea ou quase espontânea, desarmada, indiscutivelmente produz é um saber ingênuo, um saber de experiência feito, a que falta a rigorosidade metódica que caracteriza a curiosidade epistemológica do sujeito. (FREIRE, 1996, p.28)

Como apontado por Freire (1996) o saber da prática docente deve estimular o saber ingênuo do educando um saber autônomo, realizado no seu tempo a partir de suas experiências com o conteúdo a ser apreendido.

Paralelamente ao crescimento do ensino híbrido, o ensino de língua materna vem ganhando novas formas. O professor está saindo da sala de aula presencial para ir à sala de aula virtual, daí a necessidade dos professores adaptarem-se às novas tecnologias da informação digital e comunicação (TIDC’s), já que a pandemia de 2020 mudou os rumos do ensino e aprendizagem.

O isolamento social fez, em alguma medida, com que as pessoas procurassem uma forma de se sentir acolhidas e tentassem seguir a vida normalmente, tal fato foi gerando um espaço no ambiente tecnológico que acabou trazendo praticidade para o dia a dia, inclusive no ensino de língua portuguesa.

Durante muito tempo a tecnologia esteve apoiando a educação e, hoje, mais do que nunca. Um exemplo disso, é o Telecurso criado em 1978, por uma fundação com objetivo de construir parcerias e melhorar o acesso à educação no país.

Sendo assim, é fundamental que haja uma compreensão sobre a modalidade de ensino híbrido que deve ir além da sua definição. Nesse sentido, Horn e Staker (2015, p. 34) esclarecem que o ensino híbrido possui um significado amplo e enigmático, em função disso, dividiram seu significado em três partes.

Segundo os autores, na primeira definição, de “ensino híbrido, o aluno pode aprender através do ensino on-line, utilizando um programa educacional que

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tenha elementos que controle o estudante por meio do tempo, do ambiente e/ou ritmo de estudo” (HORN; STAKER, 2015, p. 34). Ou seja, o uso da tecnologia deve fornecer ao aluno por meio de programas educacionais acompanhamento no processo de ensino-aprendizagem.

A segunda parte diz que o “estudante consegue aprender em um ambiente supervisionado longe de casa” (HORN; STAKER, 2015, p. 35). Desse modo, acredita-se que os estudantes precisam estar frequentando também o ambiente da escola para que os professores os ajudem quando necessário.

O último significado de ensino híbrido é referente “a experiência integrada do aluno que está conectado em curso ou matéria, ou seja, essas modalidades ajudam no longo processo do caminho de aprendizagem de cada estudante”

(HORN; STAKER, 2015, p. 35). Essa última parte é importante destacar que há uma imbricação entre o modo presencial, que é um processo de aprendizagem que acontece no ambiente da sala de aula e o modo online que usa a tecnologia digital para desenvolvimento do ensino.

Por isso, é importante frisar que mesmo com as raízes fincadas no ensino tradicional, as escolas tentam inovar a metodologia de ensino junto ao corpo docente e discente. Para quebrar a tradição na educação alguns professores pesquisadores da área apostam no ensino híbrido.

No artigo de José Moran, intitulado “Educação híbrida: Um conceito-chave para a educação, hoje”, o autor além de refletir sobre o ensino híbrido também traz a seguinte definição:

Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A educação sempre foi misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos. Esse processo, agora, com a mobilidade e a conectividade, é muito mais perceptível, amplo e profundo: é um ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender de inúmeras formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços (MORAN, 2019, p. 27).

O ensino híbrido é uma metodologia participativa e democrática, pois abarca tanto o compromisso do uso da sala de aula física, quanto a sala de aula virtual, tornando o ensino mais flexível e voltado ao aluno. Ainda conforme Moran (2019, p.28), “às mudanças que estão ocorrendo pelo mundo sobre educação deve ser muito mais versátil, diversificada, mesclada e digital”.

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Pensando assim, Moran (2019) evidencia três principais movimentos ativos de construção: o individual - o aluno escolhe por qual caminho deseja trilhar;

a grupal - o aluno aumenta a sua aprendizagem através do comprometimento, convívio e participação de saberes com diversos grupos e diferentes níveis de supervisão do docente; e a tutorial - o aluno aprende de acordo com a instrução de pessoas experientes em vários campos e atividades. Vale destacar que para o aluno avançar na aprendizagem é preciso que em todos os níveis seja orientado e supervisionado.

Dessa maneira, a educação tem diversas vertentes, mas vamos nos ater a metodologia participativa que dá autonomia e oportuniza os alunos a utilização de tecnologias digitais para facilitar, orientar e maximizar o ensinamento do professor e o aprendizado do aluno.

