A REVISÃO DE LITERATURA
EM BIBLlOTECONOMIA
E
DOCUMENTAÇÃO:
UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Fernando Barone*
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RESUMO: Revisão da literatura como forma de TCC (Tese de Conclusão de Curso) como uma nova experiência - Projeto Experimental.
PALAVRAS-CHAVE: Tese de conclusão de curso; Revisão de literatura,
ONMLKJIHGFEDCBA
o
termo revisão bibliográfica ou revisão de literatura, no dia adia do ensino universitário, é usado para designar a representação
do estado em que se encontra a pesquisa de um determinado objeto
de estudo. Porém, a sistematização dessa operação deixa a desejar
no plano das práticas didático-pedagógicas quando não no plano
mesmo da pesquisa e na pós-graduação como um todo.
O que ora apresentamos é o resultado de uma prática de
revi-são de literatura que tivemos junto aos alunoS do último semestre
do Curso de Biblioteconomia da Escola de Comunicações e Artes
(CBO). A partir de uma orientação do CBO os alunos elaboraram sua
"tese de conclusão de curso", o TCC, obedecendo a forma
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r e v is ã o delit e r a t u r a .
No CBO a revisão de literatura como forma do TCC (Tese de
Conclusão de Curso) é prática recente. A atual experiência (1989)
demonstrou que a revisão de literatura, ao contrário do que pode
parecer à primeira vista, é prática legítima de otimização do futuro
* Docente do Departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA- USp,
R. bras. Bibliotecon. ep o c . , São Paulo,2 3 ( 1 / 4 ) : 1 3 6 - 1 4 6 , jan.ldez. 1 9 9 0
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A Revisão de Literatura em Biblioteconomia e Documentação: Uma Prática Pedagógica
profissional pois possibilita a este uma visão prática da teoria e da
reflexão aplicada às demais experiências que tiveram ao longo do
curso. Todavia, a revisão de literatura é apenas parte de um
pro-grama maior de preparação do futuro profissional - no CBD esse
programa chama-se Projeto Experimental - que hoje éstá em revisão
no departamento. Esse trabalho tem por finalidade contribuir com
essa reformulação.
O CONCEITO
A bibliografia especializada apresenta a revisão de literatura
(RL) como uma prática de pesquisa que antecede ao trabalho
mono-gráfico. CASTRO (1) lembra que a RL não deve ser confundida com
o trabalho monográfico pois este é fase autônoma da RL ainda que
determinado em grande parte por ela.
O senso comum vê a RL como sendo uma operação de
agrega-ção, mais ou menos indistinta, das características do objeto que
fo-ram relatadas pela literatura. A revisão-tipo que daí se tira é um
dis-curso que não se previne diante do risco de supor que a literatura,
afora problemas e contradições localizados num ou noutro texto ou
entre os textos, funciona como um espelho do objeto. Essa
tendên-cia faz com que a revisão tradicional, principalmente em nossa área,
ignore que os textos são gerados segundo interesses que os
trans-formam em construções modelares dos objetos e da realidade que
se quer apreender. Dessa forma defendemos uma revisão que
assu-ma por inteiro que seu objeto é um conjunto de representações e
não mais uma forma de dar conta do objeto "real". Essa questão é
grave na medida em que muitos textos, ditos científicos, elaboram
prática ambígua entre a forma revisão e a forma monografia.
Com efeito, a RL não é uma síntese do objeto que foi elaborada
através dos discursos formulados pelos vários autores - isso é
con-ceito mais afeito à forma monografia - mas, diferentemente disso, é
uma análise do comportamento dos textos frente ao que dizem ser o
F e r n a n d o B a r o n e
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
objeto. Lembramos ainda que a forma monografia implica numa
op-ção de descriop-ção única e original diante do objeto e isso deve
neces-sariamente passar pelo espaço empírico o qual está naturalmente
ausente da RL.
De outra forma, podemos dizer que a revisão de literatura é um
texto científico que tem por objeto um conjunto de textos. Esses
textos, por suas vezes, são construções passíveis de visão analítica
individualizada mas constituem, acima de tudo, partes do conjunto
maior que á a RL.
