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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO. 35 a Câmara

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA

REGISTRADO(A) SOB N°

AGVTE VALDENICE RUFINO DE ALMEIDA AGVDO BANCO ABN AMRO REAL S/A

interessado) OU:

Interes. BANCO ABN AMRO S/A

*01463496*

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, os desembargadores desta turma julgadora da Seção de Direito Privado do Tribunal de Justiça, de conformidade com o relatório e o voto do relator, que ficam fazendo parte integrante deste julgado, nesta data, deram provimento ao agravo, tornando definitiva a liminar concedida, por votação unânime.

Turma Julgadora da RELATOR

2o JUIZ 3o JUIZ

Juiz Presidente

35a Câmara

DES. MENDES GOMES DES. ARTUR MARQUES DES. JOSÉ MALERBI DES. ARTUR MARQUES Data do julgamento : 22/10/07

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PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

AGRAVO DE INSTRUMENTO n° 1.110.204-0/0 Agravante

Agravado Comarca

VALDENICE RUFINO DE ALMEIDA BANCO ABN AMRO REAL S/A

SÃO PAULO - Foro Regional de Itaquera - 3a Vara Cível

VOTO N° 13.118

EMENTA: Dadas as conseqüências da sanção prevista pelo art. 475-J, "caput", do Código de Processo Civil, necessária a prévia intimação pessoal do devedor para o cumprimento voluntário da condenação, quando for ele assistido pela Procuradoria de Assistência Judiciária - PAJ.

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a r. decisão judicial reproduzida às fls. 127 que, em ação de depósito convertida de ação de busca e apreensão fiduciária, em fase de execução, determinou a penhora "on line" de ativos financeiros em nome da executada.

Sustenta, a recorrente, a necessidade de sua intimação pessoal do início da fase de cumprimento de sentença, por ser assistida pela Procuradoria de Assistência Judiciária, a quem certas regras, aplicáveis aos advogados particulares, possuem limitações, como aquela prevista no art. 475-J, § 1o, do CPC^cfêga que, mesmo que se considerasse válida a intimação feita >*ra Procurador do Estado, não

Agravo de Instrumenio n" ].]]0.204-0/0 Vota n" 13.118

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houve a efetiva intimaçâo do início da fase do cumprimento da sentença, mas somente a ciência do v. Acórdão que deu provimento parcial ao recurso de apelação interposto pela Procuradoria. Assim, "como não ocorreu a intimaçâo especifica do réu para que pagasse o saldo devedor em 15 dias, indevido o inicio da fase de execução, com a solicitação de penhora "on Une". Não houve intimaçâo; sequer houve a informação ao réu de seu saldo devedor, impossibilitando o pagamento voluntário; dessa forma, indevida a "penhora on Une" e qualquer ato invasivo ao patrimônio do devedor" (sic - fls. 13). Requer a concessão de efeito suspensivo ao agravo e, a final, a reforma da r. decisão.

O agravo foi processado com liminar (fts. 131), sobrevindo as informações do juízo (fls. 137), não tendo o agravado, embora intimado (fls. 136), apresentado a contraminuta (cert. de fls. 158).

Dispensado o preparo.

É o relatório.

A questão trazida no recurso cinge-se saber da necessidade, ou não, de intimaçâo pessoal da devedora-agravante para cumprimento voluntário da condenação, tendo em vista ser ela assistida pela Procuradoria de Assistência Judiciária - PAJ.

O art. 475-J, "caput", do Código de Processo Civil1, incluído pela Lei 11.232/2005, tem importância fundamental na nova sistemática da execução por título judicial, principalmente no que tange ao "dies a quo" da contagem do prazo de^quinze dias para a imposição da multa de 10% do montante da condenação, ao devedor que não cumpre voluntariamente a obrigaçãoj^conhecida na decisão judicial.

1 Art. 475-.I. Caso o devedor, condeofftío ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação.

Agravo de Instrumento n" 1.110.204-0/0 Voton" 13.118

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PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Neste estágio inicial de aplicação da norma, ainda não se tem, na doutrina e na jurisprudência, uma uniformidade de pensamento em relação ao tema: alguns defendem que o referido prazo passa a fluir da ciência do advogado acerca do despacho que determina o cumprimento do acórdão; outros, ainda, sustentam a necessidade de intimação pessoal do devedor.

Contudo, em recente julgamento, o Colendo Superior Tribunal de Justiça, por sua 3

a

Turma, em v. acórdão relatado pelo Min. Humberto Gomes de Barros, sufragou a seguinte exegese sobre a matéria:

LEI 11.232/2005. ARTIGO 475-J, CPC. CUMPRIMENTO DA SENTENÇA. MULTA. TERMO INICIAL. INTIMAÇÃO DA PARTE VENCIDA. DESNECESSIDADE.

1. A intimação da sentença que condena ao pagamento de quantia certa c o n s u m a - s e mediante publicação, pelos meios o r d i n á r i o s , a f i m de que tenha início o prazo recursal. Desnecessária a intimação pessoal d o devedor.

2. Transitada em j u l g a d o a sentença c o n d e n a t ó r i a , não é necessário que a parte vencida, p e s s o a l m e n t e o u por seu a d v o g a d o , seja intimada para cumpri-la.

3. Cabe ao v e n c i d o c u m p r i r espontaneamente a o b r i g a ç ã o , em quinze dias, s o b pena de ver sua dívida a u t o m a t i c a m e n t e acrescida de 10%. ( R E s p n °

954.859-RS - j . 16/08/2007 - in DJ 27/08/2007 - p . 2 5 2 ) .