2.2 O ENSINO HÍBRIDO E SUAS NOVAS POSSIBILIDADES

Enfileirados, cabeça ereta, ouvidos atentos e olhos no quadro negro, esse é o aluno do ensino tradicional, cujo professor é o centro das atenções, o exemplo de conhecimento. O professor é uma máquina de transmitir conhecimento, já o aluno apenas ouve e decora para ser aprovado. Assim, descrevemos como era a educação tradicional que chegou no Brasil com os jesuítas, cuja missão era a catequização dos nativos. A partir daí, criaram um método de ensino fundamentado na repetição de conhecimento perpetuado até os dias atuais.

Nesse contexto, o docente é o meio principal para o processo de aprendizagem, visto que é a única fonte de conhecimento, ou seja, enquanto o professor transmite o seu conhecimento, o aluno deve estar sentado e quieto preparado para decorar e reproduzir o que aprende na sala de aula, por isso, Paulo Freire critica o ensino tradicional comparando com a

"educação bancária", pois dentro dessa concepção, o aluno é visto como recipiente vazio, que basta depositar o conhecimento dentro e pronto.

Aprendeu. Freire (1996), alertava sobre o perigo de pensar que a educação era um meio de adestrar alguém.

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No livro “Pedagogia da autonomia”, Freire (1996) defende que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Pensando assim, o ensino híbrido traz essa possibilidade do aluno e do professor construir um grande caminho de conhecimento. Freire (1996) ainda complementa explicando que

“o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática.”, para que se possa chegar ao ponto de aprendizagem entre os docentes e discentes.

Adini e Bernini (2018, p.125) “o ensino tradicional já se mostrou defasado e os alunos sentem necessidade de participação ativa em sala de aula e um ponto a observar são as inovações tecnológicas que estão invadindo as salas de aula”. Por isso, propõem que os docentes utilizem a metodologia baseada no ensino híbrido.

Diante do ensino híbrido a atuação dos professores continuará sendo fundamental no processo de ensino e aprendizagem, a principal diferença é a atuação do próprio aluno, que terá mais controle no ritmo de aprendizagem, intercalando aulas individualmente e em sala de aula (MONFRADINI;

BERNINI 2018, p.126).

Porém, muitos professores ainda se veem presos às metodologias tradicionais e não conseguem se desprender para saltar voos no ensino.

Mudar as práticas pedagógicas não tem sido uma tarefa fácil, pois muitos professores não têm manejo com tecnologias da informação digital e comunicação (TIDCs) ou não se interessam por elas, o que distancia o professor do aluno já que a tecnologia faz parte da vida dos jovens e está inserida no dia a dia deles.

A pandemia da Covid-19 atingiu a educação de forma contundente suspendendo as aulas e atividades presenciais. As escolas não estavam preparadas para lidar com a falta de aula presencial e precisaram se reorganizar para resolver o problema, que trouxe de forma imposta o distanciamento e isolamento social.

E para lidar com o problema vários setores estão sofrendo para se adaptar à situação e uma delas é a Educação. O ensino passou a seguir com o modelo remoto e mais tarde com a lista de infectados diminuindo começou a acontecer aulas presenciais em alguns municípios brasileiros e outros países. Ou seja, a educação passou a ser híbrida, pois com o distanciamento social gerado pela Covid-19 o ser humano está mais conectado aos avanços

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tecnológicos e a tecnologia.

Em vista disso, as formas de compartilhar o conhecimento e as informações precisam continuar evoluindo, de um jeito que as aulas sejam um processo educacional envolvente e interativo, exemplo disso é que devemos incluir o uso das Tecnologias da Informação Digital e Comunicação (TIDC’s) como suporte tanto pedagógico quanto metodológico. Sendo assim, deixamos de considerar importante o uso de instrumentos que auxiliam para o conhecimento dos alunos como: a lousa, o giz, os livros e o caderno.

Conforme Kenski (2012, p. 44), “o ensino pode ser organizado por meio da presença de uma determinada tecnologia causando diversas transformações”. Por isso, é necessário entender como funciona a prática em sala de aula, e como o uso das TIDC’s promovem a aprendizagem.

Sendo assim, é importante destacar que o ensino híbrido ainda está em processo e com a pandemia o processo foi acelerado, pois, a educação não pode parar, e no caso do Brasil a desigualdade social é muito grande e a dissonância é enorme com o retorno do ensino presencial. Deste modo, com a volta efetiva do ensino presencial muitos alunos sofrem com a defasagem no ensino e uma das soluções que vêm sendo aplicadas nas escolas de ensino regular é o PFA (Programa de Fortalecimento de Aprendizagem).