A RL, se encarada da forma acima, já é um passo em direção à
solução de problemas teóricos na medida em que não se limita a
fa-zer colagensdas proposições constantes nos vários autores. A
revi-são, dessa maneira, procura um estatuto teórico que possa valer
como referencialidade diante das várias/mesmas posturas
descriti-vas, metodológicas e técnicas diante do objeto, por parte dos textos
que compõem a literatura.
Assim, antes de preocupar-se com um estatuto dos objetos, a
RL deve preocupar-se com um estatuto dos modelos de leituras dos
objetos. Quando se trata de áreas com pouca ou quase nenhuma
tradição teórica como é o caso da Biblioteconomia/Documentação e
Ciência da Informação - a tradição nessas áreas é sobretudo
prag-mática - torna-se imperativa a necessidade de se trabal har com um
modelo de RL indócil à crença de que tudo o que se escreve sobre o
objeto, e tenha aparência acadêmica, é teoria.
A área dé pesquisa em Biblioteconomia, com efeito, não tem
por tradição perguntar-se pela natureza de um processo
documentá-rio ou comunicacional e, por isso, tende a chamar de teoria um
conjunto de técnicas fundadas em princípios intocáveis tais como
aquele da utilidade da informação
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a p r io r i. Dessa forma não nospa-rece tão temerário assim dizer que a revisão de literatura fundada
nas estruturas de representação dos textos, se levada a cabo de
forma sistemática, poderá limpar a área do rebotalho puramente
. pragmático e redirecioná-Ia em busca de uma teoria de fato.
Cre-mos, pessoalmente, que se isso for implementado irá ocasionar a
138 R. bras. Bibliotecon. e Doe., São Paulo, 23(1/4):136-146, jan./dez.1990
A R e v i s ã o d e L i t e r a t u r a e m B i b l i o t e c o n o m i a e D o c u m e n t a ç ã o : U m a P r á t i c a P e d a g ó g i c a
"desaparição" de uma grande porcentagem dos temas tornados
Cor-rentes p e la prática histórica da lit e r a t u r a na área. O desenvolvimen_
to dessa questão é v it a l para a área pois garante o surgimento de
. c o n s t r u c t o s teóricos básicos dos quais a área, até hoje, sofre af a lt a .
Sabemos que a ênfase ao pragmatismo, tornada prática histórica de
uma área do conhecimento, transforma esta ú lt im a em pura matéria
in s t r u m e n t a l d e s t it u í d a de essência científica.
2 A PRÁTICA DA R E V I S Ã O
2 . 1 P r é - r e q u is it o s d id á t ic o s
Quanto aos requisitos didáticos da prática do TCC enquanto RL
podemos atentar para o preparo do a lu n o quanto a:
a)
capacidade de e s t a b e le c e r , com ajuda dos orientadores
temáti-cos, os textos adequados para a RL.
b) capacidade de le r ea n a lis a r textos corretamente.
c) capacidade de s e le c io n a r categorias (traços distintivos),
meto-d o ló g ic a s e temáticas, internas aos textos e o r g a n iz á - I a s em
for-ma recuperável (formas mecânica ou automatizadas).
d) capacidade de conceber e redigir textos de teor científico de
forma correta mas, sobretudo, raciocinar para a lé m da
justaposi-ção óbvia de categorias do objeto, ou seja, capacidade de
dedu-zir traços distintivos implícitos no conjunto de textos.
A t u a lm e n t e , o Departamento de B ib / io t e c o n o m ia tem operado,
. quanto ao t r a b a lh o de c o n c lu s ã o de curso, apenas com a fase
revi-são de lit e r a t u r a . I s s o se deve à f a lt a de infra-estrutura quanto a
re-cursos humanos ela b o r a t ó r io s .
R. bras. Bibliotecon. e Doe., São Paulo, 23(1/4):136-146, jan./dez. 1990
Fernando Barone
Para que o trabalho final vá além da RL o Departamento deverá
prover a disciplina Projeto Experimental com infraestrutura para o
trabalho monográfico. Trabalho monográfico, aqui, está sendo
en-tendido como a representação (discurso científico) fruto de uma
pesquisa que possuiu por objeto um conjunto de fatores dado no
cotidiano (objeto não bibliográfico). Portanto, trabalho monográfico
não é mistura incontrolada entre os campos empírico e teórico.