Deste v. aresto destaco ainda:

"A Lei não explicitou o termo inicial da contagem do prazo de quinze dias. Nem prepfsava fazê-lo. Tal prazo, evidentemente, inicia-se com a intimação/O Art. 475-J não previu,

Agravo de Instrumento n° l .110.204-0/0 Voion" 13.118

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também, a intimação pessoal do devedor para cumprir a sentença. A intimação - dirigida ao advogado - foi prevista no § 1o do Art. 475-J do CPC, relativamente ao auto de penhora e avaliação. Nesse momento, não pode haver dúvidas, a muita de 10% já incidiu (se foi necessário penhorar, não houve o cumprimento espontâneo da obrigação em quinze dias). Alguns doutrinadores enxergam a exigência de intimação pessoal.

Louvam-se no argumento de que não $e pode presumir que a sentença publicada no Diário tenha chegado ao conhecimento da parte que deverá cumpri-la, pois quem acompanha as publicações é o advogado. O argumento não convence. Primeiro, porque não há previsão legal para tal intimação, o que já deveria bastar. Os Arts. 236 e 237 do CPC são suficientemente claros neste sentido. Depois, porque o advogado não é, obviamente, um estranho a quem o constituiu. Cabe a ele comunicar seu cliente de que houve a condenação. Em verdade, o bom patrono deve adiantar-se à intimação formal, prevenindo seu constituinte para que se prepare e fique em condições de cumprir a condenação. Se o causídico, por desleixo omite-se em informar seu constituinte e o expõe à multa, ele deve responder por tal prejuízo. O excesso de formalidades estranhas à Lei não se compatibiliza com o escopo da reforma do processo de execução. Quem está em juízo sabe que, depois de condenado a pagar, tem quinze dias para cumprir a obrigação e que, se não o fizer tempestivamente, pagará com acréscimo de 10%. Para espancar dúvidas: não se pode exigir da parte que cumpra a sentença condenatória antes do trânsito em julgado (ou, pelo menos, enquanto houver a possibilidade de interposição de recurso com efeito suspensivo). O termo inicial dos quinze dias previstos no Art. 475-J do CPC, deve ser o trânsito em julgado da sentença. Passado o prazo da lei, independente de nova intimação do advogado ou da parte para ojmprir a obrigação, incide a multa de 10% sobre o valor da condenação. Se o credor precisar pedir ao juízo o cumprimento da sentença, já/apresentará o cálculo, acrescido da

Agravo de Instrumento n° l.l 10.204-0/(7 ( Voton" 13.1 18

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Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

multa. Esse o procedimento estabelecido na Lei, em coerência com o escopo de tornar as decisões judiciais mais eficazes e confiáveis.

Complicá-lo com filigranas é reduzirá inutilidade a reforma processual."

Pois bem. Ainda que se admita a desnecessidade de prévia intimação pessoal do devedor para cumprimento da condenação, por se presumir que o seu advogado irá comunicá-lo para tanto, o caso dos autos encerra uma particularidade: a executada é assistida no processo pela Procuradoria Geral do Estado, instituição que, antes da criação da Defensoria Pública, tinha entre suas atribuições assegurar a assistência judiciária aos carentes.

Desta forma, é de reconhecer a existência de uma diferença crucial entre o advogado particular, que mantém com seu cliente relação de mandato, com a atividade do Procurador do Estado, que exerce uma função Estatal, sem vinculação pessoal com a parte ou com a causa.

Assim, e ainda considerando-se a notória precariedade da estrutura da Procuradoria de Assistência Judiciária, imperioso reconhecer a necessidade de comunicação formal da parte para cumprimento de sua obrigação, quando estiver representada no processo por aquele órgão, preservando-se, ainda, a finalidade da norma do art. 475-J do Código de rito.

Em caso similar, esta Colenda Câmara, por voto da lavra do eminente desembargador Egídio Giacóia, com fincas no ensinamento de ARNALDO MARMITT ("in" Mandato, Aide Editora, 1

a

Ed., p. 61/62), destacou que: "Quando o julgador nomeia advogado para defender direitos de algum cidadão, é o Estado que, através do Magistrado, nos casos previstos em leiyínveste nos poderes o causídico nomeado. Nestas hipóteses/dispensa-se a procuração, porque não há mandato. Sempre aue o Poder Público apodera o

Agravo de Instrumento n" 1.110.204-0/(^^ / Voton" 13.118 ' /

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advogado ou o curador especial, através de providência judicial, não constitui mandatário". (Al n° 1.084.746-0/1)

Posta assim a questão, considerando-se que o Procurador do Estado não tem vínculo pessoal com a parte e, ainda, as conseqüências da sanção prevista pelo art. 475-J do Código de Processo Civil, de rigor a intimação pessoal da executada por mandado, no endereço fornecido nos autos, para pagar a dívida em 15 (quinze) dias sob pena de multa de 10%, anotando-se, desde logo, a possibilidade de comunicação via edital, se infrutífera a diligência.

Ante o exposto, o voto dá provimento ao agravo, tornando definitiva aJjmNnar concedida.

s^ \ >. t \^^^

/ M E N D E ^ ^ K l E S /Relaror »

Agravo de Instrumento n" l.l 10.204-0/0 Votou" 13.11S

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