No entanto, Dias e Pinto (2020, p. 545) concretizaram com assertividade quanto a volta das aulas presenciais, pois o impacto da sociedade foi muito grande e nem todas as famílias disponibilizam de tempo para orientar seus filhos em casa, portanto a desigualdade social entrou com tudo nas salas de aula, por isso se deve propor e pôr em prática políticas públicas voltadas a educação em tempos de Covid-19 ou não. E, mais do que nunca, investir seriamente na educação.

Certamente, a desigualdade social era evidente no Brasil tornando o ensino um desafio para cidadãos com baixa renda. Entretanto a Covid-19 agravou a situação na educação do Brasil.

[...] não têm acesso a computadores, celulares ou à Internet de qualidade – realidade constatada pelas secretarias de Educação de Estados e municípios no atual momento – e um número considerável alto de professores precisou aprender a utilizar as plataformas digitais, inserir atividades online, avaliar os estudantes a distância e produzir e inserir nas plataformas material que ajude

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o aluno a entender os conteúdos, além das usuais aulas gravadas e online.

Na pandemia, grandes partes das escolas e das universidades estão fazendo o possível para garantir o uso das ferramentas digitais, mas sem terem o tempo hábil para testá-las ou capacitar o corpo docente e técnico- administrativo para utilizá-las corretamente (DIAS; PINTO, 2020, p. 546).

São muitos os impactos na educação, com o isolamento e distanciamento social a economia está sendo prejudicada e cortes de verbas estão acontecendo em outros setores públicos voltados à população, e o ensino híbrido se mostra competente para lidar com a situação em termos de educação. Por isso, os autores Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015) afirmam que o ensino híbrido pode ser aplicado em qualquer espaço.

Segundo Lima e Moura (2015), o docente que utiliza o Ensino Híbrido como prática pedagógica, além de inovar também necessita conhecer, analisar e examinar a qualidade das ferramentas digitais. Em função disso, o professor precisa buscar uma atualização de conhecimento nessa nova modalidade de ensino para que consiga oferecer com excelência bons resultados aos seus alunos.

Com o surgimento das tecnologias, diversas coisas foram transformadas, principalmente no modo de produzir, repassar ou acessar informações.

Dessa maneira, a entrada da tecnologia no ambiente escolar tornou-se desafiador para a educação. Os autores, Lilian Bacich, Adolfo Tanzi Neto e Fernando de Mello Trevisani (2015, p. 25), também refletem sobre as transformações disponibilizadas pelas tecnologias propondo novas metodologias de ensino, das quais precisam de suporte para mudar o papel do docente e dos discentes, redefinindo o significado de ensino aprendizagem em “Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação”.

Podemos observar que no fragmento abaixo é citado um avanço no ensino híbrido que torna realidade a facilidade de aprender e ensinar.

A publicação da Portaria Nº 1.428 de 2018, amplia para até 40% a carga horária EAD em cursos presenciais, o que torna a hibridização do ensino uma realidade cada vez mais possível e necessária nos cursos de graduação das universidades brasileiras, com a possibilidade de adaptação do currículo escolar às realidades temporais e espaciais em que os atores do processo educativo estão inseridos (GARCIA et. al., 2019, p. 2).

Conforme Garcia et. al. (2019, p. 3) a situação do ensino híbrido no ensino

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superior sofre algumas complicações: o aluno pode não se interessar nas duas modalidades de ensino e pode também não atribuir sentido a ambas as partes do ensino híbrido, por isso uma proposta de driblar a questão é aplicar a metodologia do ensino mediador.

Uma forma de driblar o problema do ensino híbrido é levar em conta a educação popular, que é um movimento pedagógico e político de origem militante, ganhou força durante a ditadura militar, com Paulo Freire como um dos principais disseminadores. A educação popular é muito importante no processo de hibridização no ensino, pois nem todos têm acesso à tecnologia necessária, então qual medida será tomada quanto a isso, já que a atual situação impulsiona uma prerrogativa.

A pesquisa na educação popular enquadra-se, geralmente, no amplo espectro da pesquisa em educação e das ciências sociais. Há, no entanto, uma tendência a favorecer as metodologias participativas, ou seja, aquelas metodologias nas quais os sujeitos da pesquisa são considerados coprodutores de conhecimento (STRECK,2016, p.538).