Para haver trabalho monográfico, então, a pré-condição
míni-ma é que haja a presença de instrumentos básicos tais como
méto-dos e técnicas de pesquisa já apreendidos e dominados pelos
alu-nos, bem como recursos humanos adequados para efeito de
obser-var, de forma excelente, fenômenos tangíveis na área documental.
QuantoONMLKJIHGFEDCBAà questão acima, sugerimos que a disciplina Métodos e
Técnicas de Pesquisa se constitua como o conjunto que proverá o
aluno do instrumental necessário para dar conta de um objeto não
bibliográfico na área documental. Dessa forma, urge que a disciplina
citada estabeleça um programa apto a preparar o aluno para tal
em-presa.
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2 . 2 S e le ç ã o d a lit e r a t u r a e o r ie n t a ç ã o t e m á t ic a
A primeira etapa de uma revisão de literatura é a fase seletiva
onde um conjunto de textos será destacado de um universo maior
de textos. A fase seletiva já é por sua vez uma fase crítica dado que
se trata de reduzir campos e descartar unidades de representação.
CASTRO (2) sobre essa questão sugere o bom senso: "De resto é
necessário entender que a revisão de literatura não é ler tudo que
se escreveu sobre um assunto. Isto só é possível, tratando-se de um
assunto assaz abandonado ou quando temos acesso a biblioteca de
acervo limitado. Devemos ler, isso sim, os trabalhos melhores no
campo. E para identificá-I os em fases iniciais de nossa pesquisa, na
falta de bibliografias comentadas, nada melhor do que a orientação
de uma pessoa mais experimentada".
140 R. bras. Bibliotecon. e Doe., São Paulo, 23(1/4):136-146, jan.ldez. 1990
A Revisão de literatura em Biblioteconomia e Documentação: Uma Prática Pedagógica
A questão acima implica em que devemos pensar a revisão de
literatura como prática que d e v e ser acompanhada do trabalho de
duas figuras didáticas: a do professor orientador de estrutura ou
orientado r metodológico e a do professor orientado r temático. No
caso específico de nossa experiência no primeiro semestre de 1989,
muitas falhas observadas e comentadas pelos especialistas
convida-dos, referiam-se à pertinência da literatura selecionada. Cremos que
isso se d e v a à ausência de um acompanhamento temático adequado
pois não estávamos trabalhando sistematicamente com orientadores
especialistas de área.
Ainda na fase s e le t iv a , que se dá integrada com a fase de
leitu-ra dos textos, é necessário atentarmo-nos para o problema da r e v
i-são integral ou r e v is ã o recortada. Com isso queremos distinguir
uma seleção temática que se dá no âmbito do conjunto de textos
selecionados. Selecionado o conjunto de textos, a revisão integral
significará que todos os dados temáticos ou metodológicos
presen-tes nos textos serão levados em conta. Por seu lado, a revisão
recor-tada significará que o r e v is o r fez opções e subtraiu categorias que
lhe interessavam. Em se tratando de um trabalho didático que
po-nha problemas teóricos para o aluno sugerimos que o TCC na sua
forma ou fase RL tenha sempre base na revisão integral.
2 . 3 O r ie n t a ç ã o m e t o d o ló g ic a . P r o p o s t a d e
um
m o d e lo d e R LQuanto à questão do acompanhamento de estrutura _ o
acom-panhamento temático ao aluno pode ser tratado em outra
oportuni-dade - há que se atentar para o problema do modelo de RL que está
em pauta. Nesse trabalho propomos um modelo fundado na
estrutu-ra epistemológica dos textos científicos proposta por GARDIN (3) e
SMIT (4) e com o qual trabalhos em nossa dissertação de mestra do
(5). Por ora, apresentaremos apenas a estrutura básica com a qual
trabalhos e, num outro momento, teremos material mais concreto _
respostas dos alunos, por exemplo - para julgar e talvez reformular
essa prática.