Na concepção de Streck (2016, p. 538) a educação deve está baseada na metodologia investigativa para refletir e sistematizar experiências de diversos espaços, culturas, políticas e sociedades, a fim de fortalecer a educação em geral, tornando o sujeito cada vez mais protagonista do ensino aprendizagem e da sociedade em que vive.

Paulo Freire foi um dos mais consagrados educadores de todos os tempos e estava além de seu tempo, pois já falava em autonomia e democracia na educação antes mesmo da atual situação mundial. Freire (2002) reflete sobre o respeito e a dignidade dos professores e faz uma autoavaliação sobre a sua identidade em processo, e enfatiza que o trabalho do docente é com/para os alunos.

Portanto, o ensino participativo, popular e democrático deve estar no ambiente escolar, familiar e social, pois com a situação de pandemia a família se aproximou ainda mais, ou em alguns casos passou a fazer parte, da educação formadora dos filhos e para o processo de hibridização do ensino aprendizagem devemos se desprender de velhas amarras e encarar saberes e oportunidades novas para acolher os avanços metodológicos e tecnológicos do ensino.

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Em “Educação Híbrida”, José Moran (2015, p. 28) ressalta que todos somos

“consumidores e produtores de conhecimento”. Sendo assim,

Na educação, acontecem vários tipos de mistura, blended ou educação híbrida: de saberes e valores, quando integramos várias áreas de conhecimento (no modelo disciplinar ou não); de metodologias, com desafios, atividades, projetos, games, grupais e individuais, colaborativos e personalizado (MORAN, 2015, p. 28 )

Dentro dessa perspectiva, apresentamos os modelos de ensino e o modelo de sequência didática que será aplicada por meio de estudo de caso. Deste modo a proposta de atividades abrangerá o gênero canção estará inter- relacionada com outro gênero, por isso, temos a necessidade de trabalhar com um modelo de ensino específico para que os alunos tenham facilidade na aprendizagem.

2.3 ATIVIDADES IMPLEMENTADAS NO ENSINO HÍBRIDO

O conceito chamado ensino híbrido já vem sendo implementado há muito tempo nas escolas presenciais, mas com pouco direcionamento, a princípio os professores se utilizavam de ferramentas tecnológicas como o You Tube, ou e-mail para aumentar a eficácia da aula e engajar os alunos.

Porém, pensar em mudanças do ensino tradicional para um ensino mais engajado e com mais resultados requer um processo lento e de muita pesquisa, por isso a pandemia veio acelerar o processo, trazendo desafios ao professor, além de capacitá-lo para o uso de ferramentas tecnológicas.

Pensar reconfigurações na educação no pós-pandemia implica refletir sobre as possibilidades e limites para isso, tanto no âmbito da educação básica, considerando seus diversos níveis de ensino, como no âmbito da educação superior, com seus diferenciais institucionais e curriculares (GATTI, 2020, p.29).

Gatti (2020, p. 34) remete a uma pergunta em seu artigo “Possível reconfiguração dos modelos educacionais pós-pandemia” - Quais as condições de voltar às aulas e que dinâmicas e escolares serão adotadas?

Essa é uma questão a ser pensada e que requer soluções reais e definitivas ou uma única solução dada à diferença social no Brasil e a realidade de cada

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um.

Para isso, o professor deve estar preparado para o uso de ferramentas tecnológicas educacionais. De acordo com Sunaga e Carvalho (2015) o professor deve ter consciência de algumas ferramentas para o ensino híbrido priorizando os benefícios e os requisitos de ensino aprendizagem, sendo assim, o professor poderá utilizar: O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA); e outras plataformas adaptativas, como por exemplo, a Khan Academy (https://pt.khanacademy.org).

Assim, é fundamental que escolas possuam computadores e internet. Mesmo se forem poucas máquinas, o ensino híbrido e sua metodologia possibilitam a formação de grupos menores, permitindo que todos tenham o mesmo direito e tempo de utilização de tais recursos. Ou seja, para o ensino híbrido acolher a toda população as escolas devem se equipar com computadores de qualidade, internet adequada, capacitação de corpo docente e gestão escolar, além de dar autonomia ao aluno.

O texto dos autores Lilian Bacich e José Moran cujo título é “Aprender e ensinar com foco na educação híbrida”, aborda que devemos entender diversas formas de criar novas políticas e adaptar os processos de ensino- aprendizagem para diversas situações que o aluno se encontra. De acordo com os autores Bacich e Moran (2015, p. 27), a adaptação entre os espaços virtuais e a sala de aula é essencial, pois haverá uma troca mútua ao abrir o ambiente escolar para o mundo e consequentemente trazer o mundo para dentro do ambiente escolar.

Por fim, o ensino híbrido será excelente para a população em geral, pois, se bem equipado e com projetos de políticas públicas voltadas para a informatização de bairros e escolas, aproximará aluno e professor, emancipa o ensino e traz autonomia de estudar, o aluno aprende a pesquisar e a fazer escolhas, a ideia é que o aluno seja o processo de ensino aprendizagem.

2.3.1 Conceitos de Sequência Didática

Os estudiosos Dolz, Noverraz e Schneuwly foram pioneiros numa pesquisa

(17)

sobre sequência didática, no período que faziam parte do corpo discente na Universidade de Genebra.

Para os autores Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 95), a sequência didática possibilita programar o ensino e a aprendizagem em torno de diversos gêneros. Além disso, a sequência didática também é um potente instrumento que serve de apoio ao trabalho do professor, e deve ser pensada antes mesmo de sua elaboração.

Zabala (1998) destaca que a sequência didática é:

Um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelo professor como pelos alunos (ZABALA, 1998, p.18).

Desta forma, a sequência de atividades deverá conter exercícios diversificados para que atinja todos os alunos, pois o processo de aprendizagem é diversificado, visto que cada aluno aprende no seu tempo, assim colaborando para o sucesso nesse processo de ensino-aprendizagem.

Assim, a sequência didática pode ser aplicada nos diferentes níveis e modalidades de ensino, desde que promova aprendizagem significativa e compreensão, ou seja, é preciso que o trabalho a ser realizado desperte a atenção dos alunos, entretanto, é necessário que o professor investigue se a turma possui conhecimentos prévios sobre determinado conteúdo ou se será preciso aplicar algo novo. É importante entender que sequência didática, é uma sequência de atividades, aulas práticas ou expositivas que deve apresentar uma interdisciplinaridade, ou seja, o professor vai abordar outras disciplinas fazendo link com qualquer disciplina, podendo também utilizar mapas conceituais, embora seja pouco utilizado. Vale ressaltar que a sequência didática abaixo pode ser utilizada tanto no contexto presencial, quanto no ensino híbrido por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem, o (AVA) e a atividade proposta está anexada, logo após as referências.

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

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A metodologia utilizada nesta pesquisa é de cunho bibliográfico, pois, foi feita consulta do “material já preparado, composto principalmente por artigos científicos” (GIL, 2002, p. 44) sobre o tema. A pesquisa de informações se baseou em fontes digitais e livros, escolhida, justamente, pela facilidade de obter materiais para referência. Os conceitos sobre Ensino Híbrido foram compilados para que mostrassem o seu significado, os aspectos específicos e suas tendências nos meios digitais.

Sendo assim, além da pesquisa ser exploratória também possui bases bibliográficas e apresentará uma proposta de estudo de caso com o uso da sequência didática, uma possibilidade de mostrar aos leitores deste trabalho o que é e como podemos aplicar, destacando de que maneira o ensino híbrido tornou-se uma realidade presente na educação e, como foi rápido o processo de hibridização do ensino no período da pandemia.

A aplicação do estudo de caso realizado por TCS, educadora do ensino fundamental II, de língua portuguesa mostrou que a maioria dos alunos tiveram interesse, evoluíram no momento de aprender sua língua materna seguindo a proposta de SD apresentada pela pesquisadora deste trabalho.

Lembrando que esta sequência didática pode ser aplicada em diferentes formatos como no ensino híbrido e remoto.

Nota-se então, que tanto o ensino híbrido como o ensino remoto são aliados da educação, principalmente, em tempos de pandemia, pois a tecnologia tornou-se indispensável para todos os níveis de ensino.

Portanto, este trabalho propõe refletir sobre o ensino híbrido, os desafios propostos por este tipo de ensino enfrentado pelos professores e alunos durante a pandemia e por fim, apresentar uma sequência didática, por meio de um estudo de caso, para o ensino fundamental II com a finalidade de

“auxiliar o estudante a dominar determinado gênero discursivo, motivando, de alguma forma, escrever ou falar adequadamente de acordo com a situação de comunicação”. (DOLZ, NOVERRAZ E SCHNEUWLY, 2004, p.

97).

3.1 ESTUDO DE CASO

(19)

As atividades foram desenvolvidas com 30 alunos na turma de 9º ano em 2022 de uma escola estadual de ensino fundamental, em Fundão, pela professora de Língua Portuguesa T.C.S, que trabalha nesta escola todos os dias da semana de 7 horas às 17 horas, sendo assim, ela dá duas aulas seguidas em dias de segunda-feira, terça-feira e quarta-feira.