Fernando Barone
Os autores acima partem do pressuposto que os textos
científi-cos não podem prescindir de certas categorias lógicas de
constru-ção, principalmente das duas fases básicas de abordagem do objeto:
a fase da descrição e a fase da interpretação do objeto. A partir
des-sa lógica, um modelo estrutural se delineia e concebe o texto
cientí-fico-dotado dos seguintes
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t r a ç o s d is t in t iv o s :a) O b je t o - O fenômeno ou conjunto de fenômenos que será
dado pelo texto.
estu-b) O b je t iv o - A razão/intenção que faz com que o objeto seja
estu-dado.
c) U n iv e r s o d e r e f e r ê n c ia - O contexto que foi selecionado para
en-volver o objeto.
d) M o d e lo s d e d e s c r iç ã o g e n é r ic o s - Modelos já existentes ou
hipoté-ticos aplicados ao "corpus" do objeto em causa.
e) F o n t e s e x t e r n a s - Fontes citadas pelos textos. Bibliografia
apre-sentada e utilizada.
f) P o s t u la d o s - Princípios básicos dos quais o estudo parte e não
põe em causa sua validade.
g) .T r a ç o s d e s c r it iv o s - Enunciados que atribuem ao objeto
caracte-rísticas intrínsecas (propriedades). Tais enunciados são sempre
relativos aos traços Objeto/Objetivo/Universo de
Referência/Mo-delos de descrição.
h) T r a ç o s in t e r p r e t a t iv o s - Formulações que generalizam um conjunto
de unidades descritivas do objeto (traços descritivos).
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A Revisão de Literatura em Biblioteconomia e Documentação: Uma Prática Pedagógica
i) C o n c lu s ã o o u T r a ç o in t e r p r e t a t iv o c o n c lu s iv o - enunciado que
sinte-tiza os traços interpretativos acumulados e "responde" a questão
posta ou implícita no Objetivo.
Através dos elementos acima, e concluída a fase de seleção das
unidades textuais para a RL, o revisor de literatura pode então
ini-ciar o desmembramento (decupagem) dos textos nas formas das
ca-tegorias/traços distintivos.
De maneira geral, para as categorias não descritivas do objeto
- todas elas menos a categoria traços descritivos = , podemos
aplicá-I a s às unidades textuais da literatura elaborando a pergunta padrão:
Como cada unidade textual se comporta quantoONMLKJIHGFEDCBAà f o r m u la ç ã o
do objeto? ou, seguindo a mesma direção.
Como cada unidade t e x t u a l se comporta quanto à formulação
do objetivo?
Quais fontes bibliográficas a unidade t e x t u a l usa? Como usa?
Quem cita quem quanto ao conjunto de textos selecionados?
Q u a l a natureza dos Postulados presentes na unidade t e x t u a l?
Quais os Postulados capitais?
Da mesma forma a pergunta d e v e r á ser feita para todos os
tó-picos categoriais. Lembramos aqui que, se as respostas dos textos,
as questões postas p e lo r e v is o r , r e s u lt a r e m v a z ia s , isso de modo
al-gum d e v e r á ser ignorado p e lo r e v is o r . A ausência ou f a lt a de c la r e z a
de um tópico, categoria I em um t e x t o é tão importante quanto a Sua
presença e c la r e z a nesse mesmo t e x t o . Essa c a t e g o r ia v a z ia ,
portan-to, é um dado v it a l para se concluir sobre a natureza do t e x t o , mas
prinCipalmente, para se concluir sobre a natureza da lit e r a t u r a .