A turma do 9º ano possui 30 alunos, sendo a maioria um público feminino com faixa etária entre 15 e 17 anos, a maioria mora na própria cidade ou no distrito de Timbuí.

Inicialmente, a professora T.C.S trabalhou com os gêneros canção e notícia para que os alunos pudessem compreender os comandos da proposta de Sequência Didática (SD). É importante esclarecer que algumas aulas foram ministradas na sala de aula e outras no laboratório de informática, pois foi utilizado o Google Docs como uma ferramenta importante do ensino remoto para a finalização da proposta de SD.

No primeiro momento, a professora regente explicou para a turma sobre os diversos textuais e enfatizou os gêneros canção e notícia destacando as suas principais características. Em seguida, a professora distribuiu a letra da música impressa para os alunos que fizeram uma leitura do texto e depois escutaram a canção da Banda Los Hermanos.

A princípio, no momento da leitura os alunos se mostraram interessados com a tarefa, já que muitos disseram nunca ter escutado a canção, deste modo foi orientado que alguns alunos lessem um trecho da canção “Conversa de botas batidas”, da banda Los Hermanos, apresentada no anexo 1, ao final do trabalho.

Após a leitura, a professora regente seguiu com a interpretação semântica, onde pergunta a classe “O que trata a música?" Alguns alunos participaram dizendo se tratar: das perdas, do amor, da luz interna de cada um, da morte e assim encerramos o primeiro momento para dar continuidade da análise semântica na próxima aula.

Ao iniciar o segundo momento, a professora fez uma breve introdução sobre a Banda Los Hermanos e começou um pré-debate sobre a fonte de inspiração da canção com o intuito de instigar a análise do campo semântico

(20)

da música. Logo após a análise a professora pergunta “Qual a relação que pode ser estabelecida entre ela e o sentido apreendido da canção?” Para verificar se os alunos compreenderam a expressão “botas batidas” a partir desse ponto começa-se a introduzir o contexto de composição da canção.

Logo depois, pergunta-se a uma estudante: “Qual o gênero musical utilizado na canção?”. Todos responderam Rock. A professora pediu para a turma fazer uma pesquisa sobre um prédio que desabou no dia 25 de setembro de 2002, atrelando o gênero canção com o gênero notícia e mostrando para a turma a intertextualidade existente entre os gêneros.

No terceiro momento, foi alinhada a compreensão sobre norma-padrão e a variedade linguística. Os alunos em geral relataram ser uma música de difícil compreensão e até mesmo preferir outro gênero musical, porém com o auxílio da professora foi possível a interpretação.

A professora orientou os alunos de forma breve e elucidada sobre a norma- padrão e a diferença da não culta. Assim, os alunos entenderam que a norma-padrão é a língua formal escrita baseada em gramática e a popular é a que usam no dia a dia e que compreendem com facilidade.

Para identificar estruturas gramaticais o professor apontou os seguintes versos: Me abraça forte agora/ A gente só queria o amor para explicar a diferenciação entre norma-padrão e escrita e a linguagem escrita falada coloquial. As frases ficam da seguinte forma: Abraça-me forte agora!/ Nós só queríamos o amor.

No quarto momento, foi trabalhado a proposta da SD de produção textual, este foi o momento em que os alunos utilizaram a ferramenta do Google Docs. A produção textual foi realizada individualmente porque a professora quis avaliar a produção de cada aluno. A proposta de produção de texto foi uma paráfrase da canção e/ou do texto jornalístico, o aluno foi instruído a elaborar o texto a partir da sua visão dos eventos e dos personagens retratados. A professora também pediu que os alunos construíssem a sua paráfrase em versos ou em prosa. Por isso, a professora gostou de usar a ferramenta do Google Docs, pois permitiu que tanto ela quanto o aluno tivessem maior facilidade no momento da escrita e da correção no processo de reescrita do texto. Após esse processo, a professora criou um blog intitulado “Produção de texto - Conversas de Botas Batidas ” para que os trabalhos dos seus alunos ficassem expostos temporariamente.

A seguir apresentamos a sequência didática aplicada para o referido

(21)

estudo de caso:

Sequência Didática (SD)

Título: Gênero canção: Conversas de botas batidas, da Banda Los hermanos

Público Alvo: Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II

Problematização: Os alunos precisam ter uma percepção de que o texto admite múltiplas interpretações e os olhares diversificados são todos possíveis em maior ou menor grau dentro da análise dessa canção.

Objetivos Gerais: · Identificar o gênero canção.

· Conhecer as características que configuram o gênero canção.

· Identificar os diversos sentidos da canção “Conversas de botas batidas”

Conteúdos e Métodos

Aula Objetivos Específicos

Conteúdos Dinâmicas

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4 aulas Interpretar o gênero canção.

Compreender analiticamente o gênero canção.

Gênero canção.

Semântica.

No primeiro momento, deve-se apresentar a letra da canção “Conversas de botas batidas”, da Banda Los Hermanos para proporcionar uma análise semântica em sala de aula.

Em seguida, durante a interação com os alunos, a professora irá orientar as percepções de interpretações múltiplas e os olhares diversificados sobre os variados sentidos.

Por fim, realizar um pré debate sobre a canção omitindo, por hora, a fonte inspiração da canção, com intuito de instigar a rica análise do campo semântico.

No segundo momento, aplicar o estudo do título para ser discutido verificando se os alunos compreenderam a expressão “botas batidas”; e qual a relação que pode ser estabelecida entre ela e o sentido apreendido da canção?.

Essa abordagem servirá de encaminhamento para a introdução do contexto de composição da canção. Então podemos introduzir sobre a banda e o gênero musical.

Conteúdos e Métodos

Aula Objetivos Esp. Conteúdos Dinâmicas

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3 aulas Debater sobre variação linguística.

Distinguir a norma padrão de variação linguística.

Variação linguística.

Norma padrão.

Discutir a variedade do português de acordo com o gênero e o contexto;

Aproveitar a oportunidade para introduzir os conceitos de português padrão e não padrão, este último podendo ser popular ou culto.

Identificar as estruturas gramaticais nos versos que, para a norma padrão, estariam inadequadas – ou ainda pedir para que os alunos tentem identificar essas estruturas;

Sob o ponto de vista normativo, as regras devem ser apresentadas e discutidas com a turma.

É importante que fique claro para os alunos que o português evidenciado na canção está perfeitamente adequado às condições do meio.

Abordar as questões gramaticais na letra da canção, que estão os pronomes “você e a gente”.

Conteúdos e Métodos

Aula Objetivos Específicos

Conteúdos Dinâmicas

4 aulas Produzir texto sobre a canção proposta.

Parafrasear uma canção ou texto jornalístico.

Produção textual.

Paráfrase.

A proposta de produção de texto será a de uma paráfrase da canção e/ou do texto jornalístico, que o aluno junto com a sua dupla deve construir a partir da sua visão dos eventos e dos personagens retratados. O aluno terá a oportunidade de construir sua paráfrase em versos ou em prosa, a seu critério.

A proposta de reescrita do texto: o processo de produção de texto deverá ser uma atividade em que a escrita e reescrita, seja acompanhada de perto por um professor/tutor, e que tenha participação dos alunos também. Eles farão uma autoavaliação trocando seus textos com os colegas e pontuando o que precisa ser melhorado assim, depois de suas correções faremos novas pontuações para que eles tenham mais criticidade sobre a reescrita do texto.

A produção de circulação do texto será estimulada pela criação de um blog intitulado “Conversas de Botas Batidas” no qual os trabalhos finais dos alunos poderão ser publicados e divulgados.

(24)

Avaliação: Participação dos alunos; Produção de atividades;

Referencial Bibliográfico:

§ Letra da canção “Conversa de botas batidas” da Banda Los Hermanos Bagno, Marcos. A língua de Eulália: a novela sociolinguística. 16 ed – São Paulo:

Contexto, 2008.

Bibliografia consultada:

BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo: edições Loyola, 1999.

4 RESULTADOS ALCANÇADOS

Considerando a metodologia utilizada, o relato da professora TCS e a observação desta pesquisadora podemos inferir que ao apresentar a sequência didática os alunos estranharam o gênero musical trabalhado por não fazer parte do seu gosto musical. Contudo, é importante ressaltar que todos adoraram a canção, pois fala de um amor que vai além do tempo.

A proposta da sequência didática visou trabalhar com interpretação textual e com as questões da classe gramatical - pronomes. Segundo a professora TCS, a aplicação da proposta foi satisfatória, pois abrange também a questão da intertextualidade, criticidade, percepção interpretativa crítica e conhecimentos comuns sobre a linguagem, linguística e língua no cotidiano, além de conseguir que seus alunos utilizassem uma ferramenta digital.

A professora regente alcançou o resultado desejado, toda a turma concluiu a tarefa proposta de produção textual, participação dos debates (Cada aluno foi ouvido mediante a seguinte pergunta: O que entendeu da música?

Gostou? Faça um comentário?)