A aplicação dos traços distintivos sobre cada unidade t e x t u a l
da RL pode, ser feita de forma prática e didática a t r a v é s de m a p a s
d e R L . No e x e m p lo abaixo os campos horizontais representam as
unidades textuais (UT) e os campos verticais os traços distintivos:
R. bras. Bibliotecon. e Doe., São Paulo, 23(1/4):136-146, jan./dez. 1990
Fernando Barone
UT1 UT2 UT3 UT4 UT5
Objeto
Objetivo
Universo de
Referência
***
Para se preencher o campo UT1/0bjeto devemos observar
co-mo a unidade textual número 1 determinou o objeto, ou seja, como
está concebendo o objeto em termos de sua dimensão e natureza
básica, e também com quais nomes o identifica. Quando forem
co-tejadas todas as unidades textuais para essa categoria poderemos
notar que os nomes podem ser variados dependendo-se do tempo,
da postura acadêmica ou ideológica e de outros fatores. A partir daí
já poderemos inferir hipóteses para, juntamente com as demais
in-formações que colhermos, gerarmos interpretações parciais para
o
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
n o s s o o b je t o : a literatura (conjunto de unidades textuais).Existe, entretanto, uma categoria que não pode ser facilmente
representada num quadro sintético como o que apresentamos acima.
Trata-se da categoria Descrição ou Traços descritivos. Com efeito,
para que possamos representar como os textos descreveram o
obje-to as quais os texobje-tos apresentaram as características, propriedades,
e funções de seu objeto.
Para representarmos, de maneira prática e didática, a categoria
D e s c r iç ã o lançamos mão de um segundo m a p a , semelhante ao
pri-meiro, mas com a diferença de possuir nos campos categoriais as
fa-cetas temáticas do objeto (características, propriedades e funções
do objeto ou de parte do objeto). Como no exemplo abaixo, relativo
ao tema/objeto ação cultural e bibliotecas:
144 R. bras. Blbllotecon. e Doe., São Paulo,
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2 3 ( 1 / 4 ) : 1 3 6 - 1 4 6 , jan./dez. 1 9 9 0A Revisão de Literatura em Biblioteconomia e Documentação: Uma Prática Pedagógica
UT1 UT2
UT3
Ação Cultural- Conceito
Rec. Humanos - Formação
Etc.
Quando se trata de determinar como as unidades textuais
des-crevem o objeto podemos lançar mão da mesma estratégia da c a t e
-g o r ia v a z ia como o fizemos para os traços-não-descritivos. Diante de
uma situação hipotética como a de uma literatura sobre ação
cultu-ral não constar a categoria temática agente, por exemplo, o revisor
pode "criar" tal categoria já que ela é dedutível de uma estrutura
imanente dentro da própria literatura. Para tornar essa tarefa mais
sólida o revisor poderá valer-se - talvez necessariamente _ de uma
bibliografia adicional já que a literatura é, como tentamos provar, o
"corpus" e não, como muitos pensam, a bibliografia.
Estando concluídos os m a p a s o revisor já poderá partir para
uma fase de reflexão sobre os resultados conseguidos. Essa é uma
fase didaticamente importante pois envolve, ao mesmo tempo, e
também os orientadores temáticos, especialista da área, e também
os orientadar:es de estrutura. É um momento em que as "verdades"
da literatura sobre o objeto mostram-se como são realmente:
cons-truções das quais alunos e professores podem apreender com mais
apuro sua natureza, lugar de produção e função sócio-política.
ABSTRACT: Review of literature as form of TCC (Thesis of College conclu-sion) as a new experience - Experimental Project.
KEY WORDS: Thesis of College conclusion.
Fernando Barone
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. CASTRO, Claudio de Moura. A
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
p r ilt ic a d a p e s q u is a . São Paulo: McGraw-Hill, 1978. p.76-77.2. Idem.
3. GARDIN, Jean-Claude, LAGRANGE, Marie-Salomé. E s s a is d 'a n a / y s e d u d is c o u r s a r
-cteotoçlaue. Paris: Centre National de Ia Recherche Scientiphique, 1975.
4. SMIT, Johanna W. Seshat et I'analyse poêtique: a propos des critiques des "Chats" de Baudelaire. In: GARDIN, Jean-Claude. L a / o g iq u e d u p / a u s ib le : essais d'episte-mologie pratique. Paris: La Maison des Sciences de I'Homme, 1981. p.95-143. 5. BARONE, Antonio Fernando C o r r ê a . · F a la r d e a r t e : a questão da crítica ligeira.
Dis-sertaçao (Mestradol - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 1987.