A sequência didática proposta pela pesquisadora foi muito bem elaborada, a professora apenas ajustou a quantidade de aulas que seria dada para a sua turma, pois cada docente programa a quantidade de aulas a ser ofertada.

(25)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino híbrido é uma modalidade importante, que deve ser levada em consideração para o processo ensino aprendizagem, a pandemia da Covid- 19 nos apresentou que é possível interagir, realizar atividades por meio do uso de tecnologias promovendo aproximação entre docentes e discentes, além de proporcionar engajamento para uso de novas metodologias educativas do âmbito remoto.

A Sequência Didática é uma metodologia eficaz para planejamento e aplicação de atividades no ensino híbrido e no ensino presencial com a possibilidade de trabalhar temáticas de cunho social, estimulando a compreensão e interpretação de mundo a partir de atividades escolares.

A atividade com o gênero canção foi uma novidade para os educandos, muitas foram as reações, trazendo riqueza ao processo de ensino aprendizagem. Desse modo houve muitas perguntas sobre a temática de variação linguística e norma padrão. Foi notório a produção textual desenvolvida a partir da sequência didática desenvolvida.

Este trabalho vem mostrar uma possibilidade metodológica eficaz a ser desenvolvida no ensino híbrido, já que o professor tem em sua maior marca a orientação e projeção do saber e o aluno motivação e autonomia para aprender.

(26)

REFERÊNCIAS

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ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Tradução: Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

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ANEXO 1

Letra da canção: Conversa de botas batidas, da banda Los Hermanos Veja você, onde é que o barco foi desaguar

A gente só queria um amor Deus parece às vezes se esquecer

Ai, não fala isso, por favor

Esse é só o começo do fim da nossa vida Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida

Que a gente vai passar

Veja você, quando é que tudo foi desabar A gente corre pra se esconder

E se amar, se amar até o fim Sem saber que o fim já vai chegar

Deixa o moço bater Que eu cansei da nossa fuga

Já não vejo motivos Pra um amor de tantas rugas

Não ter o seu lugar Abre a janela agora Deixa que o sol te veja

É só lembrar que o amor é tão maior Que estamos sós no céu Abre as cortinas pra mim Que eu não me escondo de ninguém

O amor já desvendou nosso lugar E agora está de bem

Deixa o moço bater Que eu cansei da nossa fuga

Já não vejo motivos Pra um amor de tantas rugas

Não ter o seu lugar Diz, quem é maior que o amor?

Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora Vem, vamos além

Vão dizer, que a vida é passageira Sem notar que a nossa estrela vai cair

(32)

ANEXO 2

ATIVIDADE

1. Desenvolva um comentário pessoal com sua interpretação da letra de

“Conversa de Botas Batidas”, estabelecendo relações com o contexto de composição da canção. Resposta pessoal. Importante que o fato que inspirou a composição da canção venha à tona, mas que o aluno reconheça também que há uma pluralidade de interpretações possíveis a partir da letra que independem do contexto que a originou.

2. Identifique as características que são próprias do gênero canção e o relacione a outro(s) gênero(s) textual(is) no que diz respeito à linguagem e às intenções discursivas. Entre as principais características do gênero canção, podemos identificar a mescla de dois tipos de linguagens: a verbal e a não- verbal, sendo esta última musical (ritmo e melodia); não podendo a canção nunca ser exclusivamente uma ou outra, mas um conjugado de ambas que inclui ainda elementos próprios da linguagem musical, como a veiculação vocal. Além disso, a canção também mescla aspectos de oralidade e escrita, priorizando ainda, na canção popular, a fala coloquial. A canção possui elementos também de criação poética, podendo incluir rima e métrica. Essas características se diferem, por exemplo, do texto jornalístico, onde predomina a linguagem verbal (podendo haver a não-verbal por meio de imagem) e no qual é priorizada uma linguagem mais formal. As intenções discursivas também são diferentes. O texto jornalístico busca produzir um relato, traduzindo um ocorrido com objetividade e imparcialidade. A canção é mais subjetiva, relaciona-se a um eu-lírico e visa não apenas comunicar uma informação, mas produzir sentidos: auditivos, emocionais, etc.

3. Analise as características da linguagem utilizada em “Conversa de Botas Batidas”, estabelecendo uma relação entre os registros formal e informal e as modalidades oral e escrita. A canção “Conversa de Botas Batidas” traz consigo algumas características que vão definir o tipo de linguagem predominante, sejam os aspectos orais e escritos ou os formais e informais.

Por ser uma canção, já ocorre uma mescla entre a oralidade e a escrita,

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